a política de expansão da cana de açucar no território goiano e os impactos da crise econômica...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
COORDENAÇÃO DE GEOGRAFIA
A POLÍTICA DE EXPANSÃO DA CANA DE AÇUCAR NO
TERRITÓRIO GOIANO E OS IMPACTOS DA CRISE
ECONÔMICA MUNDIAL NO SETOR
RENATO JOSÉ DOS REIS VALADÃO
IPORÁ – GOIÁS
2009
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RENATO JOSÉ DOS REIS VALADÃO
A POLÍTICA DE EXPANSÃO DA CANA DE AÇUCAR NO
TERRITÓRIO GOIANO E OS IMPACTOS DA CRISE
ECONÔMICA MUNDIAL NO SETOR
Monografia apresentada como exigência para obtenção do grau de licenciado (a) no Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Iporá, sob a orientação do Professor Valdir Specian.
IPORÁ – GOIÁS
2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
COORDENAÇÃO DO CURSO DE GEOGRAFIA A política de expansão da cana de açúcar no território goiano e os impactos da
crise econômica mundial no setor
por
Renato José dos Reis Valadão
Monografia submetida à Banca Examinadora designada pela Coordenação do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás, UnU - Iporá como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Geografia, sob orientação do Profº. Ms. Valdir Specian.
Iporá,_______de______________ de_______ Banca examinadora:
________________________________________________ Prof. Ms. Valdir Specian – UEG – Iporá
________________________________________________ Prof. Ms. Jaqueline – UEG – Iporá
________________________________________________ Prof. Gilmar – UEG – Iporá
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AGRADECIMENTO
A minha família que compreendeu a minha ausência, aos professores que me
apoiaram, a meus amigos que sempre ajudaram-me e a todos que forma direta ou
indiretamente contribuíram para realização deste trabalho.
5
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo sobre a expansão do setor canavieiro no Brasil e principalmente em Goiás, visto que esta atividade tem grande importância para a economia de nosso país. A incorporação da cana na agricultura brasileira possibilitou o desenvolvimento de formas de energia que com o passar do tempo a aprimoração da técnica ganharam destaque nacional como o etanol, o proalcool foi o primeiro programa que possibilitou a expansão do mercado de utilização do álcool como forma energética, posterior a esta expansão em função do proalcool outro discurso foi levantado para dar maior força ao processo de crescimento da cana que foi a alta do preço do petróleo, o discurso ambiental que buscava formas de se desenvolver uma forma de energia que fosse limpa e renovável, e o surgimento do carro flex, a alta difusão da cana de açúcar no cenário nacional fez com que os rumos da expansão se viraram para o cerrado brasileiro, mais especificamente Goiás, que recebeu uma grande gama de investimentos a partir do momento da utilização do carro flex, onde se buscou novas áreas para a expansão do setor canavieiro. Durante todo esse processo de expansão nos deparamos na atualidade com a crise financeira mundial, que afetou os preços das comodites agrícolas e provocou uma recessão no ritmo de investimentos no setor sucroalcooleiro. Palavra chave: Cana - de- açúcar, Expansão em Goiás, Crise Mundial.
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ABSTRACT
This paper aims to do a study on the expansion of sugar cane sector in Brazil and especially in São Paulo, as this activity is of paramount importance to the economy of our country. The incorporation of sugar in the Brazilian agriculture allowed the development of forms of energy that over time aprimoração technique gained national prominence as ethanol, proalcool was the first program that allowed the expansion of the use of alcohol as an energy form , after this expansion as a function of proalcool another speech was raised to give greater strength to the growth process of the cane that was the high price of oil, the environmental discourse that sought ways to develop a form of energy that is clean and renewable and the emergence of flex car, the high diffusion of sugar cane on the national scene made the direction of expansion turned to the Brazilian savannah, specifically Rio de Janeiro, which received a wide range of investments from the moment the use of car flex, which sought new areas for expansion of the sugarcane. Throughout this process of expansion we face today with the global financial crisis, which affected the prices of agricultural and comodità depressed the rate of investments in the sugar Keyword: cane of sugar, Expansion in Goiás, Global Crisis.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Volume de álcool produzido no Brasil ............................................................ 18
Figura 2. Participação do carro flex na mercado brasileiro a partir de 2003................... 21
Figura 3. Safras da produção de cana de açúcar no estado de Goiás de (1999 a 2006)... 23
Figura 4. Evolução da Produção de Álcool no Estado de Goiás...................................... 23
Figura 5. Área plantada de cana em Goiás entre 2005-2007........................................... 24
Figura 6. Ocupação da cana em áreas de pastagem 2005-2007....................................... 25
Figura 7. Expansão da cana em áreas de agricultura 2005-2007..................................... 26
Figura 8. Impacto da crise mundial no crescimento econômico...................................... 29
Figura 9. Principais setores afetados pela crise mundial................................................. 31
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Evolução da área plantada e produtividade da cana-de-açúcar em Goiás (1932/2005)...........................................................................................................................
16
Tabela 2. Evolução da Produção de Álcool por Safra (Brasil): 2003/04 – 2005/2006....... 21
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CNAL - Conselho Nacional do Álcool
CENAL - Comissão Nacional do Álcool
SEPLAN - Secretaria do Estado de Planejamento
ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CNI - Confederação Nacional da Indústria
EPE - Empresa de pesquisa energética
G1 - Portal de notícias da TV Globo
PIB - Produto Interno Bruto
EUA - Estados Unidos da América
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Social
CMN - Conselho Monetário Nacional
PBIO - Petrobras Biocombustíveis
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11
1. HISTÓRICO DA CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASIL E EM GOIÁS................... 13
1.1 A Cana em Goiás...................................................................................................... 15
1.2 Declínio do Proálcool............................................................................................... 16
2. ESPERANÇAS PARA O PROALCOOL, O SURGIMENTO DO CARRO FLEX-FUEL.............................................................................................................
20
2.1 Expansão da Área Ocupada Em Goiás..................................................................... 22
2.2 Impactos Sociais Gerados Pela Expansão Do Setor Canavieiro Em Goiás............. 27
3. A CRISE FINANCEIRA E O IMPACTO NA CANA EM GOIÁS........................ 29
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 35
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 36
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INTRODUÇÃO
Em um mundo onde cada vez mais se vê a transformação do espaço visando a
obtenção de lucro e o acompanhamento das novas tendências econômicas globais, este
trabalho procura fazer um breve histórico do ciclo da atividade canavieira no Brasil para
depois se concentrar sobre os aspectos que envolvem a introdução dessa atividade no Estado
de Goiás, sua expansão nos últimos anos e os possíveis impactos sofridos em decorrência da
crise econômica mundial.
