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  • A Teoria da Trofobiose sob a abordagem sistmica da agricultura:eficcia de prticas em agricultura orgnica.The Trophobiosis Theory based on agriculture systemic approach: eficiency of organicagriculture practices

    VILANOVA, Cllio1; SILVA JNIOR, Carlos Dias da2.

    1Universidade Federal de Sergipe, Ncleo de Ps-Graduao e Estudos em Recursos Naturais,Mestrado em Agroecossistemas, Aracaju/SE, Brasil, [email protected]; 2 Universidade Federal deSergipe, Departamento de Biologia, Aracaju/SE, Brasil, [email protected]: Na agricultura, o enfoque sistmico cada vez mais necessrio, devido crescentecomplexidade de sistemas organizados e manejados pelo homem e da emergncia do conceito desustentabilidade. Na abordagem sistmica se busca entender as interaes de fatores e a complexidadeambiental, com o estudo do desempenho total de sistemas, em vez de se concentrar isoladamente naspartes. A resistncia fisiolgica vegetal, que tem um dos mecanismos na Trofobiose, contempla umaviso sistmica, considerando que o ambiente de uma planta cultivada individual composto de muitosfatores que interagem e que o manejo sustentvel do agroecossistema requer o conhecimento dacomplexidade do ambiente e de como os fatores podem ser manejados. De acordo com a Teoria daTrofobiose, todo organismo vegetal fica vulnervel infestao de pragas e doenas quando hexcessos de aminocidos livres e acares redutores no sistema metablico. No presente estudo, combase em princpios e mtodos agroecolgicos, procura-se determinar quais as prticas de agriculturaorgnica podem ser mais eficazes na contribuio ao equilbrio trofobitico e como a trofobiose estdiretamente relacionada ao manejo agroecolgico das culturas, contribuindo para a resistnciafisiolgica vegetal e caracterizando-se como um mecanismo de sustentabilidade do agroecossistema.PALAVRAS-CHAVE: trofobiose, abordagem sistmica, agricultura orgnica.ABSTRACT: In agriculture, the systemic focus is more and more necessary, because of the crescentcomplexity of organized systems managed by man and the urgency of the sustainability concept. Thesystemic approach looks for understanding the interaction of factors and the ambient complexity, with astudy of the total development of systems, instead of concentrating in isolated parts. The physiologicvegetal resistance, that has one mechanism in Trophobiosis, contemplates the systemic vision,considering that the environment of an individual crop plant consists of many factors that interact amongthemselves and that the sustainable management of the agro-ecosystem requires the knowledge of theenvironment complexity and of how the factors can be managed. According to the Trophobiosis Theory,every vegetal organism is vulnerable to the pest infestation and illness when excess of free amino acidsand glycosides reductor species are present in the metabolic system. This study, based on agroecological principles and methodology, tries to determine which organic agricultural practice can be moreefficient in the contribution to the trophobiotic equilibrium and how the trophobiosis is directly related tothe crops agro ecological management, helping out to the physiological vegetal resistance anddistinguishing itself as an agro-ecosystem mechanism of sustainability.KEY WORDS: trophobiosis, systemic approach, organic agriculture.

    Revista Brasileira de AgroecologiaRev. Bras. de Agroecologia. 4(1):39-50 (2009)ISSN: 1980-9735

    Correspondncias para: [email protected] para publicao em 25/04/2009

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  • IntroduoO termo Trofobiose origina-se do grego:

    Trophos (alimento) e Biosis (existncia de vida).De acordo com essa Teoria, todo organismovegetal fica vulnervel infestao de pragas edoenas quando excessos de aminocidos livres eacares redutores esto presentes no sistemametablico (POLITO, 2005). A trofobiose estdiretamente relacionada ao manejo agroecolgicodas culturas, contribuindo para a resistnciafisiolgica vegetal e sustentabilidade doagroecossistema.

    A Agroecologia, a partir de um enfoquesistmico, adota o agroecossistema como unidadede anlise e proporciona as bases cientficas(princpios, conceitos e metodologias) para apoiaro processo de transio do atual modelo deagricultura convencional para estilos deagriculturas sustentveis. Sendo oagroecossistema a unidade fundamental deestudo, nos quais os ciclos minerais, astransformaes energticas, os processosbiolgicos e as relaes scio-econmicas sovistas e analisadas em seu conjunto, seusobjetivos no so a maximizao da produo deuma atividade particular, mas a otimizao doagroecossistema como um todo. Isso significa anecessidade de uma maior nfase noconhecimento, na anlise e na interpretao dascomplexas relaes existentes entre as pessoas,os cultivos, o solo, gua e os animais. Nestaperspectiva, torna-se evidente a necessidade dese adotar um enfoque holstico e sistmico emtodas as intervenes que visem transformarecossistemas em agroecossistemas (ALTIERI,2002; CAPORAL & COSTABEBER, 2004).

