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www.anipla.com

A revista para quem pensa a agricultura.

Ediç

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Fito_Entrevista:Álvaro Mendonça Diretor-Geral da DGAV

Anipla Parceira da Portugal Agro

A agricultura deve ser entendida como um sector estratégico para Portugal

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

Apesar de ser uma entidade criada por profis-sionais e para profissionais, para além de repre-sentar um setor de negócio com elevado grau de especialização, a ANIPLA não pode deixar de am-bicionar a chegar perto de todos.

Para cumprir com essa ambição foi criada uma ferramenta de comunicação, a que chamámos FitoSíntese. Apresenta-se de duas formas. Uma, desejavelmente já conhecida por muitos, chega sem avisar, com notícias curtas, novas e interes-santes (pelo menos é isso que procuramos). É a Flash!FitoSíntese. Outra é precisamente esta que tenho o prazer de vos apresentar. Com duas apa-rições anuais programadas, vamos ter oportuni-dade de analisar mais cuidadosamente alguns assuntos, dar voz a entrevistados e, algo que para nós é de especial importância, teremos ocasião de mostrar um pouco do que é a vida da ANIPLA.

EditorialComo é que uma organização como a nossa é “por dentro”, como nos organizamos, quais são as nossas prioridades e preocupações, quais são as Comissões de Trabalho, como se constituem e qual o resultado da sua actividade.Queremos chegar a todos, porque todos, de uma forma ou de outra, temos um qualquer elo com a agricultura. Quanto mais não seja enquanto con-sumidores.

Esperamos um bom arranque da FitoSíntese. Com um pouco de sorte vamos merecê-lo. E com os vossos comentários e sugestões, que ansiosa-mente esperamos, vamos certamente conseguir um crescer de forma sustentável, ou seja, fazer cada vez melhor.

António Lopes Dias // Diretor Executivo Anipla

dos pesticidas vendidos na UE são ilegais (fonte EPCA)

valor do mercado ilegal de pesticidas à escala mundial (fonte Europol)

19 valor da balança comercial agrícola da UE em 2013 (= diferencial entre exportações e importações, fonte Eurostat)

43005033

exportações portuguesas de produtos alimentares e bebidas em 2013 (fonte INE)

M€valor das exportações portuguesas de produtos agrícolas e alimentares para a Rússia em 2013 (fonte INE)

M€

da população portuguesa vive em zonas rurais que ocupam 81,4% do território nacional (fonte GPP)

biliões €

7 104,5biliões €

Ficha técnica

Propriedade: ANIPLA- Associação Nacional da Indústria para a Protecção das PlantasRua General Ferreira Martins Nº 10 – 6ºA 1495-137 Algés . PortugalTel.: +351 214 139 213 . e-mail: [email protected]

Diretor: António Lopes Dias

Coordenação Editorial: Mónica Onofre e Nélia Silva

Projeto Gráfico e Paginação: Musse Ecodesign

Colaboraram nesta edição: Comissão de Agricultura Sustentável; Comissão de Dados e Estatística; Comissão de Produção e Logística; Comissão de Técnica de Homologação.

Estatuto EditorialA FitoSíntese é uma publicação que visa divulgar a atividade da ANIPLA, as suas opiniões e posicionamento face a questões relevantes do sector fitofarmacêutico e da Agricultura em geral. A FitoSíntese pretende ainda dar a voz a entidades e/ou personalidades que tal como a ANIPLA Pensam a Agricultura como um sector de futuro.

A reprodução total ou parcial dos conteúdos publicados é expressamente proibida sem a autorização escrita da ANIPLA.

www.anipla.com

nº1

Fito_Notícias

Fito_EntrevistaÁlvaro MendonçaDiretor_Geral DGAV

Fito_TemaA volta a Portugal com a Lei 26/2013

In_Anipla

Fito_GlobalUma visão para

o futuro da europa

Fito_Factos

A revista para quem pensa a agricultura

Fito_Agenda

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

A ANIPLA, o Valorfito e a Groquifar participa-ram na Feira Agroglobal 2014, nos dias 10 a 12 de Setembro, em Valada do Ribatejo, certame bianual já consagrado no panorama agrícola nacional. Através desta presença a Indústria quis dar enfase à importância do trabalho conjunto e à relevância da atividade de cada uma das três entidades na organização do setor fitofarmacêutico e no garante da utili-

Fito_Notícias

A “mascote” Anipla na Agroglobal 2014

Anipla nas I Jornadas Técnicas da 5RIOS A Anipla esteve nas I Jornadas Técnicas da 5RIOS – Associação Agrícola do Valado dos Frades, organizadas a 19 de Setembro, no âmbito das comemorações do 2º aniversá-rio desta associação. Paulo Cruz, Secretário Geral da Anipla, realizou uma comunicação sobre “Uso ilegal de produtos fitofarmacêuti-cos e os riscos para a saúde humana e o am-biente”. O evento contou ainda com a presen-ça de oradores por parte da DGAV, DRAPLVT, Valorfito e Agrosanus, que realizaram inter-venções sobre Uso Sustentável dos Produtos Fitofarmacêuticos.

Paulo Cruz, Secretário Geral da Anipla

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimen-tar (EFSA) apresentou recentemente um guião, destinado a cientistas e à indústria da proteção das plantas, com novas orientações sobre me-todologia de avaliação de estudos que medem a velocidade de degradação dos produtos fitofarma-cêuticos no solo.

zação correta e segura dos produtos fitofarmacêuticos. A Anipla divulgou a sua nova imagem, a árvore do logo-tipo da Anipla circulou por todo o recinto, oferecendo a possibilidade de os visitantes receberem uma pequena oliveira no stand, o que levou centenas de agricultores ao espaço da Indústria e permitiu esgotar todo o sto-ck de oliveiras que a Anipla tinha disponível. O Valorfito inovou com uma exposição explicativa do processo de reciclagem de materiais plásticos.

