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O MEIO E A MENSAGEM Dois Cenários Imagine dois cenários na vida da igreja. No primeiro Deus reúne seu povo em um evento pactual para jogar e para justificar, para matar e para vivificar. A ênfase recai na obra de Deus por nos o plano misericordioso do Pai; a vida, a morte e a ressurreição salvadora do filho, e a obra do Espírito de leva vida ao vale de ossos secos por intermédio da proclamação de Cristo. A pregação sentra-se na obra de Deus na historia da redenção de Gênesis a Apocalipse, e os pecadores são transportados para este drama que esta sendo desenrolado. Instruídos e ordenados para extrair as riquezas das Escrituras “em benefício do povo,” os ministros tentam deixa de lado suas próprias agendas, opiniões e personalidades para que a palavra de Deus seja claramente proclamada. Nesta pregação, o povo é, mais uma vês, simples destinatarios_reseptores da graça. Da mesma forma no Batismo, as pessoas não se batizam a si mesmas; elas são batizadas. Na Ceia do Senhor, não preparam nem cozinha a refeição; não contribuem para a mesa, mas são os convidados que desfrutam o pão do céu. À medida que este “evangelho” cria, aprofunda e inflama fé, um profundo sentimento de louvor e de agradecimento enche os corações, conduz a boas obras entre os santos e no mundo, ao longo da semana. Depois de terem sido servidas por “Deus” na assembléia publica, as pessoas são, então, servas umas das outras e de seus próximos na sociedade. Exercendo sua vocação em todo mundo com vigor e dedicação, ganham o respeito dos de fora. E como elas mesmas farão bem servidas principalmente por pastores, professores, presbíteros e diáconos são capazes de partilha as boas novas de Cristo de maneira bem informada e natural. Por terem sido aliviadas dos encargos numerosos nos ministérios relacionados à igreja ao longo da semana, o que consumiria toda a energia delas, tem mais tempo para servi as suas famílias, os próximos e os colegas de trabalho no mundo. No segundo cenário, a igreja e sua própria subcultura, uma comunidade alternativa não só para a morte e resurreisão semanal

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Apologetico O evangelho alternativo da igreja Atual

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O MEIO E A MENSAGEM

Dois Cenários

Imagine dois cenários na vida da igreja. No primeiro Deus reúne seu povo em um evento pactual para jogar e para justificar, para matar e para vivificar. A ênfase recai na obra de Deus por nos – o plano misericordioso do Pai; a vida, a morte e a ressurreição salvadora do filho, e a obra do Espírito de leva vida ao vale de ossos secos por intermédio da proclamação de Cristo. A pregação sentra-se na obra de Deus na historia da redenção de Gênesis a Apocalipse, e os pecadores são transportados para este drama que esta sendo desenrolado. Instruídos e ordenados para extrair as riquezas das Escrituras “em benefício do povo,” os ministros tentam deixa de lado suas próprias agendas, opiniões e personalidades para que a palavra de Deus seja claramente proclamada. Nesta pregação, o povo é, mais uma vês, simples destinatarios_reseptores da graça. Da mesma forma no Batismo, as pessoas não se batizam a si mesmas; elas são batizadas. Na Ceia do Senhor, não preparam nem cozinha a refeição; não contribuem para a mesa, mas são os convidados que desfrutam o pão do céu. À medida que este “evangelho” cria, aprofunda e inflama fé, um profundo sentimento de louvor e de agradecimento enche os corações, conduz a boas obras entre os santos e no mundo, ao longo da semana. Depois de terem sido servidas por “Deus” na assembléia publica, as pessoas são, então, servas umas das outras e de seus próximos na sociedade. Exercendo sua vocação em todo mundo com vigor e dedicação, ganham o respeito dos de fora. E como elas mesmas farão bem servidas principalmente por pastores, professores, presbíteros e diáconos são capazes de partilha as boas novas de Cristo de maneira bem informada e natural. Por terem sido aliviadas dos encargos numerosos nos ministérios relacionados à igreja ao longo da semana, o que consumiria toda a energia delas, tem mais tempo para servi as suas famílias, os próximos e os colegas de trabalho no mundo.

No segundo cenário, a igreja e sua própria subcultura, uma comunidade alternativa não só para a morte e resurreisão semanal em cristo, mas também para todo o círculo de amigos, colegas de trabalhos e vizinhos. Neste cenário, as pessoas assumem que vão à igreja primariamente para fazer algo. A ênfase êncontra-se em seu trabalho para Deus. A pregação concentra-se em princípios e passos para viver uma vida melhor, com um fluxo constante de exortações: do tipo seja mais comprometido; leia, mas a Bíblia; ore mais; testemunhe mais; de, mas; envolva-se com essa causa ou com aquele movimento para salvar o mundo. O chamado de Deus para as vocações secular torna-se secundário a encontrar o ministério delas na igreja. Muitas vezes subnutridas por causa de um ministério definido, mas por carisma pessoal e habilidades motivacionais que por conhecimento e piedade, espera-se dessas ovelhas que sejam pastores. Sempre servindo, raramente são servidas. Mal informadas sobre a grande narrativa da obra de Deus na historia da redenção, não sabem realmente o que dizer para um não cristão, exceto conta suas próprias experiência e talvez repetir algumas frases ou fórmulas, as quais podem ser duramente pressionadas a explicar. Alem disso, como se espera que sejam fortemente envolvidas em atividades relacionadas à igreja, (com freqüência, consideradas

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mais importantes até que as reuniões públicas de domingo), não têm o tempo, a energia ou a oportunidade de desenvolver relacionamentos significativos fora da igreja. E se for para elas trazerem um amigo para a igreja, não podem ter certeza de que eles vão ouvir o Evangelho.

O segundo cenário tem cativado muitas igrejas. O rotulo denominassional ou conservador-liberal pouco importa neste caso. Todo mundo parece pensar que vamos à igreja muito mais para dar que para receber. Para os catolicos-romanos, o Concilio Vaticano II definiu a missa como “o trabalho do povo”, e esta suposição parece prevalecer em todo o ambiente eclesiástico hoje. Para muitos de nos, criados em contexto evangelico-coservador onde a pregação era principalmente uma exortação para fazer mais, o Batismo foi nosso ato de compromisso em vês de ser o ato de compromisso de Deus, a Ceia do Senhor era um meio de nossa lembrança em vês de um meio da Graça de Deus e muitos hinos eram expressões de nossa piedade, mas que um relato das misericórdias maravilhosas de Deus na historia da redenção. A expectativa de que Deus estava realmente visitando o seu povo para aplica os benefícios da vitoria de Cristo aos pecadores_tanto aos crentes quanto aos não crentes_era menos óbvia que a sensação de que estávamos, em primeiro lugar, nos reagrupando para obter nossas ordens de marcha. Claro que recebemos exortações nas Escrituras; portanto, isso deve ser parte do culto público. Lei sem Evangelho, e morte (2Co 3.5-18).Apelos para a ação sem o anúncio da ação de Deus –incluindo sua entrega regular e confirmação por meio da Ceia do Senhor – gradualmente desevangeliza a igreja. O bem conhecido pastor de megaigreja Rick Warren vem repetindo um apelo ao longo dos últimos anos para uma segunda Reforma: desta vês, uma reforma de “atos, não de credos”. Contudo, segundo a experiência de muitos de nós, “atos não credos”, ”vida, não doutrina” e, mas empenho que ministério centrado em Cristo é a ênfase. Muitos criados em ambientes Protestantes ou Católicos contam a mesma historia. A lista de ações pode ser diferente, mas o modelo o mesmo.

Quando se trata de movimentos mais recentes que tem procurado distansiar-se das abordagens evangélicas mais tradicionais, a situação não difere muito. Apesar das diferenças “cósmicas”, a ênfase e a mesma.

Exemplo para demonstrar isso,Em 2007, a igreja Willow Creek Community chamou a atenção da mídia quando publicou os resultados de suas analises de marketing, a qual levou seus lideres à conclusão de que seu modelo de ampla influência de crescimento de igreja era

defeituoso. O pastor sênior Bill Hybels respondeu à pesquisa dizendo “não deu certo em nossa igreja”. ”dentre os resultados”, escreveu ele, “uma em cada quatro pessoas no Willow Creek fica paralisada em seu crescimento espiritual ou insatisfeita com a igreja – e muitas delas estavam pensando em sair –. A porcentagem mai elevada dos

insatisfeitos era dos cristãos mais altamente comprometidos. O relatório “revolucionou a forma como olho o papel da igreja local... “Fazendo-me ver claramente que a igreja e sua grande quantidade de programastem assumido em demasia a responsabilidade pelo crescimento espiritual das pessoas”.

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Então, por que os participantes, mas ativos (“centrados em Cristo”) eram os mais insatisfeitos com a igreja e seu progresso espiritual? Essa era a pergunta que intrigava a liderança da igreja. “A resposta foi rápida: porque Deus nos ‘ligou’, primeiro e principalmente, para esta em crescente relação com ele – não com a igreja”. A conclusão deles foi que o plano de Deus para seu povo é se desloca da dependência do ministério da igreja para “práticas espirituais pessoais”, que incluem “oração, auto-análise (diário pessoal), solidão estudos das Escrituras – coisas que as pessoas fazem por conta própria para crescer em seu relacionamento com Cristo”. Como crentes maduros, devem mudar seu interesse da igreja para suas próprias atividades privadas. “A pesquisa sugere fortemente que a igreja declina em influência á medida que as pessoas cressem espiritualmente.” Aqueles que estão totalmente rendidos são comparáveis aos adultos jovens, que não precisão, mas dos pais da igreja e agora podem se defender sozinhos. “Nosso povo precisa se alimentar sozinho por meio de praticas espirituais pessoais que lhe permita aprofunda o seu relacionamento com Cristo. (...) Queremos fazer a transição do papel da igreja ‘pai espiritual’ para ‘instrutor espiritual’.” Os autores sugerem a analogia de um instrutor na academia que oferece um “plano de treino personalizado”.

O que acho extraordinário é que aqueles que se identificarão como “paralisados” dizem: “creio em Cristo, mas não tenho crescido muito ultimamente”, e os insatisfeitos afirmaram: “minha Fe e central para minha vida e estou tentando crescer, mas a minha igreja está me desamparando”. Esses entrevistados altamente comprometidos disseram ainda que desejam ‘muito mais desafio e profundidade dos serviços”, e “60 por cento gostaria de ter ‘ensino da Bíblia em mais profundidade’’’. A resposta-pronta dos autores, no entanto, não foi que a Willow Creek devia fornecer um ministério mais rico, mas que as ovelhas deviam aprender a si virar sozinhas – isto é, tornar-se autoalimentadoras que precisam esta mais envolvidas em praticas espirituais particulares.

É significativo que, neste relatório, a espiritualidade seja medida pelo quanto às pessoas fazem. A missão da igreja é oferecer “oportunidade para conectar-se com os outros”, “oportunidades de pequenos grupos” e “praticas espirituais pessoais básicas”. Aqueles que estão “perto de Cristo” (nível 3) necessitam de “praticas espirituais pessoais avançadas” e membros “centrados em cristo” (nível 4) precisam de “uma ampla gama de oportunidades de atendimento e orientação”. Embora Cristo seja o referente, todas as formas de medida são compromissos que poderiam ser facilmente aplicados a qualquer organização ou causa que esteja interessada em atividades espirituais. Não há menção de qualquer pessoa necessitando ouvir a palavra de Cristo, ser batizada ou receber Cristo na Ceia do Senhor. Conquanto cada nível seja identificado em relação a Cristo, toda a ênfase é sobre as praticas e serviço dos membros em vês da atividade de Deus no serviço do seu povo. Obviamente, se a

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igreja se restringe a oferecer oportunidades para as ovelhas fazerem algo, elas podem fazer isso sozinhas.

