"a voz de azeméis

32
Publicidade 16 RESTAURANTES ABREM-SE AO TU RISMO 2, 3 e 4 de março é “Fim-de- semana Gastronómico” no nosso concelho OAZ PáGINA 12 Quartéis de Cesar e Cucujães preocupam comandante OAZ PáGINA 13 Tráfico de droga e roubos na lista dos delitos do concelho GRANDE REPORTAGEM PáGINAS 2-7 Presidente da FAPCOA Implementação de agrupamentos é inevitável FREGUESIAS PáGINA 13 Presidente da República iniciou roteiro em Azeméis FREGUESIAS PáGINAS 20-21 Banda de Carregosa quer ser mais conhecida 1 quinta-feira, 01 de março 2012 | OAZ PáGINAS 08-09

Upload: miguel-goncalves

Post on 25-Mar-2016

271 views

Category:

Documents


40 download

DESCRIPTION

Jornal de Informação Regional

TRANSCRIPT

Page 1: "A Voz de Azeméis

Publicidade

16 restaurantesabrem-se ao turismo2, 3 e 4 de março é “Fim-de- semana Gastronómico” no nosso concelho

OAZ página 12

Quartéis de Cesar e Cucujães preocupam comandanteOAZ página 13

Tráfico de droga e roubos na lista dos delitos do concelho

grAnde repOrtAgem páginas 2-7

Presidente da FAPCOA

Implementação de agrupamentosé inevitávelfreguesiAs página 13

Presidente da República iniciouroteiro em AzeméisfreguesiAs páginas 20-21

Banda de Carregosa quer ser mais conhecida

1 quinta-feira, 01 de março 2012 |

OAZ páginas 08-09

Page 2: "A Voz de Azeméis

| 2 | A VOZDE AZEMÉIS | SOCIEDADE | Quinta-feira 1

MARÇO 2012 ||

As papas de S. Miguel são um cartaz gastronómico do concelho.

GRANDE REPORTAGEMRESTAURANTES DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS OFERECEM O MELHOR DA GASTRONOMIA16 restaurantes com fi m-de-semana gastronómico

O pão de Ul, as papas de S. Mi-guel e a vitela assada vão ser as iguarias em destaque nas mesas dos restaurantes de Oliveira de Azeméis já nos dias 2, 3 e 4 de Março no âmbito dos «Fins-de--semana gastronómicos», uma iniciativa do Turismo do Porto e Norte de Portugal, com o apoio da autarquia oliveirense.

Perdem-se no tempo as três iguarias que os 16 restaurantes vão servir aos visitantes e que fazem parte da tradição, cultura e sabor ancestral do município de Oliveira de Azeméis. O � m--de-semana será aproveitado para promover o que de bom se faz no concelho, numa polí-tica de valorização dos recursos que o executivo municipal vem seguindo.

Nada melhor do que oferecer aos clientes o famoso pão-de-Ul, ao qual está hoje ligado o par-que temático molinológico de Ul, projeto de interesse cultural, arqueológico, ambiental e peda-gógico.

A confeção do pão de Ul está entregue a cerca de três dezenas de padeiras, que ainda o cozem de forma artesanal e sem recur-so a maquinaria. O tipo de lenha que se põe a arder no forno, bem como a temperatura da água e o tipo de farinha que as padeiras utilizam na confeção do pão, são segredos bem guardados que, dizem, “interferem na textura, na cor e no gosto do alimento”.

PÃO DE UL E PAPAS DE S. MIGUEL

Ao pão de Ul, verdadeiro ex--libris oliveirense, juntam-se as Papas de S. Miguel e, para esta edição dos «Fins-de-semana Gastronómicos», a vitela assada no forno. A carne de vitela é um produto reconhecido e con� gu-rador de identidade própria à re-gião do Entre Douro e Vouga, na qual se insere o município de Oli-veira de Azeméis. A vitela assada tradicional, na qual se salienta a nobreza da carne aliada ao sa-bor e saber de gerações passa-

das que legaram a este territó-rio esta iguaria, conta com uma preparação simples que assenta no uso de salsa, alho, azeite e colorau, e, antes da colocação da vitela ao forno (preferencialmen-te a lenha), a marinada de vinho branco e alho. A acompanhar, o arroz de forno confecionado com uma calda rica de ossos de vitela e fumeiro de porco, e/ou batatas assadas no forno.

Para sobremesa, os doces de colher, tais como o creme quei-mado, aletria, formigos, rabana-das de leite ou vinho, entre mui-tos outros em que o concelho de Oliveira de Azeméis é pródigo.

O número de restaurantes aderentes aumentou face às duas primeiras edições e além da cidade de Oliveira de Azeméis as iguarias podem ser provadas noutros estabelecimentos das freguesias de Cucujães, Cesar, S. Roque, Loureiro, Pindelo, Travan-ca, Nogueira do Cravo e Pinheiro da Bemposta.

O pão de Ul faz parte do fi m-de-semana gastronómico

Page 3: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1MARÇO 2012 || | 3 |A VOZ

DE AZEMÉIS | SOCIEDADE |

O «Hídrica do Caima Restaurante» apresenta uma oferta mui-to variada com gastronomia tipicamente regional e muito requintada. Encontra-se num edifício recatado à beira rio, estando igualmente disponível ao público não alojado. Possui uma agradável sala com luz natural, de design so� sticado e com capacidade para 80 pessoas, onde podem ao mesmo tempo apreciar as obras exibidas no museu. Encontra-se aberto todos os dias, das 12h30 às 15h00 e das 19h30 às 22h30.O Chef Ivan Leal é o responsável pela excelente cozinha do «HC Restaurante». Com formação prática na capital Budapeste (Hungria), foi forma-dor de cozinha, integrou o programa “Leonardo da Vinci”, obteve o 2º lugar de Jovem Cozinheiro do Ano em 2007 e realizou serviços de catering no Comité de Investigação Europeu, em Angera (Itália). Sobre uma paisagem deslumbrante, num ambiente tranquilo

e ameno, o Chefe Ivan Leal pretende associar os aromas e sabores tradicionais da região com a gastronomia inter-

nacional, oferecendo-lhe a oportunidade de degustar saborosas refeições de excelência.

Face à zona geográ� ca e à história desta região, a relação da gastronomia regional funde-se com a gastronomia internacional, num contexto mais elaborado. A ementa do «HC Restaurante» tem várias entradas frias e quentes e diversos pra-tos de peixe e carne, como bacalhau, � letes de robalo, mil-folhas de pescada e polvo grelhado, lombinho de porco preto e peitinhos de faisão

grelhado. Tem também opções de pratos vegeta-rianos, massas e um menu infantil.

No � m-de-semana gastronómico de 2, 3 e 4 de Mar-ço, o chefe irá incluir na ementa do Hídrica do Caima

Restaurante o pão de Ul, as papas de S. Miguel e a vitela assada no forno.

GRANDE REPORTAGEMOs «Fins-de-Semana Gastronómicos» tiveram início em Novembro de 2011 e terminam no mês de Maio de 2012. O evento, que envolve cer-ca de 600 estabelecimentos de toda a região Norte do país, pretende potenciar o produto turístico «Gastronomia e vinhos», associando à sua divulgação os sabores

ancestrais, as tradições e os costumes do Norte de Portugal.A iniciativa, da responsabilidade do Turismo do Porto e Norte de Portu-gal à qual se associa a autarquia oliveirense pela terceira vez, pretende realçar a riqueza gastronómica do concelho como produto turístico e de excelência, podendo o cliente, ao mesmo tempo, prolongar a sua estadia

O «Diplomata» é um restaurante com 25 anos de tradição em Oliveira de Azeméis. Situado na rua

Dr. Simões dos Reis, é um estabelecimento de ambiente cuidado, instalado numa casa antiga e distribui-se por três salas, com zonas para fumadores e não fumadores. Distingue-se pela cozinha regional portuguesa, apelidando quem conhece de «cantinho da boa mesa». O proprietário, Firmino Ribeiro, orgulha-se do

seu restaurante pela boa comida e excelente atendimento, reconhecido mesmo com dois

talheres Michelin. O «Diplomata» é um dos res-taurantes participantes no Fim-de-semana Gastro-

nómico, desde a sua primeira edição (2009). Tendo como dia de folga o sábado, o «Diplomata» abre

as suas portas especialmente para este evento, no � m--de-semana de 2, 3 e 4 de Março, para dar a conhecer iguarias como o pão de Ul, as papas de S. Miguel e a vitela assada.

Quanto ao pão de Ul, Firmino Ribeiro a� rmou à «Voz de Azeméis» ser o tipo de pão servido todos os dias no restaurante. A vitela assada no forno também já é um prato habitual aos � ns-de-semana. As papas de S. Miguel, até porque pertence à confraria desde a sua fundação, vão ser servidas como degustação para abrir o apetite aos clientes que visitarem o «Diplomata» este � m-de-semana.

Durante sete meses seis centenas de restaurantes aderem à iniciativa

«Diplomata» – Oliveira de Azeméis

«D. Gomado» – Oliveira de AzeméisCom um serviço de grande qualidade, o restaurante «D. Gomado» apresenta aos seus clientes um ambiente muito acolhedor onde as sensações trazidas pelo fogo e o crepitar da lenha são uma doce constante. A riqueza da sua cozinha, com direito a show cooking, envolve os clientes numa harmonia de sabores.Pelo terceiro ano consecutivo, participa no evento «Fins-de-semana gastro-nómicos» para dar a conhecer os pratos típicos do concelho. O pão de Ul é já presença assídua na mesa do «D. Gomado», a vitela assada é confecionada aos sábados e domingos, e as papas de S. Miguel serão cozinhadas pelo chefe especialmente para este evento.

Na sua ementa habitual, o restaurante «D.Gomado» apre-senta pratos como o polvo na brasa, o costeletão de boi das Astúrias, a perna de cordeiro no espeto, o � let de boi e o ba-calhau à lagareiro. Tem como sobremesas leite creme, bolo de bolacha e tiramisu.

«Hídrica do Caima» – Palmaz

Page 4: "A Voz de Azeméis

| 4 | A VOZDE AZEMÉIS | SOCIEDADE | Quinta-feira 1

MARÇO 2012 ||

«Tasquinha Alentejana» – CucujãesA «Tasquinha Alenteja-

na», de Pedro Nobre, participa pela terceira

vez no Fim-de--semana Gastronó-mico.A dinamização da casa para quem a vem conhecer

e mesmo para os pró-prios fornecedores foi

o que levou este restaurante a participar nesta iniciativa.Nos anos anteriores cozeram pão ao vivo e este ano vai repetir a iniciativa, no sábado pelas 16 horas, com a Escola do Picoto a visualizar essa ativida-de.A ementa será o pão de UL (nos mais diversos sabores: chocolate, mel, açú-car amarelo, chouriço ); papas de São Miguel e a vitela assada no forno.As diferenças em relação ao dia-a-dia deste restaurante são as carnes exóti-cas, um prato que não é muito visto noutros sítios e, como o próprio nome indica, os pratos tipicamente alentejanos, que aqui são apresentados.Para Pedro Nobre é um evento positivo, que mais tarde vem a concretizar os seus objetivos.

GRANDE REPORTAGEM

«O Lindolfo» – CesarA celebrar as bodas de prata, o restaurante «O Lindolfo» está desde a primeira hora e na linha da frente na divulgação da cozinha tradicional da nossa região. Ultimamente, Lindolfo Ribeiro tem apostado na divulgação dos pratos e dos doces de Cesar. Para além da vitela assada e das papas de S. Miguel, que tradicionalmente fazem parte da carta do restaurante, no «Lindolfo» os clientes encontrarão outros pratos, o de bacalhau, os � letes de polvo, de pescada no forno com azeite e alho acompanhados pelo arroz de grelos, o pernil, a rojoada típica de Cesar e o cabrito assado.Lindolfo Ribeiro salienta que o evento, no âmbito da região Norte, tem pouca divulgação, embora reconheça que a secção do turismo da Câmara tem acompa-nhado bem todas as iniciativas de caráter local. Apesar de tudo, no ano passado,

vieram turistas, “mas acabaram por se desviar para outros pratos. Foi uma participação positiva, a Área Metropolitana do Porto é gran-de, e há curiosidade em provar”, acrescentou Lindolfo RibeiroPara dar visibilidade ao evento, à entrada do restaurante do «Lindolfo» haverá um manequim vestido à camponesa para chamar a atenção das pessoas

«Las Vegas» – Nogueira do CravoO restaurante «Las Vegas» participa pela segunda vez. Restaurante conhecido pela carta baseada nos pratos da cozinha brasileira, isso não o impede de participar. “Apoiamos o projeto, a � m

de o nosso concelho ter o

máximo de participantes”, confessa o gerente Sérgio Gomes, que acrescen-ta: “Sentimos o dever de apoiar as boas iniciativas, até porque temos tido o retorno da Câmara, que sempre tem desenvolvido iniciativas válidas para o concelho.”Quanto a expetativas, Sérgio Gomes é taxativo: “Neste momento são um bo-cado complicadas”. Contudo, o gerente do Las Vegas sabe que “ os clientes quando vêm para cá procuram outro tipo de comida e nós temos um leque grande de escolha.”

«Montebelo» – Nogueira do Cravo

No «Montebelo», localizado em Cimo de Vila, na freguesia de Nogueira do Cravo, os an-� triões, Aldina Figueiredo e Rui Figueiredo, como de costume, associarão a boa gastro-nomia à habitual simpatia com que recebem os seus clientes. Aos almoços dos três dias dedicados ao evento, no «Montebelo», os clientes poderão encontrar pão de Ul e à vitela assada, bem como outros pratos, como o famoso

e apreciado bacalhau à Montebelo.O «Montebelo» participa mais uma vez no evento, embora a gerência reconheça que o «Fim-de-semana Gastronómico» não acrescenta muito ao habitual. Quanto às expetativas, Aldina

Figueiredo mostra-se reservada, porque, salienta, “há alguma retração nas pessoas, sinal dos tempos

que vivemos”.

Page 5: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1MARÇO 2012 || | 5 |A VOZ

DE AZEMÉIS | SOCIEDADE |

GRANDE REPORTAGEM«Ricoca» – Oliveira de AzeméisO restaurante «Ricoca» encontra-se pela segunda vez nos Fins-de-semana Gastronómicos. A sua participação deveu-se a um pedido da Câmara Muni-cipal e para o bem da cidade.O menu, selecionado pela Câmara Municipal, é constituído pelo pão de UL, as papas de São Miguel e a vitela assada no forno. A ementa é diferente do dia-a-dia deste restaurante, pois a ideia da Câ-mara é promover os pratos típicos da região: o pão de UL, só se vê nesta zona, as papas de São Miguel são um prato tradicional e a vitela é arou-quense. A intenção passa por apostar e divulgar o que é da região.

No que toca às expectativas, por exemplo, no ano passado

foi mais para a frente e não houve muita adesão, � can-do como exemplo as papas de São Miguel que, sendo um prato de Inverno, fora dessa altura, não � cam tão comestíveis.

«Pouso Alto» – Travanca

Janete Weber, do Restaurante «Pouso Alto», situado no lugar

de S. Tomé, na freguesia de Travanca referiu que o seu restaurante participou na iniciativa do ano anterior, colaborando desse modo com o município oliveirense,

mas que, objetivamente não retirou daí grandes dividendos.

As ementas que irá apresentar no evento serão fundamentalmente o rodízio de carnes nobres e a espetada de picanha, não havendo grandes diferenças entre aquilo que serve habitualmente no restaurante e o que irá apresentar na iniciativa.Sobre o evento considera-o pertinente, mas o público, de um modo geral, não adere em grande número e dados os tempos atuais não espera um gran-de a� uxo de pessoas. As expectativas são moderadas.

«Quinta do Barão» – LoureiroAmadeu Castro, do Restaurante «Quinta do Barão», situado no 2.º andar do palacete do Barão de S. João de Loureiro, com sala panorâmica para 120 pessoas e um preço médio de 15€/pessoa, referiu que é a terceira vez que irá participar na iniciativa, tantas quantas foram realizadas.A sua participação tem como principal objetivo a divulgação do restaurante e da sua gastronomia. Pretende apresentar os pratos que habitualmente serve e portanto sem alterações do quotidiano e que são regionais e típicos da cozinha portuguesa.Considera a iniciativa positiva, porque tudo o que seja promover e elevar a gastronomia do concelho é sempre bem-vindo.

No primeiro ano em que participou, retirou daí alguns dividendos, uma vez que, posteriormente, apareceram novos clientes, o que, no entanto, não se veri� cou na iniciativa seguinte.Sem grandes expectativas, de-posita, contudo, algum otimis-mo na edição deste ano.

«Pinheiro» – OsselaO Restaurante «Pinheiro», situado no lugar de Vermoim, na freguesia de Os-sela, participa pela primeira vez no evento.O principal objetivo é a promoção da casa e da sua gastronomia, nomeada-mente o bacalhau à Pinheiro”, a vitela assada no forno” e os rojões com sarra-bulho. Normalmente apresenta na sua ementa outros pratos regionais.António José Pinheiro considera a iniciativa positiva, uma vez que dá a co-nhecer alguns restaurantes do concelho, promovendo-os; pensa que pode ter impacto, trazendo novos clientes ao seu restaurante.

Page 6: "A Voz de Azeméis

| 6 | A VOZDE AZEMÉIS | SOCIEDADE | Quinta-feira 1

MARÇO 2012 ||

GRANDE REPORTAGEM«Solar (Ramos)» – PindeloO Restaurante «Solar (Ramos)», situado no Vale do Solar, na freguesia de Pindelo participa também pela primeira vez na iniciativa. Pretende dar a co-nhecer alguma das suas especialidades, nomeada-mente o polvo assado na brasa e o cabrito assado no forno.

No «Fim-de-semana Gastronómico» não haverá grandes diferenças em relação ao que habitual-mente apresenta.António Ramos considera a iniciativa muito positiva e espera dela bons resultados para o seu restaurante.

