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A propriedade intelectual

É um conjunto de direitos que incidem sobre a criação do intelecto humano. Não possuem

existência física e são baseadas em conhecimento, são ativos intangíveis. A Propriedade Intelectual

abrange os direitos sobre toda a atividade inventiva e da criatividade humana, em seus aspectos

científicos, tecnológicos, artísticos e literários.

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, toda pessoa tem direito à proteção

dos interesses morais e materiais que lhe correspondam em razão de produções científicas, literárias

ou artísticas de que seja autora. Existem diversas formas de proteção: indicações de procedência e

denominações de origem, segredos de negócio, direito autoral, proteção de cultivares, software e

direitos de propriedade industrial.

Modalidades da Propriedade Intelectual

Direito autoral

Os direitos autorais são um conjunto de normas jurídicas que visam regular as relações oriundas da

criação e da utilização de obras artísticas, literárias ou científicas, tais como textos, livros, pinturas,

esculturas, músicas, ilustrações, projetos de arquitetura, gravuras, fotografias, etc. São prerrogativas

conferidas por lei ao criador, tradutor, pesquisador, artista, de controlar o uso que se faz de sua obra

intelectual, seja, pessoa física ou jurídica, quando previsto em lei, para que este possa gozar dos

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benefícios morais e intelectuais resultantes da exploração de suas criações, estendendo-se sob esta

denominação os direitos de autor e os direitos que lhes são conexos.

Direito de Autor

Denominação utilizada em referência ao rol de direitos aos autores de suas obras intelectuais, o

direito de autor recai sobre a proteção aos autores (escritores, artistas, compositores musicais etc.)

em relação às obras por eles criadas.

Os direitos autorais são divididos em direitos morais e direitos patrimoniais. Os direitos morais

referem-se à possibilidade do autor reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; de ter seu

nome indicado nela quando da sua utilização; de conservá-la inédita; de assegurar a integridade da

obra; de modificá-la, antes ou depois de utilizada; de retirá-la de circulação quando implicar afronta

à sua reputação e imagem; de ter acesso a exemplar único e raro da obra. Os direitos patrimoniais

referem-se ao direito exclusivo do autor de utilizar, fruir e dispor da obra literária, artística, ou

científica. Tais direitos vigoram durante um prazo de 70 anos, contados de 1º de janeiro do ano

subseqüente ao de seu falecimento.

São passíveis de proteção as seguintes obras:

os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;

as conferências, alocuções, sermões e outras obras de mesma natureza;

as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra

forma qualquer;

as obras dramáticas e dramático-musicais;

coletâneas ou compilações, antologias.

composições musicais, tenham ou não letra;

obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;

obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia;

projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia,

arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;

obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética;

as ilustrações, cartas geográficas e outras obras de mesma natureza;

as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como

criação de obra intelectual;

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os programas de computador;

Direitos Conexos

Direitos conexos referem-se à proteção para artistas intérpretesou executantes, produtores

fonográficos e empresas de radiodifusão, em decorrência de interpretação, execução, gravação ou

veiculação de criações. Originam-se de uma obra protegida por direitos de autor e estão

relacionados com a comunicação dessas obras ao público.

Os direitos conexos aos direitos de autor são direitos semelhantes aos de autor, oferecem a

mesma exclusividade. Vale ressaltar que este tipo de proteção é vinculado aos direitos de autor e

não afeta as garantias asseguradas à proteção de suas obras. Os direitos de autor e os direitos

conexos protegem diferentes pessoas. Por exemplo, no caso de uma canção, os direitos de autor

protegem o compositor da música e o criador da letra; já os direitos conexos se aplicam aos músicos

e ao cantor que interpretam a canção, ao produtor da gravação sonora (também chamada de

fonograma), na qual a música é incluída, e às empresas de radiodifusãoque transmitem a música. São

três os titulares de direitos conexos: o artista, sobre sua interpretação ou execução; o produtor de

fonogramas, sobre sua produção sonora; e o organismo de radiodifusão, sobre seu programa. A

proteção aos direitos conexos também não depende deregistro e decorre da Lei. A duração da

proteção é de 70 anos a partir do ano em que houve a primeira fixação, transmissão ou

representação pública.

