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Web-Revista SOCIODIALETO www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras UEMS/Campo Grande Mestrado em Letras UEMS / Campo Grande ISSN: 2178-1486 Volume 4 Número 12 maio 2014 Edição Especial Homenageado F E R N A N D O T A R A L L O Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai. 2014 108 A PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA E A SELEÇÃO DE INFORMANTES: O QUE SUGERE FERNANDO TARALLO? Edmilson José de Sá 1 (CESA) [email protected] RESUMO: Este artigo tem o intuito de promover uma reflexão sobre a metodologia da pesquisa sociolinguística e um dos aspectos que costumam inquietar o estudioso em descrição linguística é a questão da seleção do informante para a pesquisa, quem deve ser entrevistado, qual a quantia ideal e que critérios implicam a caracterização do informante ideal. Para auxiliar o pesquisador na busca por respostas a tais indagações, acreditou-se na necessidade de um aporte teórico acerca da Teoria da Variação Linguística (LABOV, 1966, 1972, 1983), enquanto aspecto mais concreto da Sociolinguística, parte da Macrolinguística responsável por analisar a língua segundo dimensões sociais. A abordagem metodológica, por sua vez, ficou a cargo dos pressupostos encontrados em Milroy & Gordon (2003), mas igualmente tratados por Tarallo (2007), em cuja proposta se fundamenta o artigo. Ao discutir a pesquisa sociolinguística, esse autor sugere a organização dos critérios para seleção dos informantes através de grupos de células, a partir das quais, pode ser mais fácil quantificar o número de pessoas que atendem aos perfis escolhidos. Espera-se, portanto, que o texto ofereça contribuições aos pesquisadores em sociolinguística, de modo proporcionar condições para a execução de novas pesquisas a fim de explicar melhor as nuances da heterogeneidade do português brasileiro. PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística; Variação; Informantes; Tarallo. ABSTRACT: This article is intended to promote a reflection on the methodology of sociolinguistic research and one of the aspects that tend to fuss the researcher in linguistic description is the question of the selection of the informant to the search, who must be interviewed, what the ideal amount and what criteria involve the characterization of ideal informant. To assist the researcher in the search for answers to such questions, it was believed in the need for a theoretical contribution about the theory of Linguistic Variation (LABOV, 1966, 1972, 1983), while more concrete aspect of Sociolinguistics, part of Macrolinguistics responsible for parsing the language according to social dimensions. The methodological approach, in turn, was in charge of the assumptions found in Milroy & Gordon (2003), but also treated by Tarallo (2007), in which the proposal article is based. When discussing the sociolinguistic research, this author suggests the organization of criteria for selection of informants through groups of cells, from which it may be easier to quantify the number of people that meet the chosen profiles. It is expected, therefore, that the text offer contributions to researchers in Sociolinguistics, in order to provide conditions for the execution of new research to better explain the distinctions of the heterogeneity of Brazilian Portuguese. KEYWORDS: Sociolinguistics; Variation; Informants; Tarallo. 1 Mestre em Linguística (UFPE) e Doutor em Letras (UFPB). É professor do Centro de Ensino Superior de Arcoverde, em Pernambuco e se dedica a estudos (geo)sociolinguísticos em Pernambuco.

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Web-Revista SOCIODIALETO • www.sociodialeto.com.br Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande M e s t r a d o e m L e t r a s • U E M S / C a m p o G r a n d e

I S S N : 2 1 7 8 - 1 4 8 6 • V o l u m e 4 • N ú m e r o 1 2 • m a i o 2 0 1 4 E d iç ã o E s p ec i a l • Hom e n a g e a d o F E R N A N D O T A R A L L O

Web-Revista SOCIODIALETO: Bach., Linc., Mestrado Letras UEMS/Campo Grande, v. 4, nº 12, mai. 2014 108

A PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA E A SELEÇÃO DE

INFORMANTES: O QUE SUGERE FERNANDO TARALLO?