A cana-de-açúcar foi uma das primeiras atividades econômicas desenvolvidas no
Brasil, ela chegou por aqui na época da colonização, e mais especificamente na região
Nordestina que na época era chamada de região Norte, a chegada deste produto no Brasil data-
se entre 1530 e 1540, onde colonizadores portugueses trouxeram os primeiros especialistas
neste tipo de agricultura (PINHEL JUNIOR, 2000).
Posterior a incorporação da cana na agricultura brasileira, segundo Daniel Pinhel
Júnior do Ministério Público do Estado de Goiás, sua produção era destinada basicamente a
fabricação de alguns subprodutos como medicamentos, bebida e o açúcar que viria a se tornar
futuramente um produto de grande importância para a economia nacional, a produção de
álcool combustível desenvolveu, segundo o mesmo autor, a partir da primeira Guerra mundial
onde se buscou desenvolver novas fontes de energia.
A partir da descoberta do álcool como combustível, novos investimentos foram feitos
no setor da produção de álcool sendo que em 1975 foi implantado o Proalcool pelo Governo
de Geisel (CARVALHO, CARRIJO, 2007), onde surgem novos rumos para o mercado do
beneficiamento da cana de açúcar.
A atividade canavieira chega a Goiás, no final do século XIX e foi introduzida por
paulistas graças às condições climáticas propicias para o desenvolvimento da cultura
canavieira no Estado (SEPLAN, 2009), com a incorporação deste produto à agricultura goiana
e ao crescente aumento da demanda mundial por seus produtos cada vez mais cresce o
interesse em estar investindo na produção e melhoria da qualidade do produto a ser plantado
em nosso Estado.
O Proalcool contribuiu em muito para o desenvolvimento do álcool combustível no
Brasil, mas já no final da década de 90 e inicio da década de 20 o programa é extinto do
quadro brasileiro segundo Moraes (2007) e a produção de álcool combustível só ganhara novo
impulso a partir de 2003 com a criação do carro flex fuel (MICHELLON et al, 2008), sendo
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que agora o foco da discussão para o desenvolvimento do setor é a produção de uma fonte
renovável e menos poluente de energia e o aumento do preço do barril do petróleo.
A partir de então Goiás é inserido diretamente no ciclo de produção do etanol como
fonte de energia para o abastecimento da frota brasileira de carros, pois após a criação dos
carros flex o discurso ambiental e o aumento do petróleo os investimentos na produção de
álcool no Estado de Goiás sofrem grande aumento como diz a matéria de capa do jornal O
Popular, edição de 11 de março de 2007, onde fala que o número de usinas de álcool deve
“triplicar em Goiás nos próximos sete anos”.
A cana- de - açucar constitue hoje o grande pilar da economia nacional, que é puxada
pela crescente demanda global de etanol e Goiás é cotado como alvo de tal produção e o
crescimento nesta área tem sido vertiginoso, entretanto não podemos esquecer do período de
crise mundial que o mundo passa e seus reflexos sobre o agronegócio brasileiro e os impactos
em sofridos por Goiás na expansão do setor sucroalcoleiro.
Dessa forma o objetivo central dessa investigação é compreender o processo histórico
da expansão da cana de açúcar no Brasil com um foco mais especifico em Goiás, onde buscou
se identificar os principais motivos de atração do Estado para o setor canavieiro, visto que este
passou a ser o principal Estado em termos de investimento a partir de 2003, e também fazer
uma relação entre esse grande crescimento e o impacto que a crise agrícola traz as comodites
agrícolas brasileiras, analisando se o setor sucroalcooleiro foi de fato muito prejudicado pela
recessão.
O trabalho está estruturado em três capítulos, sendo que o primeiro faz um breve
histórico da chegada da cana no Brasil e posteriormente a Goiás, englobando no mesmo,
fatores que promoveram o desenvolvimento de tal atividade no país como o Proálcool, crise
do petróleo. No segundo capítulo, analisamos o avanço das atividades sucroalcooleiras no
Estado de Goiás e no Brasil, correlacionando-o a variação do preço do petróleo e do discurso
ambiental em prol de programas de energia limpa. No terceiro capítulo é discutida a relação
entre a recessão econômica, provocada pela crise mundial, e os impactos provocados no setor
sucroalcoleiro de Goiás.
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1. HISTÓRICO DA CANA DE AÇÚCAR NO BRASIL E EM GOIÁS
A cana é uma atividade agrícola que está presente em nossa realidade deste o período
colonial e foi incorporada em nosso território pelos Portugueses no século XVI, este produto
agrícola foi introduzido juntamente com a exploração do pau brasil, entretanto em regiões
diferentes, sendo que ambas ocuparam áreas da mata atlântica, mas o pau brasil na porção
leste e a cana na porção nordeste (SAKAMOTO, 2001), tal produto agrícola era destinado a
produção de açúcar para atender principalmente o mercado externo o que tornou esta atividade
a segunda área produtiva do país.
Incorporada as usinas produtoras de açúcar havia também a produção de álcool,
entretanto utilizado na fabricação de bebidas como a cachaça e o aguardente e também como
produto medicinal, segundo Pinhel Júnior (2009) o primeiro engenho a ser fundado no país
surgiu na vila de São Vicente próximo a Santos e São Paulo, e foi criado por Martin Afonso
de Souza em 1532. Devido ao solo fértil e ótimas condições climáticas a propagação da
cultura da cana foi bem aceita sendo que o Nordeste tornou-se em pouco tempo o grande
centro produtor de açúcar do país (PINHEL JÚNIOR, 2009).
Esta realidade da produção de açúcar, bebidas e medicamentos se firmou presente no
Brasil por vários anos, sendo que a produção de álcool como combustível veio a ser conhecido
durante a primeira Guerra Mundial e ganhou maior destaque durante o período da crise de
1929, onde se buscou firmar novas formas produtoras para o país, sendo a cana uma delas,
durante a segunda guerra e no pos guerra podemos perceber uma maior abrangência do setor,
pois segundo Pinhel Júnior (2009) a cultura da cana de açúcar transferiu-se do nordeste para o
centro sul do país chegando as terras férteis do norte paulista. Com esta mudança um maior
investimento foi feito no setor com o intuito de ampliá-lo para se alcançar um maior
desenvolvimento dos bens produzidos pela cana.
Com o crescimento no vertiginoso no setor sucroalcoleiro em 1931 o governo baixou
um decreto que obrigava a adição de 5% de álcool nacional a ser misturado a gasolina, este
período da inserção do álcool a gasolina tem seu declínio com a alta dos preços do açúcar e o
baixo preço do petróleo, o que fez com que entre 1960 e 65 houvesse uma diminuição na
inserção do álcool a gasolina (CORREIA, 2007).
Nos anos que se seguem houve uma política para a melhoria da adaptação da
tecnologia do álcool aos motores dos carros, e somente a partir do choque do petróleo em
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1973 que iniciou-se uma nova fase na produção de etanol no Brasil (TONELLI e
GONÇALVES,
2008).