    A abordagem sistmica visa ao estudo dodesempenho total de sistemas, em vez de seconcentrar isoladamente nas partes. Naagricultura, o enfoque sistmico tem-se tornadocada vez mais necessrio, devido crescentecomplexidade de sistemas organizados emanejados pelo homem e da emergncia do

    conceito de sustentabilidade (PINHEIRO, 2000).A sanidade dos organismos agrcolas deve ser

    considerada como uma situao de equilbriodinmico, pela qual se busca atingir asustentabilidade, da qual os ecossistemasnaturais nos oferecem amostras. Como osagroecossistemas no so naturais, masmantidos pelo homem para privilegiar oscultgenes de seu interesse, so necessriasmedidas compensadoras, que constituem astcnicas de agricultura orgnica (DEFFUNE,2007).

    A sanidade dos vegetais e animais e aqualidade de seus produtos dependem no s dastcnicas adotadas, mas da aplicao conscientedo conhecimento dos processos vitais envolvidose da natureza dos problemas (pragas, doenas)que necessitem ser resolvidos (DEFFUNE, 2007).Considerando os efeitos das tecnologias sobre aagricultura, h de se observar, de forma sistmica,os mecanismos de causa e efeito das tecnologiassobre a sustentabilidade do agroecossistema, damesma forma em que Hipcrates, pai da Medicinarecomendava: Sublata causa tolitur effectus(eliminada a causa cessam os efeitos). Comessa premissa, o cientista francs FrancisChaboussou estabeleceu as bases da Teoria daTrofobiose, considerando que o ataque de pragase doenas nos cultivos um efeito, cuja causaest no desequilbrio metablico da planta(PINHEIRO & BARRETO, 1996).

    De forma sustentvel, a agricultura orgnicautiliza uma dos pilares de qualquer ecossistema o solo como um espao habitado por milharesde organismos, com infindveis interaes entre sie com os componentes no vivos, comportando-se como um componente vivo dentro doecossistema, afetando e sendo diretamenteafetado pelas prticas culturais utilizadas noprocesso de produo (FEIDEN, 2001). Deacordo com Gliessman (2005), os princpios emtodos ecolgicos, que formam a base da

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  • Agroecologia, so essenciais para determinar: seuma prtica, insumo ou deciso de manejoagrcola sustentvel; a base ecolgica para ofuncionamento, a longo prazo, da estratgia demanejo escolhida. Uma vez que esses estejamidentificados, podem ser desenvolvidas prticasque reduzam os insumos externos comprados,diminuam os impactos de tais insumos quandousados e estabeleam uma base para desenharsistemas que ajudem os produtores a sustentarseus cultivos e suas comunidades produtoras.

    No presente estudo, com base em princpios emtodos agroecolgicos, procura-se determinarquais as prticas de agricultura orgnica podemser mais eficazes na contribuio ao equilbriotrofobitico e como a trofobiose est diretamenterelacionada ao manejo agroecolgico das culturas,contribuindo para a resistncia fisiolgica vegetale caracterizando-se como um mecanismo desustentabilidade do agroecossistema.

    Materiais e mtodosOs estudos foram desenvolvidos na

    mesorregio do Agreste Sergipano, no Estado deSergipe. O sistema de agricultura orgnica doAgreste Sergipano est caracterizado pelo cultivopredominante e diversificado de hortalias,associado com pequena pecuria (gado de leite eovinos). Os produtores orgnicos estoorganizados em associaes (ASPOAGRE Associao de Produtores Orgnicos do Agreste eAPM Associao dos Pequenos e MdiosEmpreendedores Rurais de Malhador) edesenvolvem o sistema, em pequenaspropriedades, h cerca de sete anos, comcertificao pelo Instituto Biodinmico IBD.Dentre o grupo de produtores foi identificado umprodutor padro (Sr. Carlos Batista dos Santos),em cuja unidade familiar de produo (StioMatapu), de 4,8 hectares, desenvolve seu cultivohortcola diversificado (com plantios de couve,cenoura, tomate, abbora, pimento, batata),associado a pequena pecuria (gado leiteiro e

    ovinos) e onde executa a grande maioria dasprticas de agricultura orgnica adotadas pelogrupo de produtores, com regularidade eeficincia, sendo, portanto, representativo nosistema de produo adotado pelo grupo. Apropriedade analisada (Stio Matapu) estlocalizada no municpio de Itabaiana, comcoordenadas UTM N 06 66 81 e E 88 23 10 ealtitude de 223 m.