O Valorfito levou a Família Prudêncio à feira

Anipla, Valorfito e Groquifar em stand conjunto na Agroglobal

A Anipla e o Valorfito são parceiros da Portugal Agro - Feira Internacional da Agricultura e das Regiões, que decorre de 20 a 23 de Novembro, na FIL - Feira Internacional de Lisboa. Trata-se de um projeto transversal a toda a fileira agroali-mentar, que visa promover a capacidade produti-va nacional, os operadores económicos da fileira, a excelência dos produtos e a tradição aliada à inovação. A Anipla e o Valorfito estarão presentes com um stand no certame, durante o qual orga-nizarão um evento dedicado ao setor fitofarma-

cêutico. O Diretor Executivo da Anipla, António Lopes Dias, assinou o protocolo de colaboração com a Fundação AIP (Associação Industrial Por-tuguesa) na cerimónia de apresentação pública da Portugal Agro, no passado dia 09 de Julho. Neste evento, que contou com a presença da Mi-nistra da Agricultura e do Mar, Assunção Cris-tas, estiveram presentes mais de 45 entidades nacionais ligadas ao setor agrícola, que em co-laboração com a AIP irão trabalhar para que a Portugal Agro seja um sucesso.

Assinatura do protocolo de colaboração Assunção Cristas, Ministra da Agricultura e do Mar; Jorge Rocha de Matos, Presidente da AIP; António Lopes Dias, Diretor Executivo da Anipla

Este novo método permite aos especialistas ex-cluir da sua análise os efeitos da dissipação, outro dos processos que leva os PFs a desaparecer do solo, e pode ser aplicado à análise de outros pro-dutos químicos no solo que não os pesticidas.

EFSA publica novas orientações para medir degradação dos pesticidas no solo

Anipla é parceira da AIP na Portugal Agro

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

Fito_Entrevista

A agricultura deve ser entendida como um sector estratégico para Portugal

Álvaro Pegado Mendonça assumiu em Maio a liderança da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e elegeu como prioridade do seu “mandato” a melhoria da resposta à sociedade civil e ao Ministério da Agricultura. A braços com a pesada tarefa de reorganizar a DGAV e num cenário de escassez de recursos, tem pela frente, entre outros, o desafio de implementar a lei 26/2013, dando cumprimento aos prazos previstos no Plano de Ação Nacional.

O último relatório anual publicado pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) con-clui que 97,5% dos produtos alimentares vendidos na União Europeia cumpre os Limites Máximos de Resíduos (LMR) de produtos fitofarmacêuticos au-torizados na UE. O estudo baseou-se num número recorde de amostras (total de 79 000) de 600 produ-tos alimentares, recolhidas nos 27 países-membros da UE, na Islândia e na Noruega, durante o ano de 2011. Dos 900 pesticidas testados, apenas 400 che-garam aos níveis de deteção. A percentagem de amostras de alimentos importados de países de fora da UE que excederam os LMR foi de 6,3%, en-quanto nos alimentos produzidos na UE e na EFTA

Em Portugal foram recolhidas 562 amostras e apenas 1,2% destas ultrapassaram os LMR

(Suíça, Liechtenstein, Noruega e Islândia) foi ape-nas de 1,5%. Segundo o relatório, os produtos que mais excederam os LMR foram espinafres, feijão, laranjas, pepinos, arroz, cenouras, clementinas e peras, enquanto os que menos excederam os LMR foram a farinha de trigo e as batatas.«São excelentes notícias para os consumidores europeus, para os agricultores e para a nossa in-dústria. O estudo demonstra que os aplicadores de PFs estão hoje mais bem preparados e prova o elevado nível de segurança alimentar existente na Europa», disse Jean-Charles Bocquet, Diretor Geral da Associação Europeia da Indústria para a Proteção das Plantas (ECPA).

97,5% dos alimentos vendidos na UE cumpre os LMR

Taxa de amostras que excederam os LMR por país

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Fito_Síntese: Tomou posse em Maio, vindo de uma carreira académica na Escola Superior Agrária de Bragança. O que o motivou a aceitar este novo desafio?

Álvaro Pegado Mendonça: Creio que o que moti-va a generalidade das pessoas. Um novo desafio que quebre as rotinas instituídas e a convicção de que tenho algo de diferente a trazer à insti-tuição e ao país.

Qual a decisão mais difícil que teve de tomar nestes primeiros meses?

Há vários tipos de decisões difíceis, segundo se trate de questões humanas, técnicas, científicas ou outras. Para as últimas há assessorias que tornam as coisas mais fáceis; para a primeira, que envolve emoções e a vida de terceiros, mui-tas vezes não há uma resposta única.

Quais são as suas grandes prioridades na lide-rança da DGAV?

Reorganização interna, continuando a integrar a herança das estruturas regionais numa cultura única, sem perder o que têm de bom. Integra-ção da área vegetal nos mesmos moldes que os anteriores, respeitando as suas especificidades e prioridades. Melhoria na resposta à sociedade civil e ao MAM. Maior rapidez de resposta, para o que a actualização da informatização é uma necessidade premente. Há várias outras prio-ridades resultantes destas, fruto da sua hierar-quização.

Falou abertamente da “imensa deficiência fi-nanceira, humana e de deslocação” com que a DGAV se confronta atualmente. Como é tutelar um serviço essencial à agricultura e alimenta-ção, com tal escassez de recursos e, em particu-lar, como é que Portugal vai corresponder com as suas obrigações na nova avaliação zonal de PF’s?

A escassez de recursos humanos é actualmen-te uma realidade transversal a todas as entida-des públicas, trata-se de uma realidade que nos obriga enquanto dirigentes a repensar a forma de trabalhar e de dar cumprimento às nossas funções, assim como desenvolver sistemas de

gestão facilitadores do trabalho diário e de parti-lha de informação. De facto, a DGAV enquanto Au-toridade Sanitária e Fitossanitária e responsável pela Gestão da Segurança Alimentar desenvolve em todo o país um vasto conjunto de actividades exigentes e de grande impacto. No caso concreto da avaliação de produtos fitofarmacêuticos preve-mos criar uma bolsa de peritos que possam co-laborar na avaliação dos processos, sem prejuízo das competências da DGAV nesta matéria. Os pe-ritos que vierem a ser nomeados estarão sujeitos ao regime de confidencialidade e não podem ter quaisquer interesses no âmbito da produção, im-portação, exportação e comercialização de produ-tos fitofarmacêuticos.