Esta nova fase é marcada com a criação do Proálcool, que foi implantado em 1975
pelo Governo de Geisel (CARVALHO e CARRIJO, 2007), onde o governo forneceu
vultuosos investimentos a modernização industrial e financiou a implantação de destilarias
para se produzir álcool anidro ( 99,9% de álcool) para ser misturado a gasolina, segundo
Correia (2007) o objetivo deste incentivo era tornar o álcool uma fonte de energia para a
industria automotiva e transformar o excedente da produção de açúcar em combustível, visto
que neste período o Brasil enfrentava uma crise na importação de combustíveis fósseis
ocorrido em 1973, pois a especulação sobre o preço do barril de petróleo foi muito grande
tornando as importações um tanto quanto inviáveis, forçando o País a buscar uma nova fonte
de energia.
O intuito deste programa (Proálcool) era justamente possibilitar ao nosso país uma
menor dependência destas importações e fomentar incentivos à produção do álcool como uma
fonte de energia que fosse capaz de suprir as necessidades do mercado brasileiro, a princípio a
implantação do Proálcool foi bem sucedida, pois encararam o programa como a única forma
encontrada para resolver um pouco do problema energético existente no país.
Com a implantação do proalcool as classes com maior potencial econômico acabaram
por serem beneficiadas, pois eram estas as pessoas capazes de possuírem um veiculo
automotor, e com o desenvolvimento de um programa que produzisse no próprio país sua
fonte de energia para alimentar a frota de veículos os beneficios destinados a esta classe
seriam maiores como menor preço do combustível, diminuição do preço dos impostos entre
outros, outro problema aconteceu com os pequenos agricultores pois a industria necessitava
de grande produção de cana e não pequenas propriedades, o que fez com que muitos
agricultores se tornassem praticamente obrigados a venderem suas terras para agricultores
maiores.
A cana entre 1974 e 1979 é vista como uma grande fonte de energia para a produção
de álcool tanto hidratado (93% de álcool e 7% de água) que é usado nos carros movidos
somente a álcool e o anidro (99,9% de álcool) que é fabricado a partir do álcool hidratado e se
usa para ser misturado a gasolina (BNDES, 2003), todo aparato usado na produção do álcool
baseou-se na utilização de infra-estruturas já existentes, aproveitando a capacidade ociosa do
setor açucareiro, implantando destilarias anexas às usinas de açúcar (CARVALHO e
CARRIJO, 2007).
15
Mesmo, com tantos avanços no setor de produção da cana-de-açúcar como no
beneficiamento da mesma, ocasionado pela criação do Proálcool, não tornou este período de
74 a 1979 o auge do programa visto que naquele momento segundo Correia (2007) o
programa permitiu uma substituição de apenas 14% da gasolina no país, segundo o mesmo
não houve um maior destaque ao programa pelo fato de que momento era de dar impulso ao
crescimento do produto nacional.
Com isso, a difusão do carro a álcool no país neste mesmo período foi muito pequena,
pois segundo Freitas (2007) as diferenças existentes entre o carro a álcool e o a gasolina eram
poucas, tornando muitas das vezes o carro a álcool pior que o a gasolina, pois os problemas
mecânicos eram muito grandes, não tinham a mesma potência dos à gasolina e ainda
apresentavam dificuldade para funcionar no período da manha.
Entretanto com a segunda crise do petróleo em 79 o preço do barril sobe de US$ 12,9
dólares, para 30,5 dólares em 1980 (CARVALHO e CARRIJO, 2007) o que faz com que o
governo olhe o programa (Proálcool) com outros olhos dando a este uma atenção principal,
como afirma Correia, (2007):
O governo estabeleceu o objetivo de produção de álcool em 10,7 milhões
de m3 para 1985. Para isto foram aumentados os créditos e as subvenções
à implantação de destilarias de álcool e viabilizado o mercado de álcool
hidratado a partir de uma frota de automóveis movidos exclusivamente
por este combustível (CORREIA, 2007, pág. 4).
Desta forma diante de grandes investimentos no setor no final da década de 1980 as
vendas dos veículos novos movidos somente a álcool são estendidas ao grande público
brasileiro, atingindo o patamar de 90% das vendas de carro no mercado nacional (FREITAS,
2006). Tudo isto, só foi possível através de benéficos oferecidos pelo governo a quem
comprasse um carro a álcool e a resolução dos problemas mecânicos existente.
Neste momento, diferentemente da primeira fase já era visível a instalação de
destilarias unicamente destinadas à produção de álcool combustível, neste mesmo período o
governo criou alguns programas destinados ao setor, como o Conselho Nacional do Álcool -
CNAL, e a Comissão Nacional do Álcool – CENAL, todo este apoio fez com que o programa
vivesse seu melhor momento, sendo que em 1985-86, a produção chegou a 11,8 bilhões de
litros/ano (CARVALHO e CARRIJO, 2007).
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1.1. A Cana em Goiás
A atividade canavieira está presente em Goiás desde o final o século XIX e foi
introduzida por paulistas graças ao clima que apresenta ótimas condições para o
desenvolvimento da agricultura canavieira, como exemplo o bom regime de chuvas
(SEPLAN, 2009), de início basicamente todos os investimentos em Goiás visavam o incentivo
a expansão da área plantada de cana no Estado, posteriormente a isto fomentaram grande
incentivo ao aumento da qualidade do produto a ser plantado para que se pudesse obter maior
produtividade e melhor aproveitamento do espaço utilizado pelo plantio, este crescimento
pode ser percebido na tabela 1, ao analisarmos o crescimento tanto da área plantada como da
produção e produtividade, onde podemos perceber um grande aumento em todos os fatores
destacados.
Tabela 1. Evolução da área plantada e produtividade da cana-de-açúcar em Goiás (1932/2005).
Ano Área plantada
(hectare)
Produção
(toneladas)
Produtividade
(kg/há)
1932 9.300 ha 455.800 t 49011 kg/há
2005 197.837 ha 15.752.868 t 79685 kg/ha
Diferenças (%) + 2.127,28 % + 3.456,09 % + 162,59%
Fonte: Única (União da Indústria de cana de açúcar, 2005)
Todo esse crescimento da indústria canavieira em Goiás é impulsionado pela demanda
do mercado consumidor, destinando a maior parte da produção de cana a fabricação de açúcar
para atender ao mercado interno e externo, visto que o açúcar tinha bom preço para
exportação.
Com o lançamento do Proálcool em 1975 (CARVALHO, CARRIJO-2007) os
investimentos em pesquisas para a melhoria da qualidade da cana a ser plantada foram muito
grandes inclusive em Goiás, foram investidos milhões de dólares em pesquisa genética na
compra de novas máquinas agrícolas com financiamento a juros baixos, com o objetivo de
aumentar a produção de cana para a fabricação de álcool.