Apesar de ter definido a si mesma, primariamente, como a antítese do movimento da megaigreja, o movimento da igreja emergente está se tornando mais amigo dos seus rivais, como a recente participação de Briam McLaren em uma conferencia em Willow Creek atesta. Como Briam McLaren e outros liderem emergentes, Doug Pagitt nos encoraja a pensar em nós mesmos e na vida que levamos como o evangelho. A Bíblia, diz McLaren, é “parte de uma conversa, não um livro morto do qual extraio a verdade”. A palavra de Deus não vem a nós do lado de fora; os crentes “têm a verdade de Deus dentro de si”, escreve Pagitt. Na verdade, “cada pessoa tem experiência, compreensão e perspectiva; não existe ninguém que seja totalmente desprovido de verdade”.

Ameaçados nesta perda de sola Scriptura estão os colorarios: solo Christo (somente Cristo), sola gratia (somente a graça), sola fide (somente a Fe), e soli Deo gloria (gloria somente a Deus). Estes risco não são demasiado elevados para Briam McLaren, que, por exemplo, repreende os cristãos reformados por “seu caso de amor com a palavra latina sola”.

De acordo com Dan Kimball, a igreja não é um lugar. ”A igreja é o povo de Deus, que se reúne com um sentido de mição (At 14.27). não podemos ir á igreja porque somos a igreja.” Apartir disso, Dan Kimball, traça o contraste familiar entre evangelismo (missão) e marcas da igreja (meio de graça). Apelando para The Missional Church de Darrell Guder, Dan Kimball cosidera que as coisas deram erradas na Reforma.

Os reformadores, em seus esforços para aumenta a autoridade da Bíblia e assegurar a sã doutrina, definiram as marcas de uma igreja verdadeira como: um lugar onde o evangelho é pregado corretamente, e a disciplina da igreja é exercida. No entanto, ao longo do tempo, essas marcas estreitaram a definição da própria igreja como um “lugar onde”,em vês de um “povo que é’ a realidade. A palavra igreja tornou-se definida como “um lugar onde sertãs coisas acontecem”, como pregação e comunhão.

Desta maneira, no entanto, o trabalho das pessoas toma o lugar da obra de Deus.

O evangelho é boa-nova. A mensagem determina o meio. Há uma lógica clara para o argumento de Paulo em Romanos 10, onde ele contrasta “a justiça decorrente da lei” e “a justiça decorrente da fé” (Rm 10.5-6). Fomos resgatados pelas ações de Cristo, não pelas nossas; o Espírito aplica esta redenção a nós aqui e agora, de modo que somos justificados pela fé sem as obras; mesmo essa fé nos e dada por intermédio da proclamação de Cristo. Uma vês que este evangelho é um relato a ser crido em vês

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de uma tarefa para cumprirmos, ele precisa de mensageiros, embaixadores e testemunhas.

O método de entrega é adequado ao seu conteúdo. Se a mensagem central do cristianismo for como ter uma vida melhor agora ou torna-se melhor, então, em ves de arautos precisaríamos de treinadores de vida, diretores espirituais e palestrantes motivacionais. Um bom conselho requer uma pessoa com um plano; as boas-novas exigem uma pessoa com uma mensagem. Isso não quer dizer que também não precisamos de bons conselhos ou de planos, mas que a fonte da existência e da missão da igreja neste mundo é o anúncio da vitoria de Deus em Cristo.

Treinadores podem enviar a si mesmos com suas próprias sugestões, com tudo um embaixador tem de ser enviado com uma mensagem autorizada. Se o objetivo for o de fazer as pessoas irem a Cristo e encontrem-no, então os métodos serão quaisquer que acharmos pragmaticamente bem-sucedidos, e se for tudo sobre Cristo encontrar pecadores, então os métodos já estão determinados. A citação de Romanos 10.13-15 revela a cadeia lógica do argumento de Paulo: “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Como, porem invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouvirão? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?”“. O evangelho define o evangelismo; o conteúdo define os métodos de entrega; as marcas da igreja (pregação e sacramentos) definem sua missão (evangelizar, batizar, ensinar e a comunhão).

Para ajudar a indetificar essa conexão entre a mensagem (nos capítulos anteriores) e a missão e os métodos de entrega de Cristo, forneço a seguir o seguinte quadro:

Lei Leve

Deus como treinador de vidas

Bom conselho (fazendo)

Cristo como exemplo

A Bíblia como manual de instrução

Sacramentos como meio de compromisso

A igreja como recurso de auto-ajuda (foco no nosso serviço/ministério)

Nós subimos ate Deus

Nós enviamos a nós mesmos

O Evangelho

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Deus como juiz e justificador

Boas-novas (feito)

Cristo como Salvador

A Bíblia como mistério de Cristo sendo revelado

Sacramentos como meio de graça

A igreja como embaixada da graça (foco no serviço/ministério de Deus)

Deus desse até nós

Deus nós envia

A Bíblia é constituição para o povo da aliança de Deus, e não um livro de princípios gerais.

Revertendo o fluxo: transformando a obra de Deus em obra nossa

Essas marcas da igreja focaliza o que Deus faz por nós, e não quilo que fazemos para Deus.

Ele não foi apenas o Salvador uma vez, no passado (do tipo era uma vês...). é o salvador aqui e agora enquanto entrega Cristo e todos seus benefícios para nós, semana após semana.

A missão da igreja é exibir essas marcas.

Esta orientação desafia não só a tendência de reavivalismo por zelo sem conhecimento, mas a tentação das igrejas confessionais em direção á confiança no conhecimento sem zelo.

No seu sermão do pentecostes, Pedro anunciou: “para vós outros e a promessa, para vossos filhos e para os que estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2.39).

Negligenciando uma eclesiologia pactual, o evangelicalismo exibe um zelo por missão fora dos eixos das marcas da igreja.

Afinal, se o evangelho é sobre nossa experiência e atividade na transformação pessoal e social, em vez de sobre como podemos ser beneficiários regulares dos dons de Deus, os meios da graça são irrelevantes.

No entanto, este ativismo missionário fora dos eixos dos métodos que Deus prescreveu não apenes falhou em levar a uma retomada na profissão de fé entre

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“todos os que ainda estão longe”, mas levou ao esgotamento, à instabilidade e ao desvio dos crentes e de seus filhos.

A tentação, dos cristãos reformados, é si orgulharmos de ostentar as marcas de uma igreja verdadeira, independentemente de pessoas estarem, de fato, sendo acrescentadas á igreja.

Afinal, pensamos, termos a confiçao correta, administramos os sacramentos de acordo com a instituição de Cristo e temos ordem na igreja. Podendo facilmente nos esquecer de que tudo isso existe para o propósito da missão, não para que possamos comemorar nossa pureza.

“A promeça e para você e seus filhos”, enfatizamos, mas o que dizer de “todos os que ainda estão longe”? A dicotomia entre as marcas e a missão da igreja ou entre o ensino dos alcançados e alcançar os perdidos teria sido completamente estranha para os apóstolos.

A melhor maneira de reintegrar as marcas e a missão é começar com o próprio evangelho.

tanto os tradicionalistas quanto os radicais enfatizam nossa atividade em detrimento da atividade de Deus. Vamos a igreja principalmente para fazer alguma coisa; vamos para servir em vês de para sermos servidos.

Muitos tradicionalistas se opõem as abordagens de busca orientadas para missões, insistindo que o que importa no serviço não é o que sai dele, mas o que colocamos nele. Deus é o publico (que recebe nossa adoração) e nos somos os atores, de acordo com muitos defensores do culto tradicional. Igrejas buscadoras normalmente se vêem como recursos para a melhoria pessoal, e os movimentos da Igreja Emergente consideram a igreja como uma comunidade de transformação do mundo em discípulo. Por todas as suas diferenças, cada um destes modelos praticamente ignora o ponto central que “a missão de Deus é nos servir por meio das marcas de pregação e sacramento”, bem como que o corpo será construído em Cristo conjuntamente e leva seu testemunho e boas obras para seus próximos no mundo.

Mesmo antes de virmos para adorar a Deus, somos, primeiramente, servidos por Deus, á medida que ele distribui seus dons, que causam nosso louvor e alegria.

Aqui, Cristo lava nossos pés. Como Pedro, podemos nos indignar com esta estranha inversão de papéis, mas Jesus disse que “não veio para ser servido, mas para servir e da sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28). Claro que o serviço de Cristo para nós desperta nosso louvor e nos torna frutíferos em boas obras, mas os meios da graça vêm antes dos meios de serviço. Oficiais – pastores, presbíteros e diáconos – servem ao restante do corpo em nome de Cristo. O teatro principal para o serviço do povo é o mundo, e não os ministérios de serviço dentro da igreja.

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Lutero transmite muito bem isso afirmando aqui, dizendo que “Deus não precisa de suas boas obras, seu próximo, sim”.

Deus nos serve por intermédio de seus meios de graça, criando a fé e o arrependimento que produzem o fruto do Espírito, para que Deus possa então, servir a nossos próximos por intermédio de nossas diversas vocações em todo o mundo.

Em contrapartida, “o homem que praticar a justiça decorrente da lei” (Rm 10.5) se esforça para subir a Deus, oferecendo suas obras de serviço a ele para nós sermos abençoados. Mas, como os reformadores salientaram isso, na verdade, não ajuda ninguém, já que não comove a Deus, não nos salva e não serve ao nosso próximo.

Dons não sobem para Deus, mas provem de Deus, que de nada precisa e nada pode receber que o obrigue á reciprocidade (At 17.24-25; Rm 11.35-36).

Deus nos da a Salvação por meio do evangelho e dá bens temporais a nossos próximos por meio de nossas vocações, enquanto nos faz testemunhas de Cristo em nossos relacionamentos comuns – que podemos ter agora, visto que não estamos gastando todo nosso tempo em atividades relacionadas á igreja. Todo mundo tem o que e necessário: Deus e servido pela satisfação perfeita de Cristo, nós somos servidos por seu evangelho e nosso próximo é servido por nosso testemunho, amor e diligências em nossas vocações.

A tendência do evangelicalismo contemporâneo. Todavia, é inverter este fluxo de dons. Examinei uma série de recentes teologias sistemáticas escritas por evangélicos conservadores e progressistas, e todos eles se referem ao Batismo e á Ceia do Senhor como “meios de compromisso” em vês de “meios de graça”, acrescentando que não há razão para limitar os meios de compromisso a essas duas ordenanças. Será isto de alguma maneira diferente da definição do Concilio Vaticano II da missa como “o trabalho do povo”?

Como Paulo deixa claro, é nossa tendência natural, mesmo como cristãos, preferir ser atore a ser receptores da Salvação. Ate sem levarmos a mensagem para uma direção pelagiana, podemos transformar os métodos em uma forma de altossalvação. Pelo menos Charles Finney foi coerente a este respeito.

