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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 1 EDITORIALEDITORIAL Do Editor Redução de Desastres em África EIRD INFORMS Produzido pelo Escritório Regional de África da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres das Nações Unidas (NU/EIRD) Oficial Senior para África da NU/EIRD Feng Min Kan Editor Alain Valency R. Produção Geral Noroarisoa Rakotondrandria Desenho e esboço Mário Barrantes Fotografia NU/EIRD ÁFRICA, ICPAC (antigamente DMCN) Prof. D. Benouar, Departamento de Proteção Civil – Zimbabwe Circulação Ib Knutsen e Pamela Mubuta Imprimido pela UNON Print Shop, Nairobe, Quénia Renúncia A informação e opiniões expressas nesta publicação não refletem necessariamente as políticas do Secretariado da NU/EIRD Ache mais informação sobre a redução de desastres no Secretariado da NU/EIRD UN Palais des Nations CH 1211 Genebra, 10 Suiça Tel: + 506-224-6941, 224-6395, 224-6690, Fax: + 506- 224-7758 [email protected] e www.unisdr.org NU/EIRD África UNEP HQ, UN Complex Gigin P.O.Box 47074 Nairobe, Quénia Tel: (254-2) 624568 ou 624119 E-mail [email protected] www.unisdrafrica.org Unidade Regional para a América Latina & Caraíbas Caixa Postal 3745-1000 San José, Costa Rica Fax: (506) 224-7758, Tel: (506) 224-1186 Margarita [email protected] [email protected] www.eird.org Para assinaturas livres Envie por favor o seu nome completo, instituição ou organização em que trabalha (não é essencial) e mande para o sequinte endereço: [email protected] A parceria é tão forte quanto o parceiro fraco Os Chefes de Estado e de Governo Africanos, aceitaram positivamente em Julho de 2004 o esboço da Estrategia Regional Africana para a Redução de Desastres e recomendaram que fosse elaborado o Programa de Acção para a Estratégia. Esta foi uma realização da comunidade africana de gestão de desastres que se tornou realidade (como grupo claramente identificado), há 12 meses atrás – em Junho de 2003. Mas, dois desafios principais se colocam à frente: Elaborar um Programa de Acção correcto e contribuir positivamente para a 2a Conferência Mundial de Redução de Desastres (WCDR II) que terá lugar no Japão a 18 de Janeiro de 2005. Contudo, estes dois desafios, constituem as duas faces duma mesma moeda. Na verdade, África, não será capaz de elaborar e implementar inteiramente e com sucesso, o seu futuro Programa de Acção sem o apoio da 2a Conferência Mundial de Redução de Desastres (WCDR II). Como conquistar tal apoio? Não existe uma receita clara para tal, mas poderão existir formas de aumentar as nossas possibilidades: 1. África irá a Kobe no Japão como uma equipa de futebol constituída em Junho de 2003, que ganhou a Copa de Julho de 2004 e participa na Copa Mundial cinco meses depois. Como novo candidato, sera sensato procurar não “vencer a copa”, mas angariar apoiantes (sem os quais, poderá ser difícil para o jovem e novo candidato actuar). Ganhar apoiantes, ganhar apoio em Kobe no Japão: deve ser a meta para a África. 2. Nos dias de hoje, apoio é uma forma de parceria. A parceria tem a ver com a combinação de propriedades/bens (Forças) e não obstáculos e desvantagens (fraquezas). A África deve contribuir com os seus bens – não com suas fraquezas em Kobe no Japão. 3. Para que uma parceria seja efectiva, ela deve ser baseada num acordo claro e incontestável. É aqui que o nosso Programa de Acção joga um papel importante. Ele deve estar de acordo com o Programa de Acção Global resultante da 2a Conferência Mundial de Redução de Desastres (WCDR II) sem contudo, sacrificar os nossos interesses. Tal combinação, é por si só um acordo claro e incontestável. 4. Uma forma de se alcançar isto, “é assegurar que o futuro Programa de Acção de África, contribua para se atingirem em África os objectivos globais definidos em Kobe, Japão. Posto no presente tempo – e não no futuro, temos que contribuir activamente na actual elaboração do esboço do Programa de Acção Global (atravês de um amplo Comité de Redacção) África deve contribuir com todos os seus bens na definição do esboço do Programa de Acção Global. Isto também possibilitará o continente de promover o esboço (que também se tornará o seu esboço) com alguma confidência em Kobe. A apresentação de relatórios por parte dos países do continente Africano para a 2a Conferência Mundial de Redução de Desastres (WCDR II) é ainda um assunto pendente - tanto em termos qualitativos como em termos quantitativos. Isto constitue um caso concreto de “contribuição de bens e não de fraquezas”. Assim como um bom passo dianteiro para conquistas mais altas, mais reconhecimento e parcerias fortes. Uma corrente é tão forte quanto a sua ligação fraca, a parceria também é assim. A parceria é tão forte quanto o seu parceiro fraco. R. Alain Valency [email protected]

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 1

EDITORIALEDITORIAL

Do EditorRedução de Desastres em África

EIRD INFORMS

Produzido pelo Escritório Regional de África daEstratégia Internacional para a Redução de Desastres das

Nações Unidas (NU/EIRD)

Oficial Senior para África da NU/EIRDFeng Min Kan

Editor Alain Valency R.

Produção GeralNoroarisoa Rakotondrandria

Desenho e esboçoMário Barrantes

FotografiaNU/EIRD ÁFRICA, ICPAC (antigamente DMCN)

Prof. D. Benouar,Departamento de Proteção Civil – Zimbabwe

CirculaçãoIb Knutsen e Pamela Mubuta

Imprimido pelaUNON Print Shop, Nairobe, Quénia

RenúnciaA informação e opiniões expressas nesta publicação nãorefletem necessariamente as políticas do Secretariado da

NU/EIRD

Ache mais informação sobre a redução dedesastres no

Secretariado da NU/EIRDUN Palais des Nations

CH 1211 Genebra, 10 SuiçaTel: + 506-224-6941, 224-6395, 224-6690, Fax: + 506-

[email protected] e www.unisdr.org

NU/EIRD ÁfricaUNEP HQ, UN Complex Gigin

P.O.Box 47074 Nairobe, QuéniaTel: (254-2) 624568 ou 624119E-mail [email protected]

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Caixa Postal 3745-1000San José, Costa Rica

Fax: (506) 224-7758, Tel: (506) 224-1186Margarita [email protected]

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Para assinaturas livresEnvie por favor o seu nome completo, instituição ou organização

em que trabalha (não é essencial) e mande para o sequinteendereço: [email protected]

A parceria é tão forte quanto oparceiro fraco

Os Chefes de Estado e de Governo Africanos, aceitaram positivamenteem Julho de 2004 o esboço da Estrategia Regional Africana para aRedução de Desastres e recomendaram que fosse elaborado oPrograma de Acção para a Estratégia.

Esta foi uma realização da comunidade africana de gestão de desastresque se tornou realidade (como grupo claramente identificado), há 12meses atrás – em Junho de 2003.Mas, dois desafios principais se colocam à frente: Elaborar umPrograma de Acção correcto e contribuir positivamente para a 2aConferência Mundial de Redução de Desastres (WCDR II) que terálugar no Japão a 18 de Janeiro de 2005.Contudo, estes dois desafios, constituem as duas faces duma mesmamoeda. Na verdade, África, não será capaz de elaborar e implementarinteiramente e com sucesso, o seu futuro Programa de Acção sem oapoio da 2a Conferência Mundial de Redução de Desastres (WCDRII).Como conquistar tal apoio? Não existe uma receita clara para tal,mas poderão existir formas de aumentar as nossas possibilidades:

1. África irá a Kobe no Japão como uma equipa de futebol constituídaem Junho de 2003, que ganhou a Copa de Julho de 2004 e participana Copa Mundial cinco meses depois. Como novo candidato, serasensato procurar não “vencer a copa”, mas angariar apoiantes(sem os quais, poderá ser difícil para o jovem e novo candidatoactuar). Ganhar apoiantes, ganhar apoio em Kobe no Japão: deveser a meta para a África.

2. Nos dias de hoje, apoio é uma forma de parceria. A parceria tem aver com a combinação de propriedades/bens (Forças) e nãoobstáculos e desvantagens (fraquezas). A África deve contribuircom os seus bens – não com suas fraquezas em Kobe no Japão.

3. Para que uma parceria seja efectiva, ela deve ser baseada numacordo claro e incontestável. É aqui que o nosso Programa deAcção joga um papel importante. Ele deve estar de acordo com oPrograma de Acção Global resultante da 2a Conferência Mundialde Redução de Desastres (WCDR II) sem contudo, sacrificar osnossos interesses. Tal combinação, é por si só um acordo claro eincontestável.

4. Uma forma de se alcançar isto, “é assegurar que o futuro Programade Acção de África, contribua para se atingirem em África osobjectivos globais definidos em Kobe, Japão. Posto no presentetempo – e não no futuro, temos que contribuir activamente naactual elaboração do esboço do Programa de Acção Global(atravês de um amplo Comité de Redacção)

África deve contribuir com todos os seus bens na definição do esboçodo Programa de Acção Global. Isto também possibilitará o continentede promover o esboço (que também se tornará o seu esboço) comalguma confidência em Kobe.A apresentação de relatórios por parte dos países do continenteAfricano para a 2a Conferência Mundial de Redução de Desastres(WCDR II) é ainda um assunto pendente - tanto em termos qualitativoscomo em termos quantitativos. Isto constitue um caso concreto de“contribuição de bens e não de fraquezas”. Assim como um bom passodianteiro para conquistas mais altas, mais reconhecimento e parceriasfortes.Uma corrente é tão forte quanto a sua ligação fraca, a parceria tambémé assim. A parceria é tão forte quanto o seu parceiro fraco.

R. Alain [email protected]

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 2

SOMMAIRENesta edição

1 Do Editor

3 A Redução de Desastres em África 3 GEO-PERIGOS: O continente africano experimenta uma “separação”, a principal ameaça de desastres a temer - Doutor Chris

Hartnardy 7 MOÇAMBIQUE: Agência alemã ajuda a integrar a gestão de risco de desastres no desenvolvimento rural - Sr.Wolfgang Stiebens &

Doutor Christina Bollin 10 CHADE: Impactos da desertificação alarmantes e disposta a nova estratégia - Sr. Mikail Abakar Ibrahim 12 Gestão da Seca e Coordenação da Segurança alimentar no Quénia - Sr. Maaboub Maalim 15 Gestor de Desastres da África Austral encoraja os companheiros a acabar com lamentações - Sr. Haretsebe

Mahosi

17 Opiniões e Retrospectiva 17 A Institicionalização da Gestão de Risco de Desastres em África: Ganhos & Desafios - Sra. Lucile Randrianarivelo 20 Com vista a abordagens abrangentes de longo termo sobre a gestão de desastres na Nigéria - Doutor Olusegun E. Ojo 22 Uso da terra: Risco & Recompensas – Sr. Andy Paige 23 A mulher africana um resurso para a redução de desastres “sub-utilizado” - Sra. Alice Kirambi

25 Plataforma Nacional da NU/EIRD África 25 DJIBOUTI: Aprovada a Estratégia Nacional para a Redução de Riscos de Desastres – Sr. Ahmed Mohamed Madar 26 MADAGÁSCAR: restaurado o sistema de aviso prévio e renovado o organismo de gestão de desastres - Sra. Gina Rakotoarimanana 27 UGANDA: Recentes actividades da Plataforma Nacional da NU/EIRD - Sr. Martin Owor 29 COMORES: Finalizado o Esboço do Plano Nacional de Prontidão de Emergência & Plano de Resposta - Sr. Hamidi Soule 30 GANA: Seminário de redução de desastres incita a criação duma Plataforma Nacional da EIRD - Brig (Rtd) J. Odei 32 GABÃO: Lançamento da Plataforma Nacional da NU/EIRD - NU/EIRD África 35 A Plataforma Nacional da NU/EIRD lançada na República do Congo - NU/EIRD África 36 QUÉNIA: Lançamento da Plataforma Nacional da EIRD - NU/EIRD África 40 BOTSUANA: Lançada Plataforma Nacional da NU/EIRD - NU/EIRD África

42 NU/EIRD Mundial em Acção 42 PRÉMIO SASAKAWA DAS NAÇÕES UNIDAS 2004 SOBRE A REDUÇÃO DE DESASTRES – NU/EIRD África 44 Dia Internacional para a Redução de Desastres: Um dia da elevação da consciência do risco e perigo – Sra. Nicole Rencoret 45 Ásia Central: o recentemente estabelecido escritório da NU/EIRD realiza a sua primeira reunião consultiva regional - NU/EIRD Ásia

Central 47 América Latina & Caraíbas: Chefes de Estado dos Andes endossam estratégia de redução de desastres - Sra. Elina Palm 49 O NU/EIRD & Redução de Desastres na Ásia: “ A Parceria Asiática” - Sra. Takako Izumi 50 Preparativos para a 2ª Conferência Mundial sobre a Redução de Desastres (WCDR II) – NU/EIRD África

54 NU/EIRD África em Acção 54 DIA INTERNACIONAL PARA A REDUÇÃO de DESASTRES: Lançamento da competição de desenho e composição para as

crianças africanas – NU/EIRD África 55 As Actividades da NU/EIRD em 2004 & Prioridades para o ano 2005 – NU/EIRD ÁFRICA 59 OESTE & NORTE de ÁFRICA: os gestores de desastres falantes da língua francesa apelam para um fundo regional para a redução

de desastres - NU/EIRD África

61 Os Decisores Políticos Pronunciam-se sobre a Redução de Desastres 61 Primeiro Encontro do IGAD de Ministros/Comissários responsáveis pela Gestão de Risco de Desastres 63 Discurso de Encerramento do Sr. Phandu C. Skelemani, Ministro do Botsuana para os Negócios Presidenciais e Administração

Pública

Os Preparativos de África para a Conferência Mundial 65 Informação dos Países Africanos à Conferência Mundial de 2005 “excelente” - Sr. Haris Sanahuja 67 A Comunidade de África de Gestão de Desastres fez Recomendações à Conferência Mundial de 2005 - NU/EIRD África 70 A voz de África à PrepCom 1e PrepCom 2 – UN/EIRD África

73 Os Parceiros em Acção 73 Chefes de Estado de África Discutem Estratégia de Redução de Desastres e Recomendam Programa de Acção - NU/EIRD África 74 Gestão de risco de desastres no Leste & Corno de áfrica: Orgão de decisão política regional, lançou o Painel Técnico Consultivo –

NU/EIRD África 77 Perspectiva do 14º fórum sobre o clima no grande corno de África – Sr. Zachary Atheru 79 Primeira perspectiva regional de segurança alimentar para o Grande Corno de África - Sr. Zachary Atheru 81 A Gestão de Desastres em África: É necessária? - Sr. Charles Kelly

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 3

A redução de desastres em África

Dr. Chris HartnardyUMVOTO Pty,Cidade do Cabo, Africa do Sul

O Grande Sistema de Falhasda África Oriental pode terajudado os nossosantepassados arcaicos adesenvolver. Mas hoje, depoisde milhões de anos, podetornar-se na principalameaça. Os peritos africanosdizem que uma repetição domaior terramoto de 1910 naactual Tanzânia Meridionalseria desastroso para ascidades da Beira, Dar esSalam e Mombasa.

O continente africano sofre umaconstante separação de quase 10milímetros todos os anos. E algumasdas forças por detrás deste processode separação podem constituir umasérie ameaça que poderá conduzir adesastres devastadores.

As grandes erupções explosivasaconteceram regularmente durante osúltimos 40,000 anos. Estas eruptivasexplosões acontecerãoindubitavelmente novamente. Entreos meses de Dezembro de 2000 e deJaneiro de 2001, uma intensaactividade sísmica foi sentida na áreade Rungwe e ao longo do LagoTanganyika, deixando 600 casasdestruídas e cerca de 6,000 pessoassem casa. No entanto, a magnitudemáxima destes eventos nãoexcederam a 4 na escala de Richter.

Estes comentários emergiram de um“Seminário Especialisado emTerramotos e os seus RelacionadosGeo-perigos em África” que tevelugar em Nairobe, Quênia, de 18 a19 de Junho de 2004. O seminário,

foi patrocinado pela EstratégiaInternacional de Redução deDesastres das Nacões Unidas (NU/EIRD) África e foi convocadodevido ao futuro potencial degrandes desastres relacionados aactividade de terramotos em África.

Estiveram presentes ao seminárioonze peritos de África, dentre elesdestacam-se quatro participanteschaves que são o Dr. Chris Hartnady(convocador) da empresa deconsultoria das ciências da terraUmvoto África (África do Sul), Prof.Djillali Benouar da Universidade deBab Ezzouar (Argélia), Prof.Evelyne Mbede da Universidade deDar es Salaam (Tanzânia) e Prof.Ezra Twesigomwe da Universidadede Makerere (Uganda).

O seminário explorou, entre outrosasssuntos, o sequinte: (1) a revisãodo estado actual de perigo deterramotos e avaliação do risco emÁfrica, (2) a revisão doutros perigosque estão directamente ouindirectamente relacionados aosperigos de terramotos de África, e(3) o estabelecimento dum Grupo deFuncionamento de Geotectónica deÁfrica, Sismologia e Peritos de Geo-perigos.

A existente “separação” aprincipal e potencial ameaçaUm relatório do seminário refere quea antiga placa tectónica de Áfricaexperimentou, ao longo de váriosmilhões de anos de tempo geológico,uma separação contínua em duasplacas nomeadamente a de Nubia(parte ocidental de África) e Somália( parte oriental de África),acrescentando que o tal GrandeSistema de Falhas da África Oriental(EARS) é a expressão visível de um

amplo processo de falhamentocontinental.

O relatório refere que a primeiraespécie de hominin (nossosantepassados arcaicos) evoluiu naregião do Grande Sistema de Falhasda África Oriental (EARS) durante aépoca Pliocénica (há 2 a 5 milhõesde anos atrás) e que o ambiente dolocal pode ter oferecido ao antigohominins “oportunidades sem igualpara o desenvolvimento de um…nicho caracterizado por bipedalismo(utilização de dois pés), alimentaçãode carne e uso da pedra.”

GEO-PERIGOS: O continente africanoexperimenta uma “separação”, a principalameaça de desastres a temer

O maior terramotode África queocorreu a 13

Dezembro de 1910na parte

meridional daactual Tanzânia

não deixounenhuma

fatalidade enenhum dano

registado.Sómente, foramdestruídos ouseveramente

danificados osedifícios coloniais

alemães. Osmétodos de

construção locaise tradicionais

eram superiores.

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 4

A redução de desastres em África

O relatório ainda acrescenta: “Asmesmas forças naturais ecaracterísticas que podem terprovidenciado os factores motrizesprincipais que culminaram com aevolução e dispersão global dahumanidade, estão ainda hojepresentes na África Oriental. Porém,agora algumas destas forças emparticular as responsáveis pelosdevastadores terramotos e erupçõesvulcânicas podem constituir umaameaça principal a vida moderna eao futuro progresso económico nomesmo ambiente tectonicamenteinstável, no qual os nossosantepassados arcaicos pela primeiravez apareceram.”

Mais de um terço de todos osterramotos ocorrem em ÁfricaMenos de 10 milímetros de“separação” todos os anos podemnão soar assim tão alarmante, masviver por cima de uma das duasplacas tectônicas instáveis éperigoso. Na África Continentalforam registrados muitos terremotossignificantes.

Um catálogo de terramotos de 1997que contém uma compilação globalde 618 terramotos intracontinentaisde uma magnitude >/= 5.3 de 1978 a1994, e 123 eventos de umamagnitude >/= a 7.0 de 1900 a 1994(ambos conjuntos de dados foramconsiderados estar completos). Umsubconjunto de números deterramotos ocorridos em Áfricacontém 280 eventos ou 38% dosdados globais do banco de dados.

“Os maiores” terramotos (demagnitude 7+) foram registados naTanzânia (1910), Quênia (1928),Líbia (1935), Argélia (1980) e Sudão(1990), isso é, foram registadoscinco grandes terramotos no SéculoXX.

Os impactos dos Terramotos emÁfricaO relatório expressa o número demortes de todos os eventos nesteperíodo na qual é comandado peloterramoto de 10 de Outubro 1980 emEl Asnam, Argélia que deixou mais

de 5000 pessoas mortas. O maisrecente terremoto da Argélia doNorte de 21de Maio de 2003 tambémdeixou pelo menos 2,266 pessoasmortas, e 10,261 pessoas feridas,180,000 pessoas ficaram sem casa, edestruiu ou danificou severamentemais de 43,500 edifícios.

Em termos de fatalidades totais, oMarrocos experimentou o piordesastre sísmico de África ocorridono Século XX, em 1960 em Agadir(magnitude 5.9). Embora o Marrocostivesse escapado ligeiramente dosgrandes terramotos de 1980 a 2002,não conseguiu escapar-se doterremoto do Estreito de Gibraltar a24 de Fevereiro de 2004 com umamagnitude 6.4 na escala de Richter,que deixou pelo menos 628 pessoasmortas, 926 pessoas feridas, 2,539casas destruídas e mais de 15,000pessoas sem casa.

No Egipto, o maior número depessoas mortas devido aosterramotos aconteceu no evento de1992 perto da cidade de Cairo emque ocorreu um terramoto com umamagnitude de 5.9. A grandeMagnitude de 7.3 do terremoto queaconteceu no Egipto em 1995 noGolfo, na região de Aqaba, numazona relativamente não habitada,resultou sómente em 12 pessoasmortas.

O maior terremoto ocorrido emÁfrica no século XX tinha a

magnitude de 7.4, porém, nãoaconteceu na África do Norte. Esteterramoto teve lugar a 13 deDezembro de 1910 em Rukwa (ouKasanga, na actual parte sudoeste daTanzânia – perto da fronteira daZâmbia-Tanzânia e da fronteira coma República Democrática do Congo).Notavelmente, este sério evento nãodeixou nenhuma fatalidade e nenhumdano fora registado, entretanto foramdestruídas e muito danificados asfortalezas coloniais alemães e suasbases militares.

Porém, com um maior crescimentoda população e urbanizaçãocrescente na região dos GrandesLagos, aumentou grandemente avulnerabilidade para os perigos deterramotos. Como resultado, muitoseventos menores deixaram algumasfatalidades e danos no Malawi(Março de 1998), RepúblicaDemocrática do Congo (Setembro de1992) e Burundi (Fevereiro de2004). Na África do Sul, os eventosverificados foram devido asismicidade induzida devido amineração muitas das vezesenvolvendo mineiros perto do focodo terramoto.

Os geo-perigos relacionados(vulcanismo, instabilidade dedeclives)Como já foi demonstrado peloseventos de Janeiro de 2002 em

Casa danificada por um terramoto em Zenouri – Argel, Argélia (Maio de 2003)

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A redução de desastres em África

Goma, na República Democrática doCongo Oriental (perto da fronteiracom o Ruanda), muitas pessoas estãoem risco devido a actividadevulcânica e/ou devido ao amplomovimento de massas de terra emdeclives íngremes.

Em Janeiro de 2002, uma série deterramotos ligeiramente moderadosmatou várias pessoas e destruiu 307edifícios no Ruanda. Esta série deterramotos estava associada com acoincidente erupção do VulcãoNyiragongo (República Democráticado Congo Oriental), a lava fluiu peloque resultou em 45 pessoas mortas,destruiu partes de 14 aldeias ecausou danos a aproximadamentemetade da cidade de Goma. Estasérie de terramotos causou umasubsidência da superfície em cercade 70 cm em Bukavu, 50 cm emGoma e 50 cm na Ilha de Idjwi (tudona República Democrática do CongoOriental).

Mais tarde, em Outubro de 2002, umforte terramoto com uma magnitudede 6.2 provocou a morte de duaspessoas em Goma, destruiu edanificou edifícios em Lwiro,Bukavu e Goma (tudo na RepúblicaDemocrática do Congo Oriental).Também foram danificados váriosedifícios em Kigali, a capital doRuanda.

“ Os mais perigosos e explosivosvulcões de Rungwe”O relatório refere que se juntaramdesastres sísmico-vulcânicos naprovíncia vulcânica de Kivu(República Democrática do CongoOriental) na qual as erupçõesvulcânicas são relativamenteinactivas e previsíveis, que podem nofuturo ser imensamente excedida nassuas consequências catastróficas poractividades ressurgentes na ProvínciaVulcânica de Rungwe a maisperigosa e explosiva. O MonteRungwe com uma altitude de 2,961m, está situado entre os LagosMalawi e Rukwa na TanzâniaMeridional. Os vulcões de Rungweestão longe de estarem extintos após8 milhões de anos de existência,embora a última erupção de Rungwe

tenha acontecido a uns 360 anosatrás.

As evidências científicasdemonstram que as grandes erupçõesexplosivas aconteceramregularmente durante os últimos40,000 anos, e que estes acontecerãoindubitavelmente novamente nofuturo. Entre Dezembro de 2000 eJaneiro de 2001, uma intensaactividade sísmica fora sentida naárea de Rungwe e ao longo da orlaoriental perto do Lago Tanganyika,deixando 600 casas arruinadas ecerca de 6,000 pessoas sem casa.Ainda, é de notar que não ocorreunenhuma magnitude máxima doseventos vulcânicos de Rungwe maiorque 4 na escala de Richter, e que agrande quantidade de danos de entãosó pode ser atribuída a grandevulnerabilidade das pessoas(construção predominantementepobre em declives íngremes,possivelmente também perto do focoe epicentro do terramoto).

De facto, muitas pessoas têm sidoatraídas para as terras altamenteférteis nas ingremes encostas dasmontanhas na área de Rungwe. Oaumento acentuado da populaçãotem resultado num aumento dapressão sobre o ambiente, criandoum efeito desestabilizante. Aagricultura e o desflorestamentodeixaram a terra desprotegida contraa erosão e aumentaram o fluxo desedimentação nos lagos queameaçam as suas biodiversidades. Odeslizamento de terras e fluxos desedimentos grosseiros bem como osproblemas de correntes de lama sãointensificados pela pressão daactividade humana descontrolada euso de terra num ambientemecanicamente instável.

Uma futura repetição?O relatório de seminário deespecialistas refere que umarepetição duma grande e explosivaactividade vulcânica sísmica naProvíncia Vulcânica de Rungweperder-se-iam vidas e meios desubsistência de pelo menos 4.7milhões de pessoas na Tanzânia

Meridional e também em algumaspartes adjacentes da Zâmbia eMalawí.

Em relação ao Grande Sistema deFalhas da África Oriental (EARS)em geral, ele compreende algumasdas áreas mais densamente povoadasdo continente africano (por exemplo;as Montanhas de Virunga regiãoentre o Uganda, Ruanda e aRepública Democrática do Congo).Uma repetição no futuro de umgrande terremoto do tamanho doevento de 1910 em Rukwa (o maiorterremoto de África do Século XX)não só teria conseqüênciasdevastadoras nestas áreas, mastambém em várias cidades (compredominância as que possuem tiposde construção ocidentalizada) nacosta oriental de África, comoMombassa (Quênia), Dar es Salaam(Tanzânia) e Beira (Moçambique).

O relatório afirma que estas cidadessão altamente vulneráveis aos danosde eventos de terramotos ao longodas ramificações orientais da GrandeSistema de Falhas da África Oriental(EARS), com um adicional problemade possíveis efeitos das ondas domar provocadas pela sísmicidade(tsunami).

Enquanto isso, os custos econômicospara as nações de África envolvidasnão são nem faceis de obter nemconfiadamente quantificados. Éprovável, que o custo econômico dosdesastres sísmicos e vulcânicosescale dramaticamente no SéculoXXI. Por exemplo o custo dos danose de rotura econômica causada emMaio de 2003 pelo terramoto daArgélia do Norte foi calculado entreos 600 milhões a 5 bilhões dedólares norte americanos.

A prevenção dos grandesdesastres de geo-perigosA luz de todos os factos e riscosacima citados, o “Seminário deEspecialistas em Nairobe sobreTerramotos e Geo-perigosRelacionados em África” discutiucomo prevenir os geo-perigos (queforma uma parte natural do Sistema

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 6

A redução de desastres em África

de Falhas da África Oriental) de setornarem em grandes desastres. peritos africanos referiram que:“Eles ja não precisam de demorarmais tempo para que aconteçamgrandes desastres se medidasapropriadas não forem tomadas paraantecipar e reduzir os seus impactos.Antecipação implica conhecimento ecompreensão…”

Eles afrirmaram que qualquer pessoado público em geral, inclusive osprofessionais de engenharia eplaneamento bem como os políticosprecisam de entender os perigososfenómenos da natureza e tambémacrescentaram que na base dessacompreensão, uma decisão pode sertomada a três níveis de compromissopara implementar as medidas demitigação e prontidão: os três níveisde compromisso são; (1)desenvolvimento de conhecimento,(2) elevação da consciência públicae educação, (3) investimentos para aprontidão.

O vital o desenvolvimento doconhecimento, consciênciapública, e prontidãoRelativo ao compromisso para odesenvolvimento do conhecimento, orelatório expressa “o nível geral de

sismicidade para as grandes áreaspode ser previsto para as próximasdécadas a centenas de anos, e quasetodos os países agora têm mapas deperigos sísmicos regionais. Umaabordagem abragente estabeleceriaas zonas geográficas maisvulneráveis e populações alvo, afimde fazer estudos detalhados eestabelecer infra-estrutura física quecontribua para uma base sólida deconhecimento fundamental.” Orelatório refere que os governos edecisores políticos deveriam criardesenvolvimento estratégico eprogramas de investimento naquelabase de conhecimento.

Elaborando sobre a necessidade decompromisso na elevação deconsciência pública e educação, orelatório diz que “o conhecimentogeológico dominado pelosespecialistas pode só produzir largosbenefícios quando ele se tornaaplicável atravêz de acções de umpúblico informado (Nuhfer, 1994),”acrescentando: “Em África, anecessidade não é para abordagensde alta-tecnologia sofisticada, comoa pesquisa de previsão, sistemas deaviso prévio, mas para a melhorprontidão da comunidade afim depoder viver com os terramotos deforma a que a necessidade para aprevisão seja reduzida. Aumentar aconsciência… é muito mais efectivoter como alvo as partesinfluenciaveis da comunidade quefreguentam as escolas, atravêz demelhores programas educacionaissobre ciências da terra (Ledermann,1995).”

Sobre o compromisso para osinvestimentos na prontidão, orelatório refere que este é umprograma de assistência técnica queenvolve planeamento concertadopara a redução de desastres oumitigação. O relatório também refereque é assumido frequentemente quetal assistência técnica,implicitamente é de paisesdesenvolvidos para países emdesenvolvimento. Contudo a ajudapoderia incluir assistênciaarquitectónico e de engenharia emmelhoramento de obras, desenho econstrução, etc.; porém, a lição do

evento de 1910 em Rukwa (naTanzânia Meridional) mostrou queaquelas técnicas de construçãolocais, tradicionais são superiores(significando que aqueles centrosurbanos africanos compredominância de tipos deconstrução ocidental são maisvulneráveis). O relatório acrescentaque no contexto africano, aimplementação de medidas deredução de desastres deve serprecedido por colheita de informaçãode base de como as tradições locais eos métodos de construção têm seadaptado historicamente ao ambientenatural.

O caminho a seguirEnquanto isso, como primeiro passo,os peritos de áfrica estabeleceramum Grupo de Trabalho deGeotectónica de África, Sismologia ePeritos de Geo-perigos e emitiram 10recomendações, incluindo oseguinte:• O presente Grupo de Trabalho

constitui por si só o núcleocontinental representante doComité Africano Consultivosobre Terramotos e Geo-perigosRelacionados a Terramotos emÁfrica (AACEG) o qual, entreoutras coisas, agirá como osuporte formal do Grupo deTrabalho de Africa sobre aRedução de Risco de Desastres,AWGDRR (estabelecido noinício deste ano).

• O Comité Africano Consultivosobre Terramotos e Geo-perigosRelacionados a Terramotos emÁfrica (AACEG) deveria serassistido no estabelecimento decontactos com os organismos daComunidade Econômica Re-gional (REC) afim de elevar aconsciência pública sobre osimpactos potenciais dosterremotos e desastresrelacionados aos terremotos, nosseus planos de desenvolvimentoeconómico, e organizar oprimeiro seminário de formaçãopara a região da Comunidadepara o Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC),idealmente no início do ano2005.

Em África, anecessidade não é

de abordagenssofisticadas de

alta-tecnologia…mas uma melhor

prontidão dacomunidade para

viver com osterramotos - de

forma que anecessidade para

“prognósticar” sejareduzida

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 7

• Em cooperação com asPlataformas Nacionais daEstratégia Internacional paraRedução de Desastres NU/EIRD,agências governamentaispertinentes, Organizações Não-Governamentais e comunidadeslocais afectadas, projectos pilotoregionais deveriam seridentificados durante o anovindouro (2004-2005).

• O Comité Africano Consultivosobre os Terramotos e Geo-perigos Relacionados aTerramotos em África (AACEG)deveria convocar um Simpósioespecial sobre Terremotos deÁfrica e Relacionados Geo-

perigos para o próximo 21ºCollóquio de Geologia Africana ater lugar em Maputo,Moçambique, em 2006.

A este “Seminário Especialisado emTerramotos e os seus RelacionadosGeo-perigos em África” tambémestiveram presentes a OficialRegional Sênior Sra. Feng Min Kanda NU/EIRD África e Sra.Noroarisoa Rakotondrandria.

Os 11 peritos africanos incluíam osdelegados das Universidades locaisdo Quénia e da companhia quenianageradora de energia eléctricaKenGen - dos quais as instalações daenergia eléctrica e geotermal podem

ser adversamente afectadas pelaactividade dos terramotos do Sistemade Falhas da África Oriental.

2. O Monte Rungwe com uma altitude de 2,961 m, naTanzânia Meridional, está situado entre os Lagos Malawie Rukwa.

3. O seu particular evento durante a qual só as missõescoloniais alemãs e as bases militares (com construção detipo ocidental) sofreram um pesado dano. O relatóriorefere que os métodos de construção locais e tradicionais–adaptados historicamente ao ambiente natural – sãosuperiores.

4. Um dos papéis do Comité Africano Consultivo sobre osTerramotos e Geo-perigos Relacionados a Terramotos emÁfrica (AACEG) é de ser um catalizador e facilitador decriação e realização de actividades de advogacia econsciencialização pública, onde os esforçoscoordenados são necessários para o progresso naprevenção dos desastres provocados pelos terramotos.

Sr.Wolfgang Stiebens & DoutorChristina BollinAgência Alemã para a Cooperação Técnica,Maputo, Moçambique

A Agência Alemã para a CooperaçãoTécnica, GTZ, tem ajudado nareconstrução do resistente cicloneatravêz dum projeto de ajuda deemergência e da introdução dasprimeiras medidas de gestão de riscode desastres (DRM) na Província deSofala, Centro de Moçambique. Aodistrito do Búzi foi dada a maiorênfase ao apoio de abordagenspreventivas.

Os primeiros resultados positivosDevido à importância do assunto etambém devido aos primeirosresultados positivos, o tópico foiintegrado como tópico transversal noPrograma para a Ajuda de

MOÇAMBIQUE: Agência alemã ajuda aintegrar a gestão de risco de desastres nodesenvolvimento rural

Desenvolvimento Rural para as trêsprovíncias do Centro deMoçambique em 2003.

A abordagem sobre a gestão de riscode desastres compreende osseguintes elementos importantes:

• Sensibilização e formação dascomunidades das aldeias eAdministrações de Distrito emgestão de risco de desastres

• Estabelecimento de comitéslocais de gestão de risco dedesastres nas comunidades dasaldeias

• Avaliação de risco participativo

• Estabelecimento de um sistemade aviso prévio para as cheias emcooperação com as comunidadesdas aldeiaas e as respectivasinstituições técnicas (ServiçosHidrológicos e Meteorológicos anível provincial)

• Ajuda na criação de relações detrabalho entre os princípaisactores na gestão de risco dedesastres, como:

o Líderes locais a nível dealdeia

o Governo do Distrito com oseu comité de proteção dedesastres

o Autoridades de gestão dedesastres e o comité técnicode proteção de desastres comotambém as autoridadestécnicas acima mencionadas

o Governo Provincial

O enfoque nos distritosvulneráveis aos desastresUm dos príncipais objetivos doPrograma (para a Ajuda aoDesenvolvimento Rural) é aintegração da gestão de risco de

A redução de desastres em África

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 8

desastres dos distritos vulneráveisaos desastres nos planos dedesenvolvimento desses mesmosdistritos.

Isto visa à designação institucionalde responsabilidades, convertendo otópico numa parte consciente dasestratégias de desenvolvimento,garantindo assim a sustentabilidadedas medidas preventivas.

Porém, a determinação dosignificado de gestão de risco dedesastres para o planeamento dodesenvolvimento dum distritodepende do respectivo risco.

Seminário para os funcionários dedesenvolvimento, e de gestão derisco de desastres dos districtosActualmente, a gestão de risco dedesastres não está ou só estáparcialmente contida nos planos dedesenvolvimento dos distritos.Portanto, um seminário sobre aintegração da gestão de risco dedesastres nos planos dedesenvolvimento dos distritos

realizou-se no Búzi, Província deSofala, de 16 a 17 de Setembro de2004, com os seguintes objetivos:

• Troca de informação eexperiências entre osrepresentantes de vários distritoscomo também dos planeadoresdo processo, dum lado, eplaneadores da gestão dedesastres doutro.

• Compilação dos elementosnucleares e/ou de modelos dedesenvolvimento para aintegração de gestão de desastresnos planos de desenvolvimentode distrito.

No seminário de dois dias, na qualtomaram parte particularmente osperitos responsáveis peloplaneamento de desenvolvimento dosvários distritos e províncias, foramestabelecidas as bases para aintegração da gestão de risco dedesastres nos processos deplaneamento.