    A caracterizao das reas produtivas, dogrupo de produtores e do sistema de produoorgnica adotado no Agreste Sergipano,considerados neste estudo, est baseada emdiagnsticos realizados pelo SEBRAE/SE (2006ae 2006b).

    Foram identificadas, dentro do sistema deproduo, as prticas mais eficazes para alcanarum equilbrio trofobitico e como a trofobiose estdiretamente relacionada ao manejo agroecolgicodas culturas, contribuindo para a resistnciafisiolgica vegetal e caracterizando-se como ummecanismo de sustentabilidade doagroecossistema. Embora escolhidas conforme osistema de produo da rea em estudo(agricultura orgnica do Agreste Sergipano), asprticas so comuns aos padres de cultivoutilizados em qualquer plantio que adote ospreceitos da Agricultura Orgnica.

    Resultados e discusso

    Sustentabilidade de prticas agrcolasmediante princpios agroecolgicos Manejoda complexidade

    O ambiente, no qual um organismo individualocorre, precisa ser compreendido como umconjunto dinmico, em constante mudana, detodos os fatores ambientais (luz, temperatura,precipitao, vento, solo, umidade do solo, fogo efatores biticos) em interao, ou seja, como umcomplexo ambiental. O manejo sustentvel deagroecossistemas requer o conhecimento de

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  • como fatores individuais afetam organismoscultivados e como todos os fatores interagem paraformar o complexo ambiental (GLIESSMAN,2005).

    Diante dos recursos naturais, as prticasexecutadas nos agroecossistemas pela agriculturaorgnica tm o objetivo de otimizar os fluxos denutrientes, reduzir as perdas e melhorar ascondies ambientais para proporcionarprodutividades timas das culturas comsustentabilidade, considerandose as suas inter-relaes e implicaes com e sobre o restante dosistema (FEIDEN, 2001).

    Estando a trofobiose intimamente relacionadaaos mecanismos fisiolgicos do estresse, capazde motivar o estado em que aminocidos livres eacares redutores estejam disponveis paraalimentao de fitoparasitas, importanteobservar os fatores que promovam esse estresse,bem como as prticas agrcolas capazes deminimiz-lo.

    Uma srie de condies do ambiente naturalpode causar o estresse da planta (LARCHER,2000):

    - fatores abiticos fatores climticos (alta oubaixa radiao, temperaturas excessivamentealtas ou baixas, precipitao deficiente, seca,ventos fortes) e condies do solo (altasconcentraes de sal e minerais ou deficinciamineral, acidez, baixa concentrao de oxignio);

    - fatores biticos adensamento de plantas,uso intenso das plantas por animais emicroorganismos, aes antropognicas.

    Raramente na natureza ocorre um fator deestresse sozinho e sem a influncia de outrosfenmenos. Frequentemente, mltiplos estressesesto envolvidos, em uma combinao de fatores(LARCHER, 2001). A anlise individualizada deuma prtica agrcola que possa minimizar um fatorde estresse uma anlise parcial e deve serampliada para o conjunto de prticas adotadas nosistema produtivo e redesenho de todo o sistema,de modo que os mltiplos estressores possam ser

    contornados.Entre os fatores estressores, capazes de

    promover o desequilbrio metablico que agesobre a proteossntese e, consequentemente,sobre a resistncia da planta, Chaboussou (1999)destaca:

    - fatores intrnsecos, que envolvem aconstituio gentica da planta (a espcie e avariedade, a idade dos rgos ou da planta);

    - fatores abiticos: o clima (energia solar,temperatura, umidade, precipitao, influnciascsmicas);

    - fatores culturais: o solo (composio qumica,estruturao, aerao), a fertilizao (orgnica emineral), a enxertia (influncia do porta-enxertosobre a fisiologia do enxerto e reciprocamente), otratamento com agrotxicos (desencadeamentode desequilbrios biolgicos.

    Um conjunto de prticas agrcolas baseadasnos princpios agroecolgicos pode ser bastanteeficaz no manejo da complexidade ambiental e nacontribuio ao equilbrio trofobitico, resultandoem menor vulnerabilidade das plantas incidnciade pragas e doenas. Essas prticas deverosempre incluir (ALTIERI, 2002):

    - cobertura vegetal como uma medida eficientena conservao do solo e da gua, atravs do usode plantio direto, cobertura morta, cobertura vivaetc;

    - suprimento regular de matria orgnica(esterco, composto) e promoo da atividadebitica do solo;

    - mecanismos de reciclagem de nutrientesatravs do uso de rotaes de culturas, sistemasintegrados de produo de plantas e animais,sistemas agroflorestais e sistemas consorciados;

    - controle de pragas, com maior atividade dosagentes de controle biolgico, alcanada porintermdio do manejo da biodiversidade e daintroduo e/ou conservao dos inimigosnaturais;

    - maior capacidade de uso mltiplo dapaisagem;

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  • - manuteno da produo sem uso deinsumos qumicos que degradam o ambiente.