Uma vês que o evangelho seja uma chamada para o aperfeiçoamento moral, o único critério para os métodos utilizados e o sucesso pragmático. No ponto em que o Catecismo de Heidelberg nos lembra de que “o Espírito Santo cria a fé em nossos corações pela pregação do santo evangelho e a confirmação pela utilização dos santos sacramentos”, Finney estava convencido de que a fé e o arrependimento podem ser “induzidos” “por meios mais eficientes” que nossas mentes pragmáticas podem conceber. As “novas medidas” de Finney substituirão os meios de graça. Os cristãos, disse ele, devem ser “freqüentemente convertidos”, o que significa que deve haver

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sempre “novos estímulos” para mover as pessoas para níveis cada vês mais elevados de compromisso e ativismo.

“Agora, o grande empreendimento da igreja é reforma o mundo – para aniquilar toda espécie de pecado”, Finney insistiu. A igreja de Cristo foi originalmente organizada para ser um corpo de reformadores... “Para reformar indivíduos, comunidades e governos.” Tanto a conversão pessoal quanto a social dependem de persuasão moral”. “Recompensas, leis e punições – estas coisas e outras como elas são exatamente o centro da persuasão moral.” Se a igreja, colégios e seminários não assumirem esta tarefa, serão deixados para trás, ele argumenta.

No entanto, os “estímulos” e as “novas medidas” de Finney levaram a ciclos de entusiasmo e exaustão, como o historiador Whitney R Cross observa:

Os engenheiros do reavivamento tiveram de exercer criatividade cada vês maior para encontrar meios ainda mais sensacionais para substituir aqueles desgastados pelo uso exesivo. Em todas estas modalidades, a reunião prolongada, embora apenas uma forma na qual as medidas operarão, ajudou as próprias medidas a crescerem ainda mais em intensidade, ate que o zelo crescente ferveu dentro da ortodoxia e transbordou em heresia.

Esgotados na ânsia perpetua por experiências sempre novas, por intermédio de métodos sempre novos, muito dos que foram convertidos nos reavivamento de Finney simplesmente abandonarão de vês a igreja. Durante esse tempo, um ministro, Albert Dodd, reclamou: “Agora se entende, de modo geral, que os numerosos convertidos das novas medidas foram, na maioria dos casos, como a nuvem da manhã e o orvalho da madrugada. Em alguns lugares, não a metade, nem um quinto, ou mesmo parte de um décimo deles permanece”.

Esta é precisamente a lógica da “justiça decorrente da lei [obras]”, a que Paulo se refere em Romanos 10.5 – se esforçando para trazer cristo do céu ou dos mortos, como se ele não estivesse tão perto como o evangelho nos proclama.

Se a salvação está em nossas mãos então os meios também estão. Finney diz que a Grande Comição apenas disse: “Vá”. “Ela não prescreve quaisquer formas. Ela não admite qualquer forma. (...) E o objetivo [dos discípulos] era fazer o evangelho conhecido da maneira mais eficaz... de modo a obter a atenção e garantir obediência do maior numero possível. Ninguém pode encontrar nem uma forma de fazer isso na Bíblia” (grifo do autor). Definindo a igreja como “uma sociedade de transformadores morais”, Finney consistentemente relacionou o que considerou como a marca da verdadeira igreja à sua missão. No ponto em que o cristianismo reformado identifica a verdadeira igreja com a atividade de Deus por intermédio de seus meios de graça, Finney identifica a igreja verdadeira com nossa agência, cujos métodos foram determinados por aquilo que consideramos mais eficaz.

Muitos evangélicos – e certamente pessoas reformadas – não vão querer ser tão consistente quanto Finney. Em sua época, os presbiterianos ficaram divididos sobre se podiam ser calvinistas na teoria e semipelagianos na prática. Eventualmente, os presbiterianos da Nova Escola aliviaram essa ansiedade simplesmente se tornando arminianos em ambos os

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casos. O apóstolo Paulo e Charles Finney oferece um contraste gritante, mas ambos foram consistente. Simplesmente, não podemos adotar uma visão bíblica das marcas da igreja e uma visão semi pelagiana (ou pelagiana) dos métodos e da missão da igreja.

Pregando Cristo

Tenho argumentado há algum tempo, em livros e artigos, que deveríamos ser mais pró-vida – não apenas sobre o aborto e a eutanásia, mas em nossa preocupação com a mordomia da criação e com os cuidados com aqueles que ficam para trás em nosso culto individual da saúde, riqueza e felicidade. A Escritura nós da permição para inculcar tal perspectiva. Mas a igreja, como instituição, não pode prescrever qualquer agenda política especificas para a concretização dessas metas. Crentes que se preocupam com essas questões irão diferir tanto entre si como dos não cristãos quanto à melhor forma de aborda o bem social. Ao contrario das diversas vocações dos cristãos no mundo, a igreja institucional não existe para resolver problemas temporais do mundo (o que inevitavelmente, divide o corpo de cristo sobre agendas políticas), mas para administrar o serviço de Cristo de reconciliar os pecadores consigo mesmo e cuida de seu rebanho no corpo (por meio dos diáconos), bem como na alma (por meio dos ministros e presbíteros). Depois de terem sido primeiro servidos dessa forma, os amam e servem uns aos outros de acordo com suas necessidades específicas e, em seguida, levam esse serviço para fora, para seus próximos não cristãos. A Escritura somente é a constituição da igreja, e a igreja não tem autoridade legitima ou poder para falar ou agir além dessa palavra divina. Independente de quão convencido estejamos em nossas próprias mentes de em quem vota ministro são embaixadores de Cristo, totalmente limitados por suas palavras. Eles abusam da sua autoridade quando usam este gabinete para apóia candidatos, partidos e políticas.

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Não é discipulado radical muda de um partido para o outro ou ampliar a lista política de afazeres na igreja. Discipulado radical significa levar para o mundo – inclusive para os cristãos m – a maravilhosa, surpreendente e ofensiva notícia do evangelho. Nada do que fizemos, estamos fazendo ou podemos fazer é radical. É mesma velha historia do esforço Humano. Contudo, na reunião pública de seu povo, Deus esta trabalhando,ressuscitando os mortos. Por meio da palavra e dos sacramentos, o reino de Cristo está irrompendo nesta era presente pelo poder do Espírito. Esse irromper não apoiar a atual era do mal, mas semear as sementes da era por vir. Ele não vem para melhorar as pessoas ou as sociedades, mas para matar e da vida em Cristo. Seja o que for o que precisemos nas sociedades, a igreja não necessita de uma mudança cultural; ela precisa de uma mudança de paradigma – de nossa agenda para a agenda de Deus.

A providência ordinária de Deus impede que a presente era seja tão ruim quanto poderia ser, dando-nos confiança em nossa vocação secular para amar e servir nosso próximo, mesmo em formas que não são, em última instancia,redentoras. Posso trabalhar votar e dialoga, lado a lado, com próximos não Cristãos sobre uma serie de questões relacionadas á melhoria de nosso bairro, da sociedade e do mundo. Não precisamos de mais organização Cristãs de serviço, mas de mais igrejas que servem às ovelhas e as enviam para amar e servir seu próximo não cristão como empregado, empregador, voluntario, amigo e familiar. Uma vês que nós todos partilhamos da consciência da lei de Deus (embora possamos suprimi-la e o Espírito trabalha por meio da graça comum, assim como da graça Salvadora, a igreja como instituição não tem de fazer, prescrever ou ditar tudo o que fazemos como cidadãos na cultura. Não precisamos de mais arte, filosofia, política e negócios cristãos; precisamos de mais proclamação cristã de pensamento e de vida genuinamente transformados, que surgem a partir dela.

A igreja como povo – espalhado como sal e luz durante toda a semana – tem muitas vocações diferentes, mas a igreja como local (reunida publicamente, pelo apelo de Deus, a cada dia do Senhor) tem uma vocação: entregar e (receber) Cristo por meio da pregação e do sacramento. Neste dia, não somos republicanos ou democratas com uma agenda, mas pecadores em comunhão ao redor de um Salvador comum. Não somos Builders Boomers, Busters (ou seja, pessoa que nasceram antes de 1945, isto e, antes da segunda guerra mundial terminar. Neste período, o objetivo dos americanos era construir um estilo de

vida confortável e desenvolver uma nação americana poderosa, econômica e militar) [N. da R.]. Ou emergentes, mas uma comunhão dos santos. “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus é pai de todos, o qual e sobre todos, age por meio de todos é esta em todos” (Ef 4.4-6). Neste dia, as ovelhas não são chamada para tornar o mundo uma pastagem, mas verde, mas são levadas para as pastagens exuberantes – planejadas compradas e preparadas por Deus. Este e o dia da semana

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que participa do domingo eterno que vai caracterizar todos os dias da era por vir. É para este dia que ansiamos levar nossa família, amigos e colegas de trabalho. Neste dia, não vamos para criar uma historia para nós mesmos ou para construir um reino; vamos como aqueles que são muito gratos, “recebendo nós um reino inabalável” e, portanto, servindo a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor, (Hb 12.28;grifo do autor). Como já mencionamos este movimento da doutrina (ações de Deus) para a doxologia (nossa grata adoração) e depois para funções (nosso serviço agradável) é a direção que a palavra de Deus normalmente toma. “Como recebestes cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados. E confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graça” (Cl2.6-7).

Recentemente ouvir uma pregação que terminou com o apelo: “você vai realizar grandes coisas para Deus?”. É fácil, para os crentes com uma consciência sensível, sair da dieta espiritual media na igreja pensando que devem ser um Paulo no evangelismo, ou Wilberforce na cultura e um Thomas á Kempis em disciplina espiritual. O discipulado radical, nesse sentido triunfalista, para se um tanto quanto distante do convite de Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manço e humilde de coração; e acharei descanso para vossa alma. Porque o meu jugo e suave, e meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).

Fazer apelos para que realizemos grandes coisas para Deus é parte da campanha publicitária que constantemente exaure milhões de cristãos professos. Contar-nos sobre as grandes coisas que Deus tem feito – e, mais do que isso, pregar sua realização para os pecadores – é a verdadeira missão da igreja. E pode até mesmo animar e impulsionar aqueles entre nós a quem Deus chamou para conquistas extraordinárias. Mas será suficiente animar as pessoas a quem Deus chamou para vidas comuns e frutíferas? Na segunda-feira, uma congregação, outra vês mais segura da maravilhosa graça para os pecadores, será espalhada em todo mundo como sal e lus. Se pensamos que a missão principal da igreja é melhorar a vida em Adão e adicionar um pouco de força moral a esta era do mal e passageira, ainda não entendemos a condição radical para a qual Cristo e uma solução radical.

Se o Deus triuno é o único agente da salvação, a igreja será, em primeiro lugar, uma sociedade de receptores – aqueles que recebem a salvação. Porem, se a salvação está em nossas mãos, precisamos encontrar o melhor meio de alcançá-la. Finney, pelo menos, foi coerente em sua teologia, quando disse que a igreja foi originalmente criada para ser um corpo de reformadores morais.