Os resultados essenciais constituemuma estrutura fundamental para a

integração, bem como asrecomendações servem para aconsolidação dos conteúdos degestão de risco de desastres nasestratégias de desenvolvimento eplanos de acção.

A definição da Estrutura básicaO Ministério de Plano e Finanças deMoçambique apelou para um modelomulti-faseado de planos dedesenvolvimento do distrito queserviu de orientação para osparticipantes do seminário. Osparticipantes lançaramrecomendações de como e em quefase integrar a gestão de risco dedesastres no processo deplaneamento do desenvolvimento.

A estrutura básica definida estáilustrada na seguinte tabela.

A fase inicial foi particularmentedada muita importância: se osactores nesta fase, ou pelo menosparte deles, estivessem familiarizadoscom a gestão de risco de desastres eacreditassem na sua importância parao distrito, o tópico provavelmentejogaria também um papel importanteno planeamento. A análise de riscodentro da 2ª fase é decisiva emtermos de metodologia.

Os actores essenciais para aintegração da gestão de risco dedesastres também foram identificadosdentro deste contexto e dado ênfaseao papel especial do Administradordo Distrito que é o responsável tantopelo plano de desenvolvimento dodistrito como também pela gestão derisco de desastres a nível do distrito.

Desejo duma abordagemindependente para a Redução deRiscos de Desastres (DRM)Com respeito as fases 3 e 4(desenvolvimento da estratégia eplano de acção), uma das perguntasprincípais foi se a gestão de risco dedesastres teria que ser incorporadaexplicitamente como um tópicoindividual (capítulo) ou depreferência como um tópicotransversal nos sectores como aagricultura, etc.

A redução de desastres em África

Fase d ist r i ta l de p l a n e a m e n t o d o

desenvo lv imento 1

R e c o m m e n d a ç õ e s p a r a a i n t e g r a ç ã o d a g e s t ã o d o r i s c o d e d e s a s t r e s

1 Equ ipa de Per i t os (ETP) e Pub l i cação

Sens ib i l i zação do governo d is t r i ta l , EPAP 2 e E T P 3 pa ra a necess idade e poss ib i l i dades da ges tão de r i sco de desas t res

Ob jec t i vo : Pe r í c ia do DRM se rá cons ide rada ao se de f in i r a equ ipa de per i tos ou ao que fô r “ vend ido” à todos os par t i c ipantes

2 Anál ise da s i tuação in ic ia l Aná l i ses das vu lne rab i l i dades e pe r i gos , bem como das reg iões em per igo e das capac idades ex is ten tes ; uso de mapeamen to de r i s co nas l oca l i dades

Ob jec t i vo : Cons ideração do r i sco de desas t res na aná l ise in ic ia l e ident i f i cação dos prob lemas; envo l v imen to da popu lação

3 Desenvo l v imen to da es t ra tég ia de desenvo lv imento

Est ratégias de desenvo lv imen to pa ra reduz i r vu lne rab i l i dades com par t i cu la r cons ide ração para a capac i tação

Ob jec t i vo : Ges tão de r i sco de desas t res como par te in tegran te da es t ra tég ia de desenvo lv imento

4 Desenvo l v imen to do pr o g r a m a d e a c ç ã o

Def in i ção de ac t i v idades suas responsab i l i dades e as poss íve is fon tes de f i nanc iamento pa ra a ges tão de r i sco de desas t res

Ob jec t i vo : Es tabe lec imen to de bases pa ra a imp lemen tação da ges tão do r i sco de desas t res na base da es t ra tég ia .

5 Rev i são e ap rovação pe lo governo Prov inc ia l

6 I m p l e m e n t a ç ã o e m o n i t o r a m en to

In teg ração da ges tão de r i sco de desas t res no s i s tema de mon i t o ramen to .

1 D e a c o r d o c o m a s d i r e c t r i z e s d o M i n i s t é r i o d o P l a n o e F i n a n ç a s d e M o ç a m b i q u e p a r a o p l a n e a m e n t o d o d i s t r i t o , 1 9 9 8 1 EPAP: Equ ipe de conse lhe i ro s d o G o v e r n o P r o v i n c i a l p a r a o p l a n e a m e n t o d o d e s e n v o l v i m e n t o d o s d i s t r i t o s 1 E T P : E q u i p e d e p e r i t o s a o n í v e l d i s t r i t a l , d e s e n v o l v e n d o o p l a n o s o b a o r i e n t a ç ã o d o A d m i n i s t r a d o

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Neste ponto foi considerado erecomendado como decisivodescrever a gestão de risco dedesastres nos distritos vulneráveiscomo um tópico individual daestratégia de desenvolvimento. Asactividades derivadas podem serdescritas então em conexão comoutros sectores ou podem sermarcadas individualmente nosrespectivos sectores (por exemplosistemas de irrigação paraagricultura) para fazer justiça ànatureza transversal-sectorial doassunto.

O seminário desenvolveu um modelode dois passos que, essencialmente,requer uma abordagem independentepara a gestão do risco de desastres.As actividades derivadas serãodeterminadas então nos planos deacção do sector. Se necessário, podeser introduzida uma categoria

individual para a gestão de risco dedesastres.

A extensão do processo a outrasáreasO seminário teve lugar quando osparticipantes já tinham um pouco deexperiência tanto de planeamento dedesenvolvimento do distrito como degestão de risco de desastres. Alémdisso, o processo de planeamento dodesenvolvimento do distrito aindaestá na sua fase inicial na maioriados distritos das províncias deSofala, Inhambane e Manica noCentro de Moçambique, o quesignifica que os resultados doseminário podem ainda influenciaros procedimentos adicionais. Isto, étambém verdade para as outrasprovíncias.

O seminário desenvolveu pontos departida importantes para este

processo em termos de conteúdos emetodologia.

Apesar deste significante progresso,o seminário pode ser todavia, só ocomeço de um processo, visto que,vários pontos importantes nãopoderam ser clarificados nestecontexto e/ou precisam de umaelaboração a longo prazo.

Então, agora objectivo é avançarcom o desenvolvimento destasabordagens nos distritos vulneráveisaos desastres do Centro deMoçambique. Adicionalmente, osresultados serão discutidos com osactores nacionais e internacionaisque apoiam o desenvolvimento e aimplementação dos planos dedesenvolvimento dos distritos nasvárias províncias do país.

A redução de desastres em África

Objectivo específico 1 e.g. agricultura

Objectivo específico 2 ex. infrastructura

Objectivo específico 3 Gestão de risco de desastres

Especificação e definição das actividades relevantes para a gestão de risco de desastres

Plano de acção 1 Agricultura com gestão de risco de desastres

Plano de acção 2 Infrastructura com gestão de risco de desastres

Plano de acção 3 Gestão de risco de desatres possivelmente como parte da Administração do Districto

Especificação e definição das actividades relevantes para a agricultura

Especificação e definição das actividades relevantes para a infrastructura

etc etc

Definição do objectivo do desenvolvimento do districto (Visão)

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A redução de desastres em África

CHADE: Impactos da desertificaçãoalarmantes e disposta a nova estratégia

Sr. Mikail Abakar Ibrahim,Engenheiro de silvicultura,Director Adjunto, Departamento de Pesca e deexploração Pesqueira,Ministério do Ambiente e Recursos Hídricos doChade,Ndjamena, Chade

A desertificação é umacaracterística do Chade, umpaís do Sahel. Mas os seusimpactos actuais sãoalarmantes. A degradação dosrecursos naturais permanece,sem nenhuma diminuição, narealidade até mesmo“acelerada.” O país teve querever algumas das suasprioridades.

Os impactos económicos e sociais dadesertificação são alarmantes nonorte do Chade. A região queinvariavelmente experimentou adesertificação é em termosecológicos vulnerável à erosãocausada pelo vento (erosão eólica).

De facto, o equilíbrio ecológico temestado a afectar a região. A chuvareduzida resultou na redução davegetação e teve um grande impactonos meios de subsistência daspessoas e na estabilizaçãorelativamente geral das dunas deareia bem estabelecidas.

O país tem uma área total de1,284,000 km2. O seu clima é quentee seco com uma distribuição fraca dechuva tanto no espaço de tempo bemcomo geograficamente. No paísexistem três zonas ecológicasprincipais (correspondendo a cincoáreas bioclimáticas): a zonasahariana (chuva abaixo de 200 mm)caracterizada por uma estepe deespinho, a zona Saheliana (chuvaentre 200 a 600 mm) de estepes deárvores relativamente degradadas, ea zona Sudanesa (chuva entre 600 a

1,200 mm) com árvores e savanaarborizada e escassas florestasarborizadas.

90% dos meios de subsistênciabaseados nos recursos naturaisSendo o Chade um país deorientação agrícola e de pecuária(acima da metade do país é orientadopara o gado), 90% dos meios desubsistência do país é baseado emrecursos naturais.

O Chade também tem um enormepotencial de minérios (petróleo,ouro, ferro, estanho, tungstênio,urânio, etc.). As reservas de petróleode Doba estão sendo desde finais de2003 exploradas com uma produçãocalculada de um (1) bilhão de barrispor um período de 25 anos.

A rede hidrográfica do país inclui oRio de Chari (e seu afluente,Logone), lagos (incluindo o LagoChade), cursos d’água permanentese sazonais e lagoas – em grandenúmero que contribui para orecarregamento dos aquíferos dazona de Sahel. É de notar, que estesrecursos de água poderiam serbastantes para satisfazer asnecessidades da agrofloresta,irrigação, gado e da actividade depesca.

Relativo à fauna, o país possui doisparques nacionais e várias coutadasde caça (elefantes, leões, hienas,antílopes, gazelas, girafas, etc.). Porexemplo, o Park de Zakouma(300,000 ha) é o abrigo de váriasespécies de animais que foramafectadas mais ou menosadversamente pelos eventos queaconteceram no país. Porém, osparques estão sendo reabilitados deuma maneira satisfatória.

Como para os recursos depesqueiros, o sector pesqueiro é umadas prioridades do presente governo.

Realmente tem um enorme potencialde desenvolvimento enorme e podecontribuir significativamente para aredução da pobreza no Chade.

Em poucas palavras, os recursosnaturais do país constituem umcapital vital para a economianacional. A sua água e o potencialagronómico e pecuário só, seriabastante para promover odesenvolvimento rural sustentável.

A degradação « acelerada »Porém, estes recursos naturais estãoenfrentando pressões extremasligadas a variações hydro-ecológicas.Por mais de três décadas, estesrecursos sofreram um grandedecréscimo, realmente até mesmoaceleraram a degradação causadapela combinação de vários factores,incluíndo as condições climáticasseveras, alto crescimento dapopulação humana e animal einstabilidade política.

Como resultado, o potencialbiológico e físico do país éexplorado em excesso, o que conduza degradação dos elementos físicos,erosão devido ao vento e a erosãodevido a chuva, aumento doretraimento e estreitamento de cursosde água , diminuição da fertilidadedo solo e o desaparecimento deespécies de plantas, animais e depeixe.

Os problemas ambientaisDe facto, o país está experimentandoproblemas ambientais, sendo osprincípais os seguintes:

• A siltação do oásis e o cultivo emáreas baixas, pontos de água eáreas povoadas;

• A proteção e regeneração do soloe preservação da água e da terra;

• A roteção e reabilitação dosrecursos florestais e pecuários;

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 11

A redução de desastres em África

• O desequilíbrio entre ofornecimento e a procura dea conservação da natureza (faunae flora);

• A gestão de resíduos sólidosdomésticos e o envelhecimentodos sistemas de drenagem daságuas da chuva; e

• A gestão das terras do interior e aintensificação da produçãoagrícola.

Relativo à desertificação, graças apotencial relação precipitação-evapotranspiração (Índice de Riquere Roseti, 1976), a definição dedegradação (como degradação dezonas áridas, semi-áridas e sub-húmidas) do Programa das NaçõesUnidas para o Ambiente (UNEP)ajuda a subdividir o Chade em trêszonas principais: uma zona árida,uma zona semi-árida e uma zonasub-húmida.

As causas de desertificação sãofundamentalmente de duascategorias: naturais e artificiais. Ascausas naturais no Chade incluem aseca cíclica - que foi observada defacto durante as quatro décadas - e aescassez de chuva (em todos osterceiros anos). As causas artificiaissão, em ordem de importância, odesflorestamento para uso da energialenhosa e de outras necessidades, apastagem excessiva e os incêndios.

A nova abordagem dedesenvolvimentoAs abordagens de desenvolvimentoconsideradas até à alguns anos atráspara confrontar-se com estesproblemas tinham um impacto muitolimitado. A orientação de cima parabaixo e tecnocrática, a base dereflorestamento e a orientação agro-industrial, não tomaram em conta ofactor ecológico e as preocupaçõesdas populações locais.

Foi neste contexto, que asautoridades do Chade proposeramuma política fortemente orientada adescobrir soluções para inverter oprocesso de degradação e contribuirefectivamente para melhorar ascondições de vida dos camponeses.

Portanto, como parte dos esforçoscontínuos de combate àdesertificação, o Chade definiuclaramente desde o ano 2000, as suasprincipais prioridades nacionais daseguinte forma: a protecção e aregeneração dos recursos naturais, odesenvolvimento de um planonacional, o fortalecimento dosquadros gerais institucionais bemcomo o melhoramento dos sistemasde proteção.

As novas orientações estratégicasA política de desenvolvimento ruraldo governo de Chade submetida aosdoadores em Junho de 1999 está afavor de um desenvolvimento queopera dentro de um ambientesaudável destituído de todas asformas de poluição, e dumequilibrado desenvolvimento sócio-económico realizado atravêz dumagestão racional de recursos naturais,conservação e acesso legítimo aosrecursos naturais e diversidadebiológica, assim como do controle dadesertificação e dos recursos deágua.

As orientações estratégicas para sealcançar os objetivos acimamencionados são: a regeneração doselementos degradados, o alerta econsciencialização das comunidadeslocais sobre as suas responsabilidadese o fornecimento de água para beberás pessoas e ao gado.

No que diz respeito à implementaçãoda Política de Proteção do AmbienteNacional, têm sido feitas cumprir asvárias providências legais existentes,inclusive Lei a 14/PR/98 sobre osprincípios gerais para a proteção doambiente, a Lei 24 de 24 de Julho de1987 sobre a propriedade de terra e odireito consuetudinário (e o decretoque declara as medidas para aexecução da Lei), Ordem 510 de 8 deAgosto 1995 sobre o reflorestamentopara as comunidades e indivíduos, eo estabelecimento da SemanaNacional da Árvore.

O Chade também ratificou asconvenções e tratados inclusive aConvenção da Organização dasNações Unidas sobre o Combate a

Desertificação (UNCCD), a estruturada Convenção da Organização dasNações Unidas sobre as MudançasClimáticas (UNFCCC), a Convençãoda Organização das Nações Unidassobre a Diversidade Biológica(CBD), a Convenção de Viena sobreas Substâncias que afectam aCamada de Ozono e a Convençãosobre os Produtos OrgânicosPersistentes (POPs).

Por uma gestão saudável esustentávelO controle da Desertification é umcomponente principal da Política deProteção do Ambiente Nacional doChade. Isto foi traduzido em formasconcretas por um Plano Nacional deAcção para o Controle daDesertificação (PAN/LCD emfrancês) cujas as orientaçõesestratégicas são as seguintes:

• A protecção e a regeneração dosrecursos ambientais.

• O desenvolvimento de um planonacional para a cidade e oplaneamento regional.

• O melhoramento dos sistemas deprodução e o fortalecimento doquadro geral institucional.

É de notar, que os objetivos do PAN/LCD combinam com os objectivosda Política de DesenvolvimentoRural, especialmente no campo dagestão de recursos naturais edesenvolvimento, e daqueles daconservação potencial da produção eda diversidade biológica.

Também o Plano Nacional de Acçãopara o Ambiente (PNAE em francês)constitui uma estrutura sistemáticapara a discussão dos assuntosambientais com a finalidade dediagnosticar, identificando asestratégias e as acções - comotambém as suas modalidades deimplementação técnica, institucionaise financeiras. O Plano Nacional deAcção para o Ambiente (PNAE)procura chegar a uma estratégia queseja conducente a uma gestãosaudável e sustentável de recursosnaturais e do ambiente.

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 12

A redução de desastres em África

Por último, mas não menosimportante, existe a Agência paraEnergia Doméstica e Ambiente(Agence vertem l’énergie domestiqueet l’environnement em francês) cujoo objectivo é promover energiasrenováveis para substituir ocombustível lenhoso. Para se reduzira pressão sobre os recursosflorestais, a agência apoia a gestãodas terras do interior alertando aoscamponeses sobre as suasresponsabilidades e encorajando-os arecorrer as novas técnicas ehabilidades de poupança de energia ea outras fontes de energia que podemsubstituir o combustível lenhoso.

Os escassos recursosO Plano Nacional de Acção para oControle da Desertificação (PAN/

Sr. Maaboub MaalimSecretário Permanente, Ministério dos ProgramasEspeciais,Escritório do Presidente,Nairobe, Quénia

O Quénia é geralmente subdivididaem quatro meios de subsistência/sistemas de produção: pastoral, agro-pastoral, agricultura marginal eagricultura de alto potencial. Avulnerabilidade a insegurançaalimentar é mais alta entre ascomunidades de pastores residentesem toda a Provincia do Nordeste epartes do Rift Valey, Província daCosta e a Província Oriental. Isto édevido, as frequentes secas, as cheiasocasionais, a pobre infraestrutura, ainsegurança, aos poucosdiversificados meios de subsistênciaou poucas maneiras de ganhar a vida,a pobre infraestrutura de mercado degado, entre outros factores.

O segundo grupo com altavulnerabilidade a insegurançaalimentar compreende osagricultores de pequena escala e osagro-pastores de pequena escala dasáreas semi-áridas da ProvínciaOriental e terras interiores daProvincia da Costa e as terras baixasda Província de Nyanza, (a oeste doQuénia). Nestas regiões, osprincipais meios de subsistência sãoa produção de alimentos e em menorextensão a produção de gado. Asfrequentes secas e deficientes ou nãoadequadas práticas de agriculturacausam a insegurança alimentarnaquelas áreas.

As áreas de grande potencialcompreende partes do Rift Valley, amaior parte do Ocidente e das terrasaltas de Nyanza (no Oeste) naProvíncia Central e na ProvínciaOriental. Estas áreas são geralmentecompreendidas como áreas com

Gestão da Seca e Coordenação daSegurança alimentar no Quénia

LCD em francês) gira a volta dequatro orientações estratégicas:

• A transferência deresponsabilidades de gestão derecursos naturais para ascomunidades rurais

• A consciêncialização,informação, formação e trabalhode extensão

• A promoção de sistemas deprodução ambientalmente sãs

• O estabelecimento dum quadrogeral institucional conducentenão só a integrar odesenvolvimento e ambiente mastambém a actividade inter-sectorial

É digno recordar, que o Chaderatificou a Convenção daOrganização das Nações Unidas para

o Combate a Desertificação(UNCCD) e desenvolveu programasnacionais que providenciarammelhor coordenação e focalizaramacções de controle e combate àdesertificação. O Lei daDescentralização do país tambémoferece uma oportunidade paraalertar as comunidades rurais sobreas suas responsabilidades.

Embora a desertificação seja umperigo com impactos desastrosos emecossistemas, só os escassos recursosdo Governo não podem, somente,consequir tratar este assuntoeficazmente. Consequentemente hánecessidade de mobilizar apopulação e a comunidadeinternacional para se ter maisrecursos disponíveis.

segurança alimentar, contudo partesdestas áreas experimentamocasionalmente insegurançaalimentar no caso de secas severas.

A seca mais frequente e maisseveraAs secas são os princípais desastresque afectam a maioria das partes doQuénia, especialmente as áreaspastorícias, agro-pastorícias e asáreas de agricultura marginal. Nosúltimos 100 anos, foram registadascerca de 28 secas no país. A maioressecas foram registadas nos seguintesperíodos: 1983/1984, 1991/1992,1996/1997 e 1999/2001. Isto mostraque as secas têm se tornado maisfrequentes e mais severas no Quénia.A seca ocorrida em 1999-2001 foi apior dos últimos 100 anos.Esta secaafectou muitas partes do paísincluindo algumas áreas de grande-

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A redução de desastres em África

potencial agrícola. No seu pico ouponto mais alto 4.5 milhões depessoas perderam os seus meios devida/sustento e mecanismos desubsistência e tinham que dependerinteiramente dos alimentos de ajudafornecidos conjuntamente peloGoverno do Quénia e pelosdoadores.

Para conter a situação, o Governo e acomunidade doadora implementaramum Programa Operacional deEmergência (EMOP) durante operíodo de Fevreiro de 2000 aSetembro de 2002 a um valorligeiramente superior a 360 milhõesde dólares americanos paraintervençoes na alimentação, emitems não-alimentares e na logística.

Para gerir as frequentes secas e seusimpactos especialmente naspopulações mais vulneraveis dasTerras áridas e Semi-Áridas (ASAL),o Governo do Quénia, juntamentecom as relevantes partes interessadasno referido assunto, estabeleceramvários sistemas de aviso prévio deinsegurança alimentar, assim comosistemas de monitoramento de secasque fornecem, atempadamente,informação exacta e credivel para oplaneamento e tomada de decisão.

Em adição, o Quénia estabeleceuuma estrutura de coordenação desegurança alimentar (A Assembleiasobre a Segurança Alimentar noQuénia) que colocou juntos todas aspartes interessadas que tratam deassuntos relacionados à segurançaalimentar do país, incluindo osMinistérios do Governo e seusrespectivos Departamentos,doadores, Organizações Não-Governamentais, e as agências dasNações Unidas, entre outras.

Disponiveis sistemas de avisoprévioO Quénia possui sistemas chaves deaviso prévio para a segurançaalimentar e sistemas demonitoramento de secas queregulam, colecionam e analisam osdados relacionados a alimentação,tais como a precipitação, a produçãoanimal, a produção alimentar, os

preços e o mercado entre outroselementos.Os principais sistemas de avisoprévio estão baseados nos Escritóriosdo Presidente da República (Projectode Gestão dos Recursos das TerrasÁridas) e nos Ministérios daAgricultura, Transporte eComunicações e DesenvolvimentoNacional e Planeamento. O Projectode Gestão dos Recursos das TerrasÁridas encarrega-se das actividadesde gestão de seca que compreendemas actividades de aviso prévio,prontidão e planos de contigênciapara 22 districtos das terras áridas esemi-áridas do Quénia, e integra asactividades de provisão deinformação de aviso prévio com asactividades de mitigação.

Um desastre “Nacional” em 2004Anterior a declaração da emergênciade seca este ano, a Assembleia deSegurança Alimentar do Quénia(KFSM) analisou numa basecontínua os relatórios de avisoprévio da segurança alimentar. Asavaliações de campo das multi-agências tinham também sidoconduzidas, cobrindo as áreaspastorícia, e marginais e a Provínciada Costa. Todos os relatórios deaviso prévio e avaliação, indicaramque o desempenho para o ano 2003seria de “poucas chuvas” e que parao ano de 2004 seria de “longo perído

de chuvas” que têm sido fracas emmuitas áreas do país. As fracaschuvas, durante estas duas estações,em combinação com os efeitoscumulativos da seca de 1999 a 2001em algumas áreas do país, tinhampiorado a situação da segurançaalimentar, especialmente nas zonasáridas e semi-áridas. As áreas maisafectadas incluem a Províncias daCosta, a Província do Nordeste e amaior parte das Provincias Orientale do Rift Valey. O Governo doQuénia tem gasto enormesquantidades de recursos para tentartravar a situação da fome nosdistrictos mais afectados. Como aseca continuava a piorar, maispessoas e mais districtos foramafectados.

Em Julho de 2004, a Assembleia deSegurança Alimentar do Quénia(KFSM) estimou que 3.3 milhões dequenianos, incluindo 1.5 milhões decrianças em idade escolar, em 26districtos do país, foram os maisafectados e estiveram na extremanecessidade de ajuda alimentar.

Resposta de emergência integradaPara conter inteiramente a situaçãoda seca no país, foram postas emprática, elaboradas medidasintervenção, no que diz respeito àalimentação e items não-alimentares.O Governo e os parceiros dedesenvolvimento prepararam

Fome devido à seca no Quénia

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conjuntamente um plano decontingência integrado cobrindo umpeíodo de seis meses (de Agosto aFevereiro de 2005) com aperspectiva de minimização dosimpactos negativos da seca na vidadas pessoas, meios de subsistência ena economia em geral da populaçãoafectada. É assim estimado que 166000 metros cúbicos de seleccionadosalimentos seriam necessários para osseis meses (de Agosto a Janeiro de2005), em acréscimo foram tambémpedidos outros items não-alimentares. Neste estágio, amagnitude do problema tinhaatingido um nível que o Governo doQuénia sózinho não poderia sercapaz de tratá-lo.

O Presidente da República doQuénia, o Sr. Mwai Kibaki, por issodeclarou a presente situação de secacomo um Desastre Nacional emJulho de 2004 para possibilitar aoGoverno de poder ter ajuda dosparceiros de desenvolvimento.

Todos os alimentos doadosprovenientes de fora do país estãosendo coordenados e recebidos peloPrograma Mundial da Alimentação(WFP) em nome da Assembleia deSegurança Alimentar do Quénia(KFSM). Os donativos recebidoslocalmente são canalizados para aSociedade da Cruz Vermelha doQuénia.

As agências de liderançaUma vez que as necessidades decomida por distrito e por mês,baseados no número de pessoasnecessitadas, já tinham sidopreparados pela Assembleia deSegurança Alimentar do Quénia(KFSM), toda a alimentação foientreque pela Assembleia deSegurança Alimentar do Quénia(KFSM) ao Programa Mundial deAlimentação, que, por seu ladoentrega a comida as agências deliderança (a maior parte asOrganizações Não-Governamentais). É a agência deliderança, em cada um dos districtos

afectados, que finalmente distribui acomida aos beneficiários, usando oscomités de base comunitáriaestabelecidos.

O tal sistema de Distribuição porAlvos de Base de Comunitária(CBTD) assegura que as populaçõesvulneraveis de todas as áreascobertas pelo Programa Operacionalde Emergência (EMOP) recebamadequadamente a comida. Adistribuição dos items não-alimentares são tratados da mesmaforma.

O progresso sobre a resposta doapelo do GovernoA resposta ao apelo do Governo temsido encorajante. Até aqui, asdoações totais de comida – actuais eprometidas – perfaz 66 por cento dasnecessidades. O Governo do Quéniaentregou 45000 metros cúbicos detoneladas de productos alimentaresao EMOP (programa Operacional deEmergência). Mais donativos atravêzda emergência estão a ser esperados,estes comprenderão tanto deproductos alimentares bem como deitems não-alimentares.

Lições aprendidasAs lições aprendidas apartir daabordagem acima e das operaçõessão:1. As condições de trabalho/

estruturas de resposta são oespinha dorsal ou o suporte dasboas intervenções durante asemergências.

2. Mais productos necessários a serdados por interesse das agênciasnão-governamentais com oobjectivo inteiramente de apoiaro trabalho deve ser realizadoatravêz das estruturas existentespara que o processo sejatranparente e eficiente.

3. Os Ministérios chaves doGoverno do Quénia necessitamde estar melhor envolvidos narespostas aos desastres em vez deconfinar-se nos seus usuais

mandatos de desenvolvimento (anova estabelecida PlataformaNacional do NU/EIRD podeajudar).

4. A flexibilidade dos sistemas émuito importante, Por exemplo, aUSAID pode rapidamentepermitir a conversão dos seusproductos alimentares sob o títulode Programa 2 para a ajuda, oPrograma Mundial deAlimentação pode converter osseus Programas de génerosalimentares em actividades deajuda, o Governo do Quénia podemobilizar alguns recursos para aimportação de milho, o BancoMundial pode emitir um “no-objection” para libertar fundosextras apartir do seu credito emmenos de uma semana.

5. Manter uma reserva de cereais ébastante crítico.

6. A Assembleia de SegurançaAlimentar do Quénia (KFSM)necessita de fazer mais esforços eactividades no que concerne apreparação de items não-alimentares.

7. A nivel distrital, os Grupos deDirecção (DSGs) são muito utéise não se pode dispensá-los. Orecente Seminário de Capacitaçãosobre Desastres para os Gupos deDirecção (DSGs) ajudoubastante, particularmente nosdistrictos onde o Projecto deGestão dos Recursos das TerrasÁridas não esta operacional. Osdistritos com o Projecto deGestão dos Recursos das TerrasÁridas estavam muito maisadiantados na realização dasactividades de ajuda.

8. A avaliação Rápida multi-sectorial adoptada pelaAssembleia de SegurançaAlimentar do Quénia (KFSM) émuito útil para uma eventualmobilização de recursos.

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 15

A redução de desastres em África

Sr. Haretsebe MahosiDirector Geral,Autoridade de Gestão de DesastresMaseru, Lesoto

O Sr. Haretsebe Mahosi, o Director-Geral da Autoridade de Gestão deDesastres do Lesoto, disse aosgestores de desastres da ÁfricaAustral para se pôr fim ao que eledenominou da [habitual]“lamentação” que na gestão derisco de desastres tem permanecidopouco entendida pelos Governos,políticos, organizações não-governamentais (NGOs),organizações empresariais e “todo omundo.”

Ele declarou:”Nós temos que fazer anossa própria advocacia para anossa causa. Nós temos quepromover e nos posicionar. Nóstemos que tirar proveito do nossolugar dentro da hierarquia dosGovernos. Nós temos quedemonstrar o nosso conhecimento econvencer os nossos Governos e aspessoas que nós nos importamos epreocupamo-nos. Nós temos quefazer com que os nossos Governospercebam e entendam a amplitude eprofundidade da gestão de risco dedesastres.”

Ele fez estes comentários acimamencionados durante a SegundaSessão de um Seminário Regionaldas partes interessadas sobre aGestão de Risco de Desastres queteve lugar em Johannesburg, Áfricado Sul, de 9 a 11 de Novembro de2004, organizado pelo Programadas Nações Unidasa para oDesenvolvimento, PNUD, emparceria com a Comunidade deDesenvolvimento da África Austral,SADC.

O seminário discutiu a preparaçãode um quadro geral de capacitaçãoem Gestão de Risco de Desastres(para os Estados Membros daComunidade de Desenvolvimento daÁfrica Austral, SADC) - com oprincipal objetivo de acordar acercados conceitos e processo deavaliação das necessidades decapacitação que sirvam de basepara a preparação do quadro geral..

Os participantes eram os membrosrepresentantes dos Estados daSADC, abragendo gestores dedesastres, e outros parceirosenvolvidos (agências daOrganização das Nações Unidas,organizações não-governamentais,doadores e acadêmicos).

O Sr. Haretsebe Mahosi fez os seuscomentários quando ele interviu naSegunda Sessão do seminário queele esteve a orientar..

A seguir está a sua citação e maisadiante vem o texto integral do seudiscurso:

“Meus senhores, minhas Senhoras,

por favor, permitam–me agradece-vos à todos por me darem aoportunidade de me dirigir a estaSegunda Sessão do Seminário.

Não tem sido um trabalho muitofácil, considerando oconstrangimento de tempo, o qualtemos que enfrentar. Porém, todos ospaíses de SADC que estão aqui hojerepresentados - menos o anfitrião, aRepública da África do Sul (RSA),fizeram as suas apresentaçõesproporcionando-nos com iniciativasou esforços de nivel nacional sobre agestão de risco de desastres. Nasapresentações, cada país destacou os

seus principais sucessos comotambém os seus princípais desafios.Nós tomamos consciência agora deque há um pouco de sucessoscomuns realizados em cada um dosnossos países; mas o maisimportante, é nós estarmos atentos,porque há desafios comuns à nossafrente.

Gestor de Desastres da África Australencoraja os companheiros a acabarcom lamentações

“Se nós nãoinvestirmos em

prevenção eprontidão, nósteremos que

esperar que algumdesastre nos atinja

e entãoprovidenciaremosalívio. Que, para

mim, é tãoverdadeiro quantodizer as pessoas

que deveriammorrer porque nósprovidenciaremos

um decenteenterro.”

Sr. Haretsebe Mahosi, CEO, Autoridadede Gestão de Desastres, Lesoto.

O seguir são apresentados algunsdos sucessos comuns que ospaíses individualmente nestaregião alcançaram em relação àgestão de risco de desastres:

1. Existe em cada país uma unidadede gestão de desastres

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estabelecida, independente deque nome fora dado a essaunidade.

2. A legislação ou foi aprovada ouestá em processo (fase deesboço).

3. As unidades de gestão dedesastres em todos os paísesestão inseridas em ministériosseniores o que lhes dá vantagem(unidades de Gestão de Risco deDesastre).

Enquanto se aprecia esta situação, éimportante notar, que há muitosdesafios à nossa frente, e que muitosdesses desafios parecem ser comunsa muitos dos nossos países. Estesdesafios incluem o seguinte:1. Os constrangimentos orçamentais2. O deficiente conhecimento e

habilidade3. A falta de infra-estruturas

apropriadas (equipamentos,ferramentas e sistemas)

4. A má ou deficiente Comunicação Meus senhores, minhas senhoras,frequentemente não fazemos emconferências apresentações como nósfizemos esta tarde. Isso é bom para apartilha de informação e proporcionaduns para outros técnicas que nóspodemos empregar para resolver osproblemas que enfrentam os nossospaíses. Porém, sinto-me muitopreocupado pelo modo com que nóslamentamos sobre os desafios quenós enfrentamos.Por exemplo, nós sempre viemos aestas conferências para contar um aooutro que as nossas pessoas nãoentendem sobre a gestão de risco dedesastres, que os nossos políticosnão entendem ou apreciam aimportância e o papel das unidadesde gestão de risco de desastres nosnossos respectivos países, que osnossos Governos não entendem onosso papel e nos vêem comoagências de alívio, e que eles nãomostram nenhum compromisso coma prevenção de desastres e prontidão,em vez de, eles realçam a respostaque é a razão, por que eles nãopodem aumentar o orçamento paraestas unidades.

Meus senhores, minhas senhoras, euconcordo completamente com vocêsem todos estes assuntos, mas asminhas perguntas para todos nós queestamos aqui hoje presentes são:1. Praticamos nós a gestão do risco

de desastres? sabemos nós o queé a gestão de risco de desastres?

2. Entendemos nós isto?3. Sabemos e entendemos nós o

nosso papel dentro das nossasnações?

4. Se nós sabemos o que é a gestãode risco de desastres, se nósentendemos o que é uma unidadede gestão de risco de desastres eo que tem que fazer?, porque éque, nós estamos a chorar?Porque é que, nós não ensinamosos nossos políticos o que é agestão de risco de desastres?Porque é que, nós não ensinamosos ministérios de tutela sobre asnossas unidades e o seu papel?Porque é que, nós não ensinamosas organizações não-governamentais, as organizaçõesempresariais, as comunidades etodo o mundo sobre o que nóssomos e para que servimos?

Meus senhores, minhas senhoras, nóssomos os praticantes deste campo.Nós somos os tecnocratas, osplaneadores e os pensadores nosnossos respectivos países; pelomenos até onde a gestão de risco dedesastres está preocupada. Eu desejoque tomemos isto como nossaresponsabilidade e levassemos aosnossos políticos, nossos ministériosde tutela, nossas organizações não-governamentais, nossas organizaçõesempresariais e nossas comunidades asaber, a entender e a apreciar o quesão e que papel desempenham asunidades de gestão de risco dedesastres, e acima de tudo pensarsobre a gestão de desastres.

Nós temos que fazer a nossa própriaadvocacia pela nossa causa. Nóstemos que promovermo-nos eposicionarmo-nos. Nós temos quetirar proveito do nosso lugar dentroda hierarquia dos nossos Governos.Nós temos que demonstrar o nossoconhecimento e convencer os nossos

“Nós [os gestores dedesastres] sempre

viemos a estasconferências paracontarmos uns aos

outros que as nossaspessoas [inclusive

Governos] nãoentendem sobre agestão de risco dedesastres… Nós

temos quedesempenhar um

papel de liderançamudando e ré-

moldando a culturade gestão de risco dedesastres nos nossos

respectivos países.Para que tenhamossucessos ao fazer

isto, nós temos queprimeiro

começarmos nóspróprios a mudar.”

Governos e as pessoas que nós nosimportamos e preocupamo-nos. Nóstemos que fazer os nossos Governosperceberem e entenderem a ampli-tude e profundidade da gestão derisco de desastres em cada um dosnossos países. Sim, nós temos quedesenvolver os meios e mecanismosque ajudarão as nossas pessoas aenferentar com êxito estes desafios.

Realmente, nós temos quedesempehar um papel de liderançamudando e ré-moldando a cultura degestão de risco de desastres nosnossos respectivos países. Para se terêxito na realização disto assim, nóstemos que primeiro mudar os nossosmodos de pensamento, comunicação,coordenação e gestão se quisermosfazer um impacto significativo aonosso ambiente.

A redução de desastres em África

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Opinões e Restropectiva

É bastante preocupante, ao que osapresentadores fizeram referênciaisto é ao assunto da falta deeducação e formação nos nossosrespectivos países. não pensam queé tempo para se incluir a gestão dorisco de desastres nos currículosescolares? Quantas universidades,escolas técnicas, faculdades ououtras instituições de formaçãoprovidenciam a gestão de risco dedesastres como uma disciplina? Oque dizemos nós e fazemos acercadeste assunto?

Nenhum dos apresentadoresmencionou o reconhecimento eutilização do conhecimento indígenana gestão do risco de desastres. Porfavor, permitam-me recordar-vos queos desastres têm acontecido desde hámuito tempo antes da introdução damoderna tecnologia e que ahumanidade (nos nossos países, ouqualquer outro lugar) tenhadesenvolvido mecanismos de suportee de luta, limitados como elespoderiam ter sido. Então, é nosso

dever identificá-los, melhorá-los eutilizá-los.

