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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC PEDRO ROBERTO LOPES DE VASCONCELOS JÚNIOR SÁVIO AUGUSTO VASCONCELOS SOARES A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL: um estudo de caso de um canteiro de obra de uma quadra poliesportiva coberta na cidade de Maceió AL MACEIÓ-ALAGOAS 2019/02

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Page 1: A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL...Devido ao aumento do número de acidentes de trabalho durante a execução do serviço em canteiros de obras na construção civil,

CENTRO UNIVERSITÁRIO – CESMAC

PEDRO ROBERTO LOPES DE VASCONCELOS JÚNIOR SÁVIO AUGUSTO VASCONCELOS SOARES

A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

um estudo de caso de um canteiro de obra de uma quadra

poliesportiva coberta na cidade de Maceió – AL

MACEIÓ-ALAGOAS 2019/02

Page 2: A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL...Devido ao aumento do número de acidentes de trabalho durante a execução do serviço em canteiros de obras na construção civil,

PEDRO ROBERTO LOPES DE VASCONCELOS JÚNIOR SÁVIO AUGUSTO VASCONCELOS SOARES

A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

um estudo de caso de um canteiro de obra de uma quadra

poliesportiva coberta na cidade de Maceió – AL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil, do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação do professor Mestre Rafael Leandro Costa Silva.

MACEIÓ-ALAGOAS 2019/02

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REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC SETOR

DE TRATAMENTO TÉCNICO

Bibliotecária: Ana Paula de Lima Fragoso Farias – CRB/4 - 2195

V331s Vasconcelos Júnior, Pedro Roberto Lopes de

A segurança do trabalho na construção civil / Pedro Roberto Lopes

de Vasconcelos Júnior, Savio Augusto Vasconcelos Soares – Maceió:

2019.

32 f.: il.

TCC (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário CESMAC, Maceió – AL, 2019.

Orientador: Rafael Leandro Costa Silva.

Page 4: A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL...Devido ao aumento do número de acidentes de trabalho durante a execução do serviço em canteiros de obras na construção civil,

PEDRO ROBERTO LOPES DE VASCONCELOS JÚNIOR SÁVIO AUGUSTO VASCONCELOS SOARES

A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

um estudo de caso de um canteiro de obra de uma quadra poliesportiva

coberta na cidade de Maceió – AL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil, do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação do professor Mestre Rafael Leandro Costa Silva.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus por ter-nos concedido saúde e perseverança, além de uma excelente família.

Ao Centro Universitário - Cesmac pela oportunidade, estrutura proporcionada

e pela qualidade dos ensinamentos ministrados pelos seus docentes. Ao orientador e professor Rafael Leandro Costa Silva pela orientação do

presente trabalho, incentivo e pelas horas dedicadas a nossa formação. Eu, Pedro, agradeço a minha esposa, Jéssica Zallio Faria de Vasconcelos, pela

dedicação, estímulo e apoio durante toda a trajetória da minha formação em Engenharia Civil, segurando na minha mão e não me deixando desistir para realização do meu sonho, por mais longa que fosse a caminhada nesses cinco anos.

A Michelle Zallio de Faria Freire, pelos conselhos, paciência e orientações

metodológicas na realização desse trabalho.

Aos amigos, pela compreensão e incentivo em toda caminhada até a conclusão desse curso.

E, a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização da pesquisa. Eu Savio, Gostaria de agradecer a Beatriz grande incentivadora e namorada,

que se desdobrou em esforços para me ajudar durante todo esse percurso. Obrigada pela a força e cumplicidade ao longo dessa etapa em minha vida.

Eu Savio, agradeço imensamente minha família e amigos, em especial a minha

mãe e vó, que me apoiou, me auxiliou e sempre acreditou em mim durante toda minha caminhada.

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A SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL: um estudo de caso de

um canteiro de obra da construção de uma quadra poliesportiva coberta na cidade

de Maceió – AL

Pedro Roberto Lopes de Vasconcelos Junior

Sávio Augusto Vasconcelos Soares

Rafael Leandro Costa Silva

Mestre em Estruturas

[email protected]

RESUMO

A indústria da construção civil é um dos ramos que mais emprega trabalhadores.

Devido à exposição dos seus colaboradores aos diversos riscos inerentes da

atividade, fica como o maior responsável por muitos acidentes no trabalho nas

diversas pesquisas. Diante disso, faz-se necessário a implantação das medidas de

prevenção individuais e coletivas, com o intuito de minimizar os acidentes e as

diversas doenças ocupacionais do trabalho. Nesta pesquisa será apresentado um

breve histórico sobre o assunto, suas Normas Regulamentadoras (NR’s), seus

treinamentos, e um estudo de caso, onde foram feitas dez visitas à obra de uma

construção de uma quadra poliesportiva coberta em estudo, observando os

funcionários e o local de trabalho, assim como os dados relacionados à segurança e

saúde do trabalhador (SST). O objetivo principal foi avaliar como a segurança no

trabalho é necessária pelos principais intervenientes na sua gestão em um canteiro

de obras. Evidenciou-se a importância do profissional de segurança do trabalho na

preparação dos documentos relacionados ao tema, e no ambiente da construção civil,

para proporcionar benefícios tanto a empresa quanto ao trabalhador, principalmente

visando à redução de acidentes.