Programa de computador

Regulamentado pela Lei de Programa de Computador, nº. 9.609, de 12/02/98, os programas

de computador têm regime jurídico do direito autoral como forma de proteger os interesses de

quem os desenvolve, e seu registro assegura ao autor o direito de exclusividade na produção, uso e

comercialização de sua criação. A lei do software define programa de computador como um

conjunto de instruções que, quando se incorpora a um suporte legível por máquina, pode fazer com

que uma máquina com capacidade para tratamento de informações realize uma função, tarefa ou

um resultado determinado. A lei do software garante a proteção de PI de programa de computador e

sua comercialização.

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O regime de proteção é o mesmo conferido às obras literárias pela legislação de direitos

autorais e conexos vigentes no Brasil. A tutela dos direitos relativos aos programas de computador é

assegurada pelo prazo de 50 anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua

publicação ou, na ausência desta, da sua criação.

Propriedade industrial

A Lei da Propriedade Industrial trata dos bens imateriais aplicáveis na indústria através da

concessão de patentes de invenção e de modelo de utilidade, de registros de desenho industrial, de

registros de marcas, da repressão a falsas indicações geográficas e da repressão à concorrência

desleal. A lei assegura aos autores de inventos industriais, privilégio temporário para sua utilização,

bem como proteção de suas criações industriais, marcas, nomes de empresas e outros signos

distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país

(artigo 5° da Constituição Federal).

As marcas são classificadas por forma e natureza, podem ser requeridas por pessoa física

ou jurídica de direito público ou privado, sendo que pessoa de direito privado só pode requerer se

exercer atividade efetiva e lícita. O registro de marca coletiva só poderá ser requerido porpessoa

jurídica representativa de coletividade, a qual poderá exercer atividade distinta da de seus membros.

O registro da marca de certificação só poderá ser requerido por pessoa sem interesse comercial ou

industrial direto no produto ou serviço atestado.

O titular de registro da marca poderá celebrar contrato de licença para uso da marca, sem

prejuízo de seu direito de exercer controle efetivo sobre as especificações, natureza e qualidade dos

respectivos produtos ou serviços. Quanto à forma elas podem ser: nominativa, figurativa, mista e

tridimensional.

Tipos de Marcas

Nominativa: quando é constituída de apenas letras formando uma ou mais palavras. O

alfabeto usado é o romano e as palavras formadas também podem admitir os neologismos

e as combinações de letras e/ou algarismos romanos e/ou arábicos, ou seja, a marca

nominativa pode ser formada por letras ou a mistura de letras e números. Entretanto,

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palavras que constituem cores (AZUL, BRANCO, etc) não podem ser registradas mesmo em

forma estilizada. As marcas nominativas são palavras ou conjunto de palavras, letras ou

algarismos.

Figurativa: As marcas figurativas são constituídas de desenho, imagem, figura, símbolo ou

qualquer forma fantasiosa de letras e números, isoladamente, que não contenham

elemento nominativo.

Mista: As marcas mistas são aquelas constituídas pela combinação de elementos

nominativos e figurativos ou de elementos nominativos, cuja grafia se apresente de forma

estilizada.

Tridimensional: As marcas são aquelas constituídas pela forma plástica de produto ou de

embalagem, cuja forma tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja dissociada de

qualquer efeito técnico.

O uso das marcas é estabelecido no ato do pedido do registro. Dessa forma é necessário

que o usuário, ao escolher um desses tipos de marca, tenha conhecimento de algumas de suas

diferenças quanto à forma de exploração. Uma marca nominativa, desde que não alterada, pode ser

usada sozinha ou associada a um desenho ou a qualquer fundo colorido escolhido pelo titular e esses

acessórios podem ser modificados em qualquer tempo.