A fiscalização da segurança alimentar é do pelou-ro da DGAV. Em matéria de cumprimento de LMR nos alimentos de origem vegetal os indicadores mais recentes da UE são positivos – 97% dos pro-dutos produzidos na UE cumprem os LMR –, mas a preocupação continua a ser com os produtos importados de países terceiros. Em sua opinião, a solução passa por maior fiscalização por parte da DGAV, e suas homólogas europeias, ou a questão tem de ser resolvida a nível político e em instân-cias extracomunitárias?

A DGAV tem responsabilidade sobre dezenas de planos de controlo, incluindo o controlo de resí-duos de pesticidas em produtos de origem vegetal e que inclui a pesquisa de resíduos em produtos nacionais, provenientes do espaço intracomuni-tário, mas também em produtos importados. Dou o exemplo do controlo que iniciámos este ano ao arroz importado de países terceiros.

A indústria europeia para a proteção das plantas lançou recentemente um documento de reflexão e debate sobre a sua Visão para o Futuro da Eu-ropa, no qual defende a necessidade de um am-biente regulamentar que acolha a Inovação em prol da competitividade da agricultura europeia e, por outro lado, que as decisões sobre mudanças na legislação e política sobre pesticidas, sejam tomadas com base numa avaliação risco-benefí-cio. Como entidade avaliadora, que posição tem a DGAV nesta matéria?

«No caso da avaliação de produtos fitofarmacêuticos prevemos criar uma bolsa de peritos que possam colaborar na avaliação dos processos»

A inovação tecnológica e cientifica é fundamental para a competividade da agricultura europeia e também para um melhor uso dos recursos natu-rais e do ambiente, assim como para a segurança alimentar. A agricultura deve ser entendida como um sector fundamental e estratégico para Portu-gal e para a União Europeia. Defendemos que as decisões que regulam esta actividade devem ser sustentadas em avaliações de risco que não ex-cluam o benefício social e económico da agricul-tura e que considerem as significativas diferenças existentes entre as várias regiões europeias, com realidades muito distintas no que diz respeito às pragas das culturas.

O Plano de Ação Nacional enumera medidas e me-tas para tornar efetiva em Portugal a aplicação da Lei 26/2013, que regula as atividades de distribui-ção, venda e aplicação de produtos fitofarmacêu-ticos. Há porém da parte da indústria e de outros

agentes do setor agrícola a convicção de que as condições e os prazos definidos são demasiado curtos para as reais necessidades a nível nacional. Qual a sua posição sobre este tema?

De facto a Lei 26/2013 veio introduzir um vasto conjunto de medidas e de prazos que têm que ser cumpridos quer pela indústria quer pelos utiliza-dores profissionais de produtos fitofarmacêuti-cos. A DGAV está empenhada, em conjunto com as várias entidades oficiais e privadas envolvidas, em dar cumprimento às medidas e corresponden-tes prazos, mas reconhecemos o imenso desafio não apenas para a indústria e agricultores, mas também para os serviços oficiais pelas inúmeras responsabilidades que lhes estão acometidas. O acompanhamento da implementação da Lei 26/2013 está ser feito e avaliadas as várias verten-tes no sentido de se encontrar a melhor forma de atingirmos, em conjunto, os objectivos propostos.

Fito_Entrevista

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

Nos seminários de divulgação da Lei 26/2013 rea-lizados por todo o país, o tema da formação obri-gatória para os agricultores/aplicadores de produ-tos fitofarmacêuticos foi dos mais polémicos. Mais uma vez lhe pergunto se os prazos e metas, em particular nesta matéria, estarão ajustados às es-pecificidades dos nossos agricultores?

A formação obrigatória de todos os agricultores e outros aplicadores de produtores de produtos fi-tofarmacêuticos até 26 de novembro de 2015 é de facto um dos maiores desafios que vamos enfren-tar. Estamos preocupados com a baixa percenta-gem de cartões de aplicador emitidos até à data, que estimamos corresponder apenas a cerca de 12-15% do universo de aplicadores profissionais. Temos realizado várias sessões de divulgação e de sensibilização em que esta questão é reitera-damente exposta. Estamos a avaliar com todo o cuidado a situação e da parte da DGAV existe toda a vontade de, em conjunto com as organizações representativas dos agricultores, se estudarem formas para cumprimento do prazo estipulado na Lei.

Desde 1 de Janeiro de 2014 que é obrigatória a aplicação dos princípios gerais da Proteção Inte-grada por todos os utilizadores profissionais. Que balanço faz destes primeiros meses, atendendo ao facto de que há manifesta dificuldade em interpre-tar a lei por parte de muitos dos agricultores?

«Estamos preocupados com a baixa percentagem de cartões de aplicador emitidos até à data, que estimamos corresponder apenas a cerca de 12-15% do universo de aplicadores profissionais»

Foi aprovado a nível comunitário que a partir de 1 de janeiro de 2014 seria obrigatório a aplicação dos princípios gerais da Proteção Integrada por todos os utilizadores profissionais. Trata-se de uma importante decisão política europeia e que também subscrevemos, no entanto, reconhece-mos a importância da formação dos agricultores e do aconselhamento agrícola neste domínio. Existe ainda muito trabalho a fazer, e que está previsto e calendarizado no Plano de Ação Nacional para o uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos, designadamente no que respeita a atualização das normas de Proteção Integrada existentes e elabo-ração de normas para novas culturas, o retomar de campos de demonstração, etc.

Um dos assuntos recorrentes em Portugal é a venda de pesticidas ilegais (não homologados) ou por estabelecimentos não autorizados. O que está a DGAV a fazer para minimizar estes problemas e que soluções aponta no futuro? Já existem resul-tados práticos das acções levadas a cabo?

