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1 A REUTILIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS EM PORTUGAL WORKSHOP | IPQ | 22 maio 2018 UTILIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS a perspetiva da ERSAR Margarida Monte

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A REUTILIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS EM PORTUGAL

WORKSHOP | IPQ | 22 maio 2018

UTILIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS TRATADASa perspetiva da ERSAR

Margarida Monte

Page 2: A REUTILIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS EM PORTUGAL · A produção de águas residuais tratadas aptas para reutilização: ... Regras para a definição do traçado das redes fixas

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1. Enquadramento geral

2. Regulação económica da atividade de produção de águas residuais tratadas para reutilização

3. Atividades a desenvolver pela entidade gestora

4. Aspetos a ter em consideração na conceção e implementação do projeto de reutilização

ÍNDICE

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ENQUADRAMENTO GERAL1

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1. Reforçar os recursos hídricos disponíveis por meio de uma origem de águaalternativa

2. Reduzir a carga poluente rejeitada nos meios recetores

3. Aproveitar nutrientes presentes nas águas residuais tratadas

ENQUADRAMENTO GERAL

CONSER VAÇÃO

RECURSOS NATURAIS

USO EFICIENTE DA ÁGUA

ÁGUA RESIDUAL TRATADA

PNUEAPENSAAR

2020

VANTAGENS

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ENQUADRAMENTO GERAL

Possíveis utilizações de águas residuais tratadas

+ AFINAÇÃO

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ENQUADRAMENTO GERAL

Dados ERSAR

0,97%

1,24%

1,07%

1,30%

2014 2015 2016 2017

Utilização de águas residuais tratadasPortugal continental

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

7.000.000

8.000.000

9.000.000

10.000.000

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Volumes de água residual tratada reutilizadam3

Água residual tratada e fornecida a outras entidades

água residual tratada utilizada para uso próprio

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ENQUADRAMENTO GERAL

Dados ERSAR

Alta5.494.211 m3

82%

Baixa1.219.135 m3

18%

Água residual tratada utilizada para uso próprio em 2016

Alta1.091.052 m3

100%

Baixa773 m3

0%

Água residual tratada fornecida a outras entidades em 2016

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2005 2007 2010 20182015

ENQUADRAMENTO GERAL

Documentos que abordam o tema

ISO 16075NP 4434:2005

Guia Técnico 14 Recomendação revistaRecomendação 2/2007

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REGULAÇÃO ECONÓMICA DA ATIVIDADE

DE PRODUÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS

TRATADAS PARA REUTILIZAÇÃO

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REGULAÇÃO ECONÓMICA DA ATIVIDADE DE PRODUÇÃO DE

ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS PARA REUTILIZAÇÃO

DECRETO-LEI

152/97

ISO 16075:2015

ATIVIDADE

COMPLEMENTAR

Atividade que utiliza ativos afetos à atividade principal, otimizando a

sua rentabilidade.

A produção de águas residuais tratadas aptas para reutilização:

- não visa a satisfação de necessidades básicas da generalidade dos

cidadãos, não tendo de estar necessariamente sujeita a obrigações

de serviço público;

- ao contrário do serviço de tratamento de águas residuais, não pode

ser classificada como de interesse económico geral;

- não justifica a obrigação de disponibilização do serviço, nem direitos

de exclusividade territorial às entidades gestoras de sistemas

multimunicipais ou municipais, estando aberta à concorrência.

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REGULAÇÃO ECONÓMICA DA ATIVIDADE DE PRODUÇÃO DE

ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS PARA REUTILIZAÇÃO

RTA

REGULAMENTO TARIFÁRIO

DOS SERVIÇOS DE ÁGUAS

Em desenvolvimento

Atividade regulada com tarifa não regulada.

O RTA não vai definir um modelo tarifário para a atividade.

A definição da tarifa deve dar cumprimento aos seguintes princípios:

- deve garantir, pelo menos, a sustentabilidade económica e financeira

da atividade, devendo as tarifas praticadas assegurar a recuperação

dos investimentos e dos gastos incorridos pela entidade gestora na

prestação deste serviço, não onerando os outros serviços prestados;

TARIFA ART

CAPEX OPEX

- todos os custos e encargos da atividade devem ser refletidos no

projeto tarifário correspondente, incluindo uma quota parte de custos

comuns, de estrutura e custo do capital afeto à atividade;

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REGULAÇÃO ECONÓMICA DA ATIVIDADE DE PRODUÇÃO DE

ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS PARA REUTILIZAÇÃO

Os rendimentos tarifários projetados pelo operador são SUJEITOS A VALIDAÇÃO PRÉVIA PELA

ERSAR para assegurar a cobertura dos custos totais incorridos com esta atividade e garantir que

não há subsidiação cruzada com a atividade de saneamento.

A realização da atividade deverá merecer a AUTORIZAÇÃO DO CONCEDENTE OU ENTIDADE

TITULAR e a VALIDAÇÃO PRÉVIA por parte da ERSAR dos CONTRATOS a celebrar com os

utilizadores.

Está a ser estudada a possibilidade de ser atribuído um INCENTIVO económico à EG, que traduzir-

se-á na partilha dos eventuais lucros gerados.

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ATIVIDADES A DESENVOLVER PELA

ENTIDADE GESTORA3

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Avaliação da viabilidade do

projeto e aspetos contratuais

ATIVIDADES A DESENVOLVER PELA ENTIDADE GESTORA

Celebração prévia de contratos

Numa fase prévia, a entidade gestora pode celebrar contratos com os

potenciais utilizadores, de modo a assegurar procura suficiente para

recuperar investimentos.

