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A PRÁTICA DO FUTEBOL NA ESCOLA: intervenção por meio de atividades

lúdicas e jogos cooperativos.

Autor: Erisvaldo Quaresma de Morais

Orientador: José Carlos Mendes

RESUMO

O artigo intitulado a prática de futebol na escola: intervenção por meio de atividades lúdicas e jogos cooperativos pretenderam desenvolver encaminhamentos metodológicos para o conteúdo futebol, tido como um dos esportes mais populares e que tem representação significativa na vida das pessoas, podendo assim ser utilizado em forma de jogos cooperativos para melhorar a motivação dos alunos na participação das aulas de Educação Física escolar, a cooperação e o trabalho em grupo, melhorando assim o processo de ensino e aprendizagem de forma significativa. A proposta de intervenção foi realizada com alunos da6ª série A, do Colégio Estadual Barão do Rio Branco – Ensino Fundamental e Médio no município de Jesuítas – distrito de Carajá. Foi proposto ministrar um total de (21) vinte de uma aula, enfatizando a prática da modalidade de futebol na perspectiva de atividades cooperativas. As aulas foram ministradas durante (7) sete semanas letivas, sendo que (4) quatro aulas tiveram um enfoque teórico sobre o projeto e seus objetivos, assim como, esclarecimentos sobre o futebol e jogos cooperativos, (15) quinze aulas foram de prática efetiva da modalidade esportiva em questão e (2) duas aulas direcionadas ao processo avaliativo da proposta vivenciada. Para as aulas práticas, foram ministradas durante (5) cinco semanas letivas, com jogos que envolveram os princípios básicos de funcionamento da modalidade futebol, porém enfatizou-se a cooperação e os resultados coletivos. Ainda foram destinadas (2) duas aulas para os procedimentos avaliativos do material didático utilizado com os alunos. Como resultados foram constatados a melhoria na participação dos alunos, a superação das dificuldades e limitações e ainda a melhoria dos resultados da turma como um todo em comportamento, participação, respeito mútuo e também os resultados quantitativos em nota e aprovação, como foi constatado no resultado de Conselho de Classe.

Palavras-chave: Futebol na Escola; Jogos cooperativos; atividades lúdicas,

aprendizagem.

__________________

¹Pós graduado em Educação Física, Licenciado em Educação Física. Colégio Estadual Barão do Rio Branco, – Ensino Fundamental e Médio. Jesuítas, distrito de Carajá /PR Professor PDE. Email: [email protected] ²Mestre em Educação Física Licenciado em Educação Física. Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Toledo/PR. Professor. Email: [email protected]

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INTRODUÇÃO

O futebol, pelo fato de ser um dos esportes mais populares e representar

significativamente às práticas consumistas e competitivas da atualidade, à medida

que o imaginário coletivo fortalece a idéia que os meninos pobres podem conseguir

ascensão social e financeira por meio dele, muitas vezes, fortalecida pela mídia por

meio de campanhas publicitárias e fortalecimento da imagem dos jogadores de

futebol profissional como heróis nacionais.

Notoriamente, a prática do futebol de campo no âmbito escolar, muitas

vezes, reflete tais ideologias, contribuindo para uma prática excludente em que só

há vaga para os melhores, conseqüentemente, os alunos menos aptos permanecem

num plano secundário, mesmo que sem intencionalidade do professor que ministra

as aulas.No entanto, o futebol faz parte dos conteúdos a serem ministrados no

âmbito escolar, primeiro por seu caráter popular, e segundo por seus possíveis

benefícios que sua prática poderia oportunizar, como:

Diminuição da gordura corporal, manutenção do peso, aumento da força e da massa muscular, aumento da densidade óssea, melhora da resistência cardiovascular, ou seja, favorece o trabalho de vários sistemas do corpo como o digestivo, o imunológico, o nervoso, o muscular, o esquelético, o endócrino e o respiratório, ativando as suas funções. Reduz o risco de várias doenças como as cardíacas, diabetes, pressão alta e etc, eliminam o estresse e a ansiedade. Diminui a freqüência cardíaca em repouso. Melhora a flexibilidade, a coordenação, a mobilidade articular, o reflexo, a agilidade e a concentração. Estimula a circulação sanguínea. Trabalha principalmente os músculos das panturrilhas, coxas, glúteos, costas e abdome. Aumenta a socialização, afinal é um esporte coletivo (SOUZA, 2002, p.1).

A autora ainda ressaltou que, o futebol enquanto uma modalidade esportiva

coletiva pode ser de grande valia no processo formação do cidadão, especialmente,

se estimulado de forma adequada para a Educação Física Escolar.