A venda ilegal de pesticidas deve ser obviamente combatida, neste domínio com a colaboração da GNR- SEPNA foram já desenvolvidas várias ações de fiscalização que permitiram identificar várias situações de venda ilegal de pesticidas e que re-sultaram na apreensão das embalagens e na ins-tauração de processos de contra ordenação. Pre-vemos ainda vir a celebrar um protocolo com as autoridades espanholas nesta área.

Com 58 anos e natural do concelho de Oeiras, Álvaro Pegado Mendonça terminou a licenciatura de Medicina Veterinária em 1982, na Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa. Posteriormente, fre-quentou o curso de mestrado em Ciência e Engenharia dos Alimentos, na Universidade Técnica de Lisboa, no ano letivo de 1989-1990, e concluiu o doutoramento em Ciências Agrárias, área de Medicina Veterinária, em 2003. Toda a sua carreira tem sido dedicada ao ensino e à investigação, com trabalhos publicados em áreas ligadas à sanidade animal, segurança alimentar e análise sensorial. Exerceu fun-ções de professor-adjunto no Instituto Politécnico de Bragança – Escola Superior Agrária de Bragan-ça, desde 1999, e paralelamente, assumiu cargos de gestão no conselho científico e de coordenação no Departamento de Zootecnia da ESA de Bragança.

Uma vida dedicada ao ensino e à investigação

Por fim, um tema de atualidade que é uma preo-cupação para a economia da UE - o embargo da Rússia às importações de produtos agroalimenta-res. Este pode representar 50 milhões de euros a menos na balança comercial portuguesa. Que re-flexão lhe merece o tema?

O embargo da Rússia que abrange alguns dos pro-dutos agroalimentares nacionais e que exportáva-mos para aquele país está a causar perturbações nos nossos produtores, e dou o exemplo da pera, cujo mercado russo era um dos mais importan-tes mercados de escoamento da pera nacional. Este embargo tem de facto um grande impacto nas nossas exportações. Este mau exemplo vem reforçar a aposta na internacionalização dos nos-sos produtos diversificando mercados. A DGAV tem em curso dezenas de processos com vista à habilitação para exportação de produtos agrícolas nacionais, posso numerar para as frutas frescas, designadamente pera, maça, uva de mesa, citri-nos, cereja etc., processos com 13 países. Tratam-se de negociações complexas, demoradas, por ve-zes arrastam-se por vários anos e que consomem recursos, mas que consideramos essenciais para a referida diversificação que permite aos nossos produtores alternativas de mercados.

FOTO

Fito_Entrevista

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

Fito_TemaConsiderando os temas apresentados pela ANI-PLA, constatámos que as questões levantadas no debate incidiram essencialmente sobre os temas dos produtos ilegais, o destino dos resíduos de embalagens e sobre a utilização e destino final do equipamento de proteção individual.

A nível geral, os temas mais polémicos centra-ram-se na dificuldade de interpretação da nova lei no que respeita à escolha dos produtos para utilizar em Proteção Integrada e na formação obrigatória para os agricultores/aplicadores de produtos fitofarmacêuticos.

Nestes eventos, a ANIPLA e o Valorfito tiveram a preocupação de disponibilizar informação a todos os participantes, da qual destacamos a produção de um folheto sobre as principais alterações que resultam da publicação da Lei 26/2013, que pode-rá ser descarregado através do website da Anipla – www.anipla.com

A LeiA publicação da Lei nº 26/2013 veio regular as ativi-dades de distribuição, venda e aplicação de produ-tos fitofarmacêuticos (PFs) e dos seus adjuvantes. Embora grande parte da atividade de comercia-lização e utilização destes produtos se encontrar legislada há muitos anos, através do DL 173/2005 (agora substituído pela nova lei), esta nova le-gislação vem estabelecer regras em áreas es-pecíficas como a aplicação área, a aplicação em zonas urbanas, de lazer e em vias de comunica-ção. Acrescenta ainda exigências às atividades de comercialização e aplicação profissional de PF, mais concretamente ao nível da formação, transversal a todas as áreas que integram a Lei nº 26/2013, assim como a promoção e desenvol-vimento da proteção integrada e de abordagens técnicas alternativas com vista à redução da de-pendência dos PFs.

Desde que a DGAV (Direção Geral de Alimentação e Veterinária) iniciou a realização dos seminários para divulgação da Lei 26/2013 e do Plano de Ação Nacional, em Setembro de 2013, a Anipla tem participado ativamente

em todos eles abordando os temas do uso ilegal de produtos fitofarmacêuticos e da segurança na utilização dos produtos, enquadrada no Projeto Cultivar a Segurança.

A sua implementação prática engloba o Plano de Ação Nacional (PAN) já publicado, o qual define medidas e indicadores nacionais para o cum-primento das metas estabelecidas nas áreas de redução de risco e impacto dos PF na saúde humana e no ambiente, estabelecendo também a forma de monitorizar e divulgar a informação junto dos utilizadores destes produtos.

A ANIPLA considera que a presente legislação é estruturante para a agricultura nacional. Contu-do, importa realçar a necessidade de criar condi-ções efetivas para o seu cumprimento, pois nal-gumas áreas as condições e os prazos definidos para aplicação das novas exigências são dema-siado curtos para as reais necessidades a nível nacional.

Em relação ao seu impacto para o setor fitofar-macêutico, entendemos que a crescente profis-sionalização dos nossos agricultores só poderá beneficiar o setor e a agricultura nacional, sendo, no entanto, essencial criar condições para a exe-quibilidade das medidas patentes no PAN.Cabe aqui dizer que, grande parte das medidas implícitas no novo quadro regulamentar, tais como o aumento do conhecimento sobre as boas práticas na utilização dos PFs, são há muito de-senvolvidas pela Indústria. Sensibilizar o agricul-tor para uma utilização sustentável dos PFs é um dos objetivos da Anipla, coincidente com alguns objetivos da Lei 26/2013.

