a salvaguarda do património e os seus problemas

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  • TEXTO DE APOIO 4 (Docente: Paulo Pereira) MESTRADO EM REABILITAO DA ARQUITECTURA E NCLEOS URBANOS

    Falando com franqueza1: a salvaguarda do Patrimnio e os seus (enormes) problemas

    A salvaguarda do patrimnio cultural edificado 2 uma das reas-chave da aco do IPPAR.

    Convm dizer que a preservao do patrimnio, em termos genricos (aquilo que o cidado geralmente identifica com a recuperao de imveis e a preservao da paisagem), parece ser uma matria consensual, porque, em bom rigor, ningum pe em causa a importncia da defesa e valorizao do patrimnio. Mas j o mesmo no se pode dizer dos actos que esto na base da sua salvaguarda, especialmente em termos daquilo a que chamamos disciplina urbana.

    Este trabalho de manuteno da disciplina urbana em contexto patrimonial encontra-se em grande medida baseado na emisso de pareceres vinculativos por parte do IPPAR, pareceres estes que so parcialmente idnticos em termos de efeitos (mas no na forma) aos licenciamentos de obras que as autarquias normalmente efectuam.

    Os pareceres incidem sobre imveis classificados ou situados em zonas de proteco (ou em zonas especiais de proteco de imveis classificados -estas mais alargadas que aquelas). Ora, neste momento existem cerca de 3.500 imveis classificados e cerca de outros 500 em vias de classificao.

    Cada um destes imveis encontra-se provido de uma zona de proteco (ou de uma zona especial de proteco), abrangendo, nos casos dos aglomerados urbanos uma significativa quantidade de imveis. Pode assim dizer-se que o IPPAR obrigatoriamente chamado a emitir pareceres sobre um vasto universo (potencial) de cerca de mais de 15.000 imveis, o que implica a existncia de equipas tcnicas sediadas regionalmente nas Divises de Salvaguarda 3de cada uma das Direces Regionais do Instituto, aptas a responder a todas as solicitaes provenientes das autarquias ou de requerimentos particulares.

    A emisso de cada parecer tem que ser produzida no prazo de tempo estipulado por lei sensivelmente em 20 dias para projectos avulso. E assim acontece, apesar de se ter difundido esse autntico mito que o da demora do IPPAR na emisso de pareceres em bom rigor, um mito sem fundamento uma vez que o desrespeito dos prazos implica a aprovao tcita dos projectos 4. Naturalmente que nos casos em que o IPPAR emite um parecer desfavorvel ou condicionado, o processo em causa fica prejudicado em termos temporais uma vez que haver que reformular o projecto em causa at obedecer aos critrios que fundamentam a reprovao ou o condicionamento da aprovao.

    1 - Com franqueza. No com fraqueza. Esgote-se j o trocadilho!

    2 - Chamamos salvaguarda a todos os actos de caracter essencialmente tcnico-administrativos que esto na base dos

    pareceres sobre obras em imveis classificados e protegidos. Esta designao encontra-se consagrada no Decreto Lei 120/97 de 17 de Maio (Lei Orgnica do IPPAR).

    3 - So as seguintes as Direco Regionais do IPPAR: Porto, Coimbra, Castelo Branco, Lisboa, vora, Faro. Encontra-se

    em fase instalao a Direco Regional de Vila Real. Todas as Direces Regionais so dotadas de uma Diviso de Obras de Conservao e Restauro (DOCRs) e de uma Diviso de Salvaguarda. A actual distribuio respeita os princpios gerais de ordenamento do territrio consagrado na criao de Comisses de Coordenao Regional (CCRs) ou nos NUTS II.

    4 - Os processos /projectos (pedidos de viabilidade /informaes prvias, pedidos de pareceres vinculativos, pedidos de

    pareceres consultivos, pedidos de pareceres sobre planos e unidades de gesto de teor diverso, direitos de preferncia sobre imveis classificados) so endereados pelas autarquias e outras vezes directamente pelos prprios requerentes ao IPPAR.