Palavras-chave: Segurança do trabalho, Construção Civil, NR’s.

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SAFETY OF WORK IN CIVIL CONSTRUCTION: a case study of a construction site

for the construction of a covered sports court in the city of Maceió – AL

Pedro Roberto Lopes de Vasconcelos Junior

Sávio Augusto Vasconcelos Soares

Rafael Leandro Costa Silva

Mestre em Estruturas

[email protected]

ABSTRACT

The construction industry is one of the branches that most employs workers. Due to

the exposure of its employees to the various risks inherent in the activity, it is the main

responsible for many accidents at work in various research. Given this, it is necessary

to implement individual and collective prevention measures in order to minimize

accidents and various occupational diseases at work. This research will present a brief

history on the subject, its Regulatory Standards (NR's), its training, and a case study,

where ten visits were made to the work of a construction of a covered multisport court

under study, observing the employees and the as well as data related to occupational

safety and health (OSH). The main objective was to assess how occupational safety

is required by key players in managing it on a construction site. The importance of the

occupational safety professional in the preparation of documents related to the theme,

and in the construction environment, was evidenced to provide benefits to both the

company and the worker, especially aiming at reducing accidents.

Keywords: Work safety, Construction, NR’s.

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LISTA DE SIGLAS

CA – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO

CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

EPI – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

EPC – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

NR – NORMA REGULAMENTADORA

PCMAT – PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO

PPRA – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

PCMSO – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

CAT – COMUNICADO DE ACIDENTE DE TRABALHO

SST – SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Vista do canteiro da obra ................................................................. 22

FIGURA 2 – Quadra Poliesportiva Padrão FNDE finalizada ................................ 23

FIGURA 3 – Funcionários trabalhando com seus devidos EPI´s ......................... 25

FIGURA 4 – Funcionário utilizando seus devidos EPI´s durante o polimento do piso em concreto .................................................................................................

25

FIGURA 5 – EPC´s utilizados durante os serviços como medida de prevenção 26

FIGURA 6 – Dispositivos de isolamento: obra delimitada com tapume de madeira, evitando a entrada de pessoas não autorizadas e cercado delimitando a fundação para evitar que alguém caia ...............................................................

27

FIGURA 7 – Medida de prevenção coletiva: escadas com corrimão, sinalização com cones, placas zebradas e de CUIDADO: HOMENS TRABALHANDO e ÁREA DE ESCAVAÇÕES ...................................................................................

27

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................... 10

1.2. OBJETIVOS ................................................................................................. 12

1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................ 12

1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................................ 12

1.3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 12

2. METODOLOGIA ............................................................................................. 15

2.1. LOCAL DE PESQUISA ................................................................................. 15

3. ANÁLISE DAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS RELATIVAS À SEGURANÇA NO TRABALHO ..........................................................................

17

3.1. ANÁLISE DOS MOTIVOS DA FALTA DE SEGURANÇA NO CANTEIRO DE OBRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...............................................................

17

3.2. A EFICÁCIA DOS TRATAMENTOS NA SEGURANÇA DO TRABALHO PARA A CONSTRUÇÃO .....................................................................................

19

4. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CANTEIRO DE OBRA .......... 22

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 24

6. CONCLUSÃO ................................................................................................. 29

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 30

ANEXOS ............................................................................................................. 33

ANEXO A – TABELA DO PPRA – FUNÇÃO SERRALHEIRO ........................... 34

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1 INTRODUÇÃO

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Devido ao aumento do número de acidentes de trabalho durante a execução

do serviço em canteiros de obras na construção civil, fez-se necessário inserir a

prevenção e o tratamento destes tipos de desastres, com a finalidade de preservar a

saúde e segurança do trabalhador. Isto posto, percebe-se o quanto é importante o uso

de equipamentos de proteção, tanto individual (EPI) quanto coletivo (EPC). Entretanto,

ainda hoje é possível verificar que ainda existem acidentes, com ou sem afastamento,

que ocorreram devido ao não uso do EPI e/ou EPC.

Segundo o Ministério da Previdência Social (BRASIL, 2015), entre os anos de

2006 e 2010, período em que o setor da construção civil teve grande expansão, com

o consequente aumento no número de empregados, a quantidade de acidentes de

trabalho aumentou de 29.054 para 54.664, ou seja, um crescimento de 88,14%.

Portanto, torna-se necessário que sejam envidados esforços para reduzir os riscos de

acidentes do trabalho, que permitam manter a produtividade e o bom ambiente de

trabalho.

Pensando nisso, as especificidades e a diversidade das atividades realizadas

nos canteiros de obra ampliam os riscos a que os trabalhadores estão expostos, sendo

necessária a tomada de medidas preventivas. As normas regulamentadoras (NR´s) e

as normas técnicas orientam para que várias medidas de prevenção ou redução dos

acidentes do trabalho sejam tomadas.

O ambiente físico exerce grande influência sobre acidentes, por

ser fonte permanente de estresse dos trabalhadores. Um ruído

indesejável ou um ofuscamento visual podem modificar o

comportamento do trabalhador favorecendo a ocorrência de

acidentes (CATAI, 2014).

Desta forma, outros tópicos poderiam ser abordados, como: seguros, influência

da legislação, o projeto e o escopo dos programas de segurança, o que representa

apenas uma pequena parte dos mais variados elementos que influenciam na gestão

da segurança do trabalho, o que demonstra a complexidade do problema em questão.