A verdade é que, atualmente, os agricultores/aplicadores são cada vez mais profissionais e estão sensibilizados para a necessidade de usar corretamente os produtos. Sabem que o seu uso em excesso não lhes garante maior proteção das suas culturas, aumenta os seus custos de pro-dução e prejudica a comercialização dos seus produtos agrícolas. Em simultâneo, a formação obrigatória dos agricultores e a sensibilização desenvolvida pela Indústria Fitofarmacêutica, tem contribuído para melhorar o seu grau de co-nhecimento dos produtos.

Fito_Tema

Ao longo dos últimos 12 meses, a Anipla percorreu cerca de 9.000 km para colaborar com os 15 seminários já realizados junto de cerca de 2.300 participantes.

A volta a Portugal com a Lei 26/2013

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

A atividade da ANIPLA e das empresas associadas, junto dos agricultores, reve-la-se nas suas inúmeras ações de for-mação, divulgação de informação técnica e promoção de reuniões técnicas. Nas campanhas de informação e sensibiliza-ção junto dos agricultores, sobre o cum-primento das boas práticas agrícolas, por vezes desenvolvidas em colaboração com o Ministério da Agricultura, a ANIPLA tem a preocupação de passar todo o seu conhecimento técnico e cientifico e dis-ponibilizar as ferramentas necessárias à prática de uma agricultura sustentável e profissional, que respeite a saúde huma-na e o ambiente.

Como exemplo dessa preocupação, des-tacamos o desenvolvimento da campa-nha contra o uso ilegal de produtos fito-farmacêuticos, do Projeto TOPPS, que divulga as boas práticas para a proteção da água (www.topps-life.org) e do Projeto Cultivar a Segurança (www.cultivarase-guranca.com) cuja atividade, desde 2005, visa aumentar a segurança do Aplicador de PF, do Consumidor e do Ambiente, promovendo as Boas Práticas Agrícolas

defendidas pela Indústria, entre as quais se in-clui o respeito pelos limites máximos de resíduos oficialmente estabelecidos. Ainda integrada nesta iniciativa, através da assinatura de um protoco-lo com o ICNF, na área Business&Biodiversity, a ANIPLA promove a salvaguarda da Biodiversidade a e divulga a importante relação entre biodiversi-dade e agricultura.

Efetivamente, a agricultura tem uma importância fulcral na produção de alimentos e na preser-vação dos recursos naturais. A prática de uma agricultura segura e profissional representa uma mais-valia para a qualidade de vida dos portugue-ses, quer no acesso a produtos agrícolas frescos de qualidade, fundamentais a uma alimentação saudável, quer enquanto guardiões de um am-biente de qualidade.

Ao nível da Distribuição, a Indústria participa, apoiando, sensibilizando e formando os seus distribuidores de forma a atuarem responsavel-mente disponibilizando, sempre que possível, as ferramentas necessárias ao cumprimento das exigências nacionais.

António Lopes Dias, Diretor Geral do Valorfito

Paulo Cruz, Secretário Geral da Anipla

Destacamos ainda a criação do Sistema Va-lorfito – Sistema de gestão dos resíduos de embalagens vazias de PF, que conta já com mais de 800 Pontos de Retoma, cobrindo todo o país.

Ao esforço de garantir a segurança na utili-zação dos nossos produtos tem necessaria-mente de se aliar a introdução no mercado de novas e inovadoras soluções fitofarmacêuti-cas. Cada vez mais a Indústria procura res-ponder às necessidades de uma agricultura em evolução, e lidera esse processo, através da pesquisa de novos produtos e novas tec-nologias, economicamente viáveis, capazes de garantir eficácia em relação aos inimigos das culturas, e que em simultâneo respeitam o Homem e o Ambiente. É portanto necessá-rio, que as autoridades nacionais, a par com a implementação da Lei nº 26/2013, viabilizem novas e avançadas soluções na proteção das culturas em Portugal, permitindo aos nossos agricultores manter a competitividade a nível europeu.

Fito_Tema A volta a Portugal com a Lei 26/2013

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

In_Anipla

Alterar mentalidades e formas de agir revela-se, quase sempre, um processo difícil e demorado. Apesar das intensas preocupações e tentativas da Indústria em travar a atividade de utilização ilegal de produtos fitofarmacêuticos não autorizados em Portugal, a verdade é que esta atividade não dimi-nuiu no nosso país.

A Indústria Fitofarmacêutica tem tentado, de for-ma constante e insistente, alertar os agricultores, distribuidores e entidades fiscalizadoras para os perigos da utilização ilegal de produtos, nomeando situações que podem por em risco a saúde huma-na, as produções agrícolas e a confiança dos con-sumidores e importadores dos produtos agrícolas.

Os alertas dados têm sido veiculados pela Indús-tria através dos canais que são por nós criados ou disponibilizados por outras entidades. Mas…

concluímos que o fraco efeito que tem na prática nos leva a repensar na melhor forma de transmitir esta mensagem, tão importante para a segurança dos nossos agricultores, suas culturas e consumi-dores.

A decisão impulsiva e pouco cautelosa de utilizar produtos ilegais, remete para 2º plano o mais im-portante – A SEGURANÇA.

A verdade é que as consequências da utilização de produtos ilegais, também por razões de rotu-lagem inadequada, acarretam riscos em termos de saúde humana (quer do aplicador, quer do consumidor) e ambiente. Muitas vezes pensamos no consumidor como alguém exterior ao nosso mundo mais próximo e esquecemos que a nossa família direta e nós próprios fazemos parte desse grupo. Quando se utilizam produtos Ilegais a nos-

sa família, enquanto consumidora pode estar está em perigo – Será que vale a pena arriscar?

Um dado positivo é o facto de, em 2014 a fiscaliza-ção, quer nacional quer europeia, estar mais ativa e efetiva na deteção de casos de comércio ilegal de PF, nomeadamente em Portugal e Espanha, onde têm sido veiculadas notícias de casos con-cretos, cujos resultados levaram não só à apreen-são da mercadoria, como também ao julgamento dos intervenientes criminosos.