Neste enfoque, tornar-se-ia necessário oportunizar a prática do futebol com

objetivos enfáticos numa formação para além da vida escolar, acreditando que a

prática possa promover vivências em situações que exijam a resolução de

problemas, espírito de liderança e cooperação. Assim, tornou-se necessário a busca

constante de encaminhamentos metodológicos alternativos.

Uma alternativa salutar na prática do esporte no âmbito escolar tem sido a

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aplicação de atividades com caráter essencialmente lúdico, especificamente, por

meio de jogos cooperativos, em que a oposição, quase sempre causadora da

competição exacerbada na prática esportiva, fica num plano secundário no

desenvolvimento destas atividades.

O lúdico, segundo Santos e Jesus (2011), tornou-se uma estratégia

insubstituível para ser usada como estímulo na construção do conhecimento

humano e na progressão das diferentes habilidades operatórias. Além disso, tornou-

se uma importante ferramenta utilizada para estimular o progresso pessoal e de

alcance de objetivos institucionais.

E, considerando que o conhecimento produzido na escola, muitas vezes,

poderia estar relacionado aos saberes empíricos adquirido, através do convívio

social, o professor torna-se o principal interlocutor do processo de ensino e

aprendizagem,desenvolvendo o papel de mediador entre o conhecimento e o aluno.

Nesta perspectiva, foi oportunizado o desenvolvimento de uma proposta de

prática do futebol de campo para alunos de uma 6ª série A, do Colégio Estadual

Barão do Rio Branco – Ensino Fundamental e Médio, por meio de atividades lúdicas

e jogos cooperativos que enfatizam as capacidades inerentes à prática do futebol,

alicerçados nas DCEs - Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação Física (2010),

visando à reflexão sobre o dia a dia da prática de esporte no âmbito escolar.

A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A PRÁTICA ESPORTIVA NO

ÂMBITO ESCOLAR

A história da disciplina de Educação Física revelou uma prática

excessivamente esportivizada ao longo dos anos, muito resistente na atualidade,

conseqüentemente, as aulas tornaram-se um ambiente favorável para o

desenvolvimento exacerbado da alta competitividade, incentivando o individualismo

e outros rótulos do esporte de alto rendimento, tendo em vista que, segundo

Lovisolo (2001,p.108)," a competição que se expressa em ganhar e perder é a alma

do esporte".

Em contrapartida, o quadro atual das propostas pedagógicas da Educação

Física reflete uma ampla evolução, ou deveria refletir, em relação aos períodos da

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influência militar, tendo em vista que, segundos os dados das DCEs (20010) no

Paraná, a corporalidade deveria ser o eixo norteador das praticas pedagógicas

atuais, enfatizando que o trabalho deve se organizar como:

[...] expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas, as quais pretendem possibilitar a comunicação e a interação de diferentes indivíduos com eles mesmos e com os outros, com seu meio social e natural. Essas manifestações baseiam-se no diálogo entre diferentes indivíduos, em um contexto social organizado em torno das relações de poder, linguagem e trabalho (PARANÁ, 20010, p.06).

Embora essa orientação aponte para o trabalho integral dos indivíduos,

Castellani Filho (1998, p.14) ressaltou a situação competitiva da Educação Física

nos documentos oficiais, mostrando assim a contradição presente no ensino.

Segundo este autor, o artigo 34 da LDB associa a Educação Física a uma

concepção competitiva e aleatória, de forma que a mesma não era, por muito tempo,

obrigatória nos cursos noturnos, conforme sua destacou sua fala “ a Educação

Física, integrada à proposta pedagógica da Escola,é componente curricular da

Educação Básica, ajustando – se às faixas etárias e às condições da população

escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.”

O autor afirmou que este artigo caracterizava a Educação Física associada à

capacitação física, no tocante ao ajuste à faixa etária, diminuindo o seu nível de

importância em relação às demais disciplina quando torna sua prática facultativa no

período noturno.

Atualmente, a atual LDB em seu art.37 estabeleceu que a disciplina de

Educação Física e os sistemas de ensino promoveriam em todos os níveis o

desporto educacional e as práticas desportivas não formais, tendo como objetivo a

formação integrais para a cidadania e o lazer, evitadas as características de

seletividade e competitividade de outras manifestações desportivas. No entanto,

percebeu-se que na prática durante as aulas de Educação Física, especialmente

com as modalidades esportiva, prevalece ainda uma prática com caráter

segregativo, esportivo e competitivo.