Meus senhores e minhas senhoras,voltemos para os nossos respectivospaíses e achemos boas razões paraconvencer os nossos Governos epersuadir os Parlamentos paramovermos um pouco da resposta,sem negligenciar isto, e investirmosmais em prevenção e prontidão.

Para mim, investindo em prevençãoe prontidão não é uma opção, porqueprevenção sempre é melhor que cura.Se nós não investirmos emprevenção e prontidão, nós teremosque esperar para que um desastre nosatinja e então providenciar ajuda.Que, para mim, é tão verdadeiroquanto dizer as pessoas quedeveriam morrer porque nósprovidenciaremos um enterrodecente.

Porém, nós não deveríamosesquecer, que o político tem cinco(5) anos para ficar no Governo pelavia eleitoral, e ele/ela devem

A Institicionalização da Gestão de Riscode Desastres em África: Ganhos &Desafios

Sra. Lucile RandrianariveloConsultora internacional,Antiga Secretária Permanente doConselho de Alívio Nacional deMadagáscar (CNS)

Foram conduzidos estudos, e novosconceitos e abordagens sugeriram aDécada Internacional para a Reduçãode Desastres Naturais (IDNDR) de1990 a 1999. Mais tarde, estestrabalhos foram desenvolvidos eusados por Governos de todo omundo para iniciar um processo dedesenvolvimento de políticas degestão de risco de desastres visandoreduzir os efeitos adversos eimpactos de desastres.

Realmente, uma grande variedade deriscos e desastres naturais e outroscom sério impacto nas sociedades eeconomias existem no continenteafricano. Além disso, as comunidadesem risco não só são mais vulneráveispor causa da pobreza, degradaçãoambiental e falta de informação, mastambém por causa da fracacoordenação a nível nacional econtinental.

O aumento da institutionalizaçãoEntretanto, na maioria dos paísesafricanos, a freqüência e variedadede desastres conduziu ao aumento da

institutionalização da prática degestão do risco de desastres. Mas, osrelacionados mecanismos legais einstitucionais permaneceramextremamente irracionais. Muitofrequentemente, várias instituições eorganismos nacionais e internacionaisoperam sob quadros gerais legais nãotransparentes e inseguroscaracterizados por duplicação esobreposição. Além disso, nenhumdeles é dotado de poderes suficientespara assegurar uma coordenaçãosistémica das actividades envolvidas.

Por falta de planos operacionais deacção, a gestão de risco de desastresé geralmente baseada mais na

produzir resultados visiveis dentrodaquele período, caso contrário sãominimizadas as chances de sua ré-eleição e isso não é o que qualquerpolítico quer arriscar. Nós teremosque propôr argumentos muito bonsentão para lhes fazer desviar recursosapartir da entrega de programasimediatamente tangíveis para investirem prevenção e prontidão - comoconstruindo reservas nacionais quedevem ser mantidas para os períodosincertos, mas também para osdesastrosos e esperados fururostempos - com o propósito de reduziro impacto de desastres caso elesocorram.

Senhoras e senhores, eu apelo atodos os presentes esta tarde paraque regressemos aos nossosrespectivos países e mudemos acultura de gestão de risco dedesastres dos nossos Governos enossas Nações, afim de salvar a vidadas nossas pessoas, se por nada mais.

Obrigado.”

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Opinões e Restropectiva

resposta que na prevenção, mitigaçãoe prontidão. Os problemas sãoresolvidos de acordo como elesaparecem e com a sua natureza. Oalívio de emergência é fortementedependente da ajuda e definanciamentos externos. A logística eos recursos humanos são pobrementedesenvolvidos e as contribuições dasociedade civil é mínima, assim comoé a mobilização do sector privado.

Porém, alguns países africanoscomeçaram a desenvolver e aimplementar políticas de prevenção.Porquê? Principalmente porque setornou um assunto preocupante afalta de políticas de prevenção dedesastres nacionais e estratégias e anecessidade duma melhorcoordenação de respostas para umavariedade crescente de situações deemergência. As políticas acima,conduziram em troca à execução demedidas visando a redução doimpacto de desastres (perda de vidashumanas, impacto económico, danosmateriais, etc.) em concordância comos compromissos feitos naConferência Mundial de Yakohamade 1994 sobre a Redução deDesastres.

O processo participativoconducente à sustentabilidade epropriedadeNestes países, o processo deestratégias nacionais dedesenvolvimento para a gestão dorisco de desastres foi encorajantepara as consultas nacionais quecriaram oportunidades para o diálogoe a partilha de conhecimento. Istoajudou a discussão de váriosproblemas internos, análise desituações prevalecentes e sugestãodum pacote de soluções.Semelhantemente, visitas de campofacilitaram as discussões com asautoridades governamentais locaisenvolvidas em operações de alívio.

Tal processo participatóriopossibilitou o envolvimento de váriosfuncionários e oficiais assegurando asustentabilidade e também apropriedade das políticas nacionais edos decisores. Como resultado,

dependendo dos quadros geraispolíticos e institucionais de cadapaís e o tipo de riscos que elesenfrentam (sísmicos, inundações,incêndios, conflitos armados, etc.),alguns países africanos foramcapazes, durante a DécadaInternacional para a Redução deDesastres Naturais (IDNDR), oudesenvolver a estrutura de gestão derisco de desastres ou fortalecer asestruturas existentes.

Para abordar os problemasrelacionados à coordenação, asestruturas em questão foram ligadasa uma entidade governamental dealto nível capaz de manter contactoscom os ministérios governamentais“técnicos” e os vários actoresenvolvidos.

A prevenção de desastres umacomponente crucial de gestãopúblicaMelhor ainda, a descentralização eprocessos de reforma que aindaestão a caminho na maioria dospaíses africanos não só constituíramum contexto institucionalencorajante para o estabelecimentode estruturas a vários níveis - local,regional, provincial e nacional, mastambém para a definição dos seuspapéis, deveres, direitos,responsabilidades e recursos.

A consciêncialização originaactividades atravêz da formação edisseminação da informação quevisam sensibilizar e mobilizar oscidadãos individuais e comunidadesem várias fases do processo deprevenção de risco que têm sidotambém intensificadas com umanova intervenção e aquisição dumequipamento moderno de detecção.

Em poucas palavras, a prevenção dedesastres se tornou um componentecrucial de gestão pública. Em algunscasos, foram integradas a prevençãode desastres e outras medidasrelacionadas a desastres até mesmona redução da pobreza de sectores ouplanos de desenvolvimentosustentáveis e estratégias.

Realmente o sucesso da gestão dedesastres naturais depende, namaioria dos países africanos, daspolíticas de desenvolvimento quenão só instalaram a prontidão,mecanismos de detenção emobilização de recursos, mastambém mecanismos de redução davulnerabilidade.

A mitigação de desastres também foitomada em conta, e ajudou a avançarpara uma « cultura de segurança»,com uma população que estácrescentemente atenta aos perigosameaçadores, mais educada sobre osseus inimigos (perigos) e melhor

Uma forma de prevenir a desertificação

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Opinões e Restropectiva

informada sobre os passos que elestêm que dar para se protegerem.

Os actuais desafiosGraças a tal dinâmica que ganhouimpulso durante os últimos anos oplaneamento e organização deoperações de alívio de desastresnaturais gradualmente se tornou umaprática estabelecida. Então, nóspodemos ser induzidos a dizer quenós caminhamos continuamente aoencontro dos objetivos fixados noinício da Década Internacional para aRedução de Desastres Naturais(IDNDR).

Porém, apesar do testamento políticode África achar soluções duradouraspara desastres, e apesar dos esforçosnotáveis feitos pelos Governos comapoio de agências da Organizaçãodas Nações Unidas e outrosparceiros bilaterais e multilaterais, ospassos acima citados não puderamainda ser reproduzidos em todos ospaíses por causa dos seus custosfinanceiros e por causa do dificilacesso as áreas remotas e isoladas.Também eles foram limitados emtermos de número e impacto: elesnem reduziram os impactos dedesastres efectivamente nas pessoase sistemas de produção, nemreduziram significadamente avulnerabilidade de África.

Em qualquer dos casos, uma análisecompleta da respostas pós desastremostra que alguns diagnósticos,medidas e estratégias estabelecidasprecisam de ser melhoradas.

O caminho a seguirPara se assegurar que os passosconcretos e positivos realizadosdurante a Década Internacional nãoestejam perdidos e que a agendaacordada até então relativa a gestãode risco de desastres, como tambémos recentes e contínuos esforços daEstratégia Internacional paraRedução de Desastre (NU/EIRD) daONU, sejam frutíferos, e as metas eos objectivos acordadas devem serseguidos resolutamente e atingidascom base no seguinte:

• Os Governos deveriam manter oimpulso ganho actualmente emtermos de dinâmica nacionalganhando toda a propriedade eforçando a aplicação das políticasiniciadas.

• Para reduzir o fardoextremamente pesado carregadopelas comunidades vulneráveis,programas contínuos precisam deser abertos contando até com avaliosa contribuição das mulherese da juventude. Melhorparticipação das mulheres precisade ser promovida em todas asfases de gestão de risco dedesastres, isto é, em todos osníveis de decisão tendo assimacesso ao processo de decisãobem como a participação plenana economia nacional.

• Deveriam ser ajudadas ascomunidades locais a jogarem umpapel chave no desenvolvimento,na adopção e implementação depolíticas e medidas de prevençãode desastres. A Proteção éassunto de todas as pessoas; nãopode ser reservada a uma únicaautoridade ou organismo. Então,deveriam ser encorajadas ascomunidades e indivíduos a seprotegerem, começando porutilizar a sua pouca a genuínacapacidade para solucionar ascrises locais localmente atravêzde: conhecimento de condiçõeslocais, estabelecimento de redeformal/informal, etc. Porém, para

que as comunidades locaisganhem reconhecimento,deveriam começar por adquirirmelhor conhecimento sobre osdesastres e desenvolvermecanismos de adaptação.

A distribuição crucial de recursosA mobilização internacional ecoordenação feitas por agências daONU - inicialmente peloSecretariado da DécadaInternacional para a Redução deDesastres Naturais e agora pelo NU/EIRD – tem ajudado os Governos aaumentar a coordenação no campode prevenção de desastres e gestãode desastres. Porém, muito resta porser feito, especialmente a satisfaçãodas exigências da boa governação etransferência gradual de poderes paraas entidades mais próximas e íntimasdas populações vulneráveis.Então, por causa do desenvolvimentosustentável genuíno, é importanteque a comunidade internacionalcontinue moldando um sistema degestão de risco de desastres e adaptaras estratégias para novosdesenvolvimentos na arena global eas novas realidades humanitárias.Enquanto isso, é importanteconsolidar os esforços anteriores epresentes para prevenir desastres esalvar vidas humanas, é tambémimportante que os pensamentos dopassado bem como os actuais sobre agestão de risco de desastres tenhamcomo resultado propostas concretasrelativas à distribuição de recursos.

inundações no Botsuana

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Opinões e Restropectiva

Doutor Olusegun E. OjoAssistente do Director,Agência de Gestão de Emergência nacional (NEMA),Abuja,Nigéria

Durante as últimas quatro décadas,eventos de perigo como terremotos,secas, inundações, tempestades, fogos eerupções vulcânicas pelo mundocausaram grande perda de vidashumanas e de meios de subsistênciabem como a destruição do ambiente einfra-estruturas econômicas e sociais.

As mudanças para o desenvolvimentosustentável e redução de pobreza sãoameaçadas severamente por desastrescausados por perigos de origem hidro-meteorológica, geológica e ambiental,frequentemente ampliados pelaactividade humana ou tecnológica.

Alguns bem intencionados esignificativos projetos dedesenvolvimento também aumentaram avulnerabilidade e só tiveram sucesso emsoluções a curto prazo e criaram lucrospolíticos para os decisores.

A falta de coordenação e dumdesenvolvimento não sustentável gerariscos de desastres em lugar depromover crescimento sócio-econômicoe capacidade de recuperação dascomunidades.

Subida súbita em número eintensidade das inundaçõesNa Nigéria, as ocorrências de desastrese emergências aumentaram emfrequência e intensidades na últimadécada, especialmente nos tempos maisrecentes.

Os derramamentos de óleo frequentesdentro do Delta de Níger (NigériaMeridional) conduziram a danosirreparáveis as suas biosferas na zonada costa. A expansão do sector indus-

trial resultou em níveis crescentesde poluição industrial e resíduos.

O aquecimento global e ofenômeno como El Nino têm sidorelacionados à subida súbita donúmero e severidade das recentescheias em Jigawa, Kano (NigériaSetentrional), Gombe (Nordesteda Nigéria) e na maioria dosEstados Meridionais. Comoresultado, os Nigerianoss estão

crescentemente expostos a um maiorrisco de perigos naturais com aurbanização e alta incidência depobreza coagindo as pessoas apesardos regulamentos de urbanismo quelhes impedem de habitar nas planíciesde inundação vulneráveis e encostasinstáveis.

O uso descontrolado de madeira paraconsumo como combustíveldoméstico, as infestações de pestes

Com vista a abordagens abrangentes delongo termo sobre a gestão de desastres naNigéria

Zona Geo-política Estados Zona Central Norte Kaduna, Kogi, Plateau,Benue, Niger,

Nasarawa, Kwara

Zona Este Norte Borno, Yobe, Bauchi, Adamaua, Taraba, Gombe

Zona Oeste Norte Sokoto, Kebbi, Zamfara, Katsina, Kano, Jigawa

Zona Este Sul Abia, Ebonyi, Anambra, Imo, Enugu

Zona Sul Sul Edo, Delta, Rivers, Cross River, Akwa-Ib im, Bayelsa

Zona Oeste Sul Lagos, Ekiti, Osun, Ondo, Oyo, Ogun

Os Estados dentro de cada uma das seis zonas geo-políticas na Nigéria

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de pássaros como quella e depássaros e gafanhotos no eixo Yobe-Borno (Nordeste da Nigéria)aumentam a ameaça de desertificação.

A taxa de crescimento da populaçãoé muito rápida e está criandoigualmente uma feroz competiçãopara a “escassez” de recursos,resultando assim na deterioração dosmeios de subsistência,marginalização social, conflitos etno-religiosos, crimes, insegurança gerale instabilidade política. Algunsgrupos de pessoas acreditam quevários conflitos etno-religiosos são oresultado da pressão sócio-econômica sobre os escassosrecursos.

Crescente reconhecimento danecessidade de abordagens delongo termoAgora, há um crescentereconhecimento por ambos ossectores tanto o público como oprivado de que a forma de abordar oaumento galopante das perdas ecustos é desenvolver abordagensabrangentes de longo termo sobre agestão de desastres de origemhumana/natural. As AutoridadesGovernamentais Locais ecomunidades no país ainda estão acriar condições deinstitucionalização da gestão dedesastres ou embarque em planoscoordenados de redução dedesastres.

As partes interessadas dacomunidade que são os quenormalmente sofrem directamente “opior golpe” e que são os primeiros aresponder nas emergências, deveriamser e devem ser os factores a ter emconta na equação da gestão dedesastres atravêz da formaçãoadequada, capacitação,esclarecimento público geral eeducação colectiva de todo ocidadão. Isto é para habilitá-los adesempenhar um papelcomplementar importante nasinstituições de emergênciagovernamentais nas várias fases deemergência e gestão de desastres.

Para se tirar proveito deste potencialmas o mais breve possivel, unidades

a nível comunitário não formadosem resposta à emergência, NEMA(Agência de Gestão de EmergênciaNacional), competentementeapoiada pelos estados e outraspartes interessadas, teriam quelevar o desafio promovendo adescentralização da coordenaçãodas instituições de redução de riscode desastres ao mais baixo nível dogoverno (i.e. AutoridadeGovernamental Local),especialmente a nível decomunidade. Isto é com vista aosmandatos da Agência de Gestão deEmergência Nacional (NEMA) demédio e longo termos de mitigaçãoe reabilitação de desastres. Isto,permitirá capacitar as comunidadesde resistirem aos desastres econstituirem um ambientesustentável para o benefício daspessoas.

A redução de risco de desastresum assunto de desenvolvimentoOs desafios para a redução do riscode desastres são essencialmente umassunto de desenvolvimento.Esforços individuais para protegervidas e propriedades a nível dacomunidade local poderiam sermuito significantes quando todosjuntos e coordenados. Enquanto aassistência à emergênciapermanecer necessária em algunscasos, os Governos precisariam deencontrar urgentemente meiosefectivos no qual uma pertinenteparticipação hoolística e multi-sectorial de disciplinas profissionaise das partes interessadascontribuiriam para a redução dorisco de desastres. Não há nenhumanegação de que a redução dedesastres é mais barata e melhorque a cura. Devem ser concebidospolíticas de redução de desastres eprogramas com a intenção deconstruir sociedades que sãocapazes de resistir aos perigos eassegurar que as actividades dedesenvolvimento não façamaumentar involutariamente avulnerabilidade das comunidades.

Para cumprir com estas metasrequer-se compromisso políticocomo também a necessidade de

mobilizar activamente e envolver ascomunidades locais naconceptualização do programa e suaimplementação. Medidas de reduçãode risco são muito prósperas quandoelas envolvem directamente asprováveis pessoas a serem expostasaos perigos no processo deplaneamento e de decisão.

É importante, promover a educação ecapacitação para melhorar acompreensão das pessoas sobre osassuntos de desastres, e mobilizarhabilidades indígenas apropriadas nacomunicação dos riscos de desastres.O fortalecimento de instituições dacomunidade atravêz de legislaçãoapropriada onde necessário, e omelhoramento das habilidadesindivíduais afim de poderemcompreender as profundas causasdos perigos iria a longo prazoreduzir os riscos.

A forte participação em acçõespreventivas e programas de saúdetambém é importante. Os lídereslocais vindos dos sectores políticos,sociais e econômicos da sociedadedevem estar dispostos a aceitar aresponsabilidade primária deprotecção ou redução davulnerabilidade das suas própriascomunidades.

O programa de apoio comunitárioà redução de desastresEntão, em consideração aos outrosmandatos da Agência de Gestão deEmergência Nacional (NEMA) demédio/longo termo no que dizrespeito a mitigação e reabilitação dedesastres, foi projectado umprograma comunitário de apoiotécnico colaborativo de redução dedesastres. Este programa comunitáriotem por objectivo:

• Elevar a consciência pública eprovidenciar educação;

• Capacitar localmente e fortaleceras instituções e a legislação; e

• Providenciar apoio técnico paraos projectos piloto de mitigaçãode desastres e reabilitação nasAutoridades GovernamentaisLocais (LGAs)/comunidadesselecionadas em seis zonas geo-

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políticas do país (veja a tabela napágina anterior).

Em concordância com as metasacima, as seguintes actividades serãoimplementadas em colaboraçãoadequada com as agências doGoverno Federais apropriadas,organizações inter-governamentais(IGOs), Organizações Não-Governamentais (NGOs) eorganizações de base comunitária(CBOs), e com a participação activados Estados interessados, GovernosLocais e comunidades:

1. A capacitação extensa no paísincidindo na construção efortalecimento das Instituições deGestão de Emergência Local.

2. A formação alargada deTreinadores em Mitigação deDesastres Comunitários eEstratégias de Reabilitação (6seminários).

3. O esclarecimento público eConsciêncialização Comunitária

para a formação de 12 ClubesPiloto de Emergência em escolassecundárias; Compilação deMateriais Literários sobreassuntos de Prevenção deDesastres e Reabilitação em 6comunidades/ AutoridadesGovernamentais Locais.

4. A capacitação alargada para 6Agências de Gestão deEmergência para facilitar areprodução de projectos de basecomunitária noutras AutoridadesGovernamentais Locais /comunidades.

5. Os Projectos de Mitigação/Rehabilitação demonstrativospara as comunidades vulneráveisselecionadas.

6. A compilação do Guia deAvaliação de Campo e Manual deFormação Logística para asintervenções de gestão deemergência/desastres de basecomunitária para uso geral portodas as partes interessadas.

7. O Programa de Documentaçãopara Monitoramento e Avaliação(M&E) utilizando a tecnologia deinformação multimédia (ISTO)para controlar os eventos e asactividades.

8. A compilação de um DiárioBienal de actividades de reduçãode desastres de base comunitária.

9. O Prémio Nacional Anual dasMelhores Práticas em actividadesde redução de desastres de basecomunitária.

Para trazer a descentralização daredução de risco de desastres ao maisbaixo nível comunitário na Nigéria, aAgência de Gestão de EmergênciaNacional (NEMA) precisaria doapoio pertinente das partesinteressadas, inclusive da NU/EIRD,localmente e internacionalmente.

Contacto: Doutor Olusegun E Ojo,Director Assistente, NEMA, A Presidência,Abuja, Nigéria,[email protected]

comunitários africanos guiaspráticos para implementar medidasapropriadas de redução de risco dedesastres como um dos passos parase alcançar o desenvolvimentosustentável. As versões escolaresdestas brochuras têm sidoproduzidas também numalinguagem mais apropriada econteúdo mais satisfatório aosalunos.

A brochura “Uso do Solo” procuraapoiar e encorajar os líderescomunitários a avaliarem a maneiracomo as suas comunidades têm

usado o seu solo, e considerar osmodos em que as boas práticas deuso do solo podem reduzir o impactode desastres e podem melhorar ashabilidades das comunidades narecuperação de desastres.

Os líderes comunitários sãoincitados, onde necessário, aintroduzir práticas de uso do solomais apropriadas e benéficas, e aomesmo tempo, promover medidaspertinentes de redução de risco. Taismudanças no planeamento do uso dosolo e de que modo o solo poderá serusado, de tal forma que com o passar

Uso do solo: risco & recompensasPUBLICAÇÃO DA NU/EIRD

PUBLICAÇÃO ACTUALIZADA

Sr. Andy PaigeConsultor da NU/EIRDCidade do Cabo, Africa do Sul

Uma brochura intitulada “Uso dasolo: Risco & Recompensas” estápara ser lançada. É a terceaira nasérie de brochuras educacionaisencomendada pela NU/EIRD Áfricaa Umvoto Africa, Empresa deConsultoria sobre Assuntos da Terrada África de Sul.

A série de brochuras procuraproporcionar aos líderes

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do tempo, conduzirá ao aumento daprodutividade do solo, a redução deimpactos dos desastres e a melhoriadas condições de vida dascomunidades.

A brochura descreve o papel que osolo desempenha no bem estareconómico da comunidade e dáexemplos de degradação do solodevido a fraca ou a não existência deplaneamento do uso do solo. Umadistinção é feita entre os desastresque surgem de perigos naturais quenão podem ser prevenidos, e aquelesdesastres induzidos pelo homemdevido ao pobre e deficiente uso dosolo.

O papel da redução de risco dedesastres é destacado e os múltiplosaspectos de degradação do solocomo a erosão, as pobres práticas deagricultura, o desflorestamento, ainvasão de vegetação estrangeira,

urbanização, poluição e mineração sãodiscutidos. A brochura também abordaos problemas associados a certaspráticas de posse de terra e superpopu-lação. O papel crucial das boas práticasde uso de terra na redução de risco dedesastres é também explicado.

A redução de risco de desastres tambémé um passo importante para se atingir ameta do desenvolvimento sustentável.Diminuindo o impacto ou severidadede desastres e melhorando a habilidadedas pessoas para se recuperarem dosdesastres, ajuda a quebrar o ciclodestrutivo de desastres cumulativos, eajuda as comunidades a tornarem-semais resistentes, o que pode jogar umpapel importante na promoção dodesenvolvimento sustentável ecrescimento da comunidade. Váriosexemplos de histórias de sucesso emÁfrica estão inclusos na brochura, parailustrar até que ponto as boas práticas

de uso de terra são práticas erealizáveis.

Embora a brochura sejaprincipalmente para ajudar oslíderes comunitários ao nível decomunidade, os aspectosimportantes de planeamento e usoda terra ao nível local e regionalestão cobertos. Isto é visto, comoum factor chave na mitigação dosimpactos negativos desuperpopulação e as más práticasde uso do solo que inevitavelmenteconduzem a degradação da terra.

A brochura inclui appêndices quecontém detalhes mais técnicos deacordos internacionais pertinentese iniciativas, um glossário determos comuns mais usados e umalista de recursos de referência -que inclui uma pertinente lista deendereços electrónicos.

A Mulher Africana Um Resurso Para ARedução De Desastres “Sub-utilizado”

Sra. Alice KirambiDirectora Geral, Agência Cristã de Parceria parao Desenvolvimento (ACPD),Nairobe, Quénia

A mulher africana foi tornadavulnerável e por conseguintevítima dos desastres. Todavia,ela fez e ainda tem o potencialde poder apoiar a prevenir eresponder aos desasters como seu conhecimentotradicional.

Os nossos antepassados eramhabilitados e tinham conhecimentossobre a previsão do tempo, e eramcapazes de detectar quando poderiamocorrer os desastres. Mas, por causada intimidação, e a crença de que as

mulheres eram biológicamente“inferiores”, a mulherprogressivamente deixou de terinteresse de se encarregar sobre osassuntos relacionados aos desastres.

As mulheres numca foram incapazesVários estudos, concluíram que asmulheres nunca foram incapazesquando confrontadas com os desastresmesmo pelos desastres maisdevastadores. Pelo contrário, elasmostram um enorme esforço e força,muita resistência e vastoconhecimento sobre as estratégias desobrevivência, e de como lidar com osdesastres. Contudo, as suas iniciativase esforços são ainda invisíveis e porconseguinte não são levadas a sério.Como resultado, o seu potencial para oaproveitamento dos seus esforços com

vista a responder efectivamente aredução do risco de desastres eresposta aos desastrespermanecem em grande medidasubutilizados e subaproveitados.

Durantes as emergências, asmulheres salvam vidas humanas esão responsáveis pela criação dasubsistência no período pós-emergência: elas são assim, umpatrimónio e um recurso básico aconsiderar.

As tecnologias rudimentares e ashabilidades marginalizadas eutilizadas pelas mulheres naconstrução de diques, quesurgiram nas freguentes cheias bi-anuais em Budalangi (oeste doQuénia) contribuiram para mitigaro impacto das cheias e o risco

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enfrentado pelo gado na região. Talcontribuição por parte das mulheres,se utilizada na íntegra, poderá apoiarsubstancialmente os esforços dascomunidades na redução dedesastres.

Embora, os desastres tenham sidodefinidos de diversas formas, porcientistas e agências especializadas,as posições comuns que ligam todasestas definições são duas: (1) osdesastres são calamidades – naturaisou provocados pelo homem – queocorrem e têm um grande impacto navida humana e na sua subsistência;(2) a sua gravidade é tal que sãonecessárias medidas excepcionaispara a sua resposta. Os desastresprovocam um enorme sofrimento àsfamílias afectadas, assim é possívelencontrar o lugar da mulher,especialmente dentro do sistemapatriarcal que é comum em África.

O papel potencial da mulherAs mulheres estão entre as maisafectadas pelos desastres. Elasenfrentam uma tragédia dupla: a deser incapaz de encarar/responder aosdesastres e a de ser incapaz de geriras realidades trazidas pelosdesastres.

A metodologia dominante para lidarcom desatres não oferece nenhumespaço à mulher uma vez que elassão vistas e consideradas como partedas vítimas para quem as soluçõesdevem ser trazidas de fora, elastornam-se assim, beneficiárias dasintervenções trazidas pelos peritos eestrangeiros. Assim, a mulherafricana, se desafiada e capacitada,poderia se considerar uma parteimportante da solução..

Tem se tornado cada vez maisevidente que, as mulheres podemjogar um papel crucial na gestão dorisco de desastres e situações deemergência, se elas tiverem o apoionecessário e as habilidadesdesenvolvidas.

Muito embora, o lugar e papel damulher africana na resposta emitigação dos desastres variedependendo da natureza do meio

ambiente e/ou da metodologia,durante os desastres, as mulheres, sepreocupam com a subsistência dassuas famílias e pela segurança deseus filhos.

As mulheres têm por isso aconsciência da ocorrência dosdesastres no seu ambiente imediato,a geração mais velha possui oconhecimento tradicional e é capazde prever a ocorrência de desastres.Contudo, as mulheres enfrentamalguns constrangimentos namitigação dos desastres, devido à suavulnerabilidade na comunidaderesultante das pressões económicas esociais. As capacidades dasmulheres não são suficientes parauma efectiva redução do risco dedesastres.

Considerar a dimensão do génerona redução de desastresA importância das questões degénero nos programas dedesenvolvimento é actualmentemuito reconhecida e a análise dogénero é cada vez mais aceite nãoapenas como análise tecnocrata massim como parte integrante daplanificação do desenvolvimento eseus resultados. Isto não é contudoverdade nos esforços globais deabordagem do risco de desastres.Existe globalmente, muito poucacompreensão dos aspectos do génerono risco de desastres evulnerabilidade.

Isto é em parte, atribuído ao facto de,muitos actores nesta área nãoestarem suficientementesensibilizados no que diz respeito àcarga desproporcional que asmulheres têm que assumir em casosde desastres. Felizmente, esta áreaatraíu uma vasta gama de interessesde pesquisa e muitos estudosisolaram os interesses e necessidadesdas mulheres nos desastres.

É também evidente, que as mulheresa nível popular tomam um papelimportante e activo e fazem parte daliderança e são membros integrantesnas questões de desastres nacomunidade, ultrapassando muita dasvezes o número de homens, emboraelas estejem formalmente poucorepresentadas ou ausentes nasposições cimeiras de tomada dedecisão.

Reconhecimento as mulherescomo sendo recursoCom o clima de mudança e oaumento da intensidade do impactodos desastres, os esforços dasmulheres devem ser particularmenteapoiados uma vez que, existemvárias barreiras para a realizaçãoplena dos esforços da mulher. Deentre estas barreiras, encontram-se afalta de recursos, tecnologiasinadequadas e falta de controle sobreos factores estruturais tais como aterra e os produtos do mercado.Umaforma sustentávél de abordar os

Mulheres deslocadas vítimas das cheias na Província Ocidental do Quénia

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Sr. Ahmed Mohamed MadarO Ponto Focal Nacional para a Geatão deDesastres,República do Djibouti

A proposta da Estratégia Nacionalpara a Redução do Risco foiaprovada por todas as partesinteressadas durante um semináriosobre a gestão de desastres, que tevelugar na cidade de Djibouti no dia 17de junho de 2004.

O Ministro do Interior e dadescentralização, Sua Excelência Sr.Abdoulkader Doualeh Wais, presidiua ceremónia de abertura. Noseminário esteve presente o Ministroda Habitação e Planeamento Urbanoe Regional. Também estiverampresentes o Chefe do Gabinete doPrimeiro Ministro, o RepresentanteResidente do Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento(PNUD) no Djibouti, osrepresentantes das missõesdiplomáticas acreditadas no Djibouti,as agências das Nações Unidas eorganizações nacionais, regionais einternacionais.

Além destas dignidades, estiveramtambém presentes funcionários dogoverno dos vários ministérios quetem haver directa ou indirectamentecom os desastres e membros doComité Nacional da Gestão do Riscode Desastres do Djibouti.

Na cerimónia de abertura doseminário o Ministro do Interior e da

DJIBOUTI: Aprovada a Estratégia Nacionalpara a Redução de Riscos de Desastres

desastres tem a ver com oreconhecimento do papel da mulhercomo um recurso.

Os Governos, agênciasinternacionais e a comunidade nogeral devem colocar em prática as

estratégias que irão apoiar a remoçãodas barreiras e facilitar a realizaçãodas mulheres, o reconhecimento doseu potencial, a identificação daslacunas nos mecanismos de suporteàs mulheres e fornecer apoio asmulheres.

Isto irá dar maior confiança e estimana mulher africana e reduzirá a suadependência à ajuda e alívio defora.

descentralização afirmou:“é um momento relevantepara o nosso país serdotado com os meiosadequados para proteger apopulação contra os riscosde desastres. Com o apoiodo Programa das NaçõesUnidas para oDesenvolvimento(PNUD), o Ministério doInterior e daDescentralização acaba definalizar a proposta daEstratégia de Redução de Risco deDesastres. O Ministério do Interior eda Descentralização espera tambémestabelecer uma relevante e eficienteinstituição para tratar os assuntos degestão e coordenação da redução deriscos de desastres.”

O Ministro também disse: “Estoumuito certo de que juntos seremoscapazes de elevar a redução de riscosde desastres a uma área prioritária deacção com vista a um genuínodesenvolvimento sustentável...”.

No fim do seu discurso SuaExcelência Sr. Abdoulkader DoualehWais expressou os seus sincerosagradecimentos ao RepresentanteResidente da PNUD a Sra.Mbaranga, ao Coordenador Nacionaldo Projecto Sr. Ahmed MohamedMadar, a Consultora InternacionalSra. Lucile Randrianarivelo e a todosos membros do Comité Nacional daGestão do Risco de Desastres doDjibouti.

Durante o seu discurso aRepresentante Residente doPrograma das Nações Unidas para oDesenvolvimento (PNUD), a Sra.Mbaranga realçou a importância daEstratégia e prometeu o apoio dasagências das Nações Unidas para asua implementação.

Por sua vez, o Chefe do Gabinete doPrimeiro Ministro, o Sr. MohamedAhmed Awaleh, enfatizou a estreitaligação existente entre a redução dapobreza e a redução do risco dedesastres. Ele afirmou que odesenvolvimento duma EstratégiaNacional de Redução de Risco deDesastres também está consideradono documento da Estratégia deRedução da Pobreza no Djibouti(PRSP).

O Ponto Focal Nacional da EIRD, o Sr. Ahmed M.Madar e a Consultora Nacional, Sra. LucileRandrianarivelo na validação da Estratégia

durante o seminário.

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

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Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

Sra. Gina RakotoarimananaCARE Madagáscar,Antananarivo, Madagascar

Pelo menos, um desastrenatural ou induzido pelo homenatinge todos os anosMadagáscar. Como apopulação desta ilha doOceano Índico é altamentevulnerável, assim os perigosgeralmente acabam sendodesastres.

Os perigos naturais e/ou induzidospelo homen estão descritos noDocumento sobre a Estratégia deRedução da Pobreza do país (PRSP)como um factor agravante dapobreza. E um «sistema exaustivo deinformação» destaca-se na EstratégiaNacional do país sobre a Gestão deRisco de Desastres como umaresposta adequada para asnecessidades de informação sentidaspelos actores locais da gestão de riscode desastres.

Uma unidade do sistema deinformação de risco de desastresNeste contexto, uma unidade deinformação de risco de desastresconhecida como “SIRCat” (Systèmed’information sur les risques et lescatástrofes – em francês) ficouoperacional em 1999, estabelecidospelo organismo de gestão de desastresnacional do Madagáscar, o Conselhode Alívio Nacional (CNS em francês),com o apoio técnico da CARE.

O objetivo principal de SIRCat éprovidenciar uma informação simplese fácil de entender para: (1) osdecisores realizarem facilmente o seutrabalho; (2) permitir aos actores degestão de desastres (estabelecidos por

MADAGÁSCAR: Restaurado o sistema deaviso prévio e renovado o organismo degestão de desastres

temas e zonas geográficas) derealizarem esforços maisfocalizados; e (3) permitir ascomunidades de adquirirem ummelhor conhecimento dos seusambientes.

A modelação de perigo evulnerabilidadeDesde que o sistema “SIRCat” ficouoperacional em 1999, este temoferecido os seguintes produtos:

1.A modelação dos princípaisperigos como ciclones, secas,inundações e deslizamentos deterra.

2.A modelação da vulnerabilidade.3.Os mapas de modelação de base

que indicam a extensão

geográfica dos perigos evulnerabilidade como também aextensão dos seus impactos.

4.O Sistema de Aviso PrévioNacional (SAP em francês).

5.O Sistema de InformaçãoComunal (SIC em francês).

6.Os sequintes programasinformáticos, “softwares” decomputador que habilitam oConselho de Alívio Nacional(CNS) de coordenar melhor assuas actividades de resposta/emergência:

• SUMA (Gestão doabastecimento), um programainformático de gestão deprovisão desenvolvido peloSistema das Nações Unidas;

SIRCat (Sistema de Informação de Risco de Desastres)

Análise de riscos

Análise de perigo

Análise de vulnerabilidade

SISTEMA NACIONAL DE AVISO

PRÉVIO

Gestão: logística da ajuda…

Visão geral

Serviços completos e iniciais

Monitoramento Meteorológico e

Teledeteção

Sistemas Temáticos: Sistemas de Aviso

Prévio, etc.

Sistemas Descentralizados

Mensagens oficiais

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• MORC (Message officielsur les risques et lescatástrofes – MensagensOficiais sobre os Riscos deDesastres e Desastres), umsoftware de gestão demensagens que trata demensagens da comunidadepós - eventos sobre asequência e impactos doseventos.

• EIMA (Enquête initiale multi-aléa – Initial Multi-HazardSurvey), um produto deavaliação pós perigocaracterizado por uma páginade coleção de dados, umextrator de entrada de dados,um programa deprocessamento de dados euma estrutura para ainterpretação.

Em finalização o Documento Basedo Sistema Nacional de AvisoPrévioEstes produtos foram desenvolvidosde uma maneira participativa,envolvendo a parceria do governo eorganismos não-governamentais emcada componente numa baseassociativa.

Por causa da sustentabilidade, osorganismos envolvidosestabeleceram uma Comissão dePressão para cada componente -ciclones, secas, inundações oucheias, vulnerabilidade, etc., acapacitação é providenciada atravêzdas Comissões de Pressão.

O Documento de Base para oSistema Nacional de Aviso Prévio foidesenvolvido apartir de Abril de2003 envolvendo todos osministérios governamentais chavesbem como outras instituições chaves.Espera-se, que o Documento de Baseseja aprovado dentro dos próximosmeses e a instituição pertinentedeverá fazê-lo cumprir - o Escritóriodo Presidente é a “âncora” daInstituição do Sistema Nacional deAviso Prévio.