Edmilson José de Sá1 (CESA)

[email protected]

RESUMO: Este artigo tem o intuito de promover uma reflexão sobre a metodologia da pesquisa

sociolinguística e um dos aspectos que costumam inquietar o estudioso em descrição linguística é a

questão da seleção do informante para a pesquisa, quem deve ser entrevistado, qual a quantia ideal e que

critérios implicam a caracterização do informante ideal. Para auxiliar o pesquisador na busca por

respostas a tais indagações, acreditou-se na necessidade de um aporte teórico acerca da Teoria da

Variação Linguística (LABOV, 1966, 1972, 1983), enquanto aspecto mais concreto da Sociolinguística,

parte da Macrolinguística responsável por analisar a língua segundo dimensões sociais. A abordagem

metodológica, por sua vez, ficou a cargo dos pressupostos encontrados em Milroy & Gordon (2003), mas

igualmente tratados por Tarallo (2007), em cuja proposta se fundamenta o artigo. Ao discutir a pesquisa

sociolinguística, esse autor sugere a organização dos critérios para seleção dos informantes através de

grupos de células, a partir das quais, pode ser mais fácil quantificar o número de pessoas que atendem aos

perfis escolhidos. Espera-se, portanto, que o texto ofereça contribuições aos pesquisadores em

sociolinguística, de modo proporcionar condições para a execução de novas pesquisas a fim de explicar

melhor as nuances da heterogeneidade do português brasileiro.

PALAVRAS-CHAVE: Sociolinguística; Variação; Informantes; Tarallo.

ABSTRACT: This article is intended to promote a reflection on the methodology of sociolinguistic

research and one of the aspects that tend to fuss the researcher in linguistic description is the question of

the selection of the informant to the search, who must be interviewed, what the ideal amount and what

criteria involve the characterization of ideal informant. To assist the researcher in the search for answers

to such questions, it was believed in the need for a theoretical contribution about the theory of Linguistic

Variation (LABOV, 1966, 1972, 1983), while more concrete aspect of Sociolinguistics, part of

Macrolinguistics responsible for parsing the language according to social dimensions. The

methodological approach, in turn, was in charge of the assumptions found in Milroy & Gordon (2003),

but also treated by Tarallo (2007), in which the proposal article is based. When discussing the

sociolinguistic research, this author suggests the organization of criteria for selection of informants

through groups of cells, from which it may be easier to quantify the number of people that meet the

chosen profiles. It is expected, therefore, that the text offer contributions to researchers in

Sociolinguistics, in order to provide conditions for the execution of new research to better explain the

distinctions of the heterogeneity of Brazilian Portuguese.

KEYWORDS: Sociolinguistics; Variation; Informants; Tarallo.

1 Mestre em Linguística (UFPE) e Doutor em Letras (UFPB). É professor do Centro de Ensino Superior

de Arcoverde, em Pernambuco e se dedica a estudos (geo)sociolinguísticos em Pernambuco.

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Introdução

Descrever uma língua implica dizer que o estudioso se colocará diante da

variação que ela possui quer influenciada por critérios que distinguem o falante

socialmente, quer influenciada pela região onde o falante mora ou até mesmo pela

cultura que ele detém.

Dentre os aspectos supracitados, destaca-se a questão de influência social, acerca

da qual versa a Sociolinguística, que permite explicar se a variação da língua é

ocasionada principalmente por conta do gênero, da faixa etária e da escolaridade do

falante.

Com a preocupação de explicar a variação da língua em diversas comunidades,

sobretudo nas que não constituem grandes centros urbanos, várias pesquisas têm sido

desenvolvidas, cujos produtos são verificados através de monografias, dissertações e

teses defendidas nas universidades brasileiras e, obviamente, além de suas fronteiras.

Isso implica uma necessidade contínua de rever conceitos e metodologias para que os

resultados sejam sempre proveitosos.

Deste modo, a fim de fazer uma reflexão sobre a metodologia da pesquisa

sociolinguística, pretende-se, nesse artigo, apontar alguns direcionamentos acerca da

seleção de informantes, tomando como inspiração as ideias preconizadas por Tarallo

(2007), mas já mencionadas em Labov (1966; 1972; 1983) e também encontradas em

Milroy & Gordon (2003).

Para atingir o objetivo proposto, o artigo se estrutura da seguinte forma:

inicialmente será feita uma abordagem sobre a variação linguística de cunho social. Em

seguida, serão apresentados alguns aspectos em que os parâmetros sociais são aplicados

a estudos linguísticos. Num terceiro momento, serão mencionados alguns critérios para

seleção de informantes à la Tarallo e, em seguida, para ratificar a eficácia do método,

serão descritas algumas pesquisas já realizadas. Por fim, apresentar-se-ão as

considerações finais e as referências utilizadas.