«O Pinheirense» – Pinheiro da Bemposta

Localizado à entra-da do Pinheiro da Bemposta, o restau-rante «O Pinheiren-se» participa pela

segunda vez nesta iniciativa realizada na

zona norte do país. Joaquim Conceição, proprietário do estabelecimento, acredi-ta que esta participação é vantajosa na medida em que promove o restaurante.Incentivado pela Câmara Municipal a fazer parte desta iniciativa gastronómi-ca, «O Pinheirense» garante a tradicional vitela assada, pão de Ul e papas de S. Miguel durante os três dias em que o evento tem lugar no nosso concelho. As expetativas são positivas: “Esperamos mais clientes do que o habitual”, a� rma Joaquim Conceição.

«Art Club» – Oliveira de Azeméis O Restaurante e Bar «Art Club», localizado no centro de Oliveira de Aze-méis, adere ao programa pela segunda vez consecutiva. Apesar das baixas expetativas do proprietário, Carlos Mota, quanto à adesão de clientes neste � m-de-semana, o gerente reconhece que esta participação “é uma boa forma de promover o espaço, uma vez que abrange toda a região”. A vitela assada será o prato em destaque e a iguaria típica do nosso concelho, as papas de S. Miguel, também não faltará.

«Brasão de Azeméis» –Santiago de Riba-Ul

A participar pela primeira vez no progra-ma Fins-de-semana Gastronómicos, o Restaurante «Brasão de Azeméis» é o único em Santiago de Riba-Ul a aderir à iniciativa. Luís Correia, gerente do estabelecimento, tem um grande interesse em participar nes-te tipo de atividades gastronómicas a nível

regional e local.Neste � m-de-semana, são esperados mais

clientes. Luís Correia está convicto de que “virão pessoas de fora para provarem a gastronomia local”, uma vez que este é um projeto a nível do Porto e da região Norte.Nos dias 2, 3 e 4 de março, para além de apre-sentar várias iguarias, o restaurante vai ter como pratos � xos vitela assada e também papas de S. Miguel, apostando assim numa ementa tradicio-nal, com pratos típicos da região.

Page 7: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1MARÇO 2012 || | 7 |A VOZ

DE AZEMÉIS | SOCIEDADE |

Os “Fins-de-semana Gastronó-micos”, que vão na sua 3ª edição, são uma iniciativa levada a cabo pela Porto e Norte de Portugal, entidade regional de turismo.

O vereador da Câmara Mu-nicipal de Oliveira de Azeméis, Pedro Marques, sintetiza esta iniciativa “ como uma forma de promover a gastronomia e vi-nhos da região Norte, sem ne-nhum custo para as autarquias. O que estas têm que fazer é, em cooperação com a entidade or-ganizadora, indicar a gastrono-mia que querem salientar nesse � m-de-semana.”

Nas duas edições anteriores foi feita uma abordagem às pa-pas de São Miguel e ao pão de Ul. Este ano “pela sondagem que � zemos junto dos próprios res-taurantes, bem como das pesso-as ligadas à nossa gastronomia, salientamos a vitela assada que é um produto gastronómico e da culinária de Oliveira de Azeméis com alguma tradição, inserindo-se numa gastronomia tipicamente portuguesa.

A selecção de restaurantes “é um processo algo complexo levado a cabo pelo nosso gabi-nete de turismo, que faz um con-vite aos restaurantes que têm al-guma implementação na cidade e no concelho.”

HÁ MUITO A EXPLORAR E A CONHECER

As duas primeiras edições, segundo Pedro Marques, “foram claramente o reconhecimento do território. Havia muito para

GRANDE REPORTAGEM«Magnólia» - Oliveira de Azeméis Apesar de ser a primeira vez que o Restaurante «Magnólia» tem o seu nome associado a esta iniciativa, Ângelo Reis, o proprietário, já esteve envolvido em duas edições anterio-res dos «Fins-de-semana Gastronómicos» com o anterior restaurante, em Bustelo. O gerente a� rma que “as colabora-ções correram bem, mas, infelizmente, os pratos típicos não agradam a toda a gente”. Durante os dias em que o evento decorrerá, as principais atrações serão o pão de Ul, a vitela assada e as papas de S. Miguel. No entanto, o pão de Ul não será uma novidade para os clientes habituais do estabele-cimento, uma vez que já pertence à ementa habitual. Além

do mais, no jantar de sexta-feira, dia 2, se optar pelo prato típico e possuir o passaporte do Fim--de-Semana Gastronómico, terá direito a 10% de desconto, sendo que as papas de S. Miguel são oferta da casa, tal como nos restantes dias do programaÂngelo Reis considera que “vale sempre a pena aderir a estes eventos”, uma vez que “não há despe-sas extra e fomenta a divulgação do estabelecimen-to, bem como da gastronomia regional”.

Vereador Pedro Marques defende o evento

ATRAVÉS DA GASTRONOMIA PROMOVER O NOSSO CONCELHOexplorar e conhecer no que diz respeito à gastronomia da re-gião.”

O pretendido com esta ade-são “é uma coisa muito simples, é que Oliveira de Azeméis se de-termine e demarque o seu papel de parceiro forte na gastrono-mia, e isso foi conseguido.”

Não existe uma promoção muito local, mas sim sectorial e regional mas “tem a vantagem de ter a ascensão do turismo. Vamos a qualquer restaurante aderente a este programa, que são milhares e milhares, e temos lá um book informativo onde estão os restaurantes oliveiren-ses.”

Num dos restau-rantes foi sa-lientado o facto de na edição do ano pas-sado, por ter sido mais na Primavera e pelo facto de as pa-pas de São M i g u e l s e r e m “ q u e n -tes”, este p r a t o t í p i c o o l i v e i -rense ter tirado vi-s i b i l i d a d e ao mesmo, o vereador refere que “ o calendário não é de� nido pela

Câmara Municipal. Acresce que as papas de São Miguel são um produto que tem uma base ca-

lórica diferen-te da vitela.

Os res-tauran-tes não

estão obri-g a -dos a seguir

u m a ementa

m u i -

to especí� ca, o que pedimos é que promovam, para além do pão de Ul, um outro prato, mas devem ter sempre uma alter-nativa; neste caso, em 2012, é a vitela assada mas se tiverem as papas de São Miguel, que se coadunam, porque ainda vamos estar no frio. Têm é de aproveitar a iniciativa para potenciar o seu restaurante e a gastronomia de Oliveira de Azeméis.”

EVENTO PROMOVE A GASTRONOMIA OLIVEIRENSE

Para a promoção deste even-to, que é regido pela entidade

regional de turismo Porto e Norte de Portugal são

publicadas dezenas e dezenas de pá-ginas em jornais, anúncios, � ayers, cartazes. Todos os restaurantes aderentes têm acesso a essa informação, têm books, tal como todos os postos de t u r i s m o, e x i s t e um site www.por-

toenor te.pt que pro-

move esta iniciativa e,

no nosso caso, compete -nos

fazer o apelo à par-ticipação dos nos-

sos concidadãos.” “Esta é uma iniciativa muito

recente e segue um critério de muita simplicidade. Nós enten-demos que Oliveira de Azeméis é forte na gastronomia, e que isto é um passo em direcção à promoção da mesma.”

Existe uma grande aposta no Pão de UL, “ que é o nosso ex--líbris, é um produto que se dis-tingue, é único, é um produto regional e tradicional. O objetivo é através da gastronomia pro-mover o nosso concelho.

RESTAURANTES VÃO REPRE-SENTAR BEM O. DE AZEMÉIS

Pedro Marques a� rma que “este ano, estamos mais atentos a falhas do passado, nomea-damente o facto do represen-tante de turismo de Oliveira de Azeméis, que por acaso sou eu, não ter feito um prólogo pelos restaurantes todos. Vou tentar fazê-lo este ano e acho que seria importante levar a comunicação social comigo (portanto desde já convido a “A Voz de Azeméis” e, de alguma forma, através destes movimentos conseguimos valo-rizar o que de bom fazemos no concelho.”

Oliveira de Azeméis vai ter os dias 2, 3 e 4 especi� camente para promover os seus produtos a par de outros cinco concelhos, nesses dias, “mas são concelhos que no fundo se complementam em termos de gastronomia. Eu penso que estes 16 restaurantes vão, de facto, representar muito bem o Oliveira de Azeméis.”

Page 8: "A Voz de Azeméis

| 8 | A VOZ DE AZEMÉIS | EntrEVIStA | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

O Presidente da Federação das Associações de Pais do Concelho de Oliveira de Azeméis (FAPCOA), Carlos Martins, em entrevista ao nosso jornal aborda o papel do organismo que lidera e falou de um tema candente da Educação: a fusão de agrupamentos

O Que é a FaPCOa?Estatutariamente a FAPCOA,

que é a Federação das Asso-ciações de Pais do Concelho de Oliveira de Azeméis, tem como  objetivo congregar, coor-denar, dinamizar, defender e re-presentar todas as Associações de Pais do concelho, sem preju-ízo da autonomia das mesmas. Em termos práticos, cabe-lhe a representação de todos os pais e encarregados de educação junto do Município de Oliveira de Azeméis. Representa, assim, todos os pais e encarregados de educação nos organismos mu-nicipais onde estes devem estar representados, nomeadamente no Conselho Municipal de Edu-cação e na CPCJ - Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. Intervém também junto das au-

tarquias locais concelhias e dos órgãos de gestão escolar, de modo a possibilitar e facilitar o exercício do direito e do dever que cabem aos pais e encarrega-dos de educação e às estruturas que os representam, de orienta-rem e participarem ativamente na educação integral dos seus filhos e educandos. A FAPCOA é também o parceiro do Município em tudo o que se refere à edu-cação.

A FAPCOA é uma estrutu-ra intermédia que se insere no movimento associativo de pais nacional, que está organizado em

oliveira de azeméis

“A FAPCOA é uma estrutura inter-média que se insere no movimen-to associativo de pais nacional que

está organizada em pirâmide...

a Federação das Associações de Pais do Concelho de Oliveira de Azemés tem tido um papel ativo em relação ás questões da educação.

pirâmide não hierarquizada, em que temos na base as Associações de Pais de escolas e jardins-de-in-fância e no topo a CONFAP-Confe-deração Nacional das Associações de Pais, da qual somos um dos membros mais ativos.

 Quais as principais atividades que a federação desenvolve?

As atividades da FAPCOA são normalmente muito variadas. No ano de 2011, as nossas aten-ções estiveram viradas entre outros para dois aspetos: a for-mação parental e o acompanha-mento do processo negocial da agregação de agrupamentos.

No que diz respeito à forma-

ção parental, fizemos uma pro-posta às sete associações de pais de sede de agrupamento e às duas não agrupadas, no sentido de dentro da sua área de influ-ência, envolvendo as restantes associações dessa área, para que em conjunto promovamos a re-alização de ações de formação parental sobre o papel dos pais

e encarregados de educação enquanto representantes de tur-ma.

Das nove estruturas, oito rece-beram com muito agrado a pro-posta e realizámos um progra-ma com outras tantas ações de sensibilização e formação sobre o tema. Promovemos ainda uma ação de sensibilização subordi-nada ao tema os pais e encarre-gados de educação no Conselho Geral e no Conselho Pedagógi-co. Todo este programa implicou um grande esforço financeiro, mas apesar de já ter sido garan-tida a sua aprovação, ainda não foi recebida a comparticipação dos gastos que envolveu, que

são enquadrados no protocolo assinado entre a Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) e a CONFAP.

Foi um programa ambicioso e quase pioneiro a nível nacional, já que, só agora, outras estrutu-ras concelhias a nível nacional estão a equacionar lançar ações idênticas. Pela primeira vez, a FAPCOA desenvolveu ações que cobriram de uma só vez, todo o território educativo concelhio. Importa também referir todo o apoio e o incentivo que as dire-ções das escolas que nos aco-lheram sempre nos proporcio-naram.

No que se refere à agregação

“Promovemos ainda uma ação de sensibilização subordinada ao tema os pais e encarregados de

educação...

Fusão de agrupamentos é inevitávelSalienta o Presidente da Federação das Associações de Pais do Concelho de Oliveira de Azeméis

Page 9: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 Março 2012 || | 9 |A VOZ

DE AZEMÉIS |EntrEVIStA|

de agrupamentos, a FAPCOA liderou o trabalho de acompa-nhamento e de negociação so-bre o processo, mantido com o Município, tentando que a parti-cipação das nossas filiadas fosse o mais representativo possível, para que os constrangimentos, na medida do possível, pudes-sem ser minimizados e partilha-das as preocupações.

Já que fala em associação de agrupamentos, qual é a posi-ção assumida pela federação?

A nossa posição é pública. Por princípio somos contra, porque a agregação de agrupamentos vem pôr em causa um dos princí-pios basilares consagrados na lei da gestão escolar, que é o refor-ço da participação da comunida-

de e das famílias no que se refere ao seu relacionamento entre as suas organizações representati-vas e os órgãos de gestão das es-colas. Apesar disso, percebemos a inevitabilidade da aplicação da medida. Considerando o espiri-to pró-ativo das associações de pais, fizemos sempre questão de participar e de nos manifes-tarmos como parte interessada no processo. Levámos às reu-niões com o município a nossa visão estratégica para minimizar o impacto da agregação, que passava por criar alguns equilí-brios no reorganização da rede educativa, pela criação de zonas tampão que contrariassem o constante alimentar das escolas dos concelhos vizinhos com alu-nos provenientes do concelho, reforçando a oferta educativa, principalmente ao nível do en-sino secundário nessas zonas, para criar oferta que contrarias-se essa saída e ainda para dar o adequado relevo às dificuldades que os alunos iriam sentir na

rede de transportes escolares com um eventual aumento da mobilidade.

Entretanto a medida foi sus-pensa, mas espero que depois do esforço despendido não tenha sido uma oportunidade perdida, porque continuamos conscientes e o próprio Ministé-rio já deu conta dessa intenção. É inevitável a sua implementação.

Esperamos que no futuro possam ser sempre auscultados todos os agentes educativos de forma a ser encontrada, e acima de tudo negociada, uma solu-ção de compromisso, que possa minimizar os constrangimentos que a aplicação da agregação de agrupamentos no nosso conce-lho provocará.

Esperamos ainda que este processo seja iniciado e con-cluído em tempo útil, com uma decisão com uma distância tem-poral grande em relação ao iní-cio do próximo ano letivo, para que todos possam fazer a difícil adaptação à nova realidade.

 Como é que a FaPCOa vê a fusão da escola Secundária Soares Basto com a eB 2, 3 Bento Carqueja? até que pon-to e para quem será vantajosa esta união?

  Temos que analisar sempre com muito cuidado essas fusões, porque essas ações vão desde logo limitar a participação dos pais nos órgãos de gestão e a sua capacidade de intervenção. Isto, porque, com essa fusão, a sua representação vai ser reduzida a metade e também porque vai implicar uma grande concentra-ção de alunos no mesmo espaço. No caso presente, tendo em con-ta o contexto em que essa fusão se vai realizar, porque implica a construção em termos concretos de uma escola completamente nova, abandonando uma estru-tura, a Bento Carqueja, que se encontra degrada e necessita-da de grandes investimentos e, até porque as escolas em causa estão apenas separadas por um muro, parece-nos mais ou me-nos pacifica a fusão. Além do mais, não chegou ao nosso co-

nhecimento qualquer manifes-tação contrária a essa fusão, com origem em qualquer uma das associações representativas das comunidades envolvidas.

 Qual a opinião da FaPCOa relativamente às condições físicas do parque da escolar do primeiro ciclo?

O parque do primeiro ciclo, em termo de investimentos, esteve abandonado, durante

muito tempo. Só temos inves-timentos de vulto nas escolas do primeiro ciclo a partir, mais ou menos do ano 2000, porque até aí muito pouco foi feito. A maioria das escolas, apesar de algumas obras, estão desade-quados das exigências atuais, quer em termos dos espaços disponíveis nos edifícios, quer em termos das condições que elas oferecem, sendo até bastan-te desconfortáveis. A aposta na escola a tempo inteiro veio por a nu essas carências. Aqui queria

sublinhar o papel importantíssi-mo das Associações de Pais do nosso concelho, que têm sido uma alavanca muito importante, para dotar as escolas de melho-res condições e até de recursos, tendo muitas delas, embora não sendo a sua missão, custeado al-gumas obras, dando uma ajuda muito importante ao município na conservação e na melhoria das condições de muitos estabe-lecimentos de ensino.

Fui convidado recentemente para o cinquentenário de uma escola básica nos arredores da cidade, onde ouvi alguns pais a referirem que as condições fí-sicas atuais da escola são muito idênticas às que tinham quando as frequentaram. Os novos cen-tros escolares já construídos e os que se encontram em projeto virão por certo alterar este esta-do de coisas, mas penso que a sua implementação só peca por tardia, já deviam estar em uso há uma década. Acresce ainda que as últimas construções dos anos 80 e 90 foram escolas de peque-na dimensão, de duas salas, que, por coincidência, foram as pri-meiras a ser encerradas.

Com a medida abre-se um novo desafio a todos os pais e encarregados de educação e que vai de encontro a um obje-tivo da FAPCOA. Com a gestão cada vez mais longe, cada vez tem mais sentido que cada uma das escolas e jardim-de-infância do concelho tenha a sua própria Associação de Pais legalmente constituída. Nós estamos cá para ajudar a concretizar esse objeti-vo. Com a gestão cada vez mais afastada, as Associações de Pais têm de estar mais perto dos lu-gares onde estão os seus filhos e educandos.

 Como encara a FaPCOa o en-cerramento de escolas em mui-tas freguesias do concelho?

