a primazia da graça e a resposta humana -...

16
Jornal mensal da Igreja Metodista Dezembro de 2007 Ano 121 número 12 Palavra Episcopal Memória Missões Reflexão Entrevista Cultura Mobilização metodista lota o Maracanãzinho No dia 2 de novembro, concentração metodista reuniu mais de 13 mil pesso- as para lançamento de campanha evangelística. Página 7 Lançada nova carta pastoral “Falar da graça e do discipulado é, para nós metodistas, caminhar no núcleo da nossa herança...” afirma Colégio Episcopal. Página 15 Festa do Messias Jesus Um alerta contra os falsos messias, que se sustentam sobre a ig- norância e baixa auto- estima do povo. Página 3 Momento novo Deus chama a gente pra caminhar junto com seu povo sofrido: o exemplo do pastor Ernesto Barros. Página 6 Natal solidário Fundação Metodista e Quarta Região lançam campanha de arrecada- ção de alimentos, livros e brinquedos. Página 10 A Escola Dominical e eu Um carinhoso testemu- nho cheio de saudade e gratidão aos profes- sores(as) da Escola Do- minical. Página 12 Estabilidade e capacitação A gestão das institui- ções de ensino pede profissionalização. Sem perda de identidade. Página 14 Mil vozes para celebrar Editora da Fateo lança dois volumes do Hinário Wesleyano, com CDs. Página 15 A primazia da graça e a resposta humana Advento é um período de pre- paração para o Natal, momento de trazemos à memória a graça encarnada em Jesus. Mas, como se expressam em nossos cultos a relação entra a graça divina e a resposta humana? Páginas 8 e 9

Upload: lethuan

Post on 29-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de 2007 • Ano 121 • número 12

Palavra Episcopal

Memória

Missões

Reflexão

Entrevista

Cultura

Mobilizaçãometodista lota oMaracanãzinho

No dia 2 de novembro, concentraçãometodista reuniu mais de 13 mil pesso-as para lançamento de campanhaevangelística.

Página 7

Lançada novacarta pastoral“Falar da graça e do discipulado

é, para nós metodistas, caminhar nonúcleo da nossa herança...” afirmaColégio Episcopal.

Página 15

Festa doMessias Jesus

Um alerta contra osfalsos messias, que sesustentam sobre a ig-norância e baixa auto-estima do povo. Página 3

Momento novoDeus chama a gentepra caminhar junto comseu povo sofrido: oexemplo do pastorErnesto Barros. Página 6

Natal solidárioFundação Metodista eQuarta Região lançamcampanha de arrecada-ção de alimentos, livrose brinquedos. Página 10

A EscolaDominical e eu

Um carinhoso testemu-nho cheio de saudade egratidão aos profes-sores(as) da Escola Do-minical. Página 12

Estabilidade ecapacitação

A gestão das institui-ções de ensino pedeprofissionalização. Semperda de identidade. Página 14

Mil vozes paracelebrar

Editora da Fateo lançadois volumes do HinárioWesleyano, com CDs. Página 15

A primazia dagraça e a

resposta humanaAdvento é um período de pre-

paração para o Natal, momentode trazemos à memória a graçaencarnada em Jesus. Mas, comose expressam em nossos cultos arelação entra a graça divina e aresposta humana?

Páginas 8 e 9

Page 2: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 20072 Palavra do leitor

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo João Carlos LopesConselho Editorial: Magali Cunha, José Aparecido, Elias Colpini, Paulo Roberto SallesGarcia e Zacarias Gonçalves de Oliveira Júnior.Jornalista Responsável: Suzel Tunes (MTb 19311 SP)Estagiário de comunicação: José Geraldo Magalhães JúniorCorrespondência: Avenida Piassanguaba nº 3031 Planalto Paulista - São Paulo - SPCEP 04060-004 - Tel.: (11) 6813-8600 Fax: (11) 6813-8632home: www.metodista.org.br e-mail: [email protected]

A redação é responsável, de acordo com a lei, por toda matéria publicada e, sendoassim, reserva a si a escolha de colaborações para a publicação. As publicações assinadassão responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opiniãodo jornal. Propriedade da Imprensa Metodista, inscrição no 1o Oficial de Registro deTítulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica, sob o número de ordem 176.

Órgão oficial da Igreja Metodista, editado mensalmente sob a responsabilidade do Colégio EpiscopalFundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário Rev. John James Ransom

A produção do Jornal Expositor Cristão é realizada em convênio com oInstituto Metodista de Ensino Superior, que cuida da diagramação edistribuição do periódico. O conteúdo editorial é definido pela Sede Nacionalda Igreja Metodista.Editoração eletrônica: Maria Zélia Firmino de SáProjeto Gráfico: Alexander Libonatto FernandezImpressão: Gráfica e Editora RudcolorAssinaturas e RenovaçõesFone: (11) 4366-5537e-mail: editora metodista.brRua do Sacramento n 230 Rudge Ramos - São Bernardo do Campo - SPCEP 09640-000 www.metodista.br/editora

Editorial

... não ando à procura degrandes coisas, nem de

coisas maravilhosas demaispara mim. Pelo contrário, fiz

calar e sossegar a minhaalma; como a criança desma-

mada se aquieta nos braçosde sua mãe... Salmo 131.1b-2

Chega o Natal e, com ele,o stress característico das pes-soas apressadas em comprarseus presentes natalinos. Nasigrejas, ensaios de última horade peças e cantatas. E a deco-ração também precisa sercaprichada. Queremos ofertaràs pessoas queridas e ao nossoDeus o que temos de melhor!E isso é bom... desde que nãonos esqueçamos que somos nósos maiores presenteados. Semmérito algum, recebemos deDeus um amor que não requercondições para existir, não seinibe diante de nossas faltas,não desiste diante do que pare-ce ser impossível.

Receber esse amor incondi-cional é usufruir da graça en-carnada em Jesus Cristo. É oque nos lembra o pastorHelmut Renders, na matéria decapa desta edição. Ele nos fazum convite para que receba-mos a graça de Deus. Às ve-zes, parece que temos dificul-dades em aceitar essepresente, aceitação simbolica-mente representada nos atoslitúrgicos dos cultos que pres-tamos. O artigo trouxe-mequestões nas quais eu nuncahavia pensado: talvez nossoscultos estejam expressandomais a nossa necessidade deauto-afirmação e controle doque nossa humilde aceitação dagraça divina. E, com ela, nossaresposta na forma de alegria eserviço, como nos fala o “Can-to do Povo Reunido”, do pastor

Receber um presenteErnesto Barros Cardoso: A Tuagraça alcançou-nos afinal/O Teuperdão deu-nos vida nova emTi/O Teu amor nos uniu numsó ideal/E como Igrejareunimo-nos aqui. Qual é nossoideal como Igreja de Cristo?

Nesta edição, nós tambémtrazemos lembranças do pastorErnesto, compositor de muitoscânticos entoados na IgrejaMetodista e em igrejas de váriasoutras denominações espalhadaspelo mundo. Infectado pelo vírusHIV, Ernesto poderia ter espera-do para ele “coisas grandes emaravilhosas”, e poderia ter seamargurado por uma cura quenão veio. Ao contrário, ele seentregou à radical experiência daconfiança em Deus em meio aosofrimento. Irmanou-se com mi-lhões de pessoas infectadas poresse vírus e converteu sua ex-periência em serviço ao GrupoConsultivo de Aids do ConselhoMundial de Igrejas, cuja sede éem Genebra, Suíça. É em Gene-bra que está, nesse momento,nossa irmã Dilene Fernandes,pastora “afroameríndia” que foilevar sua simpatia tropical aoInstituto Bossey, vinculado aoConselho Mundial de Igrejas,onde está fazendo um mestradoem ecumenismo. Ela nos contadas experiências vivenciadas en-tre irmãos e irmãs europeus. E égostoso saber da existência deprojetos ecumênicos que levamvida e esperança a mulheresprostituídas e moradores(as) derua. Afinal, quem não gosta dereceber boas notícias? Quem nãogosta de receber “Boas Novas”?

É Natal. Já temos da partede nosso Pai “boas novas degrande alegria, que são paratodo o povo”. Só nos restapropagá-las.

Suzel [email protected]

Alô, turma dos anos 80,queremos nos encontrar no pró-ximo ano! Afinal, estaremos co-memorando os 30 anos de che-gada na Fateo. Nossoencontro acontecerá num jantardurante o Encontro Nacional dePastores/as em abril, em SerraNegra. Vamos estar juntos emoração e na realização desseevento. Entrem em contato:nadir.carvalho@ metodista.org.br

Rev. Nadir Carvalho,por e-mail.

Recursoscompartilhados

Acabamos de lançar o siteFeautor: http://www.feautor.org. É um espaço aberto para atroca de recursos teológicos elitúrgicos, sob a licença CreativeCommons. Tem o envolvimentode vários Metodistas, do Brasil eda América Latina.

Fabio Josgrilberg,por e-mail.

Símbolodescaracterizado

Sou metodista da 3º regiãoeclesiástica. Escrevo aos senho-

Encontro dePastores

A foto da turma de 80carinhosamente “etiquetada” pelopastor Nadir, com os nomes dospastores e pastoras. Todos convoca-dos para o encontro!

res/as para compartilhar algoque me deixou espantada. Hoje,quando navegava pela página dejovens metodistas no Orkut, umdos irmãos-membros deixou-nosum link que nos mostra comoestão sendo usados nossos sím-bolos e o nome Metodista. Háuma comunidade chamada“João Wesley sem homofobia”;é uma página pessoal, mas tam-bém há outras comunidades como mesmo conteúdo. Essas pes-soas estão usando a Cruz e aChama e outros símbolos comas cores do movimento gay, epelo que percebi, tentando, dealguma forma, infiltrá-lo emnosso meio. (...)

Como uma metodista quesou, e acima de tudo, comouma cristã, me senti na obriga-ção de escrever esse e-mail eesperar que a liderança da igre-ja metodista nacional pronuncie-se sobre essas atitudes.Desdejá agradeço a atenção recebida.Deus os abençoe!

Carla Pereira Nonato,por e-mail.

Irmã Carla. Graça e Paz!Recebemos teu e-mail com pre-ocupações necessárias. Estãofazendo o uso indevido de nos-sos símbolos, e a Igreja estarábuscando solucionar o problemaque nos destes a conhecer. QueEle nos ilumine para honrarmosSeu nome a cada dia. Fraternal-mente, em Cristo,

Bispo Stanley Moraes.