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1 Variação linguística e sociedade: conceitos e implicações

O homem expressa as suas ideias através da língua e também expressa as de sua

geração e da comunidade a que pertence. Deste modo, pode-se dizer que a língua é um

retrato de seu tempo e cada falante é usuário e agente modificador de sua língua,

fixando marcas motivadas pelas situações por ele vividas. Nesse sentido, concorda-se

com Câmara Jr.(1985), quando diz que a língua é distinto instrumento da projeção

cultural de um povo.

É, pois, através da vivência dessa cultura que as pessoas e grupos se reúnem,

permitindo a sua aproximação a práticas comunicativas, refletindo, assim, numa

mudança de comportamento intuída na variação da língua (WARDHAUGH,2006).

Tem-se, aqui, a prova de que as relações sociais interferem na comunicação.

A linha de pesquisa responsável por conceituar o estudo da língua em seu

contexto social, ou seja, por descrever todas as áreas do estudo da relação entre língua e

sociedade, é chamada de Sociolinguística.

Apesar de sua difusão entre os fins dos anos 60 e início dos anos de 70,

conforme encontrado em Romaine (1994), estudos já ocorriam desde os anos 50, período

em que os linguistas e sociólogos acreditavam na influência da linguagem na sociedade e o

contexto social da diversidade linguística.

A teoria em questão passou a ser chamada de Teoria da Variação e Mudança

Linguística, como pressupostos de análise da Sociolinguística, considerando parâmetros

sociais e linguísticos como modalizadores da sua diversidade, o que se ratifica nas

palavras de Silva-Corvalán (1989, p. 68), quando afirma que:

[...] a língua é uma forma de comportamento social. Como tal, criada e

moldada por seres humanos, desenvolve diferenciações internas que

correspondem aos parâmetros que caracterizam os diversos subgrupos que

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constituem o sistema social. As correlações variacionais entre linguagem e

sociedade têm sido reconhecidas desde sempre. (tradução nossa)2

Percebe-se, nas palavras descritas acima, que as relações entre os falantes e as

características externas como sexo, faixa etária, etnia, escolaridade e nível

socioeconômico parecem ser refletidas sistematicamente em comportamentos

linguísticos diferenciados.

2 Aprofundando ideias sobre os parâmetros sociais e a relação com a variação

linguística

Conforme já mencionado no tópico anterior, a língua varia de falante para

falante e, para explicar o porquê de uma variante se sobressair em detrimento de outra,

costuma-se avaliar as dimensões sociais do falante, a exemplo do sexo, faixa etária e

escolaridade, na iminência de verificar uma possível mudança na língua ou a sua

estabilidade.

Quando se fala em sexo, logo se discorre sobre a sinonímia de gênero. Segundo

encontrado em Milroy & Gordon (2003), sexo diz respeito a um atributo biológico dos

indivíduos, enquanto o gênero é marcado como nível social. Todavia, a ideia é que se

considere a linguagem a partir do sexo do falante, mas a explique a partir do gênero. A

esse respeito, investigações têm apontado a mulher como mais detentora da forma

padrão como Labov (1972) elucida com os estudos de Gauchat (1905) e Fischer (1958).

Além do gênero, a faixa etária também tem se mostrado fértil nas pesquisas de

variação linguística, a partir da relação entre as variantes inovadoras ou conservadoras e

os falantes que as produzem em sua fala espontânea. A esse respeito, Tarallo (2007, p.

65) menciona:

2 La lengua es una forma de conducta social; como tal, creada y moldeada por los seres humanos,

desarrolla diferenciaciones internas que corresponden a los parámetros que caracterizan a los diversos

subgrupos que constituyen el sistema social. Las correlaciones variacionales entre lengua y sociedad han

sido reconocidas desde siempre.

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A relação de estabilidade das variantes (a situação de contemporização)

avultará, se entre a regra variável e a faixa etária dos informantes não houver

qualquer tipo de correlação. Se, por outro lado, o uso da variante mais

inovadora for mais frequente entre os jovens, decrescendo em relação à idade

dos outros informantes, há uma situação de mudança em progresso.

Ainda sobre a interferência obtida pelo falante, a escolaridade tem sido

reguladora do prestígio, já que ela exerce papel incisivo no comando das variantes

cultas.