Em primeiro lugar temos de analisar o contexto em que al-gumas escolas encerram. As que encerraram recentemente e con-cretamente, as EB1’s em São Ro-que, foram-no porque os alunos foram transferidos para um novo

Centro Escolar que reúne melho-res condições, está melhor equi-pado e insere-se dentro do que é a política definida pelo muni-cípio. Em relação ao fecho de es-colas com menos de 21 alunos, que se insere na reorganização da rede escolar iniciada em 2005, temos de ter compreensão pelo sentimento das populações pelo encerramento da escola que frequentaram quando crianças e que fica mesmo ali ao lado de casa, mas por outro lado temos

de ter consciência das questões de ordem pedagógicas que mui-tas vezes estão postas em causa, quando um único professor tem de lecionar simultaneamente quatro anos a um numero redu-zido de alunos e onde, por vezes, estão alunos com necessidades diferentes que prejudicam, por certo, o rendimento escolar. No caso do nosso concelho, o encer-ramento de escolas implicou a transferência de alunos para ou-tras escolas da mesma freguesia, mantendo-se o princípio da Car-ta Educativa que se mantém em funcionamento pelo menos uma em cada freguesia. Mas em rela-ção ao encerramento de escolas, queria recordar o fecho de Vilar, que já ocorreu muito antes desta medida mais recente, salvo erro em 2002 ou 2003, em que exis-tiu também um sentimento de desagrado dos pais nessa altura. No entanto, mais tarde, quando se movimentaram para conse-guirem o número de 21 alunos, chegaram à conclusão de que, apesar do incómodo da desloca-ção para as escolas da cidade, as condições pedagógicas que os alunos encontraram eram muito mais favoráveis do que as que teriam numa escola com 21 alu-nos e um único professor para quatro anos de escolaridade.

“Levámos às reuniões com o mu-nicípio a nossa visão estratégica

para minimizar o impacto da agregação...

“Acresce ainda que as últimas construções dos anos 80 e 90

foram escolas de pequena dimen-são de duas salas...

A FAPCOA é uma estrutura intermédia que se insere no

movimento associativo de pais nacional, que está organizado em pirâmide não hierarquiza-da, em que temos na base as

Associações de Pais de escolas e jardins-de-infância e no topo a CONFAP-Confederação Nacio-nal das Associações de Pais, da qual somos um dos membros

mais ativos.

Fusão de agrupamentos é inevitávelSalienta o Presidente da Federação das Associações de Pais do Concelho de Oliveira de Azeméis

Page 10: "A Voz de Azeméis

| 10 | A VOZ DE AZEMÉIS | SOcIEDADE | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

oliveira de azeméis

A 28 de Setembro de 1965 um grupo de audaciosos rapazes de Oliveira de Azeméis decidiu formar um conjunto de ritmos modernos a que deram o nome de Conjunto Académico «The Rangers».

A formação inicial era com-posta por Carlos Flores (viola-so-lo), José Brandão (viola-baixo), Luís Correia Matos (viola-acom-panhamento), Zeferino Teque (bateria) e Elísio Guilherme Fer-reira (vocalista).

No ano seguinte saíram Luís Matos e José Brandão e entra-ram para os seus lugares César Pinho e João Carlos Tavares. Em 1967, Daniel Pintor integrou o grupo como teclista.

Inicialmente os ensaios de-corriam em casa do Carlos Flo-res, onde um velho rádio servia de amplificador, para a sua viola e o microfone do vocalista Elísio. Também, para este efeito, utili-zaram o salão nobre dos Bom-beiros Voluntários de Oliveira de Azeméis, onde animaram alguns bailes.

Famílias colaboraramAs dificuldades, contudo sur-

giram logo depois, já que era ne-cessário adquirir instrumentos e outros utensílios, que, no entan-to, a compreensão das famílias ajudou a superar, permitindo--lhes a aquisição da primeira aparelhagem de som, uma Dy-nacord. Para que tal se verificas-se, os seus progenitores ficaram como fiadores de uma impor-tância avultada para a época (90 contos - 450€), que, contudo foram pagos no espaço de meio ano, graças às muitas solicitações de que foram alvo. A primeira delas e que constitui um marco inolvidável de referência, foi um convite para animar, no dia 19 de Fevereiro de 1966 uma festa de finalistas da Escola Industrial de Gouveia, que decorreu no Cine Teatro local, onde «Os Rangers», após uma brilhante atuação, deixaram ótima impressão. An-tes, porém, já tinham aconteci-do alguns concertos caseiros, o primeiro dos quais decorreu no salão paroquial da freguesia oli-veirense de Vila Chã de S. Roque.

Depois sucederam-se atua-ções em Coimbra, no Porto, em Aveiro, Leiria, Guarda, Mangual-de, Carregal do Sal, no Grande

Conjunto «THE RANGERS»Banda revive êxitos dos anos 60

Hotel da Curia, no Grande Casi-no do Luso, Mortágua, Estarreja, Albergaria-a-Velha, Vale de Cam-bra, Sport Clube de Coselhas, no salão monumental do Clube de Coimbra e noutros locais, em bailes de finalistas, romarias, clubes de baile e em vários fes-tivais, nomeadamente no pro-

grama “Festival”, que decorria, aos domingos de manhã, no ci-nema Vale Formoso, no Porto, e nos dias 30 de setembro e 25 de dezembro venceram, respetiva-mente em Coselhas (Coimbra) e Cavadas (Cucujães), dois concur-sos de música moderna.

convite de espanhaNesta altura tentaram o lan-

çamento da primeira gravação comercial e chegaram a receber um convite para atuar durante 15 dias no Grande Casino de Ba-dalona, em Barcelona.

Elísio Guilherme Ferreira (vo-calista) classificou-se em 2.º lu-gar no concurso “Reis da Rádio”, organizado pela revista “Plateia”. Aliás, esta revista, famosa nas décadas de sessenta e seten-ta, bem como alguns jornais da época, promoveu por várias ve-zes a cobertura de algumas atu-ações de «Os Rangers».

Artur Teque, pai do Zeferino desempenhou um papel im-portantíssimo na banda, não só como diretor e empresário do conjunto, mas fundamental-mente como guia, conselheiro, orientador e condutor daquele grupo de jovens pré adultos.

Em 1969 o grupo começou a desmembrar-se e extinguiu--se mesmo devido ao facto dos

elementos que compõem a banda de pé - João Carlos, Daniel Pintor, Carlos Flores e Elisio Ferreira. sentados - Zeferino Teuqe e Cesar Pinho

The rangers no Cine - Teatro de Arouca

Page 11: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1Março 2012 || | 11 |a voZ

de aZemÉis | sociedade | | 11 |a voZde aZemÉis | sociedade |

elementos começarem a ser integrados nas forças armadas portuguesas e mobilizados para combater em África, na guerra colonial, nas então províncias ultramarinas da Guiné, Angola e Moçambique.

presenÇas em espetÁcUlos e na tv

Volvidos 40 anos «Os Ran-gers» voltam a juntar-se para dar continuidade a um projeto inacabado, cujo reaparecimen-to se dá devido a um convite do Município oliveirense para a participação de grupos musicais do concelho, que existiram na década de sessenta, no Festival

da Juventude que se realiza pe-riodicamente.

Em 2009, a 19 de Fevereiro de 2011 deram dois espetáculos memoráveis no Cine Caracas, que esgotaram totalmente a lo-tação daquele espaço. A 24 de Abril de 2010, no mesmo espaço da cidade com os TrocoPasso, deram também um concerto a favor das vítimas do temporal ocorrido na ilha da Madeira.

Em Agosto de 2011 estiveram presentes em direto num pro-grama de televisão transmitido a partir de Oliveira de Azeméis, no âmbito da chegada de uma etapa da Volta a Portugal em bicicleta.

Nos dias 2 e 3 de Dezembro

do último ano, a convite da Câ-mara Municipal de Arouca e do Rotary Clube local, atuaram no Cine Teatro arouquense para gáudio de muitos fãs, que os ovacionaram demoradamente, após a interpretação de vários temas dos anos sessenta, quer de música portuguesa, quer te-mas de grandes artistas e bandas estrangeiras, entre os quais Ada-mo, Roberto Carlos, The Shado-ws, The Beatles, Rolling Stones, Bee Gees, The Animals, incluindo ainda inéditos da sua autoria

Estiveram presentes já por mais de uma vez no programa televisivo do 1.º canal da Rá-dio Televisão Portuguesa, Praça

da Alegria, a última das quais aconteceu no dia 4 de Janeiro de 2012, bem como na TVI, a 18 de junho de 2009, no programa “Você na TV”, com a jornalista Cristina Ferreira.

Gravar Um cd É Uma possibilidade

Há cerca de um ano a Casa da Música do Porto publicou um li-vro intitulado “As casas da Músi-ca no Porto”, da autoria de Sérgio C. Andrade, Ana Maria Liberal e Rui Pereira, da Mecenas das Edi-ções Casa da Música. Na página 229 daquela edição, há uma re-ferência a «The Rangers».

A banda ultimamente foi en-

riquecida com a presença de vários elementos femininos, no-meadamente Eva Danin, Sandra Silva e Sandra Brandão e de um amigo de longa data, o Dr. Luís Borges, que lhe dá ainda, uma maior qualidade.

Neste momento há a possi-bilidade da gravação de um CD, com música dos anos sessenta e duas faixas de inéditos, esperan-do o inevitável patrocínio.

Na Internet é possível ace-der ao sítio dos «The Rangers» em www.therangers.com.pt ou www.myspace.com/conjunto-therangers.

No youtube é possível tam-bém ouvir canções tocadas pela banda de Oliveira de Azeméis

Page 12: "A Voz de Azeméis

| 12 | A VOZDE AZEMÉIS | SOCIEDADE | Quinta-feira 1

MARÇO 2012 ||

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

Seis meses depois da sua chega-da Ricardo Caiado, comandan-te do Destacamento Territorial da GNR de Oliveira de Azeméis, fez um balanço e admitiu que os números da criminalidade e sinistralidade “diminuíram fran-camente”.

Texto e Fotos: Vera Tavares

Ricardo Caiado, Capitão de Infantaria, chegou em Setembro de 2011 a Oliveira de Azeméis para comandar os destinos do Destacamento Territorial com-posto pelos postos de Oliveira de Azeméis, Cesar, Cucujães, Castelo de Paiva, Arouca e Vale de Cambra.

Em entrevista à “Voz de Aze-méis”, Ricardo Caiado garantiu que os números da criminalida-de e sinistralidade na zona de atuação do Destacamento Ter-ritorial de Oliveira de Azeméis “diminuíram francamente” e que para tal os militares empenharam--se diariamente com bastante de-dicação nas suas missões numa altura em que os recursos huma-nos são escassos mas, refere, con-seguiu fazer “mais com menos.”

Num balanço franco dos seis meses de comando, Ricardo Caia-do assegura que quando chegou ao Destacamento de Oliveira de Azeméis encontrou uma realidade bem diferente daquela com que anteriormente lidara, uma vez que vinha de uma unidade diferente, uma área muito especí� ca e res-trita da Guarda Nacional Republi-cana. No entanto, o comandante do Destacamento da GNR de Oli-veira de Azeméis assegurou que colocou toda a sua experiência pro� ssional no comando de ho-mens e de situações operacionais para conseguir ultrapassar alguns obstáculos. Ricardo Caiado não escondeu que para tal usou uma “arma” que defende muito que é começar por dar o exemplo aos militares, cativando-os assim para que desempenhem as suas fun-ções com e� cácia e pro� ssionalis-mo. “Não exijo nada aos meus mi-

CRIMINALIDADE E SINISTRALIDADE REGISTAM DIMINUIÇÃOComandante do Destacamento Territorial da GNR faz o balanço de seis meses

litares, diariamente, que não faça. Com base no exemplo, com base na motivação diária, com base em situações menos fáceis, acabamos por desempenhar as nossas fun-ções e cumprir as nossas missões que têm dado frutos no que refere à criminalidade e sinistralidade”, sublinhou o jovem Capitão Ricar-do Caiado.

A “Voz de Azeméis” confrontou o comandante do Destacamento Territorial da GNR, sobre o tipo de crimes mais frequentes na sua zona de atuação e o mesmo foi perentório em dizer que o cri-me contra o património tem sido o mais signi� cativo nos últimos tempos.

Dados nacionais apontavam que o roubo por esticão tinha tido uma expressão muito signi� cativa mas Ricardo Caiado sublinhou que na área de atuação dos seis postos – Arouca, Castelo de Paiva, Cesar, Cucujães, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra – não se veri� ca muito essa prática, frisando que esse tipo de crime, em alguns casos, é demasiado mediatizado,

não obstante essa prática contri-buir em grande percentagem para um aumento de sentimen-to de insegurança por parte da população em geral.

Ricardo Caiado falou-nos, ain-da, sobre a onda de furtos de bustos públicos, que preocupou alguns populares e responsáveis autárquicos, referindo que teve que “reunir esforços para que o desfecho fosse favorável”, sen-do que o resultado � nal é uma compilação de esforços dos vá-rios Destacamentos Territoriais do Comando de Aveiro e que culminou na detenção de alguns suspeitos.

EFETIVO REDUZIDO MAS PO-PULAÇÃO COM SEGURANÇA GARANTIDA

Insegurança é um sentimento que assombra em grande parte o dia-a-dia de muitos populares que reclamam a presença de militares na rua e de um policia-mento mais assíduo e de pro-ximidade. Na verdade, Ricardo Caiado admite que “todos gosta-

riam de ter e ver um militar em cada esquina ou em cada rua” mas isso é impossível. Em Olivei-ra de Azeméis esse sentimento não é fundado nem real pois “os números falam por si” e não há motivos para que se possam sentir inseguros. O comandante salienta que “ temos as condi-ções necessárias para cumprir a missão de forma e� caz e e� cien-te sendo que o melhor que pos-so dizer é que os números falam por si com a diminuição da cri-minalidade e da sinistralidade”.

CESAR E CUCUJÃES COM INTERVENÇÕES MAIS “CIRÚRGICAS”

Questionado sobre a necessi-dade imediata de intervenções nos Postos de Cesar e Cucujães, o comandante do Destacamen-to assegurou à “Voz de Azeméis” que as instalações destes dois quartéis são uma realidade que o preocupa seriamente. Ricar-do Caiado frisou que “estamos a trabalhar no sentido de pro-curar internamente, ou mesmo

em parcerias com o poder local, forma de conseguirmos dar a volta à situação e garantirmos as melhores condições possíveis de trabalho e alojamento para os militares, visto que muitos deles pernoitam no posto. Para isso, estão a ser feitas algumas inter-venções cirúrgicas”.

VALÊNCIAS NO DESTACA-MENTO COM RESULTADOS POSITIVOS

Em jeito, igualmente, de ba-lanço o capitão Ricardo Caiado não se esqueceu de enaltecer o empenho do Núcleo de Prote-ção do Ambiente, Projecto Es-cola Segura e ainda o trabalho – menos visível mas bastante importante – do Núcleo de In-vestigação Criminal.

Estas são valências que de-senvolvem um trabalho menos visível mas que têm mostrado resultados bastante satisfatórios quer preventivos – no caso da Escola Segura e Proteção do Am-biente - bem como penalizantes na área da investigação.

AZEMÉIS ACOLHEU NOVO COMANDANTE

Ricardo Alexandre Rodrigues Caiado é o novo comandante do Destaca-

mento Territorial da GNR de Oliveira de Azeméis. Capitão de Infantaria

comanda desde 5 de Setembro de 2011 o Destacamento oliveirense e

apresenta um vasto currículo na área policial.

Com 30 anos esteve ao serviço da GNR na Unidade de Intervenção na quali-

dade de 2.º Comandante do Centro de Inativação de Explosivos

e Segurança em Subsolo, em Lisboa, até 4 de Setembro de 2011.

Licenciado em Direito e em Ciências Militares é, também, formador em

Ações de Formação levadas a cabo pelo Centro de Inativação de Explosivos

e Segurança em Subsolo/GNR a entidades externas à Guarda Nacional

Republicana.Formador no 1.º e 2.º Curso de Explosive Ordnance Disposal (EOD) da GNR.

Diretor de Curso do 2.º Curso EOD da GNR.

Diretor de Curso e Formador do 1º Curso de Segurança para Condutores de

Viaturas Operacionais EOD da GNR.

Orador em Ações de Formação/Palestras da especialidade de Inativação de

Engenhos Explosivos Improvisados/GNR e de Defesa Nuclear, Radiológica,

Biológica e Química, aos Cursos de Formação e Promoção da GNR.

Participação na Operação de desmantelamento da base logística da ETA

em Portugal, que decorreu nos dias 5 e 6 de Fevereiro de 2010, na qual se

procedeu à análise, recolha, remoção e inativação de centenas de quilogra-

mas de engenhos explosivos e precursores de explosivos.

Ricardo Caiado, comandante Destacamento Territorial composto pelos postos de Oliveira de Azeméis, Cesar, Cucujães, Castelo de Paiva, Arouca e Vale de Cambra

Page 13: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 março 2012 || | 13 |A VOZ

DE AZEMÉIS | SOcIEDADE |

oliveira de azeméis

“Os crimes mais representativos no concelho são os de tráfico de dro-ga, furtos qualificados e roubos.

o Juiz presidente do círculo judicial, Dr. António Alberto falou sobre a justiça no nosso concelho

Com a crise vivida no nosso País são muitas as vozes a questionar--se sobre a “saúde”da nossa justi-ça, e a querer saber como está o nosso concelho a este nível.O Juiz presidente do círculo judi-cial, que integra as comarcas de Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Vale de Cambra e Arou-ca, Dr. António Alberto, levantou uma ponta do véu e retirou algu-mas dúvidas.

Para o juiz António Alberto, a criminalidade grave, ou seja a mais violenta, está a aumentar e a tendência é para a sua con-tinuidade. “A meu ver, existem padrões de vida dos quais as pessoas não estão dispostas a abdicar e praticam crimes para os manter. Não estamos a falar de roubar para comer, ainda não chegamos a esse ponto, mas de indivíduos que vivem em núcle-os urbanos ou suburbanos das grandes metrópoles e que se habituaram a viver dos subsídios que o Estado atribui e das be-nesses por este atribuídas e que agora estão a ser cortados. Essas pessoas não estão dispostas a

trabalhar, ou as que estão não têm trabalho, acabando por se voltar para a criminalidade, esta altamente violenta.”

Violência gratuita sobre cidadãos indefesos

Para infelicidade do nosso País esta violência gratuita “está a ser exercida sobre os mais inde-fesos: jovens, mulheres e, o mais preocupante, idosos. Portanto, a criminalidade está a aumentar, contrariamente ao que se leva a fazer crer com estatísticas falsas.”

