a religião como meio de comunicação
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Enzo Pace inicia sua palestra com uma afirmação:
A possibilidade de se estudar os sistemas religiosos como sistemas elaborados de comunicação
OS PROPÓSITOS SÃO:
1- TRATAR A RELIGIÃO COMO SISTEMA E COMO PODER DE COMUNICAÇÃO.
2- RECONSTRUIR AS CONEXÕES CRIADAS PELA SIMBOLOGIA RELIGIOSA E OSAMBIENTES SOCIAIS QUE SE ALTERAM NO TEMPO E NO ESPAÇO.
O Método utilizado por Pace é o método genealógico também utilizado por Talal Asad (1993) em que se estuda genealogicamente o surgimento das três grandes religiões mundiais, como grandes famílias ligadas entre si por parentesco e fé, neste caso, a fé monoteísta.
Ainda segundo Pace esta fórmula traz um entendimento mais claro sobre as relações estruturais em suas fundações e em seus processos de construção.
O Interesse primário é analizar a improvisação na “ORIGEM”, isto é, o poder de comunicação; e paralelamente entender a “CONSTRUÇÃO DO SENTIDO” , ou “Sistematização” no tempo.
Pace define esta relação da seguinte maneira: “ o primeiro relaciona-se com o poder de comunicação, o segundo com a constituição e reprodução no tempo e no espaço de um sistema de sentido.
PRIMEIRO – superar a dicotomia entre a “modernidade” e a “tradição”. Se a religião é um sistema de comunicação, esta mesma pode ter funcionamentos diferentes na diversidade social em que é apresentada.
Exemplo:
A OFERTA E DEMANDA DOS BENS SIMBÓLICOS OU DE SALVAÇÃO.
Alguns sociólogos Estadunienses elaboraram umconceito chamado de “Economia Religiosa”. Esteparadigma de um lado confronta a “Religião quese forma em meio á conflitos sociais”, com a“Religião que se forma devido a demanda domercado”. Não é este o modelo que Enzo adotaneste trabalho, este paradigma apenas nosmostra que os significados de uma religião emsua universalidade são influenciados sim pelomeio que tem sua origem e que desenvolve suasistemática.
Entender a Religião como meio de comunicação evita entender “O Conceito que a Religião se decompõe em diferentes dimensões”.
A Religião não se desfaz, mas se transforma subjetivamente de acordo com seu meio.
Exemplos: Em pesquisas realizadas são encontradas diversas visões
da religião:a) Praticantes da “religião” que não acreditam no conjunto
total de doutrinas ensinadas.b) Praticantes que se dizer ter a experiência, mas não se
sentem parte do todo.c) Praticantes que subjetivam a tradição consolidadada
pela escolha individual em “praticar ou não praticar”.A conclusão de tais posicionamentos é que a maioria dos
entrevistados em pesquisas empíricas não compreendem a “ sua religião”.
Pace traz uma compreensão que parecer ser o que descreve por exemplo o atual “neo-pentecostalismo”:
“Se a estrutura profunda da religião está dominada pela “pura palavra” capaz de fixar ou remover os limites simbólicos dos universos de sentidos dos indivíduos e dos grupos sociais, então se trata de estudar como atua a força da palavra, segundo as condições sociais e históricas em que uma ou mais religiões devem ser observadas”.
O Paralelismo da compreensão “Origem” e “Tempo” é a maneira de se evitar a terceira armadilha: “ A Busca pela definição Existencialista” que defina de uma vez por todas a essência da religião (Lambert, 1991).
“ A Busca da Religião é a busca da resposta existencial”
(F.Maia).
Para isto, Pace diz que: “ é preferível considerar as religiões como sistemas vivos que evoluem”. Para ele, a comunicação significa elaborar um código que pode transformar as diferenças “externas” em “internas”.
Além da dicotomia “modernidade” e “ tradição”, existe as dicotomias “primitivo e evoluído” e “ simples e complexos”.
Esta quarta armadilha leva a pensar em uma “melhora das formas” de comunicação, sendo que a realidade é que, no processo de transformação o “evoluído e complexo” nos parece ser o vencedor.
Isto também nos parece ser o desenvolvimento normal da comunicação, já que o evoluído é mais atraente, mesmo não sendo compreendido por sua complexidade.
O ponto de vista então adotado por Enzo é o mesmo caminho que Max Weber levou a cabo em seu tratado de “Sociologia das Religiões”.
O método de Weber é o “includente”, onde a análise circular inicia-se apartir de uma massa de informações, criando métodos abstratos que Weber chamava de “tipos ideais” e por fim volta-se ordenando as informações para apartir daí interpretá-las á luz dos modelos.
Apartir de tantos modelos Enzo define os fundamentos de sua pesquisa em dois pontos:
1- A Origem do credo religioso
2- O Processo da construção do sistema
Esta base de pesquisa fundamenta as duas dimensões principais da hipótese teórica:
A) A religião antes da religião
B) A religião observando a si mesma
Segundo Pace, toda religião tende a ser representada não só como diferente da outra, mas também em virtude da pretensão legítima de conter em si a verdade, a julgar-se superior, mais completa, mais verdadeira em relação a outra, a todas as outras.
Observar como uma religião observa a si mesmo, evita a imaginá-la como um universo de crenças, carente das crenças de outra religião.
Pace , ainda define que a hipótese atua justamente em um terreno onde estão presente diversos estratos, ou melhor, níveis de crenças precedentes que a religião “reinterpreta”, modificando quantas vezes necessário, seus significados e os oferecendo como um novo horizonte de sentido.
Desta maneira não há como negar que toda religião é afetada pelo sincretismo, onde a intensão é dominar a complexidade para que o fim seja a ordem da estrutura constituída pelo tempo.
A RELIGIÃO SEMPRE SERÁ COMO O HOMEM VÊ A DEUS
A VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE SEMPRE SERÁ COMO DEUS VÊ O HOMEM
PORTANTO NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE SERMOS ESPIRITUAIS SEM ANTES COMPREENDERMOS COMO DEUS NOS COMUNICA SUA VISÃO DO HOMEM, ISTO É, DE NÓS MESMOS.
A RELIGIÃO É O DESBRAVAMENTO HUMANO EM BUSCA DE DEUS
JESUS É O DESBRAVAMENTO DE DEUS EM BUSCA DO HOMEM. (F.MAIA)
ALUNOS:
ALEXANDRE AUDIOSO
FERNANDO MAIA
BIBLIOGRAFIA:
NARRAR A DEUS – A religião como meio de comunicação. Enzo Pace.