Labov (1972) expôs, ao citar seu trabalho concretizado em Nova York na década

de sessenta, que os falantes pouco escolarizados optaram por construções da linguagem

não-padrão. As variantes cultas, por sua vez, predominaram nos falantes escolarizados,

pois, de acordo com a tradição, são bem-conceituadas socialmente. Tais formas:

[...] opõem-se aos falares das pessoas que não desfrutam de prestígio social e

econômico, pois ocorrem em contextos mais formais, mas elitizados, entre

interlocutores que se transformam em modelos e pontos de referência do bem

falar e escrever. As formas socialmente prestigiadas são semente e fruto da

literatura oficial, que as transforma em língua padrão (VOTRE 2004, p. 51).

Votre (op cit) ainda apregoa que o modo de comunicação do falante

desprestigiado econômica e socialmente tende a ser qualificado coletivamente como

exprobrado, ou seja, trata-se de uma linguagem inferior em termos estéticos e

informativos, pelos membros da comunidade discursiva.

3 Critérios de seleção de informantes para uma pesquisa sociolinguística

Para se fazer uma pesquisa sociolinguística, é preciso, a priori, definir o objeto a

ser pesquisado, seja de natureza fonética, léxica ou morfossintática. Em seguida, tendo

escolhido a comunidade a ser investigada, passa-se à seleção de informantes para

realização da pesquisa.

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Tarallo (2007, p.27) sugere, inicialmente, que jamais se deixe claro que o

objetivo da pesquisa será uma análise da língua, pois isso inibirá o informante de usar a

variante mais espontânea, ou seja, se ficar claro que a pesquisa será sobre o plural das

palavras, será mais difícil obter exemplos sem a referida marca morfossintática.

A catalogação dos dados depende de uma gravação prévia e só a presença do

instrumento de gravação poderá inibir ainda mais o informante, a menos que fique claro

que tal recurso apenas servirá de apoio, mas não será, em hipótese alguma, utilizado em

público ou identificará a autoria da mencionada gravação.

A busca por informantes que sigam um certo parâmetro tende a ser uma das

tarefas mais árduas do pesquisador, seja pela dificuldade em encontrar a pessoa ideal,

solícita, com uma desenvoltura suficiente à coleta de dados e sem problemas

articulatórios, seja pelo próprio receio do informante, na sua grande maioria, com uma

instrução escolar limitada ou com pouco tempo disponível. Tarallo (op cit) sugere que

se recorra, inicialmente, a alguém que conheça o provável informante ou que tenha

algum parentesco com ele, pois facilitará o contato e a execução da pesquisa com maior

proveito.

Para a escolha do informante, pode-se usar, in limine, o critério da amostragem

aleatória, típico dos primórdios da pesquisa sociolinguística, a exemplo do que Labov

(1966) realizou na comunidade de Martha’s Vineyard. Tarallo (2007, p.27) aconselha

que tal procedimento deve ser aplicado em grandes centros urbanos, para os quais o

pesquisador deve ter um cuidado maior nos informantes no que tange aos grupos

socioeconômicos.

Mesmo numa escolha aleatória, é necessário que o informante atenda a

determinado perfil. Se for delimitado que a pesquisa seja feita apenas com homens e

mulheres que já tenham ultrapassado os 50 anos, é possível catalogar variantes

conservadoras e, obviamente, refletir sobre as ocorrências que estariam próximas a

serem arcaizadas, algo que não poderia ser verificado, caso houvesse informantes mais

jovens.

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Tendo chegado a um consenso no objetivo do trabalho, eis uma dúvida que

ainda paira nas mesas do pesquisador: o número de informantes e a sua organização. A

questão é ter dados consolidados de que a marca em evidência realmente é característica

de um determinado grupo social.