A igreja, como uma instituição designada por Cristo, tem um mandato restrito com implicações mundial. Cristãos individuais, porém, têm tantos mandatos quanto suas vocações: como pais filhos, para entes afastados, vizinhos, colegas de trabalho, e assim por diante. Alem de amar e servir uns aos outros na comunhão dos santos, os

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são intimados “para ter uma vida tranqüila, cuidar de seus próprios negócios com as próprias mãos (...); a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém” (1 Ts 4.11-12;NVI). Pode não parecer tão grande quanto criar uma política global de comercio ou irromper com o reino pela espução dos “romanos” (independente de serem democratas ou republicanos) na próxima eleição, mas é o tipo adequado de discipulado para esta fase do governo de Cristo: o reino de graça que, somente na volta de Cristo, será um reino de glória.

A igreja precisa desesperadamente de uma segunda Reforma, com certeza, mas de uma reforma que – como a primeira – retome o foco da igreja em cristo e sua obra. Nem o partido republicano nem o democrata receberam essa comição. Se a moralidade cristã está se tornando uma lembrança distante na cultura, é porque, cada ves mais, a própria igreja está em caos moral. E, debaixo destes sintomas, encontra-se a verdadeira doença: “Outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor,nem tampouco as obras que fizera a Israel” (Jz 2.10). Os EUA nunca foram uma nação cristã, mas a verdadeira crise que está sempre diante da igreja é se irá descristianizar sua própria mensagem, ministério e missão. Em uma entrevista á revista Decision, de Billy Graham, C.S.Lews foi questionado?”“. Lewis respondeu:

Não posso falar dos aspectos políticos da questão, mas tenho algumas idéias definidas sobre a descristianização da igreja. Acredito que há muitos pregadores aceitando tudo e demasiados praticantes na igreja que não são crentes. Jesus Cristo não disse: “Ide por todo o mundo e diga ao mundo que está tudo certo”. O evangelho é algo completamente diferente. Na verdade, ele se opõe diretamente ao mundo.

Como Atanásio percebeu, a igreja deve estar contra o mundo pelo mundo, e isso as nações supostamente cristãs.

.Matando-nos suavemente

O ministério de John Stott, um dos principais lideres desse consenso pós-guerra, incorporou esta integração da proclamação centrada em Cristo com paixão missionária. No entanto quando questionado sobre como ele avalia esse movimento mundial, uma edição da revista Chritianity Today, Stott só pôde responder: “A resposta é crescimento sem profundidade”.

Certamente, existem sinais de que as fronteiras teológicas do movimento estão se alargando – e eu vou abordar alguns exemplos nesse artigo. Além disso, o vazio e o liberalismo tem tipicamente andado de mãos dadas quando se trata de fé e pratica na igreja. O liberalismo começou por subestimar a doutrina em favor do moralismo e da experiência interior, perdendo Cristo por hierarquia. No entanto, é mais tolice que

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heresia que está nos matando suavemente. Deus não é negado, mas banalizado – usado para nossos programas de vida, e não recebido, adorado e usufruido.

Cristo é uma fonte de capacitação, mas é amplamente reconhecido entre nós, hoje, como fonte de redenção para o impotente? Ele ajuda o moralmente sensível a se torna melhor, mas salva o inpio – incluindo os cristãos? Ele sara as vidas destruídas, mas levanta aqueles que estão “mortos nos vossos delitos e pecados” (Ef 2.1)? Terá Cristo vindo meramente para melhorar nossa existência em Adão ou para terminá-la, arrebatando-nos para sua nova criação? Será o cristianismo somente sobre transformações espirituais e moral, ou sobre a morte e ressurreição – juízo e graça radical? É a palavra de Deus um recurso para o que já decidimos que queremos e precisamos, ou e o Deus vivo e critica ativa da nossa religião, moralidade e experiência piedosa? Em outras palavras, a Bíblia é a historia de Deus centrada na obra da redenção de Cristo, que reescreve nossas historias um pouco mais emocionantes e interessantes?

Os conservadores e os liberais moralizam minimizam e banalizam Cristo de maneiras diferentes, é claro que com as diversas agendas políticas e sociais, mostrando sua fidelidade quer a cultura de elite quer a cultura popular, mas ainda é moralismo. Segundo o bispo metodista William Willimon:

Devido à falta de confiança em nossa historia para efetuar aquilo que ela fala, para evocar um novo povo do nada, nossa comunicação perde a coragem. Nada é dito que não possa ser ouvido em outro lugar. (...) Em contexto conservadores, o discurso do evangelho e negociado para a afirmação dogmática e moralista, psicologia de auto-ajuda e mantras-soniferos. No mais discurso liberal, a conversa, anda na ponta dos pés, em torno do escândalo do discurso cristão e acaba como uma inócua, porém cortês, afirmação da ordem dominante. Incapazes de pregar Cristo e este crucificado, “nós pregamos a humanidade e esta melhorada” (2Co 4.5).

Os liberais podem ter sido pioneiros na teoria de que há salvação em outros nomes alem do nome de Jesus Cristo, mas nenhum grupo na historia moderna tem desejado que o público em geral faça orações não sectárias – isto é, com ou sem Jesus Cristo – tanto como os evangélicos conservadores. Quando se trata de colocar Deus de volta em nossas escolas, podemos deixa Jesus para trás.

Jesus tem sido vestido como um CEO, ou – seja como alguém de auto cargo executivo de uma organização, equivalente em português, ao cargo de diretor geral - [N. da R.]. Treinador de vida, guerreiro de cultura, revolucionário político, filosofo, co-piloto, companheiro de sofrimento, exemplo moral e parceiro na realização de nossos sonhos

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pessoais e sociais. Mas, em todas essas formas, estamos reduzindo o personagem central do drama da redenção a um apoio para nossa própria peça?

Como os liberais de outrora, um numero crescente de lideres evangélicos gostam de colocar o ensinamento de Jesus sobre o reino – especialmente, o Sermão da montanha – em contraste com a ênfase mais doutrinal encontrada, sobretudo, nas epistolas de Paulo. Muitos comemoram esta ênfase no Cristo-como-exenplo em vês de no Cristo-Redentor como o prenúncio de um novo tipo de cristão, mas e isto realmente um antigo tipo de moralista? Indiferente se sabe que a morte de Cristo é considerada um sacrifício vicário, o discipulado – carregar nossa crus – torna-se o tema mais interessante. Não importa que os discípulos sejam pessoas que aprendem alguma coisa antes de saírem para chamarem a atenção por suas atitudes zelosas. Novamente, não estou dizendo que esses irmãos sejam liberais, mas que não há diferença perceptível para nosso testemunho se ignoramos ou negamos a mensagem de Cristo e sua cruz. Quando o foco passou a ser “o que faria Jesus” em vez de “o que Jesus fez?”, os rótulos não importaram mais. Os conservadores têm sido igualmente propensos a se concentrarem, no primeiro e não no segundo, nas últimas décadas.

Religião, espiritualidade e seriedade moral – que segundo Paulo, têm “forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2Tm 3.5) – podem continuar prosperar em nosso meio precisamente porque evitam o escândalo de Cristo. Ninguém vai criar confusão se você achar Jesus útil para seu bem-estar pessoal e relacionamentos, ou mesmo se você pensar que ele foi o maior homem da Historia – um modelo digno de devoção e de imitação. No entanto comece a falar sobre a crise real – na qual nossos melhores esforços são como trapos imundos e Jesus veio para carregar sobre si a condenação dos pecadores desamparados, que Poe sua confiança nele e não em si mesmos – e as pessoas comissão a se mexerem em seus lugares, ate mesmo nas igrejas.

Discipulado, disciplinas espirituais, mudança de vida, transformação cultural, relacionamento, casamento e família, estresse, dons espirituais, dons financeiros, experiências radicais de conversão, curiosidade do fim dos tempos (que, ás vezes, parecem ter menos a ver com o retorno de Cristo que com a correspondência das manchetes de jornais) e relatos de superação de obstáculos significativos por meio do poder da fé – esta e a dieta constante que estamos recebendo hoje. Corremos o risco de nos consumir inteiramente, porque tudo gira em torno de nós e do nosso trabalho, e não ao redor de Cristo e de sua obra. Até mesmo importantes exortações e mandamentos bíblicos se tornam deslocados de seu indicativo ambiente evangélico. Em vês de o evangelho nós da novas idéias, experiência e motivação para obediência grata, depositamos o poder de Deus em nossa própria piedade e em nossos próprios programas.

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Não desejo conserta tudo. Algumas de minhas avaliações pode acabar por ser demasiadamente radicais ou mal informadas. Espero que não, porque essas questões são por demais importantes para ser tratada com descaso. Os leitores certamente vão encontrar um monte de boas noticias intercaladas com más noticias neste artigo, mas admito desde o início, que, no todo, não e uma missiva alegre. Se esse artigo pelo menos levantar questões que provoquem uma análise mais profunda de nosso testemunho no mundo de hoje, já terá valido a pena.

Meu alvo não é qualquer ala em especial, movimento, pessoa ou grupo. Todos nós somos vitimas, bem como cúmplices, em nosso cativeiro. Na verdade, meu sentido de urgência é motivado pela minha impressão de que esse nosso “cristianismo sem cristo” é invasivo, atravessa o espectro liberal-conservador e todas as linhas denominasionais. Na verdade quando escrevi algumas idéias para um artigo, de uma revista recentemente, um edito católico exclamou: “Ele está escrevendo sobre nós!”.

Na verdade, eu estou escrevendo sobre “nós” – todos os que profesão o nome de Cristo, tanto como ministros quanto testemunhas. Seria mais fácil se pudéssemos identificar um escritor em especial, um circulo de escritores ou movimentos como um inimigo isolado. No entanto, nenhuma denominação está livre desse cativeiro, incluindo a minha, e ninguém, incluindo eu mesmo. Assim, não existe nenhuma posição de pureza anticéptica que eu possa fingir ocupar, da qual possa limpar o restante do chão. O máximo que qualquer um de nós pode fazer e dizer como Isaias, quando ele teve a visão de Deus em sua santidade: “Ai de mim! Estou perdido! Porque só homem de lábios impuros habito no meio de um povo de lábios impuro, e os meus olhos virão o Rei, o SENHOR dos Exércitos!”(Is 6.5).

Denunciando o nosso Cativeiro Deismo moralista e terapêutico

Alguns anos atrás, um teólogo tradicional me conto uma experiência que teve numa megaigreja evangélica. Ele estava visitando seus filhos e netos durante o feriado da primavera. Na igreja, eles assistirão ao Domingo de Páscoa, mas nada sugeria de modo visível, que aquele fosse um culto cristão, porém esse eminente teólogo tentou refrear sua opinião. Não ouve saudação da parte de Deus ou qualquer coisa que mostrasse que aquela fosse uma reunião de Deus. Os cânticos eram quase exclusivamente sobre as pessoas, seus sentimentos e suas intenções de adorar, de obedecer e de amar, mas não era possível saber de quem eles estavam falando ou por quê. Ele concluiu: “Bem os evangélicos não têm uma liturgia definida. Eles devem ter colocado todo conteúdo no sermão, então vou esperar”.

No entanto, sua paciência não foi recompensada. Apesar de ser páscoa, a mensagem (sem um texto definido) era sobre como Jesus nos da força para superar nossos obstáculos. Sem pelo menos uma bênção, esse teólogo foi embora

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desanimado. Ele tinha ido a uma igreja evangélica, na páscoa, e, em vez de encontrar Deus e o anúncio de uma verdadeira vitória sobre o pecado e a morte por Jesus cristo,

Pressionado pelas?”), o teólogo momento”, disse ele. “Mas não houve evangelho em nenhuma parte daquele rompeu seu silêncio: “Presumo que você esteja tentando me evangeliza neste culto que pudesse me converter se eu já não fosse um convertido... nem mesmo nas igrejas mais liberais em que já estive o culto foi tão desprovido de Cristo e do insistentes perguntas de seu genro quanto á sua reação ao culto (tais como “falou ao seu coração evangelho. É como se fosse: Deus quem?”

