a sbp contra a mortalidade perinatal · pediatras e febrasgo divulgam o ato público ... e sua...

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1 Sociedade Brasileira de Pediatria N o 8 Ano II Outubro - Novembro / 1999 Especialistas preparam Guia de Atuação contra Maus-Tratos 15 NOTÍCIAS Abertas as inscrições para o Centro de Treinamento em Serviço 11 Infectologia divulga Calendário Vacinal/ 2000 13 Sociedade lança concurso de fotos e de monografias 7 Educadores e Escritores se unem aos pediatras na SMAM 4 Fotos: Silvio Vera / Wagner Sant’Ána Luiza Brunet em campanha pela amamentação A SBP contra a mortalidade perinatal (págs. 8 e 9) Luiza Brunet em campanha pela amamentação 12 de outubro, Foz de Iguaçu Pediatras e Febrasgo divulgam o ato público ESPECIAL A SBP contra a mortalidade perinatal (págs. 8 e 9)

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Page 1: A SBP contra a mortalidade perinatal · Pediatras e Febrasgo divulgam o ato público ... e sua gravidez é confir-mada, ... como o diagnóstico de diabete ou hipertensão – a gestante

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Sociedade Brasileira de Pediatria No 8 Ano II Outubro - Novembro / 1999

Especialistaspreparam Guia deAtuação contraMaus-Tratos

15

N O T Í C I A S

Abertas as inscriçõespara o Centro deTreinamentoem Serviço

11Infectologia divulgaCalendário Vacinal/2000

13

Sociedade lançaconcursode fotos e demonografias

7

Educadores eEscritores se unemaos pediatrasna SMAM

4

Fotos: S

ilvio Vera / W

agner Sant’Á

na

Luiza Brunetem campanha

pela amamentação

A SBP contra amortalidade perinatal

(págs. 8 e 9)

Luiza Brunetem campanha

pela amamentação

12 de outubro, Foz de IguaçuPediatras e Febrasgo divulgam o ato público

ESPECIAL

A SBP contra amortalidade perinatal

(págs. 8 e 9)

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aros amigos,ano passado,

dia 12 de outubro,descobrimos nossopoder de mobiliza-ção, ao lançarmosa Campanha Naci-onal de Prevençãode Acidentes e Vi-

ntes de suaeleição, o dr.

Lincoln me convi-dou para que estu-dasse a viabilida-de de implantar oCurso de Reani-mação Pediátrica

nos mesmos moldes do Curso de Reani-mação Neonatal. Após a eleição, foi no-meado o grupo executivo do Programa deReanimação Pediátrica, sob minha coor-denação. Pesquisamos as possibilidades,sempre inclinados a adotar o PediatricAdvanced Life Support (PALS), modelo daAHA (American Heart Association) echancelado pela AAP (American Academyof Pediatrics). O curso PALS utilizametodologia de ensino de grande interação

SBP NotíciasUma publicação da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Conselho Editorial: Lincoln Freire, Wania del Faveroe Reinaldo Martins.

Editora e coordenadora de produção: MariaCelina Machado (reg. prof. 2.774/ MG) /ENFIMComunicação;

Relações Públicas da SBP: Andréa de Souza;

Projeto gráfico e diagramação: Paulo Felício;

Estagiárias: Daniela Zdanowsky e Lígia Diniz;

Colaboraram nesta edição: O ilustrador BrunoLiberati, José Eudes Alencar (redator / copidesque) eos fotógrafos Angélica de Carvalho, Antônio Carreiro,Silvio Vera e Wagner Sant’Anna.

Colaboraram também os funcionários da SBP;

Impressão: Grafline Artes Gráficas e Editora Ltda.Av. Mem de Sá 69 - Centro - Rio de Janeiro- RJ. Cep20230-150 Tel. (021) 221-6331.

Endereço para correspondência: SBP/ Rua SantaClara, 292.Copacabana, Rio de Janeiro. CEP 22041-010. RJ. Tel./Fax (021) 548-1999.E-mail: [email protected]: http://www.sbp.com.br

uais os princi-pais proble-

mas de criançase adolescentesno seu estado?

A realidadedas crianças eadolescentes no

Acre está inserida no contexto sócio-eco-nômico de uma população de baixo poderaquisitivo, alto índice de desemprego esubemprego, vivendo num estado com pre-cário sistema de saneamento básico e con-dições de habitação e de assistência mé-dica deficientes. Isto propicia um alto ín-dice de morbidade e mortalidade infantilcausadas principalmente por doençasinfecto-contagiosas e parasitárias comodiarréia, hepatite, febre tifóide, malária etambém as doenças originadas no períodoperinatal, no qual se verifica um alto ín-

olência na Infância e Adolescência, comcaminhadas e inúmeras outras atividadespelo país. Este ano, no Dia da Criança, con-firmamos nossa capacidade, ao realizarmosnossa primeira experiência de Ato Públi-co, em Foz do Iguaçu, onde reunimos cole-gas pediatras de vários estados do país, au-toridades e população, para defender o Di-reito de Nascer e Viver com Saúde. Antesdisto, porém, durante a Semana Mundialda Amamentação, de 1 a 7 de outubro,

participamos com afinco deste movimentotão relevante, contando com a ajuda, maisque especial, desta mulher que realmenteé um exemplo, Luiza Brunet, madrinha doDepartamento Científico de Aleitamento denossa entidade. Foi com muita satisfaçãotambém que recebemos uma resposta maisque positiva de instituições ligadas ao li-vro, à cultura e à educação, num Encontroque, tenho certeza, significou um passomuito importante para a mudança de valo-

com o aluno, oferecendo uma oportunida-de para normatizar a abordagem e os pro-cedimentos aplicados nas emergênciaspediátricas. São dois dias de curso, com20 horas e avaliação contínua dos partici-pantes para conhecimentos e capacitaçãoem habilidades.

Durante o ano de 1998, fizemos os con-tatos e acordos necessários com a Funda-ção do Coração (Funcor), da SociedadeBrasileira de Cardiologia, tomamos conhe-cimento de todo o processo de formaçãodos centros de capacitação e de organiza-ção dos cursos, e pesquisamos a massa deinstrutores existente no país. Em seguida,consultamos as filiadas interessadas emsediar pólos de treinamento do Curso deReanimação Pediátrica, ficando definidascomo sedes: Bahia, Ceará, Minas Gerais,Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,Santa Catarina e São Paulo. Formamos

então grupos de instrutores para a implan-tação dos pólos, através de curso especialpara instrutores na Funcor.

Em 1999, buscamos os recursos paraa aquisição do material necessário para aimplantação dos pólos. Programamos en-tão a realização de um curso PALS em cadapólo para formalizar a implantação dosmesmos, que estão ocorrendo agora, emnovembro e dezembro. Estamos tambémorganizando o calendário para 2.000,quando deverão ser realizados pelo me-nos 32 cursos PALS, como parte do Pro-grama de Implantação do Curso de Rea-nimação Pediátrica da SBP. A nossa metapara o próximo ano é treinar no mínimo1.000 pediatras. Contamos com a partici-pação e o apoio de todos!

Paulo CarvalhoDiretor do Curso de Reanimação Pediátrica da SBP

dice de mortalidade. A NOB/96 com to-das as diretrizes para a gestão do SUS pe-los municípios não foi implantada em suaplenitude, faltando ser estruturada amunicipalização da saúde com o funcio-namento efetivo dos Conselhos Municipaisde Saúde, fiscalizando e acompanhandoas metas e ações contidas nos Planos Mu-nicipais de Saúde. As prefeituras não es-tão repassando para o Fundo Municipal deSaúde sua contrapartida para o financia-mento do SUS, e isto é refletido na máqualidade do atendimento, na AtençãoBásica e na sobrecarga do atendimento narede hospitalar.

Quanto ao pediatra, quais os mai-ores desafios enfrentados?

O pediatra vive o seu dia-a-dia nestaconjuntura, desempenhando suas ativida-des profissionais com limitações, tantopara o estabelecimento do diagnóstico,pela falta de um adequado suporte para arealização de exames complementares,

PALAVRA DO DIRETOR

PALAVRA DO PRESIDENTE

PALAVRA DO PEDIATRA

Retificação:Na matéria de capa da edição passada do

SBP Notícias, na pág. 7, sobre a pesquisarealizada pela dra. Lélia Cardamone Gouvêa– dos oligoelementos Zinco, Ferro e Cobre nocolostro de mães adolescentes de RN a termoe adequados para a idade gestacional, anali-sadas segundo a idade da adolescente, a con-dição social e o seu estado nutricional, ondese lê “as mais novas, assim como as de piorcondição sócio-econômica e também as maisdesnutridas...”, leia-se: “as mais novas, assimcomo as de pior condição sócio-econômica eas desnutridas apresentaram valores destesoligoelementos no colostro, dentro dos valoresda normalidade ou até mais elevados”.Demostrando que, “mesmo em situações con-sideradas de risco, existem no organismo ma-terno mecanismos reguladores, que garantema secreção pela mãe, de um colostro com va-lores dos elementos estudados, adequados àsnecessidades do seu filho”.

quanto para o tratamento, pela falta cons-tante de medicamentos não só na redebásica, como também na rede hospitalar.

Como o sr está vendo o trabalhodesenvolvido pela SBP?

A SBP está desenvolvendo um ótimotrabalho, agora voltado para o pediatra dointerior com cursos itinerantes de atualiza-ção, estimulando e reciclando também opediatra das mais diferentes regiões do país.

Quais as suas sugestões para oaprimoramento da atuação da SBP?

Como sugestão, acho que a SBP podeaprimorar sua atuação, disponibilizandona Internet uma homepage atualizada, con-tendo os mais recentes avanços no campoda pediatria e também produzindo CD-ROM de atualização e reciclagens, abor-dando temas de interesse do pediatra.

Fernando Maia Limaé pediatra em Rio Branco (AC). Foi escolhido

aleatoriamente para participar deste espaço, que acada edição ouve um profissional

res necessária à recuperação da prática deamamentar. Por isto, este SBP Notíciastem mais quatro páginas – uma edição es-pecial, para podermos dividir as informa-ções sobre tudo isto. Faça uma boa leiturae, se quiser, nos escreva, dando sua opi-nião e sugestões!

Um forte abraço,

Lincoln FreirePara falar com o presidente, o endereço

eletrônico é: [email protected]

aeos,se

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Angélica de C

arvalho

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Saúde e confiança no Programa Mãe CuritibanaExperiência inovadora concorre a prêmios da Organização Mundial de Saúde

TENDÊNCIAS & CULTURA^

ndressa de Camargo tem 20 anos e está no quintomês de gestação. Ao contrário do que acontece commuitas mulheres brasileiras, mesmo tão jovem e

esperando o primeiro filho, ela está segura em relação àsua saúde, à saúde do bebê e confiante no sucesso deseu parto.

Andressa participa do Programa Mãe Curitibana –uma iniciativa da Prefeitura e da Secretaria de Saúde deCuritiba, em prática desde março deste ano e que temcomo principal objetivo melhorar o atendimento à ges-tante, reduzindo as mortalidades materna e perinatal.

A opinião dos médicos sobre o programa não poderiaser melhor. O dr. Roberto Rosenstein, chefe da UnidadeSaúde Mulher, diz que o Mãe Curitibana é inovador: “Oprograma foi o único indicado pelo Ministério da Saúdeeste ano para concorrer a dois prêmios da OrganizaçãoMundial de Saúde”, orgulha-se.

O primeiro passo do programa, segundo o seu coor-denador, dr. Edwin Javier Jimenez, é a vinculação entrepaciente e maternidade. De acordo com o ginecologistae obstetra, quando uma mulher procura uma unidade doSUS (Sistema Único de Saúde) e sua gravidez é confir-mada, o hospital onde ela terá o bebê já é definido. “Destamaneira, acaba aquela história de a mãe ter que ficar, naúltima hora, procurando uma vaga para ter seu filho”,explica.

O médico avalia, em primeiro lugar, se a paciente éde risco. Se for o caso – como o diagnóstico de diabeteou hipertensão – a gestante é vinculada a um hospitalespecializado. Caso contrário, a maternidade onde serárealizado o parto pode ser determinada pela sua locali-zação, ou por ser aquela onde atua o obstetra que acom-panhou o pré-natal. São trezes hospitais conveniados naárea metropolitana de Curitiba.

O procedimento seguinte é a realização do exame de

AIDS. Se a paciente tem o vírus HIV, mas não desenvol-veu ainda a doença, seu parto será realizado em um hos-pital comum. Este procedimento serve para desmistificara doença e evitar o preconceito. Após a confirmação dapresença do vírus, a Secretaria de Saúde providencia amedicação da paciente com o AZT.