Nota da Redação: Tam-bém já recebemos a informa-ção de que a “cruz e chama” ,símbolo patenteado pela Igre-ja Metodista, está sendo utili-zada por outras denominaçõesevangélicas no país. Acompa-nhe, na próxima edição do Ex-positor, uma reportagem sobreeste tema.

Page 3: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 2007 3Palavra Episcopal

Neste Natal, mais uma vezprecisamos fazer o resgate doverdadeiro significado da data,pois nos deparamos com o se-qüestro do significado maisprofundo do Natal, que é: “Deusveio ao mundo para nos sal-var.” (Mt 1.21).

Até mesmo o celebrar davinda, do nascimento do messi-as Jesus, precisa ser melhordefinido. O termo hebraicoMessias, que em grego é Cris-to, cujo significado é o ungido,num sentido teológico maisamplo, é o ungido e enviadode Deus, pois quem era ungidoo era para o exercício de umamissão. Ocorre que percebemosum conflito entre o sentido sin-gular do Messias, que é o pró-prio Deus encarnado em seuFilho Jesus Cristo (cf. Jo 1.1),e o sentido plural, onde novoshomens proclamados ou auto-proclamados, de messias pre-tendem ser os enviados deDeus. Eles reivindicam e ven-dem isso. Sem considerar osque ideologicamente manipulamconceitos religiosos e se apre-sentam como a salvação para opovo. A nossa América Latina,e mesmo o Brasil, está cheiade caudilhos messiânicos. Comoexemplo, cito Perón, GetúlioVargas, e vários dos líderesmilitares das ditaduras que ti-vemos, e que, por total aver-são, me recuso a citar os no-mes. A grande maioria dessesreligiosos e políticos, na verda-de, manipulavam o povo e bus-cavam a sua própria salvação ea dos seus aliados.

Tal falsa messianidade seapoiava e se apóia na baixaauto-estima da maioria do povoque, oprimido e humilhado, éconvencido de que não é capazde encontrar seu caminho delibertação e salvação. Precisados salvadores, mediadores,messias. Recusa-se a ser sujei-to histórico no processo de re-volução social, de mudança dacruel realidade em que vive.Precisa de “coronel”, “padri-nho”, de quem “cuide” dele.

Natal: Festa do Messias Jesus“... porque ele salvará o seu povo dos

pecados deles.” (Mt 1.21)Deste deformado conceito

de “messias”, de “salvador”,se aproveitam políticos e religi-osos. Nele crescem políticospopulistas e oportunistas, as-sim como “pastores”, “bispos”e “apóstolos”. Pessoas cujoúnico projeto é a sua riqueza ea dos seus aliados, que prospe-ram em cima dos conceitosmanipulados da Bíblia; afinalsão “filhos do rei”.

Para líderes como estes,não convém pregar o Natal domenino Jesus, pois os relatosbíblicos do Natal confrontamestes messianismos, nos dão operfil do verdadeiro Messias, ofilho de Deus: Jesus.

O Messias dosEvangelhos da Infância

São chamados Evangelhosda Infância os dois primeiroscapítulos de Lucas e Mateus.Vou, rapidamente, destacar al-guns elementos deles. Reco-mendo a todos os pastores epastoras, todas as igrejas, queleiam com atenção Mateus 1 e 2e Lucas 1 e 2. Este é o esforçoda Igreja Primitiva de construiro verdadeiro perfil do MessiasJesus, o Filho de Deus.

Deixem-me começar peloanúncio do anjo a José, noEvangelho de Mateus: “...José, filho de Davi, não temasreceber Maria, tua mulher, por-que o que nela foi gerado é doEspírito Santo. Ele salvará o seupovo dos pecados deles. Paraque se cumprisse o que foradito pelo Senhor: Eis que a vir-gem conceberá ... será chama-do pelo nome de Emanuel”. (Mt1.20-23). Trata-se de um esfor-ço de Mateus e sua comunidadeem enfatizar: 1. O Messias égerado e procede de Deus. 2. Onome Jesus encerra a grandemissão do Messias: salvar opovo dos seus pecados, tarefanão assumida pelos “messias”,mas somente por Jesus Cristo,e o fez com sofrimento nacruz. Aliás, sofrimento não éalgo atraente aos falsos messi-as. 3. O nome Emanuel, outrodesignativo do Messias, fala doDeus presente, e todos nós sa-bemos e experimentamos apresença espiritual fortalece-dora, consoladora e salvadorade Jesus.

Para seguir na mesma li-nha, vejamos nos relatos donascimento de Jesus, emLucas 1.26 a 38, a palavra doanjo a Maria. “...não temas;

porque achastegraça diante deDeus. Este serágrande e seráchamado Filhodo Altíssimo; oente santo quehá de nascerserá chamadoFilho de Deus.”(Lc 1. 28-35). Oque é dito aquiacerca do Mes-sias, o Filho deDeus? 1. “...achaste graçadiante deDeus.” A vindado Messias éobra da graça emisericórdia deDeus, dádiva deDeus, por isso atradição de pre-sentear no Na-tal, pois assimfizeram os sá-bios do Oriente,os Magos. (cf.Mt 2.1-12). Queescândalo é acomercializaçãodas verdades doEvangelho, afi-nal Natal é a prova de que degraça recebemos e de graçadevemos dar. Escândalo é tam-bém transformar o Natal noseu grande negócio, esvazian-do do verdadeiro sentido. 2.“Este será grande e será cha-mado Filho do Altíssimo; Deus,o Senhor, lhe dará o trono deDavi, seu pai, e ele reinarápara sempre...” (Lc 1.32-33).Jesus é o filho de Deus, e rei-na sobre nós. Esta não é umaverdade para os messias polí-ticos, os quais reinam sobre opovo a serviço dos podereseconômicos, que exploram.Para eles, o rei é o mercado;esta entidade mágica, um ver-dadeiro deus Mamom, que se-gue hoje pedindo o sacrifíciode inocentes. Só no Brasil são40 milhões vivendo abaixo dalinha de pobreza. Estes reina-dos com aspirações messiâni-cas são uma afronta ao reina-do de Jesus, o príncipe da Paz.Por outro lado, em nome deJesus, líderes religiosos bri-lham e reinam manipulando opovo com frases de efeito,cuja teologia dá brilho a eles,e os ofuscam negando na prá-tica o reinado de Jesus.

Nos Evangelhos da Infância,Jesus é o Messias dos pobres,jamais dos poderosos. Seu pai

era um operário, seu nascimen-to foi numa estrebaria, foi umsem-teto, sua sobrevivênciaera garantida pela fuga aoEgito, o que fez dele um semterra, um imigrante. Estassão faces de Jesus. Isso nãocombina com os “messias” denosso tempo, afeitos mais aoshotéis de luxo, mansões, ter-nos bri lhosos. Entre estesmessias não há lugar para oJesus de Nazaré.

Que Deus nos ajude a en-xergar com clareza o verdadei-ro Messias, o Filho de Deus.Para isto, ajuda ler a adver-tência que Ele mesmo fez: “Eele lhes respondeu: Vede queninguém vos engane. Porquevirão muitos em meu nome, di-zendo: Eu sou o Cristo, e en-ganarão a muitos.” (Mt 24.4-5). “Nesse tempo, muitos hãode se escandalizar, trair e odiaruns aos outros; levantar-se-ãomuitos falsos profetas e enga-narão a muitos. E, por se mul-tiplicar a iniqüidade, o amorse esfriará de quase todos.Aquele, porém, que perseveraraté o fim, esse será salvo.”(Mt 24. 10-13). Nós,metodistas, não somos dos quedesanimamos e desistimos,mas dos que, pela graça doMessias-Jesus, prosseguimos.Amém! Amém! Amém!

Paulo Tarso deOliveira Lockmann,

Bispo da 1ª Região Eclesiástica

Page 4: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 20074 Oficial

No uso de minhas atribuições Canônicase Regimentais, faço os seguintes ajustesde nomeações:

DISTRITO MISSIONÁRIO NORDESTE 2(Pernambuco)

SD RAMON DOS SANTOS COUTINHO

CIRCUITO I

01. CENTRAL EM RECIFE/PE – IGREJAPÓLO: Ramon dos Santos Coutinho,presbítero ativo, de tempo integral,comissionado da 4a Região Eclesiástica,titular, com ônus, Gilmara Michael SilvaSouza, presbítera, de tempo integral, comônus, Coadjutora, e Cícero Batista deFreitas, aspirante ao pastorado, de tempoparcial, com ônus, Coadjutor.

02. SAN MARTIN/PE – Congregação:Ramon dos Santos Coutinho, presbíteroativo, de tempo integral, comissionado da4a Região Eclesiástica, titular, com ônus,Gilmara Michael Silva Souza, presbítera, detempo integral, com ônus, Coadjutora, eCícero Batista de Freitas, aspirante aopastorado, de tempo parcial, com ônus,Coadjutor.

CIRCUITO II

01. CORDEIRO/PE – Igreja em Consoli-dação – PÓLO: Ramon dos Santos Coutinho,presbítero ativo, de tempo integral,comissionado da 4a Região Eclesiástica,titular, com ônus, Gilmara Michael SilvaSouza, presbítera, de tempo integral, comônus, Coadjutora, e Cícero Batista deFreitas, aspirante ao pastorado, de tempoparcial, com ônus, Coadjutor.

02. NOVA DESCOBERTA/PE – Congrega-ção: Ramon dos Santos Coutinho,presbítero ativo, de tempo integral,comissionado da 4a Região Eclesiástica,titular, com ônus, Gilmara Michael SilvaSouza, presbítera, de tempo integral, comônus, Coadjutora, e Cícero Batista de

Freitas, aspirante ao pastorado, de tempoparcial, com ônus, Coadjutor.

CIRCUITO IV

01. GUARARAPES/PE – Igreja em Con-solidação – PÓLO: Samuel Luís da Silva,presbítero ativo, de tempo integral,com ônus.

DISTRITO MISSIONÁRIO NORDESTE 3(Sudoeste, Sul e Oeste da Bahia)

SD DILSON SOARES DIAS

CIRCUITO III

01. BOM JESUS DA LAPA/BA – Igrejaem Consolidação – PÓLO: Izaías Melquíadesda Silva, aspirante ao presbiterado, detempo integral, com ônus.

02. POVOADO DAS PIRANHAS/BA – Pon-to Missionário: Izaías Melquíades da Silva,aspirante ao presbiterado, de tempo inte-gral, com ônus.