Assim, Tarallo (op cit, p. 28), sugere a distribuição dos parâmetros sociais –

chamados na Sociolinguística de variáveis independentes – em células. Por exemplo, se

o propósito é verificar a variação da consoante /r/ na fala de habitantes da zona rural e

da zona urbana e a hipotética influência do sexo (ou gênero), é necessário construir dois

grupos de células:

Grupo 1 (localização) – zona rural e zona urbana (duas células)

Grupo 2 (sexo) – homem e mulher (duas células)

Então, a distribuição de células ficaria organizada da seguinte forma:

- Homem zona rural

- Homem zona urbana

- Mulher zona rural

- Mulher zona urbana

Se, no mesmo trabalho, o pesquisador quiser verificar até que ponto a faixa

etária do informante pode influenciar na preservação ou inibição do fenômeno em tela,

pode organizar outro conjunto de células:

Grupo 3 (Faixa etária) – 18 a 30 anos, 31 a 50 anos, mais de 50 anos (três células)

Caso deseje, o pesquisador pode, ainda, acrescentar a escolaridade do

informante, no intuito de verificar se o fenômeno está condicionado a qualquer uma das

células propostas para esse grupo de variáveis. Assim, poder-se-ia criar o seguinte

grupo:

Grupo 4 (escolaridade): ensino fundamental e ensino médio

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As combinações dos grupos escolhidos resultam na seguinte estrutura:

Sexo Localização Faixa etária Escolaridade

1. Homem Zona urbana 18 a 30 Ens. Fundamental

2. Homem Zona urbana 18 a 30 Ens. Médio

3. Homem Zona urbana 31 a 50 Ens. Fundamental

4. Homem Zona urbana 31 a 50 Ens. Médio

5. Homem Zona urbana Mais de 50 anos Ens. Fundamental

6. Homem Zona urbana Mais de 50 anos Ens. Médio

7. Mulher Zona urbana 18 a 30 Ens. Fundamental

8. Mulher Zona urbana 18 a 30 Ens. Médio

9. Mulher Zona urbana 31 a 50 Ens. Fundamental

10. Mulher Zona urbana 31 a 50 Ens. Médio

11. Mulher Zona urbana Mais de 50 anos Ens. Fundamental

12. Mulher Zona urbana Mais de 50 anos Ens. Médio

13. Homem Zona rural 18 a 30 Ens. Fundamental

14. Homem Zona rural 18 a 30 Ens. Médio

15. Homem Zona rural 31 a 50 Ens. Fundamental

16. Homem Zona rural 31 a 50 Ens. Médio

17. Homem Zona rural Mais de 50 anos Ens. Fundamental

18. Homem Zona rural Mais de 50 anos Ens. Médio

19. Mulher Zona rural 18 a 30 Ens. Fundamental

20. Mulher Zona rural 18 a 30 Ens. Médio

21. Mulher Zona rural 31 a 50 Ens. Fundamental

22. Mulher Zona rural 31 a 50 Ens. Médio

23. Mulher Zona rural Mais de 50 anos Ens. Fundamental

24. Mulher Zona rural Mais de 50 anos Ens. Médio

Quadro 1: Distribuição de células para realização de uma pesquisa com 4 grupos

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Uma forma de organizar os grupos de células de uma maneira ainda mais fácil é

através de uma estrutura arbórea, conforme disposto na figura 1:

Figura 1: Distribuição arbórea de 4 grupos de células

Tarallo (2007, p. 29 – 30) sugere que sejam escolhidos cinco informantes para

cada célula, o que resultaria, no caso da distribuição da figura 1, em 120 pessoas a

serem entrevistadas e, ao final, ter-se-ia uma amostra representativa do fenômeno

pesquisado. Porém, caso fossem considerados menos grupos de células, naturalmente o

número de pessoas tenderia a diminuir. Seriam, então, 10 pessoas para o sexo, 20 para a

localização e 60 para a faixa etária.

Percebe-se, aqui, que o trabalho de pesquisador em linguagem não é fácil, mas a

riqueza de dados catalogados e as variadas interpretações realizadas à luz de outros

estudos de mesma natureza ou de outras correntes de investigação linguística.

A julgar pela arduidade da pesquisa sociolinguística, Tarallo (op cit, p.31-32)

demonstra certa preocupação, acreditando na inibição do pesquisador em prosseguir

com o trabalho, dada a quantia de cuidados a serem tomados, mas, ao mesmo, em suas

próprias palavras, ele pede que não haja desânimo, pois só a experiência fará com que

novas estratégias sejam criadas e, pelo continuum, que os efeitos negativos ocasionados

pelas dificuldades sejam minimizados com o tempo.

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4 Alguns trabalhos de coleta de dados e a proposta de seleção de informantes de

Tarallo

O linguista Fernando Tarallo faleceu muito jovem, aos 41 anos, em 1992, mas

isso não o impediu de deixar seu legado e as pesquisas sociolinguísticas realizadas nas

últimas duas décadas só ratificam essa reflexão.