As gestantes cadastradas noprograma passam também peloexame de toxoplasmose, doençaa que foi dada uma atenção es-pecial, já que seu índice noParaná é mais alto que a médianacional. A realização do examee o tratamento adequado permi-tem reduzir em até 60% os ris-cos de seqüelas causadas peladoença.

A sífilis também está sendocombatida. São realizados exa-mes nos dois primeiros trimes-tres e na hora do parto. O recém-nascido também é examinado. Osecretário municipal de saúde,dr. Luciano Ducci, comemora o

fato de não mais haver incidência de sífilis em bebês emCuritiba.

Os óbitos e seqüelas causados pela incompatibilida-de de fator RH no sangue estão sendo prevenidos, com aaplicação de vacina na 28a semana de gestação e no mo-mento do parto. O dr. Edwin Javier explica que a grandemaioria das gestantes atendidas em unidades públicasnão toma a vacina, já que o SUS financia apenas 40% deseu valor. A Secretaria de Saúde se comprometeu, então,a comprar as doses necessárias, o que permite protegeraté 95% dos bebês.

No momento em que é cadastrada no Programa MãeCuritibana, a gestante recebe, dentro de uma bolsa, todo

mal. No sexto mês de gestação, as participantes do pro-grama fazem uma visita guiada à maternidade onde terãoseus bebês. Nesta oportunidade, conhecem o berçário, asala de cirurgia, o quarto e os preparativos que antece-dem o parto.

De acordo com o dr. Javier, a média de partos realiza-dos em unidades do SUS, por ano, em Curitiba, é de19.500. Desde a implantação do programa, mais de17.700 gestantes já estão inscritas no Mãe Curitibana.“É uma grande vitória.”, festeja o médico. Espera-se queo índice de mortes entre recém-nascidos seja reduzidopara menos de 10 por mil nascidos vivos no próximo ano,sendo o índice atual de 15, 9 óbitos por mil.

O dr. Luciano Ducci faz questão de ressaltar a impor-tância das parcerias para a implantação de um projeto desaúde bem sucedido. Afirma que o apoio da sociedadecivil – de entidades como a Sociedade Brasileira de Pe-diatria (SBP) e a Federação Brasileira das Sociedades deGinecologia e Obstetrícia (Febrasgo), tem sido fundamen-tal para o sucesso do Mãe Curitibana

A enfermeira Josiane Pedreira, que trabalha diaria-mente com as gestantes, afirma que o grande diferencialé a humanização no atendimento. Destaca ainda a atua-ção dos agentes comunitários de saúde: “são profissio-nais que moram na própria comunidade e, fazendo o censodos moradores, encaminham as gestantes às unidades desaúde onde serão vinculadas ao programa MãeCuritibana.” Estes agentes acompanham as mulheres atéo puerpério, fazendo visitas domiciliares freqüentes.

Muito feliz com o tratamento que vem recebendo,Andressa comenta: “Saber em que maternidade terei meufilho traz muita tranqüilidade. Além disso, receber dicassobre amamentação e cuidados com o bebê é muito re-confortante para mães de primeira viagem, como eu.”.Com o kit Mãe Curitibana a tiracolo, Andressa conta quenão deixou de fazer nenhum exame e que está ansiosapara fazer a visita ao hospital onde será realizado seuparto e começar a freqüentar as oficinas: “Com o progra-ma Mãe Curitibana, estou certa de que tudo vai correrbem”, garante. n

o material necessário para o acompanhamento de suagravidez. Está aí incluída uma carteirinha – com requi-sições dos exames – além de um folder sobre o programae uma cartilha com orientações sobre aleitamento mater-no, puerpério, planejamento familiar e cuidados durantea gravidez, parto e com o recém-nascido.

Estas informações são transmitidas também com aapresentação de vídeos e palestras às gestantes, que as-sistem ainda a um teatro sobre as vantagens do parto nor-

Quando uma gravidez éconfirmada, é definido o hospital

onde o bebê vai nascer

A

No kit, orientações sobre cuidados com recém-nascidos

O exame de pressão pode salvar a vida de mães e bebês

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Semana Mundial aponta para aconstrução de uma “cultura da amamentação”

mamentar ainda não é uma prática comum entretodas as brasileiras, mas será, no que dependerdo empenho da Sociedade Brasileira de Pediatriae de outras entidades defensoras do aleitamento

natural. Durante a Semana Mundial da Amamentação(SMAM) deste ano, que teve como tema Amamentar:Amamentar:Amamentar:Amamentar:Amamentar:educar para a vidaeducar para a vidaeducar para a vidaeducar para a vidaeducar para a vida, atividades informativas como pales-tras, encontros, teatros, passeatas, shows, exposições econcursos movimentaram vários estados do país.

À frente do Departamento de Aleitamento Materno daSBP, dra. Sônia Salviano avalia que a participação da SBPnesta Semana foi muito importante. “Tivemos uma pro-gramação consistente e totalmente voltada para o temada educação”, lembra. “Além disto, confeccionamos mi-lhares de cartazes, folders, adesivos e broches, que fo-ram encaminhados para todos os estados do país”.

Carolina Siu, oficial de Projetos de Saúde do Unicef,diz que as SMAM têm sido muito im-portantes não só para criar o ambi-ente de discussão sobre o temaentre os profissionais de saú-de, mas também em outrasáreas que trabalham commulheres e crianças e aindapara levar informações para apopulação, inclusive nos municípi-os mais distantes. Ela acredita quea participação da SBP na 8ªSMAM foi maior e mais efetiva:“A Sociedade teve iniciativa pró-pria e abraçou a causa daamamentação”, frisa.

Na opinião da dra. Sônia, otema da Semana foi muito bem es-colhido, pois é necessário traba-lhar na área da educação para quea amamentação volte a fazer par-te do cotidiano das mulheres.“Mesmo sendo fisiologicamentedeterminada, a amamentação éculturalmente condicionada. Senão mudarmos a cultura das pessoas, vai demorar muitopara que os índices se tornem satisfatórios”, afirma.

Pediatria promove Encontrocom Educadores e Escritores

Foi pensando nisso que a SBP promoveu no Rio deJaneiro - em parceria com a Sociedade de Pediatria doEstado (Soperj) - um Encontro de Pediatras com Educa-dores, Escritores e Ilustradores da Literatura para Crian-

O objetivo é derrubar preconceitos e transmitir novos valores

ças e Adolescentes. O evento, que teve como objetivoiniciar a reflexão sobre a ausência da amamentação noscurrículos escolares, livros didáticos e na literatura, con-tou com entidades extremamente representativas na áreae já deu frutos: dra. Sônia Salviano acaba de parti-cipar da mesa-redonda sobre o papel do livro in-formativo na educação, realizada no Iº Salão doLivro para Crianças e Jovens, dia 8 de novembroúltimo, no Museu de Arte moderna, RJ (foto).

Surgiram também outras idéias, como a inclu-são do tema na Bienal Internacional do Livro - aser realizada no ano que vem, em São Paulo -sugerida por Felipe Lindoso, diretor da CâmaraBrasileira de Livro, a entidade responsável peloevento. “Vamos estudar como a amamentaçãopode ser abordada, talvez com a distribuição dematerial informativo ou com atividades com osprofessores e o público do evento”, diz. Lindosocontou que, procurando no índice de publicaçõesda Câmara, realmente não encontrou nenhumaque tratasse do assunto. Depoimento no mesmo sentidofoi dado por Rogério Andrade Barbosa, presidente da As-sociação de Escritores e Ilustradores de Literatura In-fantil e Juvenil. Ele disse que, ao pensar nos livros queincluíam o tema da amamentação, não se lembrou de ne-nhum que o fizesse com uma abordagem literária, ape-nas alguns de maneira informativa ou educativa. Mesmoestes, “são bem menos numerosos do que, por exemplo,os que tratam da educação sexual”, lembrou Ninfa Par-reiras, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Todos os presentes concordaram com a importância deintroduzir o tema no processo educacional, porque adesinformação sobre a amamentação ainda é grande. Aprofessora Rosângela Barreto, do Departamento de Políti-cas Educacionais da Secretaria de Ensino Fundamentaldo Ministério da Educação, sugeriu que a amamentaçãofosse incluída no processo pedagógico das instituições deensino público pelo projeto TV Escola. O programa – co-ordenado pela Secretaria de Educação à Distância do MECe produzido pela Fundação Roquete Pinto – elabora vídeospara os professores e alunos, e aborda assuntos que apoiamos Parâmetros Curriculares em sala de aula. Rosângela lem-bra que na área de saúde, que é tratada pelos temas trans-versais sugeridos às escolas, a amamentação não éenfocada, e que com a elaboração do vídeo poderia serintroduzida a discussão em sala.

A inclusão da amamentação nos programas infantisda TV Futura também foi assunto de Cristina Carvalho,coordenadora do Núcleo de Educação do canal. “Vamosincluir o tema naturalmente dentro da programação para

as crianças, e não mostrar chupetas e mamadeiras. Jáfazemos programas como o Viva Legal – que aborda as-suntos de saúde e inclusive já tratou de amamentação –além dos serviços de esclarecimento à população”.

Para o dr. Lincoln Freire, presidente da SBP, a parce-ria entre entidades pediátricas e instituições ligadas àeducação e literatura é indispensável, para que se infor-me aos estudantes que o aleitamento materno é uma prá-tica positiva e que só traz benefícios para mãe e para obebê. “É preciso que se cresça sabendo que o bebê quemama no peito é mais saudável e que amamentar propor-ciona uma troca de afeto muito intensa entre mãe e fi-lho”, diz dr. Lincoln. “Além disto, é importante fazer oalerta de que a mamadeira e a chupeta atrapalham aamamentação”, completa dra. Sônia.

De acordo com o dr. João Aprígio, engenheiro de ali-mentos e coordenador da Rede Nacional de Bancos deLeite Humano do Ministério da Saúde (MS), o Encontrofoi uma das iniciativas mais concretas para a mudançaparadigmática em relação à amamentação. Ele acreditaque “para avançar mais são necessárias outras ações, alémdas de saúde. É preciso construir novos valores culturaisna sociedade. Para isto, é essencial trabalhar com o ele-mento-chave que são os formadores de opinião dos futu-ros formadores de opinião. Os valores introjetados pelascrianças ficam para o resto da vida”, assinala.

Dra. Tereza Costa, presidente da Soperj, lembrou tam-bém a importância do apoio e das condições sociais fa-voráveis à mulher, para que a amamentação tenha plenoêxito. E recordou que “dar o peito só as mulheres po-dem, mas amamentar é responsabilidade de toda a soci-edade”. A escritora Anna Maria de Oliveira Renhack -autora do livro “A origem dos bebês”, um dos poucos quetratam da amamentação – revelou que teve muita difi-

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SMAMW

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Promovido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, o 1º Salão do Livropara Crianças e Jovens discutiu a inclusão do aleitamento natural na literatura.

Escolhida como símbolointernacional da SMAM99, a boneca Mariana,que dá a luz em partonatural e amamenta, éproduzida artesanal-mente por grupos demães de comunidadescarentes de Recife.

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Luiza Brunet, madrinha da amamentaçãoNa SMAM, a SBP também ganhou uma aliada exemplar: a modelo e empresária Luiza Brunet - que posou

para um cartaz e um folder, amamentando seu filho Antônio, de cinco meses - e foi homenageada, comomadrinha do Departamento de Aleitamento Materno da entidade. “Quando me convidaram aceitei na hora,porque é o que eu realmente pratico. Sou uma mãe dedicada e adoro amamentar. Fico boba quando o Antôniome olha, meio de lado. Acho que este momento cria um vínculo enorme entre nós”, diz. E garante que se sente

culdade para amamentar, por falta de incentivo, pelaintervenção de outras pessoas e em conseqüência demitos como o do “leite fraco”. E contou que conseguiuporque “brigou muito” para fazê-lo. “Acho importanteque as pessoas tomem conhecimento de que este ato ébom, muito prazeroso e que deve ser incentivado ”, dizAnna Maria.

A Gerente do Programa da Criança da Secretaria Mu-W

agner Sant’A

nna

SMAM

O SBP Notícias conta um pouco do que ocorreu.

SergipeEm Aracaju, a abertura da Semana ocorreu no colé-

gio Dom Luciano José, com premiação de trabalhos es-colares e apresentação de músicas sobre o tema pelo co-ral dos Correios, uma auxiliar de enfermagem e pelo pedi-atra João Alberto Silveira, compositor da música “Águada Vida”. Entre os presentes, estavam o governador deestado e o prefeito da cidade. Foi lançada também a Cam-panha Estadual de Doação de Leite Materno. No dia 4de outubro, pediatras fizeram plantão telefônico de 10hna Sociedade Sergipana (Sosepe), depois houve festa comatividades educativas e recreativas no Centro de SaúdeQuintiliano Fonseca. De acordo com a dra. Cristina Ma-ria Dias, presidente da Sosepe, a participação da popu-lação na Semana Mundial está crescendo, graças a umaparceria maior entre as instituições promotoras.