    No desconsiderando uma srie de prticasculturais recomendadas no manejo agroecolgicopreconizado pela agricultura orgnica, algumasprticas principais podem ser destacadas pela suaefetividade trofobiose:

    - uso eficiente da irrigao;- formao de quebra-ventos;- adubao orgnica;- manejo nutricional do plantio;- emprego de biofertilizantes e caldas

    fertiprotetoras;- calagem e gessagem;- uso de espcies e variedades adequadas s

    condies edafoclimticas locais;- manuteno da cobertura do solo;- excluso do uso de agrotxicos.

    Uso eficiente da irrigaoEm regies de baixa precipitao pluviomtrica

    ou de distribuio irregular das chuvas durante oano, o uso eficiente da irrigao procura manter aumidade do solo sempre em condiesadequadas para o desenvolvimento das plantas,sem falta nem excesso de gua. O dficit hdricocomo fator de estresse ocorre quando muitopouca gua est disponvel planta.

    No h processo vital que no seja afetado dealguma forma pelo declnio do potencial hdrico,alterando numerosas funes celulares. A primeirae mais sensvel resposta ao dficit hdrico adiminuio da turgescncia, associada diminuio do processo de crescimento. Ometabolismo das protenas e dos aminocidos logo limitado (LARCHER, 2001; FUMIS &PEDRAS, 2002).

    Quando a turgescncia comea a diminuir soiniciadas medidas osmorregulatrias. Acombinao de sntese de compostos orgnicosnitrogenados e a converso de amido paracarboidratos solveis ocasiona a acumulao desubstncias orgnicas de baixo pelo molecular

    nos compartimentos celulares e no citosol(LARCHER, 2001). Essa disfuno ocorre sobdiversas condies de estresse (no apenashdrico)1.

    Formao de quebra-ventosO efeito fsico do vento, em reas que tendem

    a ter vento mais constante, pode desenvolvercondies desfavorveis s plantas, como adessecao. No desenho de agroecossistemassustentveis devem ser consideradas as tcnicascapazes de mitigar os aspectos negativos dovento, como os quebra-ventos.

    A abertura dos estmatos na folha da plantaleva a um espao de ar na qual a troca de gsocorre nas paredes das clulas circundantes.Neste espao, saturado de umidade, o vapordgua flui de dentro para fora da folha, criandouma camada limtrofe de ar saturado ao redor dasuperfcie da folha. O vento remove essa camada,aumenta a transpirao e a perda de gua pelaplanta. Esta perda pode ser prontamentesubstituda por absoro pelas razes e transportesubseqente para as folhas, mas se a taxa dedessecao exceder da substituio, podeocorrer murcha e conseqente desequilbriometablico (GLIESSMAN, 2005).

    A formao de barreiras ou de faixas devegetao nas margens dos cultivos proporcionatambm uma reduo na disperso de pragas(como pulges e tripes) pelo vento na reacultivada (ALTIERI et al., 2003).

    Adubao orgnicaDe acordo com Paschoal (1996), ao contrrio

    dos fertilizantes minerais solveis, os adubosorgnicos fornecem todos os macro emicronutrientes que as plantas precisam e emdoses proporcionais, sem excessos nemcarncias. Por isso culturas adubadasorganicamente acham-se perfeitamente

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  • equilibradas em seu metabolismo, no ocorrendoacmulos de substncias solveis, o que astornam mais resistentes ao deletria dasespcies daninhas. Estimulando a proteossntese,o hmus protege as plantas de pragas e doenas.A matria orgnica humificada do solo tambmmelhora as propriedades fsicas e biolgicas dosolo, permitindo que as razes desenvolvam-semais e assim a planta (cultura) consiga competirmais satisfatoriamente com as plantas invasoras(espontneas). Estimuladas pelas substnciashmicas, a raiz aumenta sua capacidade deabsoro de nutrientes e outros compostosminerais e orgnicos liberados no solo pela maioratividade microbiana. Desta forma que sealcana, na prtica da Agricultura Orgnica, umacondio de resistncia fisiolgica da plantas spragas e doenas, permitindo uma maiorsustentabilidade do sistema de produo.