Assim, “Medidas pontuais e descoordenadas para gerenciar a segurança não são

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eficientes, e períodos sem ocorrência de acidentes serão devidos muito mais a fatores

circunstanciais do que a tomada de ações preventivas” (SAURIN; RIBEIRO, 2000, p.

6).

Com a mudanças rotineiras das legislações relacionadas a SST, o empregador

vem mudando sua forma de pensar e agir sobre esse tema, a fim de zelar pela

segurança e bem-estar dos empregados, passando a ser obrigação prevista em vários

artigos da legislação trabalhista, cível e previdenciária. A cada dia que passa a

legislação torna-se mais rigorosa no intuito de prevenir acidentes, assim como,

assegurar a boa saúde ocupacional, fazendo com que as empresas apliquem e

invistam em recursos de segurança do trabalho.

Diante disso, é necessário orientar todos os trabalhadores de acordo com as

tendências da evolução da empresa, e manter um constante treinamento em função

da especialização. Os empreendedores já começaram a dar sinal de que o acidente

de trabalho é caro, não somente por seus custos dentro da empresa, mas também,

pelo custo pós-acidentes, por exemplo, processos judiciais. Iudicibus (1998, p.113)

salienta que:

Na linguagem comercial, custo significa quanto foi gasto para

adquirir certo bem, objeto, propriedade ou serviço. A noção de

custo, portanto, está ligada à consideração que se dá em troca

de um bem recebido. Na linguagem comum, não ligada a

compras, vendas etc., a palavra custo pode estar associada a

uma noção de sacrifício.

Ou seja, os empregadores passaram a entender que, implantando toda parte

de SST obrigatória pela legislação em sua organização, passam a cumprir o papel

social de prevenção e assim minimizam os custos relacionados a ações trabalhistas

de futuras cobranças indesejadas, além de que evitam a estabilidade do trabalhador

prevista por acidente de trabalho.

Neste sentido, a presente pesquisa tem a intenção de ponderar a necessidade

da prevenção e utilização da segurança do trabalho na construção civil de modo

amplo, com o intuito de buscar melhorias dos meios convencionais já utilizados e

atender à necessidade dos indivíduos e da empresa.

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1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Esta pesquisa busca avaliar os procedimentos relativos à segurança no

trabalho da construção de uma quadra poliesportiva coberta realizada na cidade de

Maceió-AL, buscando fazer o paralelo entre o exigido pelas normas e aquilo realmente

encontrado na obra.

1.2.2. Objetivos Específicos

• Analisar os motivos da falta de segurança no canteiro de obras na construção

de uma quadra poliesportiva coberta;

• Apresentar pesquisas que comprovem a eficácia dos tratamentos na segurança

do trabalho para a construção;

• Comparar os dados encontrados na pesquisa de campo com os estudos de

pesquisas já realizados.

1.3. JUSTIFICATIVA

Sabe-se que a construção civil é responsável por muitos acidentes no trabalho,

devido à exposição dos funcionários a diversos fatores de risco, sejam eles: físico,

químico, biológico ou ergonômico. Desta forma, percebe-se a importância da

implantação de medidas preventivas benéficas à saúde do trabalhador.

Os estudos e leis trabalhistas vêm sofrendo um constante processo de

evolução, principalmente desde o início da Revolução Industrial. As leis referentes à

segurança do trabalho estão cada vez mais rigorosas e, consequentemente, a

ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais é cada vez menor. Para o controle e

prevenção de acidentes de trabalho, deve-se sempre aliar dois fatores: a

conscientização dos funcionários nela envolvidos e o cumprimento das leis de trabalho

(STEFANO, 2008).

A construção civil é um dos setores que mais emprega operários, visto o

número elevado das vagas de trabalho, devido ao surgimento de inúmeras obras,

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porém, juntamente com este número, aparece a realidade de acidentes no trabalho

(DINIZ JÚNIOR, 2002). O autor comenta ainda, que não se observa uma fiscalização

adequada e eficiente nesta área, de forma a inibir e/ou controlar as doenças

ocupacionais e os acidentes.

Diniz Júnior (2002) comenta sobre a importância de sistemas gerenciais nos

canteiros de obras, como fundamental para diminuir os riscos de acidentes de

trabalho, sendo que a organização e/ou a distribuição de materiais, ferramentas,

utensílios de obras podem contribuir significativamente e oferecer bons resultados no

campo organizacional que diretamente atingem o setor da segurança em obra. Desta

forma, o autor comenta que,

A inexistência de técnicos e engenheiros de segurança nos canteiros de obra

é mais um dos agravantes. É grande a dificuldade de fazer o operário tornar

a sua higiene pessoal e segurança no ambiente de trabalho um hábito (DINIZ

JÚNIOR, 2002, p. 12).

Para Sampaio (1998 apud DINIZ JÚNIOR, 2002) muitos acidentes, poderiam

ser evitados se as empresas tivessem desenvolvido ou implantado programas de

segurança e saúde no trabalho, bem como oferecer maior atenção à educação e ao

treinamento de seus operários.

Sabe-se que a segurança do trabalho é entendida como prevenção de

acidentes, visando à preservação da integridade física do trabalhador, pois estudos

mostram que os acidentes influenciam negativamente na produção, trazendo

consequências, que podem envolver perdas materiais, diminuição da produtividade,

contratação de novos funcionários, dias perdidos, até mesmo gastos com

indenizações às vítimas ou aos familiares, entre outros.