Por que tantos cristãos estão esgotados com a igreja

Uma das principais razões pelas quais muitos crentes, atualmente, acabam por viver o cristianismo sem Cristo, mesmo nas igrejas que se identificam como centrado em Cristo, é que a ênfase dominante está nos meios de serviço em vez de nos meios da graça. Muitos cristãos, hoje, estão esgotados e não sabem ao certo a razão. Em muitos casos que encontrei o motivo e que eles têm sido vitimas de constantes exigências, enquanto o evangelho permanece em segundo plano.

Sem dúvida, a igreja local envolve a comunhão entre os santos, que incluem obras de serviço á família da fé. Mas temos confundido o sacerdócio de todos os crentes, como se Cristo nunca tivesse instituído os ofícios que encontramos nas epistolas. Nesta abordagem, cada ovelha deve ser um pastor. O apelo para as ovelhas se autoalimentarem é a conseqüência natural desta linha de pensamento empobrecida.

A igreja tem uma comissão muito restrita. Não é chamada para ser um bairro alternativo, um circulo de amigos, um comitê de ação política, um clube social ou uma agencia de serviço público; ela é chamada para pregar Cristo de forma tão clara e plena, que os crentes sejam preparados para serem sal e luz nas posições seculares para as quais Deus os chamou. Porque uma pessoa deve se dar ao trabalho de pertencer a uma igreja e comparecer todo domingo, se Deus for o receptor passivo e nós os doadores ativos? É como esperar que uma pessoa anseie pelo Natal quando esta sempre dando presentes, mas nunca recebe nada. Ao responder a queixa de Simão contra a mulher que ungiu seus pés com um perfume caro, Jesus disse: “Aquele a quem pouco se perdoa, pouco se ama”. Então, ele se virou para a mulher e disse: “Perdoados são os teus pecados” (Lc 7.47-48). Quando regularmente ouvimos e recebemos o perdão de Cristo, ficamos cheios de amor por ele e pelos outros.

Quando Jesus começou a lavar os pés dos discípulos, Pedro se sentiu confuso e perguntou: “Senhor, tu me lavas os pés a mim? Respondeu-lhe Jesus: O que eu faço não o sabe agora; compreendê-lo-ás depois” (Jo 13 6.7; grifo do autor). Depois? Depois? Do que? Jesus estava se referindo ao seu ato final de serviço no Gólgota, pelo qual Pedro o repreendeu diversas vezes ao falar nisso, quando estavam se aproximando de Jerusalém. Pedro estava pronto para a ação: uma coroação ou uma

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revolução, mas não para a crucificação de Jesus. Como era de se esperar, Pedro protestou: “Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte com comigo” (v.8).

Não é no “era uma vez, numa colina distante”, mas toda semana o Filho de Deus vem nos servir. Podemos protestar. Podemos pensar que nós é que precisamos servir a Deus, e não vice-versa. No entanto, Jesus nos diz como disse a Pedro, que isso é, na verdade, um insulto, uma forma de orgulho. Nós somos aqueles que precisam ser banhados, vestidos e alimentados, não Deus.

Jesus nos serve usando a nós mesmos, e especialmente os oficiais que ele chama por intermédio da igreja. Tanto os lideres quanto os membros precisão de ser lembrados de que o ministério público de pastores e professores não é um obstáculo autoritário para o trabalho vocacionados de todo o corpo, mas dom do Cristo que ascendeu que prepara os santos para viverem juntos em amor e para viverem suas vocações no mundo (Ef 4.8-15). Os ministros pregão Cristo por meio de seu ministério da palavra, não só nos sermões bem preparados, mas em todo o serviço. Na verdade, o principal objetivo de cantar na igreja não é expressar nossa experiência interior, devoção e zelo, intruir-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração”, (Cl 3.16). Ouvimos a Palavra, cantamos a Palavra, e meditamos sobre ela na comunhão dos santos. Ensinamos esta Palavra diariamente para nossos filhos na instrução familiar e quando expressamos nossa confiança em Cristo diante deles. Tudo isso é tão vital porque confiar em Cristo somente e nadar contra a correnteza da natureza humana.

Pastores e professores não são guias de viagem que oferecem espaços para que todos possam canalizar seus dons e energias para a igreja, mas são pregadores da mensagem de Cristo. “O qual nós anunciamos”, escreve Paulo “advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim” (Cl1.28 29).

Se as pessoas estão muchando na videira com exortações perpétuas sem boas-novas, (ouvindo continuamente, semana pos semana exortações para fazer mais, ser melhor, da mais de si a igreja é a Deus, tudo isso sem anuncio do evangelho das boas-novas, que sendo pregada com clareza não só liberta e pacifica a alma, e testemunho publicamente de que Cristo venceu o pecado e a morte (...), numa mensagem sem começo, meio e fim, trivial, sentimental, irrelevante, tanto para os que estão dentro como para os que estão de fora, um evangelho moralista, de auto-ajuda sentimental o evangelho das necessidades sentidas, de bem-estar pessoal, egoísta, louvam sem serem lembradas de que estão louvando a Deus, exortam á imitação ativa de Cristo

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antes de serem primeiramente chamadas a receber a Cristo e suas boas dádivas – então , não é nenhuma surpresa que lhes falte motivação piedosa para amar e servi o próximo no mundo. E se elas não estiverem sendo regularmente imersas no ensino das Escrituras, será que devemos nos surpreender que nosso testemunho de Cristo entre nossos vizinhos seja superficial, confuso e confundido? Aqueles que são ricamente alimentados no banquete do Senhor vão querer alimentar outros com o pão de cada dia de suas vocações normais e com o Pão da Vida do seu testemunho de Cristo (e estarão preparados para isso). A essa altura quero ainda vos recordar de que ainda estou falando de “Cristo como o centro da mensagem” assim como Lutero e os demais reformadores o fizeram. No entanto, crentes que se auto alimentam vão sempre acabar se esgotando – se não vagarem por caminhos estranhos primeiro. Antes de alimentar outros, devem ser alimentados; antes de servir, devem ser servidos – e não apenas uma vês, mas toda semana.

A igreja não é o evangelho. Quer embalada em altas formas de igreja (com a igreja como um lugar institucional) quer em versões baixas de igreja (a igreja como indivíduos transformados), a idéia corrente entre nós hoje é que a igreja esta engajada em uma missão redentora, estendendo a vida salvadora e a missão de Cristo no mundo, “recordando que estamos falando de outra, vês colocarmos Cristo e as boas-novas do Evangelho no centro do nosso foco”. Mas, se quisermos tirar o foco de nós e colocá-lo de volta em Cristo (para a correta interpretação das Escrituras), vamos ter de parar de nós darmos tanto crédito. Não redimimos; fomos redimidos. A encarnação (o Filho de Deus se tornando carne) não é um protótipo para nós e para nossa vida e ministério encarnados no mundo; é um evento único, da qual temos sido testemunhas, em vês de coajentes. Nem como a soma total dos cristãos nascidos de novo nem como uma instituição histórica que é salvo. A igreja não da testemunho de sua própria santidade ou zelo, mas de Cristo, que “justifica o ímpio” (Rm 4.5).

No entanto, como uma instituição fundada por Cristo, que lhe deu os dons dos pregadores, mestres, presbíteros e diáconos, a igreja é, de fato, nossa mãe ao longo de nossa peregrinação. Longe de colocar a igreja contra a experiência individual de Cristo, o protestantismo confessional reconheceu que toda nossa experiência com Cristo é comum, histórica e mediada por meio de agência normalmente criada. Ecoando o pai da igreja Cipriano, Calvino diz: “Seja quem for que tem Deus como Pai, tem a igreja como sua mãe”. O entusiasmo (Deus-dentro-ismo) contrapõe o testemunho interior do Espírito Santo ao ministério interior. Todavia, é um “privilegio singular”, Calvino escreve, que Deus tenha condescendido “consagrar para si mesmo as bocas e as línguas” dos pecadores para que “sua própria voz possa ressoar neles”.

Embora o poder de Deus não seja limitado por meio exteriores, ele, entretanto, nos ligou a esta forma comum de ensino. Fanáticos, recusando-se apegar a ela, enredam-se em muitas armadilhas mortais. Muitos são levados, por orgulho, desgosto ou rivalidade, à convicção de que podem lucrar o suficiente com a leitura e a meditação privada; daí desprezam as reuniões

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publicas e consideram a pregação supérflua. Mas (...) ninguém escapa da penalidade justa dessa separação profana sem encantar-se com erros pestilento e desilusões torpes.

Miroslav Volf salienta que o líder separatista John Smyth aconselhou que aqueles que são “nascidos de novo (...) não devem necessitar mais de meios de graça”, já que as pessoas da Trindade “ são melhores do que todas as escrituras ou criaturas de qualquer tipo”. Pelo contrário, como observa Volf, os reformadores taxativamente afirmaram a atividade salvadora de Deus por intermédio de seres humanos – até mesmo a ponto de chamar a igreja de mãe dos fieis.

O entusiasmo assumiu todos os tipos de formas na Idade Moderna: desde o racionalismo sofisticado do Iluminismo até o sentimentalismo anti-intelectualda fronteira americana. O efeito do pietismo (especialmente culminando no Segundo Grande Avivamento), como observa William Mcloughlin, foi mudar a ênfase da “crensa coletiva, adesão a um credo e observância das formas tradicionais, para a ênfase na experiensia religiosa individual”. Se o Iluminismo passou “a autoridade final na religião” da igreja para “a mente do individuo”, o pietismo e o romantismo colocaram a autoridade final na experiência do individuo. Tudo isso sugere que, há algum tempo, o evangelicalismo tem sido tanto o facilitador como a vitima do secularismo moderno.

É interessante que, no estudo de Willow Creek, citado anteriormente, a analogia da igreja-como-pai foi, na verdade, utilizada para sugerir que, quando os crentes atingem a maturidade, acham a igreja menos importante. Isto é uma grande distância entre a imagem do Novo Testamento de encontros regulares para pregação, ensino, sacramento, comunhão e orações.

Crescer, nesta concepção, é um processo sem fim nesta vida. Crescemos em Cristo e em seu corpo. Crescer fora da igreja é perder nossa ligação com a seu Cabeça (Ef 4.12-15). Nossa fé nunca e suficientemente forte, nossa esperança nunca é brilhante o suficiente e nosso amor nunca é quente o suficiente para alimentarmos a nós mesmos. A pessoa madura não acha a igreja menos importante porque sabe que a fonte de sua fé e maturidade é sempre o ministério de Cristo por meio de seus embaixadores. Como um pai cauteloso, a igreja nunca vai fazer seus filhos cuidarem de si mesmos, jogados para frente e para trás com todo o vento de doutrina, mas vai conduzir o rebanho de Cristo durante toda sua peregrinação terrena.