Já as marcas figurativas e mistas devem ser usadas como foram registradas. É também de

igual importância, que o usuário saiba que a marca deve ser diferente do objeto que a identifica, pois

as marcas também são classificadas quanto a distintividade. Quanto à natureza as marcas são

classificadas em:

Marca de produto: É aquela usada para distinguir produto de outro idêntico, semelhante

ou afim, de origem diversa.

Marca de serviço: É aquela usada para distinguir serviço de outro idêntico, semelhante ou

afim, de origem diversa.

Coletiva: É aquela que visa identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma

determinada entidade. Normalmente estão vinculadas a cooperativas e associações.

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Certificação: É aquela que atesta a conformidade de um produto ou serviço com

determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade,

natureza, material utilizado e metodologia empregada. São conhecidas como selos, por

exemplo, ABNT, INMETRO e ABIC.

Não são registráveis como marcas

I - Brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais,

estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação;

II - Letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;

III - Expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à morale aos bons costumes ou que

ofenda a honra ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto

religioso ou idéia e sentimento dignos de respeito e veneração;

IV - Designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não requerido o registro pela própria

entidade ou órgão público;

V - Reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento

ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais

distintivos;

O registro

A proteção é feita junto ao INPI. Todas as pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou

privado podem requerer. A pessoa física só pode requerer o registro de marca se comprovar

atividade exercida, através de documento comprobatório, expedido pelo órgão competente.

O registro de marca vigorará pelo prazo de 10 anos, contados da data da concessão do

registro, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos, instruído com o comprovante do pagamento

da respectiva retribuição. A marca registrada garante a propriedade e o uso exclusivo em todo o

território nacional. Caso o titular não use a marca por um período superior a cinco anos ocorrerá a

caducidade do registro. O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de

vigência do registro, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva retribuição. Se o

pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o termo final da vigência do registro, o titular

poderá fazê-lo nos 06 (seis) meses subsequentes, mediante o pagamento de retribuição adicional.

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Patentes

É um título de propriedade temporário outorgado pelo estado ao inventor ou pessoa

legitimada. A patente permite que terceiros sejam excluídos de atos relativos à matéria protegida.

Patente de invenção

É um título de propriedade temporário que o Estado concede a inventores, empresas ou

instituições, pelo qual eles passam a deter os direitos sobre uma invenção, como recompensa aos

esforços dispendidos nessa criação. A invenção pode ser um produto, um processo de fabricação ou

o aperfeiçoamento de produtos e processos já existentes. Deverá contemplar os requisitos:

novidade, atividade inventiva, aplicação industrial e suficiência descritiva.

Novidade

O conceito de novidade no sistema patentário brasileiro é absoluto. Assim, o requisito

quanto à novidade estará comprometido quando o objeto da criação ou invenção houver se

tornado acessível ao público, em qualquer parte do mundo, por qualquer forma de

divulgação escrita, oral ou uso, antes do depósito do pedido da patente.

A divulgação há de ser certa, suficiente e pública. Certa quanto à existência e a data.

Suficiente de forma que um técnico no assunto seja capaz de compreender e reproduzir. É

pública por ser suscetível de ser conhecida do público.

Atividade inventiva

Uma invenção é dotada de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto,

não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica. O estado da técnica é tudo

aquilo conhecido do público antes da data de depósito da patente por descrição oral,

escrita, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou exterior, ressalvados o período de

graça, a prioridade e a prioridade interna.

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A prioridade interna tem como base o primeiro pedido de patente de invenção ou modelo

de utilidade depositado no Brasil. O prazo para reivindicar a prioridade interna é de 1 ano.

A prioridade tem como base o primeiro pedido de depósito em país ou organização

internacional do qual o Brasil faça parte. É reivindicada no depósito e comprovada, até 180

dias, por documento hábil, sendo suficiente simples declaração quando fiel ao documento

de origem. A falta de comprovação acarreta na perda da prioridade.