  • Mas a sensibilidade desta rea de trabalho pode, sobretudo, avaliar-se pelas reaces que estes actos na essncia, administrativos- provocam. De facto, o IPPAR muitas vezes criticado porque reprova; mas tambm criticado quando aprova 5. Quebram-se os consensos, porque o que passa a estar em causa , no j um interesse social difuso (a defesa do patrimnio), mas antes um interesse singular concreto de um privado ou de uma colectividade. Nesta altura parece ento que todos se desinteressam do exerccio de cidadania -e a palavra, infelizmente, esvazia-se.

    O que quer isto dizer? Que so eventualmente insuficientes ou no foram devidamente consolidados os

    instrumentos necessrios que regulem e clarifiquem a priori a disciplina urbana em reas protegidas, ou seja, o que se pode ou no fazer nas zonas de proteco dos imveis. Carecemos, territorialmente, de uma planificao rigorosa que incida sobre reas de interesse cultural. E, quando ela existe, muitas vezes suspensa e desde logo ultrapassada por voluntarismos certamente bem intencionados mas quase sempre prejudiciais a mdio e longo prazo para o patrimnio, sabendo todos ns que quando se fala de patrimnio fala-se de uma dimenso temporal abrangente. De facto, um erro praticado hoje no mbito da disciplina urbana no facilmente corrigvel. Pelo contrrio, exige um tempo de saturao e contaminao que leva a que s mais tarde (s muito mais tarde) se identifique a doena e os seus efeitos perversos. por isso que nascem tempos depois as medidas excepcionais ou os programas verticais, extremamente dispendiosos mas necessrios- como seja por exemplo o actual conjunto de operaes POLIS 6, para proceder requalificao de tudo o que entretanto -teimosamente, e evitavelmente- foi sendo... desqualificado.

    Os instrumentos de disciplina urbana e patrimonial e de governo da paisagem -que se desejam venham a ser cada vez mais geis e precisos- decorrero do aperfeioamento das instncias do ordenamento do territrio e da existncia de uma cultura arquitectnica e de uma poltica da arquitectura 7 que se generalize, quer nas instncias de governo da cidade (a administrao central, as autarquias), quer na opinio pblica.

    Ora, o que muitas vezes acontece que na ausncia desses instrumentos e dessa cultura arquitectnica, o IPPAR obrigado a assumir o papel militante de ltimo reduto defensivo (que o mesmo que dizer, passivo) do patrimnio cultural em funo da existncia de um objecto classificado ou em vias de classificao, o que obriga a uma filtragem administrativa mais cerrada das intenes de projecto.

    Embora o IPPAR desempenhe este papel de resistncia, assumindo todos os riscos e todos os erros que dele decorrem (e muitas vezes, no poucas, assumindo os erros dos outros...), o facto que esta circunstncia tem que ser corrigida. No cabe ao IPPAR, naturalmente, o papel de Asterix, e ao imvel classificado o papel da aldeia dos irredutveis... lusitanos 8. Esta perverso de procedimentos tem causado vrios dissabores apesar das tentativas de correco e

    5 - Casos recentes? Veja-se por exemplo o problema do Monumento Cidade do Porto ilharga da S do Porto; a

    reprovao de um centro comercial holywoodesco junto a St. Catarina, tambm no Porto; a viabilizao do loteamento nas imediaes do Palcio da Ajuda (terrenos a Sul); ou a polmica (inflacionadssima) em torno do traado da A 10. Poderamos, obviamente, recenciar mais cem exemplos. Ou mais duzentos...

    6 - Trata-se, a nosso ver, de um programa de caracter exemplar da tutela do Ministrio do Ambiente e do Ordenamento do

    Territrio e com efeitos que se crem extremamente pedaggicos. Ambicioso, este programa visa requalificar zonas degradadas do ponto de vista do ambiente urbano data da redaco deste artigo haviam sido abrangidos pelo programa POLIS os ncleos citadinos de Viana do Castelo, Vila do Conde, Matosinhos, Porto, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Viseu, Castelo Branco, Leiria, Almada (Caparica), Sintra (Cacm e centro histrico), estendendo-se ainda a Vila Real, Bragana, Guarda, Aveiro, Covilh e Beja.

