a produção de um espectáculo - o processo

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  • 8/7/2019 A produo de um espectculo - o processo

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  • 8/7/2019 A produo de um espectculo - o processo

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    Ensaios com cenrio no totalmente acabado

    Primeiro ensaio de palco, com marcaes, j com todo o cenrio ou no

    Incio dos ensaios em sala de ensaios

    Ensaio em sala de ensaio

    Aces ao longo do tempo at estreia

    6 meses antes 50 dias antes 30 a 20 dias antes

    a) Primeiros contactos

    b) Reunio de criativos

    c) Audies para elenco

    d) Trabalho sobre estudos defigurinos

    e) Trabalho de maquetas de

    msicaf) Trabalho sobre maqueta do

    cenrio

    g) Entrega aos artistas do texto,partitura, ou esboo da ideiae espectculo

    a) Medidas dos actores commestra de guarda-roupa

    b) Incio da construo deadereos

    c) Incio da construo depostios, cabelos, barbas,etc.

    d) Incio da construo desapatos

    e) Incio de construo decenrios

    f) Incio de preparao defigurinos

    g) Ensaio de mesa

    h) Provas de guarda-roupa

    i) Ensaios em sala - com ocho marcado e alguns

    adereos, roupa de ensaioj) Incio dos ensaios em sala de

    ensaios

    a) Primeiro ensaio de palco,com marcaes j com todo ocenrio ou no

    b) Ensaios com cenrio nototalmente acabado

    c) Ensaios com cenrio pronto

    d) Ensaios com figurinos

    e) Ensaios para luz(maquilhagem e cabelos)

    f) Ensaios corridos com tudo

    g) Ensaio de imprensa (vestidosmaquilhados, luz, som)

    h) Ensaio - pr-geral

    i) Ensaio - geral

    j) Estreia

    Para a escolha de elenco necessrio fazer uma seleco. Por vezes, o elenco elaborado por convite,

    pois o encenador j sabe com que artistas quer trabalhar. No caso de haver necessidade de se

    procurarem actores, ou se for um elenco com quem ele nunca tenha trabalhado, ou ainda no caso de

    estar interessado em descobrir novos talentos, ento, faz-se um casting/audio. Para descobrir os

    artistas mais adequados aos diferentes papis...

    1.1. Audi es

    Como promover um casting/audio para um espectculo:

    1. Arranjar local com as caractersticas necessrias para o espectculo em questo;

    2. Publicitar as audies em anncios na imprensa da rea ou internet, atravs da distribuio de flyers

    em escolas de arte, conservatrios e em teatros, tanto na zona pblica como nos bastidores ou,

    simplesmente, pelo passa a palavra;

    3. No caso de teatro, recorrer a agncias de artistas.

    O comunicado deve ter a seguinte informao:

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    Nome do encenador, coregrafo ou maestro;

    Nome da companhia, teatro ou associao cultural;

    Local, data (ano, ms, dia, hora) da audio;

    Datas dos espectculos, caso seja um trabalho pontual; caso seja para uma companhia, as datas da

    temporada a que se refere;

    Nmero de intervenientes necessrios e de que sexo; caso seja para uma companhia de dana degrandes dimenses necessrio referir as vagas que esto abertas (ex: 1. bailarino, solistas, corpo

    de baile);

    Local e at quando as inscries devem ser enviadas; geralmente solicita-se que seja enviado o

    curriculumcom uma fotografia.

    Caractersticas gerais de uma audio

    os organizadores devem estar no local da audio pelo menos com uma hora de antecedncia, para

    verificarem se tudo o que necessrio para a concretizao do mesmo, e que foi anteriormente

    solicitado, est no stio e a funcionar em perfeitas condies;

    organizar uma mesa de recepo dos candidatos, onde estar a lista de nomes dos mesmos e onde

    a chegada ser registada.

    Existem, no entanto, caractersticas especficas nas audies, que variam de acordo com o tipo de

    espectculo.

    a) Audio para teatro

    A cada candidato dado um excerto do texto da pea que vai ser encenada ou pedido para pensarem

    e construrem uma personagem com determinadas caractersticas.