Aplicação Industrial

Uma invenção é considerada suscetível de aplicação industrial se o seu objeto for passível

ou capaz de ser fabricado ou utilizado em qualquer tipo de indústria, seja nas indústrias extrativas

agrícolas e nas de produtos manufaturados ou nas naturais.

Suficiência descritiva

O relatório deverá descrever clara e suficientemente o objeto, de modo a possibilitar sua

realização por técnico no assunto e indicar, quando for o caso, a melhor forma de execução. A

patente de invenção tem vigência de 20 anos a partir da data do depósito. Terminado esse prazo, a

criação cai em domínio público.

Patente de modelo de utilidade (MU)

Objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente

nova forma ou disposição a partir de ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou

em sua fabricação. Ex: bicicleta ergométrica.

Utiliza-se quando se aperfeiçoa um objeto ou aparelho já existente, melhorando seu

funcionamento de um modo normalmente esperável, ficando mais prático de utilizá-lo. O pedido de

patente de MU terá que se referir a um único modelo principal, que poderá incluir uma pluralidade

de elementos distintos, adicionais ou variantes, construtivas ou configurativas, desde que mantida a

unidade técnico-funcional e corporal do objeto.

Não se Considera PI nem MU

I - Descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos;

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II - Concepções puramente abstratas;

III - Esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, financeiros, contábeis, educativos,

publicitários, de sorteio e de fiscalização;

IV - Obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética;

V - Programas de computador são protegidos pela lei de direito autoral e pela lei de Software. Note-

se que os programas de computador desenvolvidos estritamente para funcionar em determinado

equipamento, normalmente gravados em chips integrantes de sua estrutura, podem ser objeto de

proteção através de patente. Nestes casos não se está demandando o programa de computador em

si, mas o equipamento.

VI - Apresentação de informações;

VII - Regras de jogo;

VIII - Técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de

diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal;

IX - O todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda

que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos

biológicos

naturais.

O que não é patenteável

- O que for contrário à moral, à segurança pública, aos interesses nacionais ou que colocar a saúde

em risco.

- As substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a

modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou

modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico.

- Os seres vivos, nem no todo, nem em parte. Exceção para os microorganismos transgênicos que

atendam os três requisitos de patenteabilidade – novidade, atividade inventiva e aplicação

industrial, eque não sejam mera descoberta. São considerados microorganismos transgênicos,

exceto o todo ou parte de plantas e de animais, aqueles que, devido à intervenção humana direta em

sua composição genética, expressem característica não naturalmente alcançável.

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Desenho industrial - DI

Desenho industrial compreende a forma plástica tridimensional e a arte gráfica (desenho

propriamente dito), devendo conter para obtenção de seu registro fisionomia própria e nova. A nova

forma ornamental, a estética, que é um conjunto de linhas e cores que possa ser aplicado a um

produto, está ligada à função do objeto, a fim de desempenhar caráter utilitário, o resultado visual

original poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos. Não se considera desenho

industrial qualquer obra de caráter puramente artístico.

No entanto, se esta nova forma for absolutamente necessária para a obtenção do resultado

almejado, deixa de ser desenho industrial e passa a constituir invenção ou modelo de utilidade,

disciplinado pelo direito das patentes, desde que contemplados os requisitos legais.

A finalidade do registro do desenho industrial é proteger a forma externa do objeto e não a

sua função prática, portanto somente as características ornamentais é que serão consideradas. O

desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em

relação a outros objetos anteriores. O resultado visual original poderá ser decorrente da combinação

de elementos conhecidos.

Indicação geográfica

Indicação geográfica é a indicação de procedência, ou seja, o nome geográfico da região

que tenha se tornado conhecido como produtor ou prestador de serviço. A indicação geográfica

também é a denominação de origem em que o nome geográfico da região cujas qualidades se devam

exclusivamente ao meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos.