BahiaNa abertura da Semana, em Feira de

Santana, foi realizado um seminário, quecontou com a participação de 89professores de biologia e portugu-ês das escolas públicas e particu-lares. Outro seminário ocorreuna Universidade Estadual,para alunos de enfermagem,engenharia de alimentos,odontologia, biologia e peda-gogia. O concurso de frases e desenhos contou com aparticipação de 38 escolas. No Hospital CléristonAndrade, onde trabalha a dra. Graciete Vieira, da SBP,foi realizada conferência para 47 profissionais de saúde.Houve ainda palestra para 88 carteiros, dentro do Proje-to Carteiro Amigo.

Santa CatarinaEm Florianópolis, na abertura, grupos de dança e te-

atro se apresentaram no auditório do Instituto Estadualde Educação. Foi realizado um Fórum para educadoresdas escolas estaduais e municipais. Os alunos participa-ram de um concurso de frases, desenhos e redações. Nocentro da cidade, durante três dias, foi montado um stand,onde pediatras, nutricionistas e enfermeiros se reveza-ram para tirar dúvidas da população. Dra. Leila Pereira,secretária-geral da Sociedade Catarinense de Pediatria,informa que este ano, com o envolvimento de várias en-tidades, foi possível mobilizar um maior número de pes-soas. As Sociedades Regionais também se engajaram. EmJoinville, atividades voltadas para a comunidade, comopalestras, gincanas com alunos da rede estadual de edu-cação, Rua do Lazer, Tarde Cultural foram realizadas noShopping Center Americanas.

Muitasatividades pelo país

feliz em participar do movimento para que os índices de amamentação melhorem no Brasil. “Fiquei surpresaao saber que apenas 40% dos bebês brasileiros de até quatro meses recebem aleitamento materno predomi-nante”, revela.

Dr. Lincoln conta que Luiza foi escolhida “por sua imagem positiva e por ser um modelo da amamentaçãopara as mulheres brasileiras”. A empresária amamentou sua primeira filha Yasmin até um ano de idade e agoraamamenta Antônio exclusivamente no peito. O presidente da Sociedade também acredita que “por ser umexemplo de beleza, está aí para provar que amamentar não prejudica a estética do seio e do corpo. Pelocontrário, sabemos que a mulher que amamenta volta mais rapidamente à sua forma, além de ter reduzidos osangramento pós-parto, a anemia e a chance de desenvolver câncer de mama e útero”. E Luiza Brunet concor-da, “é possível combinar beleza, bem-estar e saúde”.

nicipal de Saúde do Rio deJaneiro, Maria Auxiliadora,deu um depoimento positivode que têm havido progres-sos nos índices de aleitamen-to materno, a julgar pelosdados pesquisados recente-mente no estado. Todos osparticipantes do Encontro sa-íram de lá com um compro-misso: o de divulgar aamamentação, levando otema, de alguma maneira,para a instituição em que tra-balha. Estiveram presentestambém, além de diretoresda SBP, dr. José Dias Rêgo,dras. Ana Lúcia Figueiredo

e Luciana Matta, do Comitê de Aleitamento Materno daSoperj, dra. Carmen Elias e dr. Carlindo de Souza Filho,do Comitê de Perinatologia da mesma entidade, MárciaRegina Mattos, da Secretaria Municipal de Educação, anutricionista Emirene da Fonseca Lima, do InstitutoAnnes Dias, Vânia Rezende, da Editora Nova Fronteira,Silvia Negreiros da Manati Produções Editoriais e a As-sessoria de Comunicação da SBP. n

Luiza Brunet, seu marido Armando e Antônio recebem homenagem do dr. Lincoln Freire, da dra. Sônia Salvianoe da dra. Maria Tereza Costa.

Na abertura da Semana, pediatras, educadores e escritores se reuniram no Rio de Janeiro

Wagner S

ant’Anna

Josiane Santiago dos Santos, 10anos: 1º lugar no concurso dedesenhos em Feira de Santana (BA)

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Rio Grande do SulDurante toda a Semana, a Sociedade de Pediatria do

Rio Grande do Sul (SPRS), as Secretarias estadual emunicipal de Saúde e hospitais desenvolveram ativida-des para a população no Mercado Público de Porto Ale-gre, local onde circulam milhares de pessoas. Profissi-onais de várias áreas fizeram um plantão para tirar dú-vidas da população. Por ocasião do II Congresso do ConeSul, a Sociedade também realizou a Roda daAmamentação, no parque Bric da Redenção. A ativida-de buscou prestar informações básicas para apopulação e atingiu um público de cerca de3.000 pessoas.

MaranhãoEm São Luiz, a comemoração foi realizada

na Maternidade Marly Sarney, com apresenta-ção de peça de teatro pelos enfermeiros e mé-dicos e entrega de diploma às mães e criançasem aleitamento materno exclusivo até os seismeses. Também foram homenageadas as doa-doras para os Bancos de Leite Humano. NoHospital Universitário, foram apresentadasmúsicas sobre o tema e peça de teatro. Pedia-tras visitaram as escolas públicas e particula-res para sensibilizar os professores. Materialinformativo foi encaminhado para os hospitaisdo interior do estado.

Mato Grosso do SulNa abertura, em Campo Grande, houve palestra so-

bre os novos conhecimentos a respeito da amamentação,promovida pela Sociedade de Pediatria e UniversidadeFederal do Mato Grosso do Sul. Na Praça Ary Coelho, foidesenvolvida atividade disciplinar com barracas de vári-as instituições – Secretarias de Saúde do Estado e Muni-cípio, Maternidade Cândido Mariano, Santa Casa de Mi-sericórdia – nas quais as mães tiraram dúvidas com pro-fissionais. Na Sociedade Beneficente, a palestra foi so-bre a importância e vantagens do aleitamento materno.Participaram pediatras, nutricionistas, fonoaudiólogos,psicólogos e assistentes sociais. Foi realizado o plantãode dúvidas, ficando o telefone do Hospital Universitáriodisponível para atender à população.

PernambucoEm Recife, a Sociedade Estadual de Pediatria, em

conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde, Correios,Bombeiros e Hospitais Amigos da Criança, fizeram umacarreata no centro da cidade com bonecos gigantes ama-mentando e faixas com mensagens sobre aleitamentomaterno. Nos Hospitais Amigos da Criança houve expo-sição de vídeos educativos e distribuição de material.

GoiásEm Goiânia, foi realizada a “Rua do Lazer”, com

gincanas, pinturas e brincadeiras para as crianças, en-quanto as mães recebiam informações sobre aleitamentomaterno. O evento, com cerca de 250 participantes, foi

realizado em parceria com a Universidade Federal deGoiás e a Maternidade Dona Ìris – que, durante a SMAM,recebeu o título de Hospital Amigo da Criança. Pediatrase alunos da Faculdade de Medicina fizeram palestras emvárias escolas nos turnos da manhã, tarde e noite.

São PauloEm São Paulo, a Semana foi novamente comemorada

em outubro. No Hospital do Servidor Público Estadualfoi realizado um debate com agentes de saúde e popula-ção. No campus da Universidade de Santo Amaro

SMAM

Espírito SantoA Sociedade Espiritossantense de Pediatria realizou

plantão telefônico de orientação sobre amamentação,participou de palestra para os líderes da Pastoral da Cri-ança e de diversas entrevistas à imprensa.

Rio de JaneiroNo Rio de Janeiro, também foi promovido seminário

para profissionais de saúde e atividade para a populaçãono Jardim Zoológico, com participação de coral, Trupeda Saúde e brincadeiras com as crianças. Em parceria

com a Secretaria Municipal de Saúde e de Edu-cação, foi realizada uma palestra para professo-res, com cerca de 300 participantes. De acordocom o dr. José Dias Rêgo, presidente do Comitêde Aleitamento Materno da Soperj, “a atividadefoi importante para que os professores possamdesenvolver o tema com seus alunos”. O Institu-to Fernandes Figueira recebeu o título de Hospi-tal Amigo da Criança. A entidade deu início, peloBanco de Leite Humano, ao projeto BombeiroAmigo, para coleta externa de leite e orientaçãoàs mães sobre a amamentação.

Distrito FederalGincana educativa com participação de 298

alunos, de primeira a quinta série, de quatro es-colas, agitou a Praça do Relógio, em Taguatinga.Foram premiadas as melhores redações, músi-

cas, poesias e frases sobre amamentação. A escola quesomou mais pontos recebeu um computador. Com faixas,cartazes, palanque e carro de som, o evento contou aindacom apresentação de artistas. Mães amamentaram seusbebês na Praça.

No I Encontro de Aleitamento Materno da cidade, parti-ciparam 110 profissionais. O encerramento da SMAM acon-teceu em Brasília, com solenidade que homenageou pedia-tras, instituições e outros profissionais que se destacaramna promoção e incentivo à prática. Além da Sociedade dePediatria de Brasília e da SBP, participaram representantesdo MS, Unicef, OPAS e UnB, entre 200 pessoas.

CearáEm Fortaleza, foi realizada carreata pelas ruas da ci-

dade, levando faixas, balões e material informativo paraa população. Também ocorreram palestras em escolas.No Hospital Geral César Cals, receberam certificados desaúde 60 mães que amamentaram exclusivamente seusbebês até o sexto mês de vida. Os Correios e Telégrafosganharam o prêmio Amigo da Amamentação, pela reali-zação do Projeto Carteiro Amigo, em parceria com a So-ciedade de Pediatria e Secretaria Estadual de Saúde. OProjeto – que foi implantado nas capitais do Nordestedurante a SMAM – terá continuidade em todo o Ceará.Também foi lançado um kit, que será entregue a partir dedezembro, para as mães que tiverem seus bebês em umHospital Amigo da Criança, com duas camisetas e umfolder com orientações sobre aleitamento.

(UNISA), o evento foi dirigido a profissionais de saúde.Para encerrar, apresentação de coral infantil do ColégioAdventista, com músicas sobre aleitamento materno. Deacordo com a dra. Lélia Cardamone, da SBP, este ano, oenvolvimento da população na Semana foi maior e a re-percussão, muito boa.

Em Santos, o concurso de frases e desenhos contoucom a participação 86 escolas da rede pública e particu-lar. Quatro mil alunos receberam brindes com materialescolar e lanche com os dizeres “Amamentar: educar paraa vida”. Também teve destaque o Projeto 3ª Idade, queinforma as avós sobre os benefícios do aleitamento ma-terno. De acordo com a dra. Keiko Teruya, da SBP, tudoisto foi possível graças à parceria entre diversas entida-des de saúde e ao apoio de empresas, que colaboraramcom brindes e prêmios.

AlagoasO grupo de teatro da Fundação Teotônio Vilela apre-

sentou a peça “Mãe, eu quero mamar” na abertura daSemana, realizada na Casa Maternal Santa Mônica, coma presença do governador e da Secretaria de Saúde doEstado. Nas escolas, profissionais realizaram palestras,mães amamentaram em sala de aula, foram feitas escul-turas dos seios e de mães. Material informativo foi distri-buído às escolas. Foram colocadas faixas pelos bairrosda cidade e no campus do Hospital da Universidade Fe-deral de Alagoas, onde aconteceram ainda atividades comresidentes de pediatria e nas aulas de puericultura.

Participantes da abertura, em Santos, no SESI, que ao todo reuniu 1500 pessoas.