DISTRITO MISSIONÁRIO NORDESTE 4(Rio Grande do Norte e Paraíba)

SD FRANCISCO PORTO DE ALMEIDAJÚNIOR

CIRCUITO I

01. CENTRAL EM CAMPINA GRANDE/PB– IGREJA PÓLO: Maria Raimunda LopesMonteiro, presbítera ativa de tempo inte-gral, com ônus.

02. JARDIM AMÉRICA/PB – Ponto Mis-sionário: Maria Raimunda Lopes Monteiro,presbítera ativa de tempo integral, comônus.

03. REMÍGIO/PB – Ponto Missionário:Maria Raimunda Lopes Monteiro, presbíteraativa de tempo integral, com ônus.

04. MIRANTE/PB – Ponto Missionário:Maria Raimunda Lopes Monteiro, presbíteraativa de tempo integral, com ônus.

CIRCUITO II

01. MOSSORÓ/RN – Congregação:Ricardo Pereira da Silva, aspirante aopresbiterado, de tempo parcial, com ônus,Coadjutor.

CIRCUITO IV

01. RIO DO FOGO – Congregação: JoãoBatista Véras, aspirante ao presbiterado,de tempo parcial,

com ônus.

DISTRITO MISSIONÁRIO NORDESTE 5(Sergipe, Alagoas, Norte da Bahia e Oestede Pernambuco)

SD AUGUSTO PILOTO SILVA JÚNIOR

CIRCUITO I

01. CENTRAL EM ARACAJU/SE – IGREJAPÓLO: Augusto Piloto Silva Júnior,presbítero ativo, de tempo integral, comônus, e Mara Ferreira de Araújo Pedro,presbítera ativa, de tempo integral, comônus, Coadjutora.

CIRCUITO II

01. SANTOS DUMONT/SE – Igreja emConsolidação – PÓLO: Augusto Piloto SilvaJúnior, presbítero ativo, de tempo integral,com ônus, e Mara Ferreira de AraújoPedro, presbítera ativa, de tempo integral,com ônus, Coadjutora.

02. MARCOS FREIRE/SE – Congregação:Augusto Piloto Silva Júnior, presbítero ati-vo, de tempo integral, com ônus, e MaraFerreira de Araújo Pedro, presbítera ativa,de tempo integral, com ônus, Coadjutora.

DISTRITO MISSIONÁRIO NORDESTE 6(Salvador/BA)

SD ANDRÉ LUIZ DE CARVALHO NUNES

CIRCUITO I

01. CENTRAL RIO VERMELHO/BA –IGREJA PÓLO: André Luiz de CarvalhoNunes, titular, presbítero ativo, de tempointegral, com ônus.

02. CAJAZEIRAS/BA – Congregação:André Luiz de Carvalho Nunes, titular,presbítero ativo, de tempo integral, comônus, e Mário Lúcio de Souza, pastor, detempo integral, com ônus, Coadjutor.

03. ENGENHO VELHO DA FEDERAÇÃO/BA – Congregação: André Luiz de CarvalhoNunes, titular, presbítero ativo, de tempointegral, com ônus, e Mário Lúcio de Souza,pastor, de tempo integral, com ônus,Coadjutor.

DISTRITOS MISSIONÁRIOS (Petrolina,São Luís e Teresina)

SUPERVISOR: Coordenação Regional deExpansão Missionária

01. SÃO LUÍS/MA: Antônio CesimarFerreira, aspirante ao presbiterado, detempo integral, com ônus.

SÃO JOSÉ DO RIBAMAR/MA – PontoMissionário: Antônio Cesimar Ferreira, as-pirante ao presbiterado, de tempo integral,com ônus.

Recife/PE, 23 de novembro de 2006.

Marisa de Freitas FerreiraCoutinho, bispa

Presidente da Região Missionária doNordeste – REMNE

Ajustes de Nomeações

Page 5: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 2007 5Oficial

Colégio Episcopal publica cartas pastoraissobre Ordem Presbiteral e Diaconal

As novas cartas pastorais já estão disponíveis no site www.metodista.org.br, naárea Documentos Oficiais e serão publicadas na próxima edição do jornal ExpositorCristão. Para mais informações, entre em contato com a Assessoria de Comunicação:(11) 6813-8614.

O Colégio Episcopal, no uso de suasatribuições conferidas pelo Art. 63 incisoXXIX da Lei Ordinária de 2007 – Cânones.

Considerando que:1. A Constituição da Igreja em seu

artigo 17 afirma:O direito de defesa e petição é assegurado a todos os membrosda Igreja”

2. O procedimento de disponibilidadeprevisto no artigo 215 da Lei Ordináriavigente, não assegura o direito consagradopela Constituição;

3. Que tal omissão se constitui emlacuna que impossibilita ou pelo menosatrapalha a aplicação da lei de maneirauniforme;

4. Que a integração da Lei é passívelde ser realizada pela edição de Ato Comple-mentar;

Edita o presente nos seguintes termos:

Art. 1º Quando o membro clérigo ativorevela incapacidade, ineficiência no exercí-cio da função eclesiástica, o Bispo/a Presi-dente o convoca para um diálogo pastoral;

Art. 2º Percebendo a impossibilidade desolução sem a aplicação do instituto daDisponibilidade, a autoridade episcopalnomeia uma comissão de pelo 03 clérigos/as. Pelo menos um dos/das componentes

Ato Complementar Nº 02/2007da Comissão deverá ser SuperintendenteDistrital.

Art 3º Num prazo máximo de 08 dias apartir do ato de nomeação a Comissão sereúne com o “indiciado” narra de maneiradetalhada as razões do procedimento ins-taurado contra ele, a seguir dando-lhe apalavra para produzir a sua defesa oral,podendo também juntar documentos.

Art. 4º A Comissão elabora relatórioconclusivo e encaminha ao Bispo, se o re-latório concluir pela aplicação da disponibi-lidade e o Bispo concordar com as conclu-sões proporá ao Concílio Regional aAplicação da Medida, o que se fará nostermos dos artigos 215 a 217 dos Cânonesde 2007.

Art 5º O mesmo procedimento seráadotado quando a ineficiência estiver ba-seada na avaliação prevista no artigo 37,XII parágrafo único.

Art. 6º Quando a disponibilidade esti-ver embasada no não retorno do membroclérigo, após período de licença, ele apenasserá notificado pela Autoridade Episcopal ecaso não se apresente para reassumir asfunções, será automaticamente considera-do em disponibilidade.

Art. 7º Todos os encontros e procedi-mentos previstos neste Ato Complementarserão formalizados, os documentos autua-dos e as manifestações orais reduzidas atermo. O sigilo será assegurado.

Este Ato Complementar entra em vigorna Data de sua Publicação

São Paulo, 07 de novembro de 2007.

Bispo João Carlos LopesPresidente do Colégio Episcopal

Bispo Adonias Pereira do LagoSecretário do Colégio Episcopal

Page 6: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 20076 Memória

É difícil não falar na primeira pessoa do singular. Não creioque isto seja reducionismo nem individualismo exagerado. Cadavez que prestamos atenção à experiência pessoal, essa experiên-cia nos remete a elementos mais gerais, coletivos.

Assim é com o corpo sofredor. Quando minha infecção seagudizou, nos últimos anos, minha primeira reação foi identificar-me por meio do meu corpo com os corpos de muitas outras pes-soas, em forma anônima e solitária e, emcerto modo, com seu sofrimento, sua de-bilidade e sua resistência à dor. (...)

Como resposta à dor e ao desesperode experimentar os limites, surge às vezesum pranto profundo, no silêncio ou nas lá-grimas, um murmúrio que parece como aimagem de Paulo: “toda a criação gemecom dores de parto”, como se esperassesua libertação dos limites e davulnerabilidade (Romanos 8). Uma sensa-ção do inconsciente coletivo: em um cor-po, todos os corpos. A experiência pesso-al pode criar laços de solidariedade, nosfazer sentir que estamos unidos a todosos corpos que sofrem. Isto está perto tal-vez de uma das canções do servo sofre-dor: “Certamente, ele tomou sobre si asnossas enfermidades e as nossas doreslevou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus eoprimido” (Isaías 53.4). Em um corpo, todos os corpos. O corpocansado e sofredor do mundo, o corpo oprimido e pisoteado do po-bre, o corpo reprimido e violado de tantas mulheres, os corpossem energia nem resistência de meninos e meninas... É impossívelnão ter o sentimento de que, ainda que minha experiência sejaparticular, identifica-se com a de milhões. Sim, somos milhões osinfectados e afetados.

Cura, destino, salvação

Ante a dor e sofrimento, a primeira solução que se nos ocorreé um tratamento: deter o sofrimento, por fim à dor, recuperar aenergia, “voltar à vida”. Como a cura é difícil e, no caso da AIDS,impossível, surge com força a idéia de algum tipo de milagre.Uma solução fantástica talvez... porém, que se pode dizer dasmuitas curas dos relatos bíblicos, ou associadas com o ministériode serviço (diaconia) e cura?

Desde a primeira vez que tive conhecimento de meu diagnós-tico, perguntei-me por que deveria ou desejaria curar-me. E osmilhões restantes? Haveria um tratamento para cada um? O mi-lagre nos alcançaria a todos?

Levantam-se então de novo as perguntas sobre o destino, apredestinação e as conseqüências ou tributo do pecado... Ou tal-vez seja uma prova a que somos submetidos. Formulam-se umavez mais as mesmas perguntas inquietantes que fez Jó, e repe-tem-se os mesmos conselhos não muito bons de seus amigos, se-gundo o relato bíblico. A mesma experiência de abandono e ab-

surdo. Se não há tantas curas como é necessário, bastaria aumen-tar o número de pessoas que curam e oram? É a fé de cada pes-soa que conta? Ou o que conta é o “plano” de Deus? É uma provaou é a predestinação?

Pessoalmente, eu entendo que os milagres e as curas como asdescritas no Evangelho são sinais de uma possibilidade divina, dodesejo fundamental de Deus de penetrar nas vidas das pessoas

dando-lhes plenitude pessoal, felicidade,integração no grupo social e na família,cidadania e dignidade de seus corpos.Epifanias. Estes parecem ser os gestos deJesus. O fantástico e o insólito eram indi-cações dessas possibilidades de salvação(shalom) específicas dos temposmessiânicos, do Reino de Deus. Eram ex-pressões da “loucura” (como disse o após-tolo Paulo) da fé, daquilo pelo qual vale apena arriscar a vida, o que é realmenteessencial.

