a revolução da historiografia

17
A Revolução da Historiografia

Upload: nila-michele-bastos-santos

Post on 05-Jun-2015

12.489 views

Category:

Education


4 download

DESCRIPTION

Um pequeno passeio pela história da escola dos annales

TRANSCRIPT

Page 1: A revolução da historiografia

A Revolução da Historiografia

Page 2: A revolução da historiografia

A escola dos Annales

Constitui-se num movimento historiográfico, que surge em decorrência da “Revue des Annales”, revista acadêmica que se destacou por incorporar métodos das Ciências Sociais à História.

Page 3: A revolução da historiografia

Primeira geração.Liderada por Marc

Bloch e Lucien Febvre - apresenta a guerra radical contra a história tradicional, a história política e a história dos eventos;

Em geral, divide-se a trajetória da escola em quatro fases:

Page 4: A revolução da historiografia

Segunda geração. Dirigida por Fernand

Braudel -; o movimento aproxima-se verdadeiramente de uma “escola”, com conceitos (estrutura e conjuntura) e novos métodos (história serial das mudanças na longa duração) Fernand Braudel

Page 5: A revolução da historiografia

Terceira geração.Vários pesquisadores tornaram-

se diretores -; a terceira, traz uma fase marcada pela fragmentação e por exercer grande influência sobre a historiografia e sobre o público leitor, em abordagens que comumente chamamos de Nova História ou História Cultural

Page 6: A revolução da historiografia

A trajetória Com Leopold Von Ranke, a história sociocultural foi

re-marginalizada. Foi dada ênfase nas fontes dos arquivos, numa época em que os historiadores buscavam se profissionalizar e a história não política foi excluída.

O século XIX ouviu vozes discordantes entre historiadores, a exemplo de Michelet e Burckhardt que propõem uma visão mais ampla da história.

Outros exemplos podem ser citados, como Fustel de Coulanges e Marx que ofereciam um paradigma histórico alternativo ao de Ranke.

Historiadores econômicos foram os opositores mais bem organizados da história política.

Os fundadores da Sociologia - Comte, Spencer e Durkheim - expressavam pontos de vista semelhantes.

Page 7: A revolução da historiografia

No início do novo século, um movimento lançado por James Harvey Robinson sob a bandeira da “Nova História” defende que a história inclui qualquer traço ou vestígio das coisas que o homem fez ou pensou, desde o seu surgimento sobre a terra.

Na França, a natureza da história tornou-se objeto de intenso debate e alguns historiadores políticos tinham concepções históricas mais abrangentes portanto, é inexato pensar que os historiadores profissionais desse período estivessem exclusivamente envolvidos com a narrativa dos acontecimentos políticos.

Page 8: A revolução da historiografia

François Simiand, um economista seguidor de Durkheim, promove um ataque a Charles Seignobos, símbolo de tudo a que os reformadores se opunham.

Tratava-se, na verdade, de um ataque aos três ídolos da tribo dos historiadores: político, individual e cronológico.

Ao mesmo tempo Henri Berr, um grande empreendedor intelectual, lança o ideal de uma psicologia construída com a cooperação interdisciplinar, o que teve ressonância em Febvre e Bloch.

Page 9: A revolução da historiografia

O nascimento da Revista No final da Primeira Guerra, Febvre idealizou

uma revista internacional dedicada à história econômica, mas o projeto foi abandonado.

Em 1928, Bloch tomou a iniciativa de ressuscitar os planos da revista, agora francesa, com sucesso.

Originalmente chamada Annales d´histoire économique et sociali, pretendia ser a difusora de uma abordagem nova e interdisciplinar da história, exercer uma liderança intelectual nos campos da história social e econômica, e preocupava-se com o problema do método no campo das ciências sociais.

Page 10: A revolução da historiografia

“Os Annales começou como uma revista de seita herética, depois da guerra, se tornou oficial. Aos poucos se converteu no centro de uma escola histórica que foi transmitida para escolas e universidades.”

Page 11: A revolução da historiografia

A segunda geração dos Annales

Protagonizada por Fernand Braudel que sucedeu Febvre como diretor efetivo da revista.

Para Braudel, a contribuição especial do historiador às ciências sociais é a consciência de que todas as “estruturas” estão sujeitas a mudanças, mesmo que lentas.

Ele desejava ver as coisas em sua inteireza, por isso era impaciente com fronteiras, separassem elas regiões ou ciências

Page 12: A revolução da historiografia

Quando prisioneiro, durante a Segunda Guerra, Braudel teve a oportunidade de escrever sua tese.

A obra com o título “o Mediterrâneo e Felipe II”, divide o tempo histórico em: geográfico, social e individual, realçando a longa duração.

Nesse período a história das mentalidades foi marginalizada, tanto por Braudel não ter interesse por ela, quanto porque um número de historiadores franceses acreditava que a história social e econômica era mais importante do que outros aspectos do passado.

Page 13: A revolução da historiografia

A terceira geração dos Annales foi marcada por mudanças intelectuais, o

policentrismo (o centro do pensamento histórico estava em vários locais) permitiu a abertura para idéias vindas do exterior e a inclusão de novas temáticas.

A ausência de um domínio temático fez com que alguns comentadores falassem numa fragmentação.

três temas surgem com força:A redescoberta da história das mentalidades, A tentativa de empregar métodos quantitativos na

história cultural A reação contrária a tais métodos : uma

antropologia histórica, um retorno à política ou o ressurgimento da narrativa.

Page 14: A revolução da historiografia

Quarta geração - a partir de 1989 Considerada por muitos como apenas uma

divisão da história das mentalidades, a quarta geração se preocupa a “superestrutura” cultural – reação contra Braudel e contra qualquer determinismo - foi intitulada por Burke como um movimento “do porão ao sótão”.

No interior do grupo dos Annales alguns historiadores sempre estiveram envolvidos com os fenômenos culturais e com a mentalidade. A nova abordagem quantitativa (ou serial) não encontrava no estudo das mentalidades a mesma sustentação oferecida pela estrutura socioeconômica.

Page 15: A revolução da historiografia

Nos anos 70 surge uma reação contrária à abordagem quantitativa, ao domínio da história estrutural e social, defendida pelos Annales, o que resulta na mudança antropológica, no retorno à política e no ressurgimento da narrativa.

A conhecida crítica aos Annales é a sua pressuposta negligência ao tema política, mas ela não procede em relação a todos os componentes do grupo.

A volta à política está também ligada ao ressurgimento do interesse pela narrativa dos eventos: história dos eventos e narrativa histórica

Page 16: A revolução da historiografia

Referencias: BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a

Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas.

Revista HISTEDBR On-line: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/res04_25.pdf

Reis, José Carlos – “Escola dos Annales – A inovação em história”. São Paulo , Paz e Terra,  2000

Page 17: A revolução da historiografia

Montagem e Apresentação:Nila Michele Bastos Santos

Historiadora, Psicopedagoga, professora da Rede Municipal e Privada de São Luis –Ma e Professora da Faculdade Santa Fé São Luis –Ma