Apesar disso, os esportes, especialmente, os jogos desportivos ocupam um

lugar de destaque no currículo da educação física dos diversos níveis de

escolaridade, segundo CASCO (2001), o seu privilégio consiste na total sintonia de

sua prática com os processos desenvolvimentais vividos pelos alunos. Seus

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atributos dinâmicos correspondem ao desejo e ao prazer das crianças e

adolescentes em movimentar-se, estar junto, de medir/comparar competências e de

co-operar.

O autor ressaltou que esporte poderia promover a relação em todos os

níveis, daí ser um foco de interesse para a grande maioria dos alunos. Neste

sentido, cabe uma reflexão acerca dos modelos relacionais possíveis de serem

desenvolvidos no contexto das aulas de Educação Física e nas Escolas de

Esportes. Cabe contextualizar dentro de uma visão histórica, os valores que estão

presentes na formação dos profissionais do esporte e da Educação Física e

relacioná-los a uma perspectiva que promova a liberdade e autonomia da ação

individual e a cooperação como valor social.

Por sua vez, Graça (2002) alertou que, muitas vezes, a conjugação da

concepção didática com o currículo de múltiplas atividades de curta duração tem

amarrado o ensino dos esportes a um ciclo vicioso de iniciação permanente,

constituídas por duas agendas, desarticuladas entre si, que se desfolham

repetidamente em cada nova abordagem: a agenda das habilidades

descontextualizadas, normalmente associada a um esforço de instrução mais

sistemático por parte do professor, e a agenda do jogo formal, em geral de cunho

recreativo, que requisita as habilidades num contexto incomparavelmente mais

complexo e que pouco ou nada aproveita da exercitação das habilidades isoladas.

Por via de regra, os resultados de aprendizagem são pouco animadores, os

alunos evidenciam pouca evolução na execução das habilidades nas condições

mais simples e isso pouco ou nada acrescenta à sua capacidade de perceber e

atuar no jogo.

Neste sentido, Ennis (apud GRAÇA, 2002) criticou asperamente os efeitos

colaterais do currículo de múltiplas atividades, que se manifestam na apropriação do

jogo pelos rapazes mais capazes e mais agressivos e na segregação e alienação

das moças, em geral, e dos rapazes de baixo nível de habilidade. Estes efeitos

colaterais são, segundo a autora, resultado inevitável das características estruturais

do modelo curricular:

1. Pequenas unidades temáticas com períodos de instrução

mínimos

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2. Seqüências pedagógicas fracas ou inexistentes entre aulas,

unidades, e anos de escolaridade, que limitam a aprendizagem.

3. Pouca ou nenhuma exigência para aplicar tacticamente as

habilidades durante o jogo.

4. Pouca ou nenhuma instrução ou supervisão ativa do jogo

5. Poucas ou nenhumas medidas para equilibrar as oportunidades

de jogo para os alunos de nível baixo.

6. Exposição pública obrigatória da capacidade de jogo.

7. Controlo da aula exercida por figura(s) de autoridade central,

minimizando as oportunidades de autonomia, iniciativa pessoal e liderança

em turmas enormes.

Neste sentido, Mendes e Shigunov (2006 ) ressaltaram que na atualidade

tem-se constatado um aumento considerável nas discussões sobre as metodologias

de ensino dos jogos Esportivos coletivos, com inúmeros assuntos em debate,

principalmente nas abordagens pedagógicas utilizadas com crianças e jovens, o que

ocasiona muitas vezes os professores e técnicos se verem numa rua sem saída.

OS JOGOS E OS JOGOS LÚDICOS NA PRÁTICA DO FUTEBOL

Para Huizinga (2005, p. 2), o jogo “é uma categoria absolutamente primária

da vida, toda e qualquer atividade humana”. Para Kishimoto, (2003, p.16) ele pode

ser visto como “o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um

contexto social; um sistema de regras; e um objeto”.

Esta interação entre o mundo e as pessoas é a forma de conhecer e pode ser

obtida através do jogo. Neste sentido, Gioca (2001) abordou sobre uma concepção

do jogo na perspectiva Piagetiana como:

a construção do conhecimento, principalmente, nos períodos sensório motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas estruturam seu espaço, seu tempo, desenvolvem a noção de casualidade chegando à representação e, finalmente a lógica (p. 23).

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Neste sentido, o jogo seria, para a criança, uma forma de imitação,

assim,imitando o mundo adulto ela está treinando para a vida, num processo

contínuo. No jogo, há a possibilidade do teste constante de nossos esquemas

mentais. Conforme Macedo (1994, p. 124) é assim que os esquemas vão "pouco a

pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se

separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais

complexa."