O organismo de gestão dedesastres mais autônomoEmbora, seguindo os impactos deciclones Elita e Gafilo este ano, oConselho Nacional de Alívio (CNS)passou por alguma mudança.Em termos organizacionais, e emconcordância com o Procedimentosobre a Gestão de Risco de Desastresde 2003, o Conselho já não é mais

uma Secretaria Permanente, sendoagora uma Secretaria Executiva -dotada de um novo pessoal edenominado “Escritório Nacionalpara Gestão de Risco de Desastres”(BGRC– agência de gestion desrisques de catástrofe nacional). Istosignifica aumento da autonomia emtermos de decisão, acção e derecursos. A mudança foi aclamadapor unanimidade pelos parceiros doConselho Nacional de Alívio (CNS)como uma indicação da vontadepolítica e compromisso político dogoverno e um passo à frente parauma maior transparência.

Ao nível da coordenação, oConselho Nacional de Alívio (CNS)embarcou numa transferênciagenuína de poderes atravêz dumcontínuo processo dedescentralização e coordenaçãoencorajadora para os actores nocampo.

E para a estação de ciclones de2004-2005 (de Novembro a Abriltodos os anos), o Conselho Nacionalde Alívio (CNS) providêncioucapacitação para consolidar o grandesalto feito no aspecto da resposta/emergência de gestão de risco dedesastres.

UGANDA: Recentes actividades daPlataforma Nacional da NU/EIRD

Sr. Martin Owor,Assistente do Comissário,Gestão de Desastres,Kampala, Uganda

A Plataforma Nacional daEstratégia Internacional deRedução de Desastres (NU/EIRD) do Uganda tem-sereunido uma vez por mês. Assuas princípais e recentesactividades compreendem:

1. A integração dos assuntos deredução do risco de desastres noPlano de Acção de Erradicaçãoda Pobreza (PEAP) que é oquadro geral de desenvolvimentonacional do Uganda e constituiuma importante ferramenta deplaneamento a médio-termo. OPlano de Acção de Erradicaçãoda Pobreza (PEAP) também criaos documentos da Estratégia deRedução da Pobreza do país

(PRSP), guiando a formulação depolíticas governamentais eimplementação de programasatravêz de abordagens sectoriaisabrangentes para o planeamento eum sistema de governaçãodescentralizado.

O Plano de Acção de Erradicaçãoda Pobreza fornece um quadrogeral envolvente que guia a acçãopública para a erradicação dapobreza. O Plano de Acção de

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

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Erradicação da Pobreza é umquadro geral na qual os sectorescomo saúde, educação,agricultura, transporte,comunicação e ambientedesenvolvem os seus planosdetalhados. Ele quia a traduçãode implicações de despesa emdecisões de gastos concretosatravêz dum quadro geral deDespesas de Médio Termo(MTEF) e orçamentos anuais.

2. O sucesso da integração dosassuntos de redução do risco dedesastres no Plano de Acção deErradicação da Pobreza debaixode um novo pilar chamado“Segurança, Resolução deConflito e pilar de Gestão deDesastres (Pilar de SCD).” Naessência, o Governo do Ugandapriorizou a gestão de risco dedesastres entre os seus esforçosde desenvolvimento.

3. Uma reunião das partesinteressadas organizada pelaPlataforma Nacional da NU/EIRD do Uganda a 22 deSetembro de 2004, para assegurarque os assuntos de risco dedesastres seja tomado em contano processo de desenvolvimentoorçamental do Governo Nacionale Local para o ano 2005/6.

4. O estabelecimento de três Gruposde Trabalho Sectoriais e dumSecretariado durante a reuniãodas partes interessadas do recentecriado Pilar da Segurança,Resolução de Conflitos e deGestão de Desastres (Pilar deSCD) e do Plano de Acção deErradicação da Pobreza (PEAP):a) O Grupo de trabalho do

Sector de Segurança (S-SWG)b) O Grupo de trabalho do

Sector da Resolução deConflitos e Edificação da Paz(CRPB-SWG)

c) O Grupo de trabalho doSector de Gestão de Desastrese Programas Especiais deRedução da Pobreza(DMSPRP-SWG).

Os objectivos dos três Grupos deTrabalho Sectoriais são os seguintes:

a) Operationalizar as cláusulasdo Pilar “Segurança,Resolução de Conflitos e pilarde Gestão de Desastres”(Pilar de SCD) no Plano deAcção de Erradicação daPobreza (PEAP) revisto

b) Desenvolver um plano deacção para implementar ascláusulas do pilar de SCD-PEAP (Plano de Acção deErradicação da Pobreza)

c) Apoiar a coordenação,monitoramento e avaliaçãodas respostas do Governo,Organizações Não-Governamentais (NGOs) esociedade civil de conflitos edesastres dentro do Uganda

d) Ajudar no desenvolvimentode uma Política de Resoluçãode Conflitos Nacional

e) Operationalizar asprovidências da Política dePessoas InternamenteDeslocadas

f) Apoiar o desenvolvimento deuma Recuperação inclusiva,Reconciliação e programa deDesenvolvimento da região ànorte do Uganda afectadapelo conflito.

5. O três novos Grupos de TrabalhoSectoriais têm se reunido duasvezes todos os meses e têmparticipado actualmente noprocesso de desenvolvimento doOrçamento Nacional queassegura que os assuntos de riscode desastres sejam tomados emconta em todos os planos eorçamentos dos sectoresnacionais, especialmente ossectores da saúde, educação,agricultura, transporte econstrução.

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

Mount Elgon in Uganda

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 29

COMORES: Finalizado o esboço do Planonacional de prontidão de emergência &Plano de resposta

Membros da Plataforma Nacional nas Comores da NU/EIRD

Sr. Hamidi SoulePonto Focal Nacional do EIRD,Moroni, Comores

O Esboço do Plano Nacionalde Prontidão de Emergência eo Plano de Resposta foramfinalizados e adoptados du-rante o seminário ocorrido nacapital das Comores, Moroni, a14 de Outubro de 2004.

O evento aconteceu nas instalaçõesdo Fundo das Nações Unidas para aCriança (UNICEF) , onde umseminário de gestão de desastres foirealizado para finalizar os seguintesdocumentos: Plano Nacional deProntidão e Resposta de Emergência,o Plano « Karthala (Vulcano) », e oPlano « Ciclone ». Também estavarealçado, no programa de trabalhosum Relatório Nacional sobre aProntidão e Resposta de DesastresNaturais.

Organizado com o apoio logístico etécnico do Sistema da Organizaçãodas Nações Unidas, estiverampresentes ao seminário pessoaltécnico dos vários Ministérios como:Saúde, Desenvolvimento, Defesa eSegurança Territorial, quadros doEstado Maior do Exército e quadrosdas Estações NacionaisMetereológica e Vulcanológicas deMonitoramento.

Os participantes ao seminárioreveram o estado de prevenção dedesastres no país, definiram váriasestratégias e princípios orientadorese discutiram o desenvolvimento deplanos de resposta sectoriais.

Também foi discutido, o processo deaprovação de tais planos.

Na parte final do seminário, osparticipantes finalizaram eaprovaram o Plano Nacional deProntidão e Resposta de Emergência.

O Plano “ Karthala (Vulcão) “ quetinha sido desenvolvido durante umano pelos quadros do Estado Maiordo Exército - em colaboração com aEstação de Monitoramento doVulcão de Karthala, foi tambémfinalizado e foi anexado ao planoacima. Assim, foi também o Plano«Cyclone», plano já aprovado peloConselho de Ministros.

Nos dias seguintes, o documentofinal foi entregue ao Ministro daDefesa e Segurança Territorial paraser assinado e apresentado aoConselho de Ministros.

Depois de ser aprovado peloConselho de Ministros, o Plano serásubmetido a um outro seminárionacional para aprovação. Espera-seque o Plano seja aprovado no finaldo ano.

O seminário acima fora realizadoapós um Seminário sobre aCapacitação Nacional e oEstabelecimento de uma PlataformaNacional da Estratégia Internacionalde Redução de Desastres das NaçõesUnidas (NU/EIRD) (ocorrido emDezembro de 2003) e um SeminárioNacional em Prontidão e Resposta deEmergência nas Comores (ocorridoem Março de 2004) – durante a qual,uma versão do acima mencionadoEsboço do Plano Nacional deProntidão de Emergência e o Planode Resposta, foram desenvolvidos.

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

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Brig (Rtd) J. OdeiEscritório Nacional de Gestão de Desastres(NADMO)Accra, Quénia

Os participantes ao SeminárioNacional sobre a Redução deRisco de Desastres que tevelugar no Gana apelaram parao estabelecimento dumaPlataforma Nacional daEstratégia Internacional paraRedução de Desastres (EIRD)como parte das suasrecomendações de comofortalecer a gestão dedesastres no país.

O seminário, ocorreu em Accra de 20a 22 de Abril de 2004, na qualestiveram presentes 50 participantesde vários ministérios governamentaise organizações locais bem comoorganizações regionais einternacionais.

Este seminário foi organizado pela aEstratégia Internacional paraRedução de Desastres das NaçõesUnidas, (NU/EIRD) África e oPrograma das Nações Unidas para oDesenvolvimento (PNUD), emcolaboração com o Ministério deInterior do Gana e o EscritórioNacional de Gestão de Desastres(NADMO). Este foi o primeiroseminário nacional consultivo sobrea gestão de desastres realizada noGana.

O seminário tinha como tema“Seminário Nacional sobre aRedução de Risco de Desastres paraum Desenvolvimento Sustentável”.O seminário foi realizadoprincipalmente para ajudar adesenhar ideias exiguiveis de como

GANA: Seminário de redução de desastresincita a criação duma Plataforma nacionaldo EIRD

aumentar a redução de risco dedesastres com vista a umdesenvolvimento sustentável noGana. Os objetivos do seminárioeram (1) rever as políticas nacionaise actividades de gestão de desastres ede redução de risco de desastres, (2)compreender a redução do risco dedesastres e arranjar formas de comointegrá-la na gestão de desastres, (3)formar uma coligação de interessespara a redução de risco de desastres,e (4) alcançar um consenso de comoavançar no futuro.

Medidas em curso para a reduçãode risco de desastresDurante o seminário foram feitasvárias apresentações que afinaram otom das discussões e trabalhos degrupo com vista a facilitar oestabelecimento de uma EstratégiaNacional para o DesenvolvimentoSustentável.Emergiu do presente seminário que aênfase actual do Escritório Nacional

de Gestão de Desastres (NADMO) éa coordenação, a prevenção, aformação, a criação edesenvolvimento duma consciência(por disseminação de informação), ageração de emprego, e a redução dapobreza. As medidas empreendidaspara a redução de desastre incluem:

• Desenho de Planos de Gestão deDesastres a nível distrital,nacional e regional paraassegurar a coordenação eimplementação efectiva demedidas de prevenção, mitigaçãoe prontidão de desastres.

• O desenvolvimento de um PlanoEstratégico de Gestão deDesastres de três anos paraindicar o rumonou a direção decapacitação, prevenção e gestãode desastres e a mobilizaçãosocial.

• A facilitação de comitês técnicosque farão o planeamento e darãoconselhos.

Cheia no Gana, 2002 (Foto: Kwalo A. Danso)

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• O fortalecimento do fluxo deinformação.

• O estabelecendo e apoio aosGrupos de Voluntários deDesastres (DVGs) para encorajaro envolvimento de toda a gente.

• A integração dos assuntos daredução de desastres nas políticasde desenvolvimento local enacional para ajudar a prevenir emitigar os impactos de desastres.

Como alcançar a coordenação ecooperaçãoPara se alcançar uma boacoordenação e cooperação, osparticipantes ao seminário sugeriramo seguinte:

• O Comando e controle deveriampossuir uma única fonte.

• Os grupos institucionais deveriamser reunidos e unificados.

• Os recursos de todas as partesinteressadas devem seridentificados e posteriormenteusados para a redução de risco dedesastres.

A mudança do enfoque daresposta à emergência para aredução do risco de desastresComo o tema do seminário era “Seminário Nacional sobre a Reduçãode Risco de Desastres para oDesenvolvimento Sustentável”, otema foi selecionado paraessencialmente poder mudar oenfoque dos participantes para aredução de risco de desastres (DRR)e não permanecer na gestão deresposta à emergência. As seguintesmedidas foram sugeridas com afinalidade de ajudar a mudança doenfoque em concordância com aEstratégia Internacional paraRedução de Desastre (EIRD):

1.O desenvolvimento de umaPolítica Nacional sobre aRedução de Risco de Desastresinclusiva

2.Recomendações para a emendada Lei N. 517 de 1996

3.Apoio legal para a imposição documprimento dos regulamentos

sobre a Prevenção de Desastres4.Recomendações para o

estabelecimento de um FundoNacional de Alívio de Desastres

5.Recomendações para oestabelecimento de umConselho de Gestão paradeliberar políticas e aconselharo Ministro de Interior

6.O fortalecimento dacomunicação com todas aspartes interessadas

7.A promoção de uma abordagemparticipativa sobre a gestão dedesastres atravêz de programastais como a criação e aumentoda consciência e a redução dapobreza.

RecomendaçõesAlém de outras apresentações,foram também efectuadasdiscussões de grupo sobre váriosassuntos que incluem: (1) Aslacunas existentes na redução derisco de desastres (DRR) e nagestão de desastres (DM); (2) Acontribuição das políticas,estratégias e quadro geral nacionaiscom o objectivo de abordar aslacunas identificadas; (3) O que énecessário fazer para aumentarurgentemente a eficiência daredução de risco de desastres bemcomo a gestão de desastres; (4) Ospapéis de todas as principais partesinteressadas na redução de risco dedesastres e na gestão de desastres;(5) Como integrar a gestãoambiental na estratégia de reduçãode risco de desastres; (6) Asprioridades para a integração daredução de risco nodesenvolvimento sustentável; (7) Aintegração da governação naredução de risco de desastres comvista a um desenvolvimentosustentável; (8) A integração daimplicação do gênero na reduçãodo risco de desastres.Na parte final do seminário, quedurou três dias, os participantesemitiram as seguintes

1. A reorientação da gestão dedesastres para uma abordagem

de redução de risco de desastres,incluindo maior enfoque naprevenção e mitigação do risco dedesastres e utilizando as situaçõesde pós desastre (como por exemploo alívio e os programas dereconstrução) como oportunidadespara reduzir o risco provável dofuturo desenvolvimento.

2.O aumento do conhecimento e daconsciência dos princípios epráticas da redução de risco dedesastres, dentro da comunidadede gestão de desastres, do governo,do público em geral, dacomunidade científica e de outraspartes interessadas na redução dorisco de desastres.

3. A revisão e o fortalecimento doquadro geral institucional para aredução do risco de desastres(política integrada, legislação eprograma) com o enfoque em:• Formulação duma Política

Nacional de Redução de Riscode Desastres integrada;

• Melhoramento da governaçãodo sistema de gestão dedesastres (reforma da política eestrutura e do mecanismo desupervisão para gerir a reduçãode desastres, inclusive a criaçãode um Conselho Nacional deGestão de Desastres);

• Desenvolvimento decapacidades dentro do sistemade gestão de redução dedesastres (formação,informação, rede informática,etc);

• Coordenação deresponsabilidades dentro dosistema (incluindo a criaçãoduma única estrutura decomando para administrar asoperações durante asemergências);

• Reforço de financiamentos edos recursos;

• Fortalecimento da submissão/imposição dos actuaisregulamentos (incluindo aautoridade legislativa deinspecção para a execução e aimposição atravêz da

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instituição encarregue pelaredução de desastres).

4. Promova a integração de reduçãode risco de desastres no processode desenvolvimento (política,programa, projeto, orçamento) atodos os níveis (distrital,nacional, regional),particularmente a integração daredução de risco de desastres nasintervenções de desenvolvimentodo sector.

5.Fortaleça o envolvimento ecoordenação de papéis eresponsabilidades das DMAs(agências de gestão de desastres)e de outras partes interessadas naredução de risco de desastres,incluindo:

• A designação de pontos focaisde redução de desastres nasagências de gestão dedesastres;

• A eficiência e simplificaçãoda comunicação inter-agências dentro dacomunidade de gestão dedesastres;

• O desenvolvimento de umsistema de emissão de avisoprévio que autoriza uma únicafonte de advertência no Ganapara todos os tipos de perigo.

6. Aumento da geração edisseminação de dados de risco einformação sobre o perfil dedesastres do Gana, riscos dedesastres e opções de gestão derisco.

7. Desenvolva educação eprogramas de formação sobre aredução de desastres, inclusive aformação profissional ao nível daeducação terciária.

8. Aumente o apoio atravêz dodesenvolvimento de Grupos

Populares de Voluntários deDesastres (DVGs) como umabase para fortalecer oenvolvimento das populaçõeslocais na redução do risco dedesastres.

9. A integração da consideração dogênero na política e programas deredução de risco de desastres.

10.Estabeleça uma PlataformaNacional do EIRD, utilizandoos participantes ao semináriocomo sócios da fundação, eampliando a participação naplataforma nacional de forma aincluir todas as partesinteressantes sobre a redução derisco de desastres no Gana.

11. Desenvolva um programa deacção para avançar em direcçãoa transformação do sistema degestão de desastres.

GABÃO: Lançamento da PlataformaNacional da NU/EIRD

NU/EIRD ÁfricaNairobe, Quénia

O Gabão estabeleceu umaPlataforma Nacional daEstratégia Internacional paraa Redução de Desastres dasNações Unidas (NU/EIRD)durante um SeminárioNacional sobre a Gestão deDesastres, Capacitação & oEstabelecimento de umaPlataforma Nacional da NU/EIRD que teve lugar de 3 a 4de Agosto de 2004, emLibrevile capital do Gabão.

Este seminário foi organizado peloMinistério da Solidariedade

Nacional, Assuntos Sociais e Bem-estar do Gabão com o apoio da NU/EIRD África. Ao seminário estiverampresentes 50 participantes de váriosministérios governamentais, agênciasda ONU e a Cruz Vermelha do Gabão.

Entre os participantes estavampresentes altas personalidades comoo Sr. Gerard Mezui M’Ella (oAuditor do Governo), Sra. JosephineRahandi Chambrier (o Prefeito do 4ºDistrito de Libreville), Sr. CelestinNdong Ngoua (o conselheiroespecial para a comunicação doVice-Primeiro-Ministro e Ministrodo Planeamento Territorial) e SraMarianne Moutsinga (a conselheirada Organização Mundial de Saúde).

Dois peritos internacionaisasseguraram a supervisão técnica do

seminário: a Sra. NoroRakotondrandria, da NU/EIRDÁfrica e a Sra. Nicole Rencoret, daNU/EIRD em Genebra.

Com vista a uma política nacionalem gestão de risco de desastresNa Abertura do seminário em nomedo Ministro da SolidariedadeNacional, Assuntos Sociais e Bem-estar, o SR. Laurent MengouaAngoue, Chefe do Gabinete doMinistro acima mencionado, referiuque o seminário fazia parte doprocesso de desenvolvimento dumaPolítica Nacional sobre a Gestão deRisco de Desastres. Então, ele disse,que era uma prioridade principal doGoverno do Gabão estabelecer umaPlataforma Nacional para a gestão de

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 33

Sra. Solange Loubamono, membro da Plataforma Nacional do EIRD no Gabão

desastres afim de ajudar a populaçãoa proteger-se contra os desastres. Eletambém referiu que a PlataformaNacional serviria como uma ponteentre o Governo, organizaçõesinternacionais e outros países da rederegional.

Também expressando-se durante acerimónia de abertura, oCoordenador interino Residente daOrganização das Nações Unidas noGabão, Sr. Kristian Laubjerg quetambém é o Representante daUNICEF saudou a iniciativa doGoverno por estabelecer umaPlataforma Nacional da NU/EIRD.Ele referiu que a Cimeira Mundialsobre o DesenvolvimentoSustentável em 2002, já tinhadestacado que o desenvolvimentosustentável não pôde ser alcançado amenos que fossem tomados em contaos impactos dos desastres. Ele disseque o seminário deveria ajudar osparticipantes a entenderem melhor oassunto da integração da redução dedesastres no planeamento e práticado desenvolvimento sustentável enas estratégias de redução dapobreza.

O reforço da capacidade nacionalO objectivo global do seminário eraaumentar a capacidade e habilidadesnacionais em (1) prevenção dedesastres e resposta, e (2)coordenação da gestão de desastres.Os seus objectivos específicos eramaumentar a compreensão do ciclo degestão de desastres, gestão de riscode desastres; os papéis eresponsabilidades da PlataformaNacional, e introdução deferramentas alternativas e métodospara aumentar a coordenação.

À luz destes objectivos, após aabertura do seminário foram feitas13 apresentações que secircunscreveram nos seguintestópicos:

(1) Revisão da situação: perigosnaturais, desastres e riscos; (2)Perigos, vulnerabilidade e reduçãode desastres; (3) Revisão da gestãonacional de desastres: situaçãoactual, dificuldades, e desafios

futuros; (4) O Plano de Organizaçãode Alívio existente (Plano ORSECem francês); (5) Estratégias degestão de emergência e redução dedesastres; (6) A emergência existenteno Serviço de Assistência Médica(SAMU em francês); (7) Papel daCruz Vermelha do Gabão nadistribuição da ajuda; (8)Apresentação da EstratégiaInternacional para a Redução deDesastres das Nações Unidas (NU/EIRD) e as tendências globais sobrea redução de desastres; (9) A NU/EIRD: implementação, funções emandatos; (10) Passos chaves doprocesso de gestão de desastres; (11)A NU/EIRD e suas plataformasnacionais; (12) Campanha para o DiaInternacional de Redução deDesastres; (13) O papel dos meios decomunicação na gestão de desastres.

Aos participantes foramdisponibilizados documentos sobreas apresentações acima referidas.Após as apresentações seguiram-sediscussões plenárias durante as quaisa maioria dos pontos levantadosforam clarificados e as apresentaçõesenriquecidas.

O existente sistema de gestão dedesastresNo segundo e último dia doseminário, foram realizadasdiscussões de grupo, concentrando-

se na redução de desastres ecoordenação da gestão de desastres.

Sobre a redução de desastres (Grupo1), o grupo de discussão identificouas lacunas existentes naimplementação das medidas deredução de desastres: falta decolaboração, falta de recursos(material, financeiro e humano) eineficácia dos planos sectoriais (nãoimpostos).

Para estas lacunas, o grupo sugeriuas seguintes soluções:estabelecimento duma estruturaindependente ligada ao Gabinete doPrimeiro Ministro; capacitação ecoordenação de recursos humanos;estabelecimento dum fundo;colocação em funcionamento dumquadro geral legislativo; finalizaçãoe implementação de planos em curso;realização de actividades deeducação, consciencialização einformação da comunidade parapromover uma cultura de redução dedesastres.

Relativo à coordenação de gestão dedesastres (Grupo 2), embora tenhamsido levantadas duas questõespertinentes nomeadamente a falta decoordenação e a falta de métodos degestão de desastres, o grupoobservou que existia no Gabão umsistema de gestão de desastres, comas suas próprias fraquezas e forças.

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O grupo identificou as seguintesfraquezas no actual sistema de gestãode desastres:

• Não existência de medidasoperacionais providenciadas peloDecreto de Proteção Civil 248

• A designação do coordenadornacional para a gestão dedesastres no sector do petróleoainda não fora efectuada

• A legislação actual não ésuficientemente feita cumprir

• A falta de recursos humanos,materiais e financeiros

• A fase experimental do Serviçode Assistência Médica deEmergência (SAMU em francês)só se limitou a cidade deLibreville

• O Centro Nacional de Transfusãode Sangue (CNTS em francês)não se desdobrou completamente

• A Ajuda e alívio das vítimas dedesastres não estão sendoplaneadas numa base permanente

• As comunidades não estãopreparadas; há falta de formaçãoformal sobre a gestão dedesastres; e há também falta deconsciência colectiva

O grupo também identificou asseguintes forças existentes nosistema de gestão de desastres:

• O mapeamento de risco estácompleto. Este foi realizado peloMinistério do Ambiente

• O Plano de Exposição de Riscofoi debatido agora no Parlamentona base de um projecto-leipreparado pelo Ministério deSolidariedade Nacional, AssuntosSociais e Bem-estar

• Existem planos especiais(marítimo, etc.) existentes em

alguns sectores governamentais

• Alguns recursos humanos estãodisponíveis (força de defesa esegurança, Organizações Não-Governamentais (NGOs) e outrosorganismos da sociedade civil,Serviço de Assistência Médica deEmergência - SAMU, Brigada deIncêndios, etc.)

• Alguns recursos materiais elegais também estão disponíveis(legalmente reconhecido osistema de requisição, etc.)

RecomendaçõesCom base nas apresentações feitas,discussões de grupo, lacunasidentificadas e propostas de soluçõesacerca da redução de desastres, e asfraquezas e pontos fortes do sistemaexistente de gestão de desastres, osparticipantes emitiram as seguintesrecomendações:

1. O estabelecimento, sob a tutelado Gabinete do Primeiro Ministroe Chefe do Governo, um

Conselho Nacional de Gestão deRisco de Desastres, umSecretariado formal que agirácomo a Plataforma Nacional daNU/EIRD.

2. A adopção e promulgação, o maiscedo possível, da proposta de Leisobre o Plano de Exposição aoRisco.

3. A designação de um CoordenadorNacional para o Secretariado doConselho Nacional acima-mencionado sobre a Gestão deRisco de Desastres; oCoordenador Nacional emquestão, terá comoresponsabilidade implementar afutura Política Nacional sobre aGestão de Risco de Desastres.

4. Assegurar que os peritos doGabão participem e sejamenvolvidos em conferências ereuniões internacionaisrelacionadas à Gestão de Riscode Desastres.

Alguns participantes do seminário

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A Plataforma Nacional da NU/EIRDlançada na República do Congo

NU/EIRDNairobe, Quénia

A República do Congo,estabeleceu a 7 de Agosto de2004 a sua PlataformaNacional da NU/EIRD duranteum “Seminário Nacional sobrea Capacitação e oEstabelecimento dumaPlataforma Nacional deRedução e Gestão deDesastres” que decorreu emBrazavile de 6 a 7 de Agostode 2004.

O Seminário Nacional sobre aCapacitação e o Estabelecimentoduma Plataforma Nacional deRedução e Gestão de Desastres foiorganizado pelo Ministério Congolêsde Economia Florestal e Ambientecom o apoio técnico e financeiro daNU/EIRD África. A este seminárioestiveram presentes 39 participantesoriundos dos departamentosgovernamentais, organismosnacionais e internacionais,organizações não-governamentais eassociações bem como daquelesdirectamente preocupados com agestão de desastres.

Solicitada uma melhorcompreensão da redução dedesastresNa abertura do seminário à 6 deAgosto, o Sr. Gabriel Valére Eteka-Yemet, Chefe do Gabinete doMinistro da Economia Florestal eAmbiente o Sr. Henri Djombo,afirmou que o seminário tinha comoobjectivos princípais (1) ajudar oGoverno a capacitar-se e a tercompetências para a redução e gestãode desastres e (2) estabelecer umaPlataforma Nacional da Estratégi aInternacional de Redução de Desastres(EIRD). Realçando a importância

acordada pelo Governo do Congo, e oMinistério de Economia Florestal eAmbiente em particular, ele disse queo objectivo principal específico para oestabelecimento duma PlataformaNacional era fortalecer a compreensãogeral da gestão do risco de desastres.

Ele também disse que o Congo tinhaque conquistar alguma vantagem daConferência Mundial sobre a Reduçãode Desastres, a ter lugar em Janeiro de2005 em Kobe, Hyogo, Japão, aoapresentar o seu relatório nacionalsobre a gestão nacional de desastres.

Discursando em nome do Sistema dasNações Unidas no Congo, OCoordinador Residente das NaçõesUnidas e o Representante Residente doPNUD, o Sr. AurÉlien Agbénoncithe,falou sobre os antecedentes sobre ofenómeno da consciência comunitáriainternacional relativo aos desastres,acrescentando que a República doCongo tinha que fazer parte daquelespaíses de África que já têm umaEstratégia Nacional de Gestão deDesastres.

Depois de ter realçado a assistênciada Organização das Nações Unidasaos Estados Membros neste campoparticular, ele expressou o desejo

que a Plataforma Nacional a serestabelecida deveria ser uminstrumento dinámico e eficientepara a formulação de políticas emobilização de recursos para aintegração dos assuntos de desastresna política e programas nacionais.

À vista um Comité Nacional deRedução e Gestão de DesastresOs procedimentos começaram comapresentações sobre a redução dedeasstres e sobre a EstratégiaInternacional de Redução deDesastres (EIRD) proferido pelaRepresentante ao seminário da NU/EIRD África, Sra. NoroarisoaRakotondrandria.

A apresentação acima, foi sequida pelaapresentação do Sr. Bienvenu MichelSander Ebaka, Director Nacional deAjuda, Prontidão e Resposta aosDesastres da Direcção Geral da CruzVermelha Congolesa, que falou sobre agestão de desastres no Congo. OCorronel Alphonse Stanis Gankia,Director da Organização da Ajuda &Estudos da Direção Geral daSegurança Civil, falou acerca do PlanoNacional de Organização de Ajuda(ORSEC em Francês)

Membros da Plataforma Nacional da EIRD da República do Congo

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 36

NU/EIRDNairobe, Quénia

No Quénia foi lançada a PlataformaNacional do EIRD num SeminárioNacional de Lançamento daPlataforma Nacional de Redução deRisco de Desastres realizada emNairobe de 18 a 20 de Agosto de2004.

O seminário foi organizado peloMinistério de Programas Especiaisdo Quénia (nos Escritórios doPresidente da República) - com oapoio da Estratégia Internacional deRedução de Desastres das NaçõesUnidas em África (NU/EIRDÁfrica), o seminário foi assistido por45 participantes de váriosdepartamentos governamentais e

QUÉNIA: Lançamento da PlataformaNacional do EIRD

A apresentação final foi sobre aCampanha Mundial de Redução deDesastres e a Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres, a terlugar em Janeiro de 2005 em Kobe,proferido pela Sra. Nicole RencoretOficial de Promoção e daConsciência dos EscritóriosPríncipais da EstratégiaInternacional de Redução deDesastres das Nações Unidas (NU/EIRD) em Genebra, Suiça.

As apresentações acima citadasforam seguidas de discussões emgrupo acerca dos sequintesassuntos: (1) A redução dedesastres: prevenção, mitigação eprontidão e (2) Coordenação dagestão de desastres.

Apartir dos grupos de discussão,emergiu claramente que osparticipantes recomendaram como

matéria de urgência, oestabelecimento dum ComitéNacional de Redução e Gestão deDesastres afim de acelerar odesenvolvimento duma EstratégiaNacional de Redução e Gestão deDesastres.

RecomendaçõesOs procedimentos dos gruposconduziram aos sequintes resultadosque podem ser considerados comoactividades a serem implementadaspelo proposto Comité Nacional deRedução e Gestão de Desastres:

• Fazer um recenceamento dosvários desastres e um inventáriodas fraquezas da política actual;

• Sugerir medidas a ser tomadasafim de poder reverter as taisfraquezas em pontos fortes, eidentificar acções prioritárias a

serem tomadas na prevenção egestão de desastres;

• Investigar as formas demaximizar os resultados;

• Definir o tipo de instrumentos emecanismos necessários paracoordenar a gestão de desastres; e

• Concluir um documento quetendo sido desenvolvido peloMinistério da Economia Florestale Ambiente, estabeleça o ComitéNacional de Redução e Gestão deDesastres.

No encerramento do seminário, oDirector Geral do Ambiente felicitouos participantes pelo bom trabalhorealizado e pela relevância dosresultados alcançados. Elecomprometeu-se a levar aspreocupações apresentadas pelosparticipantes às relevantesautoridades.

agências, Organizações Não-Governamentais (NGOs), agênciasda Organização das Nações Unidas(ONU) e outras organizaçõesinternacionais.

A meta do seminário era promover acooperação multi-sectorial a váriosníveis e colaboração para a reduçãode risco de desastres (DRR), e aintegração da redução de risco dodesastres (DRR) no planeamento,nas políticas e na implementação dodesenvolvimento nacional.

2.3 milhões de quenianosafectados pela secaNa abertura do seminário, o docenteda Universidade de Nairobe emGestão de Desastres, o ConferencistaDoutor R.M. Ocharo que era o

facilitator do seminário disse que oGoverno do Quénia tinha começadoa mudar de resposta de desastrespara a redução de desastres, de umaabordagem isolada de gestão dedesastres para uma abordagemintegrada que liga a redução dedesastres aos assuntos dedesenvolvimento. Por este propósito,disse ele, o Ministério de ProgramasEspeciais do Quénia decidiuorganizar este seminário nacional.

Falando em nome da ONU oCoordenador Residente, o Sr. TimmoPakala do Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento(PNUD) disse que os 2.3 milhões depessoas afectadas pela seca no país,à fome serviu para recordar osgestores de desastres quão crucial eimportante era investir recursos e darmais atenção na prontidão da

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 37

comunidade para os desastres. Sobrea ajuda da ONU ao desenvolvimento,disse ele que o Sistema das ONU jáse tinha comprometido a apoiar aPolítica Nacional de Gestão deDesastres do Quénia à todos osníveis.

Na abertura do seminário, o Vice-Ministro para os ProgramasEspeciais do Quénia, Doutor WilfredMachage, disse que a redução dedesastres era uma questão inter-ministerial, inter-sectorial e inter-disciplinar, adicionando que oestabelecimento da PlataformaNacional daria as oportunidades aosMinistérios Governamentais paraintegrar a gestão de desastres no seuplaneamento de desenvolvimento eprocesso orçamentário. Ele desafiouos participantes a pensar de como oQuênia, como país, tinha usado oseventos passados de desastres paraplanear o futuro.

As várias políticas, legislação,estratégias e iniciativas desde1965Iniciando as apresentações oSecretário Permanente do Ministériodos Programas Especiais do Quénia,Sr. Mahboub Maalim, fez uma“Revisão Histórica das PolíticasNacionais, Legislação e Estratégiassobre a Redução de Risco deDesastres e Gestão de Desastres.”Depois de passar pelas váriaspolíticas, estratégias e iniciativasimplementadas desde aindependência nacional, ele disseque o Governo actual estava aconcentrar-se na coordenação deactores da gestão de desastres,acrescentando que isto não deve serconfundido com supervisão.

A apresentação acima foi seguida poruma apresentação sobre “Revisão deIniciativas em curso sobre a Reduçãode Risco de Desastres e Gestão deDesastres” feita pelo Sr. MosesOgola que afirmou, entre outrosdesenvolvimentos em curso que oQuénia tinha avançado nos esforçospara a formulação de uma PolíticaNacional de Gestão de Desastres. Eledisse que o esboço da PolíticaNacional em Gestão de Desastres de

2004 já estava pronto e que seriaseguido por um projecto-lei a sersubmetido à apreciação noParlamento.

Relativo à proposta da PolíticaNacional, o Secretário Adjunto doMinistério de Programas Especiais, oSr. S.K Maina, fez uma apresentaçãointitulada “Actualização da PolíticaNacional de Gestão de Desastres.”Ele disse que a ênfase da políticaestava no desenvolvimento comouma medida para aumentar acapacidade das comunidades deresistir aos efeitos adversos dosdesastres. Ele também disse, que apolítica não operou no vazio,adicionando que esta ligada aosoutros programas e actividadesnacionais, como planos dedesenvolvimento nacionais. Entreoutras coisas, a política recomenda oestabelecimento de uma AgênciaNacional de Gestão de Desastres(NADIMA).

Os desafios para a redução derisco de desastresA apresentação do SecretárioAdjunto foi seguida por outra sobre a“Integração de Gestão de Desastresno Planeamento de Desenvolvimento”pelo Secretário Permanente doMinistério do Plano e DesenvolvimentoNacional, Sr. P.B. Ondieki que disseque a essência do planeamento eramover da situação reactiva para asituação proactiva e adicionou quedeveria ser norma nos ministérios eno sector privado envolver oplaneamento de desastres nos seusprogramas globais. Ele disse que umdos desafios do planeamento dedesastres era integrar os programasde redução de desastres emactividades de desenvolvimento.

Depois de uma sessão plenária comas apresentações acima mencionadas,o Conselheiro Regional de Reduçãode Desastres da PNUD, o Sr. KenWestgate, fez uma apresentaçãosobre a “Redução de Desastres– umDesafio para o DesenvolvimentoSustentável.” Ele disse que osdesastres puseram odesenvolvimento em risco mastambém algumas escolhas de

desenvolvimento poderiam gerarnovos riscos de desastres. Ele disseque a meta final dos programas degestão de desastres deveria ser umaprogramação sem costura entre aredução de desastres e o programa detrabalho de desenvolvimento eacrescentou que o desenvolvimentoprecisa de ser regulado de acordocom o seu impacto sobre os riscos dedesastres e vice-versa.

A apresentação do funcionário doPrograma das Nações Unidas para oDesenvolvimento (PNUD) foiseguida pela apresentação da OficialSenior Regional da NU/EIRD Áfricaa Sra. Feng Min Kan sobre as“Tendências Globais de Redução deDesastres e a EstratégiaInternacional de Redução deDesastres das Nações Unidas (NU/EIRD).” Ela recordou aosparticipantes que a redução de riscode desastres era um assunto dedesenvolvimento, então a redução derisco era um negócio de todos nós.Ela explicou a criação e papéis dasPlataformas Nacionais nos países erealçou que as suas exigênciasprincipais eram: (1) Uma visão clarae pragmática de redução de risco dedesastres a nível nacional e dacomunidade; (2) Uma fortepropriedade nacional; (3) Umaconsulta adequada identificando osproblemas e áreas de prioridade; e(4) Comprimissos fortes indivíduaise institucionais.