Considerando pesquisas mais recentes, destaca-se o trabalho de Carvalho (2007),

sobre a variação do ditongo decrescente em Recife. A autora entrevistou 48

informantes, escolhidos com base em três grupos de variáveis sociais, quais sejam: sexo,

faixa etária, escolaridade e localização. No que concerne à faixa etária, o grupo foi

estruturado em três células, semelhante ao que Tarallo (1982a) sugeriu: de 17 a 25; de

26 a 49 e de 50 anos em diante. Já no caso da escolaridade, foram construídas duas

células (até 4 anos e mais de 4 anos de escolaridade), enquanto a localização foi

organizada a partir de alguns bairros mais representativos do município, o que permitiu

a criação de duas células (os bairros do subúrbio e os bairros centrais). Os resultados do

trabalhos apontaram para a relevância da faixa etária em relação à localização do

informante e a sua escolaridade.

A pesquisa de Sá (2007) sobre a variação da consoante lateral /l/ em posição de

coda silábica na fala de Arcoverde, cidade do interior de Pernambuco, também seguiu o

modelo de células sugerido por Tarallo (2007), mas com algumas alterações. Nesse

trabalho, foram entrevistadas 48 pessoas, distribuídas equitativamente em grupos de

células de que fizeram parte os níveis sexo, faixa etária, escolaridade e localização.

A figura 2 mostra a organização arbórea do trabalho realizado por Sá (op cit).

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Figura 2: Distribuição arbórea do 4 grupos de células da pesquisa de Sá (op cit).

As indicações estruturadas na figura 2 são assim compreendidas:

a) Sexo: M – masculino ; F – feminino

b) Faixa etária: 1 – de 15 a 25 anos ; 2 – 26 a 49 anos; 3 – mais de 49 anos

c) Escolaridade: A – até 4 anos ; B – mais de 8 anos

d) Localização: r – zona rural ; u – zona urbana

O trabalho realizado por Silva Filho (2010) sobre a variação das proparoxítonas

em Jabotão, cidade próxima à capital pernambucana, reforça a importância da escolha

de informantes, conforme a proposta de Tarallo (2007). Foram escolhidas apenas 12

pessoas, estratificadas conforme sexo, faixa etária entre 20 e 50 anos de idade e acima

de 50 anos de idade. A escolaridade também ficou aleatória, entre analfabeto e a 4ª série

(atual 5º ano) do ensino fundamental.

O gráfico disposto na figura 3 insinua uma limitação no número de informantes,

o que não garante, em tese, a representatividade do fenômeno, cabendo, então, a outros

campos de análise a explicação para a variação existente.

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Figura 3: Distribuição arbórea dos informantes da pesquisa de Silva Filho (op cit)

Algumas considerações finais

O propósito deste artigo foi trazer uma reflexão sobre a pesquisa

sociolinguística, priorizando a metodologia aplicada para selecionar os informantes

necessários para a coleta de dados.

Inspirado em Tarallo (2007), foi sugerida a construção de grupos de células dos

mais variados parâmetros de natureza social, que visam a possibilitar a compreensão

sobre a preservação ou inibição de determinados fenômenos, com o auxílio de métodos

estatísticos das mais variada tipologias.

Conforme os exemplos citados no artigo, o modelo de organização de células

pode ser flexível, a depender do foco do pesquisador e algumas considerações

aproximativas que ele já detenha sobre o fenômeno. Porém, em certos casos, a

arduidade da pesquisa e talvez a inexperiência do pesquisador resulte numa coleta de

dados pouco organizada, o que pode comprometer a interpretação dos fenômenos.

Assim, ainda que se perceba alguma flexibilidade na organização dos grupos de

células que determinem o perfil do informante, é preferível que isso ocorra o mínimo,

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principalmente em relação a questões quantitativas de cada uma das células. Deste

modo, convém reforçar que a amostra pode ser aleatória, mas o foco da pesquisa nunca

poderá ser.

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WARDHAUGH, Ronald. An Introduction to Sociolinguistics. Oxford: Blackwell,

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Recebido Para Publicação em 20 de abril de 2014.

Aprovado Para Publicação em 9 de maio de 2014.