Para além da Campanha que temos vindo a de-senvolver em conjunto com a Groquifar, e do re-forço dos contactos com as entidades fiscalizado-ras, a Indústria Fitofarmacêutica vai utilizar todos os meios ao seu dispor para manter o alerta, ex-tremamente importante, da necessidade de TRA-VAR A COMERCIALIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO ILEGAL DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS, PELO BEM DA SAUDE DE TODOS NÓS!

Como poderemos acabar com a comercialização e utilização ilegal de produtos fitofarmacêuticos?

Comissão de Agricultura Sustentável

UM CASO RECENTE

EMPRESA ESPANHOLA PROMOVE VENDA DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS ILEGAIS EM PORTUGAL

No passado mês de setembro, no recinto exte-rior da Feira Agroglobal, uma empresa espanho-la encontrava-se a fazer publicidade à venda de produtos fitofarmacêuticos não homologados em Portugal. Esta ação encerra uma dupla ilegalida-de: não só porque a utilização destes produtos no nosso território é ilegal, como também porque esta empresa não está licenciada para tal, ambas disposições contempladas na Lei 26/2013.Ao presenciar tal situação, responsáveis da ANI-PLA contactaram de imediato a DGAV (Direção Geral de Alimentação e Veterinária), chamando a atenção para o sucedido e para alertarem a GNR para esta situação.

A ANIPLA reforçou a queixa já efetuada também junto da ASAE, para que esta situação não seja esquecida e possam ser tomadas as medidas adequadas. A Indústria Fitofarmacêutica espera sinceramente que as entidades fiscalizadoras em Portugal ajam de forma célere e eficaz e que os prevaricadores sejam punidos de forma séria e efetiva.

ILEGALNÃO!

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura. In_Anipla

Responsabilidade AmbientalA prevenção e a reparação de danos ambientais devem ser efectuadas mediante a aplicação do princípio do poluidor-pagador, e em consonância com o princípio do desenvolvimento sustentável. Estes aspectos foram traduzidos em legislação comunitária através da Directiva de Responsabi-lidade Ambiental (Diretiva 2004/35/CE).

O princípio fundamental da presente directiva é o da responsabilização financeira do operador cuja actividade tenha causado danos ambientais ou a ameaça iminente de tais danos, a fim de induzir os operadores a tomarem medidas e a desenvol-verem práticas por forma a reduzir os riscos de danos ambientais.

ÂmbitoO Decreto–Lei n.º 147/2008, de 29 de julho (Diplo-ma da Responsabilidade Ambiental) alterado pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro, pelo Decreto-Lei n.º 29-A/2011, de 1 de março e pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, de 14 de março, estabe-lece o regime jurídico da responsabilidade por da-nos ambientais e transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º 2004/35/CE, do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, que aprovou, com base no princípio do poluidor--pagador, o regime relativo à responsabilidade ambiental aplicável à prevenção e reparação dos danos ambientais, com a alteração que lhe foi in-troduzida pela Diretiva n.º 2006/21/CE, do Parla-mento Europeu e do Conselho, relativa à gestão de resíduos da indústria extrativa e pela Diretiva 2009/31/CE do Parlamento Europeu e do Conse-lho, de 23 de Abril, relativa ao armazenamento geológico de dióxido de carbono.

O regime da responsabilidade ambiental aplica-se a:

• Danos ambientais, nos termos do definido na alínea e) do n.º 1 do art. 11.º do diploma;

• Ameaças iminentes desses danos, definidas na alínea b) do n.º 1 do art. 11.º do diploma;causados em resultado do exercício de uma qual-quer atividade desenvolvida no âmbito de uma atividade económica, independentemente do seu carácter público ou privado, lucrativo ou não, abreviadamente designada atividade ocupacional.

Responsabilidade ambiental

No 1º semestre de 2014, as vendas de produtos fito-farmacêuticos totalizaram 79,383 milhões de euros, representando um acréscimo de 6,5% relativamente ao mesmo período do ano anterior.

Apesar da climatologia do 1º semestre deste ano, caracterizada por um Inverno chuvoso seguido duma Primavera igualmente húmida, as vendas de Fungi-cidas sofreram uma ligeira queda de -0,6%. Os sto-cks elevados que vinham dos dois anos anteriores, terão determinado este comportamento. Na Vinha, registou-se pressão de míldio, sobretudo a partir da floração que exigiu da Viticultura o recurso a trata-mentos que duraram até ao final do ciclo. Na Fruticultura também ocorreu pressão de pedrado e no Tomate a pressão de míldio foi considerável e prolongou-se até ao final do ciclo da cultura.

Os Inseticidas apresentaram uma subida de 6,2%. As vendas de Inseticidas de solo, assim como os produ-tos orientados para o controlo de pragas das pomói-

6,5

Mercado de fitofarmacêuticos cresce 6,5% no 1º semestre de 2014

deas e das solanáceas, tais como o bichado, a Tuta absoluta e o Epitrix similares, entre outras, foram decisivas para esta subida.

A maior subida foi a dos Herbicidas com uma evo-lução de 14,3% comparativamente ao período ho-mólogo de 2013. O Inverno chuvoso contribui deci-sivamente para o aumento de consumo de glifosato, assim como a subida de preço deste produto. A con-juntura favorável relacionada com a cultura do Milho alavancou a venda de Herbicidas, particularmente a dos pré-emergentes. O segmento dos Herbicidas para Batata/Hortícolas também contribuiu de forma relevante para o aumento de vendas desta família.

O mercado em análise refere-se às vendas efetuadas no canal distribuição e tem como perímetro o con-junto de empresas associadas da ANIPLA, que não representam o mercado total nacional de consumo de produtos fitofarmacêuticos.

+

Comissão de Dados e Estatística Comissão de Produção e Logística

FungicidasInsecticidasHerbicidasDiversosTotal

32,0315,8128,732,8179,38

-0,6%6,2%14,3%22,7%6,5%

VALORES DE MERCADO (Acumulados a Junho de 2014)

Mercado Segmentos

Valor(milhões euros)

Variação %(1)

(1) A variação refere-se a igual período do ano anterior.