Desta forma, Ribeiro (1995, p. 932 apud DALCUL, 2001, p. 83), declara que,

[...] a solução básica, a solução racional para os acidentes de trabalho é evitá-

los. Entretanto, o desenvolvimento das práticas de segurança do trabalho

tem-se dado em função de exigências legais como consequência natural da

evolução social. Foi a necessidade de resolver os problemas da adaptação

do homem as mais variadas condições de ambiente, a causa determinante

do progresso das técnicas preventivas.

A segurança e a saúde do trabalho na área da construção civil baseiam-se,

principalmente, em Normas Regulamentadoras (NR´s), sendo a mais importante para

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as atividades exercidas em canteiros de obras a NR-18, que tem por finalidade

estabelecer diretrizes com o objetivo de programar medidas de controle e sistemas de

prevenção de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de

trabalho na Indústria da Construção.

A Segurança do Trabalho pode ser considerada como o conjunto de atividades

de antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos a acidentes, ou seja,

a prevenção dos acidentes de trabalho propriamente ditos (SILVA, 2011).

Cabe salientar, de acordo com o autor, que o processo preventivo de acidentes

de trabalho requer, além de práticas corretivas, a adequação do ambiente de trabalho

ao homem.

Diante deste quadro, há uma preocupação com a segurança do trabalhador de

construção civil. Desta forma, existe a necessidade de se fazer um estudo no canteiro

de obra da cidade de Maceió-AL, com o objetivo de verificar as condições de trabalho

sob a ótica da segurança e prevenção de acidentes de trabalho, procurando orientar

sobre o cumprimento das normas vigentes e atendimento dos requisitos básicos de

segurança de trabalho para os operários da construção civil.

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2 METODOLOGIA

O presente trabalho compõe uma pesquisa de estudo de caso, através da

observação in loco e pesquisa em uma obra na construção de uma quadra

poliesportiva coberta, utilizando-se como mecanismos de avaliação: coleta e

levantamento de dados no local, com fotos da realidade da obra e das medidas de

segurança adotadas pela empresa com a intervenção do profissional da área de

segurança do trabalho, a fim de obter as informações necessárias para um resultado

fidedigno.

A coleta e o tratamento dos dados deverão se basear em técnicas qualitativas,

nas quais serão realizadas através de observação do local durante o período laboral.

As intervenções propostas tiveram embasamento nas referências bibliográficas

disponíveis, tais como livros, artigos, teses e dissertações de assuntos pertinentes e

relacionados ao tema, bem como consultas a legislação em vigor.

Para a descrição e análise dos fatos observados, após o levantamento no local,

serão realizadas análise, discussão e conclusão do estudo.

Também serão buscadas informações acerca da segurança do trabalho na

construção civil em pesquisas já concluídas com o intuito de demonstrar evidências a

respeito das aplicações de técnicas de segurança na engenharia. Nesta análise, serão

executadas pesquisas no Scielo e Google Scholar.

Serão aplicados critérios de exclusão e inclusão. A eliminação de trabalhos

indesejados, que não possam contribuir de maneira alguma no presente estudo, será

feita a partir dos critérios de não ser uma pesquisa da área da engenharia civil. Os

critérios de inclusão são: tratar da segurança em canteiros de obras e não ser uma

pesquisa de nível técnico. Através das referências coletadas o trabalho prosseguirá

com a composição de novos conceitos e uma conclusão sobre o tema abordado.

2.1. LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa será realizada na construção de uma quadra poliesportiva coberta,

na cidade de Maceió, no estado de Alagoas, mas também, com fundamento e

tomando por base pesquisas doutrinárias, virtuais e dados estatísticos.

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Será selecionada ao acaso uma obra executada no ano de 2018/2019, da

empresa de engenharia Construtora Vasconcelos, esta escolhida por conveniência.

A obra em estudo fica localizada na Escola Estadual Professora Margarez

Maria Santos Lacet, localizada na Avenida General Walfrido Jerônimo da Rocha, S/N,

bairro Tabuleiro do Martins, Maceió-Alagoas.

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3 ANÁLISE DAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS RELATIVAS À SEGURANÇA

NO TRABALHO

3.1. ANÁLISE DOS MOTIVOS DA FALTA DE SEGURANÇA NO CANTEIRO DE

OBRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A influência de elementos relacionados à segurança é geralmente considerada

de forma superficial ou mesmo desconhecida por muitas empresas e profissionais, o

que é reflexo, em parte, da falta de estudos científicos acerca de estratégias para

gerenciamento da segurança e de fiscalização perante aos setores responsáveis por

tal aplicarem a devida cobrança.

O Brasil tem 410 mil acidentes de trabalho por ano, que matam 3 mil

brasileiros e custam R$ 32 bilhões ao país. Eles matam oito (08)

trabalhadores brasileiros por dia e esta conta pode ser muito maior, já que

não inclui os brasileiros da economia informal. Números assustadores

retratam o descuido de boa parte do empresariado com as normas de

segurança e com seus funcionários. Além disso, milhares de trabalhadores

adquiriram em suas funções doenças com as quais terão de conviver pelo

resto de seus dias (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA

SOCIAL, 2002 apud SILVA, 2011).