De acordo com o juiz Dr. António Alberto, os principais agentes dos crimes são cada vez mais novos. “Muitos destes estão

Juiz presidente do Tribunal de Círculo entrevistado por “A Voz de Azeméis”

“A criminAlidAde violentA está A AumentAr”

desinseridos da sociedade, o que significa que são pessoas com hábitos de violência desde a escola e que normalmente es-tão ligados a estupefacientes,

o que faz com que tenham re-acções de excessiva violência na prática dos crimes.”

Para combater esta onda de criminalidade, o mais eficaz “ é sempre a prevenção. Aumento da eficácia das forças de segu-rança, policiamento de proxi-midade, que, julgo, já se estar a fazer algo neste sentido, e depois nunca esquecer que os tribunais são a reação à crimi-nalidade, e não a prevenção. Nós temos um meio de pre-venção que são as penas, mas esse é o fim da linha, portanto o que importa ao cidadão em primeiro lugar é, antes de che-gar ao tribunal, a prevenção,

prevenção e mais prevenção.”

tribunais precisam de condições para trabalhar

Quanto aos tribunais, prosse-guiu o juiz, é bom que “ entre o momento em que o individuo é apanhado e a ocasião em que é julgado seja mais rápido, mais dissuasor, porque, se criarmos a consciência de impunidade, aumenta a ideia de que se pode praticar o crime, de que eu não sou apanhado ou, se for, tenho grandes hipóteses de não ser julgado em tempo útil e de es-capar.”

O momento da detenção ou do flagrante delito, o momento do julgamento, o mais rápido possível e o cumprimento eficaz da pena são as conjugações que tornam a justiça mais eficaz.

Quando questionado até que ponto o cidadão comum pode contar com os tribunais, a res-posta é rápida e simples: “Pode contar sempre com os tribunais, desde que o poder politico cum-pra aquilo a que se compromete quando é eleito e dê aos tribu-nais meios para trabalhar.”

Isto porque “a Constituição da Republica Portuguesa tem

instalações com problemas

graVíssimos

Confrontado com o tamanho das salas de audiência, ou a falta de ar condicionado entre outros aspetos, o dr. antónio alberto confirma que “aqui em oliveira de azeméis temos um manifesto problema de ins-talações. o círculo de oliveira de azeméis tem boas insta-lações em todos os tribunais, são João da madeira, vale de Cambra e arouca, mas aqui, infelizmente, temos proble-mas gravíssimos. Têm-se feito vários esforços nos últimos anos para tentar solucionar a questão, devo salientar que da parte da actual Câmara e do dr. Herminio loureiro temos tido muito apoio para tentar resolver o problema.”Neste momento aguarda--se, “com as alterações e a reorganização judiciária do território que está prevista, o que irá sair em sorte a oliveira de azeméis.”

um artigo que diz que os juízes administram a justiça em nome do povo, não é em nome dos po-líticos mas sim do povo.”

Justiça em o. azeméis funciona bem

O magistrado revela que a justiça em Oliveira de Azeméis funciona bem, “contrariamente ao que se possa pensar, se to-marmos como referência o cír-culo mais próximo de nós, que é o da Feira.”

Quanto ao índice de crimina-lidade, considera-o normal para um concelho que se situa na periferia de uma grande cidade que é o Porto. “As pessoas ainda podem ter alguma tranquilidade, nós temos pouca criminalidade violenta, temos índices médios de criminalidade, para já nada de preocupante.”

Quanto às freguesias mais lesadas“ não tenho elementos quanto a isso; a primeira triagem é feita pelo Ministério Publico, nós recebemos os processos para julgamento, há muitos que são arquivados, outros é proposta pelo Ministério a suspensão da instância ou a suspensão provi-sória do processo. Em julgamento não temos essas estatísticas.”

Os crimes mais representati-vos no concelho são os de tráfico de droga, furtos qualificados e roubos. “Excecionalmente apa-rece um homicídio, temos com alguma frequência, mais do que se desejaria, e mais do que se vê

noutras comarcas aqui mais pró-ximas, que é o abuso sexual de menores. Violações tivemos duas ou três. Há alguns casos de vio-lência doméstica, nomeadamen-te um que foi muito noticiado, de um individuo que matou a senho-ra com várias facadas. Mas por or-dem decrescente os casos mais representativos são os roubos, furtos qualificados e o tráfico.”

“...entre o momento em que o indi-viduo é apanhado e a ocasião em

que é julgado seja mais rápido, mais dissuasor,...

“A meu ver, existem padrões de vida dos quais as pessoas não

estão dispostas a abdicar e prati-cam crimes para os manter.

Page 14: "A Voz de Azeméis

| 14 | A VOZ DE AZEMÉIS | cIDADE | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

oliveira de azeméis

Várias escolas do concelho de Oliveira de Azeméis par-ticiparam, na tarde de 11 de Fevereiro, no desfile carnava-lesco pelas ruas da cidade. O trânsito no centro da cidade foi cortado e foram muitos os curiosos que quiseram ver passar o carnaval infantil.

O corso saiu por volta das 15 horas, com início na Praça da Cidade e percorrendo depois as ruas Marquês de Abrantes, do Cruzeiro, António Alegria, as avenidas César Pinho e Dr. Antó-nio José de Almeida, a Praça José da Costa e, finalmente, a rua do Emigrante.

Centenas de crianças de vá-rias creches, jardins-de-infância e escolas do concelho participa-ram neste desfile carnavalesco organizado pela Divisão Munici-pal de Educação da Câmara Mu-nicipal de Oliveira de Azeméis. Pais, familiares, amigos e outros curiosos posicionaram-se pelos passeios das principais artérias da cidade para assistirem ao des-file de cor, alegria e magia.

Este foi o segundo ano em que o desfile infantil de Oliveira de Azeméis foi realizado ao sábado. A adesão foi grande já que foram cerca de uma dúzia de escolas a participar. Foram elas o Centro Social Paroquial de S. Miguel, o Centro de Apoio Familiar Pinto de Carvalho, a Santa Casa da Mi-sericórdia de Oliveira de Azeméis, o Centro Infantil de S. Roque, a Associação Social de S. Martinho da Gândara, o Centro Paroquial Social de Santo André de Maci-nhata da Seixa, o Jardim Infantil de Figueiredo, a Associação de Pais da Escola Básica de Outeiro, o Centro Educativo do Curval e as Escolas Básicas de Ul e Areosa.

Entre os milhares de figuran-tes viram-se temas como a Alice no País das Maravilhas, os artistas do futebol, a reciclagem, os fru-tos e os animais da quinta.

Crianças desfilaram masCaradas pela Cidade

sOrTeiO da famOa CarnaVal de 2012númeriOs premiadOs

1.ª Prémio 3.248 | 2º Prémio 67 | 3º Prémio 3.902

reClamaÇÃo dos Prémios aTé 31 de maio de 2012

Page 15: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 Março 2012 || | 15 |A VOZ

DE AZEMÉIS | cIDADE |

A cidade de Oliveira de Aze-méis assistiu, no dia 21 de Fe-vereiro, ao corso de carnaval organizado numa parceria entre a autarquia de Oliveira de Azeméis e a Federação das Associações do Município de Oliveira de Azeméis (FAMOA).

Apesar de o Governo não ter dado tolerância de ponto aos portugueses, a organização contou COM a presença de cer-ca de 25 mil pessoas instaladas nas principais artérias a assistir ao desfile. Ao contrário do ano passado, em que choveu bastan-te durante quase todo o desfile carnavalesco, este ano o sol brin-dou os oliveirenses toda a tarde.

Foram 25 os carros alegóricos

AlegriA e foliA no CArnAvAl de oliveirA de Azeméis

oliveira de azeméis

que trouxeram muita originali-dade e alguma sátira ao carnaval oliveirense. Mais de um milhar de figurantes desfilaram pelo centro urbano espalhando boa disposição pelos oliveirenses e outros forasteiros. Cucujães, Pi-nheiro da Bemposta, Palmaz e Pindelo foram algumas das fre-guesias que participaram.

O corso carnavalesco saiu, pe-las 15 horas, do Largo do antigo mercado provisório e percorreu o centro da cidade, terminan-do ao final da tarde. Passou por ruas como a de Abílio Campos e Manuel Brandão, pelas aveni-das César Pinho e António José Almeida, a Praça José da Costa, a rua do Emigrante, o Largo da Re-pública e ainda pelas ruas Albino Reis e Luís de Camões.

Page 16: "A Voz de Azeméis

| 16 | A VOZ DE AZEMÉIS | SOcIEDADE | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

educação

o projecto “Inteligência Emocional na Escola” é uma mais valia para os estudantes

Pelo segundo ano consecutivo, um grupo de cesarenses orga-niza, no dia 1 de Abril, domin-go de Ramos, o evento “Cesar Terra Doce”, uma mostra com confeção ao vivo de doçaria regional.

No ano passado, um grupo de cesarenses que estiveram na génese da Associação Villa Cesari durante um jantar de confraternização anual, pen-saram que deveriam fazer algo por Cesar. Dentre as várias ideias partilhadas entre to-dos, surgiu a ideia “de relançar os valores gastronómicos da nossa terra, nomeadamente os doces”, referiu à “A Voz de Azeméis” um dos promotores, Lindolfo Ribeiro.

Aquando da estreia do evento, no ano passado, meia cena de pessoas aderiram ao evento, confecionando ao vivo entre outras iguarias as fitas de carpinteiro, creme queimado

No domiNgo de Ramos, 1 de abRilCesar Terra Doce

ao vivo, aletria, formigos cesa-renses, barriga de freira, sem esquecer a tradicional regueifa.

O evento não se resumirá apenas aos doces. Também ha-verá, para quem quiser degus-tar, as papas de sarrabulho, os rojões e as fêveras em vinho.

“Cesar Terra Doce” é um evento sem fins lucrativos em que tudo é pensado ao porme-nor. Este ano, para além das do-ceiras vestidas a rigor (saia ou vestido preto e avental branco de peito e alças cruzadas atrás) os visitantes encontrarão um espaço acolhedor, decorado com vasos grandes de madeira e flores de várias cores.

A comissão organizadora é constituída por Lindolfo Ribei-ro, Emídio Costa, António de Pinho, Manuel da Silva, Arlin-do Oliveira, José Oliveira, João Oliveira, Virgílio Almeida, Joel Almeida, Carlos Pinho, Domin-gos Queirós, Fernando Gonçal-ves, Carlos Roque e Celestino Ferreira.

No ano letivo de 2006/2007, no âmbito da Psicologia, surgiu, na Escola E.B. 2, 3 de S. João da Ma-deira, um projeto inovador de-signado “Inteligência Emocional na Escola”, criado pela Professo-ra Doutora Manuela Queirós. O projeto deu origem a uma inves-tigação ao nível de um Mestrado em Ativação do Desenvolvimen-to Psicológico da Universidade de Aveiro e está, agora, imple-mentado em várias escolas do concelho.

O projeto Inteligência Emo-cional na Escola (IEE) tem como principal objetivo a criação do Clube de Inteli-gência Emocional em diver-sas escolas básicas do país. A iniciativa que surgiu em S. João da Madeira preten-de que este clube funcione como um “laboratório de emoções”, onde os estudan-tes poderão desenvolver as mesmas e expandir as mais diversas capacidades.

Graças à investigação da Dr.ª Isabel Ramos, sob a orientação do Professor Doutor Carlos Fernandes da Silva, intitulada “Medição da

iNTeligÊNCia emoCioNal Na esCola - aPReNdeR a seR FeliZProjeto começou em S. João da Madeira e está implemen-tado em várias escolas

Eficácia do Treino de Competên-cias de Inteligência Emocional”, foi comprovada a importância e utilidade desta iniciativa. São quatro as áreas exploradas neste Clube: a perceção das emoções (capacidades relacionadas com o reconhecimento de sentimen-tos por estímulos), o uso das emoções (aptidão para aplicar as emoções de modo a facilitar o pensamento e o raciocínio), a compreensão das emoções (ca-pacidade de captar oscilações emocionais nem sempre perce-

tíveis) e o controlo das emoções (habilidade para lidar com as próprias emoções). Estas verten-tes são desenvolvidas através das mais variadas metodologias, das quais podemos destacar técnicas de relaxamento, exercí-cios respiratórios, risoterapia e o desenvolvimento de estratégias orientadas para a manutenção do equilíbrio emocional.

Os Clubes de Inteligência Emocional são locais de fre-quência facultativa nas escolas. O principal objetivo é que os alunos se conheçam a si pró-prios e aprendam a lidar com a sua personalidade, isto porque os problemas dos jovens, com os quais as famílias, muitas vezes, têm dificuldade em lidar, afetam não só o relacionamento com os outros, mas sobretudo o seu de-sempenho escolar.

A mentora do programa, Ma-nuela Queirós, está convicta de que a metodologia consolida a concentração e a memória, me-lhora o rendimento de tarefas e aumenta a capacidade de empa-tia. Para além disso, ajuda o alu-no a alcançar paz e tranquilida-de. Técnicas como a risoterapia promovem a alegria, desenvol-vem a auto-estima e a autono-mia e ainda ajudam a evitar si-tuações de stress e ansiedade no dia-a-dia.

As opiniões dos alunos envol-vidos no programa são unâni-

mes. Uns afirmam que desde que entraram para o clube estão “mais calmos, mais sos-segados, tanto nas aulas como no recreio ou até em casa”, outros dizem que já não são “tão tímidos com os colegas” e alguns referem ainda que passaram a ter “uma atitude perante a vida muito melhor” e tornaram-se “mais responsá-veis”, compreendendo melhor a realidade que os rodeia.

Por ser uma mais-valia para os mais jovens, o projeto Inte-ligência Emocional na Escola não se limitou apenas a São João da Madeira. Este já se encontra inserido em diversas escolas, nomeadamente em Oliveira de Azeméis, Vila Nova de Gaia, Porto e Aveiro.

o cartaz que anuncia o evento Cesar Terra Doce, no próximo dia 1 de Abril

cesar

Page 17: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 março 2012 || | 17 |A VOZ

DE AZEMÉIS | frEguESIAS |

Publicidade

travanca

O Presidente da República, Cava-co Silva, iniciou no concelho de Oliveira de Azeméis, na fábrica de calçado Luís Onofre, a sexta «edição do Roteiro para a Juven-tude Os Jovens nas Indústrias Criativas: Inovar para Crescer».

O chefe de Estado foi confron-tado com um verdadeiro caso de empreendedorismo de sucesso que é a marca de calçado «Luís Onofre», designer oliveirense que combina qualidade, inovação tecnológica e criatividade nas suas produções.

O Presidente da República visi-tou as várias fases desde a conce-ção, à criação, produção e design de uma marca que aposta na ino-vação e na internacionalização. Mais de 90% da produção é expor-tada fazendo de Luís Onofre um caso de sucesso mundial, carac-terística que deixou Cavaco Silva

IndústrIa de sucesso no roteIro do presIdente da repúblIca

satisfeito pela capacidade empre-endedora de um jovem empresá-rio que faz parte de uma geração necessária para impulsionar e fa-zer crescer a economia nacional. Com instalações em Travanca, freguesia às portas da cidade de Oliveira de Azeméis, Luís Onofre, que produz para figuras como Michelle Obama, Letizia Ortiz e Paris Hilton, ganhou em 1993 o prémio Melhor Design atribuído em Itália pela revista ARS Sutoria. Desenvolveu coleções de marcas como Kenzo, Cacharel e Daniel He-tcher. Em 199 fez o lançamento da li-nha Luís Onofre e desde então parti-cipa em certames de moda (Portugal Fashion e Filmoda) e em iniciativas do ICEP (no país e no estrangeiro). O Roteiro para a Juventude «Os Jo-vens nas Indústrias Criativas: Inovar para Crescer», que termina este sá-bado no Porto, pretende demonstrar a importância dos jovens criadores e empresários para o reforço e reestru-turação da economia portuguesa.O empresário, Luís Onofre, reconhecido mundialmente, recebeu a visita do Presidente da República.

C O N S T R U Ç Õ E S D E P R É D I O S P A R A V E N D AIrmãos Castro Gonçalves, Lda

S T R U Ç Õ E S D E P R É D I O S P A R A V E N D AÕ ÉS D E P RR ÉÉ D I O S P A R A V E N D A

ZONA TÉCNICA

GARAGEM 1 OU 2 VIATURAS

CHURRASQUEIRA

COZINHA

RRA QHURRASQQUCH

Rua José Vitorino Barreto Feio

N.º 890 - Oliveira de Azeméis

Telefone: 919 698 890

www.icastrogoncalves.pt

[email protected]

T3 e T3 DUPLEXDomótica (alarme, corte de água e gás); Som ambiente

Painéis solares individuais por apartamento Caldeira a gás ; Estores eléctricos ; Janela dupla

Aspiraço central; Móveis WC; Pré instalação ar condicionado; Etc.

QUINTA DA LAGEEDIFÍCIO

RAS

A calma e armonia, no centro da cidadeA calma e harmonia, no centro da cidade

Page 18: "A Voz de Azeméis

| 18 | A VOZ DE AZEMÉIS | frEguESIAS | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

cucujães

“Por intermédio de um amigo consegui chegar até ao Professor e Maestro Francisco Ferreira, com

quem fiquei deveras agradado

José Isidro é hoje um nome reconhecido na moderna pintura portuguesa

José Isidro é já um nome reco-nhecido na pintura moderna portuguesa. Com quase três décadas de dedicação à pintu-ra, o artista, numa procura ina-balável da perfeição, embora consciente de que é inatingível, mantém uma fé arreigada na sua arte.

Presentemente, o artista está numa fase da carreira em que se encontrou com as técnicas mistas, em resultado de “anos de experiência com vários ma-teriais, que agora estou a aglu-tinar. O meu trabalho objetiva a estética de imagem e não o real. A minha pintura é essencialmen-te abstrata, dado que o abstrato faz-me encontrar com uma esté-tica resultante de efeitos surpre-endentes. O abstrato consegue

“Na arte Não há limites”José Isidro acredita piamente na sua pintura

descobrir muita inovação e per-mite a quem vê interpretar à sua maneira.”