    Manejo nutricional do plantioTodos os aspectos da resistncia fisiolgica

    das plantas esto intimamente relacionados com ostatus nutricional das plantas e refletem tantouma modificao no ambiente nutricional dopatgeno como na ao de enzimas e naproduo e acmulo de compostos inibidores dapatognese, como as fitoalexinas (ZAMBOLIM &VENTURA, 1996; POLITO, 2006; DEFFUNE,2007).

    Muitos estudos demonstram a estreita relaoentre a nutrio mineral e a resistncia da planta apatgenos, verificando-se que alguns nutrientesaumentam a severidade da incidncia de doenase pragas, enquanto outros a reduzem, devendo-sebuscar uma nutrio equilibrada. Os mecanismosde resistncia fisiolgica pelos nutrientes tm sidoassociados regulao de aminocidos e sntese de protenas. O nitrognio normalmenteestabelece a composio de certos aminocidos eprotenas, enquanto que o zinco e outroselementos interagem com o nitrognio pararegular aminocidos, amidas e a concentrao de

    protenas (SIQUEIRA & FRANCO, 1988;PRIMAVESI, 1994; ZAMBOLIM & VENTURA,1996; POLITO, 2006).

    Os elementos minerais no somente servemcomo substratos, mas tambm determinam a rotadas reaes fisiolgicas do metabolismo. Oaumento da taxa de respirao, permeabilidadecelular e a translocao podem aumentar adisponibilidade de nutrientes para o patgeno. Oestado nutricional do hospedeiro particularmentecrtico no caso de patgenos obrigatrios. Aconcentrao de determinados vrus proporcional ao vigor do hospedeiro (ZAMBOLIM& VENTURA, 1996).

    O manejo nutricional deve considerar, noentanto, no apenas o aporte de nutrientes splantas, em adequadas propores, mas areduo das perdas de nutrientes no sistema. Deacordo com Feiden (2001), enquanto nas regiestemperadas os solos so ricos em nutrientes e aatividade biolgica lenta e sofre interrupesocasionadas pelo inverno rigoroso, em regiestropicais e equatoriais midas, os solos sopobres e a atividade biolgica intensa. Emnossas condies tropicais, a melhor estratgiapara conservar os nutrientes no sistema mant-los fixados na matria orgnica, tanto nas plantasvivas como na matria orgnica do solo. Assim, aimobilizao de nutrientes, que consideradocomo um aspecto negativo no manejoconvencional de fertilizantes, sob o enfoqueagroecolgico passa a ser um mecanismo chavena manuteno dos nutrientes noagroecossistema.

    Emprego de biofertilizantes e caldasfertiprotetoras

    Os biofertilizantes lquidos, na forma defermentados microbianos enriquecidos, funcionamcomo promotores de crescimento (equilbrionutricional) e como elicitores na induo deresistncia sistmica na planta. Alm disso,ajudam na proteo da planta contra o

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  • ataque de doenas, por antibiose, e contra oataque de pragas, por ao repelente,fagodeterrente (inibidores de alimentao) ouafetando o seu desenvolvimento e reproduo(MEDEIROS, 2002; MEDEIROS et al., 2003).Embora existam diferentes formas de preparo debiofertilizantes, na agricultura orgnica praticadano Agreste Sergipano tem sidopredominantemente utilizado o chamado Biogeo,enriquecido com o composto orgnico Microgeo(SEBRAE/SE, 2006a; SEBRAE/SE, 2006b).

    Os biofertilizantes possuem compostosbioativos, resultantes da biodigesto decompostos orgnicos de origem animal e vegetal,contendo clulas vivas ou latentes demicorganismos de metabolismo aerbico,anaerbico e fermentao (bactrias, leveduras,algas e fungos filamentosos), alm de metablitose quelatos organominerais (MEDEIROS et al,2003). Os biofertilizantes contribuemsignificativamente para o manejo nutricional doplantio e seu equilbrio trofobitico, no sistema deproduo orgnica. Alves et al. (2001) destacamsua importncia para o controle sustentvel daspragas e reduo dos custos de produo dacultura, devendo fazer parte do manejoagroecolgico para a cultura, levando em contasua influncia sobre as relaes trofobiticas dasplantas e pragas.

    Caldas fertiprotetoras (sulfoclcica, bordalesa eviosa) tm ao inseticida, acaricida, fungicida enutricional, preparadas pelos agricultores epulverizadas sobre as plantas objetivando ocontrole de doenas e o aumento da resistnciada planta s pragas, restabelecendo o equilbriotrfico e fornecendo clcio, cobre, enxofre emicronutrientes (POLITO, 2000; ANDRADE &NUNES, 2001; MEDEIROS et al., 2007). No casoda calda sulfoclcica, o enxofre tem efeito nosistema de proteossntese, ligado especialmente metionina e cistena (POLITO, 2005).