Embora os custos econômicos e sociais dos acidentes de trabalho sejam altos

(HINZE, 1991), geralmente as empresas não procuram evitá-los através de

abordagens sistemáticas, limitando-se ao cumprimento da legislação.

Contudo, as normas brasileiras possuem um escopo restrito, focando

principalmente na implantação de medidas relacionadas às instalações físicas de

segurança (guarda-corpos ou aterramentos, por exemplo), e deixando de exigir

medidas preventivas mais amplas que visem eliminar ou reduzir os riscos nas suas

origens.

Os envolvidos com os acidentes de trabalho, como trabalhadores, empresários,

membros do governo, técnicos em segurança, explicam que a maioria dos acidentes

são causados por características negativas dos próprios trabalhadores, tais como,

descuido, desatenção, brincadeiras, despreparo, incapacidade, ausência em

treinamentos. Também é evidente que o ambiente pode ser perigoso e hostil aos que

estão submetidos os funcionários operando maquinas velhas e perigosas, com

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ausência de manutenção, trabalho pesado/insalubre, como um subproduto da

interação homem-máquina, algo inevitável ou como decorrência natural relacionada a

cultura do povo brasileiro em não valorizar a prevenção, o cuidado, a segurança e a

própria pessoa envolvida no trabalho.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada pelo Decreto número

5.452, de 01/05/1943, e reuniu a legislação relacionada com a organização sindical,

previdência social, justiça e segurança do trabalho. A CLT, no seu Capítulo V – Da

Segurança e da Medicina do Trabalho, dispõe sobre diversos temas, tais como a

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), máquinas e equipamentos,

caldeiras, insalubridade, medicina do trabalho, higiene industrial, entre outros.

Esta legislação foi alterada por diversas vezes e serviu como base para as

atuais Normas Regulamentadoras (NR´s). O Decreto 7036, de 10/11/1944 definiu

como acidente de trabalho não só o acidente típico, mas também a causa, entendendo

que todo evento que tivesse alguma relação de causa e efeito, ainda que não fosse o

único responsável pela morte, perda ou redução da capacidade de trabalho,

configuraria acidente de trabalho. Abrangeu, ainda, a prevenção de acidentes e a

assistência, indenização e reabilitação do acidentado (OLIVEIRA, 2012).

Recentemente, houve uma alteração da legislação relacionada a acidente de

trajeto deixando de ser acidente de trabalho (MP 905/2019), revogando o art. 21,

inciso IV, letra “d”, da Lei nº 8.213/91, que equiparava o acidente de trajeto sofrido

pelo empregado ao acidente do trabalho típico. Com a decisão, o acidente de trajeto

não será mais considerado como do trabalho e, portanto, enquanto a MP tiver validade

as empresas não precisarão emitir CAT.

Muitos empregados da construção civil utilizam meios de transporte alternativos

próprios, como bicicleta ou motocicleta, podendo ocorrer acidentes de percurso. Isso

antes era considerado acidente de trabalho, o que elevava o índice em pesquisas que

tratassem do mesmo tema em questão. Agora, diante desta alteração, este mesmo

assunto não será mais levado em consideração para análises quantitativas nas futuras

pesquisas de acidentes de trabalho em construção civil.

Com a necessidade de implantação da gestão em SST, as NR´s foram

revisadas na década de 90 e sofrem alterações constantes, conforme já mencionado,

a fim de adequar as necessidades vividas pelos trabalhadores, seguem as principais

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NR´s utilizadas como parâmetros para a atividade da construção civil (PORTARIA nº

3214, 1978):

• NR 6 – EPI – Equipamento de Proteção Individual;

• NR 7 – PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;

• NR 8 – Edificações;

• NR 9 – PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

• NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade;

• NR 15 – Atividades e operações insalubres (limites de tolerância para ruídos e

exposição ao calor;

• NR 17 – Ergonomia;

• NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.

Com a implantação do “Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho

na Indústria da Construção” – PCMAT, trazido pela NR-18, as empresas com vinte

(20) ou mais trabalhadores ficam obrigadas a possuir esse programa. O mesmo

contempla os riscos de todas as etapas da obra, devendo ser elaborado antes do

início das atividades.

O PCMAT estabelece processos de ordem administrativa, de planejamento e

de organização, que objetivam a implantação de medidas de controle e sistemas

preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de

trabalho da construção (NR-18).

Conforme nota técnica SIT-DSST nº 96, de 19/04/2019, a competência de

elaboração do PCMAT é de engenheiros de segurança do trabalho, devidamente

licenciados pelo CREA, devendo este profissional elaborar e assinar o programa,

mesmo quando o documento é feito junto com outros profissionais técnicos e da área

da saúde.

3.2. A EFICÁCIA DOS TRATAMENTOS NA SEGURANÇA DO TRABALHO PARA

A CONSTRUÇÃO

É certo que, para tratar da eficácia da implantação da SST na construção civil,

deve-se levar em consideração todos os riscos ocupacionais, já pesquisados

anteriormente, fazendo com que a implantação de medidas cabíveis seja suficiente

para evitar o acidente no trabalho. Cita-se então pesquisas já realizadas comprovando

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que para conseguir resultados positivos é necessário implantar as técnicas de

prevenção baseadas na legislação vigente, e, conscientização dos empresários.