Do figurativo realista ao abstrato

Numa carreira quase a atingir as três décadas, José Isidro fez “muito trabalho experimental, se bem que o meu trabalho é sempre experimental”. E explica: “Tive uma técnica de trabalho inicial baseada no figurativo re-alista, mas um treino do imagi-nário conduziu-me ao abstrato, dado que o realismo tornou-se algo muito óbvio. Como tal, fui evoluindo para outra área e en-contrei-me com o abstrato que, para mim, é o resultado da oti-mização e de entusiasmo para poder continuar a trabalhar.”

Quando questionado se a sua pintura atingiu o apogeu, José Isidro foi perentório: “Em arte

não há limite, este só vem com a morte. Nunca se está bem, como achamos que deveríamos estar. O resultado terá de ser sempre surpreendente, é o que nos leva a ir sempre mais além. Resulta de um imaginário e de uma cria-tividade imediatos, pois, no ime-

diato, não trabalho com precon-ceções, resoluções, ou qualquer tema.” E acrescenta: “Quando começo um trabalho nunca sei o que quero. Desafio o suporte branco da tela e isso começa a dar azo a um imaginário e a uma

criatividade. É como um vício de se fazer algo.”

em busca Da estética e Da perfeição

A vida de José Isidro está cen-trada essencialmente na pintura. “Procuro um percurso o mais viá-vel que for possível. Comecei por uma busca primária, o desafio de ser ou não capaz de me en-contrar com o que julgava ser a minha vocação. Houve um perí-odo muito lento, muito paciente e muito paulatino em termos de saber bem o que queria e o que me agradaria encontrar na con-ceção artística. Foi um percurso a que decidi sujeitar-me, duran-te um período muito longo, de 27 anos, de busca sistemática de estética, de perfeição, pois baseio-me muito no mentalismo utópico, na medida em que con-sidero que a utopia é algo que

me é transcendental, mas que me obriga a procurar sistemati-camente a perfeição.”

O artista sustenta que na qua-lidade do seu trabalho não há limite que o leve a acomodar-se. “Há um trabalho sistemático que prefiro seja paulatino, ainda que com inconveniências considerá-veis, em termos de um melhor estar na vida. Tudo tem de ser superado, pois, sem empenho

na qualidade, a arte não terá grande mérito; renova-se sem-pre a preocupação com a esta-bilidade e a qualidade artística. Isto é um resultado vocacional, é aí que o artista sente que estará vocacionado.

“NuNca seNti a miNha arte rejeitaDa”

Olhando para trás e questio-nado se valeu a pena esse pe-ríodo experimental, José Isidro não tem dúvidas. ”Valeu a pena,

“Por intermédio de um amigo consegui chegar até ao Professor e Maestro Francisco Ferreira, com

quem fiquei deveras agradado

há 25 aNos a expor piNtura

José Isidro fez a sua primeira exposição individual há 25 anos, na galeria Caima, em Vale de Cambra. De então para cá, entre exposições individu-ais e coletivas, o artista tem mostrado a sua veia artística em localidades portuguesas e até no estrangeiro. A última deslocação para além da fron-teira portuguesa, teve lugar em 2011 com a participação no 55.º Salão Internacional de Artes Plásticas, de Béziers, em França.Paralelamente, José Isidro está representado em várias cole-ções particulares, na secretaria de Estado da Emigração, Escola EB 2, 3 Dr. Ferreira da Silva, de Cucujães, Câmara Municipal de Aveiro e Museu de Palma da Maiorca.

Page 19: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1Março 2012 || | 19 |a voZ

De aZeméis | freguesias |

cucujães

porque, felizmente, nunca senti a minha arte rejeita-da. Sei que nunca se pode agradar a dois polos, mas houve um que sempre cor-respondeu, de certo modo, ainda que gradualmente, seguidor do meu percurso. Neste momento penso ir mais além, cheguei à fase de emer-gência, uma fase em que não se é totalmente conhecido, mas também não se é totalmente desconhecido.”

José Isidro está ciente de que “quando um artista pretende uma carreira, inevitavelmente, corre-se um risco; no meu caso, esse risco, em parte, está percor-rido. Segue-se a outra parte do risco para percorrer, a supera-ção da situação de emergência. Este é um trabalho efetuado entre a ofi cina e a divulgação. Está mais nas minhas mãos o à vontade para fazer outras pro-postas”. O artista tem consci-ência de que uma parte da sua obra ”está localizada em vários polos de aquisição, graças a um empenho gradual e relativo a cada situação. Agora é chegado o momento de a divulgar mais abertamente em outros polos, a fi m de conseguir ir o mais longe possível.”

”Não há faciliDaDes Nem beNesses”

Embora com dedicação exclusiva à pintura, José Isidro ainda não se sen-te recompensado. ”Tive a possibilidade de me tornar emergente e isso foi uma mais-valia em termos de partida do incógnito, mas ainda não estou ressarcido de todo um conjunto de esforços, sacrifí-cios e de investimen-tos, guiados por um ato que considero puramente voca-cional, pois só esse ato pode justifi car a necessidade de sacrifício e de ris-co. Aliás, acres-centa, quando se quer concretizar uma carreira, te-mos de ter uma capacidade de sacrifício e até de controlo e m o c i o n a l muito bem aferidos.”

A concluir a conversa, José Isidro salienta: ”Tenho plena consciência daquilo que quero e

josé isiDro À lupa De sabriNa

falZoNeSabrina Falzone, crítica e historiadora de arte italiana, galerista em Milão, rendeu-se à pintura de José Isidro. Eis o que escreveu:“Cor, sobriedade e energia são as principais característi-cas da pesquisa artística de José Isidro, um artista que foi capaz de encontrar nas cores as suas tendências comunicativas. Além de encontrar uma harmonia de cores, paralelamente, José Isidro estuda as relações subjacentes às formas, num impres-sionante jogo de equilíbrio, referências e correlações, que gera uma sensação de serenidade para aqueles que param o olhar sobre as suas obras.A pintura de José Isidro lembra a linguagem musical. Graças à recuperação do equilíbrio de energia entre o gestual, prelú-dios, estética e esboços de composição, os traba-

lhos de José Isidro negam a poética do contraste. Enfatizam as nuances subtis e, ao mesmo tempo, revelam alguns aspetos típicos do autor: a necessidade de harmonia pode ser um refl exo do desejo inconsciente de solidariedade humana, de que o mundo está carente. Um espírito sereno e positivo emerge de um olhar cuidadoso sobre o seu traba-lho. José Isidro é um cantor de fi lantropia que incentiva a arte de ouvir o próximo.”Por seu turno, o Dr. António Amorim, sobre a pintura de José Isidro, escreveu: ”A pintura de José Isidro é o espelho de uma realidade interior que o artista tende cada vez menos a concetualizar, deixando que irradie no seu labor criativo. Um labor em que, nessa medida, os registos de uma certa gestuali-dade experimentalista ocupam um lugar considerável.”

a voZDe aZeméis freguesias |

Neste momento penso ir mais além, cheguei à fase de emer-gência, uma fase em que não se é totalmente conhecido, mas também não se é totalmente

José Isidro está ciente de que “quando um artista pretende uma carreira, inevitavelmente, corre-se um risco; no meu caso, esse risco, em parte, está percor-rido. Segue-se a outra parte do risco para percorrer, a supera-ção da situação de emergência. Este é um trabalho efetuado entre a ofi cina e a divulgação. Está mais nas minhas mãos o à vontade para fazer outras pro-postas”. O artista tem consci-ência de que uma parte da sua obra ”está localizada em vários polos de aquisição, graças a um empenho gradual e relativo a cada situação. Agora é chegado o momento de a divulgar mais abertamente em outros polos,

josé isiDro À lupa De sabriNa

falZoNeSabrina Falzone, crítica e historiadora de arte italiana, galerista em Milão, rendeu-se à pintura de José Isidro. Eis o que escreveu:“Cor, sobriedade e energia são as principais característi-cas da pesquisa artística de José Isidro, um artista que foi capaz de encontrar nas cores as suas tendências comunicativas. Além de encontrar uma harmonia de cores, paralelamente, José Isidro estuda as relações subjacentes às formas, num impres-sionante jogo de equilíbrio, referências e correlações, que gera uma sensação de serenidade para aqueles que param o olhar sobre as suas obras.A pintura de José Isidro lembra a linguagem musical. Graças à recuperação do equilíbrio de energia entre o gestual, prelú-dios, estética

lhos de José Isidro negam a poética do contraste. Enfatizam as nuances subtis e, ao mesmo tempo, revelam alguns aspetos típicos do autor:

|

a necessidade de harmonia

a fi m de conseguir ir o mais

”Não há faciliDaDes Nem beNesses”

Embora com dedicação exclusiva à pintura, José Isidro ainda não se sen-te recompensado. ”Tive a possibilidade de me tornar emergente e isso foi uma mais-valia em termos de partida do incógnito, mas ainda não estou ressarcido de todo um conjunto de esforços, sacrifí-cios e de investimen-tos, guiados por um ato que considero puramente voca-cional, pois só esse ato pode justifi car a necessidade de sacrifício e de ris-co. Aliás, acres-centa, quando se

A concluir a conversa, José Isidro salienta: ”Tenho plena consciência daquilo que quero e

do que nos é e x i g i d o q u a n d o se preten-de partir para um e m p re e n -dimento ar-tístico, pois

temos de ter co n s c i ê n c i a

de que não há facilidades

ou qualquer tipo de benes-

ses. O resultado do trabalho e a

sua aceitação são quem comanda

este processo. E a aceitação é sempre

um processo priori-tariamente incógni-

to, mas vale a pena, porque sinto que

mantenho uma fé ina-balável na minha arte.”

Page 20: "A Voz de Azeméis

| 20 | A VOZ DE AZEMÉIS | SOcIEDADE | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

A Banda de Música de Carre-gosa celebrou recentemen-te 123 anos de existência. O Eng.º Jorge Silva é, desde há um ano, o presidente da di-reção da centenária coletivi-dade. Em entrevista ao nosso jornal, Jorge Silva abordou todos os temas e foi dizendo que a Banda necessita de ad-quirir um novo fardamento. Porém, por falta de meios financeiros, esta pretensão não será satisfeita no ime-diato.

Voz de Azeméis (VA) – Não sendo natural de Carregosa, como aparece à frente da dire-ção da Banda de Música?

Jorge Silva (JS) – A Banda não me era de todo desconhecida pelo facto de há cerca de um ano acompanhar a minha filha aos ensaios e serviços. No final dos três anos de mandato, a Di-reção anterior, como não apare-ceu ninguém, permaneceu mais um ano. No final desse ano, para evitar entrar em vazio directivo, os músicos constituíram-se, a pedido do corpo directivo ces-sante, como comissão para gerir os destinos da banda. Resultou daí o empenho de um grupo de músicos que começaram por envolver alguns pais que foram convidados a constituir uma equipa directiva, prontificando--se aquele grupo a apoiar o fu-turo elenco dirigente. Fui con-vidado para ajudar nas Janeiras e, posteriormente, a participar numa reunião do grupo, donde saí presidente. Pela envolvência criada fui levado a aceitar o pro-jecto para o qual fora convida-do, por me sentir identificado e capacitado; por alguma experi-

carregosa

“No final dos três anos de manda-to, a Direção anterior, como não apareceu ninguém, permaneceu

mais um ano.

BANdA de CArregosA preCisA de ser MAis CoNheCidAPresidente da direção abordou a vida da coletividade

ência associativa anteriormente adquirida, aceitei o desafio.

VA – À partida quais eram os objetivos?

JS – O prin-cipal objetivo era assegurar o funcionamento da Banda, dar continuidade ao trabalho fei-to. Pessoalmen-te, tinha ainda como objetivo, comungado pelos outros cole-gas de direção, demonstrar que com trabalho e a envolvência activa e empenhada de todos é possível chegar longe. Foi graças a muito trabalho e dedicação que no final da época consegui-mos terminar com saldo positi-vo.

VA – e como está a decorrer esta primeira experiência?

JS – Tem sido uma experiên-cia muito trabalhosa mas enri-quecedora. Trabalhosa, porque se, em si, organizar a Banda não

é difícil, o complicado é colocá--la a tocar fora de portas, a fazer concertos, sobretudo em festas e outros eventos, a fim de divul-gar a música que fazemos. Não

faz qualquer sentido a Banda ensaiar sema-nalmente se de-pois não mos-tra o que faz. E no mundo da música, parti-cularmente das Bandas, funcio-

na muito o conhecimento junto das comissões de festas. A Banda de Carregosa, neste plano, ainda não é muito conhecida, falta dar este passo.

VA – e o que é que está a ser feito para ultrapassar este pro-blema?

JS – A Banda tem de ter qua-lidade, ser conhecida e acessível em termos de custos; não é bara-ta, porque a qualidade tem pre-ço. Por outro lado, para ter aces-so às melhores festas falta-lhe uma maior exposição pública e

visibilidade junto das comissões e população em geral, enquanto que para as festas mais modes-tas a banda não tem preço com-petitivo. Este ano vamos apostar em lançar qualitativamente a Banda para a curto prazo colo-cá-la a tocar com as melhores. Tornar-nos-emos mais competi-tivos, refrescando o reportório e aumentando o quadro dos mú-sicos da terra, conseguindo as-sim reduzir os custos. Demos um pequeno passo nesse sentido na presente temporada, aumentan-do a percentagem de músicos da terra sem aumentar os custos, e ganhando em qualidade.

VA - No arranque de uma nova época, como está a Ban-da?

JS – Neste momento temos cerca de 70 músicos, sendo 75% de Carregosa. Houve uma meia dúzia que quis regressar. Aceitá-mos, porque a prioridade são os músicos da terra, embora tenha-mos de agradecer aos de fora, pois trazem qualidade e preen-chem as lacunas que temos.

Esta época a Banda está mais reforçada. Ganhou em qualida-de, embora não o possa afirmar perentoriamente, sinto-o, não só pela reação do público, como aconteceu no dia 4 de Fevereiro, aquando do concerto de apre-sentação da Banda e do maestro e comemorativo dos 123 anos, mas também dos próprios músi-cos, que andam mais animados.

VA – e a escola da Banda continua a ser o alfobre que a reforça?

JS – Por falta de alunos, en-contrámos a escola um pouco em baixo. Além de poucos alu-nos, os instrumentos lecionados eram escassos, a Banda tinha mais necessidades. Por exemplo, tínhamos lacunas no naipe das

a 4 de fevereiro último, a Banda de Carregosa completou 123 anos de vida

“Foi graças a muito trabalho e dedicação que no final da época

conseguimos terminar com saldo positivo

“Por exemplo, tínhamos lacunas no naipe das trompas, pelo que

contratámos um professor.

Page 21: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 Março 2012 || | 21 |A VOZ

DE AZEMÉIS | SOcIEDADE |

Banda no VI FestI-Val de Bandas “FIlar-

monIa ao maIs alto níVel”…

No próximo dia 25 de Março, à tarde, no grande auditório do Europarque, em Santa Maria da Feira, a Banda de Carregosa será uma das participantes no VI Festival de Bandas “Filarmo-nia ao mais alto nível”. Para além da Banda de Carregosa participam as de S. Mamede de Ribatua (Alijó), Orquestra do Conservatório de Vila Real e Orquestra da Aca-demia de Música de Costa Cabral, do Porto.

… e no Festival de CerveiraA 23 de Setembro, conjunta-mente com as congéneres de Amares, Trofa, Branca e Barrose-las, a Banda de Carregosa parti-cipará no Festival de Bandas de Vila Nova de Cerveira.No entender do presidente da direção são dois eventos que, certamente, projectarão a Ban-da, tornando-a mais conhecida.

trompas, pelo que contratámos um professor. Estamos a relan-çar a escola, a fim de, anualmen-te, termos músicos que entrem para os quadros da Banda. Neste momento, temos quatro alunos da escola que vão aos ensaios da Banda, preparando-se para en-trar no próximo ano. Apostamos em professores credenciados,

incentivamos os alunos para a aprendizagem dos instrumentos que a Banda tem carências, es-pecialmente, trompa, percussão, clarinete e saxofone, a fim de a revitalizarmos. Estamos a inves-tir na escola.

VA – Ao fim de 16 anos na regência da Banda, o maestro Joaquim Costa foi substituído por Nelson Jesus. o que é que se passou?

JS – O ano em que entrei (Fe-vereiro de 2011), apesar de ter corrido bem, não foi fácil de ge-rir. Não tinha experiência neste meio, não conhecia o meio das bandas de música, sabendo-se também que dirigir tantas pes-soas não é fácil. Entretanto, ha-via, por parte dos músicos, um cansaço muito grande em rela-ção ao maestro, manifestado em certas atitudes, por exemplo, nas ausências aos ensaios. Dezasseis anos a lidar com os mesmos mé-todos, atitudes e comportamen-tos, era muito tempo.

No final da época a direção reuniu. Pessoalmente, chamei o maestro para uma reunião a sós, a fim de fazermos o balanço da

época e prepararmos a seguin-te. Face ao balanço que fizemos, chegámos os dois à conclusão que o Regente não reunia con-dições para continuar à frente da Banda. O ciclo tinha terminado.

Da parte da direção gostá-vamos que o senhor Joaquim Costa fizesse a transição para o seu sucessor, mas não houve re-cetividade da parte do anterior

carregosa

maestro. Por várias vezes con-vidámo-lo a fazer a despedida, consentânea com o contributo que ao longo de 16 anos deu à Banda, mas entendeu por bem não o fazer. Respeitamos a sua vontade.

VA – para o lugar de Joa-quim Costa, a aposta recaiu num jovem músico

“Não tinha experiência, não conhecia o meio das bandas de

música sabendo-se também que dirigir tantas pessoas não é fácil.

respeito diante dos comanda-dos, constantemente atualizado, grande sentido de responsabili-dade, metódico, capacidade de organização, dinâmico e com talento musical.

Por intermédio de um amigo consegui chegar até ao Profes-sor e Maestro Francisco Ferreira, com quem fiquei deveras agra-dado após ver um concerto no Porto, a dirigir a Banda Sinfóni-ca Portuguesa. Convidei-o para maestro, não só pelos conheci-mentos musicais, que garantiam a qualidade da Banda, como também pelo facto de ser um Maestro conceituado e respeita-do, o que nos garantia uma ou-tra projeção. Porém, por falta de disponibilidade, não foi possível. A ideia era, a curto prazo, lançar a Banda e, a médio, longo prazo, formar um maestro da casa que fosse capaz de dar continuidade ao trabalho dele.