    7 - Hoje em dia, ao nvel da administrao, encontram-se envolvidos em matrias nacionais relacionadas directamente com

    a arquitectura os ministrios do Equipamento Social (obras no patrimnio classificado, produo de novos equipamentos), do Ambiente e do Ordenamento do Territrio (planeamento territorial), da Educao (ensino da arquitectura) e o da Cultura (obras e proteco do patrimnio classificado), para alm das autarquias. Haver, pois, que um documento de referncia que sirva de base discusso a levar a cabo sobre esta matria internamente e nos fora internacionais, onde se jogam de resto importantes cartadas diplomticas com consequncias reais no mercado da arquitectura As ideias abundam.

    8 - O IPPAR no o culpado por opes erradas e por decises unilaterais e autoritrias de promotores com

    responsabilidades acrescidas como (por exemplo) as que levaram construo (nunca sancionada) das clebres Torres do Tcnico (o culminar de uma agresso continuada a um campus modernista, cuja preservao deveria de ser factor de prestgio e no um empecilho a um putativo alargamento de programa de utiliza).

  • disciplinamento que o IPPAR tem introduzido. Como h que falar com clareza, o que queremos dizer que cada vez menos defensvel aquilo a que chamamos classificaes oportunistas 9 que se traduzem, afinal, na tentativa de proteger a todo o custo uma determinada rea partindo de um ponto singular na paisagem, que o imvel, quando a responsabilidade de proteco e disciplinamento dessa rea deveria ser assegurada por uma prtica corrente de gesto urbana ou territorial.

    Pelo contrrio, a tendncia actual a de fazer inverter este estado de coisas um estado de coisas que no obviamente nem salutar nem claro para as administraes e para os administrados. Assim, em vez da zona de proteco gerada centrfugamente, ou seja, a partir do imvel que serve de mero pretexto, o que h que adoptar a gerao de efectivas zonas de proteco de reas salvaguardadas em funo do seu interesse global e no episdico ou seja: o ideal de trabalho a gerao de zonas de proteco de um ponto de vista centrpeto, ou como costumamos dizer de fora para dentro. aqui que um planeamento adequado e o recurso a figuras de gesto urbana mais descentralizadas (mas propiciamente atravessadas por uma racionalidade de caracter cultural) devem passar a intervir.

    Diga-se que, a abonar esta realidade futura, a Nova Lei de Bases do Patrimnio Cultural prev ou reinstala um dispositivo que consideramos essencial para o desempenho destas tarefas: a promoo de Planos de Pormenor de Salvaguarda (PPS) para as zonas de proteco dos imveis classificados.

    Do mesmo modo encontram-se em estudo formas mais leves de gesto urbana, tais como a produo de programas de gesto de rea ou de projectos urbanos, que no se confinando figura de plano permitem, mesmo assim, uma definio de regras mnimas a adoptar e que passam a ser do conhecimento dos cidados e dos agentes com interesses na rea abrangidas, clarificando o exerccio da administrao e dos administrados. Mas para que estes instumentos existam fundamental uma vontade poltica (no sentido mais abrangente da palavra) e um comprometimento franco e aberto de todos os cidados. Assim postas as coisas, percebe-se logo onde queremos chegar: a salvaguarda do patrimnio no deve ser um caso de polcia (ou de policiamento), mas antes um caso de esclarecimento, de regulao e nos casos mais arriscados- de preveno. Para evitar desastres.

    Todas estas matrias so especialmente sensveis em reas que, por virtude do crescimento econmico e do desenvolvimento (que no so bem a mesma coisa, como sabemos), passaram a ser urbanizveis ou a ser, potencialmente, atravessadas pelas (agora to em moda) acessibilidades.