As lacunas identificadasDepois das duas apresentaçõesacima, o seminário embarcou emdiscussões de grupo durante as quaisforam identificadas seguinteslacunas:• Falta de uma política nacional de

desastres e forte quadro geralinstitucional

• Politização da gestão de desastres• Fraca capacidade de planeamento• Falta de recursos adequados e

baixa capacidade paraimplementar a redução de riscode desastres (DRR) e estratégiasde gestão de desastres

• Escassas oportunidades

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 38

• Falta de compreensão doconceito de redução de risco dedesastres (DRR)

• Falta de um inventário nacionalde recursos disponíveis

• Lacunas na partilha vertical ehorizontal de informação

• Execução ineficaz da legislação

• Fracasso no aproveitamento dosmecanismos de suporte testadosda comunidade

• Fracasso na inspiração daparticipação da comunidade epropriedade

• Infra-estrutura pobre e fraca

Os participantes identificaram osseguintes factores que contribuempara as lacunas acima escritas:

• Falta de um orgão decoordenação

• Baixa priorização de desastres

• Dependência dos doadores

• Fracasso no entendimento clarodo mandato das váriasinstituições

• Corrupção, cultura deimpunidade, pobreza, etc.

RecomendaçõesNo parte final do seminário foramfeitas as seguintes recomendações:

1. Necessidade de vontade política2. Enfoque mais no

desenvolvimento3. Dê poder as comunidades para

participarem em actividades deredução de risco

4. Necessidade de pôr a funcionaruma política de gestão dedesastres

5. Institua uma plataforma nacional6. Capacite as instituições que lidam

com a redução de risco e gestãode desastres

7. Aumente os recursos para asactividades de desastres–orçamento

8. Aumente participação dacomunidade em actividades deredução de risco de desastres

9. Melhore a comunicação e fluxode informação entre o governo,organizações e comunidades

10.Activação das estruturasexistentes, por exemplo, oscomités de distrito de gestão dedesastres

11.Monitoramento e avaliaçãoregular da situação de desastres

12.Desenvolva planos decontingência nacionais edistritais para todos os desastres

Medidas imediatas de reforço• Aprovação da Política de

Desastres e dando-ainstrumentos legais apropriadospara a sua implementação.

• Utilização de dados disponíveisem redução de risco de desastres.

• Empreenda a avaliação de risco,vulnerabilidade e de capacidade.

• Capacitação• Envolvimento da consciência de

desastres no sistema educacional.• Criação de consciência.• Mobilização de recursos e

posicionamento estratégico.

Os participantes recomendaram quea redução de risco de desastres devaser integrada no planeamento dedesenvolvimento. Isto pode ser feitopor:

• Capacitação econômica dascomunidades e implementação daestratégia de recuperaçãoeconômica.

• Regulamento das operações dasNGOs para se alcançar as metasde desenvolvimento mais eficazes- isto em troca reduzirá nosvários distritos os riscos dedesastres

• Aumento dos sistemas de avisoprévio

• Assegurando que os projectos/planos de desenvolvimentotenham uma componente deredução de risco de desastrescom um orçamento completo.

• Projetos de desenvolvimentoprojetados de certa maneira a queeles não aumentem as chances dedesastres (i.e. consequências nãointencionais)

• Promova o desenvolvimento deinfra-estruturas.

• Sensibilização da política edecisores políticos sobre aredução de risco de desastres

• Prioritização de redução de riscode desastres em documentospolíticos.

• Adopção de directrizes deavaliação de risco de desastres.

• Adopção da formação emredução de risco de desastres em

Membros da Plataforma Nacional do EIRD no Quénia

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instituições de formação dogoverno.

• Consistência na representaçãoministerial na plataformanacional.

Para uma Política de Segurança deIncêndiosComo os objetivos específicos doseminário eram também oferecer umfórum não só para levar a caboconsultas extensas com osparticipantes dos ministérios,organismos da ONU e outras partesinteressadas nas políticas nacionaissobre desastres naturais mas tambémem segurança de incêndios. Foi feitauma apresentação pelo Coordenadordo Centro de Operação Nacional(NOC) responsável pela resposta dedesastres, Rtd Col B. Wendo, sobreum esboço de uma Política deSegurança de Incêndios no Quênia.

Ele disse, que os incêndios que oQuénia tem experimentado sãoincêndios acidentais ou incêndiosdeliberados (incêndiospremeditados), adicionando que osincêndios naturais causados por raiose lavas eram raros no Quênia.

Depois de mostrar algumas daslacunas existentes na gestão deincêndios, ele afirmou, que o Quéniateve que propôr uma Política deSegurança de Incêndios atravêzduma revisão cuidadosa dalegislação, códigos e regulamentosde incêndios existentes. O esboço dapolítica proposta estabelece umorganismo independente a serconhecido como “Agência deIncêndios do Quénia”

O reformado Col Wendo disse que avisão era fazer do Quénia um paísseguro aos incendios e a missão erapromover uma cultura de segurançade incêndios no país.

Resoluções do seminárioDepois da apresentação acima, foramfeitas discussões de grupo sobre apropostas da Política Nacional deGestão de Desastres e Política de

Segurança de Incêndios. Ambos osgrupos eram unânimes que o Quêniaestava no caminho certo no que diziarespeito ao esboço das duaspolíticas. Depois de notar algumaslacunas e fazer sugestões sobre osesboços das duas políticas, osparticipantes do seminário de trêsdias decidiram que:

1. O Secretário Permanente noMinistério de ProgramasEspeciais, Sr. Mahboub Maalim,escrevesse aos SecretáriosPermanentes de todos osMinistérios e aos dirigentes dasorganizações representadas noseminário a pedir-lhes queautorize a permanência dosfuncionários presentes noseminário como membros daPlataforma Nacional que hápouco foi estabelecida.

2. Os ministérios e organizaçõesestabeleçam unidades dedesastres para aumentar o fluxode comunicação e registo.

3. Os termos de referência daPlataforma Nacional serão feitos

fora e depois trazidos paradiscussão e será feita a suaconfirmação e aprovação durantea próxima reunião de 9 deSetembro de 2004.

Foi decidido que a plataformaNacional estabelecida, deveriacomeçar o mais cedo possivel, apreparação duma Estratégia Nacionalpara a Redução de Desastres doQuénia.

Nota: Os relatórios mais recentes dizem que aPlataforma Nacional teve encontros uma vez pormês, todos os meses, desde que foraestabelecida a 20 de Agosto de 2004. Logo apósa sua criação, a Plataforma montou umacomissão de pressão para traçar os termos dereferência da Plataforma e da comissão depressão. Esta comissão também reuniu-se todosos meses. No encontro de 9 de setembro de2004, a Plataforma Nacional finalizou a propostada Política Nacional de Gestão de Desastres. APolítica está agora com o Procurador Geral daRepública afim de ser levada como projecto-lei aoParlamento para discussão e aprovação.

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Visit of official to the Budalangi River in Kenya

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NU/EIRDNairobe, Quénia

Um seminário nacional realizou-seem Gaborone, Botsuana, de 15 a 16de Novembro de 2004 para olançamento da Plataforma Nacionalda NU/EIRD.

O seminário foi organizado peloEscritório Nacional de Gestão deDesastres do Botsuana (NDMO),com o apoio da NU/EIRD África. Aeste seminário participaram 50funcionários governamentais dediferentes ministérios e governosdistritais, incluindo economistas,planeadores, geólogos e hidrólogos.

Os objetivos do seminário eramelevar a consciência entre osfuncionários do governo no vínculoentre a redução de risco de desastrese desenvolvimento sustentável, eaumentar a coordenação ecolaboração entre as diferentespartes interessadas no Botsuana.

Desastres, erodindo os benefíciosda redução da pobrezaNa abertura do seminário, aDirectora do Escritório Nacional deGestão de Desastres do Botsuana(NDMO), a Sra. Joyce Mosweuacentuou que o seminário eraimportante e que devia ter sidorealizado à mais tempo. Ela disseque era importante porque o seupropósito era a troca e partilha deideias e informação e assim aumentaro conhecimento e consciência sobreo risco de desastres, redução davulnerabilidade a desastres, gestãode desastres e as ligações entre todosestes e o desenvolvimento.

O seminário já devia ter-se realizado,disse ela, porque desastresatormentaram e ainda têm estado aatormentar o Botsuana. Ela referiu,

BOTSUANA: Lançada Plataforma Nacionalda NU/EIRD

que os desastres e os seus impactosexacerbaram a pobreza, a insegurançaalimentar e o subdesenvolvimento, eos lucros erodidos dos esforços deredução de pobreza e os actuaisdescarrilados e planeados programasde desenvolvimento e adicionando osseus impactos ambientais têmameaçado a base de crescimento esustento de hoje e do futuro.

A necessidade de troca deparadigmaFalando em nome da ONU oCoordenador Residente, Sr.Rebonyebatho B. Moaneng enfatizouque desastres romperam o estadosocial, político, ambiental eeconômico de sociedades e países,acrescentando que eles tiveram umimpacto a todos os níveis, desde oindivídual passando pelo nacional aoglobal. Ele disse também que eranecessário por estas razões uma trocade paradigma no campo da gestão dedesastres que integre o risco dedesastres e gestão de desastres noprocesso de desenvolvimento, comvista a assegurar uma parceria activacom as comunidades.

A actual abordagem de responder aemergências e lidar com areconstrução já não é muitopertinente, ele disse que a ênfaseactual é na prevenção de desastres eque o seminário fora um passo nadireção certa.

A revisão da política de gestão dedesastres e estratégiaDurante os procedimentos, o oficialde informação, educação econsciencialização pública doEscritório Nacional de Gestão deDesastres do Botsuana (NDMO), Sr.David I. Mathe, analisou a políticade gestão de desastres do país e suaestratégia. Ele disse que a PolíticaNacional de Gestão de Desastres foiaprovada por Directiva Presidencialem 1996. Ele referiu também que apolítica forneceu um quadro geralpara a gestão de desastres no país.Ele acrescentou, que de acordo coma política, a gestão de desastres noBotsuana é aplicada às suasnecessidades atravêz da integraçãono desenvolvimento o que implicaque nenhum elemento do contínuo

O Assistente do Coordenador Residente das Nações Unidas, Sr. Rebonyebatho B. Moaneng, e oDirector Nacional da Gestão de Desastres, Sra. Joyce Mosweu no lançamento da Plataforma Nacional

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 41

deveria ser considerado maisimportante que outros.

Relativo à implementação da PolíticaNacional, uma estrutura ampla foicolocada à diferentes níveis sob acoordenação do Escritório Nacionalde Gestão de Desastres do Botsuana,inclusive um Comitê Nacional emGestão de Desastres, um ComitéTécnico Nacional de Gestão deDesastres e Comités Distritais e deAldeia de Gestão de Desastres. Eledisse também, que a abordagem doBotsuana sobre as operações degestão de desastres foi postuladonum alto nível de descentralização,baseado em iniciativas locais, com opleno uso da capacidade existente anível dos distritos e comunidades.

Em conclusão, ele referiu que aPolítica Nacional de Gestão deDesastres tinha sido feito emconsistência com outras políticas edocumentos de estratégiasformuladas e que tinha sidoconcordado pelo Governo doBotsuana.

As lacunas existentesA revisão da política nacional eestratégia foi seguida porapresentações da Cruz Vermelha doBotsuana e da NU/EIRD África. Aapresentação da Cruz Vermelha foisobre a sua resposta a desastres eactividades de redução de desastres noBotsuana em cooperação com ogoverno nacional e governos locais.

A apresentação da NU/EIRD,apresentada pela Oficial SeniorRegional da UN/ISDR África Sra.Feng Min Kan, cobriu quatro áreas:1) A Estratégia Internacional paraRedução de Desastres e suaImplementação; 2) A ligação reduçãode risco de desastres com odesenvolvimento sustentável; 3) AConferência Mundial em Redução deDesastre em Janeiro de 2005:Progressos e Desafios; e 4) OsComitês Nacionais e Plataformaspara Redução de Risco de Desastres.

As duas apresentações foramseguidas por discussões de grupocujo o enfoque era a identificaçãode lacunas existentes na redução e

gestão de desastres e a publicação derecomendações para o prosseguimentona redução de risco de desastres esua integração no desenvolvimentosustentável do Botsuana.

As lacunas identificadas inclueminadequada coordenaçãointersectorial a todos os níveis econsulta inadequada entre osdiferentes interessados durante aformulação do projeto; falta deinformação contínua, educação econsciência pública e disseminaçãode informação; falta de integração dagestão de desastres no planeamentodo desenvolvimento; nenhumamedida em lugar para assegurar aefectividade da prontidão dedesastres; e falta de legislação eplanos de gestão de desastres a nívelnacional e distrital.

RecomendaçõesOs participantes recomendaram oseguinte a seguir para a redução derisco de desastres e sua integração noplaneamento do desenvolvimento eprática afim de ultrapassar as lacunasidentificadas:

• A integração da gestão dedesastres nos planos dedesenvolvimento, inclusive nosplanos de desenvolvimentonacionais, distritais/urbanos dedesenvolvimento. E que duranteo próximo meio-termo se revejaos actuais planos dedesenvolvimento;

• Intensificar a informação,educação e consciência públicaem assuntos relacionados adesastres e fortaleçer acomunicação a todos os níveis;

• Estabelecer e fortalecer asrelações entre os sectores/interessados que enfatizam acoordenação e consulta;

• Ponha em ordem os instrumentos/mecanismos de monitoramento eavaliação que assegurem ossectores de prontidão afim deresponder prontamente aosdesastres;

• Preparar a legislação para agestão de desastres até Dezembrode 2005;

• Conduzir um estudo que indiqueas áreas propensas a desastres,cartografá-las e avaliar a taxa devulnerabilidade da comunidade;

• Melhorar o Escritório Nacionalde Gestão de Desastres (NDMO)tornando-o num departamentomaior e mais crescido com maispessoal na sede e comrepresentação a nível dosdistritos;

• Capacitar as pessoas emliderança sobre a redução dedesastres (os políticos,secretários permanentes, líderesdistritais e líderes decomunidade); e

• Promover colaboração entretodos os interessados.

Um seminário pequeno eprodutivoO Ministro de Botsuana para osAssuntos Presidenciais eAdministração Pública, Sr Pahndu C.Skelemani, encerrou o pequeno eprodutivo seminário. O Ministrofalou da importância do seminárioparticularmente á luz da incidênciasempre crescente e da magnitude dosdesastres no país.

Ele referiu que era melhor prevenirou mitigar desastres que lidar com assuas conseqüências, e integrar aredução de desastres no planeamentodo desenvolvimento procurando daruma expressão concreta a esta meta.Com este fim, disse ele, o Escritóriode Gestão de Desastres Nacionaldecidira organizar este seminárionacional para lançar a PlataformaNacional para a implementação daEstratégia Internacional paraRedução de Desastres, EIRD.

Na parte final do seu discurso, oMinistro expressou os seusagradecimentos pelo apoio dado pelaNU/EIRD África e reassegurou aoNU/EIRD África o inteirocompromisso do Governo deBotsuana na efectiva redução dedesastres e integração da redução derisco de desastres no planeamento dodesenvolvimento sustentável. (Veja odiscurso integral na página 55).

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Secretariado da NU/EIRDGenebra, Suiça

O professor universitário,colombiano e investigador etambém activista de redução dedesastres, Doutor Omar DarioCardona, foi laureado com oprestigioso Prémio Sasakawa daONU, 2004 de Redução deDesastres.

A Cerimônia de Premiação tevelugar a 7 de Outubro de 2004, emGenebra, por ocasião da 10ª Sessãoda Comissão de Pressão Inter-Agência da ONU para a Reduçãode Desastres (IATF/DR).

O Prémio foi estabelecido em 1986através da Fundação Sasakawa(mais tarde denominada FundaçãoNipónica) para premiar osindivíduos e instituições que nomundo têm contribuido compráticas inovadoras e cominiciativas excelentes, para reduziro risco e vulnerabilidade decomunidades que estão expostas aperigos naturais.

O engenheiro de terramotos, oDoutor Cardona é professor einvestigador na UniversidadeNacional da Colômbia emManizales (Colômbia Ocidental). OPrêmio reconhece o seu longoempenho científico e promoção depolíticas de redução de desastres ea procura constante de soluçõestécnicas para reduzir o risco eavaliar a vulnerabilidade. Além dassuas actividades acadêmicas, o

Doutor Cardona contribuiuconstantemente para o processo detomada de decisões na Colômbiarelativo à adopção de mecanismos deprevenção, como também expondo oassunto nos foros internacionais eregionais.

Ele é reconhecido internacionalmentepelas suas abordagens abrangentes noque diz respeito à vulnerabilidade egestão do risco. Introduzindo oconceito de “Vulnerabilidade SísmicaEstrutural”, ele fez uma contribuiçãonotável à redução de risco sísmico.

O Doutor Cardona foi nomeado peloSr. Ian Davis (Laureado Sasakawa de1996), Doutor Yepes [o Director doInstituto Geofísico da EscolaPolitécnica Nacional do Equador(Laureado Sasakawa, 1992)] e aAssociação Colombiana deEngenharia de Terramotos (AIS).

O jurí do Sasakawa Prémio da ONUconsiderou o trabalho do DoutorCardona uma contribuição de altaqualidade e de compromisso muitoencorajante.

Certificados de Distinção forampremiados a:

Walter Hays ( E.U.A.), umengenheiro sismólogo, AssociadoSenior do Instituto Global de Energiae Sistemas Ambientais, Universidadede Carolina do Norte em Charlotte eDiretor Executivo da Aliança Globalpara a Redução de Desastres(GADR).

O Doutor Walter Hays foiconsiderado elegível para umCertificado de Distinção devido aoseu permanente compromisso delevar a cabo a implementação de

PRÉMIO SASAKAWA DAS NAÇÕES UNIDAS 2004SOBRE A REDUÇÃO DE DESASTRES

O estudioso-activista colombiano ganhaprestigioso prêmio de redução dedesastres

Doutor Omar Dario Cardona, laureado com o Prémio Sasakawa da ONU,2004 de Redução de Desastres

NU/EIRD mundial em acção

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 43

vários programas de prevenção dedesastres naturais, tanto no seu paísde origem bem comointernacionalmente.

O Doutor Walter Hays foi nomeadoatravés do Instituto Global deEnergia e Sistemas Ambientais daUniversidade de Carolina do Norteem Charlotte

Gustavo Wilches-Chaux (Colômbia),advogado, filósofo e autor que tempromovido o governo local e odesenvolvimento da comunidade noque concerne à gestão de risco edesenvolvimento sustentável. Assimé distinquido em seu reconhecimentoe avaliação das contribuiçõesexcelentes para a redução dedesastres.

O Doutor Gustavo Wilches-Chauxfoi considerado elegível para um

Certificado de Distinção devido asua dedicação, e trabalho pioneiro nagestão de risco nas comunidadeslocais do seu país. Ele é autor demais de 30 livros e artigos sobre a“Vulnerabilidade Global.” Otrabalho do Doutor Wilches dáparticular ênfase a formação,educação e capacitação a todosmembros da comunidade.

O Doutor Gustavo Wilches-Chauxfoi nomeado pela CorporaciónGrupo Vigias Salvando Vidas.

Certificados de Mérito forampremiados:

O Governo Local de La Paz(Bolívia)A Municipalidade de La Paz foiconsiderada uma boa candidata paraum Certificado de Mérito devido a

um programa contínuo muitointeressante que incorpora váriosaspectos como mecanismos degovernação, gestão de risco, infra-estrutura preventiva em áreaspropensas a deslizamentos de terra eavalanches de lama, como também acapacitação institucional e formação.A passo e passo a implementaçãodeste amplo programa constituiráuma contribuição para o “habitat”urbano sustentável sob a liderança doPresidente da Câmara Municipalaltamente comprometido com acausa.

A Municipalidade de La Paz foinomeada pelo CoordenadorResidente da Organização dasNações Unidas na Bolívia.

· A Commissão de GeociênciasAplicadas do Sul do Pacífico,SOPAC (Fiji)A Comissão de GeociênciasAplicadas do Sul do Pacífico,(SOPAC) foi selecionada parareceber um Certificado deMérito devido a avaliação deseus valiosos esforços napromoção da redução dedesastres nas suas comunidadescom reconhecimento mundial. ASOPAC aumentou acompreensão da exposição derisco dos países das ilhas doPacífico, suas sociedades eprocesso de desenvolvimento.Também é um exemplocompreensível de cooperaçãoregional inter-institucional. AComissão de GeociênciasAplicadas do Sul do Pacífico,SOPAC foi nomeada pela Gestãode Emergência da Austrália(EMA).

O Processo de Nomeação para 2004foi lançado a nível mundial emJaneiro de 2004. Trinta-quatro (34)candidatos de qualidade,representando a África, Ásia, Europae as Américas - foram recebidos eavaliados completamente pelo JuríSasakawa independente da ONU emSetembro de 2004.

O Prémio Sasakawa da ONU para a Redução de DesastresAdministração, nomeação, seleção, lista de laureados,

Processo de Administração, Nomeação & de

Seleção

Laureados

O Prémio Sasakawa da ONU para a Redução de Desastres foi administrado por:

• O Departamento da ONU para os assuntos Humanitários (UN/DHA) até 1988;

• O Secretariado da UN/IDNDR (Década Internacional para Redução de Desastre Natural) de 1988 a 1999; e

• O Secretariado da NU/EIRD – sob a supervisão direta sub- Secretário Geral da ONU para os Assuntos Humanitários - desde Janeiro de 2000.

O Secretariado da EIRD é assistido, no processo de seleção do laureado, por um Jurí composto de representantes selecionados na base duma distribuição regional pelo Administrador do Prêmio, o Director do EIRD que é a entidade com poder de decisão final.

O Jurí reuni-se uma vez por ano por um período de três ou quatro dias afim de tomar as suas decisões..

O Prémio Sasakawa da ONU para a Redução de Desastres é premiado em todas as segundas quartas-feiras de Outubro, dentro do quadro geral do Dia Internacional de Redução de Desastres.

2004: Doutor Omar Dario Cardona, Colombia 2003: Sra. Esther Anwi Tadzong, Camarões 2002: Prof. Doutor Serguei Balassanian, Arménia 2001: Global Fire Monitoring Centre, Alemanhã 2000: Fondo para la Reconstruccion y el Desarrollo Social del Eje Cafetero (FOREC), Colômbia 1999: Prof. Mustafa Erdik, Turquia 1998: H.E. Sr. Ji Cai Rang, China 1997: Observatorio Sismológico do Sur-Occidente (OSSO), Colômbia 1996: Doutor Ian Davis, Reino Unido 1995: (Ninguém foi Laureado) 1994: Comissão Nacional de Emergência, Costa Rica 1993: Doutor Vit Karnik, República Checa 1992: Geophysical Instituto Geofísico Nacional Escola Politécnica, Equador 1991: Sr. Franco Barberi, Itália 1990: Sr. Julio Kuroiwa, Perú 1989: Comissão de Ajuda e Reabilitação, Etiópia 1988: Comité de ESCAP/Typhoon, Filipinas 1987: Ratu Kamisese Mara, Fiji

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Dia Internacional de Redução deDesastres: Um dia da elevação daconsciência do risco e perigo

Sra. Nicole RencoretOficial da Promoção e da Consciênca

Todos os anos, o Dia Internacionalpara a Redução de Desastres écomemorado nas segundas quartas-feiras do mês de Outubro.

Este ano de 2004, foi comemorado naquarta-feira dia 13 de Outubro,enfocando o tema: Aprendendo dosdesastres de hoje para os perigos deamanhã.

O Dia Internacional de Redução deDesastres é fundamentalmente uminstrumento para elevar a consciênciapública e a compreensão acerca dosperigos e riscos de desastres, ambossão elementos vitais de qualquer

estratégia abrangente de redução dedesastres. A consciência pública servepara transmitir os conhecimentos einformação que em última análise tempor objectivo fazer com que aredução de desastres seja um valorpúblico aceite atravêz dacompreensão e participação popular.

Organizado anualmente pela NU/EIRD, a Campanha Mundial para aRedução de Desastres convida váriosactores a interagir e a trazer maispessoas para aprenderem acerca daredução de desastres. Isto traz ímpetoe culmina no Dia Internacional para aRedução de Desastres, que écelebrado internacionalmente pororganizações mundiais, regionaisbem como pelas comunidades locais.

Unindo as diversas experiências einiciativas que têm tomado lugar portodo o mundo mais pessoas aprendemacerca da redução de desastres, o quepor última análise poderão liderar amudança de percepções ecomportamentos.

Exemplos de actividades que tiveramlugar no dia Internacional para aRedução de Desastres compreende aeducação comunitária, reuniões paradesenhar mapas de risco, liçõesescolares para aprender o que fazer emcaso dum evento de desastre,oportunidades de formação para ospraticantes de redução de desastres e odesenvolvimento das políticasnacionais de gestão de desastres.

Mensagem sobre o Dia Internacional de Redução de Desastres13 de Outubro de 2004

O Sr. Kofi Annan,Secretário Geral das Nações Unidas

O tema do Dia Internacional de Redução de Desastres “aprendendo dos desastres de hoje para os perigos de amanhã” recorda-nos que atarefa de aprendizagem apartir dos desastres diz respeito a todos nós.Na consequência de desastre as Autoridades Governamentais, homens de negócio, grupos comunitários e indivíduos devem todosperguntar se acções apropriadas tais como aviso prévio, foram tomadas para salvar vidas e bens. Todos devemos estar decididos a nãorepetir os erros do passado. Todos nós deveriamos trabalhar conjuntamente para melhorar os canais de informação e tomada de decisãopara que as comunidades estejam melhor preparadas caso os perigos nos assolem novamente.Os jovens devem ser encorajados a aprender estas lições – na escola , na universidade, e atravêz das redes comunitárias. Participandoem actividades educacionais, engajando-se nos exercícios de mapeamento de risco e partilhando as boas práticas, os jovens podemaprender lições duradoiras para toda a vida e ajudar as suas comunidades a tornarem-se mais resistentes aos desastres.Ao nível global, existem muitas coisas por aprender, assim como fazer. A Conferência Mundial de Redução de Desastres a ter lugar emJaneiro do próximo ano, em Kobe-Japão dará aos decisores e peritos uma chance sem igual de inventariar o que eles aprenderam apartirda nossa experiência directa com os desastres, na última década, e providenciar orientações claras para a implementação destas lições.Os terramotos, os hurricanes, as cheias, as erupções vulcânicas e outros desastres naturais constituem uma parte inevitável da nossavida. O nosso grau de vulnerabilidade a eles não precisa de ser assim. Como nós observámos durante a recente estação de hurricanesnos Caraíbas, quanto mais preparadas as comunidades estiverem menos sofrerão da catástrofe.Após o desastre ter assolado, a primeira tarefa dos elementos locais que dão resposta e seus apoiantes internacionais é trazer ajudaimediata às vítimas. Mas todas as pessoas envolvidas devem também estar certas, de aprender com o que aconteceu, ou com oacontecido e actuar de modo a preparar as comunidades a serem mais resistentes e a reduzir os riscos no futuro. Neste Dia Internacionalda Redução de Desastres, deixai-nos rededicarmo-nos a nós próprios a esta missão.

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NU/EIRD Ásia CentralDushambe, Tajikistão

A primeira Reunião ConsultivaRegional sobre a Redução de Riscode Desastres nunca antes havida naÁsia Central realizou-se emDushanbe, a capital do Tajikistão,de 1 a 2 de Dezembro de 2004.A reunião foi conjuntamenteorganizada pelo Governo doTajikistão, o Projeto daOrganização das Nações Unidas noTajikistão sobre a Gestão do Riscode Desastres e o recentementeestabelecido Escritório Regional naÁsia Central da EstratégiaInternacional de Redução deDesastres, NU/EIRD.

Nesta reunião consultivaparticiparam os funcionáriosgovernamentais de quatro países daÁsia Central (Kazakhstão,Kyrgyzstão, Tajikistão eUzbekistão) e representantes doEscritório Humanitário daComunidade Européia (ECO),Agência Suíça para oDesenvolvimento e Cooperação(SDC) e o Banco deDesenvolvimento Asiático (ADB) eo Programa das Nações Unidaspara o Desenvolvimento, PNUD.

Para uma plataforma regional deredução do risco de desastresOs objetivos da Reunião ConsultivaRegional eram:• Promover a cooperação regional

e colaboração no campo daredução de risco de desastres;

• Integrar a redução de risco dedesastres no planeamento dedesenvolvimento, políticas eimplementação, como parte doprocesso de preparação da Ásia

Central para a 2ª ConferênciaMundial para a Redução deDesastres (WCDR II) em Janeirode 2005 e os resultados daConferência Mundial;

• Discutir medidas urgentesnecessárias para criar programas eplaneamento de desenvolvimentosustentável.

• Criar uma Plataforma Regionalpara a Redução do Risco deDesastres e integrar especialmentea redução de risco de desastres naspolíticas públicas, promoção deresposta de emergência dedesastres e redução de risco dedesastres a nível da comunidade ecapacitação profissional;

• Consultar os participantes dosGovernos da Ásia Central com oobjectivo de estabelecer asprioridades regionais e criar umabase para uma Estratégia Regionalpara a Redução do Risco deDesastres.

A Reunião Consultiva começou comdiscursos os de abertura do Governo

de Tajikistão, da Organização dasNações Unidas no Tajikistão e NU/EIRD da Ásia Central, depois houveapresentações dos países (Kazakhstão,Kyrgyzstão, Tajikistão e Uzbekistão)e organizações (PNUD, SDC,ECOAM, NU/EIRD) sobre aredução de risco de desastres,enfatizando o progresso feito e astarefas por realizar sobre a reduçãodo risco de desastres.

A necessidade de aumento dacooperação regionalAs apresentações reconheceram nogeral que os impactos sociais eeconômicos dos desastres eramseveros e que mais trabalhoprecisava de ser feito para abordar oaumento da ameaça de perigos.Neste contexto, foi sublinhada aimportância e necessidade deaumentar a cooperação regionalentre os países da Ásia Central, maisesforços para fortalecer a cooperaçãoregional a ser construída ou ligada ainiciativas existentes.

Ásia Central: o recentemente estabelecidoescritório da NU/EIRD realiza a suaprimeira reunião consultiva regional

Delegados oficiais à Reunião Regional em Dushambe

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Depois das apresentações, osparticipantes foram divididos emdois grupos de trabalho para discutiros sequintes tópicos:

1. Os princípais perigos e áreas deprioridade necessárias nacooperação regional;

2. Os caminhos a seguir para apromoção da cooperação regionalna redução do risco de desastres.

Os principais resultadosNo fim das discussões de grupo detrabalho activas e muito produtivas,foram feitas mais de 25recomendações, incluindo assequintes recomendações principais:1. A consulta regional entre os cinco

países da Ásia Central(Kazakhstão, Kyrgyzstão,Tajikistão, Turkmenistão eUzbekistão) deveria ter lugarduas vezes por ano, mas o localdeveria girar entre os cincopaíses. O escritório na ÁsiaCentral da NU/EIRD trabalharácomo um secretariado parafacilitar o fórum regionalassegurando o acompanhamentodesta iniciativa. Para a segundareunião será anfitrião a IniciativaRegional do Programa dasNacões Unidas para oDesenvolvimento (PNUD)baseada no Irão em cooperaçãocom a NU/EIRD Ásia Central. Osesforços também deveriam serfeitos para estender a redeinstitucional e ligar à IniciativaRegional Inter-estatal.

2. Os terramotos são uma ameaçacomum a todos os países da ÁsiaCentral. O fórum concentrar-se-áem duas acções concretas com oapoio dos doadores:

• A legislação para a redução derisco de desastres deverá serharmonizada e começando com alegislação dos terramotos eestabelecimento de códigos paraa construção privada. OTajikistão terá um papel fulcralno esboço da legislação e entãopartilhará e discutirá o esboçocom os outros países. Foi

recomendado que os paísesorganizassem duas reuniões paraconsultas as instituiçõesnacionais para a finalização dalegislação.

• O mapeamento de perigossísmicos da Ásia Central deveriaser unificado atravêz dumempreendimento comum dasinstituições de investigaçãocientífica e técnica.

3. A compartilha de informação econhecimento deveriam serharmonizados e deveriam serfortalecidos entre os paísesatravêz da rede local e regionalestabelecida no Irão, e extendidapelo Centro de Competênciabaseado em Dushanbe sobre aGestão de Risco de Desastres(educação e materiaiseducacionais). Um banco dedados deveria ser desenvolvidosobre a redução do risco dedesastres.

4. A cooperação com os doadoresdeveria ser harmonizada a nívelregional no campo da redução derisco de desastres.

5. A assistência deveria serprovidenciada para melhorar omonitoramento e os sistemas deaviso prévio nas construções maisvulneráveis (grandes represas e

reservatórios) na Ásia Central. Aajuda também deveria incluir aavaliação, prioritização econsciêncialização e formação dacomunidade, provisão einstalação.

Os participantes reconheceram aimportância de se alcançarcompletamente as Metas deDesenvolvimento do Milênio(MDGs) na região ecomprometeram-se a seguir asrecomendações acima mencionadas.

O novo escritório regional da NU/EIRD na Ásia Central É de notar, que o Escritório Re-gional da Estratégia Internacional deRedução de Desastres, NU/EIRD naÁsia Central está operacional desde àalgumas semanas. O novo escritórioestá baseado em Dushanbe, a capitaldo Tajikistão, cobrindo cinco paísesda Ásia Central (Kazakhstão,Kyrgyzstão, Tajikistão, Turkmenistãoe Uzbekistão), operando debaixo deum projeto em comum com a PNUDe OCHA (Escritório da ONU para aCoordenação dos AssuntosHumanitários).

Os cinco países da Ásia Central sãotodos propensos a uma variedade dedesastres causados por perigosnaturais. Os desastres naturais

O Sr. Radjabov, Vice Primeiro-Ministro, Ministro de Situação de Emergência e Defesa Civil do Tajikistão,Sr. Bijanov, Vice Primeiro-Ministro, Ministro de Situação de Emergência do Kasakistão e o Sr. Akhunov,

Chefe Especialista, Ministério do Camara do Uzbekistão na Reunião Consultiva Regional de Redução deRisco de Desastres

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afectaram quase 10 por cento dapopulação total da região durante aúltima década. O impacto destesperigos naturais também foiagravado pela queda dramáticanestes países dos Produtos NacionaisBrutos (GNPs), devido a perdasignificante de transferênciasfinanceiras e tecnológicas da antigaUnião soviética.

Sendo um organismo inter-agências,preventivo e estratégico depromoção duma abordagemhoolística dos desastres, o NU/EIRDopera atravêz de parcerias. O seunovo Escritório Regional procuratrabalhar em conjunto com os

organismos governamentais,organizações inter-governamentais(IGOs), outras agências da ONU,Organizações Não-Governamentais(NGOs) e outros organismos dasociedade civil na Região da ÁsiaCentral.

Comum à maioria das organizaçõesinternacionais que lidam comassuntos relacionados a desastres naregião a meta primária é o poder deresistência aos perigos naturais mastambém a cooperação. Tambémcomum às muitas distinçõesculturais, sociais e políticas emsociedades da Ásia Central está ointeresse crescente de partilha de

conhecimento, rede, estratégiacomum e plataforma no campo deredução de desastres. Como tambéma NU/EIRD procura ajudar amelhorar o poder de resistência aosperigos naturais e a capitalizaçãodestas abordagens e interessescompartilhados permitiria fortalecera capacidade nacional e regional deredução de desastres na região.

Os outros Escritórios Regionais daNU/EIRD estão localizados em SanJosé, Costa Rica (para a AméricaLatina e Região das Caraibas) eNairobe, Quénia (para a Região deÁfrica). Estão sendo feitos arranjospara colocar escritórios semelhantesna Europa e no Pacífico.

América Latina & Caraíbas: Hefes deEstado Dos Andes Endossam Estratégia deRedução de desastres

Sra. Elina PalmOficial regional,NU/EIRD Escritório Regional para a AméricaLatina e CaraÍbas (LAC),San Jose, Costa Rica

Os Presidentes da Bolívia,Colômbia, Equador, Perú eVenezuela endossaram a propostasobre a “Estratégia Andina para aPrevenção de Desastres e Resposta”.

A Estratégia é baseada em consultasmulti-sectoriais de cada país. Emconcordância com o “Quadro Geraldo EIRD sobre a Orientação eMonitoramento da Redução de Riscode Desastres”, contémrecomendações detalhadas depolítica, informação, identificação derisco, monitoramento e avaliação dorisco, capacitação institucional, eassistência mútua em situações dedesastre. A Estratégia tambémidentifica as actividades e programas

a serem desenvolvidas por sectoresespecíficos.

O desenvolvimento da Estratégia foidirigida pelo Comitê Andinorecentemente-estabelecido para aPrevenção de Desastres e Resposta(CAPRADE), e patrocinada peloPNUD (Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento) eCAF (Corporação deDesenvolvimento Andino). Oendosso da Estratégia é visto comoum significante desenvolvimento daspolíticas de redução de desastres naregião.

Durante os últimos meses, oEscritório Regional da NU/EIRDpara a América Latina e as Caraíbas(LAC) também envolveu-seactivamente nas preparações para aConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR II)que terá lugar em Janeiro de 2005.Neste contexto, ele co-patrocinou

várias reuniões temáticas e regionaisna região da América Latina eCaraíbas (LAC) em tópicosrelacionados com a educação,comunicação, consciência pública esaúde (veja a caixa).

Uma consulta da política regional foirealizada pelo Governo do Equador,em colaboração com a OrganizaçãoPan-Americana de Saúde (PAHO),Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento (PNUD) e a sededa NU/EIRD em Genebra. A estaconsulta estiveram presentes uns 100participantes de 17 países eorganizações internacionais eregionais. A consulta serviu comouma oportunidade para compilarinformações regionais para o esboçoactual do documento do Programa aser adoptado pela ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres (WCDR II), um esboço doprograma fora apresentado ao 2º

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 48

Duas reuniões regionais de redução de desastres tiveram lugarna Guatemala e El Salvador, respectivamente sobre (1) Acomunicação e as estratégias de informação pública para aredução de desastres, (2) A educação para a redução do riscode desastres.