Corroborando neste sentido, diferentes autores abordaram a prática do jogo

na vida humana, por exemplo, Kishmoto (apud MAIA et al, 2007), afirmou que o

jogo possui duas funções gerais essenciais: uma lúdica, que propicia a diversão, o

prazer e até o desprazer e outra educativa, em que ensina qualquer coisa que

complete o

indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e seu posicionamento com o mundo

Além das funções citadas, o jogo permite que à criança possa adquirir,

segundo Maia et al. (2007, p. 127):

• Valor experimental: exploração e manipulação;

• O valor da estruturação: construção da personalidade infantil

(retomando os esquemas de Piaget);

• O valor da relação: a criança em contato com seus pares e

adultos, com objetos e com o ambiente em geral.

• O valor lúdico: avaliar se os objetos possuem as qualidades que

estimulam a ação lúdica.

A partir dos diversos objetivos e funções os jogos ainda podem ser

classificados em diferentes categorias, por exemplo, Kishimoto (2003) os classificou

em jogos tradicionais infantis, os jogos de regras, jogos de construção e jogos de

faz-de-conta.

Neste contexto, a autora ressaltou que os jogos tradicionais seriam os que

resgatam o folclore e a cultura popular, os jogos de regras marcam a transição da

atividade individual para a socializada e não ocorre antes do quatro aos sete anos e

predomina no período dos sete aos quatorze anos (PIAGET, 1996). Os jogos de

construção destinam-se ao livre manuseio das peças para que a criança construa

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seu mundo, enquanto, os jogos de faz de conta podem ser considerados jogos

mestres de todos os outros, ou seja, o exercício pleno da imaginação.

Além desta categorização, os jogos, atualmente, são divididos em dois

grandes grupos: jogos competitivos e jogos cooperativos. Os jogos competitivos,

segundo Maia (2007, p 129), apoiando-se em alguns autores, seriam um elemento

importante na educação das crianças, tendo como fundamento de que assim

ficariam melhores preparadas para viverem num mundo competitivo como o nosso.

Todavia, as sociedades atuais estão levando esta idéia ao extremo, fator observável

na pós-modernidade, segundo Baumam (2008), conseqüentemente, muitas vezes,

as aulas de Educação Física tornam-se o exemplo clássico desta sociedade.

Por sua vez, os Jogos Cooperativos, apesar de estar inclusos na

categorização dos jogos tradicionais, eles enfatizam um novo enfoque, segundo

Brotto (2002, p. 47), a sua essência "começou há milhares de anos, quando

membros das comunidades tribais se uniam para celebrar a vida". Teixeira (2001, p.

12) classificou-os na seguinte perspectiva:

• Jogos Cooperativos sem perdedores: Nesses jogos

normalmente não se tem perdedores, todas as pessoas jogam juntas para

superar um desafio comum;

• Jogos Cooperativos de Resultado Coletivo: São formadas duas

ou mais

equipes que incorporam o conceito de trabalho coletivo por um objetivo ou

resultado comum à todos, sem que haja competição entre os times que

necessitam de alto grau de cooperação entre si, assim como, cooperar

coletivamente com os outros times para alcançar a meta;

• Jogo de Inversão: Esses jogos quebram o padrão de times fixos

e conseqüentemente mexem com a questão: Quem venceu? Trazem o prazer

pelo jogo e não pela vitória.

Segundo a autora, os jogos de inversão podem ser desenvolvidos de várias

formas, por exemplo, em forma de rodízio, em que os participantes trocam de times

em determinados momentos, como inversão do "Goleador": Quem faz ponto muda

de time, Inversão do placar: Os pontos são marcados para o outro time, entre outros.

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Nesta perspectiva, os jogos poderiam se tornar uma ferramenta útil no

processo de ensino das modalidades esportivas no âmbito escolar, especialmente,

os jogos cooperativos, a medida que, segundo Brown (1995), a partir de sua prática

poderíamos incentivar os alunos a superar desafios ou obstáculos e não para vencer

o outro, estimulando a participação de todos, em que as metas mais importantes são

as coletivas, e não as individuais.

Neste sentido, ao observar a prática do futebol no âmbito escolar, muitas

vezes, à forma de exercitação privilegia o caráter competitivo da modalidade,

criando expectativas consumistas para com a atividade. No entanto, a prática do

futebol nas aulas de Educação Física deveria compreender os objetivos da disciplina

em consonância com as possibilidades do jogo.

Neste contexto, a prática do futebol, segundo Júnior et al (2010) deveria

estimular nos alunos competências necessárias para a leitura crítica do mundo em

que vivemos, passa pela introdução desse aluno na esfera da cultura corporal do

movimento. Na premissa dos objetivos das DCEs (2010), a prática do futebol faz

parte da constituição de práticas corporais coletivas (PARANÁ, 2010, p. 57), assim,

a efetivação desta prática requer um novo profissional capaz de pensar nos alunos

como fundamentais para o pleno desenvolvimento da disciplina, associando-as aos

demais saberes didáticos, sobretudo na questão dos jogos, do lúdico e da

cooperação.

