a segunda edição do fanzine foi à feira

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a segunda edição do fanzine foi à feira projeto de graduação | desenho industrial | ufes | 2013/1 Graduanda: Rayza Mucunã Paiva Orientadora: Letícia Pedruzzi Fonseca

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Design


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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado em cumprimento às exigências da disciplina de Projeto de Graduação II para obtenção do título de Bacharel em Desenho Industrial - Programação Visual. Orientadora: Profa. Dra. Letícia Pedruzzi Fonseca. Formanda: Rayza Mucunã Paiva. Universidade Federal do Espírito Santo.

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Page 1: A segunda edição do fanzine Foi à Feira

a segunda edição do fanzine foi à feiraprojeto de graduação | desenho industrial | ufes | 2013/1

Graduanda: Rayza Mucunã PaivaOrientadora: Letícia Pedruzzi Fonseca

Page 2: A segunda edição do fanzine Foi à Feira

Esta pesquisa busca investigar relações entre o processo de manufatura de fanzines e a prática de design gráfico, observando a construção de identidades gráficas híbridas fora dos padrões convencionais de criação. O estudo de caso se dá a partir da segunda edição do Foi à Feira – Fanzine produzido pelo coletivo cultural homônimo residente na Grade Vitória – e compreende o planejamento e execução de diversas etapas inclusas no processo de produção do impresso.

Palavras-chave: fanzine, identidade, design gráfico.

resumo

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Objetivo geralInvestigar as relações entre fanzines e identidade gráfica através do planejamento e produção da segunda edição do Foi à Feira.

Objetivos específicos* Estudar a bibliografia já existente sobre fanzines;

* Pesquisar sobre como se dá a construção da identidade gráfica em impressos experimentais;

* Analisar criticamente a primeira edição do Foi à Feira para propor uma série de transformações editoriais e gráficas, a serem aplicadas na segunda edição;

* Projetar a segunda edição do fanzine Foi à Feira;

* Produzir um meio de comunicação alternativo.

objetivos

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revisão bibliográfica

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Fanzine (fanatic + magazine)

magalhães, 2003 “seus editores se encarregam de todo o processo de produção, desde a concepção da ideia até a coleta de informações, a diagramação, a composição, a ilustração, a montagem, a paginação, a divulgação, a distribuição e venda, tudo passa pelo domínio do editor. (...) O controle de todo o processo editorial, embora exija mais tempo e habilidade, dá ao editor maior liberdade de criação e execução da ideia”

guimarães, 2000

“No entanto, o termo fanzine se disseminou de tal forma que hoje engloba todo tipo de publicação que tenha caráter amador, que seja feita sem intenção de lucro, pela simples paixão pelo assunto enfocado. Assim, são fanzines as publicações que trazem textos diversos, histórias em quadrinhos de editor e dos leitores, reprodução de HQs antigas, poesias, divulgação de bandas independentes, contos, colagens, experimentações gráficas, enfim, tudo que o editor julgar interessante”

albernaz; peltier, 1994

“O design dos fanzines se submete aos princípios de: economia, experimentação, flexibilidade e legibilidade. Estes são princípios presentes em qualquer outro tipo de publicação, mas são os pesos e a linguagem assumida para expressá-los que dão característica especial ao visual dos fanzines”

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Bong

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04

Quadrilha #1, 2004

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fanzine, design gráfico e identidade

gruszynski, 2008

“Escolas como a Bauhaus – que evidenciava a racionalidade, ordem e simplicidade - ou a chamada Escola Suíça – que estabeleceu o Estio Internacional, baseado em arranjos gráficos sustentados por um rígido sistema de diagrama (grid system) e formas minimalistas - identificam orientações que ainda hoje regem muitos praticantes do design”

escorel, 1999

“Na realidade, para o design gráfico, a identidade visual de um produto é tão relevante quanto sua função, identidade aqui entendida como forma final, resultado de decisões de caráter tecnológico, estético e mercadológico, como conjunto de relações que exprimem apenas aquele sistema de informações, nenhum outro.”