    Neste aspecto, Portugal vive desde os incios dos anos 90 um ciclo que o resto da Europa desenvolvida j viveu, de facto, durante os anos 60 (numa altura em que eram muito mais fceis, convenhamos, os atropelos ao patrimnio). Com a viso alargada que hoje temos do patrimnio imvel integrando paisagens urbanas e rurais, conjuntos e estaes arqueolgicas e at valores de caracter atmosfrico, pneumtico e imaterial- torna-se virtualmente impossvel no interferir em valores culturais em reas de expanso urbana ou de periurbanizao. Ou mais ainda, em corredores de instalao de acessos vrios e ferrovirios. Este facto faz-se sentir de uma forma mais aguda, como bvio, nos arredores das grandes e mdias cidades, cada vez mais devassadas por malhas de estradas e auto-estradas e vias rpidas e vias frreas quadriplicadas (e a breve trecho sextuplicadas).

    Ser que aqui no joga, tambm uma estratgia de desenvolvimento para a qual o patrimnio cultural tem que ser chamado a pronunciar-se (e a fazer parte) sob pena de se vitimizar injustamente todos aqueles que o defendem? David e Golias? Ainda?

    Ora, pergunte-se a um cidado, habituado na sua mgoa infeliz a esperar uma hora numa fila de automveis, se prefere uma estrada mais ampla e confortvel ou aquele-casaro-velho-que-

    9 - Para que fique claro: chamamos classificaes oportunistas aos pedidos de classificao de autnticos territrios

    pretensamente homogneos por fora da ameaa, real ou no, de urbanizaes, construes em altura, rasgamento de redes, etc., sob o pretexto da existncia de um imvel nuclear que congrega e aglutina uma lgica cultural h muito esbatida ou mesmo inexistente. Uma vez mais, encontramo-nos perante reas cuja administrao caber, por maiora de razo, s autarquias. No cabe ao IPPAR zelar por elefantes patrimoniais absolutamente ingerveis do ponto das vista das prioridades do mbito da salvaguarda uma vez que o que estaes processo arrastam so quase que exclusivamente problemas de caracter ambiental e urbanstico. Ou seja: a capacidade de interveno do IPPAR tem limites e o IPPAR, contrariamente ao Asterix no tem um goudron com a poo mgica! pena, bem o sabemos.

  • est-para-ali-abandonado-e-que-no-serve-para-nada-s-serve-para-empecilhar-bolas-que chatice 10

    . Prefere a estrada. E l se quebra o consenso outra vez. Claro que o mesmo cidado quando percorre os campos verdes da Inglaterra, ou as paisagens plcidas e tranquilas da Frana, no deixa de se manifestar da forma habitual: aqui--que--olha-como-estes-tm-tudo-bem-arranjadinho.

    Pois . Eles andam h mais meio sculo a arranjar (ou seja, a disciplinar a paisagem urbana e rural) 11, enquanto que em Portugal se preferiu o imediatismo 12. por isso que, muitas vezes (felizmente nem sempre) os consensos se quebram nesta rea de trabalho a que chamamos salvaguarda do patrimnio. O que defendemos que os cidados tm que saber as regras do jogo. Os cidados tm que saber (e poder) escolher.

    Naturalmente, tambm, que qualquer atitude fundamentalista, de preservao a todo o custo de valores decados, j sem possibilidade de resgate para a ordem econmica e social contempornea, pouco ajuda a um argumentrio racional e rigoroso que sirva a salvaguarda do patrimnio. Esta atitude, o IPPAR refuta-a. Mas no pode o IPPAR, sob pena de laxismo, deixar o campo aberto a toda e qualquer especulao ou a agresses mais ou menos disfaradas sob a capa do progresso.

    Pelo contrrio, Existe, hoje j, uma tradio de trabalho que une os dois campos o do consenso generalizado e do interesse singular. que contrariamente ao que muitas vezes proposto ou entendido, a interveno no patrimnio, no matria que se possa reduzir interveno fsica de recuperao e restauro de um ou outro imvel e da sua envolvente imediata. Pelo contrrio, a interveno no patrimnio abrange todas as componentes em presena, sejam as obras de restauro propriamante ditas, a classificao ou a proteco administrativa dos bens, mas tambm a sua gesto em termos latos do ponto de vista territorial e de usos (ou reafectao de usos) como tambm a gesto no sentido mais estrito, ou seja, em termos econmicos e financeiros.