Todo este crescimento na produção e pesquisa em melhoramentos para que se
aumentasse a produção de álcool só pode ser feito com o apoio do governo, onde ele
participava ativamente fornecendo capital para que todos os beneficiamentos destinados ao
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setor pudessem ser executados, o que garantia a soberania do programa frente a produção de
uma nova fonte de energia, o álcool.
1.2. Declínio do Proálcool
Mesmo com uma base forte já instalada e a aceitação por grande parte da população ao
programa, pois os benefícios para quem possuía um carro a álcool eram maiores que os a
gasolina, devido ao preço menor do álcool e a manutenção de menores impostos nos veículos
a álcool (MICHELLON et al.,2008), na segunda metade da década de 1980 o setor começa a
entrar em crise, gerado a partir do arrefecimento da crise do petróleo.
A crise enfrentada pelo setor sucroalcoleiro ocorre devido à diminuição do impacto
gerado pela crise do petróleo em 1979 e a uma elevação do preço do açúcar no mercado
externo, onde o preço da gasolina voltou a sua normalidade e juntamente com isso caiu
também o preço do álcool no mercado interno (CORREIA, 2007) o que fez o governo
diminuir o preço pago pela cana ao produtor visto que com a normalização do preço da
gasolina já se era possível voltar às exportações.
Mesmo com uma diminuição nos investimentos fornecidos pelo governo ao setor,
houve segundo Correia (2007) uma estabilização por parte dos setores tanto de açúcar como
de álcool, entretanto como o governo diminuiu o preço pago pela cana aos agricultores
começou a faltar matéria prima para a fabricação do álcool combustível, pois a produção de
açúcar para exportação se tornava naquele momento (1989) mais rentável aos agricultores.
E com esta elevação do preço do açúcar os agricultores voltaram seus olhos para a
produção de açúcar para exportação, entretanto com isso começou a faltar álcool no mercado
para atender a frota de veículos existente no país, o que fez segundo Correia (2007) que o
governo importasse álcool para abastecer os postos de combustíveis para atender a frota de
veículos adquiridas pelos brasileiros nos anos dourados do auge do Proálcool 1985 - 86
(CARVALHO e CARRIJO, 2007).
Entretanto todos estes problemas enfrentados pelo setor, diminuição dos investimentos
por parte do governo, diminuição do preço da gasolina, aumento do preço do açúcar no
mercado externo e falta de álcool combustível nos postos para atender a frota de veículos
existente no país, fez com que segundo Correia (2007), a população desacreditasse do
programa não dando mais credibilidade ao setor visto que este não conseguia atender a
demanda do mercado consumidor.
18
Todos estes problemas enfrentados pelo setor sucroalcoleiro fez com a partir de 1990 a
população começasse a consumir carros movidos a gasolina (MICHELLON et.al. 2008)
ocorrendo uma troca gradativa da frota de veículos, deflagrando assim a crise do setor e
promovendo assim a estagnação do mesmo no Brasil. Todo este processo de estagnação vai de
1986 a 2003 que a uma maior estabilidade do volume de produção de álcool no Brasil, como
podemos perceber na figura 1, sendo que no ano de 1999, segundo Moraes (2007) a
agroindústria canavieira sofre sua desregulamentação.
Toda esta crise enfrentada pelo setor sucroalcoleiro faz com que muitas pessoas
acreditassem que o PROÁLCOOL foi algo que ficou no passado e que não há mais esperanças
de que o mesmo volte a funcionar, visto que a crise do abastecimento em 1989 como afirma
Michellon et al. (2008), contribuiu bastante para descrédito ao programa, pois havia mercado
consumidor mais faltava o combustível nos postos para se consumir, entretanto todo este
cenário começa a mudar a partir da segunda metade da década de 90.
Figura 1. Volume de álcool produzido no Brasil – destaque para o período de 1986/2001, quanto o programa
próalcool estava em plena crise. Fonte: Alcopar (2007).
Durante a década de 90, alguns fatores aconteceram pelo mundo como guerra do golfo,
invasão do Iraque, o que contribuiu para que o preço do petróleo importado sofresse uma
variação, outro fator marcante foi o acontecimento da ECO 92, que trouxe a toma diversos
problemas ambientais e buscou se ampliar o desenvolvimento sustentável e buscar soluções
para o progresso não prejudique tanto o meio ambiente, a partir daí o governo brasileiro já
Volume Produzido de álcool no Brasil entre os anos 86/01(mil/m³)
8000
10000
12000
14000
16000
86/
87
87/
88
88/8
9
89/9
0
90/
91
91/
92
92/9
3
93/9
4
94/
95
95/
96
96
/97
97/9
8
98/
99
99/
00
00
/01
01/fe
v.
2/m
ar.
anos
volu
me
(mil/
m³)
Volume produzido de álcool (mil/m³)
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começa a se preocupar em firmar uma nova fonte de energia que possa atender a demanda
energética nacional, e que não agrida tanto o meio ambiente, onde começa uma nova onda de
investimentos nos biocombustíveis sendo que grande parte dos incentivos agora são
destinados a expansão da cana sobre áreas do cerrado brasileiro (ZANZARINI e SANTOS,
2008).
No Estado de Goiás, esse novo nascimento das atividades ligadas à cana de açúcar se
faz presente nos primeiros anos desse século, quando a cana começa a se expandir para áreas
tradicionalmente usadas para o cultivo de grãos. A expansão da atividade canavieira da região
sudeste provoca a abertura de novas destilarias e usinas (filiais da empresas do sudeste) em
diferentes municípios goianos e as estatísticas apontam que em breve o Estado passará a ser
um dos principais produtores de álcool e açúcar entre as unidades da federação.
20
2. ESPERANÇAS PARA O PROÁLCOOL, O SURGIMENTO DO CARRO FLEX-
FUEL.
Diante de vitórias conquistas e frustrações sofridas pela população brasileira, como
surgimento de uma fonte de energia que benefiava mais os ricos, expusao do homem do
campo e a criação, difusão, auge e desregulamentação do Proálcool, a nação já não quer mais
acreditar na força de algo produzido no pólo nacional, entretanto este cenário de frustrações
pelo setor de combustíveis e de carros começa a ficar no passado com o lançamento dos carros
bicombustíveis ou flex – fuel.
Esta nova onda de esperança surge a partir da conscientização ambiental e a nova onda
econômica impulsionada pela preservação ambiental e o lançamento dos veículos flex-fuel,
que acontece diferentemente do que aconteceu na primeira fase do proalcool, onde o objetivo
era apenas procurar uma nova forma energética para suprir a dependência das exportações de
petróleo.
O Protocolo de Kyoto firmado em 1997 aconteceu para debater a preocupação com o
aquecimento global e propor novas formular para tentar diminuir a emissão de CO² gás
responsável pelo efeito estufa (GOMES, 2005) o que faz segundo Michellon, et al.(2008) com
que o governo invista ainda mais no desenvolvimento de projetos de substituição de
combustíveis fósseis pelos renováveis, pois estes são menos poluentes.
