a raiz e os sintomas
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A raiz e os sintomas
Franciele Lorenzett e Fernando Floriano
Opiniões e posicionamentos desacompanhados de algum
embasamento ou argumento válido circulam em larga escala pelas
redes sociais e nas rodas de conversa. Atualmente, a redução da
maioridade penal é a pauta das abordagens.
Os crimes cometidos por menores parecem estar recebendo
destaque também da mídia, o que incita e exacerba a população, que
clama por justiça. Entretanto, colocar esses jovens infratores ainda
mais cedo no sistema prisional não garante a recuperação deles
como cidadãos.
Um mal sempre deve ser tratado pela raiz e não pelos sintomas
somente. Pensando dessa maneira, podemos responsabilizar tanto o
atual sistema educacional pela onda de menores infratores , bem
como a sucessiva desconstituição do modelo familiar. O sistema
prisional seria o último item, a “última salvação”, como forma de
correção e não o principio da mudança.
A família é a base para qualquer indivíduo. É na família que ele
aprende as primeiras e primordiais lições. Depois dessa, a escola se
coloca como peça integrante da formação do indivíduo. A redução da
maioridade penal seria defensável se, após o menor ter caminhado
através de um sistema familiar bem-constituído e uma educação
básica de qualidade, ainda se mostrasse indiferente às regras e leis
da sociedade.
Portanto, não basta jogar os menores à margem da sociedade e
simplesmente colocar uma grade entre eles e a população. Faz-se
necessário a priorização de uma base sólida na vida desses cidadãos
e a humanização da sua existência.