    Apesar de haver uma linha geral para a realizao de uma audio, varia muito com cada encenador.

    aconselhvel saber sempre uma ou duas msicas, uma mais clssica outra mais popular. importante

    ter sempre um ou dois poemas bem decorados e bem trabalhados e igualmente saber de cor pequenos

    excertos de dois textos de teatro - um clssico, um monlogo de alguma pea de Shakespeare, por

    exemplo, e um mais contemporneo, de autor mais na moda. Enfim, procure alguma personagem

    para a qual se sinta mais apto - mas se tiver duas personagens muito distintas, tanto melhor paramostrar a sua versatilidade. Preparar uma audio deve ser um trabalho srio e profundo, pois muito

    pode mudar a partir dali. As audies so ainda importantes testes para avaliao pessoal, como

    humildade, simpatia, inteligncia, rapidez de raciocnio, e servem tambm para avaliao da auto-estima,

    capacidade de ouvir, criatividade face a solicitaes imprevistas, etc. Tambm assim se d a conhecer a

    um conjunto de criadores e a futuros colegas de profisso. Mesmo que a audio no corra bem, ela ter

    sempre aspectos positivos num processo de trabalho em permanente reciclagem.

    Para os actores, em Portugal, as audies para teatro ainda so pouco frequentes, mas so j muito

    normais para trabalhos de televiso e de cinema, pelo que importante treinar estas linguagens e

    tcnicas sempre que o actor possa.

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    Material necessrio na sala de audio:

    Uma mesa e cadeiras para o encenador, assistente de encenao e assistente de produo, mesa

    essa equipada com papel, lpis, um microfone, guas, etc.;

    Cadeiras e espao para os candidatos aguardarem enquanto no chega a sua vez;

    guas; Luz agradvel;

    Espao para os candidatos poderem fazer o seu aquecimento, tanto vocal como corporal;

    A cada candidato dado um excerto do texto da pea que vai ser encenada ou pedido para

    pensarem e construrem uma personagem com determinadas caractersticas;

    Na sequncia do texto entregue anteriormente, o encenador pede a cada um dos candidatos para

    fazer a personagem que lhe foi atribuda, primeiro sozinho e seguidamente em contracena;

    Pode tambm pedir exerccios de improvisao;

    Pode solicitar para cantar, mesmo que seja s para avaliar a voz;

    Por vezes pode haver uma conversa informal sobre motivao e interesse do candidato, algumas

    perguntas sobre cultura geral, disponibilidade, situao familiar, etc.;

    Os menores de 16 anos tm de ter autorizao escrita dos pais para poderem trabalhar em

    espectculos noctumos e para as crianas h toda uma legislao especial. Ou seja, quando abrem

    audies para crianas e jovens natural que, se o jovem for sozinho, lhe sejam feitas perguntas

    sobre a autorizao familiar futura, caso seja aceite.

    A avaliao do candidato pode ser feita em conjunto ou individualmente. No caso de ser feita uma

    avaliao individual, cada candidato chamado segundo a ordem de inscrio, alfabtica ou dechegada.

    medida que a audiovai avanando, as pessoas vo sendo seleccionadas e tomadas notas por parte

    do encenador/assistente de produo. Muitas vezes so logo escolhidas e as que no ficaram so

    mandadas embora; as que ficaram na pr-seleco podem continuar em audio durante mais alguns

    dias. Pode suceder que haja dvidas e que o encenador queira trocar impresses com outros criativos

    ou com a produo e, nesse caso, os candidatos saem sem saber o resultado.

    b) Audio de dana

    Condies dasala de audio:

    Sala adequada para o efeito e equipada com linleo;

    A iluminao deve ser cuidada;

    Aparelhagem de som e, em caso de dana clssica, um piano para o pianista acompanhador;

    Barras de ballet- visto os bailarinos terem de aquecer, convm que o estdio onde a audio vai

    decorrer esteja aberto uma hora antes e com uma temperatura amena. Sendo assim, a organizao

    ter de estar no espao duas horas antes da audio comear. Independentemente de ser audio

    para um espectculo de dana clssica ou contempornea, a mesma comea com uma aula, onde

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    os bailarinos so de imediato avaliados, podendo ser dispensados nas vrias fases da mesma ou

    ento no decorrer da execuo dos movimentos que integram a/as coreografias;

    Podem tambm ser solicitados exerccios de improvisao.