O estudo de Cisz (2015) procurou analisar os riscos presentes nas atividades

desenvolvidas durante a construção de uma obra, além de medidas técnicas

(prevencionistas) para que o acidente não venha a acontecer, exaltando a importância

do uso de equipamentos de proteção durante o desenvolvimento das atividades e as

Normas que devem ser seguidas rigorosamente por empregados e empregadores.

O autor aplicou um questionário, onde foram abordados aspectos relacionados

aos dados dos trabalhadores, tendo a população definida em 80 pessoas. Constatou-

se que a segurança do trabalho ainda é um assunto tratado em segundo plano e

mesmo que todos estejam cientes da importância da utilização do EPI, o autor acredita

que nunca obterá um resultado efetivamente positivo, enquanto houver a ausência de

uma prática de antecipação.

Já no estudo de Welter (2014), qualquer acidente que ocorre, com

consequências relacionando a lesão física aos trabalhadores ou não, gera um gasto

financeiro significativo, uma vez que todos os custos diretos e indiretos resultantes

são creditados no custo de produção, revertendo em ônus para a empresa. O objetivo

deste estudo foi apresentar os riscos causados pela falta de sistemas de gestão e de

que forma a empresa em estudo trabalha com estes e que, além de ser um benefício

para a segurança física do trabalhador, o que poucos empresários entendem, é que a

demanda financeira que um acidente causa pode ser evitado com a simples

implementação de sistemas que evitem ou supram com agilidade o mesmo.

No presente caso usou-se levantamento de dados, sendo feita pesquisa de

campo em uma construtora que tem seu ramo na construção de edificações verticais

residenciais, foi elaborado um check-list, onde se avaliou a estrutura da empresa,

aplicação de segurança e saúde do trabalho, gestão de qualidade e gestão ambiental.

Como resultado obtido, grande parte dos empresários ainda visualiza somente os

custos diretos relacionados aos acidentes, enquanto que os custos indiretos podem

ser de 3 a 10 vezes maiores que o custo direto.

Enfim, concluiu-se que apesar da relevância dos sistemas, da importância do

seu planejamento e implementação em grandes, médias e pequenas empresas,

muitos empresários ainda não dão o devido valor à segurança de seus funcionários e

ao planejamento financeiro de sua empresa.

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Analisando esses dois trabalhos, citados acima, com a pesquisa deste estudo

de caso, houve uma grande evolução no pensamento dos empresários, pois a

legislação tornou-se mais rigorosa, fazendo com que os empregadores pensem duas

vezes antes de não aplicar o que é obrigatório.

Através do Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, ficou instituído o

Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e

Trabalhistas - eSocial e dá outras providências. Em seu Art. 2º, no inciso I,

estabeleceu a escrituração digital, contendo informações fiscais, previdenciárias e

trabalhistas. O sistema eletrônico regido por esse decreto, que engloba o Ministério

do Trabalho, alinhado com a Receita Federal e agregados, fortalecerá ainda mais o

rigor dessas informações obrigatórias da Saúde e Segurança do Trabalhador (SST),

pois haverá fiscalização eletrônica e presencial, pelos responsáveis dos entes

federativos, fazendo com que seja efetiva a redução dos acidentes de trabalho na

indústria da construção civil, consequentemente, as empresas terão obrigação de

enviar as informações, tais como:

• S-1060 - Tabela de Ambientes de Trabalho;

• S-2210 - Comunicação de Acidente de Trabalho;

• S-2220 - Monitoramento da Saúde do Trabalhador;

• S-2221 - Exame Toxicológico do Motorista Profissional;

• S-2240 - Condições Ambientais do Trabalho - Fatores de Risco;

• S-2245 - Treinamentos, Capacitações, Exercícios Simulados e Outras

Anotações.

Tais eventos estão diretamente relacionados à SST, porém existem dados em

outros eventos que serão utilizados para compor as informações exigidas pelos

formulários substituídos, tais como o PPP e a CAT.

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4 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CANTEIRO DE OBRA

Foram realizadas dez (10) visitas em um canteiro de obra (FIGURA 1) da

empresa Construtora Vasconcelos, onde estava sendo feita uma quadra coberta

poliesportiva (FIGURA 2) para a Escola Estadual Professora Margarez Maria Santos

Lacet, localizada na Avenida General Walfrido Jerônimo da Rocha, S/N, bairro

Tabuleiro do Martins, Maceió-Alagoas, com área total de 980 m2, coberta em arcos

metálicos e telhas metálicas onduladas, possuindo fechamento frontal e nos fundos

com elementos vazados (cobogós anti-chuva).

FIGURA 1 – Vista do canteiro da obra.

Fonte: Autoria própria.

De acordo com o PPRA da empresa para a obra em questão, a quantidade de

funcionários (QUADRO 1) que estavam nesta obra são:

QUADRO 1 - Quadro de funcionários presentes na obra em pesquisa.

SETOR FUNÇÃO QUANTIDADE

Obra Pedreiro 03

Obra Servente 02

Obra Pintor 01

Obra Serralheiro 01

Obra Carpinteiro 01

Obra Eletricista 01

Obra Mestre de Obras 01

TOTAL 10

Fonte: PPRA da empresa Construtora Vasconcelos.

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FIGURA 2 – Quadra Poliesportiva Padrão FNDE finalizada.

Fonte: Autoria própria.