Por que haveria de haver cura para mimse eu sei que milhões não a terão? Desmo-rona-se aqui uma concepção teológica deum Deus que escolhe, destinando uns paraa cura e outros para o sofrimento. Afinal,que tipo de Deus temos construído? Emnome de que Deus atuamos? Quantas coisas

ridículas e escandalosas se têm visto sob o nome de “cura divina”em certas igrejas e santuários...! (...)

Recordo a absurda quantidade de sofrimento de Jó e como,ao final de sua experiência de fazer teologia com seu própriocorpo, aprendeu a rejeitar as racionalizações impostas como ver-dades. Recordo também o que seus amigos diziam que era “ofundamento”, “a base” dos argumentos, e como lhe diziam quedeviam confiar neles, aceitar a dor, confessar seu pecado e, quemsabe? ser perdoado e curado. Ao final de sua experiência, quandovê toda a grandeza de Deus, Jó se humilha e diz: “Eu te conheciasó de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem (Jó 42.5). (...)

Creio que a experiência mais profunda para o que sofresem encontrar uma razão para seu sofrimento, que se perdenas muitas perguntas e receitas para aliviar sua dor e curar aschagas do corpo e da alma, é precisamente viver uma experi-ência totalmente nova, baseada na transformação do enfoquee de perspectiva, na abertura à novidade da Revelação deDeus. É algo como nascer de novo, nascer no Espírito: encon-trar, profundamente, na solidariedade e companheirismo, esteEspírito de todos os corpos – e da totalidade da criação – noqual encontram eco os gemidos e clamores (Romanos 8) naespera da utopia da Ressurreição.

Nota da Redação: Conversamos com a irmã Deolinda BarrosCardoso, mãe do pastor Ernesto e soubemos que seu esposo,Ismael Cardoso, faleceu recentemente (dia 29 de julho). Pedimosà Igreja que ore a fim que dona Deolinda sinta-se amparada econfortada pelo amor de Deus.

Dia Internacional de Luta contra a Aids –1 de Dezembro

Deus chama a gente pr´um momento novo, de caminhar junto com seu povo...

O dia 2 de Dezembro é dia de lembrar que Deus chama suaIgreja para “caminhar junto com seu povo” sofredor e discrimi-nado. Nesta data, trazemos à memória a vida, o talento e o com-promisso cristão do pastor Ernesto Barros Cardoso, compositor de“Momento Novo” , “Canto do Povo Reunido”, “No Amor de Deus”e de tantas outras canções que nos falam da graça libertadora deDeus e da comunhão que se constrói no encontro com o outro.

Teólogo metodista, pastor na Igreja em Jundiaí, São Paulo,o pastor Ernesto foi o criador, em 1991, da Rede de Liturgia doConselho Latino Americano de Igrejas, CLAI, que oferece recur-

sos litúrgicos como orações, reflexões e poemas (no site http://www.selah.com.ar/red/Default.asp). Estaria completando 50anos de idade em 2007. Vítima de AIDS, faleceu no dia 19 dedezembro de 1995. Durante os últimos anos de sua vida, con-verteu sua experiência de dor em exemplo de fé e serviço aopróximo: foi membro do Grupo Consultivo de AIDS do ConselhoMundial de Igrejas, CMI, criado para ajudar as igrejas a abor-dar os complexos temas relacionados à questão da AIDS e dasexualidade. O texto que segue é parte de um artigo escritopara o CMI no ano de 1995:

A teologia do ponto de vista do corpo que sofre e sonha e se liberta ao mistério.

Arqu

ivo

CLAI

Pr. Ernesto Barros Cardoso (1957-1995)

Page 7: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 2007 7Pela Seara

Dia 7 de dezembro é o“culto de envio” dosformandos da Faculdade deTeologia da UniversidadeMetodista e também decumprir uma tradição queperdura há quase 50 anos:a passagem pela porta doedifício Beta. Não é somen-te a passagem de um am-biente para o outro. Para oprofessor e reitor da FateoRui de Souza Josgrilberg,que passou pela porta em1967 e hoje é o portador

da chave, “a passagem marca um novo estágio na vida dos(as)alunos(as), um novo tempo e uma nova etapa de vida.”

Num jornal denominado Wesleyano e publicado em janeiro de1959, está registrado o início dessa tradição da passagem pelaporta: “Nossa faculdade começa a criar suas tradições. O nossoedifício de aula tem muitas portas, e portas bem espaçosas poronde os alunos entram e saem a todo instante; mas, há uma pelaqual o aluno só passa uma vez; porta que é ao mesmo tempo desaída e de entrada; é a porta que conduz à escadaria do SalãoNobre. Permanece sempre fechada; só se abre para a formatura.

Passagem para um novo tempo

Foi lançada oficialmente a campanha evangelística da IgrejaMetodista na 1ª Região Eclesiástica para a conquista de 1 milhãode vidas para Jesus até 2014. No feriado do dia 2 de novembro,lotaram o Maracanãzinho mais de 13 mil pessoas. O líder da IgrejaMetodista no Estado do Rio de Janeiro, bispo Paulo Lockmann, foio pregador do evento denominado Ato Profético, que contou coma participação de vários grupos de louvor metodistas da primeiraregião e um norte-americano especialmente convidado: o grupoSJ Life, da Igreja Metodista Saint James.

Entusiasmo metodista lota o MaracanãzinhoOs presentes vestiam a camisa da campanha e carregavam fai-

xas que identificavam suas igrejas locais. Cerca de 400 jovens eadolescentes apresentaram uma coreografia da canção A alegria doSenhor é a nossa força. As crianças também tiveram a oportunidadede expressar o seu louvor a Deus e formaram um grande coral decerca de 500 vozes. Um dos momentos mais marcantes foi a en-trada de representantes das 92 cidades do Estado do Rio de Janeirocarregando bandeiras e símbolos de suas cidades.

A proposta da concentração veio ao encontro de um desejo an-tigo de se fazer uma grande mobilização do povo metodista. “To-dos nós fomos surpreendidos com a resposta rápida das igrejaslocais para o apelo de participação no evento. Atribuímos asuperlotação do ginásio à compreensão do ministério pastoral arespeito da im-portância dessemomento para avida da Igrejacomo agente detransformação dasociedade emque vivemos”,afirma o pastorPaulo Fernando,coordenador doevento.

Nádia Mello,Paula Damas e

Fábio Barros

foto

s: L

ucia

na d

e Sa

ntan

a

O Rev. Rui, reitor da Fateo: portador da cha-ve da porta que só abre uma vez por ano

Antes das solenidades [...] os formandos, conduzidos pelo reitore professores, realizam a cerimônia”.

O Rev. Josgrilberg explica que o ritual da porta é uma conti-nuação do “culto de envio”, uma das etapas finais de um proces-so de transição que os(as) formandos(as) vivenciam gradualmen-te, com o apoio da Faculdade de Teologia. “Os alunos e alunassofrem uma grande mudança quando terminam o curso e seguempara a região de origem. Então, procuramos estabelecer umasérie de contatos com os alunos do último ano, dando suporte paraessa transição”, diz ele. Do outro lado da porta que só se abreuma vez por ano, a seara é grande.

Formandos de 2007: acima, Turma do Curso Teológico Pastoral; à direita, no alto, Turma do Matutino; abaixo, Turma do Noturno.

Page 8: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 20078 Capa

egundo a espiritualidadecristã, toda dinâmicada vida religiosa podeser descrita por um rit-

mo contínuo. De um lado,há a iniciativa e ação divinas.De outro, as nossas respostas.Às vezes, localizamos estesdois movimentos de uma for-ma unilateral. Por exemplo,descrevemos a justificaçãocomo obra de Deus e asantificação como nossa tare-fa. Seria melhor dizer: a jus-tificação é obra de Cristo paranós e a santificação é a obrade Cristo em nós, mas tanto ajustificação como asantificação requerem a nossaresposta contínua; afinal, oDeus trino é um cavalheiro,não um invasor.

Às duas iniciativas contí-nuas de Deus respondemospela fé e pela nossa disponi-bilidade para a causa do Reinode Deus. Graças a Deus, deixamos o mal,promovemos o bem e continuamos a procu-rar Deus pelo uso dos meios da graça. Porque se enfatiza isso? Pela experiência deque a graça de Deus antecipa em nós tudoo que nós seremos e faremos: pela graça,o Deus trino nos comunica que somos jus-tificados e nos mantém no processo dasantificação; pela graça, Deus nos confortaem momentos de crise e nos desafia parasermos o que ainda não somos, segundo asua imagem, que é Cristo.

A interação comgestos litúrgicos

O culto é um momento muito especialda proclamação desta verdadeira elibertadora Boa Nova. Em geral, identificam-se facilmente gestos que afirmam o papelfundamental da graça e que expressam aresponsabilidade humana pela recepção des-ta graça. Mas, quais são os gestos que co-municam o entrelaçamento entre graça e res-ponsabilidade humana, ou seja, a sinergiasalvífica entre Deus e o ser humano?

Palavra: ouvir ou ler?

Um momento importante no culto é oanúncio da palavra. Em geral, somos ori-entados a ler o texto enquanto o pregadoro recita em voz alta. A questão é: escuta-mos ou lemos? No Brasil, a resposta é cla-ra: uma pessoa compromissada com a fétraz a sua Bíblia para o culto. De fato, se-

A primazia da graça e a resposta humanaAdvento é um período de preparação para o Natal, momento de trazermos à memória a

graça encarnada em Jesus. Mas, como se expressam em nossos cultos a relaçãoentre a graça divina e a resposta humana?

gurar a Bíblia embaixo do braço é – en-quanto se vai a pé para a igreja – um tes-temunho: aquela pessoa é evangélica. Jána Europa, prevalece o hábito de escutar apalavra no culto e de ler em casa e no es-tudo bíblico durante a semana.

Mas, há uma diferençaentre a recepção auditiva ea leitura da palavra no cul-to? Na dinâmica auditiva,olhamos para o leitor e ou-vimos a palavra dirigida anós. Na leitura, cada um(a)procura o texto e o lê. Notea diferença: a palavra é me-nos dirigida a mim e maisinvestigada por mim. Parece-nos que ouvir a palavra lem-bra-nos da iniciativa de Deusque antecipa qualquer dasnossas iniciativas humanas.Muitas vezes, já a mera pro-núncia de um texto abre no-vas compreensões. Diferen-te, a leitura pessoal do textodesafia-me a interpretá-lo.Que tal fazer isto – pessoal-mente, ou em comunhão –depois e não durante o cul-to? Ouvir e ler: isto relacionabem a iniciativa divina e aresposta humana.