    As audies de dana so muito frequentes e normais em todas as partes do mundo.

    c) Audio de canto e instrumental

    Estas audies geralmente so individuais, acompanhadas ao piano. Necessita-se de um palco e de um

    piano afinado.

    O jri est na plateia, sentado com uma mesa sua frente, tem um relgio para controlar o tempo e um

    microfone para se fazer ouvir, se achar necessrio interromper a audio ou dar alguma instruo.

    Tambm normal a realizao de audies para a contratao de instrumentistas para orquestras e

    outros agrupamentos musicais.

    d) Audio para musicais

    Visto um artista de musical ser muito completo artisticamente, pois canta, dana, representa, este tipo de

    audio deve ser numa sala muito espaosa, com linleo, ou at mesmo num palco, com msica

    gravada e tambm com piano afinado.

    2. Pr imeira reunio tc nica e de produo

    Nesta reunio, aps a dos criativos, deve-se comear a viabilizar o projecto. Nela sero decididos os

    tempos de execuo, quem executa, os prazos de entrega e a montagem no palco.

    Aqui surgem oramentos, procuram-se fornecedores, contratam-se equipas.

    Figurinos Sapatos, adereos, cabelos e maquilhagem

    Direco de cena Assistentes de direco de cena, contra-regra, assistentes de palco

    Cenografia Tcnicos, pintores

    Produo Partituras, direitos de autor, textos, tradues, secretrios de orquestra, reserva de viagens e

    reserva de hotis

    Audiovisuais Vdeo, som (bandas sonoras), efeitos especiais, computador

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    3. Apresenta o do pro ject o

    Preparao da sala de ensaios, onde ir decorrer a apresentao do projecto e seguidamente o decorrer

    dos ensaios.

    A sala deve ser simptica, arejada e limpa, dever ter iluminao adequada e a possibilidade de

    blackout, se for necessrio. Dever ter um quadro e uma zona onde possam estar afixados os

    esquissos, anncios, tabelas, recados.

    Nesta sala devero estar dispostas em crculo cadeiras onde ficaro todos os elementos.

    Neste dia devero ser apresentados todos os intervenientes, quer artsticos, quer tcnicos.

    Geralmente, cabe ao director deproduoou director artsticoapresentar o encenador, o elenco e os

    criativos, depois, segue-se a apresentao detalhada por parte dos criativos dos seus esquissos oumaquetas.

    Ser apresentado o seguinte: planta, maqueta, esboo das diferentes cenas, esquissos dos figurinos por

    personagem, esboo dos adereos, esboo dos cabelos e maquilhagem ou mscaras e se houver

    efeitos especiais, tambm aqui devero ser referidos.

    Esta reunio muito importante, pois aqui as pessoas passam a conhecer-se e a terem uma ideia do

    que vai ser o projecto.

    Incio dos ensaios - aqui comeam os ensaios de mesa, ainda sem nada de especial e que podem durar

    uma semana, 15 dias, depende do processo e trabalho do encenador/coregrafo.

    4. Pr imeiro ensaio de sa la de ensaios

    Preparao da sala de ensaios:

    Esta sala dever ter as dimenses do palco; O cho dever ser marcado com fita, para que represente a cenografia, largura, profundidade,

    pernas, no espao real. muito importante que tudo corresponda ao palco, para que as adaptaes

    posteriores sejam mais fceis;

    A luz dever ser adequada; se possvel ter luz prpria para ensaios, iodines;

    Dever haver um piano vertical, ou aparelhagem de som com CD, microfone, vdeo e monitor;

    essencial que tenha cmara de filmar para que o encenador possa trabalhar depois dos ensaios

    terem acontecido, ou simplesmente para registo de ensaios;

    A sala deve estar limpa e desimpedida;

    O cho dever ser de madeira, preferencialmente com caixa-de-ar, revestido com linleo preto;

    Devero existir cadeiras para os artistas poderem descansar;

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    A mesa de trabalho do encenador dever estar numa das pontas de sala ou ao centro, limpa ou

    forrada com papel de cenrio.