Francisco Ferreira não veio, mas ajudou-me muito na esco-lha. Entre vários nomes, apre-sentou-me o Nelson Jesus, que reunia os requisitos que julgava necessários. Facilmente chegá-mos a um acordo. Era evidente que a mudança era arriscada, mas hoje toda a gente diz que foi uma boa escolha. Todos estão satisfeitos.

“Da parte da direção gostávamos que o senhor Joaquim Costa fizes-se a transição para o seu sucessor

mas não houve recetividade...

JS – Como era novo nestas lides das bandas, durante o ano fui para o terreno, fui a mui-tas festas; conheci comissões a quem deixei contacto, vi ban-das a atuar e maestros a dirigir. Pelo que vi, não foi difícil traçar o perfil do futuro maestro, base-ado em amplos conhecimentos musicais aliados a qualidades de comando, com autoridade e

“Por intermédio de um amigo consegui chegar até ao Professor e Maestro Francisco Ferreira, com

quem fiquei deveras agradado

Assembleia Geral Presidente – Adelino Almeida Teixeira Vice-Presidente – Alcides Paiva Almeida 1º Secretário – José Paiva Aguiar 2º Secretário – Bento Diamantino de Jesus Ferreira Direcção

Presidente – Fernando Jorge Ferreira da Silva Vice Presidente – Júlio Melo TavaresSecretário – Álvaro Gonçalves de Almeida Tesoureiro – Maria da Cruz Almeida Tavares

Vogais: - David Correia de Melo - José Carlos da Silva Marques - Miguel Gomes de Magalhães- José Ferreira dos Santos - Daniel Almeida Tavares Conselho Fiscal Presidente – Abílio Melo Pinho Secretário – António José Castro Azevedo Relator – Abel da Silva Valente

BANDA DE mÚSICA DE CARREGOSA

cORPOS SOcIAIS 2011/2012

o novo maestro Nelson Jesus, recebeu a batuta das mãos do presidente, Jorge Silva

Page 22: "A Voz de Azeméis

| 22 | A VOZDE AZEMÉIS | ECONOMIA | Quinta-feira 1

MARÇO 2012 ||

A VOZ DE AZEMÉIS

J . Santos Automóveis, LdaStand nº 1 | Ofi cinaR Francisco Reis 54 - 3700 - CesarTel: +00351 256 851 137 | Telm: +00351 919 727 295Fax:+00351 256 851 137

Stand nº 2Rua 31 de AgostoEdf. Nova Cruz, n.º 813700 - Fajões

http://jsantosautomoveis.com.pt

Situada na freguesia de Cesar, a J. Santos Automóveis, L.da, é uma empresa que se dedica à re-paração, pintura e mecânica de automóveis e em parceria com outras ofi cinas, no que se refere à parte elétrica.

Filipe Santos é o rosto da empresa de que é sócia--gerente a sua progenitora, D. Maria Conceição.

Executa também o restauro de automóveis antigos e esto-fos em pele, mantendo a sua originalidade e, a partir de al-guns modelos de automóveis, inova carrocerias de jeeps.

Satisfaz encomendas de di-versos automóveis.

Atualmente tem um stand de venda de automóveis ane-xo à empresa, mas durante o mês de março abrirá um novo stand na rua 31 de Agosto, Edifício Nova Cruz, n.º 81 - r/c, junto ao Montepio, na vizinha freguesia de Fajões.

A empresa sediada na Vila de Cesar foi fundada pelos pais.

Filipe Santos é membro da-Petertrummble - motor sport, clube de S. João da Madeira, com um projeto já desenvol-

vido, cuja carroceria é feita em cabelarcarbono, da auto-ria de Paulo Lima.

Este clube de competição

utiliza jeeps UMM, promo-vendo desse modo o produto nacional.

Para além da sponsorização

a várias entidades e clubes, nomeadamente ao FC Cesa-rense, a J. Santos Automóveis, L.da promoveu recentemen-

te o auxílio à Fundação Gil, de que Iolanda Petiz é responsá-vel, reparando gratuitamente três viaturas.

Instalações da ofi cina e stand do J. Santos Automóveis em Cesar

Aspecto do interior da ofi cina, setor de pintura e acabamentos Stand n.º 2 localizado no Edf. Nova Cruz, em FajõesAspecto do interior da ofi cina, setor de pintura e acabamentos

J . Santos Automóveis, LdaEmpresários

Page 23: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 março 2012 || | 23 |A VOZ

DE AZEMÉIS | SOcIEDADE |

oliveira de azeméis

Nas últimas três semanas, às sextas-feiras à noite, tem-se realizado a 1º fase de apura-mento da 3.ª edição do “art Garage”, dinamizada pelo art Club – restaurante, café con-certo e esplanada, em olivei-ra de azeméis.

“Art Garage – III Concurso de Sons Emergentes” é o nome por que se designa esta caça aos ta-lentos promovida pelo Art Club. O objetivo deste concurso é dar oportunidades aos jovens de au-mentarem o seu intuito comer-cial e proporcionar-lhes um es-paço para se fazerem ouvir, uma

vez que “não há muitos que per-mitem aos jovens tocar ao vivo”, explica Carlos Mota, dono do Art Club. Além disso, a vinda de bandas de outros concelhos, faz com que pessoas de fora venham assistir aos concertos e fiquem a conhecer o espaço, gerando-se assim um “efeito bola de neve”. Este estabelecimento forneceu o sistema de som e luz, ficando a cargo dos participantes o backli-ne, nomeadamente os amplifica-dores e microfones de que neces-sitassem. O sistema de som não esteve nas melhores condições nas primeiras sessões, sendo me-lhorado de sessão para sessão, mas segundo Carlos Mota, “não

houve penalizações para as ban-das por causa do sistema de som. Nem elas são profissionais, nem nós somos uma equipa de som profissional, mas tentamos corri-gir os problemas.”

Júri avalia o desempenhoPara se declarar o vencedor,

as bandas são avaliadas por um conjunto de jurados, constituído por um elemento da Azeméis FM rádio, Joaquim Jardim; um jorna-lista do Jornal “O Correio de Aze-méis”, Paulo Pinho; um guitarrista com formação superior em gui-tarra de jazz, Rui Melo; o músico e dono da Proart, Vítor Lobo; o ba-terista da banda Rangers, Zeferi-

no Teque. O primeiro classificado terá a oportunidade da gravação de um ep e o segundo terá um desconto de 50% na loja de ins-trumentos musicais Castanheira.

O concurso começou no dia 10 de Fevereiro com a atuação das bandas Bassless de Oliveira de Azeméis e Artkore de St. Maria da Feira, ficando respetivamente com 227 e 228 pontos. Na sema-na seguinte, no dia 17 de Feverei-ro, atuaram as bandas Garbo de Coimbra e Weelchair de Oliveira de Azeméis, que obtiveram res-petivamente 274 e 243 pontos. Finalmente, na passada sexta-fei-ra, dia 24 de Fevereiro, atuaram as últimas três bandas que parti-

ciparam no concurso, Slotion de Albergaria-a-Velha, As I Fall de Oliveira de Azeméis e Essência Compulsiva de Ovar, que arreca-daram respetivamente 253, 213 e 258 pontos.

Final a 16 de marçoNesta primeira fase do con-

curso, passam somente as quatro bandas com maior pontuação que foram Garbo, Weelchair, Slo-tion e Essência Compulsiva. Estas quatro bandas participarão nas semi-finais da 3.ª edição do “Art Garage”, nos próximos dia 2 e 9 de Março, sendo posteriormen-te realizada a final no dia 16 de Março.

“Art GArAGe” cAçA tAlentos musicAisMeias finais realizam-se a 2 e a 9 de Março

Page 24: "A Voz de Azeméis

| 24 | A VOZ DE AZEMÉIS | DESpOrtO | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

DESPORTOA VOZ DE AZEMÉIS

Liga Orangina FUTEBOL

Sorte de Campeão ajuda Estoril Praia a alcançar uma vitória muito sofrida e suada, sobre uma U. D. Oliveirense que tudo fez, e mere-cia, para conseguir outro resultado.

O Estoril Praia, líder da Liga Orangina, garantiu a conquista dos três pontos no estádio Carlos Osório, com um golo marcado por Gonçalo Santos, aos 81‘ de jogo. As equipas apresentaram em campo os seus sistemas táticos habituais 4x3x3, com a Oliveiren-se a entrar a jogar muito rápida e a atacar preferencialmente pelos flancos, pressionando a defensiva contrária. As 5 minutos após belo cruzamento de Pedrinho, Guima cabeceia ao lado da baliza defen-dida por Vagner. Aos 7 minutos o primeiro lance polémico do jogo Rui Lima é empurrado pelas cos-tas por Gerso, dentro da grande área do Estoril Praia, ficando por marcar a respetiva grande penali-dade e a mostragem do respetivo cartão amarelo ao jogador.

O jogo foi decorrendo com grande luta, entrega e futebol de boa qualidade, durante os pri-meiros 30 minutos, mas sempre com as melhores oportunidades a surgiram para a Oliveirense. Aos 39 minutos num livre marcado do lado direito a favor do Estoril Praia, Gonçalo Santos aparece dentro da pequena área e com um toque de pé direito envia a bola ao poste esquerda da baliza defendida por Bruno Vale, que estava completamente batido. Aos 43 minutos golo anulado a Licá, atacante do Estoril Praia, por falta sobre Bruno no início da jo-gada. Nos primeiros 45 minutos a U. D. Oliveirense foi a equipa que mais atacou, mais oportunidades de golo criou, mostrou uma forte atitude competitiva perante um Estoril que também evidenciou boa qualidade de jogo.

No início da segunda par-te a qualidade do jogo baixou bastante, com muitas perdas de bola de parte a parte, fraca liga-

Oliveirense, 0 - Estoril, 1

EstrElinha dE campEão acompanhou os canarinhos

Jogo no estádio Carlos Osório, em Oliveira de AzeméisÁrbitro: Hélder Malheiro (Lisboa)OliveirenseBruno Vale; Bruno, Laranjeira, Ban-jai, Diogo Santos, Oliveira, Zé Pedro, Rui Lima, Pedrinho, Guima (Adriano, 70) e Ivan Santos (Sassá, 70).EstorilVagner; Bruno Andrade, Lamei-rão, Anderson Luís, Tiago Gomes, Gonçalo Santos, Diogo Amado, Carlos Eduardo (Rodrigo Dantas, 79), Gerso (Moreira, 77), Fabrício (Adilson, 71) e Licá.Marcador: Gonçalo Santos (81)Disciplina: Cartão amarelo para Zé Pedro (15); Laranjeira (38); Bru-no Vale (45); Diogo Santos (45);Oli-veira (65); Ivan Santos (68);Sassá (74); Bruno Andrade (77); Moreira (77); Banjai (90+4).

Ivan Santos em plena ação

ção entre os diferentes sectores das equipas. Aos 69 minutos Ivan Santos depois de uma bela joga-do de ataque da Oliveirense faz um remate fortíssimo e colocado para uma grande defesa de Vag-ner para canto. Aos 70 minutos

de jogo começam os treinadores a fazer substituições. Pedro Mi-guel retira do campo o ponta de lança Guima e entra Adriano para o seu lugar e na mesma altura o extremo Ivan Santos dá o lugar a Sassá. O jogo continua equilibra-do mas com menos situações de remate e jogadas próximas das grandes áreas. Começa a notar-se alguma quebra física no sector defensivo da Oliveirense, reflexo da falta de ritmo de alguns atle-tas que habitualmente não são ti-tulares, mas devido a problemas de castigos e lesões o treinador Pedro Miguel teve, mais uma vez, que fazer adaptações no seu sistema defensivo. Até que ao minuto 81 acontece o lance que decide o jogo. Canto a favor do Estoril, batido do lado direito, Gonçalo Santos aparece solto de marcação a cabecear para o fun-do da baliza, sem possibilidades de defesa para Bruno Vale.

Depois de sofrer o golo a Oli-veirense parte em busca do golo da igualdade, abrindo espaço na sua linha defensiva, o que per-mitiu ao Estoril, sair para rápidos contra-ataques valendo em duas

situações belas defesas de Bruno Vale a remates de Rodrigo Dantas aos 86m e de Licá aos 91m. De-pois de dar 4 minutos de descon-tos, o árbitro dá por finda a parti-da com a vitória do Estoril Praia.

Por parte da Oliveirense des-tacam-se as exibições de Guima, enquanto teve condição física trabalhou muito para a equipa, Rui Lima que trabalhou muito na construção das jogadas ofen-sivas e com excelente critério de escolha na forma como direciona os passes para os seus colegas e Banjai um central de grande ca-tegoria, que fez mais uma bela partida.

O árbitro do jogo merece nota negativa, fez um péssimo trabalho, prejudicando as duas equipas, mas mais a Oliveirense, mostrando uma gritante falta de critério não mostragem dos car-tões amarelos oito para jogadores da U. D. Oliveirense e dois para os do Estoril Praia, o que deixa a ima-gem de um jogo agressivo, mas não corresponde a realidade.

Miguel Fernandes

PEDrO MIguEl (TrEInADOr DA OlIVEIrEnSE)

“O resultado não está de acordo com aquilo que aconteceu ao longo dos 90+4 minutos de jogo. A Oliveiren-se foi superior nos primeiros 45 minutos da partida e que a partir da altura em que sofreu o golo partiu em busca da igualdade, abrin-do espaço para os rápidos contra-ataques do Estoril. O caminho da Oliveirense neste Campeonato tem que ser feito de trabalho para atingir os objetivos definidos.”

MArcO SIlVA (TrEInADOr DO ESTOrIl)

Vitória muito difícil, num terreno muito complicado e perante um adversário que mostrou qualidade, o que valoriza ainda mais a vitória do Estoril. A chave esteve na organização, concentração e forte motivação da nossa equipa.”

Page 25: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 Março 2012 || | 25 |A VOZ

DE AZEMÉIS | DESpOrtO |

Num belo jogo de futebol, em que as duas equipas deram o seu melhor, o Cesarense foi feliz na obtenção de mais uma vitória a 13.ª no Campeonato, no difícil terreno do Serzedelo. Alma, raça e determinação foram a chave do sucesso dos homens do Cesar.

Numa tarde de muito calor quem se deslocou ao campo do Serzedelo assistiu a um jogo de futebol cheio de entusiasmo e qualidade futebolística, mais por parte da equipa da casa, que nos primeiros 45m dominou e criou algumas oportunidades de golo. Com uma entrada muito forte o Serzedelo chegou ao tento inau-gural da partida aos 3 minutos por intermédio de Maurício que recebeu uma bola dentro da área, dribla um defesa do Cesarense e finaliza com muita frieza na cara do guarda-redes. O Cesarense mostrava alguma dificuldade na circulação da bola, devido a pres-são dos jogadores da equipa da casa e às reduzidas dimensões do terreno, mas ia respondendo sempre em contra-ataques rápi-dos conduzidos por Carlitos, uma seta apontada durante todo o jogo à baliza adversária. Ao fina-lizar a primeira parte o jogador do Serzedelo Jorge Miguel viu o segundo cartão amarelo e conse-quente ordem de expulsão, por travar novamente Carlitos, quan-do este já se aproximava com grande perigo da área adversária.

O treinador do Cesarense, com a sua equipa em superiori-dade numérica, reforça a frente

Camp. Nacional III Divisão Série BFUTEBOL

Serzedelo, 1 - cesarense, 2cEsarEnsEs com alma, raça E dEtErminação

de ataque com dois jogadores que mudaram completamente o figurino do jogo, Diogo Torres e especialmente Fábio Valente que entrou com muita alma, velocida-de e dinâmica de jogo, ajudando a sua equipa a pressionar a de-fensiva do Serzedelo junto à sua grande área. Nestes segundos 45 minutos, os homens de Cesaren-se tomaram o controlo do desa-fio, respondendo o adversário com perigosos contra-ataques, podendo ter chegado aos dois a zero, quando Sócrates atira ao poste e na recarga Pedro Fidal-go remate por cima da baliza. O

mesmo Sócrates que minutos de-pois aparece isolado pela direita remate forte para bela defesa de Marco. A partir deste momento o Cesarense toma conta do jogo controla as investidas do adver-sário, criando algumas situações de golo através das bolas para-das, livres e cantos, tendo sempre como interveniente Carlitos. Num destes lances ao minuto 90+1 depois de um pontapé de canto marcado do lado direito a bola sobra para João Pinto que aplica um forte remate não dando hipó-tese ao guarda-redes contrário. Passado três minutos do golo da igualdade o Cesarense volta a marcar por intermédio daquele que foi sem duvida o melhor jo-gador em campo, Carlitos, que depois de receber um bola perto da linha lateral descaído sobre o lado esquerdo ultrapassa o defe-sa adversário e na cara do guarda--redes aplica um pontapé forte e colocado não dando hipótese de defesa.

Com felicidade e muita raça à mistura o Cesarense acaba por ganhar o jogo na reta final. O trio de arbitragem fez um trabalho aceitável não tendo influência no resultado final do desafio. O resul-tado acaba por se aceitar, aplican-do a velha máxima no aproveitar está o ganho. Foi isso que fez a equipa do Cesarense que, não fazendo um bom jogo, lutou para alcançar mais uma vitória.

Miguel Fernandes

Primeiro golo do Cesarense marcado por João Pinto

Jogo no campo das Oliveiras, em Serzedelo (Guimarães)Árbitro: João Henriques (Coimbra)SerzedeloMiguel; Bruno Sousa, Zezinho, Maurício (Pablo, 70), Ricardinho (Miguel Veiga, 85), Miguel Mota, Sócrates (Bruno Cunha, 72), Jorge Miguel, Carlos Filipe, Pedro Fidalgo e André Ká.cesarenseMarco; Oliveira (Fábio Valente, 46), Tiago, Paulo Jorge, Américo, João Pinto, Telmo (Diogo Torres, 38) Hugo, Renan (João Paulo, 73), Toninho e Carlitos.Marcadores: Maurício (3); João Pinto (90+1); Carlitos (90+4)Disciplina: Cartão amarelo para Américo (9); André Ká (14); Jorge Miguel (17); João Pinto (34); Tiago (78); Pedro Fidalgo (81); Toninho (81); João Paulo (90+3). Cartão vermelho Jorge Miguel (43’, a. a.)