Santa Ceia:receber ou tomar?

Como se expressa a atividade divina ea iniciativa humana durante a nossa práxisda Santa Ceia? Geralmente, as pessoas sãoorientadas a tomar os elementos. Quando opão é oferecido por inteiro, os(as) comun-gantes quebram pessoalmente um pedaço.Quando a bandeja passa com os cálices,cada um toma o seu cálice individual. Àsvezes, ainda comem e bebem imediatamen-te depois de pegarem os elementos.

Nesse caso, o pastor, pastora, ou osleigos encarregados a distribuir os ele-mentos, levam-nos até a pessoa, masnão os dão. De certo modo, a pessoa nãorecebe os elementos, mas toma-os. Namaioria das vezes, a comunidade dirige-se para as proximidades da Mesa do Se-nhor para “tomar” a Ceia; raramente, oselementos passam pelos bancos. Enfatiza-se a iniciativa humana, e não o passoanterior, a dádiva divina. Isto é errado?Segundo a nossa impressão, a questãonão passa pela distinção entre o absoluta-mente certo ou totalmente errado. Mesmorecebendo, tomamos os elementos – po-rém, desta forma como “dádivas”. Rece-ber e tomar: isto relaciona bem a inicia-tiva divina e a resposta humana. Mas, noculto, o elemento da recepção não podeser subestimado: ele faz parte da nossaesperança mais fundamental.

Page 9: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 2007 9Capa

Orações: procurarou mandar?

As duas ênfases trans-parecem também em nossasorações. Há orações quedescrevem a dependência doser humano de Deus de talforma que encobrem a co-responsabilidade humanapela vida – Deus é tudo enós somos nada. O que podeser uma expressão de extre-ma humildade, pode setransformar também numaforma de se eximir-se daresponsabilidade, atribuindo-a sempre a Deus.

No outro extremo, exis-tem as orações em que oorador manda em Deus. Quando se insistemuito nessa forma, este tipo de oraçãolembra-nos um staccato semelhante a umametralhadora. Será que precisamos derru-bar muros imaginários erigidos entre quempede (o ser humano) e quem responde(Deus)? Será que precisamos dar ordens aDeus para que ele saiba o que fazer? Deusnão ouve as nossas orações antes que co-mecemos a falar?

A oração deve expressar confiança emDeus e ensinar a confiar em Deus. A oraçãodeve expressar disponibilidade humana deouvir o chamado e assumir a cruz do segui-dor. Mandar em Deus conduz ao perigo dese confiar demais no “mandante”. Passa-sea depender do orador e não de Deus.Quem ora com temor e até com dúvidasexpressa confiança. Quem manda, será queconfia ou, no fundo, prefere controlar? Osdois tipos de oração não relacionam bem aprimazia da graça e a responsabilidade hu-mana. A primeira ignora a responsabilidadehumana e a segunda, encoberta a primaziada graça. Quem ora “segundo a vontade deDeus” e “em nome de Jesus Cristo” respei-ta Deus sem desrespeitar si mesmo e estádisponível para uma resposta na vida e pelasua vida pessoal. Somos co-responsáveis,mas não somos mandantes. Somos co-res-ponsáveis, não bonecos divinos.

A bênção final: olho no olho

Em muitas igrejas, o ato da bên-ção é reservado para o pastor. Prefe-rencialmente, para o pastor ordenado.É considerada, então, uma atividadesacerdotal que, sua vez, destaca o as-pecto da transmissão ou da mediaçãoda graça. Mas, qual a importância dogesto dos braços levantados do pastor,gesto que acompanha a bênção no mo-mento cúltico? Talvez esta perguntasurpreenda no primeiro momento. Per-guntamos, então, de forma diferente:Qual é a significado do gesto quandotanto o celebrante como a comunidadeparticipam deste momento com osseus olhos fechados? Em que issotransforma a bênção? Trata-se menos

de algo comunicado para nós, mas de algoprocurado e encontrado em cada um denós. É a introspectiva que leva a Deus,não a pregação ou a comunicação. Dife-rentemente, “a face de Deus resplandecerásobre a (minha) face”.

Os olhos fechados expressam o respeitodiante de Deus. O perigo é que cada umolhe somente para si mesmo. Olhando cadaum para seu interior, não procuramos maisDeus mediante o outro (Mt 25). Abrindo osolhos para a promessa e a bênção represen-tada e transmitida pelo outro, abriremostambém os olhos para os compromissos quenos relacionam com os nossos irmãos e asnossas irmãs dentro e fora da igreja.

Silêncio e sonoridade

O espírito da recepção responsável ex-pressa-se também pelo “clima acústico” deum culto. A distribuição entre os dois acen-tos depende da convenção cultural, certa-mente; da faixa etária, e, geralmentemenos percebido, das compreensõessubjacentes do sacerdócio universal, ouseja, do papel cúltico cedido ao laicato. Oque chama a nossa atenção é que, em al-guns cultos, quase não há fases de silêncio– ou somente de uma forma extremamentereduzida. Em outros, cada palavra “alta”ou fora da forma exatamente definida in-

comoda. Acreditamos quesilêncio e sonoridade com-pletam-se num culto e, nadose certa, intensificam-se,mutuamente. Onde não hásilêncio as dinâmicas são,muitas vezes, criadas pelamudança entre som alto esom mais alto ainda.

Recebere responder

Certamente, a práxisaqui em parte desafiada foicriada por razões positivas.É bom ler a Bíblia, é certoresponder com iniciativa aoconvite divino durante aSanta Ceia, em nossas ora-

ções e canções, como também é saudávelmanter a introspectiva.

O que nos preocupa não é a ênfase daação humana em si. Em outros momentosda história, ela já foi ignorada demasiada-mente e, por causa disso, conquistou o es-paço que ela hoje ocupa nos cultos. Porém,isso não nos isenta de avaliar se as condi-ções e razões da sua criação ainda hojesão as mesmas, e se os efeitos colateraisnão são maiores do que se imagina.

Segundo a nossa leitura, a antiga ten-dência teocêntrica foi substituída por umatendência antropocêntrica, e isso, assimnos parece, por muitos despercebidamente.Neste caso, trata-se de uma certa ironia,porque nunca se falou tanto da santidade edo sagrado em nossos cultos e, ao mesmotempo, parecem desaparecer os gestos quecomunicam a primazia da graça. Chegandonesta conclusão, gostaríamos de sensibilizarpara uma práxis na qual a primazia da gra-ça possa ser expressa de forma constante.Assim, ela servirá como fundamento firmeda também necessária iniciativa humana.

Queremos enfatizar que a partir de re-ceber a palavra, de receber os elementos,da receptividade nossa expressa em nossasorações, e de receber a bênção, somos re-almente capacitados a responder na fé ecom as nossas vidas.

Nós, seres humanos, não garanti-mos as certezas básicas das nossasvidas, predominantemente, a partirdas nossas próprias iniciativas. Elasnascem da convicção profunda, da pre-sença da graça de Deus, da eficáciada sua autodoação em Jesus Cristo eda sua proximidade no cotidiano atra-vés do seu Espírito. Elas nascem doreencontro com a graça divina e pelaexperiência de ser reconciliado porDeus. Esta reafirmação contínua faz daresposta humana uma resposta na fé.Quanto mais os nossos cultos represen-tam esta dinâmica, tanto mais pessoasserão transformadas e tambémtransformadoras, responderão e serãoresponsáveis, para com Deus e paracom o próximo.

Helmut Renders

Page 10: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 200710 Missões

O pastor brasileiro Jorge Dominguesé o novo diretor interino de três unida-des da Junta Geral de Ministérios Glo-bais (GBGM, da sigla em inglês) daIgreja Metodista Unida, EUA. Ele foiconfirmado como secretário geral ad-junto das unidades de Evangelização eCrescimento da Igreja, Contextos e Re-lações Missionárias e EducaçãoMissionária. Nessa posição continua oReverendo Sam Dixon, que foi nomeadodiretor do Comitê Metodista Unido deAuxílio.

O Rev.Domingues irá supervisionar40 pessoas e ainda tem a responsabilidade de manter conexõescom as igrejas de todo mundo com as quais a Igreja MetodistaUnida trabalha cooperativamente. Carioca, formado em Teologia eArtes, ele é casado com Rosângela S. Oliveira, é pai do André Luise freqüenta a Igreja Metodista Unida na cidade de Nova York.

Pastor brasileiro é novodiretor de Junta Geralde Ministérios Globais

Natal solidárioFundação Metodista e Sede Regional lançam campanha

De 1º de novembro a 15 de janeiro, todas as igrejas locais da

Quarta Região Eclesiástica, juntamente com a Fundação Metodista,promovem mais uma edição do Natal Solidário. Também são parcei-ros desta idéia o Instituto Metodista Izabela Hendrix e diversossegmentos da sociedade e do comércio em geral.

Em 2006, a campanha, iniciada no mês de outubro, arrecadoumais de 10 toneladas de alimentos, sem contar livros didáticos emateriais pedagógicos e educativos diversos, que foram encami-nhados aos projetos sociais da Quarta Região. Para marcar o mo-mento, houve um grande encontro de lançamento da campanha,que contou com a presença do Bispo Presidente da Região, queentão era o bispo Josué Adam Lazier. Foi organizado um coral,com a participação das crianças dos projetos. Tudo foi gravadoem mídia digital e CDs com o resultado foram enviados às igrejas.

Segundo Lehman, o alvo para 2007 é inicialmente manter e,eventualmente, superar a arrecadação do ano passado. O funci-onamento da campanha é, na prática, muito simples: “As igrejaslocais encaminham todo o material arrecadado à Sede Regional ouà Fundação Metodista em seus escritórios em Belo Horizonte eVitória. A seguir, tudo é separado e organizado. Nós recebemos co-m u n i c a d o sdos projetossociais nospassando suasnecessidadese procuramosdistribuir aarrecadaçãoentre eles demodo a aten-der da melhorforma possí-vel”, dizLehman.