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O Departamento Científico de Aleitamento Mater-no da SBP está convidando os pediatras e residentesde pediatria a participarem dos concursos instituídospor ocasião das comemorações da SMAM 99. Com opropósito de contribuir para a criação da cultura daamamentação no Brasil e para a consciência da res-ponsabilidade do pediatra nessa mudança de hábitos,a SBP, com o apoio do Unicef e da Coordenação daCriança e Aleitamento Materno do MS, criou dois con-cursos:

Regulamento para o concurso demonografias1. Participação aberta a médicos residentes de pedi-atria, sócios da Sociedade Brasileira de Pediatria, ori-entados por pediatras também sócios da entidade;2. As monografias deverão obrigatoriamente abordaro tema Aleitamento Materno;3. Para participar, os candidatos deverão enviar asmonografias, impreterivelmente, até 31 de maio de2000, para a Sociedade Brasileira de Pediatria /Depto. Científico de Aleitamento Materno / Concur-so de Monografias, à Rua Santa Clara, 292,Copacabana, Cep 22041-010, Rio de Janeiro – RJ;4. As monografias encaminhadas deverão ter 06 exem-plares, identificadas apenas por pseudônimo. Em umdocumento separado o autor se identificará com onome / pseudônimo, especificando o endereço com-pleto, telefone e outras formas de contato (fax e/ou e-mail);5. As monografias inscritas deverão estar acompa-nhadas de autorização do autor, permitindo a publi-cação, exposição e divulgação das mesmas;6. As monografias serão selecionadas por uma comis-são constituída por 06 profissionais de reconhecidacompetência no tema;7. As monografias, premiadas ou não, não serão de-volvidas;8. Os organizadores (SBP) e os patrocinadores ficamisentos de quaisquer responsabilidades advindas douso inadequado por terceiros dos trabalhos premia-dos;9. Cada participante só poderá concorrer com umamonografia;10. Não serão aceitas monografias já publicadas oupremiadas;11. O resultado do concurso será divulgado no dia 01 desetembro do próximo ano, com emissão de correspon-dência para todos os participantes, para as filiadas daSBP, divulgação no site e publicação no SBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP NotíciasSBP Notícias;12. Os prêmios do concurso de monografias serão:

1º lugar: Passagem aérea, hospedagem e ins-

crição no XXXI Congresso Brasileiro de Pediatria, emFortaleza (CE), em outubro de 2000;

2º lugar: Passagem aérea e hospedagem para oXXXI Congresso Brasileiro de Pediatria;

3º lugar: Passagem aérea para o XXXI Congres-so Brasileiro de Pediatria;13. Todos os trabalhos receberão certificado de partici-pação no concurso;14. As monografias que não preencherem os requisitosacima serão desconsideradas, sem prévia comunicaçãoao autor;15. Os participantes que enviarem monografias estarãoautomaticamente concordando com este regulamento. Oscasos omissos serão julgados pela SBP.

Regulamento para o concurso de fotografias1. Participação aberta a pediatras, sócios quites da So-ciedade Brasileira de Pediatria (SBP);2. As fotografias deverão, obrigatoriamente, conter ima-gens ligadas à Amamentação;3. Para participar, o pediatra deve enviar até o dia 31 dejulho de 2000, fotos em cores ou em preto e branco, empapel brilhante, tendo as dimensões de 20 x 25 cm, paraa Sociedade Brasileira de Pediatria / Depto. Científicode Aleitamento Materno / Concurso de Fotografias, à RuaSanta Clara, 292 Copacabana, Cep 22041 010, Rio deJaneiro –RJ;4. As fotos deverão estar acompanhadas de identifica-ção do concorrente, com nome, endereço completo, tele-fone e outras fontes eventuais de contato (fax e/ou e-mail);5. As fotografias inscritas deverão estar acompanhadasde autorização dos modelos fotográficos ou de seus re-presentantes legais, permitindo sua publicação, repro-dução, exposição e divulgação;

6. As fotos concorrentes passarão a ser propriedadeda SBP, podendo ser utilizadas nos futuros trabalhosde comunicação desta Sociedade, com fins não co-merciais e sem ônus;7. Todos os trabalhos, premiados ou não, não serãodevolvidos.8. Os organizadores (SBP) e os patrocinadores ficamisentos de quaisquer responsabilidades advindas douso inadequado por terceiros das fotos premiadas;9. Serão premiados as 03 melhores fotografias e mais02 receberão menção honrosa;10. Cada participante pode concorrer com até 02 fo-tografias, porém não poderá receber dois prêmios;11. Não serão aceitas fotografias já publicadas e/ou

premiadas;12. É vedada a participação noconcurso aos membros do De-partamento Científico de Alei-tamento Materno da SBP;13. Dois membros do Depto. Ci-entífico de Aleitamento Mater-no da SBP, dois fotógrafos, umrepresentante do MS, um repre-sentante do Unicef e outro daOPAS, farão uma seleção inici-al das 20 melhores fotos que se-rão expostas em um stand, du-rante o XXXI Congresso Brasi-leiro de Pediatria/ Fortaleza /2000;14. As 20 melhores serãojulgadas por um júri popular e

um júri técnico, composto por dois fotógrafos profis-sionais, um publicitário, dois jornalistas, um profes-sor de Comunicação Social e dois membros do Depto.de Aleitamento Materno da SBP;15. A premiação será divulgada em evento públicono último dia de realização do XXXI Congresso Bra-sileiro de Pediatria;16. Os prêmios do concurso são:

1º lugar: três mil reais2º lugar: dois mil reais3º lugar: um mil reais;

17. Todos os participantes receberão certificado;18. Os contemplados estarão sujeitos a ceder seus no-mes, imagens e voz para a divulgação deste concursosem ônus para a SBP;19. Os participantes que enviarem as fotos para esteconcurso estarão automaticamente concordando comeste regulamento. Os casos omissos serão julgadospela SBP.

SBP lança concursos para pediatras e residentes em pediatriaParticipe!

SMAM

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os últimos anos, a mortalidade infantil vem sen-do reduzida no Brasil. No entanto, os níveis demorbimortalidade perinatal – aqueles que ocor-rem na gravidez, no parto ou com o bebê de até 7

dias – estão assumindo proporções surpreendentes. En-quanto em 1980 os óbitos nesta fase representavam

28,75% do total, em 1997 esta porcentagem subiu para52,82%, significando assim, mais da metade dos queocorrem até um ano. Ao contrário do que acontece nospaíses desenvolvidos – onde as crianças morrem princi-palmente por malformação congênita, aqui o problema éfruto das más condições de gestação e das precárias cir-cunstâncias do parto e do nascimento.

Já existem as normas para que as gestantes tenham oacompanhamento médico adequado, e os protocolos fo-ram estabelecidos pelo MS, com a contribuição de socie-dades científicas, como a SBP e a Febrasgo. Mas faltaimplementar efetivamente estas definições, levá-las àprática em todo o território nacional, treinar os recursoshumanos, remunerá-los bem, adquirir e disponibilizarequipamentos e exames e finalmente, informar a popula-ção sobre seus direitos.

Para apresentar sua contribuição neste sentido, a SBPorganizou, no Ginásio Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu(PR) o AAAAAto Público pelo Direito de Nascer e Vto Público pelo Direito de Nascer e Vto Público pelo Direito de Nascer e Vto Público pelo Direito de Nascer e Vto Público pelo Direito de Nascer e Viver comiver comiver comiver comiver comSaúdeSaúdeSaúdeSaúdeSaúde, em que pediatras de todas as regiões do país seuniram para chamar a atenção para o problema. “O di-reito de nascer e viver com saúde é universal. Precisa-mos fazer com que as regiões menos favorecidas na dis-tribuição de serviços e assistência possam receber o aten-

Pediatras e obstetras se unem contraa mortalidade perinatal

A Sociedade Brasileira de Pediatria mais uma vez confirmou seu poder de mobilização. No Dia da Criança, 12 de outubro,cerca de mil pediatras se uniram à população de Foz do Iguaçu (PR) para participar do Ato Público pelo Direito de

Nascer e Viver com Saúde. Organizado pela SBP, o encontro teve como objetivo principal alertar os governos e a sociedadepara aquele que é hoje o maior problema para a saúde das crianças brasileiras: a mortalidade perinatal. Em uma bem

sucedida parceria com a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a SBP elaborou umdocumento de análise e propostas, intitulado Organização e Melhoria da Qualidade da Assistência Perinatal noBrasil, que foi entregue ao dr. João Yunes, Secretário de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde (MS), durante o ato.

dimento necessário”, enfatizou o presidente da SBP, dr.Lincoln Freire, durante o evento.

“O sonho da nova vida começa do pré-natal”Quem abriu o encontro foi a atriz e poeta Anatilde

Julião, com versos como “no milagre da vida real, natu-ral é o parto normal”. Suas mú-sicas e sua poesias falam da saú-de da mulher e do bebê, abor-dando temas como o aleitamentomaterno e o atendimento à ges-tante. Anatilde dá a lição: “Essemomento mágico não pode ser ca-sual. O sonho da nova vida co-meça no pré-natal.”.

O primeiro passo para queuma criança possa nascer saudá-vel é, sem dúvida, o acompanha-mento adequado da gestação.Representando a Febrasgo, o dr.

Soubhi Kahhale, presidente do Comitê de Perinatologia,ressaltou a importância da parceria: “É a primeira vezque duas entidades da categoria se unem em uma atitudecomo esta, buscando somar a vontade médica à vontadepolítica, com o objetivo de contribuir para que a situaçãodas saúdes infantil e materna sejam melhoradas”. O mé-dico lembrou ainda que o problema não está relacionadoà necessidade de equipamentos caros ou de tratamentoscomplexos. “O que queremos é uma melhor adequação edistribuição dos recursos, além da efetiva aplica-ção de técnicas básicas, que podem diminuir amortalidade perinatal e materna”, frisou.

Representante do UNICEF no Brasil, adra. Reiko Niimi fez questão de estar pre-sente no evento em Foz do Iguaçu. “Amortalidade infantil está sendo leva-da a sério no Brasil. E, hoje, a mai-or responsável pelo problema é aperinatal. Toda iniciativa quepretenda contribuir de algumamaneira para que esta situaçãopossa ser mudada é de extremaimportância.”, afirma.

O UNICEF já enviou cópias

do documento elaborado pela SBP aos seus escritóriosregionais. Reiko também lembrou que a mortalidadeperinatal pode ser evitada com ações básicas. “Acredita-mos que, com medidas simples e efetivas, no dia 12 deoutubro de 2.000, poderemos voltar a nos encontrar emum seminário sobre O Direito de Nascer e VO Direito de Nascer e VO Direito de Nascer e VO Direito de Nascer e VO Direito de Nascer e Viver comiver comiver comiver comiver comSaúdeSaúdeSaúdeSaúdeSaúde e descobrir que mais crianças estão vivas e cres-cendo com saúde plena, celebrando o seu dia com suasmães”, finaliza.

Em nome do MS, o dr. João Yunes afirmou, ao recebero documento das duas entidades, que a eficácia das polí-ticas públicas de saúde depende do conjunto de esforçosdo governo e da sociedade civil. Parabenizou a SBP e aFebrasgo pela iniciativa e se comprometeu a atuar naimplementação de suas propostas. “Devemos assumir aquio compromisso de, daqui a um ano, realizarmos um novoencontro, onde prestaremos contas do que foi feito paradiminuir o índice de mortalidade perinatal”. Dr. Yunessugeriu ainda a criação, em parceria com a SBP e aFebrasgo, de um prêmio de incentivo aos melhores servi-ços de assistência pré-natal.

A Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP) esteverepresentada por seu presidente, dr. João Gilberto SprottMira. “Foi uma iniciativa muito importante e inovado-ra. Conseguimos chamar a atenção do governo para umproblema muito grave para a saúde infantil do Brasil”,comemora. A SPP contou também com a presença dodr. Kennedy Schisler, representante da Sociedade emFoz do Iguaçu e responsável no local pela organização

do evento.Estiveram ainda no Ato Público, os Se-

cretários de Saúde do Estado e do Municí-pio, drs. Armando Raggio e Sadi

Buzzanelo e o prefeito de Foz do Iguaçu,sr. Harry Daijó. Além destes, compare-ceram a dra. Mariela Vargas, da Orga-nização Pan-americana de Saúde, es-critório de Washington, e a sra. Clarissa

Brick, representando a Secretaria de

CAPA

fotos: Silvio V

eras

N

Reiko Niimi, representante do Unicef no Brasil“O Brasil enfrenta agora as causas estruturais damortalidade infantil:a falta de acesso aosaneamento básico, à água potável e aoatendimento pré-natal de qualidade.”

Cerca de mil pediatras de todo o país compareceram à primeira experiência de Ato Público da SBP

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O documento foi elaborado pela seguinteequipe técnica: Benjamin Israel Kopelman,Nicole Oliveira Mota Gianini e Alzira He-lena Gomes Lobo, pela SBP e SoubhiKahhale e José Guilherme Cecatti, pelaFebrasgo. Situa os problemas, tanto da mor-talidade infantil, quanto da materna – estaque, por sua vez, “também pode ser consi-derada um excelente indicador das condi-ções, não só de saúde da mulher, mas tam-bém sociais de toda a população a que se

refere. Infelizmente, também neste indicador, o Bra-sil apresenta uma situação que está longe de ser adesejada”, diz o texto. E afirma que “a organizaçãoda assistência perinatal deve ser uma ação básica paraa saúde da criança e da mulher”.

As entidades analisam as condições atuais dos exa-mes pré-natais, lembrando dados importantes comoos resultados da Pesquisa Nacional de Demografia eSaúde (PNDS)/96, que mostram que, no país, 81%das mulheres fizeram consulta de pré-natal com ummédico, 50% dessas mulheres tiveram mais de 7 con-sultas. “Isso significa dizer que o pré-natal está sen-do realizado, mas não está sendo capaz de detectar eintervir nos problemas e complicações maternas queafetam a criança. Os dados desta mesma pesquisa mos-tram que existe também uma grande variabilidade re-gional da distribuição da utilização do acompanha-mento pré-natal por parte das gestantes, sendo maiornas regiões mais desenvolvidas”, explicam.