Neste sentido, faz-se necessário resgatar a dinamicidade e completude do

futebol como sinônimo de esporte e trabalhá-lo na perspectiva da cooperatividade.

Com este propósito, não se deve negar a projeção social da modalidade no mundo

atual, mas mostrar ao educando outras possibilidades de organização e fazer social,

também a partir do jogo.

A INTERVENÇÃO E SEUS RESULTADOS

Na referida proposta foram ministradas um total de (21) vinte de uma aula,

enfatizando a prática da modalidade de futebol na perspectiva de atividades

cooperativas. As aulas foram ministradas durante (7) sete semanas letivas, sendo

que (4) quatro aulas tiveram um enfoque teórico sobre o projeto e seus objetivos,

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assim como, esclarecimentos sobre o futebol e jogos cooperativos, (15) quinze aulas

foram de prática efetiva da modalidade esportiva em questão e (2) duas aulas

direcionadas ao processo avaliativo da proposta vivenciada.

Em relação às aulas práticas, foram ministradas durante (5) cinco semanas

letivas, com jogos que envolvem os princípios básicos de funcionamento da

modalidade futebol, porém enfatizou-se a cooperação e os resultados coletivos. (2)

duas aulas foram direcionadas aos procedimentos avaliativos do material didático

utilizado com os alunos, onde elaboraram e executaram atividades pertinentes aos

conteúdos desenvolvidos.

O desenvolvimento das aulas práticas ocorreu basicamente em dois

momentos distintos, inicialmente, foram oportunizadas atividades em situações de

vivência dos elementos técnicos do futebol de forma lúdica, como por exemplo,

utilização de jogos de perseguição e realização de ações de condução ou passes,

entre outros elementos. Em seguida ocorreu a prática de um jogo cooperativo que

atendiam aos aspectos específicos da modalidade de futebol, promovendo as

devidas adequações de regras necessárias para oportunizar a participação de todos.

Em relação à etapa referente às aulas teóricas, a turma foi dividida em 5

grupos, sendo que para cada grupo foi atribuído um tema relacionado no cotidiano

de sua vida e a possível relação com o futebol da seguinte forma: Futebol e

Sociedade, Violência no Futebol e no Cotidiano, Futebol e Educação, Futebol e o

Modismos e Futebol e a Saúde. A expectativa desta etapa incidiu sobre possíveis

discussões de problemas atuais da sociedade e suas relações com a prática do

futebol em diferentes âmbitos.

Assim, em relação ao tema o Futebol e a Sociedade, o grupo de alunos

apresentou aos demais que o futebol atingiu uma popularidade em todo mundo,

destacando que até em países que sua prática não era a mais popular entre as

modalidades esportivas daquela cultura, ocorreram investimentos milionários nos

últimos anos para sediar competições oficiais, como por exemplo, na África do Sul

em 2010.

Além disso, foi observado que os alunos identificaram que a prática do

futebol estava diretamente ligada a resistências tribais e que alguns clubes e

suas torcidas se orgulham de suas bandeiras e ideologias culturais, como por

exemplo, o mascote do Sport Club Internacional de Porto Alegre, o Saci personagem

folclórico brasileiro, mas que sua utilização na equipe de futebol era um manifesto

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contra a discriminação racial, tendo em vista que na maioria dos clubes de futebol do

Brasil os negros não podiam jogar, conseqüentemente, surgiram exemplos de

manifestação de racismo ocorridas na atualidade.

O estudo sobre futebol e sociedade nos permite entender a dimensão social,

que segundo Ribeiro (1994) exige uma percepção de sua dinâmica específica, que

sem dúvida não é a das classes sociais, do Estado, das religiões, dos sindicatos ou

dos partidos políticos, mas sim, a compreensão da dimensão social do futebol, deve

partir de uma descrição etnográfica densa, enunciando com o máximo de detalhes a

sua dinâmica. Além disso, o autor ressaltou que o futebol como um objeto poderia

contribuir significativamente para a renovação metodológica dos estudos

desenvolvidos pelas Ciências Humanas e Sociais, pois assim como outros temas ele

necessita ser compreendido na sua relação entre o que tem de específico de

sentimento, irracionalidade, paixão e o contexto social no qual ocorrem os fatos.

Em relação ao tema Violência no Futebol e no Cotidiano os alunos

apresentaram diversos relatos de recortes de jornais e revistas e construíram um

painel com destaque das notícias pertinentes ao tema. Inicialmente, percebeu-seque

até mesmo pela seleção brasileira, ícone de alegria e felicidade, ocorreu

manifestação de alegria versus tristeza; brincadeira versus violência no trânsito e

para muitos até brigas de intolerância.