Também épossível ofe-recer sua con-tribuição indoalém da doa-ção dos ma-teriais e ali-mentos. “Aspessoas que quiserem se candidatar como voluntárias para auxi-liar no processo de arrecadação podem se inscrever na FundaçãoMetodista. Em Belo Horizonte, os bolsistas do Izabela Hendrix es-tarão no Colégio, recebendo os materiais doados. As igrejas locaistambém podem inscrever voluntários para receberem as doaçõesem seus templos e depois fazerem os encaminhamentos necessá-rios”, acrescenta.

“O evangelho de Cristo não conhece religião que não sejareligião social; não conhece santidade, que não seja santidadesocial”, afirmava John Wesley. Mantendo a fidelidade a este im-portante princípio da fé e prática metodistas, desafiamos todasas igrejas locais da Quarta Região Eclesiástica a esta grandemanifestação evangelizadora neste período de Natal. Por meio dadoação, do voluntariado, da intercessão e da vivência integral doEvangelho, podemos transformar a vida de crianças, adolescentese suas famílias por meio dos projetos sociais mantidos e apoiadospela Fundação Metodista. Pastor e pastora: sua participação é fun-damental! Invista nesta missão!

Contatos da Fundação Metodista: Matriz: Av. Beira Rio, 836 -Bairro Nova Almeida - 29174-080 - Serra/ES - Fone/Fax: 27-3287-0175 - E-mail: [email protected]. Filial: RuaCurimatã, 300 - Bairro São Gabriel - 31980-670 - Belo Horizonte/MG - Fone/Fax: 31-3447-0373 -E-mail: [email protected].

Revda. Hideide Brito Torres

Águas do Urupá Você conhece o

Projeto Águas doUrupá? É um proje-to de educaçãoambiental da IgrejaMetodista no BairroUrupá, em Ji-Paraná, Rondônia.Todos os sábados,das 8 às 11h30 damanhã, o projetoreúne crianças de 5a 11 anos na Igre-ja Metodista paraparticipar de ativi-dades educativas eesportivas que le-vam à conscien-tização sobre aresponsabilidadehumana na promo-ção da vida abun-dante que é a von-tade de Deus paraseus filhos e filhas. Uma das atividades realizadas recentementefoi uma caminhada até o rio Machado. Durante o passeio, ascrianças constataram o desprezo das pessoas pelo meio ambien-te: muito lixo foi encontrado nas margens do rio. Mas elas nãodesanimaram e recolheram várias sacolas de lixo do local. Maistarde, na Igreja, com as pedras recolhidas no rio Machado e comum pouco de água do rio Urupá, as crianças contaram a históriada salvação e aprenderam a amar a Deus respeitando o próximoe o meio ambiente.

Mais informações sobre o projeto, acesse o blog http://aguasdourupa.blogspot.com/ ou ligue para (69) 3422-4671.

Informou: Rev. Edson Cortasio Sardinha.

Page 11: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 2007 11Missões

Quase todos os dias os jornais nos lem-bram: o Rio de Janeiro sofre com a violên-cia. E o sistema penitenciário, que deveriareintegrar cidadãos à sociedade, os exclui emarginaliza ainda mais. É contra este ciclode destruição e morte que trabalha a Pasto-ral Carcerária na 1ª Região, levando a Pala-vra de Deus aos presídios e atuando juntoàs autoridades, para melhorar a qualidadedo sistema prisional brasileiro. No mês desetembro o pastor Edvandro Machado Ca-valcante, coordenador da Pastoral Carceráriana região, na qualidade de representanteda Igreja Metodista no Conselho da Comu-nidade da Comarca do Rio de Janeiro foirecebido, juntamente com outras entidadesparticipantes deste Conselho, pelo Secretá-rio de Administração Penitenciária do Esta-do do Rio de Janeiro. A Igreja Metodistatem participado ativamente deste órgãofiscalizador da execução penal. Semanal-mente realiza visitas, sem aviso prévio, àsunidades penais entrevistando presos, ave-riguando as condições de encarceramento epossíveis irregularidades a serem encami-nhadas às autoridades responsáveis pelaexecução penal no Estado.

Renovar vidasÉ o desafio missionário da Pastoral Carcerária da 1ª Região

Olá amigas eamigos da IgrejaMetodista que estáno Brasil!

Hoje, dia 01 denovembro de 2007senti o coraçãoe s t r a n h a m e n t eaquecido! Lembrei-me que já se passa-

ram mais de três meses desde que iniciei ajornada de ser peregrina em terras estran-geiras. O Deus a quem gosto de chamar“Ternura Inefável” desafiou-me a fazermestrado em ecumenismo no InstitutoBossey, vinculado ao Conselho Mundial deIgrejas, que está em Genebra, na Suíça.

Os estudos no Instituto Bossey começa-riam no dia 16 de setembro, mas como eutinha sérios limites com o inglês, idiomaem que o curso é ministrado, um amigoquerido, Emerson Rizzi, presenteou-me comum curso de três semanas em Leeds, umacidade ao norte da Inglaterra e também fezcontato com a Hinde Street MethodistChurch, igreja pastoreada pelo pastor LeãoNeto, pastor oriundo da Sexta Região Ecle-siástica, mais conhecido como Father Léo.

Através do pastor Léo, Emerson conse-guiu que eu estivesse por um período detrês semanas conhecendo e contribuindocom os projetos da Igreja Metodista emLondres. Cheguei na Inglaterra em plenoverão. O pastor estava de férias e nemcheguei a conhecê-lo pessoalmente. No

Uma afroameríndia em terras estrangeirasentanto, toda sua equipe já estava prepa-rada para receber-me.

Um dos projetos da Hinde StreetMethodist Church é uma casa de acolhidapara estudantes. Um espaço muito especi-al para acolher jovens estrangeiros queestão estudando em Londres. Fui acolhidanesta casa. Havia 26 estudantes, comigo27 pessoas sendo acolhidas, todas de dife-rentes países. Eu estudaria todas as ma-nhãs inglês e às tardes contribuiria com osprojetos da Igreja.

Fiquei muito feliz com a acolhida querecebi, a sensibilidade dessa Igreja mecomoveu muito. Todos os seus projetossão ecumênicos. A mensagem de amor esolidariedade é vivenciada no trabalho commulheres que vivem em condição de pros-tituição, com as pessoas em situação derua e com as pessoas nas prisões. Eu con-tribuí em dois projetos : o trabalho commulheres prostituídas e com as pessoassem casa. O projeto com mulheres aconte-ce numa congregação da Hinde Street quefica em King’s Cross, um bairro na zonacentral de Londres onde há pontos deprotituição. O projeto com pessoas semcasa acontece na Hinde Street. Deste tra-balho também trago doces lembranças. Às17 horas as portas eram abertas, as pesso-as entravam como se estivessem em suacasa, ali se encontravam, jogavam xadrez,dominó, tem até um piano. De vez emquando, um deles tocava lindas músicas.Havia lanches gratuitos, mas eles preferiam

dar a contribuição simbólica de 10 centspara a sopa, o chá inglês e os sanduíchesde diversos recheios.

O que mais me impressionou nesta ex-periência era o carinho com que as pessoasse referiam ao pastor Léo, era muito comumouvir : Are you a friend of Father Léo? Oh!He is a good man! (Você é amigo do PastorLéo? Oh! Ele é um bom homem!). No rostodestas pessoas sempre havia um largo sor-riso, sorriso de gratidão e aprovação desteministério que privilegia as/os menos favo-recidos deste nosso mundo.

Fui então informada que muitos des-tes projetos surgiram a partir de inicia-tiva e apoio do Reverendo Léo. Senti-mefeliz, pois pude me dar conta de comonossa experiência eclesiológica na Améri-ca Latina, baseada na ênfase da acolhidaaos pequeninos e pequeninas deste mun-do, faz-se importante e necessária emqualquer lugar do mundo. Lembrei-me deum de nossos fortes lemas no Brasi l“Igreja Missionária a Serviço do Povo” eentão entendi que este é um chamadoespecial para nós metodistas, onde querque estejamos.

Já estou em Genebra, aqui também háuma Igreja Metodista, que faz um interessan-te trabalho com os migrantes mas sobre estaexperiência conto numa outra oportunidade.

Com carinho e saudades,Rev. Dilene Fernandes de Almeida,

Pastora na Terceira Região Eclesiá[email protected]

No mês de outubro, o pastor Edvandro,junto com três componentes do Conselhoda Comunidade, foi recebido pelo Presiden-te do Tribunal de Justiça do Estado do Rio.O motivo do encontro foi buscar o apoio dolíder do Poder Judiciário no Estado para otrabalho que vem sendo exercido por esteconselho na fiscalização da execução dapena. Na ocasião, o pastor enfatizou apossibilidade de implantação no estado doRio de um outro modelo de execução penale administração penitenciária, que já vemacontecendo em alguns presídios de outros

estados, nos quais a comunidade participamais de perto da execução da pena, ge-rando menor custo por preso e diminuindoo número de presos que saem do sistemapenal e cometem um novo crime.

Vida nova

Diversos batismos têm sido realizadosnas prisões (em torno de 60 no espaço deum ano) e tem ocorrido um considerávelnúmero de conversões. A perspectiva deuma nova vida também se constrói comprojetos de qualificação profissional, comoo curso de corte e costura ministrado nopresídio feminino Romeiro Neto pela “TiaÉlvia”, membro da Igreja Metodista emAlcântara. Outros cursos estão sendo plane-jados e diversas igrejas e grupossocietários têm se solidarizado com os queestão presos, respondendo a este desafiomissionário com generosas doações de Bí-blias, de materiais de higiene pessoal e,sobretudo, doações de cuidado e de amor.

Informou: Pastor Edvandro MachadoCavalcante. Coordenador da PastoralCarcerária na 1ª Região.

Page 12: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 200712 Reflexão

oje estive lendo a Palavra do BispoAdonias no Informativo Regional (IR)e estes versículos abrem sua pala-vra. Era uma palavra sobre a Escola

Dominical (ED). Ela me lembrou muitosmomentos bons da minha vida. Senti umasaudade gostosa da minha meninice.

A ED, nessa época em particular, foimuito importante na minha vida. Nasci naIgreja. Me conheço metodista desde quenasci. E foi lá, em Colatina-ES, na IgrejaMetodista, que aprendi as delícias da pa-lavra de Deus. Minha mestra? CleidesMeirelles. Lembro-me de cada palavra,cada cântico, e – acredite – até mesmodas revistinhas Bem-te-vi , que eram todasde escrito verdinho. Ali tive meus primei-ros passos na ED. Depois nos mudamospara Guarapari-ES. Lá não tinha Igreja

A Escola Dominical e eu: um testemunho“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens

aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para asalvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para

ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça”. (II Tm. 3.14-17)

Metodista. Logo, logo um trabalho foiaberto e alguns irmãos da Igreja MetodistaCentral de Vitória-ES e o Pr. Firmino iamaté lá. Imagina para quê? Isso mesmo! OPonto Missionário teve início em uma ED.Minhas professoras? Tia Carla e Tia Már-cia. Vinte e oito anos se passaram desdeentão e eu me lembro de olhá-las com osolhinhos vidrados e brilhantes absorvendocada palavra. Aquelas aulas, numa chácara,fizeram toda a diferença na minha vida.