A Reunião Regional sobre a Comunicação para a Reduçãode Desastre na GuatemalaUma reunião regional sobre a “Comunicação e as Estratégiasde Informação Pública para a Redução de Desastres”aconteceu na Guatemala, América Central.À esta reunião participaram peritos de comunicação,autoridades nacionais e locais, cientistas e operadores dosmeios de comunicação de 14 países latino americanos.Outros participantes eram internacionais e regionais einstituições de doadores como o PNUD, UN-Hábitat, ACS(Associação de Estados dos Caraíbas, Trinidade e Tobago),CEPREDENAC (Centro de Coordenação para a Prevenção deDesastres Naturais da América Central), JICA (AgênciaJaponesa de Cooperação Internacional), SDC (Agência suíçapara o Desenvolvimento e Cooperação) e DIPECHO (EscritórioHumanitário da Comunidade Europeia para a Prontidão deDesastres).O seminário foi uma oportunidade para compartilharexperiênvcias e lições aprendidas sobre as estratégias decomunicação para a gestão de risco e redução de desastres,identificar áreas para a formulação de estratégias para aadopção a níveis nacionais e regionais.O seminário também teceu recomendações específicas eobjetivos a serem alcançados até 2015, para a inclusão emdiscussões na Conferência Mundial de Redução de Desastres(WCDR) em Janeiro de 2005. Foram definidas três áreas deimportância:• As políticas e as estratégias relacionadas a comunicação

educacional e informação do público• O papel dos meios de comunicação na redução de

desastres

• O uso e compreensão da informação científica e pública.

A reunião foi juntamente organizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO) / Organização de SaúdeMundial (QUEM), UNESCO, a Federação Internacional daCruz Vermelha (IFRC) e NU/EIRD da América Latina e dasCaraíbas, com o apoio do Centro de Formação da Agênciade Cooperação Internacional Espanhola (AECI).

A Reunião Regional sobre a Educação para a Reduçãode Desastres em El SalvadorUma reunião latino-america e caribenha sobre a “Educaçãopara a Redução de Risco de Desastres” teve lugar em ElSalvador na América Central.À esta reunião participaram 114 representantes de 17nações do hemisfério, peritos educacionais, e de infra-estrutura escolar e funcionários de gestão de risco,autoridades públicas, organizações sub-regionais, regionaise internacionais, NGOs e líderes comunitários.A reunião avançou com o Plano de Acção do Hemisfério(EDUPLAN) que compreende infra-estrutura físicaeducacional, participação pública e aspectos acadêmicos efaz recomendações concretas que enfatizam a importânciada educação formal e informal, e afirmam a importância daeducação na gestão de risco nas políticas educacionaisnacionais.A reunião foi apoiada pelo NU/EIRD, UNESCO, aOrganização dos Estados Americanos (OAS), UNICEF,FUSAI (Fundação Salvadorenha para a Ajuda Integral), oMinistério do Ambiente e Recursos Nacionais de ElSalvador, o Serviço Nacional de El Salvador para EstudosTerritoriais, entre outras agências chave de cooperação.Para mais informação sobre o NU/EIRD da América Latina eas Caraíbas (LAC), por favor visite o seguinte endereço:www.eird.org

América Latina & CaraíbasComunicação & Educação para a Redução de Desastres

Comitê de Preparação (PrepCom2)que se reuniu em Outubro de 2004.

As datas de origem da NU/EIRD daAmérica Latina e Caraíbas (LAC)remotam desde 1992 durante aDécada Internacional para a Reduçãode Desastres Naturais de 1900-1999,embora o Secretariado da NU/EIRDsó fosse estabelecida no ano 2000pela Organização das Nações Unidas(ONU).

Fundado em San Jose, Costa Rica, etendo como anfitrião a OrganizaçãoPan-Americana de Saúde (PAHO), oescritório regional trabalha juntamentecom várias agências da ONU,organizações regionais, governos eorganismos da sociedade civilprocurando atingir a meta global deincorporar a redução do risco dedesastres no desenvolvimentosustentável a todos os níveis.

Outros Escritórios Regionais daNU/EIRD estão em Nairobe,Quênia (para a Região de África) eDushanbe, a capital do Tajikistão(para a Ásia Central). Estão sendofeitos também arranjos para oestabelecimento de escritóriossemelhantes na Europa e noPacífico. A sede de NU/EIRD estáem Genebra.

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Sra. Takako Izumi,EIRD Ponto Focal - ÁsiaKobe, Japão

A Ásia foi a região mais propensa àtodos os tipos de perigos naturais.Durante o período de 1997-2001,acima de 40 por cento de todos oseventos registados no Banco dedados do CRED sobre DesastresNaturais (EM DATA) ocorreram naÁsia, pelo que faz com que a gestãode desastres na região seja umdesafio pertinente.

A forte chuva, a chegada anticipadada estação de monção, oaparecimento atrasado dasinundações, o aquecimento global, odesflorestamento e siltação, sãoconsiderados os factores princípaisque contribuem para a magnitude dosdesastres. Além disso, com a rápidaurbanização, a industrialização, e oaumento da densidade populacionalconcomitante nos centros urbanos,crescem e persistem os riscos dedesastres e vulnerabilidade.Consequentemente, os desastres setornam assuntos inevitavelmenteimportantes de desenvolvimento.Realmente os seus impactos nasociedade e economia impedem arealização dum desenvolvimentosustentável.

Enquanto isso, a redução dedesastres não é mais um assuntoregional mas sim um assunto deâmbito global. Lidar efectivamentecom desastres e risco de desastres,numa compreensão mais hoolísticado problema de desastres e assuntosrelacionados é um imperativo. Alémdisso, a vontade política do governo,o seu compromisso e recursos, osmecanismos cooperativosorganizados entre as partesinteressadas, e a capacitação sãopertinentes e necessárias.

“A parceria asiática”Para aumentar a cooperação regionalsobre a redução de desastres, oSecretariado da NU/EIRD, o Centrode prontidão de Desastres Asiático(ADPC, fundado na Tailândia), oCentro de Redução de DesastresAsiático (ADRC, fundado no Japão)tomou a iniciativa de lançamentoduma parceria regional aberta para aredução de desastres denominada“Parceria Asiática.”Realizada após consultas às Agênciasdo Programa das Nações Unidaspara o Desenvolvimento (PNUD)para a Prevenção de Crise eRecuperação (PNUD-BCPR) e aComissão Económica e Social daOrganização das Nações Unidas(ONU) para a Ásia e o Pacífico(ESCAP), a meta da ParceriaAsiática é concentrar-se eminiciativas essenciais para a reduçãode desastres e reunir parceirosregionais e nacionais cuja acontribuição colectiva gerará umamudança positiva na região comrespeito ao risco e redução davulnerabilidade.

Esta parceria procura:

Promover a redução de desastres naregião da Ásia conduzindoiniciativas estratégicas em países ousub-regiões em parceria com outrasentidades como o requerido porcada caso específico.

Apoiar o processo para a SegundaConferência Mundial em Janeiro de2005 sobre a Redução de Desastres,incluindo uma pesquisa a nívelregional para providenciarproductos para a revisão daEstratégia de Yokohama de 1994 e odesenvolvimento de um programade acção para 2005-2015.

Criar um fórum para discussão,partilha de experiências e troca deinformação para permitir que todosos sectores de sociedade civil sejamparticipantes activos..

Assegurar que as recomendações aadoptarem na Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres de2005 sejam seguidos na região.Cimentar o caminho para que osdesenvolvimentos adicionais na

O NU/EIRD & Redução de Desastres naÁsia: “ A Parceria Asiática”

NU/EIRD mundial em acção

Os impactos do Sismo de Hanshin-Awaji Kobe, Japão - 1995 (Fotografia: CFA)

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Data & Local: 6 e 7 de Maio de2004, Palácio das Nações, Genebra,Suíça.

Contexto: A reunião foi a 1º de duasreuniões do Comitê de Preparaçãopara a 2ª Conferência Mundial sobrea Redução de Desastres (WCDR II)que terá lugar em Kobe-Hyogo,Japão, de 18 a 22 de Janeiro de2005. A convocação da ConferênciaMundial foi decidida pelaAssembleia Geral da Organizaçãodas Nações Unidas em Fevereiro de2004 (Resolução 58/214).

Organizador: EstratégiaInternacional de Redução deDesastres (NU/IERD) na qualidadede Secretariado da ConferênciaMundial.

Programa de trabalho• Rever a organização e os

Preparativos para a 2ª Conferência Mundialsobre Redução de Desastres (WCDR II)

1º Sessão do Comitê de Preparação (Prepcom 1)6-7 de Maio 2004

região, inclusive a atracção defundos para os projetos principaisem áreas como educação, gestão deinformação e rede regional.

A Conferência Mundial sobre aRedução de Desastres de 2005A Segunda Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres(WCDR II) terá lugar de 18-22 deJaneiro de 2005 em Kobe, Hyogo,Japão, imediatamente depois dacomemoração do 10º aniversário doGrande Terramoto de Hanshin-Awajique atingiu Kobe e sua área vizinha

nas primeiras horas do dia 17 deJaneiro de 1975 e ceifou mais de6,400 pessoas e feriu cerca de40,000.

A Conferência é um evento de marcomilenário que aumentará o perfil deredução de risco de desastres noplaneamento e prática dodesenvolvimento.A Conferênciaproverá uma oportunidade sem igualpara promover uma aproximaçãoestratégica e sistemática ao nívelnacional abordando assuntos sobre avulnerabilidade e redução do riscopara perigos naturais. Além disso,

espera-se que guie e motive osgovernos e seus decisores políticospara prestar mais atenção a taisassuntos vitais, e identificar modospráticos para incorporar as medidasde redução de risco em acções deredução da pobreza.

Para informação adicional, por favorvisite seguinte endereço na rede localda NU/EIRD sobre a SegundaConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR II):http://www.unisdr.org/eng/wcdr/wcdr-index.htm

preparativos significativos• Aprovar o programa de trabalho

da Conferência• Propôr as regras de

procedimentos para a Conferência

• Negociar dois documentos sobreos resultados da conferência paraserem submetidos para adopção ana 2ª Conferência Mundial sobrea Redução de Desastres (WCDRII): (1) “Declaração Política”(com uma visão estratégica dereduzir o risco e vulnerabilidadeaos perigos naturais etecnológicos no período 2005-2015); e (2) “Documento doPrograma” (com elementos demedidas políticas a implementara visão estratégica projectada na“Declaração Política acimamencionada”). Nota: foi indicadouma revisão da implementaçãoda Estratégia de Yokohama de1994 para um Mundo mais

Seguro e que o seu Plano deAcção providênciasseconhecimentos básico eexperiências a estes documentos.

Participantes: Uns 200participantes inclusive representantesde 103 países (dos quais 25 de paísesafricanos), Missões Permanentes daOrganização das Nações Unidas(ONU), agências da ONU,organizações inter-governamentais eorganizações não-governamentais.

Oficiais eleitosO Sr. Embaixador Hernán Escudero(Equador): Presidência (tambémpreside a Agência do Comitê dePreparação)O Sr. Embaixador Shigeru Endo(Japão): Co-presidência

O Sr. Seyed Mohammad SadatiMejad (Irão): Relator

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 51

• Credenciamento e participaçãode NGOs e outros gruposprincipais no processo depreparação.

• Prazo final para se submeter ainformação e contribuiçõesnacionais (dos relatórios), até 15de Junho, mas poder-se-á aceitara submissão dos relatóriosdepois daquela data.

• Alcançado acordo abrangentesobre os resultados daConferência; consultasinformais a serem realizados atéa 2ª Sessão.

• Relativo ao processo consultivoentre 1º e 2º Sessões do Comitêde Preparação (PrepComs1 e2), o Secretariado devedistribuir o documento revistosobre o assunto, integrandotodos os comentários erecomendações do IATF/DR(Comissão de Pressão Inter-agência da ONU sobre aRedução de Desastres) e 1ºSessão do Comitê de Preparação(PrepCom1), nos fins de Maiode 2004.

• Conferência em redeinformática “Online” sobre asConclusões da revisão deimplementação da Estratégia deYokohama e dos futurosobjetivos a ter lugar de 15 deJunho a 16 de Julho de 2004.

• Esboço revisto e anotado, perfile o plano da revisão daimplementação da Estratégia deYokohama incorporandoinformações da 1º Sessão doComitê de Preparação(PrepCom1), consultas erevisão contínua daimplementação da Estratégia deYokohama, a ser completado a9 de Agosto de 2004.

• Consultas ao Grupo de Apoiodo IERD (um fórum paracompartilhar experiências) einstruções específicas comMissões Permanentes emGenebra e Nova Iorque a terlugar durante o mesmo período(em 9 Agosto).

2º Sessão do Comitê de Preparação(PrepCom2) a ter lugar emOutubro (data a ser determinada).[relatório do PrepCom2 abaixo]

Observações finaisO Sr. Embaixador e Co-PresidenteShigeru Endo expressou a suasatisfação acerca do progressofeito durante a Sessão,considerando o apertadocalendário antes da ConferênciaMundial (devido ao início a 18 deJaneiro 2005).Os Estados Unidos Américaobservou que os delegados nãoconcordaram formalmente com osobjetivos e metas da ConferênciaMundial.

A Declaração de aberturaO presidente da Agência do Comitê dePreparação, O Sr. Embaixador HernánEscudero (Equador), abriu a Sessãoreferindo-se a 2ª Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres(WCDR II) como um marco milenáriona elevação do perfil internacional daredução de risco de desastres comouma componente integrante dodesenvolvimento sustentável. Eledisse, que a Conferência providenciauma chance para refletir sobre oprogresso realizado desde a adopçãoda Estratégia de Yokohama em 1994,e que poderia promover umaabordagem mais colaborativa ecoerente para a redução do risco evulnerabilidade.

Os resultados• Propostos oficiais eleitos para a

Sessão pela Agência do Comitê dePreparação.

• Programa de trabalho adoptadosem emenda.

• Regras propostas de procedimentopara o processo de preparação epara a 2ª Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres(WCDR II) adoptado provisoriamentee dependente das consultas entreos Estados Unidos da América e aUnião Europeia, e o texto entreparênteses permanecerá assim atése atingir um acordo final. (Vejaexplicação na nota de rodapéabaixo)

2ª Sessão do Comitê de Preparação (Prepcom 2)11-12 de Outubro de 2004

Data & Local: 11 e 12 de Outubro de2004, Palácio das Nações, Genebra,Suíça.

Contexto: A reunião foi a 2º de duasreuniões do Comitê de Preparaçãopara a 2ª Conferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR II) queterá lugar em Kobe-Hyogo, Japão, de18 a 22 de Janeiro de 2005, em

concordância com a Resolução daAssembléia Geral da Organizaçãodas Nações Unidas de Fevereiro de2004 sobre a convocação de umaConferência Mundial sobre aRedução de Desastres em 2005. A1ª Sessão do Comité de Preparação(PrepCom1) aconteceu na mesmajurisdição de 6 a 7 de Maio de 2004(veja relatório acima daPrepCom1).

Desde a 1º Sessão do Comité dePreparação (PrepCom1), foramlevadas a cabo actividades de entreas sessões e foram incluídas reuniõesregionais e temáticas pertinentes naÁsia, África, e América Latina eCaraíbas. Estas actividadescontribuíram em idéias erecomendações para o WCDR. OSecretariado preparou uma

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compilação dos resultados destasreuniões.

Organizador: EstratégiaInternacional de Redução deDesastres (NU/IERD) na qualidadede Secretariado da ConferênciaMundial.

Programa de trabalho: A 2º Sessãodo Comité de Preparação (PrepCom2) teve como tarefa continuar aabordar alguns dos assuntosabordados na 1º Sessão do Comitéde Preparação (PrepCom 1) epreparar a Conferência Mundial.(Veja resultados da PrepCom 1,relatório).

Participantes: Mais de 400participantes inclusiverepresentantes de 106 países (dosquais estiveram presentes 27 paísesafricanos), Missões Permanentes daOrganização das Nações Unidas(ONU), agências da ONU,organizações inter-governamentais eorganizações não-governamentais.

Oficiais eleitosO Sr. Embaixador Hernán Escudero(Equador): Presidência (tambémpreside a Agência do Comitê dePreparação) , O Sr. EmbaixadorShigeru Endo (Japão): Co-presidência, O Sr. SeyedMohammad Sadati Mejad (Irão):Relator.

ResumoNa base da da 1º Sessão do Comitéde Preparação (PrepCom1) e dasactividades inter-sessões, a 1ºSessão do Comité de Preparação(PrepCom 2) considerou a novaversão do esboço do Programa deAcção.

Espera-se que a discussão sobre aDeclaração Política comece apósalgum progresso que se tenha feito ealcançado no Programa de Acção.

Além disso, os delegadosabordaram o seguinte:credenciamento de NGOs e outros

grupos principais no processo depreparação e na 2ª ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres (WCDRII); as regrasprovisórias de procedimento noprocesso de preparação e na 2ªConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDRII); oformato proposto e programa detrabalho do esboço da 2ªConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDRII); eum esboço de documento “Propostade Mecanismo de Parcerias noContexto da 2ª Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres(WCDRII).” Os delegados tambémescutaram o relatório sobre oprocesso de preparação da 2ªConferência Mundial sobre aRedução de Desastres, e discutirama revisão de esboço daimplementação da Estratégia deYokohama.

A Declaração de AberturaO Presidente da Agência de Comitêde Preparação, o Sr. EmbaixadorHernán Escudero (Equador),inaugurou a Sessão. Apontando osrecentes desastres ao redor domundo.

Ele disse que estes acontecimentosreforçaram a necessidade da 2ªConferência Mundial sobre aRedução de Desastres o que deveriaproduzir resultados viáveis, práticose concretos. Ele sugeriu que oPrograma de Acção propostoconcentrasse-se na redução deperdas resultantes dos desastres eintegração de preocupações de riscode desastre em programas e planosde desenvolvimento sustentável, einstituições de desenvolvimento,mecanismos para capacitação epoder de recuperação dascomunidades face aos perigosnaturais.

Os resultados• Proposta de organização de

trabalho do Comitê dePreparação aprovada pelosdelegados.

• Pedido de cinco (5) organizaçõesnovas intergovernamentais paraparticipar na 2ª ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres (WCDRII) endossadas.

• Aceites as aplicações para ocredenciamento de 55Organizações Não-Governamentais (NGOs) e outrosgrupos principais.

• Relativo as regras provisórias deprocedimento para o Comitê dePreparação e a 2ª ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres, nenhum acordo aindafoi alcançado, apesar dasmudanças propostas na 1º Sessãodo Comité de Preparação (vejaNota de rodapé 1). Consultas porcontinuar entre as partesinteressadas, e o secretariado teráde informar o mais rápidopossivel os resultadosalcançados.

• Progresso feito nos arranjos paraa disseminação de informaçãosobre a Conferência Mundialsobre a Redução de Desastrespara os governos, meios decomunicação e outros gruposinteressados.

• Aprovado o formato proposto da2ª Conferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDRII)(com 3 componentes – segmentointergovernmental, segmentotemático e forum público).

• Relativo ao esboço do documento“Proposta de Mecanismo deParcerias no Contexto da 2ªConferência Mundial sobre aRedução de Desastres(WCDRII)”: O presidenteEscudero disse que 36 pertinentesparcerias foram registadas naComissão da ONU para oDesenvolvimento Sustentável(CSD), adicionando que todas asnovas parcerias foramencorajadas a registar-se no CSD.

• O esboço de programa detrabalho proposto, inclusive oestabelecimento de um ComitêPrincipal como parte de suaorganização de trabalho, foi

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 53

adoptado sem comentárioadicional ou emenda.

• As “recomendações” de revisãodo esboço de Estratégia deYokohama a ser examinado comoalternativas de conclusões.“Conclusões” a serem revistas, ealinhavadas cuidadosamente como texto de esboço do Programade Acção. Nem todas asdeclarações do documento derevisão estão refletidas no esboçodo Programa de Acção devido arestrições de espaço impostaspelas políticas de tradução daONU.

• Relativo ao esboço de Programade Acção - cujos comentáriosforam feitos por 50 delegaçõessobre uma vasta gama deassuntos (inclusive objetivos ecalendários, compromissos eobrigações, requisitos para a

apresentação de relatórios,ligações com outros processosmultilaterais e acordos, assuntosfinanceiros, capacitação, assuntosregionais, sistemas de avisoprévio, âmbito de discussões daConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR),partilha de informação e outrosassuntos), os delegadosconcordaram em estabelecer umComitê de Redação que irá seresponsabilizar pela continuaçãodo trabalho de esboço doPrograma de Acção.

• Os termos de referência para oComité de Redação a seremfinalizados através da Agência doComité de Preparação.

• O Sr. Marco Ferrari (Suíça) foiselecionado para a Presidência doComitê de Redação.

NU/EIRD mundial em acção

• Comité de Redação a serilimitado, a data da primeirareunião será determinado peloPresidente Ferrari.

• As discussões do Comitê deRedação serão baseados no novoesboço do Programa de Acçãoque incorporará comentáriosrecebidos da 2º Sessão do Comitéde Preparação (PrepCom2). Oesboço revisto circulará pelosdelegados antes do primeiroencontro do Comité de Redação.

• O Comitê de Redação devetambém considerar o esboço daDeclaração Política.

• O Comitê de Redação deve-sereunir regularmente em Genebraaté sexta-feira de 14 de Janeirode 2005.

• A terceira e ultima sessão doComité de Preparação (PrepCom3) terá lugar em Janeiro de 2005numa data a ser determinada.

Observações finaisO Director Salvano Briceno da NU/EIRD agradeceu os delegados pelassuas contribuições. Ele expressou aesperança de que a 2ª ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres seja produtiva, expressivae significante.

O Presidente da Agência de Comitêde Preparação, o Sr. EmbaixadorCadeira Escudero forneceu umaavaliação dos resultados da 2ºSessão do Comité de Preparação(PrepCom2), e notou que a terceira eúltima Sessão do Comitê dePreparação (PrepCom 3) terá lugarem Janeiro de 2005 - a uma data aser determinada.

Invasão criquets na África do Oeste em 2004

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As crianças africanas e adolescentesestão concorrendo numa competiçãode Composição e desenhorelacionada a redução de desastres. Acompetição foi lançada em váriasescolas e comunidades em Áfricadurante o Dia Internacional para aRedução de Desastres marcada para13 de outubro de 2004. O prazo finalpara as entradas estava marcadopara o dia 30 de Novembro de 2004e os prémios serão decididos a 13 deDezembro de 2004.

A competição tem por objectivopromover a redução de desastresentre as crianças que estão entre asmais vulneráveis aos desastres. Osesforços realizados pelas crianças eadolescentes para entender a reduçãode desastres, também irão promoveruma compreensão semelhante entreos membros mais velhos das suasfamílias e comunidades ao longo edepois deste processo.

As autoridades nacionais responsáveispela redução de desastres convidarãoas crianças a submeterem os seustrabalhos de arte (desenho e/oucomposição) sobre o seguinte tema:“Aprendendo dos desastres de ontempara os perigos de amanhã.” Isto lhespermitirá compartilhar as suasexperiências de prevenção/reduçãode desastres e/ou gestão de desastres.

Qualquer pessoa de nacionalidadeafricana possuindo uma idade abaixode 17 anos e vivendo em África eramelegíveis para participar, desde queeles não fossem familiares directosde funcionários ou empregados daNU/EIRD (Estrátégia Internacionalde redução de Desastres) ou dealguma Agência da ONU(Organização das Nações Unidas).

Duas categorias com base na idadeforam fixadas para cada actividade:Idades abaixo de 7 anos (1ªCategoria) e Idades entre os 7 a 13anos (2ª Categoria) para o Desenho;Idades compreendidas entre os 11 a13 anos (1ª Categoria) e Idades entreos 14 a 16 anos (2ª Categoria) para aComposição. Os assuntos dacompetição são: (1) A compreensãoda redução de desastres, (2) Aproteção ambiental; (3) A água e osriscos; e (4) O papel das crianças nagestão de desastres.

As composições não deveriamexceder a 700 palavras. Os desenhosnão deveriam ser maiores que otamanho A4 (210mm por 290mm ou8 ½” por 11") e deveriam ser dadosum título. Aos concorrentes épermitido virar o seu papel dedesenho horizontalmente everticalmente, os meios sugeridos depintura foram a pintura a óleo, lápis,aguarelas, canetas marcadoras,carvão ou acrílico.A arte decomputador não será aceite e todo otrabalho deve ser à mão livre eoriginal.

Serão anunciadas duas categorias devencedores: os Vencedores dospaíses e Vencedores de África.

Os melhores três Vencedores dosPaíses (em cada uma das quatrocategorias de activitidade/idade)serão anunciados a 13 de Dezembrode 2004 em cada país. 12 Vencedoresdo País emergirão então em cadapaís. Os seus artigos serãopublicados em jornais nacionais eserão enviados para a EstratégiaInternacional de Redução deDesastres (NU/EIRD) para serem

selecionados para publicação emÁfrica e/ou no resto do mundo. Parcada Vencedor do 1º Lugar do paísserá oferecido um prêmio.

Quatro Vencedores de África (1 porcada categoria de actividade/idade)será selecionado pela NU/EIRDÁfrica fora dos acima 12 Vencedorespor país. A NU/EIRD Áfricaanunciará os nomes dos quatroVencedores de África em 13 deJaneiro de 2005. Os seus artigosserão publicados pela NU/EIRD emÁfrica e/ou no resto do mundo. Acada um dos quatro vencedores deÁfrica será oferecido um prêmio pelaNU/EIRD África.

República Democrática do CongoAs actividades seguintes foramcelebradas para marcar o DiaInternacional para a Redução deDesastres na República Democráticado Congo a 13 de Outubro de 2004:• Marcha de crianças, jovens e

outros• Diversos discursos com o

objectivo de promover ummelhor entendimento da reduçãode risco de desastres

• Exibição de fotografia sobre osimpactos de desastres naturais

• Competição de Desenho eComposição para cidadãosnacionais com idade inferor a 17anos

Relativo à Competição de Desenho& Composição, a seleção dosvencedores do país está em curso nopaís.

DIA INTERNACIONAL PARA A REDUÇÃO DE DESASTRES13 de Outubro de 2004

Lançamento da competição de desenho ecomposição para as crianças africanas

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DjiboutiO Djibouti comemorou o DiaInternacional para a Redução deDesastres a 13 de Outubro de 2004.O evento foi marcado pelolançamento da Plataforma Nacionaldo NU/EIRD do Djibouti da acimamencionada Competição de Desenho& Composição juntamente com oMinistério de Educação do Djibouti.O Ministério de Educaçãoselecionará as 10 melhorescandidaturas entradas de cadacategoria e os submeterá a umComitê de Selecção Nacionalconstituido por oito membros (4 daPlataforma Nacional do NU/EIRD e4 do Ministério de Educação). A

selecção final acontecerá no dia 25de Novembro de 2004. Osresultados serão anunciadosimediatamente no dia 9 deDezembro de 2004 depois de umSeminário Nacional sobre gestãofinanciado pelo Comando Centraldos EUA.

MadagáscarPor ocasião do Dia Internacionalpara a Redução de Desastresmarcada em Madagáscar no dia 13de Outubro de 2004, o Ministériodo Interior e o Ministério daEducação de Madagascar lançaramconjuntamente a 20 de Outubro de

2004 a acima mencionadaCompetição de Desenho &Composição. A selecção final terálugar a 20 de Novembro de 2004.

MauríciasO Ministério de Educação dasMaurícias foi contactado peloEscritório do primeiro-ministro (que éactualmente o responsável pelaredução de risco de desastres no país)para lançar a Competição de Desenho& Composição por ocasião do DiaInternacional para Redução deDesastres em África no presente ano.Mais informação estará disponível avocê nas nossas próximas edições.

Com base no progresso e nosimpactos realizados em 2002 e 2003e na clara compreensão de quem devefazer o quê, e onde sobre a reduçãode desastres em África, assim como anecessidade de fazer o balanço entrea combinação necessidades e fundosdisponíveis, o Programa Regional daEstratégia Internacional de Reduçãode Desastres das Nações Unidas (NU/EIRD) em África – tambémconhecido como NU/EIRD África -em 2004 continuou realizando o seutrabalho atravêz do trabalho em rede,cooperação e coordenação com amaioria das partes interessadas emÁfrica na base duma abordagemcatalítica.

Esta abordagem ajuda a promover o“sentido de propriedade nacional”sobre o processo de redução dedesastres, isto está sendo não só achave para o sucesso daimplementação da EstratégiaInternacional de Redução deDesastres (EIRD), mas tambémdevido ao custo-efectividade – sobre

um enorme continente caracterizadopor limitados recursos humanos efinanceiros.

Em concordância com a visãotornada conhecida na exposta“Estratégia para um mundo maisseguro no século XXI: Redução deDesastres”, o objectivo geral doPrograma Regional da EIRD emÁfrica é contribuir parasalvaguardar vidas e bens atravêzdo melhoramento da gestão de riscoe cultura de prevenção de desastres.

As prioridades em 2004Para promover ou adoptar o“sentido de propriedade nacional”do processo de redução dedesastres, a NU/EIRD Áfricacontinuou a proporcioar umaassistência à medida para oestabelecimento de plataformasnacionais. Ao mesmo tempo, a NU/EIRD África esforçou-se empromover parcerias com asplataformas nacionais da EIRD jáestabelecidas atravêz dum apoio

mútuo nas iniciativas de redução dedesastres. As princípais prioridades daEstratégia Internacional de Reduçãode Desastres das Nações Unidas em2004 foram as sequintes:

• Facilitar a creação de ambientesque permitam ou possibilitemfazer algo;

• Aumentar a consciência de riscode desastres;

• Encorajar as consultas e promovera cooperação e colaboração;

• Abordar as princípaispreocupações do género emmatérias de redução de desastres;

• Advogar a estreita ligação entre aredução de desastres e aerradicação da pobreza emdirecção as Metas deDesenvolvimento do Milénio.

• Facilitar a preparação regional deÁfrica para a SegundaConferência Mundial sobre aRedução de Desastres a ter lugarem Janeiro de 2005.

As Actividades da NU/EIRD em 2004 &Prioridades para o ano 2005

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As actividades realizadas e emcursoSob a liderança do Director doSecretariado da EstratégiaInternacional de Redução deDesastres das Nações Unidas (NU/EIRD) e com o apoio dos colegas doEscritório Geral de Genebra, a NU/EIRD África foi capaz de consolidaras suas relações de trabalhoconstrutivo com as organizaçõesregionais e sub-regionais, e realizaralgum progresso tangível (palpavel)na implementação do ProgramaRegional da EIRD em África. Emconcordância com as áreas deprioridade, a NU/EIRD África temfocalizado seis prioridades que estãoabaixo mencionadas.

Prioridade 1: Facilitando acriação de ambientes quepossibilitem fazer algo (políticasnacionais, legislação, estratégias,quadros gerais institucionais,capacidade humana e recursosfinanceiros atravêz da advocacia,assistência técnica, partilha deinformação e troca deconhecimentos ou informação.

• Todo o processo de orientação daEstratégia Regional para aRedução de Desastres em África;

• Orientação do processo em cursorelacionado a Acção do Programade África;

• O seminário sobre os terramotosque conduziu a formação dogrupo de peritos de África;

• O seminário sobre os Meios deComunicação em Nairobe;

• O estabelecimento dasplataformas nacionais em maispaíses (em acréscimo aos jáexistentes como Djibouti,Madagascar, Uganda e Comores),Botsuana, Congo, Gabão, Gana eQuénia juntando-se a redemundial de plataformas nacionaisque fazem parte daimplementação global daEstratégia Internacional deRedução de Desastres das NaçõesUnidas;

• A ajuda para o estabelecimentodo Grupo de Trabalho sobre a

Redução de Desastres em África.

Prioridade 2: Aumento daconsciência do risco dedesastres (criação duma maiorconsciência geral sobre o riscode desastres atravêz daadvocacia, produção de boletinsinformativos, equipamentos deinformação e materiaiseducacionais, e profunda análisedo impacto dos desastres sobre odesenvolvimento sócio-económico).

• Jornal bi-anual – sobre aRedução de Desastres em Áfricaque está disponível nas línguasinglesa, francesa e portuquesa;

• A extensão da partilha deinformação e a disseminaçãoatravêz da rede electrónica e dosescritórios nacionais doPrograma das Nações Unidaspara o Desenvolvimento(PNUD), tradução de boletinsinformativos/revistas, em adiçãoa língua francesa.

• A produção e disseminação debrochuras para a advocacia sobrea ligação entre redução de riscode desastres e desenvolvimentosustentável para os líderescomunitários e escolas acerca de:1. A Água e o Risco em África;2. O Uso da Terra – Risco de

Desastres e Recompensas;3. A Proteção Ambiental e a

Redução do Risco deDesastres;

4. A Governação, a Redução doRisco de Desastres e oDesenvolvimento Sustentável;

5. O Alívio da Pobreza e aRedução do Risco deDesastres;

6. As melhores práticas deRedução de Risco deDesastres.

7. O Encontro Safari sobre asCheias;

8. O Encontro Safari sobre asSecas.

A Campanha sobre o DiaInternacional sobre a Redução deDesastres: A NU/EIRD e os

Governos Nacionais lançaram umconcurso de arte para as crianças deidades compreendidas entre os 4 a 16anos de idade, no dia 13 de Outubrode 2003. O objectivo da competiçãoé expandir a consciência das criançase suas eexperiências em matéria dedesastres.

Prioridade 3: O encorajamento deconsultas e a promoção dacooperação e colaboração(iniciando e encorajandoconsultas a vários níveis edimensões sobre matériasespecificas relacionadas àredução de desastres atravêz dereuniões formais e informais anível nacional, subregional econtinental)

Apoio à Reunião do Grupo dePeritos sobre os Perigos deTerramotos em África e que osencorajou a formar um orgão deaconselhamento para apoiariniciativas regionais sobre a reduçãode desastres.

Foi organizado um seminário sobreos Meios de Comunicação eRedução de Desastres em Nairobejuntamente com a “In Went” com oobjectivo de aumentar acompreensão dos jornalistas sobre aRedução de Risco de Desastres e suaintegração no desenvolvimentosustentável, com a finalidade demobilizá-los para promoverem anova e endossada Estratégia deÁfrica sobre a Redução de Risco deDesastres.

A facilitação e a coordenação doSeminário Regional em Conacri. ANU/EIRD África e a OrganizaçãoEducacional, Científica e Cultural(ISESCO) organizaram um SeminárioRegional para os Países Francófonosda África Ocidental, em Conacri,Quiné. O Seminário Regional sobre aRedução de Desastres era designadopara os oficiais seniores dogovernos. Estiveram presentes aoseminário 19 participantes oriundosde 9 países nomeadamente Mali,Mauritania, Camarões, Senegal,Quiné, Chade, Tunísia, Marrocos. OSeminário Regional foi um fórum

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 57

para se realizar consultas adicionaisaos participantes de todos os paísesAfricanos acerca do esboço daEstratégia Regional para a Reduçãodo Risco de Desastres e nas áreasprioritárias para o programa regionalsobre a redução de desastres a serdesenvolvido; O objectivo eraaumentar a consciência do risco dedesastres e seus impactos nodesenvolvimento, promover o apoioa Estratégia Regional Africana sobrea Redução de Desastres, bem como,discutir a importância da integraçãoda Redução do Risco de Desastresno planeamento de desenvolvimentonacional.

A coordenação do Grupo deTrabalho sobre a Redução do Riscode Desastres em África.Apoiou a formação e funcionamentodo orgão “Grupo de África sobre aRedução de Desastres” e reforçou acolaboração e coordenação entre aspartes interessadas.

A Primeira Reunião do Grupo deTrabalho teve lugar em Johanesburg,África de Sul de 26 a 27 de Abril de2004. A reunião foi orientada peloSr. Foday Bojang, oficial senior paraas políticas da União Africana. Nestareunião discutiram a Revisão doRelatório e o esboço da Estratégiasobre a Redução do Risco deDesastres para África, os Termos deReferência e como organizar a suaassociação. Foi sugerido que onúcleo de membros do Grupo detrabalho deviam ser as seteComunidades Económicas Regionais(REC’s) da União Aficana, a UniãoAfricana, o Secretariado da NovaParceria para o Desenvolvimento deÁfrica (NEPAD), o Banco Africanode Desenvolvimento (BAD), a NU/EIRD África e o Programa dasNações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD). Outras organizações podemser convidadas a reunião se fornecessário.

A Segunda Reunião do Grupo deTrabalho Africano foi marcada parao dia 3 de Junho de 2004 e realizadaem Joohanesburg, África do Sul. Osparicipantes concordaram nosTermos de Referência e na

organização da associação, comofora proposto na anterior reunião. Oprograma de trabalho poderia incluira Promoção da Estratégia Regionalde África para a Redução deDesastres e as directrizes de nivelnacional, sub-regional e regional daintegração da redução do risco dedesastres na prática e planeamentodo desenvolvimento e no apoio daparticipação de África e nas opiniõespara a próxima Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres, emKobe, no Japão, nos dias 18 a 22 deJaneiro de 2005.

A Terceira Reunião do Grupo deTrabalho teve lugar de 9 a 10 deDezenbro de 2004. Os participantesdiscutiram o Programa de Acçãorelacionado a Estratégia Regional deÁfrica sobre a Redução de Desastresque fora recomendado pelos Chefesde Estado durante a última Cimeiraque teve lugar em Adis Ababa,Etiópia, em Julho de 2004.