Um discurso de resistência

Um discurso de resistência é apropriado nestas situações, mas temos de ser cuidadosos quanto a sua razão. Existe, naturalmente, um espírito antimodernista cuja estratégia de resistência é tão perigosa quanto simplista. O inimigo e facilmente identificado: o humanismo secular, as escolas publicas, os democratas, os liberais e os gays; ou, de outro ponto de vista, o fundamentalismo, as escolas cristãs, os

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republicano, os conservadores, e os patriarcalistas. E já que a cultura – nossa vida pública compartilhada – é reduzida a um espetáculo de política, a única maneira de resistir é vencer as guerras culturais.

O discurso de resistência que estou sugerindo, porém, diz respeito à recuperação da fê e das praticas cristãs dentro da própria igreja. Ele começa por desafiar não só as exibições fracas de Deus, do pecado e da graça, mas as estruturas de aparência, os paradigmas ou as cosmovisões que tornam o panorama bíblico cada vez menos compreensível, mesmo para a maioria dos cristãos. No discurso de resistência cristã, Deus é o orador. É hora de começar a ouvir a voz de Deus na Bíblia novamente, de levar nosso Senhor do pacto mais a sério que a nós mesmos, bem como ao amplo público secular que precisa ser salvo de sua autófala. Pode ser simplesmente que a estratégia mais relevante, especialmente em nosso contexto, seja destacar esses pontos nos quais a verdade de Deus desafia nossas próprias meias-verdades e mentiras, em vez de minimizá-los. “Em uma cultura onde a religião é, social e psicologicamente, funcional”, argumenta o sociólogo Peter Berger, “a pregação cristã em si devia chamar o povo para um confronto com o Deus que se posiciona contra as necessidades da sociedade e contra as aspirações do coração humano”.

Como o próprio evangelho, esta estratégia parece ir contra o senso comum – principalmente depois de ser completamente doutrinada nas estratégias de compromisso mascarado como missão. Não mais tradução do evangelho. Esta é uma ofensa, precisamente nos mesmos pontos e pelas mesmas razões, como sempre. Os esforços para traduzir o evangelho em linguagem contemporânea, na verdade, visam a torná-lo não apenas mais compreensível, mas mais crível. O problema é que o evangelho é tão sem sentido ao nosso orgulho decaído que não pode ser crido á parte de um milagre da graça divina. E como é pormeio do próprio evangelho que o Espírito realiza esta proeza, eliminamos a única possibilidade de uma conversão genuína que temos em nosso arsenal. Perdido na tradução está o próprio evangelho – e, portanto, a única esperança de transformação real e de perdão.

Precisamos recuperar este sentimento tão difundido em outros períodos, a saber, que mesmo os cristãos não sabem do que realmente precisam ou o que querem, e que atender ás suas necessidades sentidas imediatas pode abafar a única proclamação capas de satisfazer, de fato, as necessidades reais. Berger julga que “a conseqüência pessoal mais geral do abandono dos cristãos teológicos para a vida cristã é o culto da experiência. (...) O pragmatismo emocional, agora toma o lugar do confronto honesto com a mensagem cristã’. Isso significa que as pessoas permanecem presas dentro de sua própria psique e de seus recursos internos irremediavelmente, suprimindo a verdade sobre si mesmas, a qual pode levá-las a Cristo. Não mais objetivamente culpadas diante de um Deus santo, somente sentem uma sensação de cupa ou vergonha que negam, alterando o assunto para algo mais leve e mais otimista. Não

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mais salvas da condenação – que é a fonte de seu mais profundo sentimento de ansiedade – elas estão agora a salvo do desgosto.

Somos os mortos-vivos, esquecidos de que nossa roupa de designer de moda da religião e da moralidade é, realmente, uma mortalha. Parafraseando Jesus, passamos pela vida como cadáveres maquiados, nem mesmo conscientes de que todas nossas transformações e auto-aperfeiçoamento são apenas cosméticas (Mt 23.25-28).

Nossas folhas de figueira podem ter se tornado mais sofisticadas ( e caras), mas não são melhores para cobrir nossa nudez na presença de Deus do que o guarda-roupa feito em casa dos nossos primeiros pais. Não só os nossos pecados, mas “todas as nossas justiças, [são] como trapo da imundícia” (Is 64.6). Isaias 59 registra o julgamento no tribunal: o Senhor contra israel. Embora muitas pessoas se queixassem se que muitas calamidades vinham injustamente caindo sobre elas, o profeta como o advogado de Deus, expõe os que fazem a denúncia como autores em vês de vitimas: “As suas teias não se prestam para vestes, os homens não poderão cobrir-se com o que eles fazem, as obras deles são obras de iniqüidade, obra de violência há nas suas mãos” (v.6). Somente após a apresentação da evidência é que as pessoas confessam seus pecados e reconhece que trouxeram o juízo de Deus sobre si (vs. 9-15). Nesta situação, o juízo, vendo “que não avia ajudador”, assume para si a tarefa de colocar a vestimenta de batalha e ganhar a salvação de seu povo pagando ele próprio o preço. “Virá o redentor a Sião e aos de Jacó que se converterem” de seus pecados, “diz o SENHOR” (vs. 16,20). A igreja não só nos permitiu muda de assunto, como mudou o assunto para nós.

São os falsos profetas que “curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, Paz; quando não há Paz” (Jr 8.11). Eles “vos enchem de vãs esperanças”, acrescenta. “Falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do SENHOR.

Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis” (Jr 23. 16-17). Não e compaixão para com o povo ou zelo pela casa de Deus, mas sua própria sede de popularidade que torna os falsos profetas constitucialmente incapazes de dizer a verdade sobre a crise.

Encerrados em nosso estreito mundo de manipulação pessoal, nunca fomos apresentados ao mundo real criado pela palavra de Deus. Em vês de algo novo e surpreendente que possa realmente trazer verdadeira transformação em nossas raízes, somente ouvimos mais e mais o fundo musical de Muzak, suavimente afirmando o status quo. Em vês de sermos levados até o fim de nossos recursos, de modo que abandonemos todos os outros títulos e caiamos nos braços misericordiosos de Deus, somos encorajados a novamente tentar salvar a nós mesmos (embora limitado)com a ajuda de Deus. O pecado e a redenção são banalizados quando escrevemos o roteiro.

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Em suas mensagens ás igreja em Apocalipse 3, Cristo se dirige á igreja de Laodiceia. Ao contrário das igreja de Pergamo e de Tiatira, essa igreja não é um porto de heresia e imoralidade; nem é morta, como a igreja de Sardes. Semelhante á igreja de Éfeso, os crentes de Laodiceia tinham perdido seu primeiro amor, Cristo; assim, tornaram-se mornos – nem frios nem quentes e, portanto, inúteis tanto para aquecer quanto para refrescar.

Dizes: Estou rico e bastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha de tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo (Ap 3.17-19).

Uma igreja que seja profundamente consciente de sua miséria e de sua nudez diante de um Deus santo se apegará tenazmente a um Salvador todo-sufisiente, enquanto aquela que é autoconfiante e relativamente inconsciente de sua pecaminosidade inerente se inclinará para a religião e para a moralidade sempre que lhe parecer conveniente.

Os fariseus pensavam que se apenas pudessem fazer que todos seguisem as regras corretas, poderiam introduzir o reino messiânico. No entanto, quando o próprio Messias realmente apareceu, foram confrontados com sua própria injustiça e impotência. Cristo não veio para ajudar as pessoas boas a se tornarem melhores, mas “veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Se este for um golpe terrível para nosso orgulho, também será a noticia mais esperançosa e mais maravilhosa que nós jamais poderíamos ouvir. A salvação não é algo para se conseguir (“procurando estabelecer s sua própria [justiça]”), porém algo a receber: “A justiça de Deus” pela fé em Cristo (Rm 10.3; veja vs. 1-4). Embora Paulo levasse a disciplina apostólica para tratar da imoralidade, da divisão e da imutabilidade dos crentes de corinto, não pôs em duvida o status como uma igreja, como fez com a igreja da Galácia, por esta á margem da negação do evangelho.

Confiando em nos mesmos, naturalmente nos inclinaremos para o moralismo, perguntando a Jesus, junto com o jovem rico: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. Até que sejamos como aquele administrador, colocados diante da verdadeira intenção da Lei, vamos naturalmente supor, como ele, que “tudo isso tenho observado desde a minha juventude” (cf. Lc 18.18-21). Não assumimos facilmente que somos miseráveis, pobres, segos e nus, pois não gostamos de assumir que estamos em situação de desespero, não mais que o administrador jovem e rico. Até mesmo os discípulos perguntaram: “Sendo assim, quem pode ser salvo?”. Mas Jesus olhou para eles e disse: “Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus” (vs. 25-26).

O secularismo não pode ser atribuído aos secularistas – muitos dos quais foram criados na igreja. Somos o problema. Se a maioria dos fiéis não pode dizer nada

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especifico sobre o Deus que consideram significativo ou explicar as doutrinas básicas da criação á imagem de Deus, do pecado original, da expiação, da justificação, da santificação, dos meios da graça ou da esperança da glória, então a cupa dificilmente pode ser colocada nos humanistas seculares. Se, por exemplo, a privatização envolve “a transferência de afirmações verdadeiras do mundo objetivo para a subjetividade do individuo”, então os protestantes americanos não só se adaptaram a uma cultura secular, mas fazem parte de uma herança reavivalista que ajudou a criá-la.

Tudo o que é necessário para nos tornarmos pelagianos inconscientes é menos pregação e ensino da lei e do evangelho – minimizando os meios de graça (palavra e sacramento) em favor de nossos meios de transformar a nós mesmos e nosso mundo. Como a autoconfiança é nossa configuração padrão, nunca podemos supor que realmente temos o evangelho e agora podemos passar ás nossas próprias obras. Mesmo quando falamos de nossas obrigações para co Deus e para com o próximo, elas devem ser fundamentadas, em primeiro lugar, no evangelho da salvação pela graça, sem obras. Assim, quando a igreja perde seu interesse na doutrina (uma palavra que simplesmente significa ensino), não é nenhuma surpresa que vaguemos de volta aos nossos pressupostos morais e religiosos mais familiares.

Se o pietismo enfatizou a importância de ações sobre os credos, o liberalismo finalmente dispensou o último completamente. Como Barth, j. Gresham. Ele fala de um “ceticismo pragmático, esta religião otimista de uma humanidade autosuficiente”, que tomou o lugar, no protestantismo, da “religião redentora até então conhecida como o cristianismo”. Ele acrescenta:

Essas perguntas nos levam ao serne da situação; o aumento da ignorância da igreja, o aumento da indiferença com relação aos fatos simples, registrados na Bíblia, tudo isso pode ser atribuído a um grande movimento espiritual, muito céptico em sua tendência, que vem ocorrendo nos últimos cem anos – um movimento que aparece não só nos filósofos e teólogos como Kant, Schleiermacher e ritschl, mas também em uma atitude generalizada de homens e mulheres simples, em todo o mundo. A depreciação do intelecto, com a exaltação dos sentimentos ou da vontade, é, pensamos um fato básico da vida moderna que esta levando rapidamente a uma condição na qual os homens não sabem nada de nada nem se importam com o conteúdo doutrinário da religião cristã, no qual há um declínio intelectual geral lamentável.

Os americanos, como já vimos, têm um traço anti-intelectual bastante pronunciado. São fazedores, não crentes; pragmáticos não pensadores. Impacientes com o estudo e a reflexão entediantes, preferem a superação de obstáculos, a conquista da natureza e a colocação de tudo em uso mais que compreender e gostar do que faz.