    No admira que sejam muitas as horas de aflio por que passam os servios do IPPAR. Por todas as razes acima expostas -e outras que sero explicadas noutra ocasio. Sendo certo que a presso da comunicao social pouco apetrechada, na maior parte dos casos, para ver mais alm da cacha- pouco ajuda a clarificar as regras do jogo. Porque se trata de um jogo de argumentos e de aco. De polticas, em suma.

    Ora, esta seco da revista Estudos pretende, por isso mesmo e sem quaisquer receios, abrir o debate sobre estas matrias, visando dar relevo disciplina urbana e ao governo da paisagem atravs de casos de estudo e de propostas vindas de especialistas.

    Coloquem-se para j, as seguintes questes, como aconselhveis para um debate alargado e aberto.

    a) A necessidade de promoo de uma cultura arquitectnica e urbanstica consentnea com a defesa da "qualidade da arquitectura" como construo do patrimnio futuro, na perspectiva actualmente defendida pelos fora internacionais, nomeadamente os que tm

    10 - Casos tpicos mais recentes: o IC 19 ou a futura A 13.

    11 - Aqui no confundimos a tradio consuetudinria do Norte da Europa (em especial da Inglaterra e dos pases

    escandinavos) com a tradio legiferativa do pases latinos. Mas a verdade que a distino de valores, conforme nos encontramos em territrio nacional ou estrangeiro gritante.

    12 - Naturalmente que existem circunstncias histricas que explicam a situao: cerca de (pelo menos) 30 anos de

    contraco econmica em contraciclo (ruralista, por oposio industrializao) correspondente aos anos de Ditadura do Estado Novo; cerca de trs anos de desregulao imediatamente posteriores ao 25 de Abril de 1974; a chegada, desde 1960 das receitas da emigrao portuguesa; a consequente desertificao do interior; o afluxo dos primeiros fundos europeus, sensivelmente, a partir de 1987; a entrada em vigor dos sucessivos quadros comuntrios de apoios (QCA I, QCA II, QCA III), e a evidente exploso que tal acarretou em termos de investimento e de crescimento exponencial da economia do pas, numa tetantiva de minimizao de atrasos congnitos. Acrescente-se a isto a rpida industrializao do pas e a desafectao brusca (em cerca de 15 anos) de 50% dos solos agrcolas, e temos uma radiografia, simplista certo, mas instantnea da modificao do tecido social e econmico do pas, com todas as consequncias que da advierem para a gesto do patrimnio.

  • tido lugar na UE no quadro das "Polticas Europeias de Arquitectura" e nas quais Portugal tem participado e tido voz activa;

    b) A necessidade promoo de conhecimento crtico relativamente ao tratamento a dar s reas intersticiais das cidades, mormente no que respeita aos espaos pblicos e arranjos paisagsticos, num entendimento alargado do territrio e dos seus propsitos de sustentabilidade em funo de recursos culturais;

    c) O conhecimento das formas de salvaguarda do patrimnio urbano e dos problemas de gesto que levantamno quadro de uma poltica no apenas de "reforma" da cidade, mas tambm no quadro das polticas de habitao, atravs de propostas de reinsero econmica e social dos sistemas patrimoniais em presena (centros histricos, centros urbanos polinucleados, reas monumentais, etc.);

    d) As novas formas de gesto patrimonial no que respeita salvaguarda e valorizao de monumentos, considerados estes no apenas na sua componente fsica e nuclear, mas tambm na sua dimenso territorial mais abrangente (cercas monsticas, aglomerados urbanos, patrimnio vernacular, quintas, rea rurais desafectas, etc.).

    Cremos que tais questes podem suscitar um agendamento ideal de matrias na rea da salvaguarda, com um enfoque para os problemas da cidade. De futuro outros sero sugeridos.

    Lisboa, 6 de Junho de 2001 Luis Ferreira Calado

    Paulo Pereira Joaquim Passos Leite