Estudo de viabilidade

A entidade gestora deve apresentar à ERSAR um estudo de viabilidade

técnica, económica e financeira relativo ao projeto de produção e eventual

distribuição de águas residuais tratadas para fins compatíveis, de forma a

garantir a salvaguarda dos interesses dos utilizadores e da viabilidade

técnica e económica do projeto.

Contrato escrito

O serviço de fornecimento de águas residuais tratadas para reutilização

deve ser titulado por um contrato sujeito à forma escrita.

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Produção de água residual

tratada

ATIVIDADES A DESENVOLVER PELA ENTIDADE GESTORA

A Entidade Gestora é responsável por produzir e fornecer água residual

tratada com a qualidade compatível com o uso a que se destina e por

assegurar o controlo de qualidade da água residual fornecida até ao ponto

de entrega.

Tratamento de afinação

O tratamento de afinação adicional deve ser assegurado pela entidade

gestora responsável pela ETAR.

Existindo utilizadores que pretendam níveis de qualidade mais exigentes, a

afinação suplementar poderá ser realizada pela entidade gestora, sendo o

respetivo custo repercutido no utilizador, ou pelos próprios.

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ATIVIDADES A DESENVOLVER PELA ENTIDADE GESTORA

Cumprimento dos requisitos de qualidade

A Entidade Gestora é responsável por assegurar o cumprimento, no ponto

de entrega, dos requisitos de qualidade das águas residuais sujeitas a

reutilização.

Reporte de informação

Comunicar à autoridade ambiental, no âmbito do autocontrolo estipulado no

TURH, o volume de água residual tratada encaminhado para reutilização.

Deve garantir a existência de controlo operacional na linha de tratamento de

afinação da ETAR e no ponto de entrega para reutilização (se distintos).

Remeter os resultados analíticos aos utilizadores de águas residuais

tratadas, com a periodicidade estabelecida nas cláusulas contratuais.

Remeter ao Delegado Concelhio de Saúde, com a periodicidade que lhe for

solicitada, resultados do controlo de qualidade da água residual a reutilizar,

volumes fornecidos e utilizações a que se destinem.

Controlo de qualidade

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ATIVIDADES A DESENVOLVER PELA ENTIDADE GESTORA

Controlo de qualidade

Interrupção do fornecimento em caso de incumprimento

O fornecimento de águas residuais para reutilização deve ser interrompido

sempre que se verifique algum incumprimento dos parâmetros de

qualidade, ou se preveja que tal venha a acontecer.

Devem ser informados:

- os utilizadores de águas residuais;

- a entidade licenciadora;

- o Delegado Concelhio de Saúde.

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ASPETOS A TER EM CONSIDERAÇÃO NA

CONCEÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO

PROJETO DE REUTILIZAÇÃO4

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ASPETOS A TER EM CONSIDERAÇÃO NA CONCEÇÃO E

IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE REUTILIZAÇÃO

Sensibilização do público

Na conceção, planeamento e implementação de projetos de reutilização é

fundamental assegurar a sensibilização e informação do público-alvo de forma

atempada e esclarecedora.

Implementação do projeto

Conceção do projeto

Sinalização

Recomenda-se que as áreas em contacto com águas residuais

tratadas sejam sinalizadas com tabuletas de aviso.

No caso da rega de espaços verdes, e em zonas de fácil acesso

para pessoas, o limite da zona regada deve estar sinalizado por

meio de tabuletas, afastadas entre si de 100 m, no máximo, de

forma a que a sua leitura seja facilmente percetível aquando da

entrada na zona em causa.

Nos reservatórios, lagos, cisternas, hidrantes, torneiras, válvulas de descarga de fundo e

bocas de rega devem ser colocados avisos facilmente visíveis com o texto "Água não

potável".

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Quem presta o serviço de distribuição?

A distribuição de águas residuais (armazenamento, elevação e transporte) pode ser assegurada pela

Entidade Gestora ou pelo utilizador de águas residuais tratadas.

Como pode o serviço ser prestado?

O serviço pode ser prestado através de redes fixas ou de meios móveis próprios ou subcontratados.

Regras para a definição do traçado das redes fixas

‒ O traçado deve ser definido em função dos pontos de consumo;

‒ A rede deverá ser instalada de forma a que, em locais de cruzamento ou de instalação em paralelo de

condutas destinadas às águas residuais tratadas e de condutas de água para consumo humano, sejam

respeitados o posicionamento e os afastamentos mínimos impostos no Decreto Regulamentar n.º 23/95, de

23 de agosto, para os coletores de águas residuais;

‒ Os órgãos de comando e de controlo devem ser instalados de modo a impedir a sua operação por pessoas

estranhas à instalação;

‒ Devem ter-se em conta os tempos de retenção nas condutas e nos órgãos de armazenamento, de modo a

evitar a deterioração da qualidade da água residual para reutilização.

ASPETOS A TER EM CONSIDERAÇÃO NA CONCEÇÃO E

IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE REUTILIZAÇÃO

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A rede de distribuição de água residual tratada deverá ser

claramente identificada com a designação do líquido que

transporta e deverá ter uma cor distinta das tubagens de água

para consumo humano.

Recomenda-se a adoção da cor PÚRPURA para as tubagens e

acessórios do sistema de águas residuais tratadas.

ASPETOS A TER EM CONSIDERAÇÃO NA CONCEÇÃO E

IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE REUTILIZAÇÃO

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EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS

PARA REUTILIZAÇÃO

ÁGUAS DO TEJO ATLÂNTICO

CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA ÁGUAS DO VALE DO TEJO

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Obrigada!

[email protected]