Outro fator importante que contribuiu para o crescimento da indústria dos
biocombustíveis foi à alta dos preços do petróleo a partir de 2005, essa alta dos preços do
petróleo foi influenciada pelo alto poder de consumo dos países Asiáticos, aliado a este fator
temos a baixo estoque das reservas americanas devido à intensificação da Guerra com o
Iraque (CNI - Confederação Nacional da Indústria, 2004). Este fator aliado ao discurso de
preservação ambiental faz com que o Brasil alimente esperanças para o início de um novo
ciclo da produção de um combustível limpo, que é o álcool.
Como no Brasil já existia uma base de produção voltada a uma fonte de energia mais
limpa que o petróleo, sendo a produção de álcool combustível, faz com que em março de
2003, seja lançado no mercado brasileiro o veículo bicombustível, ou flex-fuel movido tanto a
álcool como a gasolina (MICHELLON, et al.,2008) e, em maio de 2003, segundo Correia
(2007) a Volkswagen produziu pela primeira vez um automóvel flex-fuel no Brasil, o Gol 1.6
Total Flex.
21
A partir de então, a produção de álcool para atender tanto o mercado interno como o
externo, começa a aumentar como pode ser percebido na tabela 3, que a partir de 2002 a
quantidade de álcool sofre um gradativo aumento.
Tabela 2. Evolução da Produção de Álcool por Safra (Brasil): 2003/04 – 2005/2006
Safra Volume Produzido de Álcool ( mil m3) 02/03 12.471,4 03/04 14.710,8 04/05 15.396,3 05/06 15.850,7
Fonte: Alcopar (2007) MICHELLON, et al.,2008
Esta nova fase do álcool no Brasil iniciada com a difusão do carro flex se diferencia da
fase vivida pela implantação do Proalcool, visto que esta agora segundo Correia (2007) não há
possibilidade de se haver problema com relação ao abastecimento, pois o veículo agora pode
tanto ser abastecido com álcool ou com gasolina ou os dois combustíveis ao mesmo tempo,
fornecendo uma mobilidade à população para estar escolhendo o que mais lhe agrada seja em
relação a preço, consumo ou potência.
A indústria automotiva ao perceber o grande destacamento ganhando pelo lançamento
dos veículos bicombustíveis aderiram rapidamente ao mercado de fabricação destes veículos
como diz Correia (2007):
Para as montadoras, esse veículo responde às necessidade do mercado e
sua produção em uma proporção elevada é buscada no sentido de se obter
economias de escala (CORREIA, 2007, pág.6).
O mercado dos carros bicombustíveis no país a partir de então apresentam uma elevada
taxa de crescimento, segundo dados da Empresa de pesquisa energética (EPE 2008) , que pode
ser percebido na figura 2 que demonstra a grande participação do dos carros flex no mercado
brasileiro, o que vem comprovar a aceitação da população brasileira a nova tecnologia.
Segundo dados da mesma empresa de janeiro e junho de 2008 os veículos bicombustíveis
representavam 87,4 % das vendas de veículos leves no país.
Percentual de participação dos carros fle x no merca do brasile iro a partir de 2003
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2003 2004 2005 2006 2007
Anos
Par
ticip
ação
do
flex
no
mer
cado
(%
)
vendas de carros flex
22
Figura 2. Participação do carro flex no mercado brasileiro entre os carros de passeio produzidos a partir de 2003.
Fonte: EPE (Empresa de pesquisa energética, 2008).
Todo este crescimento na frota de veículos principalmente bicombustíveis faz
aumentar também a produção de álcool para atender este mercado, todo o investimento
destinado ao setor se aproveita do aparato já instalado deste a criação do Proálcool, o que
torna todo o investimento mais fácil, pois, o que precisa fazer é uma modernização do setor, e
fornecer novos investimentos para que novas zonas de produção se ergam, para atender o
mercado que encontra-se em franca expansão.
2.1. Expansão da Área Ocupada Em Goiás
Todo este crescimento da produção dos biocombustíveis, seja pela alta dos preços do
petróleo, seja pelo apelo a proteção do meio ambiente faz com que Goiás tenha um grande
destaque no cenário nacional na produção deste combustível, podemos perceber isto ao ver o
crescimento do numero de usinas instaladas em Goiás que segundo matéria de capa do jornal
O Popular, edição de 11 de março de 2007, o número de usinas de álcool deve “triplicar em
Goiás nos próximos sete anos”. Segundo a matéria, além das 16 usinas de álcool e açúcar já
existentes, outros 51 novos projetos já foram aprovados (PINHEL JÚNIOR, 2000).
Todos estes novos projetos aprovados iram receber grandes incentivos fiscais por parte
do governo de Goiás, para que se instalem no Estado além disto há grandes incentivos por
parte de empresários que segundo Pinhel Júnior (2000) chegam a R$6,8 bilhões. Juntamente
com o aumento do número de usinas a serem instaladas no Estado percebe-se um aumento da
área plantada que segundo dados do Seplan (2009) saltou de 200.048 (ha) em 2005 para
403.970 (ha) em 2008.
Com o crescente aumento da área destinada a plantação de cana de açúcar é natural
que tenhamos uma aumento na quantidade de cana disponível no mercado, todo este aumento
na produção de cana segundo Oliveira e Ferreira (2007) inicia-se a partir de 1999, como
podemos perceber na figura 3 que demonstra o aumento na produção de cana no Estado de
Goiás a partir de 1999.
23
Figura 3. Safras da produção de cana de açúcar no estado de Goiás de (1999 a 2006). Fonte: SIFAEG
Todo este crescimento da produção de cana no Estado faz aumentar também em
grande escala a produção de álcool, que chega nas safras de 1999/2000 a 314.523 milhões de
litros de álcool e nas safras de 2005/2006 a 756.288 milhões de litros de álcool, o que
comprova um aumento de mais de 100% em relação à safra de 1999, como pode ser percebido
na figura 4, toda essa grande produção faz com que o Estado de Goiás tenha maiores
oportunidades de estar disponibilizando incentivos para que novas empresas venham a se
instalar na região.
Produção de cana-de-açúcar no Estado de Goiás (1999 /2006)
7.291.000 7.161.000
8.803.7889.783.865
13.041.21814.005.956
14.906.590
0
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
14.000.000
16.000.000
99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06Safras (anos)
(ton
elad
as)
cana (toneladas)
Evolução da produção de álcool no Estado de Goiás ( 1999/2006)
314.523 318.431
382.793
455.094
646.344
717.298756.288
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06Safras (anos)
prod
ução
(m
il/lit
ros)
produção em mil litros
24
Figura 4: Evolução da Produção de Álcool no Estado de Goiás. Fonte: SIFAEG.