Na apresentação do grupo ficou claro que a paixão e o amor pelo clube de

coração e pelo os carros podem gerar diferentes manifestações de adversidades de

sentimentos como alegria versus tristeza; brincadeira versus violência, em casos

extremos brigas generalizadas por intolerância a situações extremamente fúteis. Os

alunos relataram que a violência deve-se ao limite do imaginário com o real, em que

muitas vezes o grito de guerra de uma torcida vira ação concreta, como por

exemplo, após um jogo, os perdedores sentem-se humilhados e acreditam que de

alguma forma precisam vencer, conseqüentemente, a disputa extrapola os limites do

campo e segue pelas ruas do nosso País.

Além disso, os alunos compararam os atos de violência ocorridos nos

estádios antes, durante e depois de uma partida de futebol, com atos de violência

que ocorrem no trânsito após um dia de trabalho, algum motorista após manobra

arriscada causa algum acidente, os envolvidos, muitas vezes partem para via de fato

para resolver a situação.

Pezza (2012) enfatizou que a questão da violência tem uma única

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explicação que é o Homem, uma vez que ele se transformou numa bomba, armada

e sempre prestes a explodir, conforme relato:

Quando está só, este instinto assassino é bloqueado mais facilmente e o indivíduo suporta sem explodir e mostrar sua verdadeira face; quando se reúne em um grupo maior, como é o caso das torcidas, em especial as uniformizadas, existe o incentivo coletivo e sua parte sombria e assassina vem à tona. É como um lobo da mesma matilha, que quando um deles uiva dando o comando para atacar, todos os outros vão sem pensar. Nesta hora, o aparentemente pacato cidadão se transforma na besta raivosa, como no conto do médico e o monstro. Toda a sua frustração como ser humano, toda sua raiva contra tudo aquilo que o incomoda diariamente, subitamente vem à tona e ele se torna uma verdadeira fera. Parte da humanidade está dando mostras diárias de uma queda brutal e, no fundo, as pessoas estão se acostumando a ela (PEZZA, 2012, p.2).

O terceiro Grupo, foi orientado a buscar através de coleta de materiais sobre

o Futebol e a Educação, logo após os alunos, reuniram-se e separam os temas,

montando dois cartazes, um grupo apresentou o cartaz sobre o “jogador Neymar

com 18 anos, que conclui ate o 1º ano do ensino médio, e com seu talento ganha um

milhão de reais por mês. Um absurdo. O futebol é assim mesmo”.O outro grupo

apresentou cartaz que mostrava a necessidade de estudar, para ser médico,

professor, e outros profissionais, sendo necessário estudar uma eternidade e ainda

sem grandes possibilidades de ganhar um milhão de reais por mês.

Neste contexto, os alunos relataram que a educação vive em decadência e

vem sendo alvo constante de marginais se infiltrando nas instituições e

comercializando drogas, agressões contras diretores, professores e alunos, escolas

em ruínas, descasos com alimentação e transportes escolares. Assim, a prática

competitiva do futebol, muitas vezes, torna-se uma saída para as classes menos

favorecidas almejarem ascensão social e econômica, apesar de ser um percentual

bastante restrito de jogadores com ganhos similares ao do citado Neymar.

O quarto Grupo desenvolveu a pesquisa sobre o Futebol e o Modismo;

foram divididos em dois grupo se orientados a buscar materiais em casa, biblioteca e

outros locais, recortes de revistas, jornais, xérox de como o futebol influencia no

modismo de corpo,propagandas vinculada ao futebol, essa equipe se organizou e foi

impressionante o grande número de material recolhido, passando por uma

classificação do tema central,com uma montagem de um painel gigante, sendo

colados recortes com as frases temáticas.( poderia por uma foto do painel)

Verificou-se que muitas vezes, os profissionais que trabalham com o

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esporte negligenciam a forte influência que a mídia pode exercer nas pessoas por

meio de contínuos e variados modismos, esse poder é mais acentuado, pois os

esportes foram transformados em grandes espetáculos; os clubes selecionados, em

grandes marcas; e os atletas, em ‘estrelas’ com alto potencial para a venda de

produtos esportivos. Um exemplo típico é o número de empresas que procuram

fazer sua publicidade através dos jogadores, concluiu que a maior parte da

população brasileira é frutos de uma má distribuição de rendas e direitos

econômicos, segundo o (PORTAL EDUCACIONAL, 2012).

