a sociedade brasileira no período da república liberal
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A Sociedade Brasileira no Período da
República Liberal
A Classe Baixa
A classe mais pobre do Brasil terminava a década
de 1940 em boas condições.
A CLT garantia direitos como o descanso semanal
e, durante a década de 1950 e primeira metade da
década de 1960, foram criadas outras
regulações, como o Vale-Alimentação e a
gratificação de Natal, embrião do Décimo-Terceiro.
Com as reformas econômicas de Getúlio e
Juscelino, o desemprego caía.
Pela Constituição, garantia-se o direito de greve e a
existência de sindicatos.
No entanto, as mesmas reformas causavam uma
crise inflacionária que corroia a renda das famílias.
Apesar do PIB brasileiro crescer com velocidade, os
salários estavam estagnados, apesar de os ganhos
reais diminuírem cada vez mais.
Os direitos trabalhistas seguiam restritos aos
trabalhadores urbanos: os rurais só seriam de fato
assegurados a partir da Lei 5.889/1973.
A Classe Média
A Constituição Brasileira de 1946, bastante
avançada para a época, foi notadamente um avanço
da democracia e das liberdades
individuais do cidadão.
A classe média foi a que mais fez uso de suas novas
liberdades. Os profissionais liberais e os pequeno-
burgueses estiveram na vanguarda dos movimentos
de direita durante todo o período da República.
Esse estrato também se beneficiou com as reformas
do plano SALTE, integrando em sua vida diária
objetos como o rádio, a pasta de dente, o carro e
brinquedos.
Esta classe também foi muito impactada pela crise
inflacionária do período.
Isso, somado ao medo propagado pelos EUA e pelo
próprio governo, levou o grupo a apoiar os primeiros
anos de Ditadura Militar subsequente.
As Mulheres
Em consonância com o resto do mundo, que sofria
as primeiras ondas da Revolução Sexual da década
de 1960, as brasileiras também começavam a livrar-
se de seus grilhões.
A mulher manteve o direito ao voto, dado por Getúlio
Vargas em fevereiro de 1932.
As mulheres possuíam também o direito à educação
universitária pública e ao emprego em qualquer
área, inclusive medicina e engenharia.
A primeira política brasileira foi eleita para a
Constituinte de 1934, Carlota Pereira de
Queirós, médica paulista.
No entanto, as mulheres não tinham direito ao
divórcio. O abandono do lar ou o adultério feminino
configuravam crimes passíveis de prisão.
Além disso, a mentalidade do brasileiro era
extremamente retrógrada, vendo com maus olhos a
emancipação feminina.
A Classe Alta
Para os mais ricos, a queda de Getúlio Vargas
significava uma vitória moral.
Apesar de, teoricamente, a Constituição do período
ser considerada avançada, democrática e
igualitária, esta apenas beneficiou as camadas mais
altas da sociedade.
Com o plano SALTE, criou-se um hábito peculiar
entre as mulheres da sociedade: compravam os
mais modernos utensílios de cozinha importados
dos EUA, mas como não eram elas quem faziam os
trabalhos domésticos e não confiavam às
empregadas o uso do aparelho, batedeiras, fogões e
cafeteiras tornavam-se troféus.
Este estrato da sociedade foi o que maior absorveu
os benefícios gerados pelas reformas econômicas
do Plano de Metas, condenando a maioria
esmagadora da população à ruína.
As classes altas viram parte de seu poder político
esvair-se momentaneamente devido a “Ameaça
Comunista” que avançava pelo país, representada
por Jango e Jânio Quadros.
Esse quadro foi crucial para o Golpe Militar na
década de 1960.