a revolução frances1

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A Revolução Francesa O descontentamento pré-revolucionário Em finais do século XVIII, em França, vigo- rava o Absolutismo, numa época em que as ideias iluministas colocavam em causa este regime político. A agricultura continuava a ser a principal actividade económica e a socie- dade era marcada por profundas desigualda- des sociais: Nobreza e Clero (cerca de 2% da população) eram os grupos privilegiados, estando isentos do pagamento de impostos e ocupando importantes lugares na administra- ção. O Terceiro Estado (cerca de 98% da popu- lação) vivia sobrecarregado de impostos, que pagava quer ao rei, quer aos proprietários das terras, quer à Igreja. Doc. 4|0 povo suporta o Clero, a Nobreza e os vários impostos que tem que pagar - caricatura do século XVIII, representando a sociedade do Antigo Regime. Nos finais do século XVIII, a França encontrava-se a viver grandes dificuldades, nomeadamente uma crise económica, devido aos sucessivos maus anos agrícolas, que provocaram a escassez de cereais, levando à subida do preço destes produtos, essenciais na alimentação da população, e uma crise financeira (grandes gastos efectuados com a Guerra dos Sete Anos e com os luxos da corte). Face a todos estes problemas, o descontentamento social era cada vez maior. A burguesia (pertencente ao Terceiro Estado) também estava descontente pelo facto de não ocupar os mais importantes lugares públicos e pelo efeito que gerou a crise económica e financeira nos seus rendimentos. Com o intuito de resolver a grave crise que se tinha instalado em França, o monarca Luís XVI decidiu cobrar impostos aos grupos privilegiados. Esta decisão desagradou profundamente o Clero e a Nobreza. Perante toda esta situação, Luís XVI convocou os Estados Gerais (que não se reuniam desde 1614), ou seja, a assembleia consultiva onde se reuniam os representantes do Clero, da Nobreza e do Terceiro Estado.

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A Revolução Francesa

O descontentamento pré-revolucionário

Em finais do século XVIII, em França, vigo-

rava o Absolutismo, numa época em que as

ideias iluministas colocavam em causa este

regime político. A agricultura continuava a ser

a principal actividade económica e a socie-

dade era marcada por profundas desigualda-

des sociais: Nobreza e Clero (cerca de 2% da

população) eram os grupos privilegiados,

estando isentos do pagamento de impostos e

ocupando importantes lugares na administra-

ção. O Terceiro Estado (cerca de 98% da popu-

lação) vivia sobrecarregado de impostos, que

pagava quer ao rei, quer aos proprietários das

terras, quer à Igreja.

Doc. 4|0 povo suporta o Clero, a Nobreza e os vários

impostos que tem que pagar - caricatura do século XVIII,

representando a sociedade do Antigo Regime.

Nos finais do século XVIII, a França encontrava-se a viver grandes dificuldades, nomeadamente

uma crise económica, devido aos sucessivos maus anos agrícolas, que provocaram a escassez de

cereais, levando à subida do preço destes produtos, essenciais na alimentação da população, e

uma crise financeira (grandes gastos efectuados com a Guerra dos Sete Anos e com os luxos da

corte).

Face a todos estes problemas, o descontentamento social era cada vez maior. A burguesia

(pertencente ao Terceiro Estado) também estava descontente pelo facto de não ocupar os mais

importantes lugares públicos e pelo efeito que gerou a crise económica e financeira nos seus

rendimentos.

Com o intuito de resolver a grave crise que se tinha instalado em França, o monarca Luís XVI

decidiu cobrar impostos aos grupos privilegiados. Esta decisão desagradou profundamente o

Clero e a Nobreza. Perante toda esta situação, Luís XVI convocou os Estados Gerais (que não se

reuniam desde 1614), ou seja, a assembleia consultiva onde se reuniam os representantes do

Clero, da Nobreza e do Terceiro Estado.