    Cuidados que a direco de cena deve ter com o primeiro ensaio de artistas e encenador:

    Ter uma cpia do texto ou da partitura, uma resma de papel branco, vrios lpis, borracha, post-it,

    guas; Camarim ou sala de apoio aos artistas;

    Sala para encenador, onde ele possa trabalhar ou ter reunies de trabalho com os criativos;

    Apresentao de uma tabela de ensaios semanal, onde constem ensaios por cena, com respectivas

    personagens;

    Apresentar uma tabela com provas de guarda-roupa, cabelos, mscaras;

    Se houver aulas complementares, do tipo com professor de voz, esgrima, etc., sero sempre em

    horrios fora dos ensaios.

    Nestes ensaios, a direco de cena, comea a tirar os primeiros apontamentos e a marcar, juntamente

    com o contra-regra, as entradas dos artistas, as sadas, as mudanas de cena, as mudanas de guarda-

    roupa:

    Quem entra, da direita ou da esquerda;

    Com o qu - roupa, adereos;

    No escuro, precisa de apoio;

    Na msica, precisa de deixa musical;

    Fazer guio de movimentos;

    Marcar entradas de toda a gente e preparar no bastidor o seguinte: mesa de adereos, cadeiras; Adereos, cabides charriotspara figurinos, mesas com cabeas de suporte para cabeleiras, se as

    houver, camarim de mudana rpida, equipado (luz, espelho, cabides, lenos de papel, toalhas

    turcas, guas, etc.);

    Se o espectculo vier montado, dever ser feito um ensaio corrido na sala, ainda antes de se ir para

    o palco.

    Devero estar presentes neste ensaio os responsveis pela luz, pelo som, pelos figurinos, pela

    cenografia e pelos adereos.

    Neste ensaio faz-se o primeiro levantamento do que est mal e do que no funciona, tiram-se os temposdas cenas e dos actos e percebe-se se o que o encenador quer possvel em tempo real.

    5. Prim eiro ensai o de palc o - Ensaio de Cena

    5.1. Preparao e organizao do pa lco - d i reco tc n ica

    A passagem dos ensaios de sala para o palco envolve algumas preocupaes ao nvel da logstica, quer

    dos artistas, quer da direco de cena, quer dos meios tcnicos e de produo.

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    J foi feito um ensaio na sala de ensaios, corrido, que se realizou quando o espectculo ficou marcado e

    montado. Atravs dessa ajuda preciosa, tem de se preparar o palco para se poder receber todo o

    trabalho j feito ao nvel artstico.

    Nas semanas em que se ensaiou na sala, toda uma vasta equipa esteve a trabalhar no palco e noutros

    lugares, como na oficina dos adereos, na oficina de costura, na oficina da cenografia, etc.

    A montagem no palco ter sempre o acompanhamento do director tcnicoque, em conjunto com o

    cengrafo, montou o cenrio. Com o iluminador feita a montagem de luz, com o sonoplastaa

    montagem de som.

    O dia do primeiro ensaio aquele em que os artistas tm o primeiro contacto e embate com o palco e

    a sala. Aqui comeam as inseguranas, a projeco de voz ser diferente da sala de ensaio, os tempos

    e as entradas tambm podem variar, porque o espao outro tanto diferente em dimenses como em

    acstica e est montado o cenrio real.

    Deve ser tudo muito bem assinalado, para que facilmente se percebam os pontos de perigo ou de

    dificuldade que os artistas iro encontrar.

    Este primeiro ensaio de palco pode ser muito frustrante ou tornar-se uma decepo, tendo em conta a

    expectativa de todos. As marcaes por vezes no resultam e tm de ser alteradas, bem como as

    entradas ou mesmo algumas deixas.