Há quatro anos, quando estava grávidade minha filha, fui a Vitória. Enquantotocava o piano, vi que um rosto me olhavacom insistência. Na saída ela me pergunta:‘Você se lembra de mim?’ Como não podiame lembrar? Era a Tia Márcia! Que emoção!Não tinha mudado nada. Sempre a mesmaalegria! Apenas alguns cabelos brancos de-monstravam os anos que se passaram.Lembramo-nos daqueles dias em que eu iacolher deliciosos araçás para minhas ami-gas queridas.

Hoje, minha paixão pelo ensino se devemuito a essas três maravilhosas professo-ras. Sou professora da ED. Como nossaigreja em Guarapari era pequena e estavacomeçando, comecei a dar aulas para ascrianças com apenas doze anos. Aí apareceuna minha vida uma figura fantástica: NairSabino. Eu só ficava observando seujeitão extrovertido e encantador de trans-mitir a mensagem de Deus para as crian-ças. Ela era incansável. Pude conviver comela por um bom tempo, pois comomissionária em Guarapari, morou em mi-nha casa. Como se não bastasse, ainda mecasei com um pastor (rsrs).

Outra pessoa que deixou minha vidamarcada foi a Vânia de Sobradinho-DF. Tra-balhamos juntas por oito anos. Não só ela.Um grupo de apaixonados pela ED. Acabeide conversar com ela (Vânia) pelo computa-dor! Estava me contando as bênçãos da suajornada. Hoje, ela e sua família estãopastoreando um ponto missionário. Sabecomo tudo começou? Na Escola Dominical!!O restante do grupo de apaixonados?Luciana, Larissa e Bruna... Minhas filhas docoração!...

Meus filhos também amam a ED. Procu-ro passar esse mesmo amor pela ED àque-les que me cercam. Hoje estamos naIgreja Metodista Central de Araçatuba-SP eDeus me confiou uma discípula fiel. Ela éa professora do meu filho na ED. Às vezes,quando trocamos idéias para nossas aulas,ela me diz: “Tenho saudade da ED que nãotive em minha infância e juventude quan-do ainda não conhecia Jesus. Mas hoje glo-rifico a Deus, porque Ele me deu a oportu-nidade de vivenciar com meus alunos oque eu não pude ter.”

São tantas as bênçãos que colhemos quenão temos espaço para contar. São tantaspessoas que nos cercaram nestes momentosimportantes de ED, que eu poderia deixarescapar um nome ou outro se eu continuas-se esta dissertação. Mas todas elas estãobem gravadas no meu coração. Obrigada,Jesus, por eu ser instrumento nas Suasmãos. Capacita-me a cada dia. Amém.

Kesy Marino Valverde Gonçalves de Vascon-celos (esposa do Rev. Joel Gonçalves deVasconcelos e mãe de Mhicael e Mhisia)

m primeiro lugar, Deus quer encon-trar uma Igreja que sonha, confor-me Efésios 3.20. “Ora, aquele que

é poderoso para fazer infinitamente maisdo que tudo o que pensamos, ou pedi-mos, conforme seu poder que opera emnós...” O verbo pensar aqui nesteversículo significa sonhar: sonhar comgrandes coisas, grandes realizações,grandes obras, grandes conquistas demuitas almas para o Reino de Deus.

Em segundo lugar, Deus busca umaIgreja que é uma verdadeira testemunhasua aqui na Terra. Conforme Atos 1.8:“Mas recebereis poder ao descer sobrevós o Espírito Santo, e sereis minhas tes-temunhas...” Deus quer testemunhas po-derosas, testemunhas que se atiram, queaproveitam e criam oportunidades parapregar o Evangelho.

Qualidades que Deus quer encontrar na Igreja hojeEm terceiro lugar, Deus busca uma

Igreja que avança, conforme Paulo disse:“Avançando para as que estão diante demim”. Filipenses 3.13b.

Em quarto lugar, Deus busca umaIgreja que se esquece das coisas que paratrás ficam (Filip.3.13) Em Lamentações3.20 também lemos: quero trazer à memó-ria o que me pode dar esperança.

Em quinto lugar, Deus busca uma Igre-ja que não se contamina, como Daniel re-solveu firmemente em seu coração não secontaminar (Daniel 1.8) Há, por exemplo,muitas pessoas que bebem bebidas alcoó-licas e dizem: “Ah, pastor, só umpouquinho não faz mal...” Veja o que diz oSalmo 42.7: Um abismo chama outro abis-mo, isto é, um vício chama outro vício,um pecado chama outro pecado. Portanto,meu irmão(ã) leitor(a), santifique-se. A

Palavra de Deus diz: “santificai-vos e elefará maravilhas no meio de vós.

Em sexto lugar, Deus busca uma Igrejaque tenha a absoluta certeza da salvação.Diz João 10.28: Eu vos dou a vida eterna,e jamais perecerão, e ninguém as arreba-tará da minha mão. Conta-se que umavelha senhora encontrava-se em um navio,em alto mar, quando ocorreu um graveacidente com o navio. Enquanto todos sedesesperavam, ela mantinha a calma. En-tão, o capitão lhe disse: A senhora nãoestá preocupada? Ela respondeu: Tenhoduas filhas; Marta e Maria. Maria está nocéu e Marta está nos Estados Unidos. Se onavio não naufragar, eu vou ver Marta; senaufragar, vou ver Maria. O que significaisso? Certeza absoluta da salvação.

Pastor Cornélio Caixeta – Guarantã, SP

Page 13: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 2007 13Reflexão

er a Bíblia é sempre uma experiência fascinante; textos escritos há milhares deanos demonstram incrível atualidade. O que talvez você não imaginava é que otexto bíblico e o texto de Internet apresentam surpreendentes semelhanças. Éo que afirma o designer Wagner Bandeira da Silva, em sua dissertação de

Mestrado em Design pela PUC do Rio de Janeiro. Na pesquisa intitulada E-bible, Carac-terísticas de hipertexto na Bíblia impressa e digital, ele explica que o termo“hipertexto” nasceu para indicar as “interligações textuais”: um texto que direciona oleitor a outras informações por meio de conexões temáticas. Desta maneira, a leiturana Internet não segue uma seqüência linear: “é como um labirinto onde o usuário nãopode saber qual sua real extensão. Por outro lado, como no labirinto, essa totalidadeexiste no momento em que o leitor dá por percorrido o seu trecho”, afirma Wagner.

A mesma forma de leitura acontece na Bíblia. “Ainda que a leitura completa,seqüencial e ordenada seja eventualmente compreendida por alguns cristãos, a leitura

não linear é a que prevalece na maioriadas comunidades”. Um dos principais re-sultados da divisão em versículos é tor-nar a leitura mais fragmentada, uma vezque cada verso ganha destaque e, con-seqüentemente, mais importância.

Pegue a sua Bíblia. Abra, porexemplo, em Mateus 1.23: “Eis que avirgem conceberá e dará à luz um fi-lho, e ele será chamado pelo nome deEmanuel (que quer dizer: Deusconosco)”. Muito provavelmente, a suaBíblia tem, ao final deste versículo,um pequeno número ou letra que con-duz às notas de rodapé, onde vocêverá que essa profecia bíblica é extra-ída de Isaías 7.14. Como se fosse um“link” da Internet, com a diferençaque você vai de um texto a outro comum “clique” no mouse.

E-bible: texto bíblico e Internet têm tudo a ver!

Dia da Bíblia. Ano da Bíblia.ano de 2008, em que a Sociedade Bíblica do Brasil completa 60 anos (foi fundada no dia 10 de junho de 1948) será ce-lebrado como “Ano da Bíblia”. Para o lançamento oficial das celebrações foi escolhido o dia 9 de Dezembro, “Dia da Bíblia”.Mas antes mesmo da data chegar, a SBB já está realizando uma série de manifestações com a finalidade de divulgar a

Palavra de Deus à população brasilei-ra. Entre as atividades programadasdestacou-se o projeto “Pedalando porBíblias”. Cada ciclista participantedo passeio contribuiu com uma ofer-ta de dez reais, que reverteu nacompra de Bíblias a entidades cadas-tradas pela SBB. Três passeios foramprogramados: o primeiro, em San-tos, São Paulo, no dia 28 de outubro,o segundo em Belo Horizonte, no dia2 de dezembro, e o terceiro na ZonaLeste da capital paulista, no Dia daBíblia, 9 de dezembro.

O projeto “Pedalando por Bíblias”surgiu em 1984, na Austrália, com ociclista Bob Forrest. Naquele ano, elepercorreu, na companhia de seu fi-lho e de um amigo, 900 km entreSidney e Melbourne. Forrest conse-guiu patrocinadores e destinou os re-cursos obtidos para a distribuição deBíblias. Mais informações no sitewww.anodabiblia.org.br.

Página de uma das mais influentes versões bíblicas doocidente. A Bíblia de Genebra foi a primeira traduçãoinglesa a adotar o uso do versículo. A abertura de umnovo parágrafo era marcada por um sinal tipográfico

O protestante Robert Estienne, impressor e tra-dutor francês, foi um dos primeiros a fazer a di-visão do texto bíblico em versículos, numa tradu-ção de 1551.

Page 14: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 200714 Entrevista

arcio de Moraes é economista pelaPUC de São Paulo, doutor pela Uni-versidade de Barcelona, reitor daUniversidade Metodista de São Pau-

lo e membro da Igreja Metodista em RudgeRamos, São Bernardo do Campo, SP. A partirde suas experiências de vida e de fé, nas-cem suas reflexões sobre sociedade, a Igre-ja, e a responsabilidade das instituiçõesmetodistas de ensino.

Você defendeu recentemente sua tese dedoutorado em Barcelona, na Espanha.Por que lá? E como foi a experiência deestudar em outro país?