Esta obra teve início em novembro de 2018, com prazo previsto de término em

agosto de 2019, com o devido acompanhamento do profissional e engenheiro de

segurança do trabalho, apresentando as medidas de segurança das NRs aos

trabalhadores e evidenciando a eficácia do tratamento dos devidos treinamentos, a

fim de evitar acidentes de trabalho.

Tomando como exemplo de medida de segurança, a função do serralheiro é a

que possui maior exposição a risco. No Anexo A, consta a tabela do PPRA da função

do serralheiro com os riscos a que ele está exposto.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após algumas visitas no local da obra, foi possível observar que os funcionários

utilizavam seus EPI´s (FIGURAS 3 e 4) de acordo com as Normas Regulamentadoras,

que foram implementadas pela empresa.

Os EPI´s necessários para este tipo de obra, de acordo com o PPRA, foram

relacionados de acordo com a função de cada colaborador (QUADRO 2):

QUADRO 2 – Relação de Equipamentos de Proteção Individual por função de cada colaborador da obra em pesquisa.

FUNÇÃO EPI´s

Pedreiro Uniforme completo, bota de segurança, óculos de segurança, protetor auricular, respirador PFF2, capacete de segurança, luva de proteção (malha e látex), cinto de segurança paraquedista com talabarte duplo (trabalho em altura).

Servente Uniforme completo, bota de segurança, óculos de segurança, protetor auricular, respirador PFF2, capacete de segurança, luva de proteção (malha e látex), cinto de segurança paraquedista com talabarte duplo (trabalho em altura).

Pintor Uniforme completo, bota de segurança, óculos de segurança, protetor auditivo, capacete de segurança, luva de proteção (látex), máscara semifacial para vapores orgânicos e gases ácidos, avental de PVC.

Serralheiro

Uniforme completo, bota de segurança, óculos de segurança, protetor auricular, respirador PFF2, capacete de segurança, avental de raspa, luva de raspa, perneira de raspa, mangote de raspa, máscara para solda, cinto de segurança paraquedista com talabarte duplo (trabalho em altura).

Carpinteiro

Uniforme completo, bota de segurança, óculos de segurança, protetor auricular (concha), protetor facial, respirador PFF2, capacete de segurança, luva de proteção (vaqueta e malha), avental de raspa de couro, cinto de segurança paraquedista com talabarte duplo (trabalho em altura).

Eletricista

Uniforme completo, bota de segurança com bidensidade, óculos de segurança, protetor auricular, capacete de segurança, respirador PFF2, luva de proteção (sensiling), cinto de segurança paraquedista com talabarte duplo (trabalho em altura).

Mestre de Obras

Uniforme completo, bota de segurança, óculos de segurança, protetor auditivo, capacete de segurança, respirador PFF2, luva de proteção (malha e látex), cinto de segurança paraquedista com talabarte duplo (trabalho em altura).

Fonte: PPRA da empresa Construtora Vasconcelos.

Para a verificação do uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual

(EPI’s) e dos Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) foram necessárias visitas

constantes no ambiente da obra, a fim de zelar em campo pela eficácia das medidas

adotadas.

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FIGURA 3 – Funcionários trabalhando com seus devidos EPI´s.

Fonte: Autoria própria.

FIGURA 4 – Funcionário utilizando seus devidos EPI´s durante o polimento do piso em concreto.

Fonte: Autoria própria.

Também foram utilizados os seguintes EPC´s (FIGURA 5): Placas de

sinalização; Sinalização de desnível de piso; dispositivos de isolamento de área de

riscos (exemplo: piso molhado, cones, fita zebrada); áreas sinalizadas de

descarregamento/carregamentos de mercadorias.

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FIGURA 5 – EPC´s utilizados durante os serviços como medida de prevenção.

Fonte: Autoria própria.

As medidas de proteção coletiva em construções podem ser consideradas

como toda e qualquer medida protecionista que faça parte do corpo da obra em

construção, visando à proteção de um conjunto de trabalhadores.

As periferias, as escadas, escoras e andaimes suspensos apresentavam as

medidas de proteção coletiva, instaladas conforme as normas de segurança. As

escoras possuíam isolamento com fita zebrada, para evitar a passagem ao redor; os

andaimes suspensos, além do isolamento feito com fita zebrada, também se utilizou

cones de sinalização e os funcionários estavam com o cinto de segurança para

trabalhos em altura; as escadas possuíam corrimão. Na FIGURA 6, foram

demonstrados os dispositivos de isolamento utilizados nas periferias da obra, a fim de

evitar acidentes. Durante a escavação das fundações, as medidas de prevenção

tomadas foram os dispositivos de isolamento, placas de sinalização, placas zebradas,

cones e escadas com corrimão (FIGURA 7).

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FIGURA 6 – Dispositivos de isolamento: obra delimitada com tapume de madeira, evitando a entrada

de pessoas não autorizadas e cercado delimitando a fundação para evitar que alguém caia. Fonte: Autoria própria.