O quinto grupo foi organizado sobre o tema futebol e saúde dos atletas e

torcedores. A proposta foi visitar a Unidade de Saúde do município de Jesuítas,

buscado temas relacionados à saúde pública do Brasil, através de material como

recortes de jornais, revistas, material xerocados, fotos e reportagens. Como

resultado obteve a produção dos alunos, faixas relacionadas

ao Futebol, enfatizando os traumas sofridos em partida de futebol e que

ficam a mercê da saúde pública, através de um tratamento de reabilitação nos

hospitais e clínicas.

O Secretário da Saúde ‘Marcos Fernandes Câmara’ apresentou relatos a

respeito de acontecimentos sobre atendimentos médicos em posto de saúde, SUS,

ambulâncias. Com este material, foram selecionados fragmentos e organizado um

painel com fotos e textos relacionados ao tema, foram apresentados ao grande

grupo o resumo das atividades.

Verificou-seque depois das conclusões deste trabalho, os alunos passaram

a entender que o futebol é a representação da luta do dia a dia do povo, que tem

sua força de trabalho explorada pelas classes dominantes que os marginalizam que

o jogo futebol é competitivo, vitrine do sucesso e o êxito de um, implicam no

fracasso do outro, e concluiu que a realidade mostra um país desestabilizado, onde

as políticas públicas são incoerentes e desrespeitam a sociedade. Por isso,

É vergonhoso ver nossas crianças e idosos morrendo em corredores dos hospitais públicos; ora por falta de atendimento, ora por falta de remédios. Outro aspecto relevante desse ‘quadro negro’ brasileiro é em relação às greves que assolam cada vez mais o povo oprimido, que luta constantemente por uma vaga nos postos de saúde e impera a pobreza que dependem de migalhas (BUZINELLO, 2011, p.1).

A própria regra já favorece essa associação, uma vez que o futebol é um

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esporte praticado com os pés, e isso facilita os resultados imprecisos, pois nem

sempre o melhor time ou o que joga melhor vence.

Em relação às aulas práticas, inicialmente, foi possível observar a

oportunidade de exercitação dos elementos técnicos individuais do futebol mediante

atividades predominantemente lúdicas e jogos cooperativos, que possibilitou aos

alunos a participação de forma mais dinâmica e efetiva durante as aulas. Além

disso, os alunos demonstraram melhoras significativas em relação à cooperação e

respeito entre seus pares, levando a perceber que a rivalidade existente entre as

equipes, mudou significativamente principalmente os atritos ocorridos entre os

alunos.

Ao proporcionar atividades que levava em consideração o tempo de

aprendizagem dos alunos, percebendo as limitações individuais, os comportamentos

dos alunos mudaram significativamente, uma vez que as aulas eram diferenciadas e

com o uso de materiais diversos, dando do professor um retorno do trabalho de base

teórica desenvolvida em sala de aula.

Neste sentido, poderia se afirmar que a intervenção atendeu as afirmações

de Papaléo (2010) de que deveria ocorrer a superação da excessiva valorização do

individualismo e da competição, uma vez que este conhecimento traduz

comportamentos aprendidos dentro de uma sociedade e cultura. No entanto, para a

superação deve-se utilizar a educação formal que colabora na transmissão de

valores como respeito, amizade, solidariedade, superando a competição pela

cooperação.

Nesta perspectiva, percebeu-se que por meio da educação formal pode

ocorrer a superação de comportamentos aprendidos, ou seja, a partir da prática de

atividades essencialmente lúdicas e sistematicamente planejadas da modalidade de

futebol é possível a construção do conhecimento. Neste sentido, observou-se que os

alunos, aparentemente, demonstravam comportamentos que induziam à percepção

de mudanças de suas concepções e ações.

Durante a prática das atividades relacionadas do futebol, uma modalidade

esportiva que, muitas vezes, se traduz unicamente como uma prática competitiva,

seria passível de afirmação que a dimensão cooperativa mostrou-se eficiente no

aprimoramento de relacionamentos interpessoais, confirmando as afirmações de

Papaléo (2010) que no âmbito escolar, a partir de modelos cooperativos criados

como um potencial de influenciar em valões e atitudes voltadas as questões

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humanas.