Discorrendo depois sobre cada ponto, como a re-dução da transmissão da Hepatite B, a redução datransmissão vertical do HIV, a erradicação da sífiliscongênita, a vacinação antitetânica, a hipertensão ar-terial nas gestante, ressaltam: “só um pré-natal bemestruturado, com profissionais bem qualificados, podedar conta da prevenção e tratamento destas condi-ções durante a gravidez, impedindo parte damorbidade e mortalidade, tanto materna, quantoperinatal a elas associadas”.

O documento traz informações sobre o Curso deReanimação Neonatal da SBP, que, em seis anos, játreinou 6.710 alunos em todos os estados do país –trabalho realizado por 278 instrutores, em cursos lo-cais, regionais e nos congressos da entidade. É quesegundo estimativa da OMS, cerca de 3% de 120 mi-lhões de recém-nascidos por ano apresentam asfixiae necessitam de ressuscitação. A probabilidade de se-qüelas, sobretudo neurológicas, diminui significati-vamente, se o bebê é rápida e corretamente atendido.

O texto fala também sobre a tendência crescenteda prevalência do parto cesáreo no país, lembra queem 1986, esta taxa estava em 31% e hoje já é de

36%. “Sabemos que o parto cesáreo apresenta maiormortalidade materna (até 12 vezes), maior morbidadematerna (7 a 20 vezes), o dobro da permanência hos-pitalar, transtornos respiratórios neonatais eprematuridade iatrogênica. Finalizando, a SBP e aSBP e aSBP e aSBP e aSBP e aFFFFFebrasgo propõemebrasgo propõemebrasgo propõemebrasgo propõemebrasgo propõem ao Ministério da Saúde queMinistério da Saúde queMinistério da Saúde queMinistério da Saúde queMinistério da Saúde quepriorizepriorizepriorizepriorizepriorize as ações que visem:l “Humanização do pré-natal e personalização daassistência, com o conhecimento pela gestante não sódo hospital/maternidade onde será atendida ou refe-rida, como da equipe responsável por seu parto;l Investimento no treinamento de recursos huma-nos, através de cursos regulares, aparelhagem das uni-dades e maior disponibilidade para a realização dosexames necessários para um pré-natal com mais qua-lidade;l Informar e conscientizar as mulheres/gestantes,através de campanhas, para a necessidade de vacina-ção contra o tétano e rubéola, implantando o protoco-lo já estabelecido para erradicação do sarampo e con-trole da rubéola;l Assegurar a colocação na prática dos protocolosexistentes para a sífilis, a hepatite B e a AIDS, colo-cando a sífilis no mesmo nível de relevância que temsido dado ao HIV;l Promover cursos de preparação à gestante para oparto normal e ampla discussão com a equipe paraindicação criteriosa do parto cesáreo;l Hierarquizar e regionalizar a assistência perinatalpermitindo a melhor alocação de recursos humanos emateriais;l Possibilitar o atendimento ao recém-nascido noparto por equipe treinada em Reanimação Neonatalatravés da valorização, com melhor remuneração, dotrabalho do pediatra e equipamentos adequados parao atendimento na sala de parto;l Proporcionar orientação multiprofissional, no alo-jamento conjunto, ao binômio mãe/bebê, quanto a con-dições de higiene, cuidados e consultas pós-parto, alei-tamento materno e anticoncepção;l Promover recursos humanos e materiais para ofuncionamento de Unidades de Cuidados Intensivos,Intermediários e Canguru, dentro das normasestabelecidas;l Garantir o seguimento ambulatorial tanto dosrecém-nascidos normais, como dos de risco, com aformação de pólos de atendimento multi einterprofissional”.

A SBPSBPSBPSBPSBP e a FFFFFebrasgoebrasgoebrasgoebrasgoebrasgo se dispuseramse dispuseramse dispuseramse dispuseramse dispuseram ainda a cola-a cola-a cola-a cola-a cola-borarborarborarborarborar e discutir estratégiasestratégiasestratégiasestratégiasestratégias de ação e, juntamente comcomcomcomcomo MSo MSo MSo MSo MS, participar do treinamento dos recursos huma-treinamento dos recursos huma-treinamento dos recursos huma-treinamento dos recursos huma-treinamento dos recursos huma-nosnosnosnosnos necessários para implementar e melhorar a qua-lidade da assistência perinatal.

Mortalidade Infantil – Brasil, 1997

Causas Óbitos %

Afecções perinatais 37.580 52,82

Causas mal definidas 7.894 11,09

Malformações congênitas 7.632 10,73

Pneumonias 3.774 5,30

Diarréias 3.643 5,12

Total 71.153Fonte: CENEPI / MS

Afecções perinatais35.000

Mortalidade de Crianças e AdolescentesBrasil, 1995

Causasexternas22.000

Doenças doaparelho

respiratório13.000

Doenças infecciosase parasitárias

15.000

Principais causas de mortalidade do nascimentoaté os 19 anos: Causas, óbitos/ano

Estado da Criança e Assuntos da Família, do Paraná.Após a cerimônia de entrega do Documento ao MS –

pelos drs. Lincoln Freire e Soubhi Kahhale – as autori-dades presentes leram, juntamente com os pediatras e apopulação presente no ginásio, um texto de compromissocom a solução do problema: “Nosso lema é O Direito deO Direito deO Direito deO Direito deO Direito deNascer e VNascer e VNascer e VNascer e VNascer e Viver com Saúde! iver com Saúde! iver com Saúde! iver com Saúde! iver com Saúde! Queremos para as criançasbrasileiras o Direito de Nascer e VDireito de Nascer e VDireito de Nascer e VDireito de Nascer e VDireito de Nascer e Viver com Saúde!iver com Saúde!iver com Saúde!iver com Saúde!iver com Saúde!”,afirmaram todos. Encerrando o ato, assistiram à apre-sentação do gaúcho Renato Borghetti, que tocou a cha-mada “gaita ponto”, instrumento básico da música regi-onal do Rio Grande do Sul.

Em nome do MS, João Yunes recebeu o Documento de Lincoln Freire,pela SBP e de Soubhi Kahhale, pela Febrasgo

Organização e Melhoria da Qualidadeda Assistência Perinatal no Brasil

Fonte: CENEPI / MS

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Projeto de Embalagem Especialde Proteção à Criança

O projeto de lei no 4841/94 - que determina a uti-lização de embalagem especial de proteção à criança(EEPC) em medicamentos e produtos químicos de usodoméstico que apresentem potencial de risco - en-contra-se na Câmara desde dezembro de 98. A SBP,preocupada com o andamento do projeto, que foi apre-sentado por sugestão do Departamento de Segurançada Criança e do Adolescente, entrou em contato comparlamentares pedindo colaboração. O senador e pe-diatra Geraldo Althoff já intercedeu junto ao presi-dente da Câmara para que seja votado o projeto, deextrema importância para a saúde infantil no país.

Erradicação do SarampoCom o objetivo de atingir a meta de erradicação

do sarampo na Brasil até o ano 2000, a partir de ju-nho próximo, será lançada uma campanha de vacina-ção para a tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxum-ba). Além disto, a vacina será introduzida em todosos estados brasileiros onde ainda não está disponível.A prioridade é para as crianças menores de 5 anos deidade, a partir dos 12 meses, mas também poderá seraplicada naquelas de até 12 anos. A informação é dadra. Elizabeth Davi, do Grupo Técnico das DoençasExantemáticas e Febris do MS. De acordo com ela, avacinação será indiscriminada, ou seja, todas as cri-anças dentro da faixa etária segmentada devemrecebê-la, independentemente de já terem sido vaci-nadas.

A SBP participa do Plano para erradicar o saram-po e todas as metas com as quais se comprometeu jáforam cumpridas. Agora, a entidade prepara uma edi-ção especial do Pronap sobre doenças exantemáticas,

56o Curso Nestlé reúne profissionaisem Foz do Iguaçu

e em teleconferências onlineFoi realizado em Foz do Iguaçu (PR), entre os

dias 10 e 15 de outubro, o 56o Curso Nestlé deAtualização em Pediatria. Com a organização ci-entífica a cargo da SBP e da Sociedade Paranaensede Pediatria, o evento apresentou uma vasta sele-ção de temas de grande interesse para os pedia-tras. Mais de 1.500 profissionais de todo país reu-

niram-se na cidade para participar das quarentamesas-redondas e colóquios. Todos os participan-tes receberam um livro e um CD-ROM, contendoo material das aulas. Dentre os assuntos discuti-dos, destacaram-se o uso de antibióticos, o cân-cer infantil, a aids pediátrica e a mortalidade in-fantil.

De acordo com o dr. Nelson Rosário, diretordos Departamentos Científicos da SBP, a grandenovidade ficou por conta das sessões interativasna Internet, para os pediatras que não puderamcomparecer. Espécies de teleconferências online,estas sessões permitiam aos interessados não ape-nas assistir às aulas, como também fazer pergun-tas e comentários sobre alergia, infectologia egastroenterologia, dentre outros. O dr. CláudioLeone, vice-presidente da SBP, destacou aabrangência dos temas apresentados, além da par-ticipação ativa dos pediatras, que fizeram pergun-tas relativas principalmente à prática diária.

Pesquisa vai definir o perfil do pediatra brasileiro

A SBP, em parceria com a Escola Nacional de SaúdePública/Fiocruz, está realizando uma pesquisa para de-finir o perfil do pediatra brasileiro. Durante o CursoNestlé, em Foz do Iguaçu, mais de 800 pediatras res-ponderam um questionário abrangendo tópicos relati-vos à situação sócio-econômica, convênios, formaçãoacadêmica, políticas médicas, além de opiniões, suges-tões e críticas. Segundo o dr. Eduardo Vaz, diretor depatrimônio da SBP, o objetivo é diagnosticar a situaçãodo pediatra hoje no Brasil: o que sente, suas necessida-des e seus problemas, para a partir daí definir sua atu-ação. O próximo passo será computar os dados obtidose enviar questionários aos estados que não apresenta-ram uma amostra suficiente de pediatras durante o cur-so. Para tanto, será observado o número de profissio-nais e sua distribuição no país. n

Congresso Brasileiro terá preçopromocional

O XXI Congresso Brasileiro de Pediatria, que serárealizado em outubro do ano que vem em Fortaleza (CE),já recebeu centenas de sugestões detemas e professores. A Comissão Ci-entífica está empenhada em definiros assuntos que serão apresentadosdurante o encontro em 64 mesas re-dondas, 20 conferências e 64 colóqui-os. O dr. João Borges, presidente do Congresso, contaque seu principal diferencial será a interação entre pro-fessores e congressistas, com uma maior disponibilida-de de tempo para troca de informações e idéias. Alémdisso, ele destaca o preço promocional para sócios daSBP: quem fizer a inscrição até o dia 21 de abril de2.000 pagará a taxa de R$100,00, enquanto o preçopara não-sócios é R$280,00. n

SBP RESPONDE

Os sócios internacionais da AAP/ SBPrecebem a revista Pediatrics gratuitamen-te?

O sócio internacional da AAP/SBP paga 1/3da anuidade cobrada aos sócios nos Estados Uni-dos e pode solicitar a assinatura da revista porU$55,00 em 1999 e U$60,00, no ano 2000. Deveser lembrado que a editora nacional que oferecea mesma revista, em português, cobra R$180,00pela assinatura anual.

destinada a todos os profissionais que atendem crian-ças no país e que deverá ser patrocinada pela OPAS.

Campanha Nacional de Registro Civil

O Ministério da Saúde (MS) lançou, em novem-bro, a Campanha Nacional do Registro Civil, com ameta de registrar, de início, pelo menos 1 milhão decrianças. A campanha prossegue até novembro do anoque vem, para que nenhuma criança brasileira fiquesem certidão de nascimento. Entidades governamen-tais e não-governamentais participam da campanha –entre elas a SBP, a CNBB e o Unicef. A iniciativa doMinistério foi tomada depois que o Presidente da Re-pública sancionou o projeto 553/99 – elaborado pelaSBP, apresentado e defendido no Congresso pelo de-putado Agnelo Queiroz – que estabelece punições paraos cartórios que descumprirem a lei de gratuidade doregistro civil.