samara, 2007

“Assim como o uso de grids na prática moderna do design derivou do desenvolvimento da tecnologia, do pensamento estético e da industrialização, o uso de métodos alternativos, intuitivos de composição – dominantes na prática atual – surgiu destas mesmas influências.”

denis, 1998

“Não, a função do designer não é de atribuir ao objeto aquilo que ele já possui, aquilo que já faz parte (in haerere) da sua natureza, mas de enriquecê-lo, de fazer colar – aderir mesmo (ad haerere) – significados de outros níveis bem mais complexos do que aqueles básicos que dizem respeito apenas à sua identidade essencial. Conforme assinalei acima, esses significados podem ser de ordens diversas, desde questões de segurança e facilidade de uso, até noções de moda, prestígio ou sexualidade.”

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levantamento de dados

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referências atuais e locais em fanzine * Impressos de alto nível profissional e técnico;

* A identidade gráfica provém principalmente do nome e da proposta editorial de cada um;

* Revistas se consolidam como pequenas editoras independentes;

* Ainda que funcionais e esteticamente bem trabalhadas, as soluções em sua maioria mantem-se dentro de propostas mais tradicionais;

* Formatos comuns: A4 e A5, com poucas variações.

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o coletivo Foi à Feira

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o fanzine Foi à Feira

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Por todo o país, pipocam ambiciosos coletivos de jovens artistas. Foi à Feira é um coletivo do Espírito Santo, terra que tem rendido gratas surpresas no design gráfico, nos quadrinhos e nas artes em geral. Contemplado por um edital, o grupo lançou esta pela publicação, sua primeira manifestação impressa. A revista toda apetece aos olhos. Inteira colorida, bem editada, com soluções gráficas interessantes.

Os textos também são bem escritos e gostosos de ler. Sem dúvidas esse povo é talentoso. Peca apenas por querer abraçar o mundo, na minha opinião. Há uma tendência muito forte entre os novos artistas e editores (e artistas-editores) em querer falar de tudo um pouco, sem limitações. Parece nobre, na teoria, mas o produto final geralmente carece de aprofundamento. Mas isso não é culpa do Foi à Feira: é tão somente o reflexo de uma era de informações excessivas e fragmentadas (UTESCHER, 2011, p. 14).

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* Haverá, invariavelmente, uma versão impressa;

* Fazer um produto mais elaborado, que se configure como um “objeto de desejo”;

* Trazer produções que se preocupem em transmitir uma mensagem, onde haja uma preocupação com a relação entre tal discurso e a estética visual da peça;

* Não ter conteúdos desvinculados do tema objeto;

* Ter uma narrativa visual mais consistente;

* Afirmar uma possível identidade do impresso;

* Incluir, no próprio objeto físico do fanzine, alguma referência ao objeto tema da edição.

Objeto-tema: canivete

definição de parâmetros para o projeto gráfico

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* Tiragem inadequada e exagerada;

* Formato “comum” e inexpressivo;

* Falta clareza na apresentação da proposta para o leitor;

* Volume pequeno de conteúdos;

* Conteúdos superficiais;

* Falta de diferencial.

análise crítica da primeira edição& geração de alternativas

1

2

3

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partido adotado

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processo produtivo

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o projeto

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1. como imprimir

* tiragem: 150 exemplares / 2 para cada colaborador

* impressão caseira: redução dos custos e maiores possibilidades de experimentação

* ajuste de formato: maior área para impressão

2. como apresentar

* leiaute e grid variáveis

* composição individual das páginas, de acordo com o conteúdo

* inserção de elementos interativos e intervenções manuais em páginas específicas

* edição de colaborações para melhor adequação à proposta de diagramação

“Às vezes, o conteúdo tem uma estrutura interna própria que nem sempre o grid consegue esclarecer; às vezes, o conteúdo deve ignorar totalmente a estrutura para criar tipos específicos de reações emotivas no público alvo; às vezes, o designer simplesmente quer um envolvimento intelectual mais complexo do público, como parte de seu contato com o objeto” (SAMARA, 2007, p. 120)

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testes e problemas de impressão