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Contudo, se o moralismo – salvação de autoajuda – é nossa configuração padrão, precisamos regularmente ouvir pregasão e ensino para desistir dele. Batismo, comunhão e pregação nos chama para fora de nós mesmos e de nossa autoconfiança, e nos guiam para nos apegarmos a Cristo em fé e para servirmos o nosso próximo em amor. Machen observa que “o movimento cristão, em seu inicio, não era apenas uma forma de vida no sentido moderno, mas um modo de vida fundado sobre uma mensagem. Era baseado não programa de trabalho, mas em um relato de fatos. Em outras palavras, ele era baseado em doutrinas”.

Quando examinamos os credos ecumênicos, as confissões e os catecismos das tradições reformadas, uma coisa fica evidente: Cristo é o centro, o Alfa e o Ômega de fé e prática. O ensino da fé a cada geração por meio de tais padrões, no entanto, tornou-se cada vez mais suspeito de formalismo e intelectualismo em uma cultura que valoriza a autonomia e a expressão autoreferencial. Ann Douglas observa: “Nada pode mostrar melhor a identidade alterada da Igreja Protestante do final do século 19 como participante ávida na sociedade de consumo emergente do que sua obsessão pela popularidade e seu desprezo crescente pelas questões intelectuais”. De um extremo a outro de toda nossa paisagem cultural, a única lei deixada parece ser “pega leve”. Se esperarmos evangelizar os descrente (em outras palavras, vender nosso produto para um mercado mais amplo), vamos ter de nos livrar de tudo que tenha arestas, tudo o que ofende e desanime as pessoas.

Por mais que goste de imaginar o contrário, “sou o meu tema que mais conheço e mais gosto”, e o meu bem-estar pessoal é a minha necessidade sentida mais urgente. Gostaria de ir à igreja principalmente para falar sobre minhas necessidades sentidas e manifestar minha experiência piedosa. E, como um pregador com uma veia empresarial, seria muito mais fácil meu próprio paradigma de ministério que me sentar em um escritório e preparar uma refeição para as ovelhas a partir da Sagrada Escritura. Seria muito mais fácil se pudesse partilhar minha experiência e alguns dos princípios de vida que têm funcionado na minha vida e família jogando uns poucos versículos no meio. Mudar o foco para Deus e a historia de sua fidelidade inabalável para me salvar, apesar de mim mesmo, inserindo-me no contexto mais vasto da história de seu povo do pacto, sempre me deixará irritado. Por causa da minha tendência natural de me voltar para dentro, preciso de muita paciência e trabalho para entender e aceitar esse enredo. Se for para eu sempre dizer amém para a história de Deus e ser conduzido a ela, nada menos que um milagre será necessário. Só o Espírito, me reescrevendo de acordo com o evangelho, para realizar essa façanha.

Ir a Deus como consumidores salvos por seguir as instruções no rótulo do produto em vês de pecadores salvos pela graça não é apenas a essência do pecado humano, como nem ao menos enuncia sua promessa de libertação. Em lugar disso, nos leva mais fundo para dentro de nós mesmos, para o confinamento solitário das convicções, dos anseios, das necessidades sentidas, das experiências e dos pressupostos que já

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temos. Mantém-nos sempre livres de sermos interrompidos por alguém superior a nós mesmos ou por alguma coisa mais maravilhosa que nossas realizações insípidas.

Lembro, então, a maravilhosa sena do filme A Festa de Babette, quando a sombria turma de aldeões pietistas é oferecida uma refeição muito alem dos seus sonhos mais impossíveis. Inicialmente temendo ser indulgentes, se tornam companheiros deslumbrados e gratos, em uma troca de alegria. Se o mundo não sabe chorar ou festejar direito, nosso único de ação realmente amoroso é fazer essas coisas na frente dele, pregando e praticando o que significa ser pecadores que foram justificados. Nossas igrejas e nós precisamos recuperar o pressuposto fundamental de que Deus se importa demais conosco para nós deixa por conta própria ou nos aprovar em nossa ignorância, mentiras, manipulação e aceitação casual de interpretação da realidade pelo mundo. Em seu quarto volume da Church Dogmatics, Karl Barth brilhantemente observa que a preguiça é tanto o centro do pecado quanto o orgulho. Não precisamos ser hereges para sermos infiéis; podemos ser preguiçosos demais para ir contra o estabelecido pela sociedade. Como C.S.Lewis memoravelmente afirmou: “Somos como uma criança ignorante que quer continuar a fazer torta de lama em uma favela porque não pode imaginar o que significa a oferta de férias na praia”.

Quando nossas igrejas usurpam o evangelho, o reduzem a slogans ou o confundem com moralismo e propaganda, não é de se estranhar que o tipo de espiritualidade á qual voltamos seja o deismo moralista terapêutico. Em uma cosmovisão terapêutica, o eu é sempre soberano. Acomodar esta religião falsa não é amor – a Deus ou ao próximo – mas preguiça, privando os seres humanos da verdadeira libertação, assim como Deus da glória que lhe é devida. O ego deve ser destronado. Essa e a única saída.

Uma política de resistência

Esta era passageira tem seus regimes de poder, gerados por suas próprias palavras e sacramentos. Por meio de seu constante bombardeio de publicações, marketing, política e entretenimento – tudo girando junto no turbilhão da feira da vaidade – seu discurso de acomodação se destina a nós tornar consumidores passivos de suas paródias de vida abundante. Com seus sacramentos de realidade virtual e rituais de gratificação instantânea, esta era de pecado e morte nos seduz a pensar que este é o mundo real. Então de onde tiramos a idéia de que a melhor maneira de garantir a relevância da fé e da prática cristã é acomodar, nesta era corrente, o discurso e a pratica da era por vir? Como poderíamos ter alguma vez imaginado que a melhor maneira de ganhar o mundo para Cristo seria depor os únicos instrumentos legítimos que Deus nos deu para o avanço do reino de Cristo justamente no coração da historia de vaidade deste mundo?

Essa era do mal não tem apenas seu discurso de acomodação, mas também sua política de acomodação. Combinados, eles são poderosos – contudo não

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suficientemente fortes. Não só a mensagem do evangelho, mas o método de entrega em si é a boa-nova. Deus não se limitou a falar da encarnação. Muito menos falou da encarnação como um principio geral para tudo que Deus faz no mundo. Não, Deus realmente se fez carne, cumpriu toda a justiça, conquistou o pecado e a morte e, em sua ressurreição, inaugurou a nova criação, como as primícias de toda a colheta. Um novo regime de poder está em marcha nesta era que está passando: o poder da vida sobre a morte, a justificação sobre a condenação, a justiça todo o domínio do pecado. A política de Deus é sua obra: a cruz e a ressurreição – e a expectativa confiante do retorno de Cristo em glória, para fazer nova todas as coisas.

E agora, conforme somos lembrados por Efésios 4.8-16 o Rei que subiu faz descer seus dons dessa revolução subversiva até nós. Não temos de subir até ele. Neste texto, o apóstolo Paulo ensina que o mesmo que desceu até as profundezas mais remotas por nós e subiu “acima de todos os céus, para encher todas as coisas” (v.10), não guarda os tesouros de sua conquista para si mesmo, mas liberalmente os distribui aos seus cativos libertos que continuam na terra. O original grego enfatiza: “Os dons que ele mesmo deu...”. Eles se originaram com Cristo, não com membros individuais ou com o corpo como um todo. Ele “mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (v. 11). Os dons não são dados como uma hierarquia de controle, como “os governadores dos povos”, que “dominam” sobre seus súditos em vez de servi-los (Mt 20.25; veja vs. 25-28). pelo contrário, Paulo diz que eles são dados:

Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, ate que todos cheguemos á unidade da fé e do pleno conhecimento do filho de Deus, á perfeita varonilidade, á medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para o outro e levados ao redor por todo o vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4.12-15).

As traduções mais recentes tipicamente traduzem a sentença no versículo 12 como “para equipar os santos para a obra do ministério” (por exemplo, ESV, NRSV E RSV), que tem sido utilizada como a principal prova de texto por cada membro do ministério. Por várias razões, estou convencido de que as traduções mais antigas (especialmente o versículo 12) são mais precisas e também captam melhor a lógica do argumento.

Isso não significa, evidentemente, que o ministério oficial da palavra (agora exercido por pastores e professores) seja o único dom ou que os ministérios tenham a classificação mais elevada do reino de Cristo que qualquer outra pessoa. Pelo contrário, esse dom do ministério da palavra é dado para que todo o corpo seja dotado: reunidos na unidade da fé e do conhecimento do filho de Deus. Só então cada membro pode receber os dons adicionais que o fazem trabalhar juntos como um corpo

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maduro, com Cristo como sua cabeça vivente (Ef 4.15-16). Os dons fluem para baixo vindos de Cristo; o Grande Pastor serve ao seu rebanho por intermédio de subpastores, que ministram seu evangelho pela pregação e pelo sacramento.

Em outros lugares, Paulo expande a lista de dons que são exercidos pelo corpo maior (cf. Rm 12.3-8; 1Co 12). Uma igreja pobre em generosidade, em hospitalidade e em outros dons de edificação mútua é doente; uma igreja que não tem a palavra não é uma igreja. Portanto, vamos á igreja, em primeiro lugar, para receber esses dons, realizando nossa comunhão com Cristo cada vez mais e, por conseguinte, uns com os outros como seu corpo.

Pense nisso em termos de um jantar luxuoso, onde presentes (dons) são trocados. Primeiro, somos convidados,degustando a refeição que nos foi generosamente fornecida pelo hospedeiro (Cristo), por meio de seus servos (ministros). Depois os convidados gratos se tornam participantes ativos na troca de presentes. Tendo, recebido muito, eles dão muito; o dar e o receber presentes mútuos continuam durante toda a semana, como o cuidado dos fiéis uns pelos outros em todos os tipos de situações informais; em seguida, compartilham esses presentes com seus próximos incrédulos, em suas vocações seculares. Podemos inverter esse fluxo de presentes, não apenas transformando a mensagem do evangelho em apelos para subir as escadas das experiências e do ativismo moral, como também os meios da graça em meios de obras, apropriando-nos do serviço gracioso de Deus por nós, concentrando-nos, quase exclusivamente, em nosso serviço.

Já destaquei como nossa mensagem tem sido transformada de uma boa nova em um bom conselho. Os efeitos de uma lei confusa e um evangelho confuso em conteúdo têm vastas conseqüências na pratica da igreja também. Se a mensagem é ação, não credos, focalizando em “o que faria Jesus?”, enquanto se assume que todo o mundo já sabe o que Jesus fez (e está fazendo e vai fazer), não é de se admirar que o fluxo de dons de Cristo para nós seja invertido no modo que vivemos nossa vida pessoal e corporativa como povo de Deus.

Cristo não apenas designou a mensagem, mas também os métodos que considera coerentes com o evangelho. Paulo diz que nossa salvação “não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9.16). Se nossa salvação é inteiramente devido á eleição, á redenção, á regeneração, á santificação e á preservação da graça de Deus, então os métodos que ele escolheu para entregar Cristo e todos seus benefícios serão meios da graça (Deus nos servindo), em vez de meio de obras (nosso serviço para Deus). Mais uma vez, isso não é excluir as obras ou nosso serviço – e sim é dizer que só quando somos salvos e servidos por Deus podemos ser instrumento por meio dos quais ele leva sua noticia salvadora e serviço amoroso aos outros.

