a teologia como expressão da fé sob a Égide da razão

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A teologia como expressão da fé sob a égide da Razão, da Vontade e do Sentimento: Gilvano Amorim Oliveira Um olhar mais leviano ou uma avaliação mais superficial bem poderia postular “fé” e “teologia” como sinônimos. A fé, este estado de êxtase espiritual ladeado de convicção intelectiva, é decorrente do olhar voltado a Deus, de mãos estendidas a Ele, de ouvidos não moucos à sua voz. A fé é tão internista e intimista que se torna ontológica. A fé torneia e molda o sujeito que a alberga. O fervoroso se tipifica. A fé, tal água que repleta um tanque, se transborda. Este transbordo se canaliza pelos vieses da razão, da vontade e do sentimento. Como podemos ler na carta de Paulo aos Romanos, em seu capítulo 14, parte b do versículo: “... o que não é de fé é pecado”, o ingrediente a ser absorvido pelo indivíduo para que a fé genuína se caracterize é a ação de Deus. Se o que não é de fé é pecado, a fé prescinde da presença de Deus. Entendendo assim a fé, entenderemos a teologia. Concordamos com a exposição do autor e pensamos a teologia se refira à manifestação estereotípica da vontade, da razão e do sentimento, a partir do genótipo divino introduzido no coração humano. Assim, a teologia é a tradução racional da fé ao tentar sistematizá-la e apresentá-la de modo lógico, quiçá didático. A teologia também é manifestação volitiva da fé na medida em que se comporta como o impulso elétrico que faz contrair o músculo ao comando da ordem cerebral. A teologia no campo da volição é a ordenação de um modelo de comportamento acossado pela presença de Deus. Finalmente, a teologia é a fé encharcada de sentimento. Sentimento é a aptidão para sentir. A fé nos torna sensíveis. Portanto, a teologia é tripartite, sendo razão, volição e sentimento amalgamados a partir da matriz genética, o relacionamento com Deus, o âmago da fé genuína. Sem Deus não há teologia, assim como a fé sem Ele se faz pecado.

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Texto sobre teologia e fé

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Page 1: A Teologia Como Expressão Da Fé Sob a Égide Da Razão

A teologia como expressão da fé sob a égide da Razão, da Vontade e do Sentimento:

Gilvano Amorim Oliveira

Um olhar mais leviano ou uma avaliação mais superficial bem poderia postular “fé” e “teologia” como sinônimos. A fé, este estado de êxtase espiritual ladeado de convicção intelectiva, é decorrente do olhar voltado a Deus, de mãos estendidas a Ele, de ouvidos não moucos à sua voz. A fé é tão internista e intimista que se torna ontológica. A fé torneia e molda o sujeito que a alberga. O fervoroso se tipifica. A fé, tal água que repleta um tanque, se transborda. Este transbordo se canaliza pelos vieses da razão, da vontade e do sentimento. Como podemos ler na carta de Paulo aos Romanos, em seu capítulo 14, parte b do versículo: “... o que não é de fé é pecado”, o ingrediente a ser absorvido pelo indivíduo para que a fé genuína se caracterize é a ação de Deus. Se o que não é de fé é pecado, a fé prescinde da presença de Deus. Entendendo assim a fé, entenderemos a teologia. Concordamos com a exposição do autor e pensamos a teologia se refira à manifestação estereotípica da vontade, da razão e do sentimento, a partir do genótipo divino introduzido no coração humano. Assim, a teologia é a tradução racional da fé ao tentar sistematizá-la e apresentá-la de modo lógico, quiçá didático. A teologia também é manifestação volitiva da fé na medida em que se comporta como o impulso elétrico que faz contrair o músculo ao comando da ordem cerebral. A teologia no campo da volição é a ordenação de um modelo de comportamento acossado pela presença de Deus. Finalmente, a teologia é a fé encharcada de sentimento. Sentimento é a aptidão para sentir. A fé nos torna sensíveis. Portanto, a teologia é tripartite, sendo razão, volição e sentimento amalgamados a partir da matriz genética, o relacionamento com Deus, o âmago da fé genuína. Sem Deus não há teologia, assim como a fé sem Ele se faz pecado.