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2. como organizar

* curadoria

* indexação

* construção da narrativa visual

* créditos de cada colaboração / créditos do fanzine

“A boa exposição é feita com inteligência e inventividade; com um ponto de vista. O público recebe um produto pronto, onde tudo esta em seu lugar, da iluminação ao prego na parede (quando há pregos). Para chegar à exposição montada, inúmeras e difíceis decisões foram tomadas, desde a escolha das obras (quando há obras) à posição e o conteúdo de uma simples etiqueta (a etiqueta pode gerar discussões acirradas entre curadores, artistas, museus e galerias!)” (LEONZINI in OBIST, 2010)

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150 exemplares

55 páginas

26 colaboradores

7 feirantes

8 tipos e cores diferentes de papel

6 formatos diferentes de página

24 fotografias

28 ilustrações

1 tirinha

2 contos

8 poemas

8 colagens (analógicas e digitais)

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testes

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voilà!

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“Pois bem, não por acaso, entre os ‘mãos sujas’ parece ter se desenvolvido uma consciência aguda das riquíssimas relações existentes entre a produção artística e a seriação industrial. Se bem que as tiragens dos impressos produzidos pelo O Gráfico Amador fossem pequenas e o processo de reprodução utilizado, basicamente o tipográfico, fosse operado de forma artesanal, esse momento da juventude parece ter introduzido no horizonte dos quatro cavalheiros a chave apara a compreensão do sentido profundo das formas de manifestação artística no mundo de hoje”(ESCOREL, 1999)

“A história dos fanzines, não só no Brasil, tem sido vertiginosa em transformações, adaptações a crises e experimentações. De pequenos boletins mal impressos chegamos, em poucos anos, ao refinamento do álbum, passando pelas revistas que em nada devem às publicações comerciais. Isto é uma demonstração inquestionável do amadurecimento de uma geração formada pelo empenho empreendedor, que cresceu inventando formas e meios para expor sua criação”(MAGALHÃES, 2005)

considerações finais

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ALBERNAZ, Bia; PELTIER, Maurício. Almanaque dos fanzines: o que são, por que são como são. Rio de Janeiro: Arte de Ler Editora, 1994.

AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Layout. São Paulo: Bookman, 2009.

DENIS, Rafael. Design, Cultura Material e o Fetichismo dos Objetos. Arcos, Rio de Janeiro, v. 1, n.1, 1998.

ESCOREL, Ana Luisa. O efeito multiplicador do design. São Paulo: Senac, 1999.

FARIAS, Priscilla. Tipografia Digital: o impacto das novas tecnologias. Rio de Janeiro: 2AB, 2001.

GRUSZYNSKI, Ana Cláudia. A imagem da palavra: a retórica tipográfica na pós-modernidade. Teresópolis: Novas Idéias, 2007.

GUIMARÃES, Edgard. Fanzine. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005.

KOPP, Rudnei. Design gráfico cambiante. 3° Ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC; Teresópolis: 2AB Editora, 2009.

LEONZINI, Nessia. Apresentação. In: OBRIST, Hans Ulrich. Uma breve história da curadoria. São Paulo: BEÎ Comunicação, 2010.

LESLIE, J. Novo Design de Revistas. Barcelona: Editora GG, 2003.

LIMA, Guilherme C. Investigando as Origens do Moderno Design Gráfico Brasileiro: O Gráfico Amador. Estudos em Design, Rio de Janeiro, v.2, n.2, p. 37 – 94, 1994.

MAGALHÃES, Henrique. A Mutação Radical dos Fanzines. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005.

MAGALHÃES, Henrique. A Nova Onda dos Fanzines. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2004.

MAGALHÃES, Henrique. O Rebuliço Apaixonante dos Fanzines. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2003.

SAMARA, Timothy. Grid: construção e desconstrução. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

UTESCHER, Douglas; MÁRCIO, Leandro (Ed.). 1° Anuário de Fanzines, Zines e Publicações Alternativas. São Paulo: Ugra Press, 2011.

UGRA PRESS. Disponível em: http://www.ugrapress.com.br/. Acesso em abril de 2013.

bibliografia básica

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xêpa

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