Na luta para reverter a situação de subregistrono país, o Maranhão se destacou com um programapioneiro. A partir de uma iniciativa da CorregedoriaGeral do Estado, foram instalados postos de registrototalmente informatizados nas maternidades que re-alizam pelo menos 500 partos por ano. Os hospitaisque não têm este volume de partos possuem convê-nios com aqueles que dispõem de postos de registro,para que nenhuma criança saia da maternidade semcertidão de nascimento. O desembargador JorgeRachid conta que hoje praticamente 100% das cri-anças que nascem em São Luiz estão sendoregistradas. Além disso, destaca a importância deparcerias, como a da SBP, na implantação de pro-gramas como este. O dr. Lincoln Freire visitou asmaternidades da cidade e constatou a eficiência doprojeto implantado no Estado.

NOTICIAS DE BRASILIA´´

SBP EM AÇAO~

Antonio C

arreiro

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Memorial da Pediatria BrasileiraO Memorial da Pediatria Brasileira está começando a

ser constituído. Os organizadores solicitam aos pediatrase às famílias de profissionais já falecidos que contribu-am com o acervo. Documentos, livros e demais publica-ções que contenham a história da profissão no país serãobem-vindos. Quem possuir algum material que possa serdoado deve entrar em contato com a Sociedade Brasilei-ra de Pediatria e enviar uma lista dos itens disponíveis,por fax, telefone ou e-mail. n

Vários serviços com estágios decurta duração já estão credenciadosno Centro de Treinamento em Serviço(CTS) da SBP e disponíveis para aper-feiçoamento dos sócios da entidade.De acordo com o dr. Antônio CarlosPastorino, diretor responsável, os cur-sos de reciclagem duram de um a doismeses, e ao final, os participantes re-cebem um certificado, após seremsubmetidos a uma avaliação final.Para se inscrever, o candidato deveestar quite com a Sociedade, ser for-mado em pediatria há pelo menos 2

Lançado o Centro de Treinamento em ServiçoFaça a sua inscrição!

anos e possuir o Título de Especia-lista (TEP), ou ainda ser médico queatue na área pediátrica há mais de10 anos. Além disto, é preciso ter re-gistro no Conselho Regional de Me-dicina (CRM). O CTS dispõe dos con-teúdos dos estágios e de uma fichade inscrição que deve ser preenchi-da pelo interessado. Maiores informa-ções podem ser obtidas através dotelefax (0xx11) 3068-8595 ou e-mail:[email protected].

Os primeiros serviços já cadastra-dos pela SBP são:

O Centro de Informações Científicas acaba de inaugurar novas páginas no site daSBP. Já estão on-line os Correios da SBP (os cinco números de 1999), , , , , com revi-sões de artigos científicos comentados . Outranovidade é a página dos Manuais Virtuais,iniciada com o Manual de Follow-up do RN deRisco da Soperj. A SBP Atual e Conver-sando com o Presidente foram criadas paravocê conhecer melhor a Sociedade da qual fazparte e enviar suas sugestões diretamente aopresidente. Informações e Contatos tem osendereços eletrônicos direcionados para o res-ponsável pelos serviços da SBP de atendimentoao cliente. Agora será possível tirar dúvidas eresolver pendências através de e-mail,agilizando os processos e economizando tem-po. Podem ser feitos através da homepage oudiretamente pelos e-mails:[email protected]@[email protected]

Novo SuplementoO segundo Suplemento do Jornal de

Pediatria estará chegando aos sócios qui-tes da SBP em janeiro do ano 2000. O temacentral será Emergências Pediátricas, de-senvolvido em 16 capítulos. Entre eles:Reanimação cardiopulmonar, choque,abordagem na disfunção respiratória agu-da, febre sem sinais localizatórios, intoxi-cações e aspectos éticos e legais na emer-gência.

Centro de Informações Científicas inaugura páginas na Internet

Estado / Cidade Serviço Tipo

RJ / Campos UTI Neonatal – Nicola Albano UTI Neonatal

MG / Belo Horizonte Hospital das Clínicas (UFMG) Infectologia, Endocrinologia, Cardiologia, Nutrição

MG / Belo Horizonte Santa Casa de Misericórdia Cardiologia, Imagenologia

MG / Belo Horizonte Hospital Vera Cruz Cardiologia

MG / Belo Horizonte Hospital Biocor Cardiologia

SC / Florianópolis Hospital Infantil Joana de Gusmão Pneumologia, Pediatria Geral, Cardiologia,Onco-hematologia, UTI Neonatal, UTI Pediátrica Geral

RS / Porto Alegre Hospital das Clínicas de Porto Alegre UTI Pediátrica Geral, Gastroenterologia, Pneumologia

BA/ Salvador Associação Obras Sociais Irmã Dulce Pediatria Geral

MA / São Luís Hospital Universitário (UFMA) Pediatria Geral

DF/ Brasília Hospital de Base de Brasília Gastroenterologia

[email protected] / [email protected] /[email protected] /[email protected] / [email protected]

[email protected]@[email protected] / [email protected]@sbp.com.br / [email protected]@sbp.com.br

O Jornal de Pediatria já está com a edi-ção de junho/julho disponível e possui tam-bém um e-mail para que você possa mandarcartas ao Editor. A página de Consultas Ci-entíficas-Links foi totalmente revisada e am-pliada. Em breve haverá também uma versãoparcial da homepage para o inglês, Selo daSBP e uma página de Produtos, na qualserá possível encomendar os itenscomercializados pela Sociedade como a ca-derneta de saúde, régua antropométrica, CD-ROM do Jornal de Pediatria e outros. O en-dereço na Internet é http:// www.sbp.com.br.....

SBP EM AÇAO~

Dr. Antonio Carlos Pastorino

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Atenção! Vem aí o Pronap IV!!O próximo ciclo do Pronap, Programa Nacional de Educação Continuada em Pediatria, está previsto para o primeiro trimestre do ano 2000. O preço da assinatura foi

mantido em R$ 45,00R$ 45,00R$ 45,00R$ 45,00R$ 45,00 por ano para os sócios em dia com a SBP e em R$ 160,00R$ 160,00R$ 160,00R$ 160,00R$ 160,00 para não-sócios, até 31.12.1999. 31.12.1999. 31.12.1999. 31.12.1999. 31.12.1999. Após esta data o valor será R$ 60,00R$ 60,00R$ 60,00R$ 60,00R$ 60,00 e R$ 180,00R$ 180,00R$ 180,00R$ 180,00R$ 180,00, respectivamente. Atenção: o prazo máximo para envio das inscrições é até 15.02.200015.02.200015.02.200015.02.200015.02.2000. Entre os temas, estão “as hepatites: roteiro diagnóstico”, “distúrbiosmetabólicos do RN”, “cefaléia – queixa comum na infância” e “leucemias: caracterização e diagnóstico”.

Quem quiser se inscrever deve fazer um depósito em nome da SBP/ PRONAP no Banco Real - Agência: 0063, Conta Corrente nº 0711883-3 / Rio de Janeiro, , , , , ou umDOC para a mesma conta. Depois deve enviar pelo Correio, o mais rapidamente possível, uma cópia xerox bem legível da ficha de depósito ou do DOC para a SBP, juntocom a ficha de inscrição abaixo, devidamente preenchida. O endereço para envio da inscrição é Rua Santa Clara, 292, Copacabana, Cep: 22041-010, Rio de Janeiro RJ.Qualquer dúvida, entrar em contato com a secretaria executiva do Pronap no telefax (0XX11) 3068-8595 ou e-mail: [email protected] .

A SBP promoverá, entre os dias22 e 25 de março do próximo ano,em São Paulo, o Congresso Bra-sileiro de Pesquisa em Saúdeda Criança e do Adolescente.O dr. Marco Antônio Barbieri, co-ordenador do GT de Pesquisa, afir-ma que a expectativa é que os mais im-portantes grupos de pesquisa em saúde no Brasilestejam presentes. Paralelamente, ocorrerá o Con-gresso Brasileiro sobre o Ensino em Pedia-tria. No primeiro dia, entrarão em pauta a forma-ção do pediatra, desde a graduação até a atualiza-ção profissional, passando pela pós-graduação e a

PRONAP - FICHA DE INSCRIÇÃO – CICLO IVNNNNNome:::::

( ) Sócio Matrícula nº ( ) Não sócio

CRM: CPF:

Endereço para envio de material didáticoEnd:

CEP: Cidade: Estado:

Tel: ( ) Fax: ( )

O II Congresso Nacional de Pe-diatria: Região Centro-Oeste,realizado entre os dias 8 e 11de setembro em Cuiabá, “su-perou as expectativas”, segundoavaliação do presidente, dr. Euze Car-valho. Foram alcançados “todos os ob-jetivos: com cerca de 600 participan-tes, o evento conquistou um grande es-paço na imprensa e foi considerado por muitos omais importante na área de saúde infantil que a

residência. Fechando os congressos, será discutidaa questão da ética no financiamentoda pesquisa em saúde da criança. Ha-verá ainda, durante o evento, a apre-sentação de trabalhos e projetos. Ostrês melhores projetos receberão comoprêmio parte de seu financiamento. Já

os pediatras que apresentarem os dez melho-res trabalhos irão ao Congresso Brasileiro de Pedi-atria no Ceará, em outubro do ano que vem, comtudo pago. Para maiores informações, o tel. é (11)3871-0728. No dia anterior à abertura dos congres-sos, será realizado, também em São Paulo, o En-contro Nacional de Médicos Residentes.

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Congressos de Pesquisa e Ensino discutem saúde da criança

região já teve”, diz. Alguns dos temas de maiordestaque foram as doenças infecto-contagiosas ea defesa profissional. Com relação à produçãocientífica, foram recebidos mais de 70 trabalhosde profissionais da região.

Paralelamente ao Congresso, foi organizado oIº Fórum de Educação em Saúde, que tambémteve grande repercussão. Neste encontro, profes-sores e profissionais de saúde reuniram-se paradiscutir temas sociais, como a violência contra acriança.

CIDOs sócios da SBP

acabam de ser contem-plados com um manualde bolso com as últimasmodificações do CID(Classificação Interna-cional de Doenças), fei-tas em 1997, na IXConferência de Revisãoda XX AssembléiaMundial da Saúde. Apublicação é um resu-mo exclusivo das principais afecções pediátricas, pre-tende facilitar o trabalho e servir de referência naidentificação das patologias.

Congresso Nacional em Cuiabá

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SBP lança série deDocumentos Científicos

A Diretoria de Publicações da SBP lançou este anoquatro Documentos Científicos. Além do primeiro, sobreNeonatologia, já chegaram aos sócios da SBP os docu-mentos sobre Segurança da Criança e do Adolescente,com o tema “Promoção da Segurança do Pedestre na In-fância e Adolescência”, sobre Infectologia, que trata daprevenção da transmissão vertical do HIV e, finalmente,sobre Adolescência, trazendo o tema “A Consulta do Ado-lescente”. O dr. Renato Procianoy, diretor de Publica-ções, conta que outros quatro estão previstos para os pró-ximos meses: Dermatologia, Suporte Nutricional,Reumatologia e Otorrinolaringologia.

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Defesa ProfissionalOs membros do Departamento de Defesa Pro-

fissional da SBP reuniram-se no dia 15 de outu-bro, em Foz do Iguaçu (PR), para conversar, dentreoutros assuntos, sobre a remuneração do pediatrapelo Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo éelevar o valor da consulta para um terço do valorestipulado na Lista de Procedimentos da AMB(LPM). Foi discutida também a importância daparticipação da entidade no Programa Médico deFamília, do Ministério da Saúde. O Departamentodefende que o pediatra seja incluído na equipe. Aproposta já está sendo encaminhada à AMB. Alémdisso, foi adotada uma posição contrária à TUNEP- a tabela proposta pelo MS para a remuneração doserviço público pelos convênios de saúde. Trata-se de um “pacote”, no qual os honorários médicosestão vinculados com os procedimentos hospitala-res. A conclusão do Departamento é que deveriaser adotada a LPM.

DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS´

Lançado o Passaporte para a Segurança Infantil

Foi lançado em outubro, em Foz do Iguaçu, o Passa-porte para a Segurança. Elaborada pelo Departamentode Segurança Infantil da SBP, a cartilha traz dicas ao paispara que evitem acidentes com seus filhos. São duas ver-sões: uma para crianças de 0 a 3 anos e outra para a faixade 3 a 12 anos. Já foram distribuídos 25 mil passaportese até o final do ano, os pediatras receberão mais 200 mil.O objetivo é que as cartilhas sejam entregues às famíliasde seus pacientes. A SBP recomenda ainda que as Soci-edades Estaduais de Pediatria as reproduzam ou elabo-rem seu próprio material sobre acidentes e violência.

Prontuários no computadorRespondendo à preocupação manifestada por vários

médicos, a Diretoria e o Departamento de Defesa Profis-sional da SBP transmitem aqui informações prestadas peloadvogado Fernando Mitraud Ruas, assessor jurídico daComissão Estadual do Médico de Minas Gerais: o pron-tuário feito e mantido no computador tem a mesma vali-dade que o convencional. O médico apenas precisa to-mar os cuidados inerentes a todos os bancos de dados,como utilizar senha para acesso e a manutenção cons-tante de cópias de segurança.