Apoio a UniãoAfricana /NovaParceria para o Desenvolvimento daÁfrica ( UA/NEPAD) – Conduzida areunião consultiva regional sobre agestão do risco de desastresO apoio da NU/EIRD África a UniãoAfricana/Secretariado da NEPAD foipossivel mudar o foco sobre aresposta de desastres e segurançaalimentar para focalizar na gestão dorisco de desastres; e dum plano dedesenvolvimento de curto prazo paraum plano de desenvolvimento dumprograma de gestão de desastres delongo prazo, que inclui uma revisãodo processo de redução de desastres,desenvolvimento da estratégia edesenvolvimento do programa. Esteapoio também gerou mais interesse eapoio do Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento(PNUD) e do Programa das NaçõesUnidas para o Ambiente (UNEP)pelas iniciativas conjuntas em cursoentre o Secretariado da NEPAD e aNU/EIRD.

A rede da NU/EIRD África a nívelnacional, sub-regional e regional. Aextensão da rede com as agênciasdas Nações Unidas e as organizaçõesregionais e sub-regionais ajudou a

reforçar a partilha de informação etroca de conhecimento sobre aredução de desastres. Desde olançamento da sua revista bi-anual, aEstratégia Internacional de Reduçãode Desastres das Nações UnidasEstratégia Internacional de Reduçãode Desastres das Nações Unidas(NU/EIRD) tem recebido umcrescente número de pedidos decópias, um aumento do número decontribuições em forma de artigos,interesses instituicionais econtribuição.

O reforço da coordenação ecolaboração com as princípaispartes interessadas regionais atravêzduma activa participação nos várioseventos relacionados a redução dedesastres (a nível nacional, sub-regional e regional) foi tambémobservada.

Prioridade 4: A abordagem dosassuntos do género na reduçãode desastres (promoção dosassuntos do género na reduçãodo risco de desastres e oaumento da consciência dadiferença do género no impactodos desastres.

O seminário sobre o Género e aRedução de Risco de Desastres foiorganizado e facilitado. O referidoseminário tinha como objectivo aabordagem das preocupações enecessidades do género e a promoçãoda participação activa das mulheresna Redução do Risco de Desastres.

Foi apoiado um estudo regionalsobre o Género e a Redução deDesastres em África e foram tambémfacilitados vários pequenos estudosde caso.

Foi apoiada a participação da mulherAfricana no Seminário sobre aIgualdade do Género e Gestão doRisco de Desastres que teve lugar emHawaii e forneceu elementos para aConferência Mundial atravêz da NU/EIRD.

Prioridade 5: A advocacia daligação entre a redução dedesatres e erradicação da

NU-EIRD África em acção

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pobreza atravêz do MDGs(realizando estudos profundos emáreas pobres de África edesenvolvendo directrizes decomo ligar a redução dedesastres com a erradicação dapobreza, baseado noconhecimento profundo ganhoatravêz dos estudos planeados).

Foi iniciado e apoiado odesenvolvimento da EstratégiaRegional de África sobre a Reduçãode Desastres conjuntamente com aUnião Africana/NEPAD e a AFDB.

Foi iniciado, apoiado e coordenado odesenvolvimento de directrizes paraa integração da Redução do Riscode Desastres no DesenvolvimentoSustentável em adição ao conjuntode brochuras produzidas,mencionadas na prioridade 2.

Prioridade 6: A facilitação dapreparação regional de África àConferência Mundial em 2005sobre a Redução de Desastres (Facilitando a revisão continentalde África em curso emcooperação com os GovernosNacionais, organizaçõesgovernamentais regionais e sub-regionais e o sistema das NaçõesUnidas. A NU/EIRD África tambémutilizará esta revisão como umaoportunidade para engajar maisos governos e comunidades nagestão de desastres.

Foi organizado a Consulta Regionalde África como uma preparação dospaíses Africanos para a ConferênciaMundial de Redução de Desastres, oque resultou nas Recomendações deJohanesburg sobre a Redução deRisco de Desastres.

Foi facilitada a preparação dosRelatórios Nacionais para a Revisãoda Estratégia de Yokohama e o planode Acção (34 de 53 paísesforneceram o relatório a NU/EIRD) ea participação de África 1º e 2ºSessões do Comitê de Preparação(PrepComs1 e 2).

As prioridades em 2005Apoiar a Política e Estratégia deDesenvolvimento

Os Governos Nacionais têm aresponsabilidade chave de criar acultura de prevenção nos países.Assim eles devem demonstrar osseus comprimissos atravêz doprovidenciamento de políticasnacionais e estratégias sobre aredução de desastres a sua populaçãoe o envolvimento de todas as partesinteressadas em todos os processos.

A Advocacia e o Aumento daConsciência na Redução do Risco deDesastresO aumento da consciência é muitocritico para o sucesso na redução dedesastres. Uma boa compreensãopública sobre a redução de desastrespode ajudar a aumentar aefectividade do sistema de avisoprévio e a implementação daspolíticas nacionais. Em África ascomunidades mais vulneráveis nãotêm acesso a informação e não estãoconscientes dos seus riscos dedesastres. É necessário que todas aspopulações possam compreender quea redução de desastres é um processode desenvolvimento.

Promover a Partilha de Informaçãoe de Troca de ConhecimentosEm África, a informação e oconhecimento sobre a redução dorisco de desastres existe em certaextensão no meio de certos gruposda população, mas sistemas departilha de informação no meio dosdiferentes grupos para apartir dediferentes profissões quase nãoexiste (ou dificilmente existe). Alémdisso, só uma pequena percentagemde Africanos têm acesso aosmodernos instrumentos decomunicação tal como “e-mail”,internet, telefone e fax e um enormenúmero de pessoas tanto jovenscomo velhos não sabem nem ler nemescrever naquelas línguas oficiaisusadas nos seus respectivos países.Assim, promover a partilha deinformação e a troca deconhecimentos torna-se um grandedesafio, mas muito importante enecessário em África para o sucessodo desenvolvimento sustentável.

A forja de rede, parceria e acoordenação na integração da

redução de risco de desastres nodesenvolvimentoA redução de risco de desastres é umassunto de intersecão de varias áreasde desenvolvimento. O processo deredução de risco de desastrescaminha de mãos dadas com oprocesso de desenvolvimentosustentável. Por consequinte, aredução de risco de desastres é umaresponsabilidade partilhada entretodas as partes interessadas nasdiferentes áreas e nos diferentesníveis. A redução do risco dedesastres não só necessita dumacolaboração e cooperação multi-sectorial e multi-disciplinar, mas elatambém necessita de consultas avários níveis e coordenação, apartirdo nível regional ao sub-regional eapartir do nível nacional ao local. Osucesso para a integração da reduçãodo risco de desastres dependelargamente da transparência, umasubstantiva e saudável cooperação ecolaboração entre todas as partesinteressadas tanto dodesenvolvimento como da reduçãoda gestão de desastres.

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Oeste & Norte de África: Os gestores dedesastres falantes da língua francesa apelampara um fundo regional para a redução dedesastres

NU/EIRDQuénia, Nairobe

Os gestores de desastres dooeste e norte de África de 10países falantes da línguafrancesa recomendaram oestabelecimento de um fundoregional para a redução dedesastres a nível daComunidade EconômicaRegional (REC).

Esta foi uma dasrecomendações feitas pelosfuncionários seniores dogoverno a frente da gestão dedesastres do Benine,Camerões, Chade, Guiné, Mali,Mauritânia, Níger, Senegal,Marrocos e Tunísia durante umSeminário Regional sobre aRedução de Desastres para ospaíses falantes da línguafrancesa que teve lugar emConakry, Guiné, de 7 a 10 deSetembro de 2004.

O seminário regional foi conjuntamenteorganizado pela OrganizaçãoEducacional, Científica e Culturalislâmica (ISESCO) baseada noMarrocos e a Estratégia Internacionalde Redução de Desastres das NaçõesUnidas para a África (NU/EIRDÁfrica). Este teve lugar sob asupervisão logística da OrganizaçãoEducacional, Científica e Culturalislâmica (ISESCO) e a supervisãotécnica da NU/EIRD África -representada pela oficial deProgramas Sra. Noro Rakotondrandria.

O seminário de quatro dias procurou:(1) aumentar a consciência de riscos

de desastres e seus impactos nodesenvolvimento sócio-econômico, e(2) promover a integração da reduçãode desastres no planeamento dodesenvolvimento, nas políticas e naimplementação nos países a Oeste eNorte de África falantes da línguafrancesa.

O seminário foi projectado para osfuncionários governamentais senioresde países falantes de língua francesaque estão na posição de influenciaros decisores políticos de seus paísese fazer estratégias com decisõespráticas para a implementação depolíticas de redução de desastres anível nacional. Ao seminárioestiveram presentes 19 participantesde 10 países do Oeste e Norte deÁfrica falantes da língua francesa.

Os procedimentos permitiram aosfuncionários do Governo decompartilhar a informação eexperiências sobre a redução dedesastres, conhecer o progressorealizado, discutir como apoiar os

esforços sub-regionais de redução dedesastres, identificar as áreas deacção para a próxima década incluindoos preparativos em curso para aConferência Mundial sobre a Reduçãode Desastres em Janeiro de 2005, ediscutir medidas urgentes a tomarpara integrar a redução de desastresno alívio urgente da pobreza, gestãode recursos de água, adaptação asmudanças climáticas, uso do solo eplaneamento e proteção ambiental.

RecomendaçõesNo fim do seminário, osparticipantes emitiram as seguintesrecomendações sobre os seguintestópicos:

1. Integração da redução do riscode desastres no desenvolvimentosustentável

• Desenvolver políticas de reduçãode desastres nacionais

• Harmonizar estruturas de reduçãode desastres

Abertura oficial do seminário em Conakry, Quiné

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• Sensibilizar os decisores políticossobre a redução do risco dedesastres

• Formular políticas de redução derisco de desastres e priorizar asua integração no planeamentodo desenvolvimento

• Pôr em funcionamento alegislação e estruturas que podemestar na forma de uma PlataformaNacional da NU/EIRD

• Levar a cabo a identificação derisco e avaliação de impacto

• Desenvolver programas e projetossobre a redução de risco dedesastres

• Identificar indicadores de risco

2. Mobilização e compromissopolítico

• Levar a cabo a educação ecomunicação, bem como aformação para os decisorespolíticos, as autoridades locais ea população em geral

• Promover o envolvimento dasociedade civil, meios decomunicação e parceiros dedesenvolvimento

3. Cooperação regional• Realizar um inventário de todas

as convenções, acordos regionaise sub-regionais sobre a reduçãode risco de desastres

• Levar a cabo um estudo comparativosobre a legislação e leis sobre aredução de risco de desastres

• Harmonizar as estratégias nacionaiscom a Estratégia Regional deÁfrica para Redução de Desastres

• Providenciar formação sobre aredução do risco de desastres

• Estabeleçer um centro demonitoramento de risco dedesastres nacional e sub-regionalque também pode servir como umcentro de informação e recursospara a sub-região

• Desenvolver um programa deformação e comunicação sub-regional a ser financiado pelosEstados Membros dos paísesfalantes da língua francesa da

Organização Educacional,Científica e Cultural islâmica(ISESCO) e parceiros dedesenvolvimento.

4. Implementação da EstratégiaRegional de África para aRedução de Desastres

• Criar ou pôr operacionais asinstituições nacionais comresponsabilidades sobre a reduçãode risco de desastres

• Pôr em funcionamento um fundoregional para a redução de riscode desastres a nível da ComunidadeEconômica Regional (REC)

• Mobilizar e associar as comunidadescientíficas e técnicas internacionaise africanas para a redução derisco de desastre

• Desenvolver a redução de riscode desastres como um assuntoescolar e introduzir nas escolas enos currículos universitários

• Capitalizar o conhecimentotradicional e as habilidades sobrea redução de risco de desastres

Os participantes também recomendaramas seguintes acções como assuntosprioritários:

• Adquirir assistência técnica dosparceiros, especialmente da NU/EIRD, para a implementação daEstratégia Regional de Áfricapara a Redução de Desastres

• Promover a Estratégia a todos osníveis

• Celebrar condignamente o DiaInternacional para a Redução deDesastres a 13 de Outubro de2004.

Avanços conseguidos por algumascomunidades econômicas regionaisÉ de notar que várias comunidadeseconômicas regionais africanascomo o IGAD (Autoridade Inter-governamental de Desenvolvimentopara os países do Leste e Corno deÁfrica), SADC (Comunidade deDesenvolvimento da África Austral)e IOC (Comissão de Oceano Índico)tomou alguns passos adiantaddos noque diz respeito a redução de riscode desastres.

Por exemplo, o IGAD em Julho de2004 estabeleceu um ComitéSectorial Ministerial/Comissarial daRegião sobre a Gestão de Risco deDesastres (veja página seguinte) eum Painel Consultivo TécnicoRegional sobre a Gestão de Risco deDesastres como parte dum processoque começou ganhando impulso,quando os Chefes de Estado daregião endossaram a estratégiaregional para a redução de risco dedesastres.

ECOWAS (Comunidade Econômicados Estados do Oeste de África) eECCAS (Comunidade Econômica deEstados da África Central) tambémestão planeando aumentar o seuenvolvimento na gestão de risco dedesastres.

Participantes do Seminário

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Primeiro Encontro do IGAD de Ministros/Comissários responsáveis pela Gestão deRisco de Desastres7 - 9 Julho 2004, Nairobe, Quénia

A Autoridade Inter-Governamentalpara o Desenvolvimento1 (IGAD)lançou a 9 de Julho de 2004 doisorgãos regionais de gestão de riscode desastres: (1) O Comité Secto-rial de Ministros/Comissários paraa Gestão do Risco de Desastres, e(2) Um Painel Técnico eConsultivo de Gestão do Risco deDesastres. (ver item na página …)

O evento teve lugar durante “ OPrimeiro Encontro do IGAD deMinistros/Comissáriosresponsáveis pela Gestão de Riscode Desastres que decorreu de 7 a 9de Julho de 2004 em Nairobe –Quénia.

Participaram no encontro seisMinistros/Comissários, AltosQuadros Ministeriais do Governo,o Secretário Executivo daAutoridade Inter-Governamentalpara o Desenvolvimento (IGAD), oSubstituto do Director Regional daUSAID/REDSO (Escritório para osServiços de DesenvolvimentoEconómico Regional) para a ÁfricaAustral e África Oriental, e também,por mais de 25 peritos de gestão derisco de desastres da região doIGAD (Autoridade Inter-Governamental para oDesenvolvimento - ComunidadeEconómica Regional, REC, para osPaíses do Este e Corno de África).

Os discursos de abertura foram feitospelos Ministros, pelo SecretárioExecutivo do IGAD, pelo substitutodo Director Regional da USAID/REDSO (Escritório para os Serviçosde Desenvolvimento EconómicoRegional) para a África Austral eÁfrica Oriental, Comisários e Altos

Oficiais durante a cerimónia de abertura do seminário

Quadros do Governo bem como poraltos funcionários representantes deMinistros dos diferentes paísesresponsáveis pela gestão de risco dedesastres.

A seguir apresentamos resumos dasdeclarações feitas:

Resumo das declarações deaberturaSua Excelência Njenga Karume,Ministro Keniano de Estado(Programas Especiais) Escritóriodo Presidente – o discurso foi lidopelo Vice-Ministro o Doutor WilfredG. Machage: … “É meu desejo que,os resultados do encontro de hojeconstituam a base para oposicionamento da região naConferência Mundial de Reduçao deDesastres que terá lugar em Kobe,Japão, em Janeiro de 2005, e que omesmo sirva para harmonizar asactividades de redução de risco dedesastres na região.

É também meu desejo que osresultados do Documento sobre aEstratégia Regional para África sobrea Redução do Risco de Desastres quedecorreu recentemente emJohannesburgo tenham sidoconsiderados.”…

Sua Excelência Tenente - GeneralMoses Ali, Primeiro Vice-PrimeiroMinistro do Uganda e Ministro paraa Prontidão aos Desastres eRefugiados… “O Departamento do[Uganda] para a Prontidão aosDesastres [e Refugiados do Escritóriodo Primeiro Ministro], em Dezembrode 2003, depois de três anos dedebates acesos e “lobbies” a fim deconvencer os planificadores doGoverno a incorporarem osProgramas de prontidão aos desasterse gestão de conflitos no QuadroConceptual de Planificação doDesenvolvimento Nacional colocaramcomo a terceira prioridade de entre oscinco pilares. Fundamentalmente, isto

Os Decisores Políticos pronunciam-se sobre a redução de desastres

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 62

significa, que a gestão de desastres éagora reconhecida como uminstrumento chave para odesenvolvimento no Uganda.” …

Sua Excelência Doutor Wilfred G.Machage, Vice-Ministro Queniano(Programas Especiais) doEscritório do Presidente: … “…Aestratégia adoptada pelo Governo[Queniano] é a de ser pro-activo emvez de ser reactivo…Algumas dasacções e programas implementadospelo Governo de forma a atingiruma efectiva e apropriada reduçãode riscos de desastres incluem … oestabelecimento, em 1998 de umCentro Nacional de Operação deDesastres que faz o monitoramentode possíveis situações de emergênciaque podem se transformar emdesastres atravês da manutenção eguarnição durante 24 horas por diae sete dias por semana; a revisão daLei e Política Nacional de Gestão deDesastres e a formulação da PolíticaNacional de Segurança deIncêndios; assim como o lançamentoda Plataforma Nacional deRedução de Desastres agendadapara o mês de Agosto de 2004,período em que será finalizada aPolítica Nacional de Gestão deDesastres e Segurança deIncêndios.” …

Doutor Attalla H. Bashir,Secretário Executivo doSecretariado do Autoridade Inter-Governamental para oDesenvolvimento IGAD: “…Cheiasocorreram recentemente no Djiboutie como o nosso secretariado está lábaseado, testemunhamos de perto, adevastação causada pelas cheias emtermos de perdas de bens e vidashumanas. Uma vez que não existianenhum mecanismo de financia-mento, nem fundos disponíveis, nãoreagimos para além de enviarmensagens de compaixão e condo-lênncias as pessoas afectadas.

Isto deve mudar agora com “OPrimeiro Encontro do IGAD deMinistros/Comissários responsáveispela Gestão de Risco de Desastres”atravês do estabelecimento de umaestrutura a nível político e técnico

para lidar com problemas destanatureza.

Suas Excelências, podem tomaragora uma decisão crítica para queos Estados Membros da AutoridadeInter-Governamental para oDesenvolvimento (IGAD) sejem osprimeiros a apoiarem pessoasafectadas pelos desastres na nossaregião. Tal como diz o ditado, acaridade começa em casa, osEstados Membros do IGAD devem seposicionar para responder comantecedência aos apelos deemergência, muito antes de estesserem lançados para o resto domundo.”…

Sr. Deragon Haile-Melekot,Comisário, Comissão deRefugiados e Alívio – Eritreia(ERREC): … “A minha delegaçãoacredita que a região do IGAD nãoé apenas propensa a riscos dedesastres. Ela é também dotada deuma vasta gama de dons naturaisque são essenciais para a prevençãoe gestão de desastres. A criação demecanismos de melhoria dacolaboração é um requisitoessencial…

A minha delegação acredita que orisco de desastres pode serminimizada, se não mesmo evitado,atravês do fortalecimento dosesforços nacionais e solidificação

efectiva da colaboração regional einternacional dos mecanismos deresposta aos desastres, nasintervenções de prevenção emecanismos conjuntos e fortes deresposta...”…

Sr. Simon Mechale, Comisário,Comissão de Prevenção eProntidão aos Desastres (DPPC),Etiópia: … “Para facilitar asoperações da Comissão dePrevenção e Prontidão aosDesastres [DPPC], vários sectores e“task forces”Grupos de Pressão(aviso prévio, alimentação, saúde enutrição, água e saneamento, eagricultura), foram constituídosepostos em funcionamento. Estes sãocoordenados pela Comissão dePrevenção e Prontidão aosDesastres - e liderados pelo Grupode Gestão de Crises.

Em tempos, as actividades deangariação local de fundos eramapoiados pelo Comité Nacionalcomposto por figuras públicasprovenientes de vários sectores, taiscomo religiosos, Governo,Organizações Não-Governamenais eda Câmara de Comércio.

A operação global, conta sempreque necessário, com o apoio edirecção do Comité Nacional deResposta e Prevenção de Desastrespresidido pelo Vice Primeiro-

Sua Excelência Doutor Wilfred G. Machage, Vice-Ministro Queniano (ProgramasEspeciais) do Escritório do Presidente

Os Decisores Políticos pronunciam-se sobre a redução de desastres

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 63

Ministro. Estruturas Similares foraminstituídas a vários níveisadministrativos …

A Comissão, e o Governo da Etiópia,têm gerido de forma efectiva osdesasters e seus efeitos atravês daacumulação de experiênciasesforços de colaboração etransparência. Estamos convencidosque ainda existe muito a ser feitopara reforçar e ligar a gestão eresposta à Emergência com osesforços de desenvolvimento do país.

Isto mostra que a Etiópia possuialguma experiência relevante parapartilhar com os outros EstadosMembros do IGAD.”…

O Secretário Permanente doDjibouti, Sr. Badrid Ali, Ministériodos Negócios Estrangeiros eCooperação Internacional -falando em nome do Ministro do

Interior e Descentralização doDjibouti: …“… Não nos falta poderpara lutarmos contra os eventosextremos da natureza e desastersprovocados pelo homem.

Experiências a nível mundial,mostram que existem formas dereduzir o impacto dos desastres naeconomia, meio ambiente ecomunidades…

O meu país concluiu recentemente aEstratégia Nacional de Gestão deRiscos de Desastres.

A seguir, será o estabelecimento deuma estrutura capaz, efectiva eeficiente que se responsabilizarápela coordenação e gestão do riscode desastres.” …

Major-General Elhadi MohammedAhmed, Ministério do Interior,Sudão – falando em nome do

Ministro Sudanês do Interior: … “Anível nacional, o Sudão têm umconselho de Defesa Civil, que é ummecanismo de resposta antecipada ariscos de desastres. Este Conselho écomposto por 15 ministros e umnúmero de Directores Executivos,este conselho joga um papelimportante na coordenação e apoiodurante a ocorrência de algum riscode desastre no país.

Temos no país instituições bemestabelecidas para efeitos deformação. A primeira é o Colégio deDesastres na Universidade de Rebate a segunda, é o “ Instituto deDesastres da UniversidadeInternacional Africana.” …

1 Autoridade Intter-Governamental para o Desenvolvimento– Comunidade Económica Regional (REC) paraos países do Este e Corno de África .

Discurso de Encerramento doSr. Phandu C. Skelemani,

Ministro do Botsuana para os Negócios Presidenciais eAdministração Pública

Seminário para o Estabelecimento duma Plataforma Nacional para aImplementação da Estratégia Internacional para a Redução de

Desastres (EIRD) no Botsuana15-16 de Novembro de 2004

Gaborone, Botsuana

“O Seminário para o

estabelecimento duma PlataformaNacional foi realmente sobre aintegração das estratégias de reduçãode desastres no planeamento dedesenvolvimento. A importânciadeste passo não pode serdemasiadamente enfatizado,particularmente tendo em conta a

incidência e magnitude semprecrescente de desastres no Botsuana.

Estes desastres incluem as secas, osincêndios as florestais, asinundações, as epidemias de doençashumanas e animais, as infestações depestes e outras. Em muitos lugaresdo nosso país estão actualmentesofrendo de escassez de água eameaça de seca. Todas estas

escassezes e ameaças exigemesforços colectivos e combinadospara fazer a redução de risco dedesastres parte integrante do nossoplaneamento. Nós temos que estarsempre prontos para todas aspossíveis eventualidades, se nósqueremos assegurar o nosso futurocomo Nação.

Os desastres podem atingir diferentes

Os Decisores Políticos pronunciam-se sobre a redução de desastres

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 64

partes do país ao mesmo tempo ouem momentos diferentes. Asintensidades também podem serdiferentes. É claro que,frequentemente os desastres surgemde repente e sem prevenir. É entãonecessário para o processo deplaneamento responderadequadamente a tudo isto comotambém assegurar que estão criadasas necessárias capacidades deresposta. Isto requer colaboraçãomulti-sectorial. Esta colaboraçãoprecisa de desenvolver estratégiascusto-efectivas, especialmente comoo Orçamento Nacional está sobadicionada presssão por causa doHIV/AIDS e outras preocupações dedesenvolvimento.

Os desastres causam severasperturbações às vidas das pessoas emeios de subsistência e leva bastantetempo para as pessoasrestabelecerem as suas vidas ereabilitarem as infra-estruturas. Porexemplo, o impacto das inundaçõesde 1999/2000 ao longo do país foicalculado de ter resultado em perdasde cerca de 100 milhões de dólaresamericanos. 18,000 casas foramafectadas por 13 fatalidades. Isto foiem adição ao desenvolvimentosócio-económico global do país quefoi protelado já que alguns recursostiveram que ser desviados para otrabalho de ajuda e reconstrução dopaís.

É melhor prevenir ou mitigardesastres que lidar com as suasconsequências. A integração daredução de desastres no planeamentodo desenvolvimento procura darexpressão concreta a esta meta. Poresta razão, o Escritório Nacional deGestão de Desastres decidiuorganizar este seminário nacionalpara lançar a Plataforma Nacionalpara a Implementação da EstratégiaInternacional para a Redução deDesastres.

Neste seminário, os participantesanalisaram os desastres anteriores,fraquezas e pontos fortes dasnossas diferentes estratégias degestão afim de fazer melhorias.Nós estaremos melhor capacitadospara afinar as nossas estratégias,programas e processosoperacionais como um resultado.Os participantes também estarãonuma melhor posição de entenderos riscos de desastres relacionadosàs suas diferentes responsabilidades.

Eu espero, que o semináriodestaque a relação entre a reduçãode desastres e o desenvolvimentosustentável. Se nós não contermosou gerirmos os efeitos dosdesastres, nós comprometeremosseriamente o desenvolvimentosustentável.

O seminário também mostroualgumas das complexidades daredução de desastres. Os efeitossão multi-facetados. As secasafectam o abastecimento de água,a produção agrícola, a renda dos

fazendeiros e pode até mesmoafectar o comércio interno eexterno. Isto, é porque acolaboração inter-sectorial éabsolutamente crucial. Asestruturas nacionais de gestão dedesastres precisam do apoio ecooperação de todos os sectorespara poder cumprir efectivamenteos seus mandatos.

O Governo do Botsuana estáinteiramente comprometido com asestratégias de redução de desastresefectivas e integração destas noplaneamento do desenvolvimento.Com o apoio da NU/EIRD e acomunidade internacional, nóspodemos evitar as consequênciasadversas de desastres aos níveisnacionais e regionais, e construirum caminho sólido para odesenvolvimento sustentável.

Nós contamos com as vossaspreciosas contribuições naremoldagem e reactivação da nossapolítica de gestão de desastres,estratégia e programas” .

Os Decisores Políticos pronunciam-se sobre a redução de desastres

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 65

Sr. Haris SanahujaSecretariado da NU/EIRDGenebra, Suíça

Os relatórios nacionais sobre oestado da redução de desastresprovenientes de todo o mundochegaram ao NU/EIRD durante osúltimos meses. Foram recebidos maisde 100 relatórios nacionais, dosquais 34 relatórios eram de paísesafricanos.

Isto, surge de um olhar rápido aonúmero de relatórios nacionaisrecebidos como informação nacionalpara à 2ª Conferência Mundial em2005 sobre a Redução de Desastres(WCDR II) que terá lugar em Kobe-Hyogo, Japão, de 18 a 22 de Janeirode 2005.

No princípio deste ano, oSecretariado da NU/EIRd convidouas autoridades nacionais eplataformas de redução de desastresdo mundo inteiro a fornecerinformação nacional em forma derelatórios nacionais afim deidentificar as necessidades edesenvolver recomendações paraconsideração nas futuras políticas adiscutir nesta 2ª ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres.

Os 35% de relatórios de África sãode excelente qualidadeO pedido do Secretariado da NU/EIRD resultou numa respostasignificante, em termos quantitativose qualitativos, com mais de 100relatórios nacionais recebidos de tãolonge. A contribuição de África éexcelente, com 34 relatóriosnacionais que compreendem mais de35% do total dos relatóriosnacionais submetidos (vejadistribuição e lista de países nográfico e caixa abaixo).

No conjunto dos relatórios nacionaishá uma variedade de contribuiçõesque dependem das abordagens dospaíses. Alguns países privilegiaramconsultas com um largo espectro deintervenientes envolvidos na reduçãode risco de desastres.

Outros, como o Senegal e África doSul, juntaram a sua informação aosesforços coordenados feitos por umministério governamental ou umaunidade de gestão de desastres emconsulta com outros departamentos,Organizações Não-Governamentais(NGOs) e sociedade civil.

Noutros casos, como a Etiópia eQuênia, foram expressos os esforçosnacionais junto a participação doSistema da Organização das Nações

Unidas (ONU). Com algumasexcepções, a qualidade global dosdocumentos foi alta e forneceu umaboa perspectiva de cada componentedo relatório.

Os pontos relevantes nos relatóriosnacionais dos países africanos

Alguns dos pontos relevantes dainformação fornecida pelos paísesafricanos estão compilados no texto aseguir.

O compromisso político e osaspectos institucionais• A expressão de compromisso

político para a redução de riscode desastres que não resultenecessariamente emimplementação.

• A falta de recursos financeiros,humanos ou técnicos ecapacidades inadequadasgeralmente citadas comoobstáculos tangíveis. A legislaçãoexistente em forma de decretos eleis e as políticas nacionais ou asestratégias citadas pela maioriados países africanos.

• As políticas nacionais ou alegislação criada ou actualizadaem muitos países desde 1994,mas o processo ainda em

Informação dos Países Africanos àConferência Mundial de 2005 “excelente”

Distribuição da informação apresentada baseada em

agregados geográficos

15%

31%27%

18%2% 7%

Ásia

África

Europa e paísesda CIS

América Latina eCaraíbas

América doNorte

Pacífico

L i s t a d o s P a í s e s A f r i c a n o s

1 . A l g é r i a 2 . A n g o l a 3 . B u r k i n a F a s o 4 . B o t s u a n a 5 . B u r u n d i 6 . C a m a r õ e s 7 . C h a d e 8 . C o m o r e s 9 . R . D . C o n g o 1 0 . C o n g o 1 1 . C . d o M a r f i m 1 2 . D j i b o u t i 1 3 . E t i ó p i a 1 4 . Q u é n i a 1 5 . G a b ã o 1 6 . G a n a 1 7 . M a d a g á s c a r

1 8 . M a l a w i 1 9 . M a l i 2 0 . M a u r i t â n i a 2 1 . M a u r i c i a s 2 2 . M o r r o c o s 2 3 . M o ç a m b i q u e 2 4 . N a m í b i a 2 5 . R u a n d a 2 6 . S o m á l i a 2 7 . S e n e g a l 2 8 . Á f r i c a d o S u l 2 9 . S u d ã o 3 0 . S u a z i l â n d i a 3 1 . T u n í s i a 3 2 . U g a n d a 3 3 . Z â m b i a 3 4 . Z i m b a b w e

Os preparativos de África para a Conferência mundial

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 66

andamento para a maioria decasos.

• A Década Internacional paraRedução de Desastres Naturais(IDNDR) 1990 - 1999explicitamente mencionada peloBotsuana e Marrocos como “oponto decisivo” para a criaçãode uma legislação nacional oude comitês.

• O melhoramento dacoordenação entre os Governos,Organizações Não-Governamentais, academia,meios de comunicação esociedade civil, contudo, isto éainda um desafio para algunspaíses africanos. Nesse contexto,as Plataformas Nacionais ondeelas existem, parecem fornecermecanismos efectivos para oaumento da coordenação multi-sectorial.

• A África do Sul, com os centrosde gestão de desastres e os forosde aconselhamento de gestão dedesastres a nível províncial e anível de municipalidade,fornecem bons exemplos depromoção do governo localcomo principal responsável paraa implementação da redução derisco de desastres.

• O número de boas práticas deredução de risco de desastres emrelação as actividades dedesenvolvimento fornecidos porpaíses como Comores, Djibouti,Etiópia, Costa do Marfim,Maurícias, África do Sul eUganda. Embora expressas emespecificações diferentes, aredução do risco de desastres fazparte dos documentos daEstratégia de Redução daPobreza (PRSPs), AvaliaçãoUniversal dos países (CCAS),Quadro Geral de Assistência aoDesenvolvimento da ONU(UNDAF), Metas deDesenvolvimento do Milênio(MDGs). Por exemplo, aredução de risco de desastres noDjibouti é identificado comoassunto de prioridade naAvaliação Universal dos Países(CCA), incluído na Estratégia de

Redução da Pobreza (PRSP) econsiderado assunto pertinenteno Quadro Geral de Assistênciaao Desenvolvimento da ONU(UNDAF).

A identificação do risco,avaliação, monitoramento eaviso prévio• O reconhecimento crescente por

um número significante depaíses africanos que os riscos dedesastres estão ligados aosproblemas ambientais e assuntosessenciais ao desenvolvimentosustentável, não resolvidos.

• O mapeamento de zonas de riscoem muitos países africanos são oresultado da colaboração doGoverno com as agênciascientíficas, acadêmicas,instituições de pesquisa a nívelcentral e local.

• A vulnerabilidade e avaliação dacapacidade muitas vezes sãomencionadas como resultadosdos esforços comuns. Asavaliações anuais anunciadospela informação nacional éempreendido frequentementepor Governos, Organização dasNações Unidas, OrganizaçõesNão-Governamentais, e empoucos casos pelo sectorprivado.

• Os relatórios nacionais doBotsuana, RepúblicaDemocrática do Congo, Ugandadestacam uma grandepreocupação para com os riscostal como o HIV/AIDS (SIDA).

• A necessidade duma abordagemmais sistemática na análise doimpacto sócio-econômico eambiental foi destacado peloGana e Madagáscar.

• Muitos países africanosreivindicam ter sistemas deaviso prévio que, de facto,parecem ser sistemas de alertabastante simples comcapacidades limitadas paracolecionar, analisar e distribuirinformação. A Etiópia e asMaurícias anunciaram avançosna efectividade dos seussistemas de aviso prévio.

A gestão do conhecimento• A gestão de informação identificou

como crucial para pesquisacontínua, o planeamento nacional,monitoramento de perigos, emtodos os aspectos relativos àredução de risco de desastres.

• O diálogo entre as instituiçõesnacionais acadêmicas e de pesquisaque especialmente aparecemevidentes onde existem os comitésnacionais.

• Os diferentes tipos de programasde formação anunciados comoestando disponíveis na maioria depaíses mas informação igualmentecombinada com pedidospersistentes de fortalecimento decapacidades de formação. Foiexpressa a disponibilidade doMarrocos em poder actualmentedar graus acadêmicos com aorientação em redução de risco dedesastres nas suas Instituições deEnsino Superior.

• A importância do conhecimentotradicional muito visível nainformação fornecida pelos paísesafricanos onde este tipo deconhecimento é, até certo ponto,ainda transmitida dumas geraçõespara as outras gerações.

• Muitos relatórios nacionais dãoalguns exemplos e ideiasexcelentes sobre a consciênciapública. Por exemplo, a Argéliadissemina mensagens para a maiorparte das zonas mais remotas dopaís usando o drama.

As aplicações e instrumentos degestão de risco

• Os instrumentos para a gestão derisco proliferaram especialmentecom o reconhecimento da gestãodos recursos naturais e ambientais.

• A gestão de bacias hidrográficas ezonas húmidas para reduzir osriscos de inundação, odesflorestamento para controlar osdeslizamentos de terra e o controlede secas via conservação deecossistemas aparecem como asaplicações mais comuns.

• A existência de experiências deredes de base comunitária e

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iniciativas de parcerias forammencionadas pelo Uganda.

• O uso de seguros parece difícil deimplementar na maioria dospaíses africanos. Compensaçãomonetária e distribuição desementes adotadas como formade recuperação tentando produzirum instrumento alternativotemporário para as políticas deseguros.

• As medidas técnicas, como astécnicas de controle de inundação,os projectos de praia, as práticasde conservação do solo e aresistência aos terramotos

constituem a maioria dosexemplos dados.

A prontidão e a resposta efectiva• A informação da maioria dos

países africanos refere a existênciade planos de contingência dedesastres a nível nacional e local.

• A proteção civil parece desem-penhar um papel especialmenteactivo na prontidão de desastresrequerendo habilidades especia-lizadas e mobilização pública.

• A participação da comunidade naprontidão de desastres e resposta

provam ser bem reconhecidas,enquanto o envolvimento dasOrganizações Não-Governamentaisé mais predominante em paísesde renda baixa.

• O número de constrangimentosdestacados na coordenação deresposta aos desastres bem comoas limitações de recursoshumanos e financeiros foramcomumente mencionados.

• A necessidade de fortalecer ascapacidades afim de melhorar osmecanismos de coordenaçãoconstitui um desafio comum.

A Comunidade de Gestão de Áfricade Desastres fez Recomendações àConferência Mundial de 2005

Os representantes dos países na Consulta Regional de África em Johanesburgo

NU/EIRDNairobe, Quénia

Uma Consulta Regional de Áfricasobre a Redução de Desastres tevelugar em Johannesburg, África doSul de 2 a 3 de Junho de 2004,organizada pela Comissão da UniãoAfricana (UA), o Secretariado daNova Parceria para oDesenvolvimento de África(NEPAD) e a EstratégiaInternacional de Redução deDesastres das Nações Unidas emÁfrica (NU/EIRD África).

Participaram na Consulta sobre aRedução de Desastres representantesde instituições de gestão de desastres,e ministros responsáveis pela gestãode desastres de 25 países de África.

Também participaram representantesda União Africana (UA), NovaParceria para o Desenvolvimento deÁfrica (NEPAD), Banco Africano deDesenvolvimento (BAD), aComunidade Económica dos Estadosda África Central (ECCAC), Mercado

Comum para o Este e Sul de África(COMESA), o Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento(PNUD), Organização Mundial deMetereologia (WMO), ProgramaMundial para a Alimentação (PMA),Programa das Nações Unidas para oMeio Ambiente (UNEP), o escritóriode Genebra das NU/EIRD e as NU/EIRD/África, bem como um númeroselecionado de consultores de Áfricade desenvolvimento.