O S. Roque entrou domina-dor, aproximou-se com mais pe-rigo da baliza visitante, até que aos 20 minutos, Álvaro abriu o ativo. Porém, ao cair do pano da primeira parte, na sequência de um pontapé de canto, Rui Si-mões deu a melhor sequência ao esférico, alcançando a igual-dade.

Na segunda parte, a equipa são-roquense foi sempre incon-formada e Acosta teve nos pés a possibilidade de colocar os ca-narinhos em vantagem, mas foi incapaz de desfeitear Rodrigo. O golo da vitória surgiria ao mi-nuto 80, na sequência de uma excelente jogada de Russo pela direita, com cruzamento para Santos, dentro da área, a fuzilar o guardião contrário, obtendo um excelente golo.

Boa arbitragemNo final o treinador do S. Ro-

que dedicou o triunfo aos sócios e adeptos do clube.

Camp. Distrital I Divisão - AveiroFUTEBOL

S. Roque, 2 - Mealhada, 1Vitória sofrida mas justa

Jogo no complexo do Calvário, em S. RoqueÁrbitro: Carlos SilvaS. RoquePenetra; Rebelo, Rui Pedro (Fred), Leitinho, Casalinho, Puskas (Edu), PP, Barbosa, Santos, Álvaro Russo) e Acosta

 MealhadaRodrigo, Machado, Nuno, Frederi-co, Pedro Gil (João Pedro), Novo, Marcos (Diogo), Rui Simões, Sere-no, Tiago e João Pedro (samna)Marcadores: Álvaro (20’), Rui Simões (45’) e Santos (80’)Disciplina: Cartões amarelos para Fred, Puskas, Barbosa e Leitinho, do S. Roque e para Rodrigo, Frederico, Pedro Gil e Diogo, do Mealhada

Page 26: "A Voz de Azeméis

| 26 | A VOZ DE AZEMÉIS | DESpOrtO | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

Os locais entraram na parti-da para tentar decidir já neste encontro o apuramento para a fase da subida e consequente manutenção nos campeonatos nacionais. Começaram melhor a partida mas sem criar gran-des situações de perigo. Ao invés, o seu opositor na primei-ra vez que atacou chegou ao golo, através da conversão de uma grande penalidade muito contestada pelos locais, já que o seu defensor tinha o bra-ço claramente junto ao corpo quando a bola lhe embateu. A perder no encontro, os locais pressionaram então ainda mais o seu opositor e foram crian-do algumas boas situações de golo, sem que no entanto o resultado se alterasse até ao in-tervalo.

Na segunda metade o domí-nio local foi mais que eviden-te com muita posse de bola e

Camp. Nacional III Divisão Série CFUTEBOL

Bustelo, 1 - Oliveira de Frades, 1

Dominar só não chega.

Jogo no Estádio da Quinta do Côvo.Árbitro: Jorge Brito (Viana Castelo)BusteloJorge; Paivinha, Careca, Aguiar, Zé Pedro; Dani (Tiago Filipe, 45’), Saraiva (Alemão, 87’), Marcelo, Márcio (Rafa, 60’); Gonzaga e Inverno.

Oliveira de FradesAndré; Bruno, João Paulo, João Pedro, Trindade; Fábio (Mauro, 74’), Gilberto, Meireles, Zé Carlos (Adérito, 69’); Toninho e Semedo (Diogo, 84’).Marcadores: Toninho (14’g.p.) e Gonzaga (69’).Disciplina: Cartão amarelo para Zé Pedro (14’), Inverno (24’), Bruno (27’ e 83’), Meireles (42’),Marcelo (78’), Trindade (85’),Gilberto (90’+4)

variação de flancos mas sem resultados práticos. Gonzaga, aos 69’, conseguiu aproveitar uma confusão dentro da área visitante e ao segundo poste encostou para o golo. Pouco depois foi a vez de Jorge bri-lhar com uma excelente defesa para canto, impedindo o golo dos visitantes naquela que terá sido a sua única oportunidade na segunda metade. Até final do encontro os locais bem ten-taram alterar o resultado, com algumas boas ocasiões, mas sem o conseguirem, com Gon-zaga em plano de destaque, no último lance da partida, a en-viar uma bola de cabeça à tra-ve, após um livre lateral.

A arbitragem gerou alguma polémica nomeadamente no já citado lance do golo dos vi-sitantes e ao não assinalar na área contrária um lance idênti-co, mas bem mais evidente.

Igualados na tabela classi-ficativa aguardava-se um jogo equilibrado entre Carregosense e Paços de Brandão. O empate ao intervalo não perspetivava a goleada infligida pelos locais aos pacenses.

Aos “8 os visitantes tiveram uma excelente oportunidade para marcar, mas desperdiça-ram-na Aos 21” Sérgio Gomes teve uma soberana ocasião para marcar, mas um defensor perto da linha de golo anulou a joga-da. Pouco depois, os forasteiros na sequência de um livre indi-recto enviaram uma bola para a área e Rosas, sem sorte no lan-ce, cabeceou para a sua baliza e inaugurou o marcador. Este tento desmotivou um pouco os locais que ficaram mais apáticos e sem criarem ocasiões dignas de registo. Num dos últimos lan-ces da primeira parte, Nandinho com um remate em “balão” den-tro da área fez um grande golo e estabeleceu o empate.

Nos primeiros 20’ da segun-da parte o jogo teve sentido único, ou seja, a baliza do Paços de Brandão. Não foram de estra-nhar os golos dos locais. Frodo, com um remate à entrada da área, colocou a sua equipa em

Camp. Distrital I Divisão - AveiroFUTEBOL

Carregosense, 4 - P. Brandão, 1Descanso foi o melhor reméDio

Jogo no campo Dr. Teixeira da Silva, em CarregosaÁrbitro: Augusto Costa

Carregosense Jorge; Dani, Leandro, Rosas, Luís Teixeira, Rogério, Bruno Alves, Ri-cardo Azevedo ( Fi aos 30’), Pisko ( Nandinho aos 22’), Frodo ( Roberto aos 65’) e Sérgio Gomes.

Paços Brandão Pedro Moreira; Hélder Neto, Carlos Manuel, Artur (Nuno Miguel aos 53), Nélson, Fernando, Ruben, Tiago, Ricardo (José Américo aos 53), Pedro e Ricardo Dias (Tiago aos 63’).Marcadores: Nandinho (44’), Frodo (47’e 55’), Bruno Alves (58’); Rosas (32’ p. b.).Disciplina:Cartões amarelos para Ricardo Azevedo, Nandinho e Bruno Alves.

vantagem. Passados 8’, Fi cruzou na direita a bola foi para Nandi-nho que assistiu o endiabrado, Frodo, que bisou na partida. Aos 58’, Bruno Alves, com um gran-de golo, aumentou a contagem para 4-1.

Arbitragem regular.

alUga-seQUARTO NO CENTRO DA CIDADE

DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS | CONTACTO 918 832 530

Publicidade

Page 27: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1Março 2012 || | 27 |A VOZ

DE AZEMÉIS | DESPOrTO |

O jogo da jornada acabou empatado a um golo, um em-pate agridoce para as de Cesar, pois embora seja um resultado positivo, as três bolas nos ferros impediram as auri negras de so-mar mais uma vitória…

Jogo grande na Murtosa, onde as locais recebiam as líde-res da classifi cação e jogavam uma cartada decisiva para o apuramento para a fase de subi-da à1ª Divisão Nacional. A tarefa não se avizinhava fácil já que do

Camp. Nac. Promoção- Feminino Serie BFUTEBOL Murtoense, 1 - cesarense 1

“fErro a mais! …”outro lado estava o F.C. Cesaren-se, única equipa invicta do Cam-peonato de Promoção e ainda a melhor defesa das três séries do Campeonato.

Para o Cesarense, em caso de vitória, este encontro poderia desde logo dar o apuramento para a fase da “Subida” e as visi-tantes entraram determinadas a isso mesmo. Desde logo as de Cesar assumiram as ‘despesas’ do jogo e com um futebol apoiado dominavam em todos os aspec-tos: uma avassaladora posse de bola não dava muitas chances às da casa, que apenas tentavam sair em rápidos contra-ataques fruto de um futebol directo. Foi a partir de um desses lances, apro-veitando um erro defensivo das de Cesar que, contra a corrente do jogo, o Murtoense inaugurou o marcador. As auri negras não esmoreceram com o golo sofrido e partiram em busca do prejuízo mas o melhor que conseguiram foram duas bolas na trave am-bas rematadas pela capitã Érica. O tempo de descanso chegou com a vantagem das da casa, um resultado injusto para o FCC que dominou os primeiros 45’ mas foi pouco objectivo na hora da fi na-lização.

A segunda parte revelou um Cesarense ainda mais determi-nado e com uma atitude e entre-ga total ao jogo, decidido a virar o rumo dos acontecimentos. O

Jogo no estádio Municipal da Mur-tosa (Murtosa) Data: 26/02/12Arbitra: Andreia Sousa (A.F. Braga)

S.M. Murtoense Carla, Madalena, Rosa, Mariana, Catita, Pepe, Cláudia, Ana Rita, Daniela, Esquerda, Kika.

cesarense Diana B., Gaby, Sara Santos, Diana C., Pirralha, Eliana, Érica, Cátia C., Tânia (Susana), Norton, Cátia B. (Sara Lopes).

Marcadoras: 1-0 (Kika, 20m); 1-1 (Sara Lopes, 68m).

Disciplina: Cartão amarelo para Rosa, Ana Rita, Esquerda, Diana C. e Pirralha. futebol das de Cesar continuou

agradável, dinâmico e a intensi-dade imposta começou desde logo a criar inúmeros problemas às da casa que, embora jogando a favor do vento, apenas em algu-mas tímidas investidas tentavam surpreender a coesa defesa do Cesarense. As situações de perigo junto às redes do Murtoense iam--se sucedendo, até que perto dos 70’ de jogo, Andreia Norton fabri-cou a jogada que Sara Lopes con-cluiu, restabelecendo a igualdade no marcador. O golo foi uma ex-plosão de alegria para as hostes cesarenses, que assim viam algu-

ma justiça no marcador.Após o golo as visitantes não

baixaram o ritmo e procuraram alcançar a vitória. Por diversas vezes isso esteve perto de acon-tecer mas ora pelas defesas da guarda-redes do Murtosa ora pelo ferro isso não aconteceu. Gaby enviou mais uma bola à tra-ve da baliza das vareiras, mas o resultado manteve-se inalterado. Com o passar do tempo, as de Ce-sar souberam geri-lo, tal como e resultado.

Com a divisão de pontos, a si-tuação fi cou mais favorável para as do Cesarense do que para as

da casa, que com este empate e a apenas a duas jornadas do fi m desta fase viram a sua missão fi car ainda mais complicada no que diz respeito ao apuramento.

Arbitragem sem grandes repa-ros. Este empate fez com que as de Cesar “baixassem” ao 2º lugar, a umponto da Fundação Laura Santos, que assumiu o comando da classifi cação e que na próxima jornada se desloca a Cesar para disputar um encontro que pode-rá decidir quem se apura para a fase da subida e ainda quem vai terminar na frente da tabela clas-sifi cativa.

Publicidade

Av. D.ª Maria I - Lugar de Aldas – 3720-300 Oliveira de Azeméis – Tel. (351) 256 665 170 - Fax: (351) 256 665 171

OLIVEIRA DE AZEMÉISAbriu o Posto de Abastecimento

(combustivel mais baixo da região)

Page 28: "A Voz de Azeméis

| 28 | A VOZ DE AZEMÉIS | DESpOrtO | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

Catarina Teixeira e Diogo Gomes da Costa

Antonio Santos

Nos escalões de sub-12 mas-culinos e sub-16 masculinos e femininos, o Clube de Ténis de Azeméis (CTA), realizou nos passados dias 18 e 19 de feve-reiro a primeira prova oficial da época 2012, o torneio Prof. João Carlos Gomes da Costa.

Na variante feminina sub-16, a tenista do CTA Catarina Teixeira, depois de uma ausên-cia de cerca de um ano, regres-sou à competição, nesta pres-tigiada prova, demonstrando naturalmente alguma falta de ritmo. Mesmo fragilizada fisica-mente Catarina, perdeu apenas

na final com Mariana Padrão do C T Coimbra, por 6/1e 6/0.

Também na categoria de sub-16, o jogador do CTA, Má-rio João Costa, cedeu apenas na final, frente a André Vilela do C T Águeda, por 6/2 e 6/0.

No escalão de sub-12, o ven-cedor foi Pedro Cunha, do C D Cires, ao bater no derradeiro encontro, Bruno Silva, da A E J Ténis, em três setes curtos, 1/4, 5/3 e 4/1.

De registar a presença do comendador Antonio Rodri-gues, em representação do CTA, e Diogo Gomes da Costa, neto do homenageado Prof. João Carlos, na cerimonia da entrega dos troféus a todos os finalistas do torneio.

C T Azeméis organiza uma vez mais

TénisCamp. Reg. Norte e Centro NorteKARATé

A empresa municipal GEDAZ “Gestão de Equipamentos Desportivos de Azeméis, em parceria com a Federação Nacional de Karate “ Portu-gal, organizou, no passado dia 18 de Fevereiro, no Pa-vilhão Municipal de Oliveira de Azeméis, o Campeonato Regional de Karate, relativo à fase Norte e Centro Norte, no escalão de seniores.

As provas decorreram du-rante todo o dia e encheram o pavilhão de Oliveira de Aze-méis, com atletas, treinadores, árbitros e elementos da organi-zação a trabalharem no recinto. Da parte da manhã, realizaram--se as competições da zona Norte, na modalidade de kata, nas variantes feminina e mascu-lina. Seguiram-se as respectivas pesagens dos atletas e prova de kumite, feminino e masculino.

A entrega dos troféus das categorias de kata e kumite foi feita ainda antes da hora de almoço. Na prova de kata femi-nino, venceu a atleta Carolina

Durante um dia no Pavilhão Municipal

Campeonato de karate deCorreu entre nós

Gomes, da Associação de Kara-te de Aveiro. Em segundo lugar, ficou Joana Pinho da mesma colectividade. Rita Morgado e Carla Jerónimo, ambas atletas da AEKS ficaram em 3º e 4º lu-gar respectivamente.

No kata masculino, Pedro Monteiro, da AKS Aveiro, subiu ao lugar mais alto do pódio. Em 2º lugar, Gonçalo Miran-da (AKA), em 3º Rui Jerónimo (AEKS) e em 4º Pedro Carvalho (AEKS).

No kumite feminino, catego-ria de -50kg, ganhou Maria Car-dona, da Covilhã. Ema Lopes, da SC Conimbricense, venceu a ca-tegoria de -55 kg em kumite. Da mesma associação, saiu a ven-cedora da categoria de -61kg, Ana Rodrigues. Com menos de 68kg, venceu a atleta Ariana Pa-raíso (CEKS Team), seguida de Vanessa Couceiro (AKS Alber-garia), Teresa Mourão (ESAC) e Neuza Pinto (AKS Albergaria).

Da parte da tarde, decorre-ram as provas do campeonato nacional de seniores, nas fases regionais Centro Norte, em kata e kumite, feminino e masculino.

Kumite masculino-60kg1º Ricardo Santos ( IILIABUM CLUBE)2º Bruno Nunes (GD Concha Azul)

-67kg1º José Moreira (GDCC PAIVA)2º David Nunes (AEKS)3º RUI SILVA ACRDL

-75kg1º Rui Monteiro (AKS AVEIRO)2º Pedro Seguro (CF SANTA CLARA)3º David Pita (Condeixa)3º Daniel Machado (CEKS Team)

-84kg1º Pedro Resende (CK MANCHA NEGRA)2º João Neves (AKS AVEIRO)3º Afonso Queiroz (CK MANCHA NEGRA)3º Imão Lopes (EKW JOAQUIM SALGUEIRO)

interior do pavilhão municipal - fases de alguns combates

torneio professor João Carlos

Os finalistas escalão Sub-16 André Vilela e Mario J. Costa com elementos CTA

Page 29: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 março 2012 || | 29 |A VOZ

DE AZEMÉIS | PublIcIDADE |

Page 30: "A Voz de Azeméis

| 30 | A VOZ DE AZEMÉIS | OpInIãO | Quinta-feira 1

Março 2012 ||

ESPAÇOdEOPiniãO

A construção de uma auto-estrada desalojou um casal de idosos. Na altura os septuage-nários foram instalados, a título provisório, garantiram-lhes, pelo espaço de dois meses, num con-tentor, porque a moradia onde viviam, com as obras de cons-trução da autoestrada, abriu fen-das, tornando-se inabitável.

Volvidos oito anos, o conten-tor, de provisório passou a defi-nitivo, continua a ser a moradia dos hoje octogenários. Casa nova? Nem vê-la! Pior, a falência da empresa construtora levou os credores a retirarem os apa-relhos de ar condicionado, que ainda davam algum conforto ao casal, pelo que, com o frio que tem estado, imaginamos as con-dições em que (sobre)vive. As condições de acesso ao conten-tor, em piso de terra com casca-lho solto, são más, mas para duas pessoas agarradas a canadianas são péssimas. Para agravar o ce-nário, já de si deplorável, o casal arrisca ficar na rua, pois o dono do terreno onde está instalado o contentor, quer despejá-lo.

Recordo que há anos atrás, en-tre nós, aquando da construção das denominadas circulares ex-ternas, uma senhora emigrante, em pranto, telefonou-me da Su-íça, para denunciar a aberração que queriam fazer junto à sua casa. O zeloso funcionário ca-marário encarregue do contacto com os proprietários informou o representante da emigrante, por sinal o progenitor, do trajeto da nova rua. Pode parecer mentira, mas, mau grado haver ali muito terreno disponível a via passaria a menos de dois metros da porta da cozinha da referida casa. Uma forma simpática, diria altruísta, que a autarquia encontrou para aquele casal; um dia, quando decidir regressar em definitivo das terras helvéticas, pode pas-sar a velhice sem o estigma da solidão: sem sair da porta da cozinha vê, de borla, o tráfego passar.