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

Obrigações dos Operadores / Garantias Financeiras

Os operadores abrangidos pelo Anexo III do Di-ploma RA, excetuando os que já se encontrem registados no SIRAPA, deverão efetuar o preen-chimento da tabela, base de dados_actividades ocupacionais, disponibilizada no site da Agência Portuguesa do Ambiente, e proceder ao seu envio para o endereço de email: [email protected]

Deverão adicionalmente constituir garantias fi-nanceiras próprias que lhes permita assumir a responsabilidade ambiental inerente à actividade por si desenvolvida (de acordo com art.º 22º con-jugado com art.º 35º do Diploma RA).

Estas garantias financeiras (…), podem constituir-se através da subscrição de apólices de seguro, da obtenção de garantias bancárias, da participa-ção em fundos ambientais ou da constituição de fundos próprios reservados para o efeito (n.º 2 do art.º 22º), obedecendo ao princípio da exclusivida-de (n.º 3 do art.º 22º).Neste âmbito, deverão os operadores desenvolver os estudos necessários, que permitam, de uma forma fundamentada, coincidente com a realidade da sua empresa e com as características do meio envolvente, efectuar a caracterização da situação de referência e avaliar os riscos ambientais por forma a determinar o tipo de garantia a constituir, designadamente mediante a:

• identificação dos cenários de risco ambiental;• estimativa dos custos de reparação associados a cada cenário de risco; e

• caracterização “estado inicial” nas vertentes abrangidas por este regime (água, solo e espécies e habitats protegidos).

Impacto para o sector

A implementação desta legislação de caracter obrigatório tem impacto não só pelos respectivos custos de não cumprimento (eventuais coimas, sanções e penalizações previstas na legislação), como pelos custos associados da implementação de uma das medidas mais usuais de cumprimen-to, que é atraves da subscrição de um “Seguro de Responsabilidade Civil Ambiental”.

Salienta-se que apesar de não ter sido publica-da a portaria que define os montantes mínimos para efeito das garantias financeiras obrigatórias, este facto não desonera os operadores que exer-çam alguma das actividades listadas no anexo III do referido Decreto-Lei, da obrigação de, a par-tir de 1 de Janeiro de 2010, constituírem uma ou mais garantias financeiras. Este esclarecimento encontra-se publicado na área de FAQ do site da Agencia Portuguesa do Ambiente.

In www.apambiente.ptAPA - Instrumentos > Responsabilidade Ambien-tal (RA)

A União Europeia decidiu incluir no direito comuni-tário os critérios harmonizados de classificação e rotulagem de produtos químicos (GHS) criados no âmbito da ONU.

Esta decisão tomou forma com a publicação do Re-gulamento (CE) nº 1272/2008, de 16 de Dezembro (Regulamento CLP) que se aplica a todos os produ-tos químicos existentes no mercado, incluindo os produtos fitofarmacêuticos.

O Regulamento CLP vem alterar e revogar, de forma progressiva, a Directiva 67/548/CEE e a Di-rectiva 1999/45/CE relativas à classificação, emba-lagem e rotulagem de substâncias e preparações perigosas.

A nova classificação e rotulagem resultou tão so-mente de uma boa harmonização e nova forma de expressão das características já conhecidas. Os produtos mantêm a mesma composição, pro-priedades, qualidade e eficácia. A correspondên-cia entre os dois sistemas de classificação pode ser consultada no Anexo VII do Regulamento (CE) nº 1272/2008.

O que vai mudar

As alterações mais visíveis nos rótulos serão o aparecimento de novo grafismo e nova nomencla-tura, conforme referido de seguida.

Novo sistema de classificação e rotulagem de produtos fitofarmacêuticos

Comissão Técnica de Homologação

In_Anipla

Substituição dos actuais símbolos (laranja e preto), definidos na Directiva 67/548/CEE:

Pelos novos pictogramas (fundo branco com rebor-do vermelho):

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

Fito_GlobalUma Visão para o Futuro da EuropaInovando hoje, podemos enfrentar os desafios de amanhã

Um dos maiores desafios da sociedade é encontrar soluções sustentáveis para o crescimento populacional utilizando, da forma mais eficiente, os recursos naturais disponíveis. A União Europeia tem responsabilidade em ajudar a atingir este objetivo. No entanto, para a Europa se manter globalmente competitiva, criar postos de trabalho e ser líder em inovação agrícola, é necessário repensarmos a nossa abordagem na criação de regulamentação. Precisamos de um ambiente regulamentar que acolha a Inovação, em vez de a desestimular.

Substituição das Frases de risco (Frases R) por Advertências de perigo (Frases H) e das Frases de segurança (Frase S) por Recomendações de pru-dência (Frases P).

Directivas 67/548/CEE e 1999/45/CE Regulamento (CE) nº 1272/2008

Indicação de perigo (ex. Nocivo/Irritante) Palavra sinal (Atenção/Perigo)

Frases de risco - Frases REx. R38: Irritante para a pele

Advertência de perigo - Frases HEx. H315: Provoca irritação cutânea.

Frases de segurança - Frases SEx. S46: Em caso de ingestão, consultar imediatamente o médico e mostrar-lhe a embalagem ou o rótulo.

Recomendação de prudência - Frases PEx. P301+P310: EM CASO DE INGESTÃO: contate imediatamente um CENTRO DE INFORMAÇÃO ANTIVENENOS ou um médico.

O conteúdo das novas frases, apesar de algumas diferenças, mantém no geral semelhanças com as anteriores.

Alguns exemplos das alterações:

Quando vai mudar

A partir de 1 de Junho de 2015 todos os produtos fitofarmacêuticos colocados no mercado deverão obrigatoriamente passar a ser classificados, rotu-lados e embalados de acordo com o Regulamento CLP (novos pictogramas e frases). Esta mudança pode, no entanto, ser feita antes da-quela data.

Os produtos fitofarmacêuticos já colocados no mercado antes de 1 de Junho de 2015 em confor-

midade com a Directiva 1999/45/CE poderão conti-nuar a ser comercializados até 1 de Junho de 2017.