    Deve ser feito um ensaio corrido no palco, para que todos percebam o que resulta e o que ter de seralterado. aconselhvel que para este ensaio corrido os criativos estejam na plateia.

    5.2. Etapas da m ontagem do pa lco

    1) Cho, linleo, tapete terra, cho de madeira, etc.

    2) S depois do cho estar montado, que se comea por assentar a cenografia, quer ao nvel trreo,

    quer pendurada.

    3) Montagem de luz: a montagem dos projectores nas varas elctricas comea agora a ser feita.

    Tambm a montagem de som deve ser efectuada neste momento.

    4) Finalmente, montam-se as bambolinas, pernas, fundos, cicloramas, cortinas, tules, etc.

    5) Aps a concluso da montagem, deve ser feita uma limpeza de fundo ao palco, para quando os

    artistas chegarem no terem problemas de alergias.

    6) A temperatura ideal num palco de 22 C. Quando os projectores esto ligados, a temperatura

    aumenta.

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    5.3. Preparao e organizao da d i reco de c ena e c ont ra-regra

    a) Palco e bastidores

    Com as listas de adereos que foram feitas durante os ensaios, devem os mesmos ser instalados nos

    bastidores, preferencialmente no mesmo stio que ocupavam, de modo a que os artistas os possam

    facilmente encontrar, bem como o contra-regra.

    As mesas ou estrados para adereos devem ser forrados a papel de cenrio e cada objecto deve ocupar

    um stio definido e estar assinalado de modo a que mais facilmente se perceba se o mesmo no se

    encontra no seu devido lugar.

    Os diferentes locais dos bastidores, esquerda de cena, direita de cena e fundo de cena, devero estar

    desimpedidos e as mesas de adereos no devero obstruir as passagens e entradas de palco; todos os

    acessos devero estar livres. Os rompimentos devero estar assinalados como estavam na sala de

    ensaios.

    As passagens da esquerda para a direita de cena devero estar correctamente assinaladas, de modo a

    que quem passe no seja visto pelo pblico.

    Se houver ciclorama, a passagem deve ser feita por trs, mas ateno que pode haver retro-projeco

    ou iluminao por detrs do ciclorama! Nesse caso no d para passar.

    Os cabos elctricos, vulgo esparguete, devero estar muito bem fixos ao cho e devidamente

    assinalados. Objectos pontiagudos, alapes, escadas, zonas de mudana de cena, quer na horizontal,quer na vertical, devero estar assinalados tambm.

    Os camarins de mudana rpida devem estar j previstos com charriots, mesa, espelho e cadeira, no

    esquecer a iluminao que deve ser suficiente, sem no entanto perturbar a luz do espectculo ou

    romper para dentro de cena. Aqui devero ser feitos ajustes aos cabelos, retoques na maquilhagem,

    etc. Este camarim deve ter gua corrente para lavar as mos, etc., gua para beber, lenos de papel,

    toalhas e outro tipo de material especfico para cada produo, que entretanto se tenha determinado

    como necessrio.

    Devero existir caixas de resina, fundamentais para os bailarinos clssicos, que utilizam a resina nas

    sapatilhas e nas sapatilhas de ponta.

    No caso de ballet, pera ou de um espectculo musical, necessrio um piano para os ensaios, com

    pianista correpetidor e possivelmente ser necessria amplificao.

    No caso de no haver sala de ensaios para aquecimento dos cantores ou dos bailarinos, este poder

    efectuar-se no palco, mas ainda assim sero necessrias barras de aquecimento para os bailarinos.

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    Mesa do encenador deve ser montada na plateia, ao centro, e dever ter o seguinte: microfone; telefone;

    luz; intercom;papel, lpis, borrachas, cinzeiro, caixote do lixo, guas, copos, etc.; o encenador poder

    pedir um vdeo e monitor, para quando tem dvidas poder consultar os registos de ensaio.