    Calagem e gessagem

    Para correo da acidez do solo, recomenda-se a calagem, com aplicao de calcrio nosuperiores a 2 t/ha por ano (FEIDEN, 2001),calculadas com base na anlise de solo paracorrigir deficincia de clcio e magnsio ouneutralizao de alumnio trocvel.

    A aplicao do gesso agrcola (gessagem),alm de adicionar enxofre ao sistema, favorece otransporte de Ca e Mg para camadas maisprofundas do solo, estimulando a penetrao dasrazes. Com o melhor desenvolvimento radicular aplanta aumenta sua capacidade de absoro degua e nutrientes, tornando-se menos vulnervel baixa unidade e reciclando os nutrientesarrastados s camadas mais profundas do solo. Ogesso tambm pode ser usado, eventualmente,no tratamento contra salinidade do solo , assimtornado, por exemplo, pela m utilizao dairrigao ou ausncia de drenagem.

    Uso de espcies e variedades adequadas scondies edafoclimticas locais

    O modelo de agricultura convencional enfatizaas monoculturas e o plantio de variedades maisprodutivas e com pequena variabilidade gentica,criando sistemas ecolgicos muito simplificados einstveis, favorecendo o estabelecimento emultiplicao de pragas e doenas (PASCHOAL,1996). Estas variedades, em geral, s respondemao potencial produtivo quando associadas a umpacote tecnolgico que utilize altas doses deagrotxicos e fertilizantes. J as culturastradicionais foram adaptadas s condiesreinantes do ambiente, especialmente scondies adversas (PRIMAVESI, 1994) e so,portanto, menos suscetveis a estresses causadospor condies ambientais desfavorveis.

    Manuteno da cobertura do soloNo manejo ecolgico do solo utiliza-se

    cobertura do solo, seja atravs de plantas vivasou de cobertura morta, a fim de

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  • proteger a superfcie do solo da intensa radiaosolar, evitando a queima da matria orgnica dosolo, reduzindo a amplitude trmica da superfcie,a perda de gua por evaporao, o impacto dasgotas de chuva sobre a superfcie e a velocidadedo escorrimento superficial do excesso de guadas chuvas (PRIMAVESI, 1986; PRIMAVESI,1994; FEIDEN, 2001; ALTIERI, 2002).

    A estratgia de manuteno da cobertura dosolo, alm de proteger o solo das perdas denutrientes pela eroso, tambm atua no sentido demanter estes nutrientes na biomassa do sistema(FEIDEN, 2001).

    Alta radiao, alta temperatura e baixaumidade so fatores causadores de estresse e dedistrbios metablicos (LARCHER, 2001), quepodem ser evitados ou reduzidos pela coberturado solo.

    Excluso do uso de agrotxicosNumerosos estudos, discutidos por

    CHABOUSSOU (1999), demonstram o aumentoda sensibilidade das plantas ao ataque de pragase doenas aps tratamentos com agrotxicos.

    A despeito das barreiras que devemultrapassar os agrotxicos, sejam sistmicos ouno, sejam fungicidas, inseticidas ou herbicidas,penetram mais ou menos nos tecidos da planta e,portanto agem sobre seu metabolismo, reduzindoa proteossntese, acumulando aminocidos livrese acares redutores, utilizveis pelas pragas eagentes fitopatognicos (PASCHOAL, 1996;CHABOUSSOU, 1999; ALVES et al., 2001).

    A identificao de quo eficazes so asprticas agrcolas utilizadas no sistema adotadopara que se atinja um bom nvel desustentabilidade requer uma abordagemsistmica. Uma prtica, isoladamente, no capaz de promover efeitos sobre asustentabilidade agrcola, se no foremimplementadas em todo o sistema, prticassustentveis de manejo. A prtica agrcola apenas uma parte de um todo, que o sistema

    agrcola.As prticas convencionais de manejo atuam

    principalmente na tentativa de controlarrigidamente e homogeneizar todas as condiesisoladamente, sem considerar a complexidadecaracterstica do sistema e suas interaesecolgicas e simplificando os agroecossistemas.A Agroecologia, por outro lado, enfatiza anecessidade de estudar tanto as partes quanto otodo, de modo que o manejo do agroecossistemaleva em conta os efeitos de qualquer ao ouinterveno sobre o sistema como um todo,desenhando prticas que visam reforar seufuncionamento e suas qualidades (GLIESSMAN,2005).Pragas e doenas no podem ser alvos, nessaabordagem sistmica, do uso apenas dedeterminadas prticas. De acordo com DEFFUNE(2007), as causas de pragas e doenas resultamda combinao de desequilbrios ambientais,nutricionais e genticos, desfavorveis s plantascultivadas, cujos tecidos se tornam campofavorvel aos parasitas e cujas defesas orgnicasso ou esto temporariamente insuficientes.