De modo geral, constatou-se uma participação de todos os alunos nas

atividades, mesmo aqueles que não tinham muita habilidade e agilidade para as

atividades propostas, facilmente se adaptaram as regras e conteúdos, e o fator de

maior relevância, ou seja, o desenvolvimento do trabalho em grupo. Além disso, foi

constatado uma aceitação e aprovação positiva da intervenção junto ao GTR -

Grupo de Trabalho em Rede, conforme alguns comentários de Tinelli (2011):

“a prática excessivamente esportivizada até nos momentos atuais, tornaram-se favorável para o alto índice de competitividade, deste modo levando ao individualismo e outros rótulos do esporte de alto rendimento”... além disso, ressaltou que:“buscar soluções para que o desinteresse pela prática das atividades, e nas vezes pela maioria dos alunos principalmente quando chegam ao ensino médio, as atividades lúdicas e jogos cooperativos podem colaborar e muito tanto no incentivo a prática esportiva como na aprendizagem das outras disciplinas.“

Por sua vez, Goes (2011) comentou que “o jogo e a brincadeira infantil são

formas da criança manejar experiências, criar situações para dominar a realidade e

experimentá-la” e afirmou que “o brincar estimula a criatividade, a imaginação,

aprofunda, para a criança, a compreensão da realidade”.

Nesta perspectiva, também foram constatados resultados significativos em

relação aos comportamentos, participação, respeito mútuo, além disso, de forma

surpreendente, foi constatado resultados positivos em relação a melhoria de nota e

aprovação junto ao Conselho de Classe.

De modo geral, poderia afirmar que a Unidade Didática aplicada por meio de

atividades de Educação formal e atividades práticas oportunizou positivamente a

aquisição de conhecimento sobre o conteúdo futebol, contribuindo para que o

processo de ensino e aprendizagem fosse desenvolvido de forma significativa e

expressiva, pois superou a visão de que Educação Física Escolar deve trabalhar

somente a prática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações realizadas acerca de todas as fases do projeto de

intervenção no PED - Programa de Desenvolvimento Educacional é de êxito e novos

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aprendizados, sem medo de inovar e modificar os encaminhamentos metodológicos

praticados no cotidiano.

A prática de atividades pertinentes à modalidade de futebol de campo na

escola poder ser algo bastante significativo na vida dos alunos, uma vez que, este

conteúdo está presente no cotidiano de nossa sociedade. O estudo proporcionou

entender e ao mesmo tempo estabelecer discussão devidamente sistematizada e

concluir que é extremamente válida a utilização de formas alternativas de aplicação

de atividades pertinentes ao conteúdo esporte no âmbito escolar, neste caso os

jogos cooperativos.

Além disso, vale ressaltar que o desenvolvimento das atividades propostas,

sendo de base teoria ou prática não ocorre sem o devido tempo de dedicação a

pesquisa e planejamento árduo de atividades lúdicas, jogos e os jogos cooperativos

que mantenham uma restrita relação com a funcionalidade da modalidade esportiva

em questão, adequando-as a função social da escola na reprodução dos

conhecimentos historicamente construídos representados na possibilidade de

criação e recriação de conceitos.

Portanto, a produção didática pedagógica contribuiu no alerta da

necessidade de diversificar e o desafio de motivar os alunos a participar e vivenciar

atividades que possam sobrepor sobre seus pares e cooperar para que todos

pudessem superar suas limitações.

Concluindo, foi possível entender que as atividades quando planejadas

tornam-se viáveis, principalmente, se propõe aplicar os conteúdos pertinentes a

pratica de esporte de forma participativa e adequada aos alunos, não restringindo

somente a intervenção do professor, mas também promovendo a participação

efetiva dos alunos, ou seja, permitir as manifestações de liberdade e

espontaneidade para planejar e colaborar com o processo de ensino e

aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

BUZINELLO, Luciano. O caos na saúde pública brasileira. (2011). Disponível http://geobuzinello.blogspot.com.br/search?updated-min=2011-01-01T00:00:00-02:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-02:00&max-results=5. Acesso junho 2012.

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GOES, Francione de. GTR – Grupo de Trabalho em Rede. 12/out/2011. 20h00min.

PAPALÉO, André Luiz. Jogos cooperativos na escola: abordagem lúdica voltada à formação crítica e criativa de crianças e adolescentes. (2010) .www.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/.../estrategias_cap7.pd. Acesso junho 2012.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Educação Física. SEED: Curitiba, 2010.

PEZZA, Celio. Violência no futebol. (2012). Disponível em http://soesporte.com.br/?p=4532. Acesso junho 2012.

RIBEIRO, Luiz Carlos. O futebol no campo afetivo da história. Revista Movimento. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1994.

RONDINELLI, Paula. Futebol. (2012). Disponível em http://www.brasilescola.com/educacaofisica/futebol.htm. Acesso junho 2012.

SANTOS, Élia A. do C.; JESUS, Basiliano do C. de. O lúdico no processo ensino-aprendizagem. (2011). Disponível em: need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf. Acesso maio 2012.

TINELLI, João Antonio. GTR - Grupo de Trabalho em Rede. 22/out/ 2011. 12h28min.