    A intercomdever estar j montada em todos os locais, alm do posto para o encenador. normal o

    iluminador estar com a mesa de luz ao lado do encenador, no entanto, pode tambm estar na rgiedeluz. Os postos mais comuns de intercomso: mesa do encenador; director de cena; rgiede luz; rgie

    de som; rgieda teia; varandas; followspot;entrada do fosso de orquestra; palco, direita e esquerda de

    cena, consoante as necessidades.

    Por sua vez, a mesa do director de cena deve estar em contacto com todos os operadores do

    espectculo e dever ter o seguinte: monitor com imagem da cena; monitor com imagem do maestro;

    chamada de artistas para os bastidores; microfone para palco e sala, se necessrio; cue lightpara dar

    deixas que sejam necessrias e dar sinais ao maestro.

    b) Camarins

    Os camarins devem ter: som de escuta do palco e com chamada de artistas; monitor com imagem da

    cena; sinaltica dos camarins para o palco, com entradas da direita e esquerda de cena devidamente

    assinaladas.

    A distribuio de camarins feita pelo director de cenae pode ser feita em conjunto com o assistente

    de encenao. Obedece a dois factores distintos, nomeadamente o grau de importncia e a necessidade

    de estar mais perto do palco.

    O camarim principal sempre para o maestro, a distribuio faz-se segundo o grau de importncia dos

    artistas.

    A ordem de prioridades tem a ver com a proximidade do palco, dimenses dos camarins e andar em que

    esto situados.

    Primeiros Artistas solistas, bailarinos solistas ou actores principais

    Segundos Segundos papis ou segundo cast, o concertino, primeiro violino, se houver possibilidade,

    dever ter um camarim em separado da orquestraTerceiros Coro, homens e senhoras em separado, orquestra, corpo de baile, estagirios, ou figurantes

    A distribuio de camarins muito importante; no caso de ser necessrio juntar vrios artistasem

    camarins duplos ou colectivos, deve-se sempre ter em conta o relacionamento entre eles, de modo a

    evitar mau ambiente.

    Nas reas de camarins, principalmente de cantores, no deve ser permitido fumar.

    Sala de massagem As companhias de dana viajam com os seus massagistas, no entanto, se a

    produo for do prprio teatro, imperioso ter uma lista de mdicos, massagistas, enfermeiros,

    fisioterapeutas, em caso de necessidade, bem como contactos de mdicos de voz.

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    5.4. Ensaios que i ro decorrer at ao ensaio de imprens a

    a) Ensaio para guio de luz

    As luzes podem ser feitas no decorrer do tempo de ensaios, at ao dia em que necessrio passar

    todos os efeitos de luz gravados em colaborao com os artistas e/ou figurantes(no caso de os haver).

    imprescindvel que os artistas estejam em palco com os figurinos, para que o iluminadorpossa

    perceber as cores, temperaturas e intensidade das luzes. Acontece muitas vezes os tecidos mudarem de

    cor com as luzes e a dever haver correces nos filtros dos projectores. Quando h maquilhagem

    especial, os artistasdevem fazer estes ensaios de luz devidamente maquilhados.

    b) Ensaio tcnico

    O ensaio tcnico um ensaio que feito fora do tempo real e que consiste num exerccio de

    mudana de cena. um ensaio com artistas em que os mesmos do as deixas para as mudanas de

    cena, descida de cortinas ou peas de cenrio, bem como efeitos de luz e som.

    No caso de um ballet, de um musical ou de uma pera, h duas fases distintas e que nos merecem um

    apontamento:

    c) Ensaio de cena

    Este gnero de ensaio serve para o encenador poder continuar a trabalhar acompanhado por pianista.

    um ensaio de encenao e pode parar as vezes que o encenadorentender sem que tenha de prestar

    contas a ningum, s a ele prprio, no caso de atrasar o trabalho.

    O director de cenadeve fazer respeitar a tabela de ensaios que foi feita por ele e pelo assistente deencenao, de acordo com as instrues do encenador.

    d) Ensaio com orquestra e cena

    A diferena entre este gnero de ensaio e o anterior que, enquanto no primeiro o encenador quem

    dirige e orienta os ensaios, no segundo o director passa a ser o maestro. Ou seja, quando passamos

    para os ensaios com orquestra e cena, o encenadortem de ter o espectculo todo montado e j no

    pode interromper os ensaios ou parar, porque quem decide isso passa a ser o maestro.