O Código de Ética Médica afirma que o médico deve“usar do melhor progresso científico em benefício dopaciente”. Ocorre que muitas vezes o médico, o pacienteou o poder público precisa utilizar-se do prontuário mé-dico como prova em inquéritos policiais, processos judi-ciais, administrativos ou éticos. O advogado afirma que oprontuário computadorizado tem validade, enquanto pro-va, a partir do momento em que se alia a outras provasproduzidas no processo, como perícias, depoimentos eoutros documentos. É exatamente a mesma situação doprontuário convencional. Em relação ao questionamentosobre a facilidade de alteração de dados no computador,Fernando Ruas lembra que esta possibilidade tambémexiste no “prontuário de papel”. n

l Não sendo possível ao nascer, aplicar durante o primeiro mês devida.l Vacina contra hepatite B – Idealmente dentro das primeiras12 horas de vida, ou, pelo menos, antes da alta. Se não for aplica-da na idade preconizada, deve ser feita em qualquer idade, numtotal de três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e asegunda , e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.l Quando disponível, pode ser utilizada a DTP acelular (DTPa)desde o início do esquema ou em substituição a DTP de célulasinteiras em caso de ocorrência de evento adverso como episódiohipotônico - hiporresponsivo ou convulsão.l Vacina oral ou inativada - Na rotina utilizar a vacina oral. Emimunodeprimido ou em contato domiciliar de imunodeprimido,deve-se utilizar somente a vacina inativada contra pólio.l Vacina contra Haemophilus influenzae tipo b - Como existemesquemas vacinais diferentes, utilizando três ou quatro doses, oMinistério da Saúde optou por utilizar (a nível de Saúde Pública)o esquema de três doses no primeiro ano de vida, dispensando oreforço aos 15 meses. Crianças não vacinadas no primeiro ano devida deverão receber somente uma dose da vacina. Se a imuniza-ção primária for feita com a vacina conjugada com proteína damembrana externa do meningococo B (PRP-OMP), recomenda-se a aplicação de somente duas doses no primeiro ano de vida,sendo necessário o reforço.l Vacina contra febre amarela - Incluída no calendário emvários estados, devendo em breve ser extendida para todo territó-rio nacional. Uma dose de reforço a cada 10 anos. É obrigatóriapara adultos que residem ou viajam para áreas de risco.l A vacinação contra a rubéola deve fazer parte de estratégiade eliminação da Síndrome da Rubéola Congênita, recomendan-do-se também a vacinação das puérperas.l Vacina contra varicela - É recomendada em dose única apartir dos 12 meses. Acima de 13 anos, duas doses com intervalode 4-8 semanas.l Uma segunda dose de vacina tríplice viral é recomendada nacriança em idade escolar, a fim de evitar acúmulo de suscetíveisao sarampo.l A aplicação ou não desta segunda dose deve obedecer apolítica regional de saúde (Estadual, Municipal), enquanto sãoaguardados estudos em curso,l Repetir a cada 10 anos.Observação: VVVVVacina contra Hepatite Aacina contra Hepatite Aacina contra Hepatite Aacina contra Hepatite Aacina contra Hepatite A - Havendo possibilidadee disponibilidade pode ser aplicada à partir de 12 ou 24 mesesde vida, de acordo com o produto utilizado.

O Departamento deInfectologia da SBP informa:

GenéricosOs Departamentos Científicos da SBP, por solicitação

da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do MS, se-lecionaram 16 medicamentos para servirem de referên-cia para os testes de bioequivalência entre os genéricos.De acordo com o dr. Nelson Rosário, Diretor Geral dosDepartamentos, foram escolhidos aqueles consideradosessenciais para as Unidades Básicas de Saúde no trata-mento de crianças. O novo prazo para a lei 9.787/99, dosgenéricos, entrar em vigor é dia 10 de fevereiro do ano2000, mas as indústrias farmacêuticas pedem prorroga-ção de mais dois meses.

SBP ComemoraDia Nacional da Consciência da Asma

O Departamento de Alergia e Imunologia da SBP es-tará comemorando no dia 09 de dezembro, juntamentecom o Ministério da Saúde, o Dia Nacional da Consciên-cia da Asma. Segundo Charles Naspitz, presidente doDepartamento, a prevalência da asma triplicou nas últi-mas três décadas, em todo mundo, o que levou a OMS aconsiderar a doença como um problema de saúde públi-ca. As atividades acontecerão até o dia 11, quando serárealizado um Simpósio, com palestras sobre a doençacrônica. Outras informações podem ser obtidas pelo tel.(11) 829-0379/829-8263.

Idade Vacinas

Ao nascer BCG intradérmico1 + Hep B2

1 mês Hep B

2 meses DTP3 + Pólio4 + Hib5

4 meses DTP + Pólio + Hib

6 meses DTP + Pólio + Hib + Hep B

9 meses Sarampo + F.A.6

12 a 15 meses Tríplice Viral (SCR)7 + Varicela8

15 meses DTP + Pólio + Hib

4 a 6 anos DTP + Pólio

4 a 10 anos Tríplice Viral9

6 a 10 anos BCG10

14 a 16 anos Dupla tipo adulto (dT)11

Calendário Vacinal - ano 2000

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Silvio V

era

Departamento Científico de Dermatologia sereúne pela primeira vez, no Rio de Janeiro,para estabelecer seu planos de metas, dentreelas a de afirmar a dermatologia como umaespecialidade também pediátrica reconheci-da em âmbito nacional.

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Nome: CPF:

Endereço: Tel: ( )

Bairro: CEP:

Cidade: Estado: E-mail:

Data: / / Assinatura:

Atualize sua inscrição na SBP

1. Faça um depósito em favor da Sociedade Brasileira de Pediatria na conta nº 029292-3 da agência nº 0227-5 do Bradesco (para saber o valor da anuidade,integral ou parcelada em duas vezes, telefone para 0xx21.548-1999 / Setor de Cadastro da SBP);

2. Preencha os dados do cupom abaixo;3. Envie cópia do comprovante do depósito pelo fax 0xx21.548-1999 ou pelo Correio, juntamente com o cupom preenchido ou reprodução deste.

Você sabia?Na Sociedade Brasileira de Pediatria, não existem débitos anteriores. Cada inscrição vale por um ano e pode ser feita emqualquer mês. Se você é sócio e não está quite, siga o roteiro abaixo e voltará a obter os benefícios de ser associado de uma das maioresentidades médicas do mundo:

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As próximas cidades no programados Cursos Itinerantes de Reciclageme Atualização em Pediatria (CIRAP),entre os dias 5 e 10 de dezembro, sãoCaxias e Bacabal, no Maranhão. Napauta, novas vacinas, alergia alimentare doenças respiratórias do trato superi-or. Já entre os dias 8 e 11, será a vez de

Tomou posse na presidência da Socie-dade de Pediatria de Brasília o dr.Dioclécio Campos Júnior, emcerimônia realizada duran-te o IIº Congresso de Pe-diatria de Brasília. A vice-presidência está a cargodo dr. Wellington Borges e a nova direto-ria ficará à frente da entidade durante osdois próximos anos.

Na Sociedade Mineira dePediatria, tomou possecomo presidente o Dr. JoséMaria Penido Silva, dia 26de novembro. Como manda

o estatuto da Sociedade, no dia12 do mesmo mês, foi realizada a eleiçãopara vice-presidente. Dra. Eliane de Sou-za, ficará no cargo por dois anos e depois

Paraíba ganha sede própriaA Sociedade Paraibana de Pediatria

(SPP) estará inaugurando sua primeirasede própria no início do próximo ano, peloprojeto Linha-Sede da SBP. O endereçoserá o mesmo: Avenida Juarez Távora,522, Torre, Cep: 58040-020, João Pessoa,PB – apenas mudará o número da sala para515. O telefone (XX83) 225-3811 tam-bém permanecerá igual. De acordo com adra. Mariângela de Medeiros Barbosa, pre-sidente da entidade, esta aquisição foimuito importante para os pediatras da re-gião: “Agora teremos o nosso espaço paratrabalharmos em melhores condições”,afirma. n

SBP em açãoEm Juiz de Fora (MG), dr. Lincoln

Freire fez palestra sobre o tema “SBP atu-al: perspectivas do momento e modos deação”, na Solenidade de Implantação doManual de Orientação para Profissionaisde Saúde do SUS. Em Itajubá, visitou oHospital das Clínicas e a Unidade deEmergência e fez palestra na Faculdadede Medicina.

Esteve também no Congresso Nacio-nal de Pediatria, em Cuiabá (MT), ondeparticipou de mesa redonda e colóquiosobre infectologia e deu aula sobre defesaprofissional. Em São Paulo (SP), recebeua Medalha Nacional do Mérito Médico, na

Cursos ItinerantesJuazeiro do Norte e Quixadá, no Ceará.Entre os assuntos estão as meningites:diagnóstico, terapêutica e prevenção,atualização em doenças diarréicas agu-das e refluxo gastroesofágico. Aindapara a primeira quinzena de dezembro,o CIRAP deve acontecer em Mato Gros-so e no Rio Grande do Sul.

Na opinião do pediatra José WilsonCavalcanti, que participou do CIRAPem Picos, no Piauí, o evento proporci-onou a oportunidade de debater melhorsobre cada tema. A dra. Elenice daCosta Saldanha, que esteve presente emPenedo, Alagoas, acha que os profes-sores foram muito bem selecionados eos temas atenderam realmente às ne-cessidades do dia-a-dia do pediatra.

categoria de Defesa Profissional, e poste-riormente tomou posse na vice-presidên-cia da Associação Médica Brasileira(AMB).

Na Jornada Amapaense de Pediatria,em Macapá, deu aula sobre adenomegali-as, visitou hospitais e postos de saúde, foirecebido em audiência pelo Secretário deSaúde do Estado, na qual apresentou rei-vindicações em benefício da pediatria noAmapá. Participou ainda de reunião como presidente da Associação Médica doEstado, Conselho Regional de Medicina elideranças médicas da região.

No Rio de Janeiro, esteve na aberturado Congresso de Pediatria da Baixada

Fluminense e na inauguração da nova sededa Sociedade Estadual de Pediatria. EmSão Luiz, (MA), reuniu-se com o diretordo Hospital das Clínicas e Unidade Ma-terno-Infantil da Universidade Federal eainda com o Secretário estadual de Saú-de. Também visitou o Hospital da Crian-ça, a Maternidade Marly Sarney e o servi-ço de Registro Civil. Participou da Xª Jor-nada Materno-Infantil e IIIº Congresso doCRM e esteve ainda na inauguração danova sede da Sociedade de Pediatria doMaranhão – um resultado do projeto Li-nha-Sede da SBP. Em Porto Alegre (RS),participou do Congresso de Pediatria doCone- Sul. n

Eleições nas Sociedades Estaduais de Pediatriadeste período tomará posse como presi-dente.

Na Bahia, o candidato àpresidência é o dr. Hélio deQueiroz Filho e o dr. Nelsonde Assis Barros concorre à vice-presidência da Sociedade Estadual de Pedi-atria. A eleição será realizada no dia 30 denovembro. Nesta mesma data, a Sociedade

de Pediatria do Rio Grande doSul também estará realizan-do sua eleição, com chapaúnica presidida pelo dr. ÉrcioAmaro Filho. Já no Paraná,

será no dia 15 dedezembro. O candidato é odr. Donizetti Dimer Filho e aposse está prevista para mar-ço do ano que vem. n

FILIADAS

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curso itineranteprevisto para 1999

curso realizado

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BP Notícias: Como definir a vi-olência contra a criança e o ado-lescente?