O número de usinas em funcionamento no Estado vem aumentando gradativamente,
que segundo dados do G1 de 17 de junho de 2008, passaram de 16 usinas em 2007, dados O
Popular (2007), para 27 na safra 2008/2009 e pode chegar a ter 30 usinas, dependendo da
conclusão de obras de algumas unidades.
Toda esta nova onda de investimentos na área canavieira faz com que algumas regiões
se destaquem mais como é o caso da região sudoeste de Goiás, que por apresentar solos com
boa fertilidade são um grande atrativo para as indústrias, como podemos perceber na figura 5,
que mostra o número de usinas e a área plantada de cana em Goiás, outro fator são os
incentivos fiscais por parte do governo e também grandes incentivos particulares como citado
anteriormente.
25
Figura 5. Área plantada de cana-de-acúcar em Goiás entre os anos 2005-2007. Fonte: CANASAT/INPE/SIEG
(Rudorff et al., 2004; INPE/CANASAT, 2007; Moreira e Ferreira, 2008) Rudorff et al (2004 apud Moreira e
Ferreira , 2008).
Toda essa nova expansão do setor canavieiro em Goiás em especial na região sudoeste
do estado ocupa áreas que antes eram destinadas a produção de soja, sorgo e o milho, e
também áreas de pastagem destinadas a pecuária,como podemos perceber no figura 6 a
ocupação de cana em áreas que antes eram usadas para pastagem as principais cidades a
receber essa nova onda da cana de açúcar são Acreúna, Caçu, Jataí, Montividiu, Paraúna,
Quirinópolis e Serranópolis, além de Itumbiara, mais ao Sul (LIMA, 2008), o que vai acarretar
uma mudança na paisagem da região.
Figura 6. Avanço das lavouras de cana-de-açúcar sobre as áreas de pastagens no Estado de Goiás, período 2005-
2007. Fonte: CANASAT/INPE/SIEG (Rudorff et al., 2004; INPE/CANASAT, 2007; Moreira e Ferreira, 2008)
26
A paisagem das áreas ocupadas sofre uma mudança pelo fato de que 97% da área
coberta do estado era composta inicialmente por cerrado, o que faz surgir a preocupação da
substituição deste bioma pela plantação de cana, entretanto o que se pode perceber é que a
expansão do
setor ocupa áreas que antes eram destinadas a outras atividades como pastagem citada
anteriormente e a agricultura como podemos perceber na figura 7 ocupando áreas destinadas
em geral a produção de milho, soja, algodão entre outros (RIBEIRO E FERREIRA ¹’², 2008).
Figura 7. Avanço das lavouras de cana-de-açúcar sobre as áreas de agricultura de grãos no Estado de Goiás,
período 2005 - 2007. Fonte: CANASAT/INPE/SIEG (Rudorff et al., 2004; INPE/CANASAT, 2007; Moreira e
Ferreira, 2008)
A ocupação de áreas que anteriormente eram destinadas a produção de outras formas
de agriculturas como as citadas anteriormente traz consigo um debate se é ou não viável o
desenvolvimento de tal cultura, pois juntamente com os benefícios trazidos para o Estado com
27
aumento da receita, infra-estrutura, emprego e também dinheiro para circular na cidade, há
também o preocupação com a substituição das culturas já tradicionais e o surgimento da
monocultura canavieira (OLIVEIRA e FERREIRA, 2007).
2.2. Impactos Sociais Gerados Pela Expansão do Setor Canavieiro Em Goiás
Todo este grande avanço na produção de cana de açúcar no Estado de Goiás destinado
principalmente a produção de álcool traz consigo uma serie de discussões a cerca dos
problemas que a mesma traz as cidades e também a população que é automaticamente inserida
no processo de crescimento.
Um dos problemas que o alto grau de crescimento do setor traz é o aumento da
migração de pessoas para trabalhar no corte da cana, segundo Pimhel Júnior (2000) a maior
parte destes trabalhadores e de origem nordestina que são aliciados para vir trabalhar nas
empresas, mas que chegando ao local se deparam com péssimas condições de sobrevivência
alem de baixos salários.
O alto grau de imigrantes traz consigo outro problema que é a falta de estrutura da
cidade para atender a todos como diz Pinhel Júnior (2000):
Essa migração descontrolada tem provocado e irá ainda provocar uma
sobrecarga incalculável nas áreas de habitação, saúde, educação e
segurança dos municípios atingidos (PINHEL JÚNIOR, 2000, pag.4).
Com a chegada deste grande contingente de pessoas, o problema de falta de moradia se
torna bastante grave, pois como essas pessoas geralmente não têm condições de estar morando
em uma bem estruturada a proliferação de favelas é muito grande, pelo fato de que é o único
lugar que resta para essas pessoas morarem.
A proliferação deste tipo de moradia e ainda o auto grau de imigrantes, trás consigo
ainda segundo Pinhel Júnior (2000), o grande número de trabalhadores do sexo masculino,
desacompanhados de suas famílias o que faz aumentar a prostituição, o alcoolismo, e as
paternidades não assumidas, além da criminalidade.
Apesar da grande estrutura que se é instalada em uma determinada localidade, os
problemas econômicos também são bem preocupantes referente a expansão do setor
canavieiro em Goiás, visto que as empresas ao chegarem em uma determinada região segundo
28
Couto (2008) assumem a responsabilidade de dar emprego e gerar receita para a cidade, em
troca só querem explorar o potencial local, sua logística e infra-estrutura.
Entretanto, toda essa exploração não acontece de forma legal, pois estas empresas são
detentoras de enormes estruturas e quase sempre estão vinculadas a grupos empresarias, por
isso, possuem um grande poder de compra e em razão disso praticamente nada adquirem no
comércio local, tudo se compra em grande quantidade e direto dos distribuidores ou
fabricantes (PINHEL JÚNIOR, 2000).
Com isso, o grande lucro gerado pelas empresas, basicamente não fica na própria
cidade de estabelecimento, mas na maioria das vezes são destinados as unidades pólo, desta
forma a cidade na verdade não está desenvolvendo-se, mas sim, provocando um crescimento
em grande escala dos serviços antes presentes na cidade, como aumento das filas nos bancos,
aumento do custo de vida e o trânsito “caótico” (LIMA, 2008).
29
3. A CRISE FINANCEIRA E O IMPACTO NA CANA EM GOIÁS
A atual crise financeira teve seu início nos Estados Unidos, entretanto, seus reflexos
atingiram o mundo todo. A crise econômica segundo Perón (2009), trata-se de um processo de
recessão que teve início em 2007, como podemos perceber na figura 8, esta recessão ocorre
quando basicamente não há investimentos e também há um desaquecimento do consumo
gerando com isso uma queda na produção e conseqüente decréscimo no PIB, a soma das
riquezas produzidas de um país, por um período prolongado de tempo.