    O maestro o director musical do projecto e, no momento em que entra em cena, toda a companhia

    passa a ter como nica preocupao o aperfeioamento musical e est completamente concentrada nas

    directrizes do maestro, embora no descuidando a encenao e respeitando todas as marcaes que

    ficaram estabelecidas. S o maestropode interromper o ensaio sempre que achar necessrio, para

    repetir com a orquestra e com os cantores. O maestrod sempre as indicaes durante o decorrer dos

    ensaios e repete sempre que achar conveniente.

    As tabelas de ensaio com orquestra e cena so feitas em colaborao com o maestro e com o

    encenador.

    Montagem do fosso de orquestra da responsabilidade do secretrio musicalque, segundo as

    directrizes do maestro, informa a direco tcnica relativamente s necessidades do fosso e da

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    orquestra, nomeadamente, a que altura deve ser instalado, dimenses, nmero de estantes, cadeiras,

    etc. muito importante no esquecer a necessidade de luz no fosso de orquestra, pois os msicos tm

    de ter luz suficiente para lerem as partituras e o maestrodeve estar iluminado de modo a que todos o

    possam ver, sem no entanto a luz do fosso perturbar a iluminao de cena.

    As estantes de msica devero ser iluminadas com material prprio para o efeito, que tem por nome

    cassetas.

    6. Ensaio de Im prensa, Pr-geral e Geral

    6.1. Ensaio de impre nsa

    Este ensaio, que foi previamente marcado e que consta do plano que foi entregue a toda a companhia,

    o primeiro desafio para o exterior. Vai estar presente a comunicao social e, por vezes, alguns amigos ecolaboradores. Este ensaio muito importante, porque o que se fizer nesta altura a primeira imagem

    da produo que se projecta e que passar para a opinio pblica.

    Qualquer imagem fotogrfica ou em vdeo deve ser muito bem escolhida. para que corresponda ao que

    o trabalho criativo de todos. As imagens so muito fortes e, se forem boas, temos urna campanha

    positiva, se forem ms, pode ser fatal para o percurso do espectculo.

    As imagens so escolhidas pelo encenador, ele quem define o que vai ser o ensaio de imprensa. Pode

    ser um ensaio corrido na ntegra, ou pode apenas tratar-se de uma cena ou de algumas cenas. O

    encenador sabe muito bem o que quer passar para fora e muitas vezes escolhe cenas que mais

    facilmente transmitam isso.

    A direco de cena tem de saber previamente o que vai ser feito, para poder ter tudo devidamente

    preparado.

    Os actoresdevem estar preparados e prximo da realidade que vai ser o seu personagem: vestidos,

    penteados e maquilhados.

    O palco deve estar impecvel e com a luz certa. Acontece muitas vezes que a televiso pede um reforo

    da luz para conseguir captar as cenas e, nesse caso, essa alterao dever ser feita de acordo com o

    encenadore com o iluminador.

    O som - Os meios de comunicao social geralmente pedem uma via de udio da mesa de som, para

    que a qualidade de som recolhida seja a melhor.

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    O palco deve estar preparado, a direco de cena d ordem s relaes pblicas para a entrada da

    imprensa, jornalistas fotgrafos; a televiso dever chegar mais cedo, de modo a que possa instalar os

    trips e as cmaras e fazer as ligaes mesa de som.

    A imprensa deve ser recebida pelas relaes pblicas e acompanhada pelo assessor deimprensa.

    este quem deve fazer a ponte entre o encenador, a direco de cena e a imprensa.

    Assim que todos esto acomodados, o director de cenafaz um aviso em voz offe em que informa a

    comunicao social no sentido de alertar que o que se ir ver um ensaio e que o espectculo no est

    ainda concludo. Desta forma, a imprensa obrigada a publicar as fotos acompanhadas da legenda foto

    de ensaio, o mesmo acontecendo em relao s reportagens televisivas.