Confrontado com a situação, o pai da proprietária contestou a ideia, mas o funcionário, estriba-do na altivez e na arrogância de quem quer, pode e manda, não lhe deu ouvidos.

Infelizmente, no nosso País tem sido assim. Já nem a Justi-ça, que a atual ministra já reco-nheceu ser bipolar, uma para os pobres e outra para os ricos, nos vale.

VOZ DO POVO

AntónioRebelo

O impacto da mudança dos contextos económicos, políticos, culturais e a pró-pria globalização aprenderam a provocar uma mutabilidade acelerada da configu-ração social e impôs modificações nos perfis da nossa sociedade. Ora numa so-ciedade problemática e complexa como aquela que vivemos a mudança não se caracteriza facilmente.

Convivemos claramente com evidên-cias claras de inovação, com êxitos e su-cessos diversificados, com práticas que fazem a diferença, com situações, proje-tos e exemplos que nos fazem acreditar que é possível melhorar os processos e os resultados socias.

A sociedade em geral tem de desper-tar uma nova consciência de direitos hu-manos, incrementando novas aprendiza-gem, em especial, ao nível cívico, social e político.

Por isso, muito provavelmente mais do que impor mudanças em momentos determinados, justifica-se hoje reinven-tar o novo papel social para que se crie uma dinâmica permanente, num pro-cesso de inovação contínua baseada na criatividade dos atores sociais e nas suas

capacidades para recrearem e retificarem objetivos e modalidades de ação, acredi-tando que o percurso pode ser lento mas as metas sociais serão atingidas.

Perante a realidade social em que vivemos hoje parece-me de maior perti-nência perceber e conhecer o novo para-digma dos actores sociais e dos vetores que influenciam as suas decisões e sen-timentos perante a realidade social. To-dos estamos conscientes de que na nossa sociedade existem problemas sociais que durante muitos anos não fizeram parte da agenda política.

ao mundo activo e não pelo seu valor en-quanto pessoas.

É difícil envelhecer-se numa socieda-de que tem tendência para repelir a doen-ça e a morte. E igualmente difícil ser-se jovem, num mundo onde cada vez mais é complicado perceber quem é realmente velho.

A velhice deveria ser vista como po-der e valorização e não como impotência e inutilidade. A população idosa, acima de tudo, deve tomar a vida pelo que é e fazer o que verdadeiramente gosta, já que no seu passado não houve tempo.

Há que desafiar os idosos para novas aventuras e evitar que estes percam o in-teresse por viver, pela vida social, cultu-ral e politicamente ativa.

Neste ano do envelhecimento ativo e da solidariedade entre gerações é urgen-te promover o envelhecimento sadio da nossa população.

Professora Doutora Carla Carvalho

A Crise Social

ficha técnicaPropriedade - A Voz de Azeméis - Comunicação Social Unipessoal, Lda NRPC - 510 165 559Redação, administração e publicidade-Rua Dr. Manuel Arriaga, 84 - loja 0.10 3720-233 Oliveira de AzeméisTelefone - 256 660 730

Fax - 256 660 736email - [email protected]ão - Diário do MinhoNúmero de Depósito Legal - 339842/12 Registado sob o n.º 100436 no ICS Editor - Prof. José GodinhoDiretor - Prof. António Rebelo

Diretor Ajunto - Prof. Martinho AlmeidaColaboradores - Andreia Godinho, Joana Godinho, Daniela Mesquita, Carina Martins, Ana Ferreira, Prof. Dr. Carla Carvalho, Miguel Fernandes, Vera Tavares e Serafim MarquesPaginação - A Voz de AzeméisTiragem- 5000 Exemplares

Recentemente, a Europa foi fustigada com nevões e temperaturas baixíssimas que, nalguns países, fizeram centenas de vítimas mortais. Essa vaga de frio também atingiu o nosso país, com temperaturas negativas ou a raiar o zero graus, durante algumas noites e sempre que este tipo de factos ocorrem, logo surge matéria para o espectáculo da caridade, a que as televisões dão relevo, à falta dou-tros assuntos que vendam mais nos telejor-nais. Por todo o lado, muitas instituições e cidadãos acendem uma “chama de solida-riedade” em torno dos sem-abrigo, idosos solitários, etc. São acções louváveis, face às contigências daqueles períodos de frio inten-so, embora muitas instituições pratiquem este tipo de apoios durante o ano. Todavia, muitas das imagens que nos entram pela casa den-tro são manipuladas pelas televisões e vêm carregadas de hipocrisia. Não por parte dos “agentes da caridade”, mas duma sociedade que “permite” a existência destes desafortu-nados da vida. Como é possível que as socie-dades modernas e desenvolvidas “criem e tolerem” que ser humanos levem uma vida que nem os animais domésticos a têm? Re-centemente, a UE ameaçou multar Portugal e outros países membros, porque as capo-

CRÓNICAS DE LISBOA Serafim Marqueseconomista

O frio que vem e a chama que rapidamente se apaga

eiras das galinhas poedeiras não obedecem aos requisitos legislados! E as pessoas, principalmente os milhares de mendigos e sem-abrigos que “habitam” nas cidades ricas da UE, onde milhares de animais domésticos têm vidas de príncipes? Não pode a UE, tão autoritária a legislar em coisas tão irrele-vantes, “proibir” a existência dos excluídos das sociedades modernas, afectando recur-sos para que essa chaga seja erradicada? In-felizmente, existem , por cá e por lá também, muitos políticos e intelectuais que, ao abrigo da liberdade individual, entendem que os de-safortunados da vida são livres de seguir o seu caminho, como se aquela forma e grau de pobreza não retirasse àqueles seres humanos as possibilidades dela saírem, se para tal não forem ajudados e obrigados. Outros, partem do principio que a a riqueza material depende da própria pessoa e não da boa ou má vontade dos outros, isto é, que a riqueza está dentro de cada um e, por isso, deve -se levá-lo a acreditar e a lutar para sair do estado de pobreza.

As “cenas” que presenciamos, quando andamos por várias zonas das cidades e vi-las ou que as televisões nos exibem, acabam por revoltar os mais sensíveis, face às causas e às atitudes de todos que, de uma forma ou

de outra, somos responsáveis. Revoltante também porque muitos desses desafortuna-dos recusam abandonar a vida (!) que levam , mesmo que lhes sejam oferecidas condições humanas nalgumas instituições vocacionadas para o acolhimento e ajuda. Por outro lado, as instituições que “alimentam” essa carida-de, fazem-no, em muitos casos, duma for-ma individualista, isto é, sem integração ou complementariedade com outras instituições e entidades. A pobreza não se combate só com esmolas, mas, essencialmente, com atitudes e acções que dotem o pobre com meios para poder deixar a pobreza onde caiu ou nasceu. Os “socialismos” e a igreja (a Católica) têm lutado para eliminar as di-ferenças sociais e a pobreza mas não o con-seguiram, porque têm apostado em vias erradas. Aqueles, acreditando que os pobres acabam quando acabarem com os ricos e esta privilegiando a prática da caridade, mas esta não se pode fazer só com o coração, mas tam-bém com a razão. Se optarem por “dar e dar”, as pessoas não vão querer outra forma de vida (a subsídio-dependência é uma “doença” dos pobres). A lógica neo-liberal é a de que as pessoas devem ser apoiadas mas também devem empenhar-se na resolução dos seus problemas, isto é, praticar a assistência mas também tentar solucionar os problemas das pessoas. Alem disso, os problemas sociais são cada vez mais complexos, pelo que a sua resolução implica respostas multidimen-

sionais, mas a desresponsabilização cívica é também uma grave problema das sociedades modernas, cada vez mais egoístas e menos solidárias. Como existe um abismo entre os pobres e a riqueza, a melhor via é através da educação e a formação, isto é, o abismo será vencido se for vencida a ignorância, pois esta é a mãe de muitos males. “Ensina--o a pescar, em vez de lhe dares o peixe”. Não são os países ricos aqueles que têm melhor educação e formação? Esta é causa e efeito, pelo que reforça aquela máxima de que o melhor caminho para o combate à pobreza está na educação e na formação.

Desaparecido o frio das ruas das nossas cidades e vilas, logo a chama, pelo menos a “chama mediática”, se apaga e até que surja outro motivo, por exemplo época na-talícia, cheias, vagas de calor ou de fogos, etc, tudo volta ao esquecimento dos cidadãos e de muitos daqueles que deveriam adoptar medi-das para a resolução das “chagas da socieda-de”, porque acabar ou diminuir a pobreza é um desígnio prioritário, apesar desta ser uma questão com séculos e para a qual o homem tarda em encontrar uma solução. Noutras épocas ou noutros momentos do ano, voltará a mesma chama na alma de muitos agentes do “bem-fazer”, mas também muita frieza e uma certa hipocrisia dos restantes. A esmola tem subjacente, em muitas situações, relações de poder e dependência entre aquele que a dá e o necessitado que a recebe. “O que se deve em justiça não se oferece em carida-de” – J.C. Fajardo.

Os idosos, a violência nos idosos e entre idosos só recentemente foram alvo de preocupação.

Contudo, parece-me que a maior vio-lência sobre os idosos, apesar de as es-tatísticas nos dizerem, que a maior parte desta violência e cometida por familia-res, é exercida pelas organizações da so-ciedade do ponto de vista politico, social e económico. A inexistência de legisla-ção de programas de intervenção social deixam os idosos entregues a sua sorte, quando perdem a capacidade de decisão.

Não será importante repensarmos este problema, cada vez mas mediático e reestruturar as respostas que temos para estes cidadãos? Cidadãos plenos de di-reitos, mas sem grandes capacidades de reivindicação.

É difícil ser-se idoso, numa socieda-de onde as pessoas valem pelo que são e pelo que fazem, ou seja, pela sua ligação

1 quinta-feira, 01 de março 2012 |

Page 31: "A Voz de Azeméis

Quinta-feira 1 MARÇO 2012 || | 31 |A VOZ

DE AZEMÉIS | OpInIãO |

ESPAÇOdEOPiniãO

DiretorAntónio RebeloProfessor

[email protected]

editorial

O meu contributo

José GodinhoProfessor

nota do editor

Diretor adjuntoMartinho AlmeidaProfessor

[email protected]

Portugal encontra-se numa encruzilhada difícil da sua História. O pessimismo apoderou-se da generalidade dos portugueses. Parece que estamos condenados a um destino fatalista, que nos fará perecer como Na-ção independente, já que estamos dependentes dos milhões que nos chegam dos cofres da Comissão Eu-ropeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Mone-tário Internacional.Este cenário não nos é estranho. Basta recuarmos 100, 120 anos no tempo, retroceder ao período final da monarquia, que conduziria à implantação da Repú-blica, para percebermos que sempre temos vivido a pedir dinheiro, com falta de emprego, com uma gran-de parte da população a viver na miséria, enquanto a restante, incluindo os responsáveis pela nossa condu-ção coletiva, viviam na opulência e no fausto.Não serão as entidades que estão a colocar cá o di-nheiro, nem nenhum santo milagreiro, que nos reti-rarão do atoleiro em que nos encontramos se nós, enquanto povo, não quisermos e, sobretudo se não nos dispusermos a trabalhar, a dar o melhor de nós mesmos.Está na hora de apostarmos em nós, no nosso País, com verdadeira consciência coletiva e cívica. O dinheiro fácil acabou, viver de subsídios tem os dias contados. Temos de comprar o que é nosso, garantir às nos-sas empresas, o mesmo é dizer aos seus trabalhadores, o pão de cada dia. A mentalidade que coloca a qualidade dos produtos portugueses abaixo da dos que importamos tem de ser banida.O turismo é um dos setores mais rentáveis da nossa economia. Em ter-mos gerais, o apelo que nos é feito, sobretudo aos que têm capacidade

económica para irem até outras paragens, para além das nossas fronteiras, é que conheçam e apostem no que temos por cá. Tantas vezes não valorizamos, por puro desconhecimento, o que os estrangeiros che-gam cá e admiram.Exatamente pela importância que assume no con-texto interno do nosso País, a entidade “Turismo do Porto e Norte de Portugal, E.R.”, responsável pela gestão e promoção turística da área Regional de Tu-rismo do Norte, aposta na promoção de toda esta vasta região, enquanto um todo, em sete áreas es-tratégicas, concretamente no Turismo de Negócios, City & Short Breaks, Gastronomia e Vinhos, Turismo de Natureza, Turismo Religioso, Touring Cultural e Paisagístico e dos Patrimónios, e Turismo de Saúde e Bem-Estar.É assim que surge, no âmbito da gastronomia e dos vinhos, a implementação dos “Fins-de-semana Gastronómicos”, que estão a decorrer, pelo terceiro ano consecutivo, entre Novembro e Maio. A partir

de amanhã e até domingo, isto é, no primeiro fim-de-semana de Mar-ço, 16 restaurantes do nosso concelho acolhem o evento. Os turistas e quem se deslocar a essas casas de restauração, na generalidade com créditos firmados no domínio da gastronomia e dos vinhos, encontrará para além dos habituais pratos, algo de muito nosso, como são o pão de Ul, as papas de S. Miguel e a vitela assada.Na véspera do “Fim-de-semana Gastronómico”, “A Voz de Azeméis” dá amplo destaque ao evento, para que os nosso leitores possam conhecer e planear uma escapadinha a um dos nossos santuários gastronómicos.

Vive-se, a nível nacional e internacional, uma grave crise social, política, económica, de valores essenciais e acima de tudo de mentalidades. Muitas outras, ao longo da história, já se fizeram sentir, porventura me-nos multifacetadas e complexas. A que decorre pre-sentemente é global, de contornos percetíveis, mas de difícil solução a curto e médio prazo.São muitas as variáveis que convergiram para se ter chegado ao ponto em que nos encontramos.Não faltam diariamente, nos mais variados meios de comunicação social, análises, teorias, opiniões e pro-postas para a resolução dos graves problemas que assolam o País, a Europa e muitos outros estados à escala mundial, porém todas têm um denominador comum - incapacidade - levando a maior parte das economias, cada vez mais, a afundarem-se e os confli-tos sociais a alastrarem.Sucedem-se para muitos, os dias negros de tristeza e esparsa cólera, pessimismo e inação.Querer e não querer entrechocam-se.Pedaços de vida deixam-se sumir em fumo.Coexistem apetites de solidão e períodos de trapismo artificial.Lamenta-se a anomia.Importam-se modelos absolutamente desajustados à nossa realidade.Somos governados à distância e de acordo com interesses que pouco têm a ver com uma nação com mais de oitocentos anos de história.Vivemos às ordens dos políticos, dos oradores, dos altos negociadores, daqueles que pela sua superioridade intelectual e da autoridade que lhe confere, dispõem do mundo.

O que mata sobretudo o nosso país é a existência de certas instituições decrépitas, sem razão de exis-tência, embaraçadoras e estéreis, que estão hoje re-pelidas pela filosofia, pela experiência, pela prática, pela história, que nem os antigos regimes queriam e, muito menos, a democracia.Os culpados, no entanto, continuam impunes e, até alguns, continuam nos seus lugares de cátedra, ro-deados de mordomias, enfileirando no círculo da-queles que nada têm a ver com o atoleiro que aju-daram a “construir”

Importante agora é, no entanto, encontrar forma de minimizar os estragos provocados, para mais tarde se reequilibrar o país e levá-lo a produzir ri-queza e bem-estar.Cada manhã traz uma revelação, como um novo caminho sem saída, principalmente para o imenso contingente de desempregados, muitos deles em

situações dramáticas, donde emergem, cada vez em maior número, os jovens, cujo futuro se vislumbra muito sombrio. Estes, que serão os homens responsáveis pela sociedade do amanhã, não podem, nem devem baixar os braços. Desistir é algo que não pode, nem deve fazer parte do seu quotidiano.Com otimismo, criatividade, forte espírito de união e crença nas suas capacidades será possível ultrapassar os tormentosos tempos difíceis e alterar o rumo, até porque é urgente que aos vindouros, se legue um novo devir, porquanto o pior que a desunião tem não é fazer perder a força, é fazer perder a convicção e a esperança não se humilha.

Estamos a publicar o número um, da segunda série do jornal “A Voz de Azeméis”, dando res-posta ao desafio que se iniciou em 3 de Fevereiro de 2012.Começa a ser uma experiência interessante, quer pelas apren-dizagens que se vão adquirindo, quer pelo grupo de amizades que se estão a criar…Começámos com o Professor An-tónio Rebelo, o Professor Mar-tinho Almeida e o José Miguel. Neste momento, a “ família do jornal A Voz de Azeméis “ está a crescer e já conta com mais colaboradores: Joana Godinho; Daniela Mesquita; Carina Mar-tins; Ana Ferreira; Professora, Dr.ª Carla Carvalho; Miguel Fer-nandes, Vera Tavares e Andreia Godinho. Mais colaboradores se advinham, proximamente, o que constituirá um enorme estí-mulo para continuarmos a fazer crescer esta “ criança “ que ain-da agora começou a caminhar. O meu sincero reconhecimento pela vossa colaboração e con-fiança…As condições ainda são frágeis, criando dificuldades de organi-zação, quer ao nível da coorde-nação, quer ao nível dos conte-údos. Estou convicto que, com a experiência que vamos adquirin-do, com o entusiasmo que nos vai invadindo e com a sabedoria do Professor António Rebelo, ire-mos melhorar a qualidade jorna-lística e acabaremos por alcançar o objetivo de publicar o jornal, semanalmente.É nosso propósito, pautarmo-nos por uma linha construtiva, procu-rando transmitir conteúdos po-sitivos, de forma a despertar na Comunidade Oliveirense a vonta-de de vencermos as dificuldades que muito nos incomodam e mui-to nos preocupam. O desprezo pelo julgamento sistemático será substituído pela amostragem das boas produções e pelas existên-cias daqueles que continuam a procurar e a aplicar soluções na resolução de problemas…

Page 32: "A Voz de Azeméis

| 32 | A VOZ DE AZEMÉIS | publIcIDADE | Quinta-feira 1

março 2012 ||