FIGURA 7 – Medida de prevenção coletiva: escadas com corrimão, sinalização com cones, placas

zebradas e de CUIDADO: HOMENS TRABALHANDO e ÁREA DE ESCAVAÇÕES. Fonte: Autoria própria

Durante o período da obra, foram realizados treinamentos sobre segurança do

trabalho, que são obrigatórios por lei, seguindo o que preconiza as Normas

Regulamentadoras, de acordo com o Cronograma de Atividades do PPRA da

empresa:

• Treinamento introdutório para os colaboradores;

• NR-6 (EPI e EPC);

• Inspeções periódicas nos equipamentos elétricos;

• PPRA e PCMSO;

• Treinamento de prevenção de combate a incêndio;

• Treinamento de procedimentos de emergência;

• Treinamento de levantamento de peso;

• NR-12 (Inspeção de segurança em máquinas e equipamentos);

• NR-17 (Ergonomia);

• Treinamento de conceito de acidente de trabalho;

• Treinamento de proteção auditiva;

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• Treinamento para trabalhadores que realizam atividades em altura.

Com relação aos acidentes de trabalho, nesta obra em pesquisa não houve

acidente de trabalho durante a realização da construção da quadra. Faz-se também

necessário citar que a empresa em questão cumpre com todos as medidas

preventivas e padrões constantes nas NR´s.

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6 CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou um panorama geral das recomendações normativas

vigente no país e procurou verificar se estas estavam sendo cumpridas em uma obra

realizada na cidade de Maceió-AL.

Conforme exposto, ficou evidenciado através do estudo in loco que a empresa

em questão, segue a legislação vigente, aplicando as normas regulamentadoras

(NR’s) e possui os programas de saúde e segurança do trabalhador obrigatórios

(PPRA e PCMSO), proporcionando um ambiente saudável, seguro e preventivo aos

trabalhadores. Não houve registro de acidente de trabalho dentro da obra estudada,

pois, a empresa tomou todas as medidas cabíveis para segurança dos seus

funcionários, inclusive obrigando-os a usar o EPI para a execução dos seus trabalhos

dentro do canteiro de obra, passível de advertência ou suspensão no caso de não

cumprimento dessa exigência.

Verificou-se a necessidade de se seguir às recomendações normativas com o

intuito de reduzir as chances de acidentes de trabalho dentro do canteiro de obras.

Tal atitude gera mais segurança.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL, Ministério do Trabalho. Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 18 Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. Disponível em: http://www.mte.gov.br. Acesso em: 17 de nov de 2019. BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=9CFA236F73433A3AA30822052EF011F8.proposicoesWebExterno1?codteor=309173&filename=LegislacaoCitada+-INC+5298/2005>. Acesso em: 20 Nov. 2019. BRASIL. Ministério do Trabalho. Nota Técnica SIT-DSST nº 96, de 19 de abril de 2019. Disponível em: <https://sogi8.sogi.com.br/Arquivo/Modulo113.MRID109/Registro1268759/nota%20tecnica%20n%2096.pdf>. Acesso em: 20 Nov. 2019. CATAI, Rodrigo Eduardo. Apostila de Gerência de Riscos. Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. UTFPR. Curitiba, 2014. CISZ, Cleiton Rodrigo. Conscientização do uso de EPI’s, quanto à segurança pessoal e coletiva. 2015. 44 f. Curitiba (Paraná). Monografia [Especialização em

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Engenharia de Segurança do Trabalho] - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento Acadêmico de Construção Civil; 2015. DALCUL, Ane Lise Pereira da Costa. Estratégia de Prevenção de Acidentes de Trabalho na Construção Civil: uma abordagem integrada construída a partir das perspectivas de diferentes atores sociais. 2001. 228 f. Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Tese [Doutorado em Administração] – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Escola de Administração; 2001. DINIZ JÚNIOR, Jadir Ataíde. Segurança Do Trabalho Em Obras De Construção Civil: uma Abordagem Na Cidade De Santa Rosa-Rs. 2002. 85 f. Santa Rosa (Rio Grande do Sul). Monografia [Graduação em Engenharia Civil] – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Departamento de Tecnologia; 2002. HINZE, J. Indirect costs of construction accidents. Austin: The Construction Industry Institute, 1991. IUDÍCIBUS et al. Contabilidade introdutória. Equipe de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. 9. ed. São Paulo: Atlas, 1998. OLIVEIRA, Pedro H. V. A Importância da Segurança do Trabalho na Construção Civil. 2012. SAURIN, Tarcisio Abreu; RIBEIRO, José Luis Duarte. Segurança no trabalho em um canteiro de obras: percepções dos operários e da gerência. Revista Produção, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 05-17, Junho 2000. SILVA, André Luiz Cabral da. A Segurança do Trabalho Como Uma Ferramenta Para a Melhoria da Qualidade. 2011. 147 f. Santa Maria (Rio Grande do Sul). Dissertação [Mestrado em Engenharia de Produção] – Universidade Federal de Santa Maria – Centro de Tecnologia; 2011. STEFANO, Silvio Roberto. Liderança e suas relações com a estratégia de gestão de pessoas e o bem-estar organizacional: um estudo comparativo em duas instituições financeiras internacionais. 2008. 187 f. São Paulo (São Paulo). Tese [Doutorado em Administração] – Universidade de São Paulo – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – Departamento de Administração; 2008. WELTER, Lara Borges. Sistema de gestão saúde do trabalhador, proposta modelo para aplicação na construção civil. 2014. 63 f. Ijuí (Rio Grande do Sul).

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Monografia [Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho] – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Departamento de Ciências Exatas e Engenharias; 2014.

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ANEXOS

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ANEXO A – TABELA DO PPRA – FUNÇÃO SERRALHEIRO