Figura 8. Impacto da crise mundial no crescimento econômico dos países desenvolvidos e em desenvolvimento
para o ano 2008 e as projeções para o ano 2009. Fonte: http://aeiou.expresso.pt/grafico-animado-recuperacao-
fragil-daeconomia- mundial-em 2010=f529853.
A crise financeira teve seu inicio a partir de 2001 quando o governo norte Americano
reduziu as taxas de juros para empréstimos fazendo com que a população tivesse maior poder
de consumo, com isso o setor imobiliário foi o mais visado, pois os financiamentos contavam
com juros de cerca de 1% ao ano (PERON, 2009), com isso as classes menos favorecidas
daquele país adquiriram imóveis sem ter condições de pagar, o que segundo Uechi (2009) foi
o estopim da crise.
Com juros tão baixo assim a maioria das pessoas investiram no setor imobiliário,
entretanto a inflação elevou as taxas de juros fazendo com que os imóveis perdessem valor e
os prestações nos bancos aumentasse (PERON, 2009) com isso o numero de pessoas que não
conseguiam pagar os bancos aumentou muito, gerando um imenso prejuízo.
Crescimento Econômico e o Impacto da Crise para o período 2007 - 2010
8.30%
6%
1.50%
4.70%
2.70% 3.10%
-1.40%
0.60%
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
2007 2008 2009 2010anos
Paises emergentes e em desenvolvimentos Países Desenvolvidos
previsões
30
Quando os bancos perceberam que grande parte dos devedores não conseguiriam
pagar suas dívidas parou-se também de fornecer empréstimos, e com isso empresas que
dependem desta via de financiamento para trabalhar abandonam o negócio e buscam uma
forma de diminuir custos (PERON, 2009), foi assim que muitas empresas anunciaram
demissões em massa, férias coletivas, cortes de investimentos e até o fechamento de unidades
(UECHI, 2009), com medo que a perca fosse total.
A crise econômica teve sua amplitude mundial devido ao alto de grau de
globalização imposta pelos EUA, onde a dependência por outros países é muito grande.
Segundo Uechi (2009), com a crise econômica há uma diminuição do poder de compra dos
norte americanos, com isso as importações ficam prejudicadas, afetando principalmente os
países que tem grande parte de sua economia baseada nas exportações.
No Brasil, a crise econômica só foi sentida segundo Marques & Nakatani (2009) a
partir do segundo semestre de 2008, onde as ações da bolsa de valores caíram, o dólar
valorizou-se mais que o real e a produção, o consumo e o emprego que apresentou uma
desvalorização tanto interna como externamente, pois muitas empresas que dependiam do
capital vindo do exterior encontraram dificuldades em ter acesso a essa fonte, o que fez com
que muitas unidades passassem a demitir funcionários, paralisar a produção e dar férias
coletivas para muitos trabalhadores.
Com a queda da demanda exterior, as importações são o primeiro setor a sofrer o
impacto, pois com isso o ritmo de crescimento dentro do país começa a diminuir, pois se não
há mercado consumidor externo a produção fica mais restrita ao consumo interno, não
havendo necessidade de se produzir tanto, outro fator, foi à desvalorização do Real frente ao
dólar, provocando uma menor entrada desta moeda no mercado brasileiro, temos também a
diminuição de crédito oferecido ao produtor nacional e também dificuldade em estar
conseguindo créditos vindos do exterior, além de uma maior seletividade por parte das
instituições em estar fornecendo empréstimos com uma taxa de juros mais alta, o que fez com
que muitas empresas parassem de investir e muitas até em cancelar investimentos.
Os impactos da recessão econômica demoraram mais para ser sentidos no Brasil,
pelo fato de que o país, antes do momento de crise, apresentava um superávit econômico
considerável, sendo que no final de 2008 as reservas econômicas eram maiores que as dívidas,
demonstrando o ótimo período vivido pela economia em momentos anteriores, segundo
Marques & Nakatani (2009) tal superávit fez com que o país não sofresse com as crises
anteriores como alta do dólar, aumento da divida pública, elevação das taxas de juros.
31
As taxas de desemprego nos meses de janeiro e fevereiro de 2009 fizeram com o
IBGE reconhecesse que de fato a crise se instalara no Brasil, pois além da dispensa dos
empregados em cargos temporários o número de dispensas de funcionários com carteira
assinada foi muito grande, chegando a 797,5 mil vagas extintas, afetando grandes empresas
como a Embraer produtora de aviões, a Gerdau e Vale empresas do ramo do aço e mineração
apresentaram cortes do seu quadro de funcionários.(MARQUES & NAKATANI, 2009)
O impacto da crise pode ser sentido em vários setores da produção nacional, dentre
eles podemos citar o setor automotivo, o mais afetado, o setor financeiro, também os setores
de construção civil e bens de capital e os setores do agronegócio e da mineração, como
podemos perceber na figura 9, que demonstra o quanto cada setor foi afetado pela recessão da
crise econômica mundial.
Figura 9. Principais atividades econômicas afetados pela crise econômica mundial. Destaque para os setores de
Agronegócio, Siderurgia e Energia, principais setores de exportação do Brasil. Fonte: pwc.com/br/ refere-se ao
network de firmas membros da PricewaterhouseCoopers International Limited, cada uma das quais constituindo
uma pessoa jurídica separada e independente.
O setor industrial, o ramo automotivo foi o mais afetado pela crise econômica, sendo
que 86% do setor sofreu os impactos da recessão, o que gerou um grande número de carros
parados nas concessionárias, segundo o jornal Agrosoft publicado em 09/01/2009, o
32
agronegócio foi o 6° mais afetado pela crise, com 34% do setor, neste segmento o impacto
pode ser sentido pelo recuo dos preços dos produtos agrícolas destinados a exportação, este
setor apresentou uma queda de 0,88% no PIB do agronegócio em outubro de 2008, sendo que
um ano atrás a média era de um crescimento de cerca de 0,80%.
Os impactos da crise mundial foram mais graves nos setores de produção de bens
duráveis e que tem grande parte de seu valor baseado nas exportações, pois com a recessão a
procura por tais produtos diminuiu bastante, o que fez com que o Brasil sentisse os impactos
da crise mais no setor das grandes empresas, uma vez que, no caso brasileiro temos um
mercado interno consumidor.
O setor dos biocombustíveis, segundo Wilson (2008) não passara em branco frente a
crise mundial pois “O etanol é uma indústria de capital de incentivo e manter o setor requer
um mercado de crédito em funcionamento,”. De acordo com o secretário da agricultura de
Goiás Leonardo Veloso, houve uma redução dos empréstimos para financiamento da safra
2008/2009.