O uso da indicação geográfica é restrito aos produtores e prestadores de serviço

estabelecidos no local, exigindo-se o atendimento aos requisitos de qualidade. Nesta modalidade de

Propriedade Industrial pode-se obter a proteção sob dois tipos:

- Indicação de Procedência: refere-se a centro de extração, produção ou fabricação de

determinado produto ou de prestação de serviços. Exemplo: tapetes do Oriente Médio.

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- Denominação de origem: designa produto ou serviço cujas qualidades ou características

se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, naturais e humanos. Exemplos:

Champanha de Paris (nome geográfico identifica procedência e atesta que o produto ou serviço

atende ao padrão de qualidade); cachaça do Brasil (conformação com a legislação sobre cachaça e

com regulamento aprovado pela Câmara de Comércio Exterior).

Segredo industrial e repressão a concorrência desleal

O Segredo Industrial constitui um método estratégico de proteção utilizado por quem

deseja garantir a apropriação dos resultados da inovação e prolongar, assim, os benefícios obtidos

com as mesmas. Esse mecanismo pode tomar múltiplas formas – desde acordos de sigilo entre

fornecedores e clientes até o controle do “como fazer” nas mãos do proprietário.

Proteção sui generis

Por ser um tipo de proteção específica, no âmbito da Propriedade Intelectual, é chamada

de proteção sui generis. O ramo da proteção sui generis envolve a topografia de circuito integrado e

as variedades de plantas chamadas de cultivar, bem como os conhecimentos tradicionais e o acesso

ao patrimônio genético, sendo cada tipo de proteção regulamentada por legislação própria. O direito

à proteção também depende de registro em órgão competente, e o prazo máximo de validade varia

de acordo com o tipo específico.

Topografia de circuito integrado

Os circuitos integrados envolvem um conjunto organizado de interconexões, transistores e

resistências, dispostos em camadas de configuração tridimensional sobre uma peça de material

semicondutor. Também conhecidos como chips, esses circuitos, entre outras utilidades, são usados

em memórias ou processadores de computador e visam realizar funções eletrônicas em

equipamentos.

O requerente do registro é o criador da topografia de circuito integrado. Caso a topografia

seja criada conjuntamente por duas ou mais pessoas, o registro poderá ser requerido por todas ou

quaisquer delas mediante nomeação e qualificação das demais para ressalva dos respectivos direitos.

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A proteção da topografia é válida por 10 anos, contados da data do depósito ou da primeira

exploração, o que tiver ocorrido primeiro.

Cultivares

A cultivar objeto de proteção, é definida como “a variedade de qualquer gênero ou espécie

vegetal superior que seja claramente distinguível de outras cultivares conhecidas por margem

mínima de descritores, por sua denominação própria, que seja homogênea e estável quanto aos

descritores através de gerações sucessivas e seja de espécie passível de uso pelo complexo agro

florestal, descrita em publicação especializada disponível e acessível ao público, bem como a

linhagem componente de híbridos”.

Conhecimento tradicional

Os conhecimentos tradicionais envolvem saberes empíricos, práticas, crenças e costumes

passados de pais para filhos das comunidades indígenas ou de Comunidade local (por exemplo, os

ribeirinhos), quanto ao uso de vegetais, microorganismos ou animais cujas amostras contêm

informações de origem genética. Por isso, seu acesso é controlado, no território nacional, para evitar

usos indevidos em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou bioprospecção visando à

aplicação industrial e aproveitamento comercial.

A propriedade desses conhecimentos é geralmente mantida coletivamente, e os detentores

de conhecimentos tradicionais têm explorado maneiras de resguardar seus interesses através do

sistema de propriedade intelectual, protegendo-os contra a apropriação indevida de seus

conhecimentos para fins econômicos, pois frequentemente o aperfeiçoamento de uma tecnologia

antiga gera novos e valiosos produtos.