    Enquanto nos animais a resistncia eresposta imunolgica individual tm um papelsignificativo, nos vegetais a resistncia coletiva,populacional e muito mais dependente doequilbrio de fatores ambientais, ou seja, da sadedo agroecossistema ou organismo agrcola comoum todo. Sade esta obtida a partir de princpiosagroecolgicos no desenho de agroecossistemassustentveis (Figura 1).

    Abordagem sistmica da agricultura e visosistmica da resistncia fisiolgica vegetal

    Na agricultura, o enfoque sistmico tem setornado cada vez mais necessrio, devido crescente complexidade de sistemas organizadose manejados pelo homem e da emergncia doconceito de sustentabilidade. A grande maioriados sistemas agropecurios tem requerido umaabordagem holstica e multidisciplinar, a fim de

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  • melhor serem entendidos e analisados. Nessaabordagem sistmica visado o estudo dodesempenho total de sistemas, em vez de seconcentrar isoladamente nas partes (PINHEIRO,2000).

    Uma das debilidades da abordagemagronmica convencional no manejo deagroecossistemas, segundo Gliessman (2005), que ela ignora as interaes de fatores e acomplexidade ambiental. As necessidades dacultura so consideradas isoladamente e cadafator manejado separadamente. O manejoagroecolgico, ao contrrio, considera o sistemade produo como um todo e reconhece que oambiente no qual um organismo individual ocorreprecisa ser compreendido como um conjuntodinmico, em constante mudana, de todos osfatores ambientais em interao.

    O estudo da resistncia fisiolgica vegetal, quetem um dos mecanismos na Trofobiose, consideraque o ambiente de uma planta cultivada individual composto de muitos fatores que interagem e queo manejo sustentvel do agroecossistema requero conhecimento da complexidade do

    ambiente, de como cada fator afeta ou afetadopelos outros e de como esses fatores podem sermanejados. Contempla, portanto, uma visosistmica.

    A Trofobiose est inserida no contexto maisamplo da chamada Resistncia Sistmica Vegetal(WALDEMAR, 2002; DEFFUNE, 2007). Emconjunto com outros mecanismos (como acoevoluo e as fitoalexinas), compe umacomplexa interao de fatores que determinam aresistncia fisiolgica vegetal. A coevoluorefere-se resposta adaptativa interativa de duasespcies levando a mudanas evolutivas de umasobre a outra. As fitoalexinas so substncias dedefesa contra infeco (DEFFUNE, 2007).

    Trofobiose como mecanismo parasustentabilidade do agroecossistema

    A sustentabilidade definida por Conway(1987) como a habilidade de umaagroecossistema em manter a produtividadequando submetido a grande distrbio. Essedistrbio, atual ou potencial, pode ser causado porum estresse intensivo, freqente ou contnuo,

    A Teoria da Trofobiose sob a abordagem

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  • capaz de gerar efeitos cumulativos.Alternativamente, o distrbio pode ser causadopor um choque, definido como infreqente,relativamente grande e imprevisvel distrbio quetem potencial de criar uma grande perturbaoimediata.

    A sustentabilidade pode determinar apersistncia ou durabilidade da produtividade doagroecossistema, em funo das caractersticasintrnsecas do agroecossistema, da natureza efora do estresse e choque a que est submetido,e da ao humana introduzida para conter esseestresse ou choque (CONWAY, 1987). Na medidaem que trofobiose apresenta relao direta com osdistrbios metablicos causados pelo estressefisiolgico das plantas (seja por dficit hdrico, altaradiao e temperatura, desequilbrio nutricional,aplicao de agrotxicos, ou qualquer outromotivo), est consequentemente, relacionadatambm com a determinao das respostas daprodutividade a esses distrbios e correspondente sustentabilidade doagroecossistema. A ao humana, atravs deprticas agroecolgicas, poder conter ou regularo estresse, de modo a manter a sustentabilidade eo nvel de produtividade.

    Conway (1987) alerta que, em algumassituaes, a ao humana pode se tornar parte doproblema porque, direta ou indiretamente, geraestresses ou choques, como a aplicao freqentede agrotxicos, que pode induzir a resistncia depragas ao agrotxico, sendo necessrio aumentaro nmero de aplicaes para manter aprodutividade, podendo causar uma situaoinsustentvel, de colapso da produtividade. Nocaso da trofobiose, a aplicao do agrotxicopoder causar um distrbio metablico na planta,com aumento de substncias (aminocidos livrese acares solveis) que iro favorecer a nutrioe desenvolvimento de diversos fitoparasitas,sendo necessrio, para o controle, novas emaiores aplicaes de agrotxicos, tornando a

    produtividade do agroecossistema tambminsustentvel.