Além disto, Goes e Marra (2009) enumeram quatro pontos do impacto da crise
financeira no setor sucroalcoleiro que são:
Escassez de financiamentos internos e externos; elevado custo financeiro
dos recursos para investimento; perdas cambiais e elevado endividamento
de algumas usinas e; diminuição das exportações de etanol em função da
retração da demanda no exterior.( Goes e Marra , 2009, pág. 3)
Para que o setor supere a crise é necessário que se faça um planejamento para definir
as zonas que realmente merecem investimentos a curto prazo e que o governo crie linhas de
créditos a longo prazo para que o setor possa ser recapitalizado, pois este segmento adquiriu
uma grande importância, visto que assumiu o papel de gerador de energia e possui grande
influência no fortalecimento da economia nacional e também conta com uma alta valorização,
tanto do mercado interno como do externo (GOES & MARA, 2009).
Alguns segmentos, já demonstram apoio ao setor, segundo Goes e Marra (2009),
como o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Social que criou linhas de crédito
para financiar o setor em 2009, totalizando um montante de 1,5 bilhões de reais com previsão
de chegar a 7 bilhões ate o final do ano, outro segmento foi o CMN-Conselho Monetário
Nacional que anunciou a liberação de 12,3 bilhões de reais em empréstimo para os bancos
oficiais para capital de giro da agroindústria e estocagem de etanol com juros subsidiados.
33
A mesma CMN liberou 2,3 bilhões de reais para os produtores de etanol, sendo que
1,3 bilhão de real virá do BNDES e 1,0 bilhão de real do Banco do Brasil, a Petrobras
Biocombustíveis (PBIO) anunciou para o período 2009/2013 investimento de 1,9 bilhões de
reais serão destinados ao etanol, dos quais 945 milhões de reais serão investidos em
2009(GOES & MARA, 2009).
O governo atual, pois em prática várias medidas para que o impacto da crise
econômica fosse menor no país, como fornecer incentivo para que as empresas não retraíssem
o crédito, o que possibilitaria a família brasileira ter mais capital para estar comprando. Uma
das medidas foi o aumento de crédito fornecido pelos bancos estatais, como o BNDES, outro
fator foi a ampliação do salário desemprego, aumento o número de parcelas (MARQUES &
NAKATANI, 2009). Outra medida importante foi à redução do IPI (Imposto sobre Produto
Industrializados) que beneficiou principalmente o setor automotivo, diminuindo o preço dos
carros e dessa forma propiciando ao brasileiro um maior poder de compra do setor
automotivo.
Desta forma mesmo com o impacto da crise mundial sobre o setor sucroalcooleiro, a
expectativa para Goiás é positiva, estão previstos investimentos de 62,58%, que serão
aplicados no segmento de açúcar e álcool, que totalizara R$ 19,03 bilhões (MOREIRA, 2009),
o que podemos perceber é que na verdade o setor sucroalcoleiro não sofreu drasticamente os
impactos da crise mundial o que ocorreu no setor foi uma redução das metas de investimentos
previstos de capital para o crescimento das industrias do ramo açucareiro.
Toda esta nova estrutura montada destinada ao setor sucroalcooleiro praticamente
não sofrera um grande impacto com relação à atual crise financeira mundial, pois o apoio por
parte de grupos nacionais, governo e principalmente investimentos vindos do exterior
supriram as necessidades de um mercado em franca expansão. Segundo Machado (2008) as
empresas do ramo alcooleiro que sofreram mais com a crise serram as empresas tradicionais,
instaladas aqui muito antes do período de recessão, pois com a crise houve uma diminuição de
crédito oferecido as empresas nacionais pelo fato do menor preço pago pelos produtos
exportados, e como a maioria dessas empresas não contam com investimentos de grupos
estrangeiros algumas empresas podem vir a falência, dando espaço aos novos investimentos e
a novas unidades produtoras.
A partir do grande destaque dado a questão dos biocombustíveis, no Brasil que se deu
ao longo dos últimos 5 anos a explosão de empresas que se instalaram em Goiás foi muito
grande, entretanto com o período de crise mundial e com a diminuição de crédito oferecido
aos produtores fez com que empresas tradicionais do setor alcooleiro em Goiás fossem sendo
34
substituídas por grandes grupos multinacionais, que cada vez mais investem em novos
projetos no Estado de Goiás, deixando as empresas mais antigas com rombo desta crise e de
crises advindas de outros períodos (MACHADO, 2008).
O ex Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, levanta outra problemática
em relação à crise do setor sucroalcoleiro, segundo ele estamos esquecendo do combustível
verde após a descoberta do pré-sal, e que todo discurso falado antes de que tínhamos uma
forma energética limpa e renovável esta sendo deixado de lado e que todos os investimentos
destinados antes ao setor sucroalcooleiro, agora são destinados a exploração do pré-sal, além
disso, nenhum debate está sendo levantado a cerca dos impactos ambientais que tal exploração
poderá a vir causar (Orplana, 2009).
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos compreender que a atividade canavieira faz parte da história econômica do
nosso país, visto que, está presente em nossa realidade desde o processo de colonização, após
sua introdução em terras brasileiras a cada dia mais ela foi ganhando importância, até chegar
aos dias de hoje, onde sua representatividade tanto para o Brasil como para o exterior é muito
grande.
Os diferentes usos, feito a partir da cana de açúcar, como açúcar, álcool para ser usado
como medicamento até chegarmos a realidade de hoje, onde grande parte da matéria prima é
destinada a produção de álcool combustível (etanol).
Durante o processo histórico de sua expansão, podemos perceber que vários fatores
influenciaram para a sua propagação no território brasileiro, até a sua chegada em Goiás,
dentre eles o Proálcool e por último o surgimento do carro flex-ful e a demanda por uma fonte
energética menos poluente.
A disseminação da cana no território goiano ocorre a partir do momento em que
vêem em Goiás uma grande quantidade de terras propícias ao desenvolvimento desta cultura e
também a partir do momento em que se começa a falar em aumento do preço do petróleo e
preservação do meio ambiente, sendo Goiás um Estado que praticamente não havia grandes
áreas cultiváveis de cana, os olhos dos investidores se voltam para cá, o que faz com que a
partir de 2003 grandes investimentos sejam feitos no Estado no setor sucroalcooleiro.
Com o grande volume de investimentos feito no setor canavieiro em Goiás,
podemos notar que o período de recessão econômica (crise mundial) veio para dar uma
esfriada nos investimentos destinados ao setor, pois o preço dos produtos agrícolas destinados
a exportação sofreram uma diminuição, tanto de preço como de exportação, o que fez com que
alguns setores da produção de álcool, combustível e açúcar sofressem algum impacto,
principalmente os setores produtores mais tradicionais, pois a disponibilização de crédito aos
produtores ficou prejudicada pelo momento de recessão, em contrapartida os novos setores em
implantação, basicamente não viram tanto os reflexos da crise, visto que estes contam com
grande parte de novos investimentos tanto nacional como estrangeiro.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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