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A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL- RAPS
E O CUIDADO INTEGRAL
BREVE RESGATE HISTÓRICO
A POLITICA NACIONAL DE SAUDE MENTAL
1980:
Inicia-se amplo processo de mobilização dos usuários, familiares e trabalhadores de saúde visando a mudança da realidade dos manicômios;
Que produziu importantes transformações, entre elas: pleno exercício de cidadania e participação ativa dos usuários formando redes com outras politicas públicas (educação, moradia, trabalho e cultura possibilitando circuitos de trocas nos territórios - abertura da sociedade para sua diversidade.
2001 – Lei 10.216 – redireciona o modelo assistencial em saúde mental
2011
Decreto presidencial 7508, que regulamenta a LOS nº 8.080/ 1990, garantiu ampliação da RAPS
Portaria 3.088, (23 DE DEZEMBRO DE 2011) Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de saúde (SUS).
Organização da RAPS
DECRETO Nº 7.508/11
Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.
Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
I - atenção primária;
II - urgência e emergência;
III - atenção psicossocial;
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
V - vigilância em saúde.
Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
• Rede de saúde mental integrada, articulada e efetiva nos diferentes pontos de atenção para atender as pessoas em sofrimento e/ou com demandas decorrentes dos transtornos mentais e/ou do consumo de álcool, crack e outras drogas;
• Deve-se considerar as especificidades loco-regionais;
• Ênfase nos serviços com base comunitária, caracterizados por plasticidade de se adequar às necessidades dos usuários e familiares e não os mesmos se adequarem aos serviços;
• Atua na perspectiva territorial, conhecendo suas dimensões, gerando e
transformando lugares e relações.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DIRETRIZES
• Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas;
• Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;
• Combate a estigmas e preconceitos;
• Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
• Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas;
• Diversificação das estratégias de cuidado;
• Desenvolvimento de atividades no território, que favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania;
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DIRETRIZES
• Desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos;
• Participação dos usuários e de seus familiares no controle social ;
• Organização dos serviços em rede de atenção à saúde, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado;
• Promoção de estratégias de educação permanente;
• Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas, tendo como eixo central a construção do projeto terapêutico singular.
• Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;
• Promover a vinculação das pessoas em sofrimento/transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção;
• Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Objetivos
•Unidade Básica de Saúde,
• Núcleo de Apoio a Saúde da Família,
•Consultório na Rua,
•Centros de Convivência e Cultura
Atenção Básica em Saúde
•Centros de Atenção Psicossocial, nas suas diferentes modalidades; Atenção Psicossocial Estratégica
•SAMU 192,
•Sala de Estabilização,
•UPA 24 horas e portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro, Unidades Básicas de Saúde
Atenção de Urgência e Emergência
•Unidade de Acolhimento
•Serviço de Atenção em Regime Residencial CT´s
Atenção Residencial de Caráter Transitório
•Enfermaria especializada em Hospital Geral
•Serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas
Atenção Hospitalar
•Serviços Residenciais Terapêuticos
•Programa de Volta para Casa
Estratégias de Desinstitucionalização
•Iniciativas de Geração de Trabalho e Renda,
•Empreendimentos Solidários e Cooperativas Sociais
Estratégias de Reabilitação Psicossocial
Componentes da Rede de Atenção Psicossocial
CONSTRUINDO O CUIDADO
COMPREENDENDO O SOFRIMENTO CADERNO DA ATENÇÃO BÁSICA
A partir de Cassel
• PESSOA – SOFRIMENTO – CUIDADO
• Sofrimento x doença
O que é uma pessoa?
• Vida passada
• Vida futura
• Vida familiar
• Mundo cultural
• Ser político
• Diferentes papéis
• Vida de trabalho
• Vida secreta
• Necessidade de automanutenção, auto cuidado e de lazer...
A constituição de uma pessoa
• À medida que as pessoas interagem com os ambientes em que vivem, essas esferas que compõem as pessoas, vão se constituindo e formando sua própria história, cada uma seguindo uma dinâmica própria com regras e parâmetros para um modo de viver específico.
• Paralelamente, as esferas se influenciam umas às outras, e cada uma ao conjunto que é a pessoa, ou seja, embora autônomas, são interdependentes.
O que é sofrimento?
• É sobre essa pessoa complexa que emergem os fenômenos que denominamos de doença.
• Podemos entender a doença como sendo o surgimento de uma nova dimensão. Que irá influenciar todas outras esferas, de acordo com as relações que se estabelecerem entre elas.
• Vivência da ameaça de ruptura de unidade/ identidade da pessoa.
O que é sofrimento?
• Sofrimento não é o mesmo que dor, embora dor possa levar a um sofrimento, mas não é qualquer dor que nos faz sofrer. Da mesma forma, o sofrimento não equivale a uma perda, embora as perdas possam, ocasionalmente nos fazer sofrer.
O que é o cuidado?
• Em cada encontro com a pessoa que sofre, devemos dar atenção ao conjunto dessas esferas, em uma abordagem integral, e assim identificar quais transformações ocorreram, como cada mudança influi em cada uma das esferas, quais correlações estão estagnadas ou ameaçadas.
• Da mesma forma devemos identificar que esferas ou relações propiciam mais movimento, estabilidade e coesão ao conjunto.
O que é o cuidado?
• Dessa forma será possível elaborar estratégias de intervenção em algumas ou várias dessas esferas.
Plano Terapêutico Singular- PTS
O que é o cuidado?
• PTS: plano de ação compartilhado composto por um conjunto de intervenções que seguem na intencionalidade do cuidado integral. – Deve ser elaborado com: usuário
– Sempre provisório, porque o usuário estará sempre em transformação
Saúde Mental na Atenção Básica
Ferramentas de trabalho em saúde mental-
Relação
Acolhimento; Escuta; Continência; Acompanhamento
Saúde Mental na Atenção Básica
Deslocar o olhar da doença para o cuidado, para o alívio e a ressignificação do sofrimento e para a potencialização de novos modos individuais e grupais de estar no mundo aponta na direção de concepções positivas da saúde mental:
• Novos modos de grupalidade
• Valorização da criatividade
• Utilização do tempo livre
• Consciência social (crítica)
Saúde Mental na Atenção Básica
Território: fundamento do organização da AB;
Lugar onde as pessoas vivem e constituem suas
subjetividades- relações.
AB, por meio do desenvolvimento de tecnologias leves e intervenções que possibilitem a configuração/ desconfiguração/ reconfiguração dos territórios individuais e coletivos
Finalidades do projeto
• Quebra da logica do “especialismo” na atenção em saúde mental;
• Qualificar o debate sobre atenção em saúde junto a sociedade;
• Convergência da atenção envolvendo diversas áreas e setores;
• Mudanças paradigmáticas;
• Promover a ampliação da RAPS em seus propósitos.
Bibliografia
• Cadernos de Atenção Básica: saúde mental, número 34. Brasília- DF, 2013
Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras
Drogas/DAET/SAS/MS
61- 3315 9144
Contatos