Chama-se a atenção para o facto de, devido à exis-tência deste período de transição, poder ser possí-vel encontrar no mercado simultaneamente produ-tos (ou o mesmo produto) rotulados de acordo com ambos os sistemas.

A partir de 1 de Junho de 2017 apenas poderão existir no mercado produtos rotulados de acordo com o Regulamento (CE) nº 1272/2008.

Para evitar riscos para os seres humanos e o ambiente respeitar as

instruções de utilização.

Utilize os produtos fitofarmacêuticos de forma segura. Leia sempre o rótulo e a informação relativa ao produto antes

de o utilizar.

Símbolo Pictograma

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FitoSíntese // A revista para quem pensa a agricultura.

A indústria fitofarmacêutica está empenhada em ajudar a construir uma Europa mais forte, contri-buindo para a sustentabilidade, para a eficiência dos recursos e para uma agricultura produtiva e competitiva.

Inovando hoje, podemos alcançar os desafios de amanhã. Para tal, a Europa necessita de desblo-quear o potencial de inovação através de uma melhor integração da ciência e da construção de políticas.

A ênfase europeia dada à legislação baseada no perigo, levou a um declínio significativo da parti-cipação da Europa no investimento em investiga-ção e desenvolvimento na proteção das plantas, limitando a disponibilidade de soluções para os agricultores europeus e tornando-os menos com-petitivos. Em vez disso, deveríamos favorecer as politicas baseadas na ciência sólida e numa abor-dagem risco/benefício.

Há várias décadas que os produtos fitofarmacêu-ticos têm melhorado o nosso modo de vida. No entanto, as razões evidentes para a sua utilização na agricultura raramente são discutidas, assim como os benefícios que nos trazem – alimentos saudáveis, de elevada qualidade a preços acessí-veis; estabilidade económica; eficiência de recur-sos; melhorias da biodiversidade – e que muitas vezes são tidos como garantidos. Como um fator-chave da prática da proteção integrada, os pro-dutos fitofarmacêuticos são essenciais para um sistema sustentável e uma agricultura produtiva.As instituições europeias e nacionais devem con-siderar as preocupações dos consumidores no que respeita à forma como os alimentos chegam até à nossa mesa e no que isso significa para nossas vi-das e para o ambiente. É necessário trabalharmos em conjunto para garantir que as pessoas conhe-cem os benefícios e riscos da tecnologia agrícola e a razão pela qual esta é essencial. Isto irá definir a base para um debate racional e equilibrado so-bre estas questões de grande importância para o nosso futuro sustentável.

Vamos trabalhar em conjunto

Num momento em que novos líderes europeus to-mam posse - Donald Tusk como novo presidente do Conselho Europeu e Jean Claude Juncker na qualidade de novo presidente da Comissão Euro-

peia, a indústria fitofarmacêutica desafia os novos decisores a agir para que a Europa se mantenha como líder mundial no que respeita à inovação, à criação de emprego e à produção sustentável. A visão da indústria para o futuro da Europa as-senta em cinco pilares:

InovaçãoAdotar o Princípio da Inovação na tomada de de-cisões, de modo a que a Inovação seja um fator a ponderar em todas as iniciativas legislativas. Só através do investimento em inovação poderemos sair da crise, criando novos empregos e mais ri-queza na Europa.

Ciência Mudanças na legislação e política sobre produtos fitofarmacêuticos, de modo a que as decisões se-jam tomadas com base numa avaliação cabal de riscos e benefícios e numa melhor coordenação entre os cientistas que estudam os riscos (Auto-ridade Europeia para a Segurança do Alimentos) e os políticos que tomam as decisões (Comissão Europeia e Estados-membros).

Produtividade e Competitividade AgrícolaA intensificação sustentável é a única forma de aumentar a produtividade e competitividade da agricultura europeia e de responder ao desafio de alimentar a crescente população mundial. A Comissão Europeia deve criar um departamento exclusivamente dedicado à competitividade e pro-dutividade agrícola, que seja consultado em todas as decisões com impacto na agricultura.

Regulamentação InteligenteA UE deve fazer um check-up à pesada regula-mentação sobre proteção das plantas e quanto à sua eficiência e impacto na inovação. Este le-vantamento deve servir de base à criação de um novo quadro regulamentar mais eficaz e “amigo” da inovação.

Políticas Consistentes A UE deve assegurar que as suas decisões (po-líticas, legislação) são consistentes internamen-te e internacionalmente, de modo a garantir um comércio justo e assegurar a competitividade da agricultura e indústria europeias.

Mais informações em: www.visionforeurope.eu

Fito_Agenda15 > 17 Out.Fruit AttractionIfema, Madrid, EspanhaSaber mais

18 > 23 Out.SIAL-Salão Internacional de Inovação AgroalimentarParis Nord Villepinte, França Saber mais

20 > 23 Nov.Portugal Agro- Feira Internacional da Agricultura e das RegiõesFIL - Parque das Nações, LisboaSaber mais

2 > 4 Dez.Vinitech SifelFeira Internacional de Equipamentos e Serviços das Fileiras Vitícola, Frutícola e HortícolaParque de Exposições de BordéusSaber mais

4 > 5 Dez.III Simpósio Nacional de FruticulturaUTAD, Vila RealSaber mais 20153 Fev.3º Conferência Europeia sobre Regulamentação de BiocidasSheraton Airport Hotel, Brussels

19 > 23 Jul.GreenSys2015Simpósio Internacional sobre Tecnologia e Gestão de EstufasUniversidade de ÉvoraSaber mais

24 > 27 Ago.Congresso Internacional sobre Proteção das PlantasBerlim, AlemanhaSaber mais

16 > 17 Out.I Congresso Nacional GroquifarLisboa Hotel Tivoli OrienteSaber mais

20 > 21 Nov.I Simpósio SCAPNovos Desafios na Proteção das PlantasAuditório do INIAV, Quinta do Marquês, OeirasSaber mais

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