    No final do ensaio de imprensa, embora tambm possa ser noutra altura, normal haver uma

    conferncia de imprensa com o encenador e com quem ele escolher da equipa criativa.

    Compete direco de cena tratar da sala ou do local onde a dita conferncia de imprensa ir decorrer;

    pode ser no foyer, no bar, numa sala do teatro, etc. O local escolhido dever ser silencioso, nunca um

    local de passagem, tipo corredor.

    Deve existir urna mesa onde se iro sentar os criativos, e uma pequena plateia onde ir estar sentada a

    comunicao social. No esquecer de montar som, se as dimenses da sala o exigirem. A luz tambm

    fundamental, de modo a criar um ambiente simptico e descontrado, sem no entanto descuidar os

    pormenores. Se houver algum texto ou comunicado de imprensa dever ser entregue antes da

    conferncia ter incio.

    tambm normal haver entrevistas aos artistas em separado, devendo-se providenciar para isso um

    espao simptico e com luz.

    muito importante que todos tenham passado pela maquilhagem, as luzes da televiso so muito fortes

    e engordam e distorcem imenso a cara das pessoas.

    6.2. Ensai o i ta l iana

    O ensaio italiana um ensaio sem cena, os artistas devero passar o texto ou, no caso da pera,

    devero cantar a pera, mas sentados ou sem marcao... preferencialmente junto da boca de cena.

    Este ensaio faz-se no palco e todos os artistasdevero estar sentados virados para o maestro.

    6.3. Ensaio p r-geral

    O ensaio pr-geral o ensaio que antecede o ensaio geral e dever ser feito um a dois dias antes do

    ensaio geral. Para este ensaio, a direco de cena indica na tabela que os senhores artistas devero vir

    vestidos, calados, com cabeleiras e maquilhados. Neste ensaio, o encenadorj pouco pode fazer, no

    deve interferir e se tiver notas s as deve dar no final dos actos ou no fim do ensaio.

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    6.4. Ensaio geral

    O ensaio geral como se do espectculo se tratasse, quase sempre assistido e a plateia pode mesmo

    ficar cheia. O ensaio geral no tem hora de trmino e se for necessrio pode ser que se tenha de repetir

    tudo de novo. uma deciso grave e preciso que tudo esteja muito mal para que isso acontea.

    Poder haver um dia de descanso entre o ensaio geral e o dia de estreia, mas mais na pera do que noteatro.

    O ensaio geral dever ser realizado hora de espectculo. Os intervalos so em rigor e aqui a direco

    de cena tem os tempos, que ir dar produo e frente de casa.

    No final deste ensaio, costume haver uma reunio em que o encenadord as notas finais aos artistas.

    Este ensaio a prova para a estreia. O facto de haver pblico d uma dimenso e intensidade ao ensaio

    parecidas com as do espectculo.

    Aps o ensaio geral, pouco h a fazer; no entanto, pode ser necessrio fazer alguns retoques na cena,

    tipo esticar pernas e bambolinas, pintar o cho do palco, dar retoques na cenografia, ajeitar algum

    figurino, afinaes de luz e som, etc.

    7. Est reia e Tourne

    No dia de estreia deve-se ter em conta o seguinte:- proceder a todas as rotinas efectuadas no ensaio geral;

    - verificar se todos os artistas se encontram no teatro; para isso. o ideal fazer uma lista com todos os

    nomes, que se entrega no funcionrio da segurana na porta de artistas e que faz o controlo das

    presenas. Num pequeno teatro ou sala, sem seguranas, o director de cena ter de passar pelos

    camarins e fazer a chamada. . .;

    - visitar todos os artistas no seu camarim e saber se precisam de alguma coisa especial , no entanto,

    e sempre, uma funo do director de cena.

    Refernc ias b ib l iogrf icas

    ABREU, Miguel (Coord.) - Gave: Guia das Artes Visuais e do Espectculo. Lisboa: Cassefaz; Instituto

    das Artes, 2006. ISBN 972-99322-5-5

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