Cecília Minayo: A violência é um termomuito complexo, mas sempre que falamosnela estamos falando de relações desi-guais, em que um tenta dominar, agredirfísica ou emocionalmente, ou ainda seomite de seu papel em relação ao outro.No caso das crianças, na medida em queos direitos à alimentação, ao vestuário, aoafeto e à proteção são negados ou viola-dos, a violência está sendo praticada.SBP Notícias: Como se caracteriza aomissão?Rachel Niskier: A omissão é a negaçãoa direitos básicos, como a alimentação, aeducação e o afeto. Dentro da pediatria,está mais do que provado que as criançasque recebem afeto se desenvolvem melhordo que as que crescem sem carinho. Ospróprios prematuros que ficam com suasmães ganham peso mais rapidamente queos deixados em incubadoras, sem a parti-cipação da mãe. A negação do afeto é umaforma de violência bastante comum.SBP Notícias: A violência domésticaé a mais freqüente com crianças me-nores?Cecília Minayo: Para crianças de 0 a 4anos, a violência mais significativa é a do-méstica, embora estudos do Claves de-monstrem que também os adolescentessofrem violência doméstica grave. É umaforma de violência muito menos visível,menos “badalada” do que homicídios, rou-bos, furtos, etc. Mas tem um peso muitogrande na ampliação da violência social.Na verdade, a violência domésticapotencializa a violência social. Estudosmostram que praticamente todos que co-meteram crimes contra a pessoa tiveram

problemas de violência doméstica quan-do crianças. E há um outro problema: acriança ou adolescente que é agredido emcasa tem uma probabilidade muito gran-de de ir para as ruas. A criança passa aacreditar que o traficante, o criminoso temmais a oferecer que sua família.SBP Notícias: A violência tem aumen-tado ou apenas está sendo maisdivulgada?Cecília Minayo: O indicador de violên-cia mais utilizado, por ser o mais fácil dese trabalhar, é o número de homicídios.Este número nos mostra que em 20 anos– de 1979 a 1999 – a violência cresceu262% no Brasil, enquanto a populaçãocresceu somente 65%. Ou seja, a violên-cia está aumentando e não tem relação como crescimento da população.

trânsito e até mesmo homicídios. Outrofator de risco muito importante é o aumen-to do número de armas nas mãos da popu-lação civil. Nos últimos 20 anos, esse au-mento foi de 171%. Foi feitauma pesquisa nos EUA que dizque, se existe uma arma de fogoem uma residência, há umachance 43 vezes maior de sercometido um homicídio, sejacontra a própria família, sejacontra um terceiro. A campa-nha de desarmamento é muitoimportante.

Um terceiro problema é oaumento do narcotráfico em al-gumas regiões do país. Aliás,quando falamos que a violência no Brasilaumentou, isso não quer dizer que isso

aconteceu em toda parte. O Jornal“Folha de S. Paulo” publicou re-centemente um ranking que mos-tra que 100 cidades são responsá-veis por 50% da violência do país.

Outro fator de risco é a própriacultura da violência: o costume dequerer resolver os problemas nãoatravés da conversa, da discussão,mas por meios agressivos. No pró-prio narcotráfico, os adolescentes,para ascenderem, devem desenvol-

ver uma história de violência, praticandocrimes como homicídios e tortura.

O trânsito é um local onde é fácil per-ceber essa cultura da violência: a vontadede resolver os problemas com briga, o há-bito de querer levar vantagem...

Existe ainda um fator sobre o qual épreciso falar com muito cuidado, que é aquestão das extremas desigualdades soci-ais. É claro que não existe uma relaçãodireta entre causa e efeito, mas existe mais

probabilidade de um clima de animosida-de, na medida em que as pessoas ficamsem perspectiva nenhuma. É isso que temacontecido hoje. Há um desemprego en-

tre os jovens muito grande, uma desigual-dade enorme. O menino entra para onarcotráfico e ganha R$50,00 por dia,enquanto seu pai ganha pelo mês inteirono máximo dois salários mínimos. A ques-tão da desigualdade não quer dizer que opobre é violento. Trata-se de uma sinergiadas extremas desigualdades sociais, dafalta de oportunidades, da falta de pers-pectiva de vida, que se juntam às ofertasdo crime organizado.Rachel Niskier: Essa é uma questão quedeve ser esclarecida com muita precisão.É preciso ter cuidado e não achar que vi-olência é sinônimo de pobreza. Ninguémnasce violento, não existe uma raiz bioló-gica para a violência. Eu sempre gosto delembrar que, quando se faz qualquer es-tudo sobre a população carcerária, sobreos infratores, a incidência é sempre maiornos menos escolarizados. Não é que o po-bre seja violento, mas ele vive em circuns-tâncias sociais tão desfavoráveis que aca-ba sendo, na verdade, a maior vítima da

FALAM AS ESPECIALISTAS

O contrário da violência é a cidadaniaTendo priorizado a vertente acidentes num primeiro momento, a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes e

Violência na Infância e Adolescência da SBP se prepara para lançar dois documentos importantes: está pronta a versãodefinitiva do projeto “Escola Saudável – Acidentes são evitáveis. Violência também se previne”, e encontra-se em fase

final de elaboração o Guia de atuação contra maus-tratos, com orientações para pediatras e demais profissionais dasaúde. Este último é fruto da parceria com o Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde (Claves)/ Escola

Nacional de Saúde Pública (ENSP). A seguir, o SBP Notícias publica parte da entrevista com a coordenadora doClaves, Maria Cecília de Souza Minayo, antropóloga, sanitarista, Phd em saúde pública e com a dra. Rachel

Niskier Sanchez, coordenadora-executiva da Campanha Nacional da SBP, representante da entidade no ConselhoNacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e sanitarista com grande experiência. A íntegra está

disponível no site da SBP na Internet. Veja na página da Campanha.

SBP Notícias: Por que isto aconte-ce?Cecília Minayo: A questão da causali-dade da violência é um problema muitocomplexo. Alguns estudos apontam “fato-res de risco”, ou seja, probabilidades. Umdos maiores fatores de risco para todos ostipos de violência é o alcoolismo. Está pro-vada a relação entre álcool, violência do-méstica, agressões físicas, acidentes no ( continua na página seguinte)

Cecília Minayo

Rachel Niskier

S

Fotos: A

gélica de Carvalho

Page 16: A SBP contra a mortalidade perinatal · Pediatras e Febrasgo divulgam o ato público ... e sua gravidez é confir-mada, ... como o diagnóstico de diabete ou hipertensão – a gestante

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violência. É preciso dar condições aospobres para que eles não acreditem que aviolência é a única saída.Cecília Minayo: As famílias pobres vi-vem sob a ameaça dos traficantes, traba-lhando como escravos, sem condições deestudar, sem apoio do Estado... O que sepode esperar? Eu costumo dizer que ocontrário da violência não é a paz. O con-trário da violência é a cidadania, o res-peito aos direitos humanos. Umdemógrafo francês, Jean-ClaudeChesnais, fez um estudo sobrea violência na Europa duranteos últimos 200 anos, através daanálise do número de homicí-dios. Constatou que o númerofoi diminuindo: há dois séculos,havia nos países europeus umíndice de 60 a 80 homicídiospor 100 mil habitantes. Hoje, onúmero é 3 por 100 mil. Eleacredita que o fator responsá-vel por esta queda foi a luta dos trabalha-dores, que conseguiram melhores condi-ções de vida e a diminuição das desigual-dades sociais. Além disso, o ensino for-mal teve grande importância. Nesse sen-tido, faz uma bela reflexão, afirmando queo ser humano, quando não desenvolve suamentalidade, tende a não utilizar a pala-vra, e sim o gesto, aí ele bate, machuca.Freud diz que aí reside o poder civilizatórioda palavra: na substituição da violênciapela conversa. Chesnais afirma que as me-lhores condições sociais e a educaçãomuito mais contribuíram para a diminui-ção da violência do que a polícia e a se-gurança pública em geral. Mostra tambémque, em toda a história da humanidade,os pobres são as maiores vítimas da vio-lência.SBP Notícias: O que a SBP e o Cla-ves podem fazer para combater eprevenir a violência?Cecília Minayo: Existe uma relaçãosistêmica entre todas as relações de vio-lência, então mesmo quando trabalhamosem um determinado campo, estamos me-xendo em todo conjunto. A parceria daSBP com o Claves tem como enfoque aviolência doméstica, não só pelo potenci-al de transformação que esta área apre-senta, como pelo papel que os pediatraspodem exercer dentro deste processo. Todoo nosso esforço está concentrado em fazerum movimento para o pediatra se incluircomo um cidadão capaz de ter um papel

positivo nessa transformação. O pediatratem acesso à intimidade das famílias deseus pacientes. O que estamos tratandoaqui é algo muito difícil de mudar. Trata-se de uma cultura patriarcal já enraizada,na qual acredita-se que bater nas crian-ças educa.Rachel Niskier: Nós temos que ressal-tar a importância da palavra. Hoje, o pe-diatra da rede pública atende cerca de 16

FALAM AS ESPECIALISTAS

e ao Ministério da Justiça, com o objetivode que seja implantado em todo o país,reduzindo estes graves problemas, a par-tir do âmbito escolar.SBP Notícias: O Guia incluirá comoreconhecer os sinais de que uma cri-ança ou adolescente está sofrendo vi-olência doméstica?RRRRRachel Niskierachel Niskierachel Niskierachel Niskierachel Niskier: Hoje falamos muito dossinais preditivos, que são aqueles que

aparecem antes mesmo de tersido causado o dano concreto.Muitas vezes crianças e adoles-centes dão pistas de que, se nãoaconteceu nada ainda, está pres-tes a acontecer. O pediatra podereconhecer estes sinais: crian-ças que passam a ir mal na es-cola, que começam a se afastardos amigos, que passam a apre-sentam enurese, insônia, irrita-bilidade exagerada e comporta-mentos inadequados, não só

para sua faixa etária, como também paraseu estágio de desenvolvimento psicoló-gico-emocional. Existem, assim, sinaisque mostram que está acontecendo algo

que sofre violência por parte de seu mari-do, replicar isso para a criança.Rachel Niskier: O primeiro grande atode violência ocorre quando a criança nãoconsegue nascer com saúde (problemasperinatais), ou nasce e não consegue terum nome. Daí a importância de campa-nhas como a do registro civil e o ato pú-blico contra a mortalidade perinatal, querealizamos em Foz do Iguaçu.SBP Notícias: Como não culpabilizaras famílias quando é praticada a vio-lência doméstica?Cecília Minayo: A idéia é pensar queexistem relações familiares que, em vezde potencializar o crescimento, a harmo-nia, potencializam o desajuste. Então, anão ser em casos graves, a melhor saídanão é denunciar os pais ou parentes, e simtratar o conjunto de relações e entendê-los como vítimas, inclusive da própriacultura patriarcal em que vivemos.SBP Notícias: E como fica a segu-rança do pediatra? Afinal, muitasvezes, ele também passa a ser amea-çado...Cecília Minayo: É claro que existe esserisco. E muitos médicos têm medo. Alémdisso, também vivem nesta cultura patri-arcal e é difícil para eles. Outro problemaé o sigilo médico, que ajuda a escondermuitos casos. Nós não podemos falar emuma receita: não queremos jogar toda res-ponsabilidade em cima do médico, que-remos apenas convocá-lo a pensar no as-sunto e olhar de maneira diferenciada paraa questão, que é hoje um problema de saú-de pública. Eu estava lendo um artigo doNew England Journal of Epidemiology,onde estava praticamente transcrita umareunião da Assembléia Mundial de Saú-de, em Genebra. Eles descrevem os cincoprincipais pontos de preocupação para asaúde no século XXI e, entre doençascardiovasculares, malária, AIDS e Câncer,está o tema da violência. n

A violência domésticapotencializa a violência

social

errado naquele ambiente familiar e queindicam uma situação de risco. Se a vio-lência já está instalada, é preciso que ascondutas passem a ser feitas a partir deexame físico apurado, radiografias e exa-mes de laboratório.SBP Notícias: O diagnóstico preco-ce interrompe o ciclo da violência?Cecília Minayo: Na verdade, até mesmoo pré-natal está incluído na nossa idéiade diagnóstico precoce. Observamos queexiste uma grande probabilidade de umamãe que sofreu violência na infância, ou

crianças em menos de quatro horas. Noentanto, ele teria que ter tempo para ouviro paciente e sua família. Luiz Torres Bar-bosa, meu chefe e grande orientador, di-zia que 70% dos diagnósticos em pedia-tria são feitos na anaminese, 20% são fei-tos no exame físico e 10% nos exameslaboratoriais. Hoje a realidade não é essa.Mas não é possível esquecer a importân-cia da escuta. O pediatra precisa saberreconhecer os indícios da violência e terpara onde encaminhar: um Conselho Tu-telar (foram instituídos pelo próprio ECA)ou outro centro de referência, onde possater o respaldo de outros profissionais.Quando é um centro grande, ele vai ter oapoio de um serviço social, de um serviçopsicológico. Mas o Brasil tem mais de5.500 municípios e não se pode tratá-lode forma homogênea, muito pelo contrá-rio. Cada lugar tem uma situação diferen-te. Mesmo dentro das regiões metropoli-tanas, que são as mais povoadas eestruturadas, não há uma grande rede deserviços com estas características. O pe-diatra, mesmo ainda sendo aquele médi-co de família, se vê atualmente frente amuitas dificuldades. Estamos elaborandoum Guia e vamos sugerir alguns caminhos.Além disso, a vertente violência foi inclu-ída no projeto Escola Saudável- Aciden-tes são evitáveis. Violência tambémse previne que será encaminhado ao Con-selho Nacional de Secretários Municipaisde Saúde (Conasems), à Câmara Federal