a sociologia de max weber

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A sociologia de MAX WEBER PROFESSOR : LÚCIO BRAGA

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  • 1. A sociologia de MAX WEBER PROFESSOR : LCIO BRAGA

2. A sociedade sob uma perspectiva histrica Uma das diferenas existentes entre o positivismo e o idealismo a importncia que o segundo d a histria. Weber, figura dominante na sociologia alem, com formao histrica consistente, se opor ao positivismo. Para ele, a pesquisa histrica essencial para compreenso das sociedades. Essa pesquisa, baseada na coleta de documentos e no esforo interpretativo das fontes, permite o entendimento das diferenas sociais, que seriam, para Weber, de gnese e formao, e no de estgios de evoluo. 3. CONTEXTO DA OBRA Duas correntes de pensamento nas cincias sociais nascentes: Positivistas: abordagem dos fenmenos humanos como nas cincias naturais, busca da explicao (tradio empirista inglesa e utilitaristas do sculo XIX). Bacon (1561-1626). Hume (1711- 1776), Comte (1798-1857) e Durkheim (1858-1917). Idealistas: afirmavam a peculiaridade dos fenmenos humanos, busca da compreenso, sentido e no da relao causa e efeito. Para eles a cincia natural (relao sujeito/objeto) difere das cincias humanas (relao sujeito/sujeito). Tradio no idealismo filosfico alemo: Hegel (1770-1831), Windelband (1848- 1915), Dilthey (1833-1911), Weber (1864- 1920) 4. Objetivo da sociologia para weber Diferentemente da sociologia de Durkheim, no consiste em explicar os fatos sociais. A sociologia de Weber tem como objetivo captar as conexes de sentido da ao humana (compreender). Conhecer um fenmeno social seria extrair dele o contedo simblico da ao ou das aes que o configuram. (Pergunta chave: qual o sentido [importncia] que o ator d a sua conduta? O foco deixa de ser a causa estrutural, para ser o sentido) 5. [...] se agora sou socilogo, ento essencialmente para pr um fim nesse negcio de trabalhar com conceitos coletivos. Em outras palavras: tambm a Sociologia somente poder ser implementada tomando-se como ponto de partida a ao do indivduo ou de um nmero maior ou menor de indivduos, portanto de modo estritamente individualista quanto ao mtodo (Weber em uma carta ao economista Robert Liefmann em 1920). 6. Sociologia e histria Weber, entretanto, no achava que uma sucesso de fatos histricos fizesse sentido por si mesma. Para ele, todo historiador trabalha com dados esparsos e fragmentrios. Por isso, propunha para esse trabalho o mtodo compreensivo, isto , um esforo interpretativo do passado e de sua repercusso nas caractersticas peculiares das sociedades contemporneas. Essa atitude de compreenso que permite ao cientista atribuir aos fatos esparsos um sentido social e histrico. 7. Ao social: uma ao com sentido O ponto de partida da sociologia de Max Weber no estava nas entidades coletivas, grupos ou instituies. Seu objeto de investigao a ao social, a conduta humana dotada de sentido, isto , de uma justificativa subjetivamente elaborada. Assim, o homem passou a ter, enquanto indivduo, na teoria weberiana, significado e especificidade. ele que d sentido `a sua ao social: estabelece a conexo entre motivo da ao, a ao propriamente dita e seus efeitos. 8. Ao social em weber as normas sociais s se tornam concretas quando se manifestam em cada indivduo sob forma de motivao. Cada sujeito age levado por um motivo que dado pela tradio, por interesses racionais ou pela emotividade A tarefa do cientista social descobrir os possveis sentidos das aes humanas presentes na realidade social que lhe interessa estudar. O sentido, por um lado, expresso da motivao individual, formulado expressamente pelo agente ou implcito em sua conduta. 9. Ao social Para Weber, o socilogo deve compreender o sentido das denominadas aes sociais, investigado a sociedade a procura de caractersticas comum entre os indivduos para compreender comportamentos sociais. Todavia, a uma infinidade de informaes que para ser analisadas, devem-se construir ideias, que no existem, mas que ir nortear a referida anlise. So os chamados tipos ideais 10. Tipos de ao social Aes racionais Ao social racional com relao a fins sendo a ao, racional. Ou seja, ter a escolha de melhores meios utilizando-se da racionalidade para que se realize um fim. Ao social racional com relao a valores na qual, no o fim que orienta a ao, mas a o valor (tico, poltico, esttico e religioso), pois h inmeras coisas que fazem com que as pessoas sigam tais preceitos. Aes irracionais Ao social afetiva a conduta e movida por sentimentalismo ( vingana, orgulho, loucura, medo, inveja, paixo...). Ao tradicional tem como fonte motivadora os hbitos e os costumes enraizados. 11. Outros exemplos ---> Racional com respeito aos fins - alunos que estudam para passar de ano, trabalhar horas extras para ser promovido. ---> Racional com respeito aos valores - algum que d tudo o que tem a uma instituio de caridade, sem se preocupar com o fato de que agindo assim, possa cair na pobreza. ---> Afetiva - essa ao envolve emoes, como na famlia, ou na relao entre a multido e um dolo (seja ele um cantor de rock ou um lder religioso). ---> Tradicional - quando o indivdo age de determinada forma porque seus pais ou avs agiam da mesma maneira. 12. Exemplo de Ao Social Tradicional 13. O Tipo ideal O tipo ideal de Max Weber corresponde ao que Florestan Fernandes definiu como conceitos sociolgicos construdos interpretativamente como instrumentos de ordenao da realidade. O conceito, ou tipo ideal, previamente construdo e testado, depois aplicado a diferentes situaes em que dado fenmeno possa ter ocorrido. medida que o fenmeno se aproxima ou se afasta de sua manifestao tpica, o socilogo pode identificar e selecionar aspectos que tenham interesse explicao como, por exemplo os fenmenos tpicos capitalismo e feudalismo. 14. A sociologia Weberiana e o estudo da sociedade moderna Weber faz um contraponto viso marxista, segundo a qual o capitalismo surge na Europa apenas por conseqncia de condies eminentemente econmicas. Para ele, o que faz emergir o capitalismo uma mudana de valores (tica) que ocorre no final da Idade Mdia (secularizao). O capitalismo traz em si uma tica particular por meio da qual ganhar dinheiro passa a ser uma expresso da virtude. Mais tarde essa transio dar margem ao fenmeno da racionalizao do mundo. 15. A sociologia Weberiana e o estudo da sociedade moderna Weber veicula o capitalismo tica protestante, mostrando que essa nova forma de pensar e agir trazida pela Reforma ser essencial para criar as condies necessrias ao advento do capitalismo. A tica racional do lucro torna-se legtima e, mais do que isso, passa a regular as vrias esferas da vida (quebra da magia, desencantamento do mundo).