Entre os anos de 1995 e 1997 eu fuipara a Universidade de Barcelona como bol-sista do governo espanhol. As mensalidadesdo curso eram pagas pela Agência Espanholade Cooperação Ibero-Americana e eurecebia uma bolsa suficiente para umapessoa. Na época meus filhos tinham7 e 9 anos e a Márcia, minha esposa,precisou deixar o emprego para meacompanhar. Mas foi um período bompara o convívio familiar.

Eu tinha me desligado como funci-onário da Universidade Metodista(onde trabalhava desde 1987) para irà Barcelona. Mas havia um compro-misso de que, ao final deste períodode capacitação, eu voltaria para a ins-tituição. Por isso, a Igreja Metodistano Brasil colaborou com uma ajuda decusto do início do curso até junho de1996, quando houve mudança por aquie a ajuda foi suspensa. Assim, mi-nha tese de doutorado teve que serinterrompida. Sem condições financei-ras de permanecer na Espanha com a fa-mília, concluí os créditos das disciplinas evoltei ao Brasil.

Onde você foi trabalhar, na volta ao Brasil?Recebi um convite da Unimep (Universi-

dade Metodista de Piracicaba), onde fiqueide agosto de 1997 até dezembro de 1998.Depois, voltei a São Bernardo, a convite daDireção Geral (Márcio foi vice-reitor daUmesp de 1999 a 2006, quando, então, as-sumiu a reitoria no lugar do prof. Davi Bar-ros, que se tornou reitor da Unimep).

E a tese, parou?De certa forma sim, porém, meu

orientador, o professor Francisco TarragóSabaté, aceitou orientar-me a distância. E,no Brasil, tive o privilégio de contar com oprofessor Antônio Carlos Filippi Ruótolo.Finalmente, a defesa ocorreu 10 anos apóseu ter concluído os créditos. Na ocasião,

Estabilidade e capacitaçãoA gestão das instituições metodistas pede profissionalização.

Sem perda de identidade.meu orientador reconheceu minha persis-tência, por não ter desistido apesar de es-tar do outro lado do Atlântico. Ele tambémé um homem religioso e gostou muito desaber que existe uma relação forte da Uni-versidade com a Igreja. Tive a honra de tê-lo na minha posse como reitor da Umesp.

Fale um pouco sobre a pesquisa.Minha preocupação era desenvolver um

tema que fosse útil para a região do ABC(cidades de Santo André, São Bernardo eSão Caetano, parte integrante da GrandeSão Paulo), onde resido. Centralizei minhapesquisa nas academias de ginástica quesão abertas na região. Enquanto os livrosde economia diziam que a maioria daspessoas que decide ter uma atividade pró-pria é desempregada, descobri, pelas en-

trevistas, que nessa região a maioria daspessoas que começa negócio próprio émotivada pelo medo de ficar desemprega-da. A pessoa continua trabalhando, masbusca alternativa de renda. Depois de umtempo, se o negócio dá certo, a pessoa sedesvincula do vínculo empregatício. Outradescoberta interessante é que mais de 70%das pessoas entrevistadas têm nível supe-rior (uma média altíssima, considerandoque cerca de 10% da população brasileiratêm formação universitária).

E qual é o papel da universidade diantedeste quadro social?

A Universidade tem um papel funda-mental na capacitação destes profissionais.Hoje em dia, sendo cada vez menor a pos-sibilidade de conseguir um emprego, ad-ministrar o próprio negócio é um caminho.Mas as pessoas não querem se arriscartanto e, formadas, correm risco menor.

Como universidade confessional, procura-mos transmitir não apenas a capacitaçãotécnica, mas valores como respeito e seri-edade nos relacionamentos.

Qual o diferencial da Metodista, comouniversidade confessional, em meio a ou-tras instituições de ensino?

Os próprios processos de gestão daMetodista são diferenciados, o que temgerado um alto grau de participação nosprocessos pedagógicos – os professores têmum relacionamento muito próximo da dire-ção. O mesmo acontece entre professores ealunos. Também percebemos hoje umagrande disposição dos alunos em participardos projetos sociais. Realizamos a Semanapra Jesus com uma grande participação dealunos não religiosos, além de vários outros

projetos, como o Projeto Piauí, no qualos alunos passam uma semana numacidade piauiense realizando váriosatendimentos e o Projeto Quilombola,em parceria com a Koinonia.

Mas, como sobreviver à competiçãodo mercado educacional?

Um dos principais aspectos parasobrevivermos à crescente competiçãona área da educação, no Brasil e, es-pecialmente na Grande São Paulo, é aprofissionalização na gestão da Univer-sidade. Profissionalizar não significadizer que estamos abrindo mão dosnossos valores cristãos, da qualidadedos nossos cursos, do relacionamentohumano; significa que precisamos es-tar muito atentos a tudo o que ocorrenessa área e ter agilidade para tomar

decisões que possibilitem a continuidade doprojeto de uma Instituição Metodista.

De maneira geral, a profissionalizaçãogera o medo de se perder a identidademetodista. Por isso, há a necessidade dese capacitar pessoas da Igreja. Mas, comomotivar os jovens a trabalhar nas institui-ções da Igreja, em meio a um clima deinsegurança? Não é que se deva ter esta-bilidade nas funções, mas seria bom quetivéssemos menos instabilidade, para ter-mos condições de capacitar pessoas e in-vestir em projetos de médio e longo pra-zos. Estou falando de uma situação real;aconteceu comigo mesmo. Tive que inter-romper meu doutorado, que não era ape-nas um projeto pessoal, mas familiar, evoltar ao Brasil por uma decisão inespera-da. Não fosse minha ida para a Unimep,eu teria ido para outra instituição. Graçasa Deus, pude continuar contribuindo comuma instituição metodista.

Page 15: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 2007 15Cultura

Agenda

Dia Internacional de Luta contra a AIDS é 1º. Desde 1988, essa data vigora no Brasil. Uma portaria foi as-sinada visando alertar a população contra os avanços da doença. Ore a Deus pelos portadores do vírus.

Dia de orar pela paz mundial é 2. Neste dia a Família Metodista Mundial, no primeiro domingo do Advento,se une para Orar pela Paz, em todas as línguas, em nome do Príncipe da Paz.O dia da Bíblia é 9 de dezembro. Aproveite a ocasião para presentear alguém que você saiba estar precisandode palavras de consolo.O Culto de Envio dos/as Formandos/as e a cerimônia de formatura acontece entre os dias 7 a 15 naUMESPEntre os dias 13 a 16 acontece os Concílios Regionais da 6ª e 2ª RegiãoDia do Órfão é 24. Já pensou em promover uma campanha na igreja para doar brinquedos às crianças deseu bairro? Pense nisso!O Natal chegou! É celebrado no dia 25 de dezembro. Mas nem sempre foi assim. Na antiguidade, o Natal eracomemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foisomente no século IV, que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração.

JaneiroDia 01 de Janeiro é celebrado como o Dia de Confraternização Universal. Na verdade, todos os dias era para ser praticado esse ato deunidade, mas lamentavelmente não é assim...Neste dia também é comemorado o Dia Mundial da Paz. Aproveite a ocasião e ore para diminuira violência em nosso país.

Dezembro

Anuário Litúrgico 2008: No ano emque se comemora o centenário da Sema-na de Oração pela Unidade dos/as cris-tãos/ãs e do Credo Social da IgrejaMetodista a Faculdade de Teologia daIgreja Metodista – Umesp publica a sextaedição do Anuário Litúrgico. O calendárioaqui apresentado é resultado de cuida-dosos estudos que procuraram harmoni-zar a prática cristã mundial com a pecu-liaridade latino-americana e brasileira, e,agora também com a de países africanoslusófonos, tais como Angola eMoçambique.

Caminhando: Nesta segunda ediçãode 2007 a revista reúne artigos sobre o

vigésimo quinto ano da aprovação do Planopara a Vida e a Missão da Igreja Metodistae os 20 anos de Dons e Ministérios. O quetalvez pareça ser assunto de mero interes-se denominacional acaba sendo, muitoalém disso, reflexões sobre a mais recentefase da história do protestantismo brasilei-ro. Os artigos abordam a interação entrepráticas, teologias e espiritualidademarcadas pela fase de transição da ditadu-ra militar ao processo da redemocratização

do país, pelacrescente in-fluência daeconomia glo-bal no Brasile pelo surgimento de novas culturas re-ligiosas, em grande parte urbanas, comoo movimento “gospel” e o neo-pentecostalismo.

Passos para uma teologia wesleyana:Por que Wesley não optou por uma vidaacadêmica respeitável e calma? EmboraWesley oscilasse entre uma vidacontemplativa e uma vida ativa, a últimacaracterizou sua existência. Ele e seu ir-mão foram ameaçados pela influência deuma mística interiorizada e individualista

Boas Novas da Editeomas, após ser aconselhado por “um homem sério”, o jovem teólogovoltou-se para “uma religião social”, “a única religião que a Bíblia co-nhece”. Desde então, compreendeu que a fé pode ser “uma compre-ensão da prática” e a teologia se desenvolve melhor como “cristia-nismo prático”.

O Hinário Wesleyano Mil Vozes é mais uma contribuição daFaTeo para a celebração do 300º aniversário de Charles Wesley. Osdois volumes do Hinário, publicados pela Editeo, são acompanhadoscom CDs e apresentam hinos com letra de Charles Wesley e músicade Simei Monteiro. O primeirovolume tem hinos clássicos e osegundo hinos contemporâneos.Participam do vocal e do instru-mental professores/as, alunos/as,funcionários/as e colaboradores/as da FaTeo e da UniversidadeMetodista de São Paulo. Informa-ções e vendas: Editeo. Tel (11)4366-5787, fax (11) 4366-5988. E-mail: [email protected]

Nova cartapastoral

Testemunhar a graça e fazer dis-cípulos e discípulas é o tema quenorteará a vida da Igreja Metodistano biênio 2008-2009. É também, o tí-tulo do novo número da BibliotecaVida e Missão que o Colégio Episco-pal produziu para edificação daIgreja. “Falar da graça e dodiscipulado é, para nós Metodistas,caminhar no núcleo da nossa heran-ça bíblica doutrinária, o que é bompor nos ajudar a fortalecer nossaidentidade cristã Metodista.” Infor-mações e vendas na Editora Cedro.Tel. (11) 3277-7166 e (21) 2527-9822.

Page 16: A primazia da graça e a resposta humana - metodista.org.brmetodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/expositor... · Jornal mensal da Igreja Metodista • Dezembro de

Dezembro 200716 Página da Criança