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Combinando a ênfase pelagiana na auto-salvação com a ênfase gnóstica na experiência interior e na iluminação externa sobre o ministério de pregação, sacramento e disciplina, grande parte da prática contemporânea em todo o espectro eclesiástico parece supor que á missão é uma coisa e as marcas da igreja (pregação e sacramento) são outras. Se a mensagem de muitas pregações já mudou de Deus e seu trabalho para nós e nossa atividade, não é de se admirar que muitos, hoje, finalmente se perguntem por que a pregação é ainda necessária no culto público. Ser missionário freqüentemente significa não apenas a busca de métodos adequados de testemunho e de serviço informal, além da reunião oficial do povo da aliança, mas também presidir de todos os elementos formais do culto público em si. Novamente, isso não é nada novo ou especialmente pós-moderno. Aqueles de nós que foram criados no evangelicalismo conservador estão familiarizados com o contraste muitas vezes feito entre ser salvo e reunido a uma igreja, como se o evangelismo pudesse ser separado do Batismo e do discipulado, e como se a união com Cristo pudesse ser separada da união com o corpo visível.

Tal “dicotomia não é encontrada no livro de Atos, onde lemos: Acrescentava-lhes o Senhor dia a dia, os que iam sendo salvos” ( At 2.47). Os convertidos eram imediatamente batizados e incorporados á vida cotidiana da reunião pública da igreja, na qual “perseverava na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42). Na verdade, a expressão “a palavra de Deus era anunciada” é repetida ao longo do livro de Atos. A missão e as marcas da igreja nunca eram separadas. Com base nessa historia do testemunho apostólico, a igreja é bem-sucedida em sua missão á medida que proclama Cristo, batiza, ensina e se reúne em torno da mesa do Senhor e, depois, é espalhada pelo mundo como sua testemunha.

Porque os crentes permanecem simultaneamente santos e pecadores, nunca ficam livres de sua necessidade de serem alimentados pelo evangelho divinamente instituídos por esses meios de graça. Não só em sua conversão, mas ao longo de sua peregrinação, somente o evangelho “é o poder de Deus para a salvação” (Rm 1.16). Se Cristo for claramente proclamado todo Dia do Senhor, desde o Gênesis ao Apocalipse, os crentes serão fortalecidos na fé e nas boas obras e os incrédulos serão apresentados á sua palavra regeneradora.

Se o Batismo e a Ceia do Senhor forem acontecimentos comuns no culto público, em vês de serem empurrados para os cultos dos dias da semana, para evitar a alienação dos sem igrejas com ritos estranhos, não apenas os crentes serão renovados regularmente, mas os visitantes incrédulos testemunharão o banho e o banquete para o qual eles também foram convidados. Ao se deparar com essa visitação divina entre seu povo, eles podem ser levados á convicção do pecado e da fé em Cristo, sendo conduzidos, pelos membros, aos presbíteros; depois, fossem sua profissão de fé, são batizados e instruídos e, então, se juntam á companhia dos santos em comunhão. Os de fora se tornam os de dentro por meio da palavra e do Espírito; não eliminando a

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estranheza que os torna pessoas de fora, mas, em oração, aguardando pela obra poderosa de Deus por intermédio da mensagem estranha e dos métodos que ele designou, vemos a missão ser bem-sucedida pelas marcas da pregação e do sacramento.

Além do mais, em nome da missão, parecemos estar tirando a igreja dos que têm igreja (comprovado por estudos que revelam que mais da metade daqueles criados em igrejas evangélicas se tornaram descrentes em seu segundo ano na faculdade). Portanto, a disciplina da igreja por meio de seus oficiais é essencial para a verdadeira missão. Pastores pregam, ensinam e ministram os sacramentos; os presbíteros cuidam das necessidades espirituais do rebanho, incluindo a correção de fé e prática; os diáconos distribuem as dádivas materiais coletivas do corpo para as pessoas com necessidades temporais. As igrejas que portam essas marcas e se esforçar para crescer em sua fidelidade a elas são missionárias.

Em nenhum momento de nossa peregrinação, qualquer cristão amadurece além deste ministério, de maneira que fique capacitado a se auto-alimentar. Cristo nós livra de um tirano apenas para nos deixa fracos e isolados, nos tornado presas para o tempo, para os lobos e para as nossas próprias andanças. “Obedecei a vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isso com alegria e não gemendo; porque isso não aproveita a vós outros”(Hb 13.17). Mesmo nossa submição aos presbíteros, será, é baseada no serviço amoroso de Deus e no cuidado dele para conosco. “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e as boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.23-25).

A palavra se espalhou: uma igreja missionária

Não apenas o ministério de Cristo pelo Espírito, por meio da palavra e do

sacramento, é suficiente para a edificação do corpo de Cristo, como também é suficiente para nossa missão no mundo. Os mesmos meios instituídos pelo nosso Rei, que subiu aos céus, para tornar crentes recebedores do reino trabalhão em círculos cada vez maiores para atrair aqueles que estão longe.

Após advertir Timóteo sobre a orientação autocentralizada dos últimos dias, a incumbência de Paulo não foi conformar o evangelho ás necessidades sentidas de seus ouvintes, nem substituir ações por credos. Pelo contrário, ela foi: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não” – isto é, quando for aceita ou não.

Corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportaram a sã doutrina; pelo contrário serca-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos á verdade,

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entregando-se ás fábulas. Tu, porém, sé sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério (2Tm 4.2-5).

A resposta ao narcisismo é não falar mais sobre nós, mas levar a palavra de Deus para o mundo.

Se o foco de nosso testemunho for nossa vida mudada, nós, assim como nossos ouvintes, estamos condenados ao desapontamento. Os apóstolos poderiam ter nos contados mais sobre si mesmos e suas vidas mudadas: Pedro, o pescador, para Pedro, a rocha, para Pedro, o negador de Cristo, para Pedro, o apóstolo; Saulo, o perseguidor da igreja, para Paulo, o apóstolo, e assim por diante. No entanto, além destes detalhes pessoais, sabemos relativamente pouco. Não temos nem mesmo certeza do que Paulo tinha em mente quando falou sobre seu “espinho na carne” (2Co 12.7). A certeza que temos é o fato de que os apóstolos sabiam que também precisava do evangelho – a absolvição pessoal de Cristo – ao longo de toda a estrada poeirenta, cheia de dúvidas, medos, sofrimento e fracasso moral.

Os apóstolos estavam maravilhados de mais com Jesus Cristo e os acontecimentos que tinham se passado na História para se preocuparem em se concentrar em suas autobiografias espirituais. Eles sabiam que era o testemunho deles da vida, da morte e da ressurreição de Cristo que tinha o poder de converter as pessoas da morte para a vida. Sem negar, de nenhum modo, a transformação interior ou a experiência deles, até mesmo isso era o resultado do evangelho. Não foi por seguir uma seqüência de passos que foram regenerados, mas “mediante a palavra de Deus. (...) Ora, esta e a palavra que vos foi evangelizada” (1Pe 1.23,25). O testemunho deles era para Cristo, não para eles mesmos.

Ao longo do livro de Atos, mesmo em um momento em que todos os cristãos podem concordar que havia apóstolos vivos e um ministério extraordinário de sinais e maravilhas, o sucesso da missão da igreja foi sempre atribuído ao fato de que

“muitos... dos que ouviram a palavra aceitaram” (At 4.4) e “crescia a palavra de Deus” (At 6.7). A igreja ia “edificando-se” na palavra e “crescia em números”,e “a palavra do Senhor crescia e se multiplicava... e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. E divulgava-se a palavra do Senhor por toda aquela região” (At 9.31; 12.24; 13.48-49). A missão e as marcas – a conversão e o ministério oficial – andavam juntas:

Tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus. E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendou ao Senhor em quem haviam crido. (...) Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em números. (...)

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[Paulo] dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali (At 14.21-23; 16.5; 17.17).

Também muitos dos corintos, ouvindo [Paulo], criam e eram batizados. (...) Durou isso por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor. (...) Assim, a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente (At 18.8; 19.10,20).

Deus cria mundos ao falar. A palavra de Deus nunca é morta, á espera de ser completada por nossa própria atividade moral ou feita subordinada a ela. Pelo contrário, ela é “viva e eficaz” (Hb 4.12), sempre prosperando naquilo para que é designada (Is 55.11). Na verdade, o cristianismo é uma fé missionária precisamente porque é uma doutrina, um anúncio proclamado por embaixadores.

Deus sabe o que está fazendo. Nem a mensagem nem os métodos de entrega são criação nossa. Se Cristo não é o Rei da igreja, então, em pouco tempo, também não será seu Profeta ou Sacerdote. Precisamos olhar para ele para definir não só a mensagem da igreja, mas também a natureza, a missão e os métodos com os quais é entregue. Enquanto o reavivalismo de Finney para o movimento de crescimento da igreja contemporânea tem encontrado novas medidas em técnicas pragmáticas, uma nova geração – compreensivelmente, sedenta de uma orientação mais transcendente – procura por novos meios de graça em práticas mais místicas. Uma vez que você fique preso em seus próprios meios de ascensão, estará sempre á procura de uma nova droga.

As igrejas que se concentram apenas em cuidar de seus membros, sem uma paixão para evangelizar os que estão fora, infielmente estreitam a missão que lhes foi confiada. Em contrapartida, as igrejas que se concentram principalmente nos sem- igrejas muitas vezes esquecem o mandamento de Cristo a Pedro: “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21.17). O equilíbrio é encontrado no sermão de Pedro no Pentecostes: “Para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2.39). Se com todo nosso zelo missionário estivermos perdendo filhos e falhando em verdadeiramente alcançar aqueles que estão longe, talvez seja hora de repensar nosso ministério.

O que é preciso nestes dias, como em qualquer outro momento, é uma igreja que seja uma verdadeira comunidade da aliança definida pelo evangelho em vez de um prestador de serviço definido por leis do mercado, ideologias políticas, distinções étnicas, ou alternativas para a comunidade católica que o Pai está criando pelo seu Espírito, em seu filho. Para isso, precisamos de nada menos que uma nova criação, onde o único dado demográfico que importa está em Cristo. Quando nossas igrejas estiverem outra vês localizadas ai, tanto os convertidos quanto os que ainda temos de alcançar vão se tornar beneficiários da graça, que podem, por sua vez, amar e servir os

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próximos no mundo. Quando isso acontecer, também devemos esperar ouvir relatos novos, mesmo nos Estados Unidos, que “crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos” (At 6.7).

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Cristo o Senhor: A Reforma e o Senhorio na Salvação Ed. CUTURA CRISTÃ; Vida Cristã/Doutrina

Reforma Hoje: Uma convocação feita pelos Evangélicos Confessionais Ed Boice e Sasse; uma chamada para a fidelidade á Palavra de Deus em face ás tendências modernas.

JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ SOMENTE Numa epoca sem Fundamentos, o resgate do alicerce biblica Organizado porDon Kistler varios autores Leitura indispensavel

O Evangelho Maltrapilho: Brennan Manning: Alguma coisa esta muito errada em nosso discurso Atualmente. Categoria vida cristã

Fora de Moda: Ed cultura cristã categoria apologética leitura indispensável

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Fora de Moda: Tullian Tchividjian, Ed Cultura Cristã Leitura Indispensavel