    De acordo com Marten (1988), um sistema detecnologia agrcola um projeto para umagroecossistema, especificando todas asprodues que podem ser empregadas numarranjo espacial e temporal e todos os insumosque entram no sistema para produzir o que sedeseja, com todos os costumes e concepes queum sistema de cultivo possui. A estrutura de umagroecossistema, por sua vez, conseqnciano apenas do projeto agrcola, mas tambm dascondies ambientais (clima, solo, topografia,organismos da rea) que definem os recursosdisponveis para a implantao de umagroecossistema, e dos agricultores e suascondies sociais (valores humanos, instituies ehabilidades), que influenciam na interao entreeles e o ecossistema de que fazem parte,determinando como a tecnologia pode serempregada para moldar o ambiente para umagroecossistema. Essa forma, Marten (1988)destaca o carter multidimensional dasustentabilidade e demais propriedades dosagroecossistemas, levando em conta ascondies ambientais e sociais de umdeterminado local, quais os tipos deagroecossistemas so mais apropriados paraessas condies e identificando pontosvulnerveis no sistema de tecnologia agrcolapara sugerir quais devem ser fortalecidos.

    As vrias dimenses da sustentabilidade deum agroecossistema so concebidas apenas pelatecnologia agrcola de abordagem holstica,derivada dos princpios da Agroecologia, como aagricultura orgnica. Na tecnologia convencional,ao contrrio, so desconsideradas as interaesentre a agricultura, as condies ambientais e ascondies sociais, uma vez que as necessidadesda cultura so consideradas isoladamente, emque cada fator ambiental manejadoseparadamente para alcanar o rendimento

    Vilanova & Silva Junior

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  • mximo e o melhor resultado econmico.A trofobiose est relacionada a um manejo do

    sistema como um todo, em que vrios fatores (e ainterao entre eles) contribuem para a existnciade condies adequadas de equilbrio trofobitico.Portanto, apenas atravs de uma tecnologia deabordagem sistmica, em que a estrutura e asfunes do agroecossistema sejam analisadas demaneira holstica, possvel a trofobioseexpressar seu equilbrio, promovendo um aumentoda sustentabilidade.

    Consideraes finaisOs princpios e mtodos agroecolgicos so

    essenciais para determinar se uma prtica,insumo ou deciso de manejo agrcola sustentvel. As prticas de agricultura orgnica,baseadas nos princpios da Agroecologia,proporcionam o desenho de agroecossistemassustentveis.

    O conjunto de prticas agrcolas escolhidaspode ser bastante eficaz no manejo dacomplexidade ambiental e na contribuio aoequilbrio trofobitico, resultando em menorvulnerabilidade das plantas incidncia de pragase doenas.

    A resistncia fisiolgica vegetal, que tem umdos mecanismos na Trofobiose, contempla umaviso sistmica, ao considerar que o ambiente deuma planta cultivada individual composto demuitos fatores que interagem e que o manejosustentvel do agroecossistema requer oconhecimento da complexidade do ambiente, decomo cada fator afeta ou afetado pelos outros ede como esses fatores podem ser manejados.

    A trofobiose est relacionada a um manejo dosistema como um todo, em que vrios fatores (e ainterao entre eles) contribuem para a existnciade condies adequadas de equilbrio trofobitico,promovendo um aumento da sustentabilidade.

    Notas1 Toda circunstncia desfavorvel formao

    de nova quantidade de citoplasma, isto ,desfavorvel ao crescimento, tende a provocar nasoluo vacuolar das clulas um acmulo decompostos solveis inutilizados, como acares eaminocidos; este acmulo de produtos solveisparece favorecer a nutrio de microorganismosparasitas e, portanto, diminuir a resistncia daplanta s doenas parasitrias. Op. Cit.:DUFRNOY (1936), apud CHABOUSSOU (1999).

    2 A alta concentrao de sais um fator deestresse para as plantas, pois apresenta atividadeosmtica retendo a gua, alm da ao dos onssobre o protoplasma (distrbio no balano inico eefeito sobre enzimas e membranas). A gua osmoticamente retida em uma soluo salina, deforma que o aumento da concentrao de saistorna a gua cada vez menos disponvel para aplanta. A assimilao do nitrognio limitada e ometabolismo das protenas sofre distrbios(LARCHER, 2001).

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