A consulta, tinha como objectivos:(1) aprovar o esboço da EstratégiaRegional de África para a Reduçãode Desastres a ser submetida àconferência Ministerial Africanasobre o Meio Ambiente (AMCEN) eos Chefes de Estado e de Governo daUnião Africana, e também, (2)contribuir para a preparação dasegunda Conferência Mundial sobrea Redução de Desastres (WCDRII)que terá lugar em Kobe-Hyogo, no

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As Recomendações de Johannesburg(3 de Junho de 2004)

1. Compromisso Político e melhores arranjosinstitucionais para a redução do risco de desastrescomo prioridade regional, sub-regional, nacional e sub-nacional com uma base organizacional forte deimplementação.

Direcções estratégicas propostas para aumentar o cometimentopolitico na redução dos desastres:• Fortalecer “lobbies” e advocacia para o cometimento politico,

responsabilidade e transparência.

• Fortalecer o quadro institucional para a redução de desastresa todos os níveis.

• Aumentar a alocação de recursos para a redução do risco dedesastres.

• Fortalecer as capacidades das Comunidades EconómicasRegionais (CERs) para facilitar a implementação daproposta Estratégia Regional de África.

• Harmonizar os termos e políticas na redução do risco adisastres.

• Desenvolver as plataformas nacionais para a redução do riscode desastres.

• Fortaecer a descentralização das intervenções do risco de

desastres.

• Aumentar a participação pública na planificação e implementaçãode intervenções do risco de desastres.

• Aumentar a sensibilidade do género nas políticas, legislação eprogramas de redução do risco de desastres.

• Promover o aumento da cooperação e coordenação entre os países.

2. Melhor identificação e avaliação do risco de desastres efortalecer o aviso prévio

Direcções estratégicas propostas para melhorar a identificação e avaliaçãodo risco de desastres:

• Melhorar a qualidade da informação e dados sobre o risco dedesastres.

• Melhorar a identificação, avaliação e monitoria dos perigos,vulnerabilidades e capacidades.

• Fortalecer os sistemas de aviso prévio, instituições, capacidades erecursos de base, incluíndo os sub-sistemas de observação epesquisa.

• Melhorar a troca de informação e comunicação entre os parceirosna identificação e avaliação de riscos.

• Considerar as questões de género e melhorar a integração de

Japão, de 18 a 22 de Janeiro de2005.

A consulta, teve lugar depois doEncontro de Peritos Africanos sobrea Redução de Desastres que tevelugar no mesmo local de 31 de Maioa 1 de Junho de 2004, com vista afinalizar o esboço da EstratégiaRegional de África para a Reduçãode Desastres elaborada pela UniãoAfricana e pela Nova Parceria para oDesenvolvimento de África (NEPAD)com o apoio do Banco Africano deDesenvolvimento e das NU/EIRDÁfrica.

Depois da aprovação do esboço daEstratégia Regional de África para aRedução de Desastres, as discussõesdurante a consulta centraram-se napreparação da Conferência Mundial.

No fim dos dois dias de consulta, ecom base no esboço da EstratégiaRegional de África, os delegadosfizeram algumas recommendações

conhecidas como as “As Recomendaçõesde Johannesburg”, que são consideradaso contributo de África para a preparaçãoda Conferência Mundial.

As recommendações enfatizam anecessidade de:• Compromisso politico e melhores

arranjos institucionais comoprioridade.

• Melhoria da identificação derisco e avaliação e fortalecimentodo aviso prévio.

• Melhorar a gestão doconhecimento, aconsciencialização e educaçãopública.

• Integração da redução do risco adesastres na reabilitação ereconstrução.

• Reforçar a prontidão aosdesastres, os planos decontingência e o envolvimentocommunitário.

• Cooperação Regional eInternational como umacomponente chave para melhorar oconhecimento, a motivação ecapacidade. (Ver o texto integraldas “Recommendações deJohannesburg” no quadro abaixo).

Deve ser anotado, que poucos diasantes, a 27 de Maio de 2004, 18países Asiáticos reuniram-se emPequim, República Popular daChina, durante a ConferênciaInternacional sobre a Redução deDesastres. O evento foi organizadocom o apoio do Secretariado daEstratégia Internacional de Reduçãode Desastres das Nações Unidas(NU/EIRD) e no fim da reunião foiemitida uma declaração conhecidapor “Declaração de Pequim para aConferência Mundial sobre aRedução de Desastres de 2005”.

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processos de coordenação da avaliação e intervenções em todosos programas de desenvolvimento.

3. Melhor gestão do conhecimento, consciencialização públicae educação para a construção de uma cultura de comunidadesresistentes aos desastres

Direcções estratégicas propostas para aumentar a gestão doconhecimento sobre a redução do risco de desastres

• Melhorar a geração de informação (estatística e dados).

• Aumentar o acesso à e disseminação de informação.

• Melhorar as comunicações sobre a redução do risco a desastres.

• Desenvolver inventários e a troca de boas práticas.

• Desenvolver e fortalecer a educação, instituições de formaçãotécnica sobre a redução do risco a desastres.

• Desenvolver uma agenda clara de pesquisa e expandir a pesquisasobre redução do risco de desastres.

As direções estratégicas propostas para aumentar a sensibilizaçãodo público e a educação sobre o risco a desastres são :

• Melhorar a informação, disseminação e comunicação.

• Promover a integracão do risco de desastres na educação a todosos níveis.

• Expandir o papel dos media na promoção da cultura prevenção.

• Fortalecer o papel das autoridades tradicionais e locais eincorporar a sua experiência nas acções locais e nacionais .

• Fortalecer o papel da mulher, da juventude e de outros gruposprincipais na redução do risco a desastres.

4. Intergrar a Redução do Risco de Desastres na reabilitaçãoe reconstrução incluindo em situações pós-conflito

Direcções estratégicas propostas para lidar com os desafios enfrentadospelos países que acabam de sair de grandes perigos naturais e situaçõesde conflito incluem:

• Assegurar que os programas reintegrando pessoas internamentedeslocadas (IDPs), retornados e ex-combatentes à vida civil sejemsustentáveis e que as movimentações massivas da populaçãonão constituam um risco adicional ao desenvolviemnto.

• Abordarar questões da terra e degradação ambiental.

• Assegurar que a reabilitação das infrastructuras destruídasincorpore considerações sobre a redução de risco de desastres.

• Incluir a redução do risco a desastres no estabelecimento deprogramas de desenvolvimento rural e, abordar a questão dapobreza absoluta

• Utilizar as oportunidades de recuperação para desenvolvercapacidades e programas para reduzir o impacto dos perigosnaturais.

• Apoiar os Governos em situações pós-conflicto nos esforços dedesminagem, como componente integrante dos projectos dedesenvolvimento.

5. Fortalecer a prontidão aos desastres , planos decontingência e envolviemnto da comunidade na reduçãodo risco de desastres

Direcções estratégicas propostas para integrar a redução do risco àdesastres na planificação de contingências e envolvimento dacomunidade, incluindo a gestão da emergência:

• Fazer advocacia para a inclusão da redução do risco àdesastres em todas as estratégias de desenvolvimento a nívellocal, nacional, sub-regional e regional.

• Preparar e disseminar directrizes para a integração da reduçãodo risco à desastres na planificação e actividades dedesenvolvimento .

• Facilitar a orientação da prontidão à gestão da emergênciacom vista à redução do risco à desastres.

• Facilitar o fortalecimento da planificação de contingências ede medidas de gestão da emergência.

• Integrar o conhcimento tradicional e indígena e mecanismosde susbsistência nas políticas de redução de desastres

• Assegurar os processos de consulta às comunidades.

6. A Cooperação regional e internacional como componentechave para aumentar o conhecimento e capacidade emotivação necesárias a nível nacional e local para apoiaros países de África

Direcções estratégicas propostas para a cooperação internacional paraapoiar os esforços nacionais para integrar a redução do risco adesastres:

• Fornecer apoio sistemático aos países de África para apoiaras iniciativas de redução do risco a desastres, particularlmenteatravês da criação de capacitação e assistência técnica efinanceira.

• Estabelecer uma componente de redução de risco a desastresem todos os programas de desenvolvimento e de assistênciahumanitaria para proteger os ganhos no desenvolvimento eao mesmo tempo assegurar que estes programas nãocontribuam para a acumulação de riscos.

• Ao Secretário Geral das Nações Unidas, para assegurar ocometimento pelas Nações Unidas de abordar e apoiar osesforços dos Estados Membros para integrar a redução dorisco de desastres nos programas das Nações Unidas de umaforma coordenada em África.

• Assegurar que as instituições de desenvolvimentointernacional e as instituições de cariz financeiro incluam aredução do risco a desastres em todas as suas actividadescomo meio de assegurar o investmento e ganhos nodesenvolvimento de África.

• Levar a cabo estudos sociais e análises de custo do impactodos desastres no desenvolvimento em África, assim comoanálises das poupanças feitas atravês de investimentos sobrea redução do risco de desastres.

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Representados 25 EstadosafricanosA 1ª Sessão do Comitê dePreparação para a ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres (WCDR)em Janeiro de2005, teve lugar em Genebra, Suíça,de 6 a 7 de Maio de 2004. Na sessãoestiveram presentes cerca de 200participantes, compreendendorepresentantes de 25 paísesafricanos.

Declaração geral em nome doGrupo Africano no início dosprocedimentosO Marrocos observou o alto grau devulnerabilidade dos países africanos.O Marrocos apelou: aos governosafricanos para priorizarem a reduçãode desastres; a integração depolíticas de desastres nos processosde planeamento de desenvolvimentonacional; o estudo dos efeitos dedesastres no tráfico humano; oestabelecimento de mecanismos deparceria na redução de desastres; apromoção da propriedade nacionalna redução de desastres; e a criação

A voz de África à…….PrepCom 1

Genebra, 6 e 7 de Maio de 2004,1ª sessão do Comitê de Preparação para aConferência Mundialsobre a Redução de Desastres em Janeiro de2005

de um fundo internacional paraajudar os países em desenvolvimentona gestão do risco de desastres eresposta.

Os elementos propostos comoresultados do programa daConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR):

… O Congo pediu ajuda para ospaíses em desenvolvimentoproduzirem programas nacionais deacção…

… As Maurícias em nome dosEstados em Desenvolvimento dasPequenas Ilhas (SIDS), enfatizou quea revisão da Estratégia de Yokohamadeveria estabelecer fundos deemergência e esquemas de seguros.As . Maurícias acentuaram um largoespectro de eventos de clima a seremconsiderados, e sublinhou osobstáculos para a sua reabilitação. AsMaurícias destacaram a necessidadede melhorar os códigos deconstrução, previsão de desastres,uso do solo e planeamento da zonacosteira e o aumento da capacidadedas unidades de desastres nacionais.As Maurícias também anotaram anecessidade de: melhorar acompreensão das causas e efeitos deperigos no nível nacional e regional;fortalecer o poder de recuperação dacomunidade combinando oconhecimento tradicional com o

conhecimento científico e técnico;facilitar as parcerias com as agênciasinternacionais; e além disso,investigar os esquemas de seguro ede resseguro de custo-efectivo...

… A África do Sul encorajou todosos governos africanos a participaremnas duas reuniões regionais a teremlugar em Johannesburg e aprepararem os relatórios nacionaispara a implementação da Estratégiade Yokohama. A África do Sulsublinhou também a vulnerabilidadeda maioria da população africanapara os perigos e a inter-relaçãoentre o impacto de desastres, saúdeou ameaças ambientais…

… (seguindo o comentário daIndonésia de que o resultado deConferência também deveriaconsignar a prevenção de desastres eresposta,) o Marrocos apontou paraum novo diálogo nacional emprevenção de risco, e pediuinsistentemente para que aOrganização das Nações Unidas(ONU) priorizasse a prevenção dedesastres. O Marrocos pediu oestabelecimento dum mecanismo definanciamento que permita os paísesem desenvolvimento de montarprogramas nacionais pertinentes efortalecer as capacidadesinstitucionais e legais. O Marrocosapelou para uma convençãointernacional em prevenção dedesastres e gestão de risco, eenfatizou a importância dos planosoperacionais de emergência e aelevação da consciência pública. OMarrocos expressou a esperança deque a Conferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR) gereconclusões tangíveis…

… O Congo apelou que o problemade tráfico humano fosse referido nodocumento...

A Reacção aos documentos sobreos elementos propostos comoresultados do programa doConferência Mundial sobre aRedução de DesastresA Secretariado observou que asvisões divergentes em objectivosglobais precisarão de ser abordadosnos próximos meses. Noacompanhamento deste assunto

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relativo à Conferência Mundial sobrea Redução de Desastres (WCDR),disse-se que o Secretariado estátrabalhando com as agênciasparceiras, inclusive parceiros daComissão de Pressão Inter-Agênciasobre a Redução de Desastres daONU (IATF). No calendárioproposto, o Canadá preferiu recebero esboço do documento revisto antesde Agosto e salienta que é umperíodo de férias. Apoiado peloBangladesh, Tailândia e Costa Rica,preferem realizar consultas informaisdos resultados antes da segundareunião do Comitê de Preparação. AÁfrica do Sul sugeriu quenegociações informais pudessemacontecer depois da segunda sessão

do Comitê de Preparação, senecessário. O Canadá disse que asconsultas previamente marcadas sódeveriam abordar assuntos dapreparação. A Costa Rica disse que oprazo final para se submeter osrelatórios nacionais de 15 de Junho2004 era pouco tempo, mas apoiou aideia do Canadá de que o esboçorevisto deveria circular antes deAgosto.

Os relatórios nacionais sobre aredução de desastres como partedas contínuas preparações daConferência Mundial sobre aRedução de Desastres… O Marrocos apelou ao Programadas Nações Unidas para o

A voz de África à…….PrepCom 2Genebra, 11 a 12 de Outubro, de20042ª sessão do Comitê de Preparação daConferência Mundial sobre a Redução deDesastres em Janeiro de 2005

28 Estados africaanos (e a UniãoAfricana (AU)) representados deentre os 122 estados e 62organizaçõesA 2ª Sessão do Comitê dePreparação da Conferência Mundialsobre a Redução deDesastres(WCDR)que decorrerá emJaneiro de 2005, teve lugar emGenebra, Suíça, de 11 a 12 deOutubro de 2004, estiverampresentes cerca de 400 participantes,incluindo representantes de 28 paísesafricanos.

Declarações gerais... O Marrocos expressou aesperança de que a ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres (WCDR) produza umquadro Geral para a cooperaçãointernacional em prevenção dedesastres que poderia tomar a forma

de uma convenção multilateral. OMarrocos também propôs que aConferência Mundial sobre aRedução de Desastres avaliequalquer negligência potencial doquadro geral da ONU para aConvenção sobre as MudançasClimáticas (UNFCCC) com respeitoa redução de desastres, e estabeleçaum fundo especial para financiaractividades que apoiem a prevençãode desastres nos países maisvulneráveis. …

… O Sudão, em nome do GrupoAfricano, observou que o Plano deImplementação de Johanesburg, POI,[da Cimeira Mundial emDesenvolvimento Sustentável de2002] apela a acções de assistênciaa África lidando efectivamente comdesastres induzidos por perigosnaturais e conflitos, dentro do quadrogeral da Nova Parceria para oDesenvolvimento de África(NEPAD). O Sudão prestou atençãoas recomendações Africanas deJohannesburg e a Estratégia Regionalde África para a Redução de Riscode Desastres e indicou o apoio doGrupo africano para um estudo sobre

a viabilidade de uma convençãointernacional sobre a redução derisco de desastres; aumento do apoioao EIRD; transferência de tecnologiae ajuda financeira para os países emdesenvolvimento; o reforço decapacidades para observação e avisoprévio; e o estabelecimento de ummecanismo de seguimento depois daConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR). …

… A Argélia prestou atenção para aNova Parceria para oDesenvolvimento de África, NEPAD,e a sua estratégia de redução do riscode desastres, pelo que requer apoiointernacional. A Argélia pediuinsistentemente para que aConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR)fortaleça as capacidades financeirase tecnológicas dos países emdesenvolvimento estabelecendo ummecanismo de financiamento para aprevenção de desastres. A Argéliatambém apoiou uma rede regional ousub-regional para facilitar a troca deinformação, e defende a criação deum observatório global paramonitorar e estudar os desastres.

Desenvolvimento (PNUD) parafornecer ajuda financeira e técnicaaos países em desenvolvimento parapoderem preparar os seus relatóriosnacionais.. O Secretariado informouaos delegadas que o PNUD já tinhaconcordado em fazer isto.

Notando que, muitos países emdesenvolvimento não cumpririam oprazo final para submeter os seusrelatórios nacionais, a África do Sulpediu insistentemente aoSecretariado para incluir todasinformações no documento sobre oselementos do programa.

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O Congo apresentou a necessidadede se entender a vulnerabilidadeespecífica dos países, integrar aresposta de desastres e estratégias deredução da pobreza e metas dedesenvolvimento, e identificar aslacunas da política e prioridades. OCongo pediu ajuda técnica, formaçãoe troca de informação sobre as boaspráticas como meio de reduzir avulnerabilidade. …

Sobre o formato proposto daConferência Mundial sobre aRedução de Desastres:… O Reino Unido, com a Austrália eArgélia, apoiaram uma sugestão doIATF [Comissão de Pressão Inter-Agência sobre a Redução deDesastres da ONU – orgão da NU/EIRD que elabora políticas] dereduzir o número de sessõestemáticas programadas para aConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR). …

A Papua-Nova Guiné acentuou anecessidade de se deixar de lado otempo para as discussões regionaisdurante a Conferência Mundial sobrea Redução de Desastres, paraassegurar que as necessidadesespecíficas dos (Estados emDesenvovimento das Pequenas Ilhas)SIDS estejam refletidas nosresultados da Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres. ...OUganda enfatizou a importância dasdiscussões regionais programadaspara o WCDR, e apoiou acomunicação das políticas nacionaise ligações entre as plataformas sub-regionais e regionais.

Sobre o esboço de programa deacção para 2005-2015 [na qualcomentaram 50 delegações]

As ligações com outros processosmultilaterais e acordosVários países, inclusive o ReinoUnido, Alemanha, Suécia, Bangla-desh e Nigéria, aderiram aosresultados da Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres(WCDR) com processos dedesenvolvimento mais largos. Estesincluíram as Metas deDesenvolvimento do Milénio(MDGs), Plano de Implementação de

Johanesburg (JPOI), e a Declaraçãode Johannesburg. A RepúblicaDominicana sugeriu inclusive umareferência à Convenção daOrganização das Nações Unidassobre Combate a Desertificação.

Moçambique prestou atenção paraas ligações com a Convenção dasNações Unidas sobre as MudançasClimáticas (UNFCCC), sugerindoque se pudesse forneceroportunidades para parcerias cominstituições financeiras e agências dedesenvolvimento. …

Assuntos financeiros… Bangladesh disse quecompromissos feitos na ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres (WCDR) deveriam seracompanhados com recursos para osimplementar, e sugeriram que seesboçasse uma secção separada paraa mobilização financeira. O Quêniae a Bolívia expressaram a esperançade apoio adicional para os países emdesenvolvimento depois daConferência Mundial sobre aRedução de Desastres, e o Cambojaargumentou que o apoio dosdoadores para a redução de desastresdeveria ser garantido como umaprioridade.

… A Zâmbia apelou as instituiçõespúblicas e privadas bem como aosinvestidores a ajudarem os países emdesenvolvimento a construir as suascapacidades sobre a redução dedesastres.

... O Uganda e o Nepal enfatizaramas necessidades particulares dosPaíses Menos Desenvolvidos (LDCs)e pediram a inclusão no texto o apoioaos Países Menos Desenvolvidos(LDCs) como um objetivo no esboçodo programa de acção. O Ugandaobservou a necessidade de fortaleceras plataformas nacionais dos PaísesMenos Desenvolvidos (LDCs) e opapel do EIRD nesta consideração.O Nepal acentuou a importância deapoiar os países em desenvolvimentona mobilização de recursos e ajudá-los na redução de risco de desastres.

CapacitaçãoNotando que as capacidades dospaíses de arcar com os desastrespodem variar significativamente, oMarrocos apoiou ao fortalecimento

das capacidades dos países emdesenvolvimento e propôs reuniõesintergovernmentais periódicas após aConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR) paramonitorar o progresso daimplementação. …

… A Nigéria apoiou a compartilhade conhecimentos técnicos com ospaíses em desenvolvimento, ecooperação entre as organizaçõesregionais gerando e partilhandoinformação sobre a gestão de riscode desastres…

Assuntos regionais… o Sudão apoiou o enfoque nacooperação regional e sub-regionalna prevenção de desastres emitigação do seu impacto.Sublinhando a necessidade deseminários regionais e sub-regionais,o Sudão também expressou avontade de ser anfitrião deste tipo deeventos…

Sistemas de aviso prévio… A República Tcheca, a Colômbia,a Nova Zelândia e a Nigériaconcordaram que o esboço do textodeveria prestar maior atenção aossistemas de aviso prévio. A NovaZelândia e a Grécia adicionaram queos sistemas de aviso prévio eramcríticos para os aspectos técnicos deredução de risco de desastres …

Partilha de informaçãoO Canadá, a Suécia e o Quêniadisseram que a Conferência Mundialsobre a Redução de Desastres(WCDR) deveria concentrar-se napartilha de melhores práticas edeveria ter uma abordagem maisprática. …

Outros assuntos Entre os outros assuntos discutidosrelativos ao esboço do programa deacção, a África do Sul e a Zâmbiapropuseram que a ConferênciaMundial sobre a Redução deDesastres (WCDR) refletisse oimpacto significante da pandemia deHIV/AIDS (SIDA) em África e sobreo poder de recuperação a desastresdas comunidades.

A África do Sul também sugeriu ainclusão dos componentes deredução de risco de desastres emprogramas de reconstrução pós-conflito. ….

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NU/EIRD ÁfricaNairobe, Quénia

Os Chefes de Estado e do Governoreceberam positivamente a EstratégiaRegional para a Redução de Desastresem África que foi adoptada pelaConferência Ministerial Africanasobre o Ambiente (AMCEN), erecomendou o desenvolvimento dumPrograma de Acção com base naEstratégia.

Isto emergiu da Cimeira de Chefesde Estado e Governos da UniãoAfricana (UA) que teve lugar emAddis Abeba, Etiópia, em Julho de2004.

O seu esboço tinha sido finalizadopor peritos de redução de desastresafricanos, com apoio dos peritosinternacionais e parceiros dedesenvolvimento, durante umaReunião de Peritos (a 31 de Maio a1 de Junho de 2004) e uma ConsultaRegional Africana sobre a Reduçãode Desastres (a 2 de Junho de 2004)realizada em Johannesburg, Áfricado Sul.

Iniciativa da AU/NEPAD com apoiode AfDB, NU/EIRD ÁfricaA Estratégia, também conhecidacomo a Estratégia Regional deÁfrica para a Redução de DesastresUA/NEPAD, foi desenvolvida pelaComissão da União Africana (UA), oSecretariado do NEPAD (NovaParceria para o Desenvolvimento deÁfrica), com o apoio da NU/EIRDÁfrica, o Banco de DesenvolvimentoAfricano (AfDB), o Banco Mundiale PNUD/BCPR (Programa das NaçõesUnidas para o Desenvolvimento/Agênciapara Prevenção de Crise eRecuperação).

Peritos de mais de 15 países africanos,Comunidades Econômicas Regionais(RECs) e organizações especializadasassistiram à Reunião de Peritos.

A racionalidade por detrás da Estratégia écontribuir para o alcance do desenvol-vimento sustentável e erradicação dapobreza facilitando a integração daredução de risco de desastres nodesenvolvimento. O seu objectivoprincipal é dar uma direção política paraa implementação de iniciativasregionais, sub-regionais e nacionaissobre a redução de desastres.

As suas orientações estratégicas são: (1)Aumento do compromisso político paraa redução de risco de desastres; (2)Melhoramento da identificação eavaliação de riscos de desastres; (3)Fortalecimento da gestão de conhecimentosobre a redução de risco de desastres; (4)Aumento da consciência pública deredução de risco de desastres; (5)Melhoromento da governação dasinstituições de redução de risco dedesastres; e (6) Integração da redução derisco de desastres na gestão de resposta àemergência.

Relacionado programa deacção em desenvolvimentoO esboço da Estratégia de entãotambém foi revista na ConsultaRegional Africana sobre aRedução de Desastres. O esboçofinal resultante foi apresentado,para endosso, a 10ª Sessão daConferência Ministerial Africana(AMCEN) que submeteu por suavez a Cimeira da União Africanaem Julho de 2004.

Enquanto isso, o Programa deAcção está sendo desenvolvido.Porém, assegurar que ele informee também combine com oPrograma Global de Trabalhosuposto ser o resultado principalda 2ª Conferência Mundial emRedução de Desastres em Kobe(Japão) de 18-22 de Janeiro de2005, a sua versão final estarásomente disponível depois daConferência Mundial.

Chefes de Estado de África DiscutemEstratégia de Redução de Desastres eRecomendam Programa de Acção

Chefes de Estado e Governos da União Africana

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 74

Os países do Leste e Corno de África,membros da Autoridade Inter-Governamental para oDesenvolvimento (IGAD),estabeleceram um Comité SectorialRegional de Ministros/Comissáriospara a Gestão do Risco de Desastrese um Painel Técnico ConsultivoRegional de Gestão de Risco deDesastres.

Os dois organismos regionais foramformalmente lançados durante umareunião da Autoridade Inter-Governamental para oDesenvolvimento (IGAD) em queparticiparam os Ministros/Comissários encarregados pelagestão do risco de desastres (DRM),que teve lugar de 7 a 9 de Julho emNairobe, Quênia.

A “Primeira” reunião de ministrosda IGAD encarregues pela gestãodo risco de desastresA reunião foi assistida por seisMinistros/Comissários, altosfuncionários Governamentais(representando os ministros dos seuspaíses encarregues da gestão de riscode desastres) e mais de 25 peritos degestão de risco de desastresprovenientes da região da AutoridadeInter-Governamental para oDesenvolvimento-ComunidadeEconómica Regional, REC, para osPaíses do Este e Corno de África(IGAD). Presentes à cerimônia deabertura esteve o Diretor RegionalSuplente de USAID/REDSO(Escritório de Serviços deDesenvolvimento EconômicoRegional) para a África Oriental eAustral, Sra. Nancy Hardy, e osmembros do Corpo Diplomático.

Os seis Ministros, Comissários ealtos funcionários Governamentais

LESTE & CORNO DE ÁFRICA: Orgão dedecisão política regional, lançou o PainelTécnico Consultivo

eram: Sua Excelência o PrimeiroVice-Primeiro Ministro do Uganda eMinistro para a Prontidão aosDesastres e Refugiados o Tenente-General Moses Ali, Sua ExcelênciaDoutor Wilfred G. Machage, Vice-Ministro Queniano (ProgramasEspeciais) do Escritório do Presidente,Comissário, Sr. Deragon Haile-Melekot, Comissão de Refugiados eAlívio – Eritreia (ERREC),Comissário, Sr. Simon Mechale,Comisário, Comissão de Prevençãoe Prontidão aos Desastres daEtiópia (DPPC), o Major-GeneralElhadi Maomé Ahmed do Ministériodo Interior do Sudão e o SecretárioPermanente do Djibouti, Sr. BadridAli do Ministério dos NegóciosEstrangeiros e CooperaçãoInternacional do Djibouti. (Vejaexcertos dos seus discursos napágina 61).

Este encontro foi “a primeira”reunião de ministros/Comissários daIGAD encarregues pela gestão dorisco de desastres organizada peloIGAD.

Nos dias 7 e 8 de Julho de 2004, osperitos trabalharam em assuntosrelativos ao esboço dos termos dereferência para o Comité SectorialRegional de Ministros/Comissáriospara a Gestão do Risco de Desastrese para o Painel Técnico ConsultivoRegional de Gestão de Risco deDesastres. No dia 9 de Julho de 2004,os Ministros e Comissáriosdiscutiram e adoptaram os termos dereferência, os quais irão sersubmetidos à Assembléia dos Chefesde Estado e de Governo da AutoridadeInter-Governamental para o Desenvol-vimento com vista ao seu endosso.

A Proteção da propriedadeFalando no dia 7 de Julho de 2004,durante a cerimônia de abertura dareunião de três dias o Doutor AttallaH. Bashir, Secretário Executivo doSecretariado da Autoridade Inter-Governamental para oDesenvolvimento, IGAD afirmou:

“A implementação do programa de[Gestão de Risco de DesastresRegional do IGAD] não só requer

Vice-Ministro o Doutor Wilfred G. Machage (em segundo da direita)

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Um resumo da Declaração éapresentada a seguir:

No prossequimento das providênciasdo estabelecimento do Acordo daAutoridade Inter-Governamentalpara o Desenvolvimento (IGAD) econvencidos da necessidade demontar um orgão de nível políticoresponsável pela gestão do risco dedesastres, é por este meioestabelecido um Comité SectorialRegional a nível de Ministros/Comissários.

Os termos de referência doComité Sectorial Regional deMinistros/Comissários serão osseguintesa) Estabelecer um Painel Técnico

Consultivo Regional de Gestãode Risco de Desastres (DMTAP)provenientes das instituiçõesnacionais de gestão de risco dedesastres que providencirãoaconselhamento ao Secretariadoda IGAD e manterão contactoscom a [Gestão de Risco deDesastres do IGAD] Unidade deGestão do Programa.

b) Estabelecer uma [Gestão\deRisco de Desastre do IGAD]Unidade de Gestão do Programa(PMU) como uma sub-secçãoou unidade da Divisão deAssuntos Políticos e Humanitários,afim de ajudar no desenvolvimentoda gestão do risco de desastresna região.

c) Assegurar o estabelecimento deum ponto focal nacional emcada Estado Membro como ocontacto principal com oSecretariado da IGAD.

d) Assegurar a facilitação doestabelecimento e fortalecimentoem cada Estado Membro dodesenvolvimento de estratégiasde prontidão de desastres e doprocesso de planeamento decontingência.

e) Orientar o Secretariado daIGAD acerca dos mecanismosapropriados para desenvolverestratégias e planos compatíveise harmonizar as actividadestrans-fronteiriças em áreas dealto risco.

f) Assegurar e facilitar o desenvol-vimento e implementação depolíticas nacionais e legislaçãosobre a gestão de risco dedesastres.

g) Assegurar e facilitar o mandatode IGAD para o estabelecimentoduma estrutura e mecanismo decolaboração regional com afinalidade de fortalecimento,cooperação e “networking”entre o IGAD as instituições degestão de desastres e os outrosparceiros.

h) Promover o desenvolvimento efortalecimento da rede dosistema de informação de avisoprévio nacionalmente eregionalmente entre osGovernos, Organizações Não-Governamentais e instituiçõesprivadas para que os decisorespossam utilizá-los para opropósito de formação epesquisa.

i) Assegurar a incorporação eimplementação de formação eprograma de consciênciaeducacional para o público emgeral e para escolas sobre asestratégias e planos de gestão derisco de desastres a níveisnacionais e regionaais.

j) Designar o Secretariado doIGAD para desenvolver efacilitar os cursos de formaçãopadronizados para a regiãosobre a gestão de risco dedesastres.

k) Apoiar e facilitar as agênciasnacionais para participarem emconferências, simpósios eseminários que pertençam agestão de risco de desastres.

l) Promover o estabelecimento dediretrizes para uma melhoravaliação das necessidades,mobilização de recursos econcentração de maiores esforçosnos beneficiários da região doIGAD.

m) Estabelecer um fundo regionalpara resposta aos desastres dentrodo Secretariado da IGAD.

n) Encorajar os Estados Membros aestabelecer um fundo/recursos dareserva nacional para resposta aosdesastres.

apoio financeiro e compromisso,mas também o mais importante é anecessidade do estabelecimento demecanismos regionais tanto de niveltécnico como de nível político. Umcomitê ao nível mais alto, Ministe-rial/Comissarial, deveria estar na“vanguarda” durante as fases deimplementação do programa. Istoajudaria a assegurar a propriedadedo programa e o seu desenvolvimentocontínuo e sustentado atravêz dumaabordagem de consenso. É entãoextremamente importante que umComité Sectorial de Ministros/Comissários para a Gestão do Riscode Desastres e um Painel TécnicoConsultivo de Gestão de Risco deDesastres sejam estabelecidos aonível regional.”

O Programa de Gestão de Risco deDesastres do IGAD foi desenvolvidona base da Estratégia Sub-Regionalde Prontidão de Desastres do IGADaprovado pelos Chefes de Estado ede Governo da Autoridade Inter-Governamental para o Desenvolvimento(IGAD) em Novembro de 2000.

O IGAD inicialmente estabelecidopara tratar assuntos de seca edesenvolvimentoÉ de notar, que a Autoridade Inter-Governamental para o Desenvolvimento(IGAD) foi inicialmente estabelecidapara tratar assuntos relacionados àseca e ao desenvolvimento da região.

Este organismo foi revitalizado em1996 e seu mandato foi largamenteexpandido. O mandato da IGAD quefora expandido compreende acoordenação e a harmonização daspolíticas nas áreas de desenvol-vimento socio-econômico, agrícola,proteção ambiental e assuntospolíticos e humanitários.

Uma série de desastres naturais eartificiais e outros desafios urgentesque a região da IGAD tem enfrentadonecessitou a compreensão pelos líderespolíticos da região que era precisouma cooperação mais integrada.

Declaração finalNo término da reunião regional detrês dias, foi feita uma Declaração.

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o) Assegurar o estabelecimento deum comitê ministerial inter-sectorial de gestão de risco dedesastres nos Estados Membros.

p) Designar, quando apropriado, umpaís que presida por fases oIGAD e ou o Secretariado doIGAD para representar fora osEstados Membros do IGAD naregião e internacionalmente.

q) Designar o Secretariado doIGAD para desenvolver ummecanismo e funções dum centrode coordenação regional que éum repositório e canal deinformação, para facilitar acoordenação e ajuda aos EstadosMembros na resposta aos desastres.

r) Rever e emendar o Programa deRisco de Desastres do IGAD se equando necessário.

s) O Comité Sectorial Regional deMinistros/Comissários para aGestão do Risco de Desastresreunir-se-á uma vez por ano etantas vezes quanto fôrnecessário para se atingir osobjetivos do Programa degestão de Risco de Desastres.

Termos de Referência para oPainel Técnico Consultivo Re-gional de Gestão de Risco deDesastresO Painel Técnico ConsultivoRegional de Gestão de Risco deDesastres terá as seguintesresponsonsabilidades:

• Rever e avaliar o plano de trabalhoda Unidade de Gestão doPrograma.

• Dar aconselhamento técnico eorientação para a correcta

harmonização do Programa deactividades.

• Identificar as áreas de alto risco edesenvolver acordos/protocolosmútuos de colaboração e ajudatrans-fronteiriça para aprovaçãopelo Comitê Sectorial Ministerial eposterior ratificação pela Cimeira/Assembleia da Autoridade Inter-Governamental para oDesenvolvimento (IGAD).

• Apoiar a Unidade de Gestão doPrograma a formular pacotes deformação padronizados sobre agestão de risco de desastres e revera aptidão e conveniência dosprogramas de formação.

• Providenciar apoio e proteçãotécnica as instituições de gestão dedesastres nacionais.

• Ajudar a Unidade de Gestão doPrograma a desenvolvermecanismos padronizados para agestão de risco de desastres eaconselhar a sua implementação

efectiva e monitoramento.• Rever e informe sobre o progresso

da implementação do Programa.• Providenciar aconselhamento no

mecanismo de mobilização derecursos.

• Ajudar o Secretariado daAutoridade Inter-Governamentalpara o Desenvolvimento (IGAD)na preparação de relatórios para oComitê de Sectorial MinisterialRegional sobre o Programa deGestão de Risco de Desastres eactividades a ela relacionadas.

• Ajudar a Unidade de Gestão doPrograma a implementar todas asdecisões do Comitê SectorialMinisterial Regional e a levar acabo outras tarefas e actividadesrelacionados quando solicitadas.

• O Painel Técnico ConsultivoRegional reunir-se-á uma vez porano e tantas vezes quanto foremnecessárias para se atingir os seusobjetivos.

Peritos da IGAD na redução do desastre

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Perspectiva Do 14º Fórum Sobre O ClimaNo Grande Corno De África

Sn. Zachary AtheruICPAC,Nairobe, Quenia

A perspectiva do 14º Forum sobre oClima do Grande Corno de África tevelugar 23 a 26 de Agosto em Nairobe,Quênia, com a finalidade de formularconsensus de gestão para a estaçãochuvosa na região, que vai deSetembro a Dezembro de 2004. Aseguir é apresentado o texto integralda Declaração do Fórum.

ResumoExistem grandes probabilidades daspróximas chuvas estarem acima donormal no Grande Corno de África(GHA) durante a estação chuvosa deSetembro a Dezembro de 2004.

Altas probabilidades de chuvaspróximas do normal a acima donormal são indicadas para assequintes áreas: o nordeste do Sudão,norte da Eritrea, Djibouti Meridional,Etiópia Central e Ocidental e SudãoMeridional, a maior parte das áreas dosudoeste do Uganda, a maior parte doRuanda Ocidental, a maior parte doBurundi, Tanzânia Ocidental eNordeste, parte costeira meridional eocidental do Quênia, e a SomáliaOriental.

O Sudão Central, Etiópia do Norte edo Sudeste, Somália Ocidental, amaior parte do Quênia do Norte, onordeste e sudoeste do Uganda, onoroeste e a parte oriental do Rwanda,o Burundi Oriental como também aTanzânia Meridional, Central eNoroeste aumentaram as probabilidadesde terem chuvas perto de normal aabaixo de normal.

Pode ser recordado, que algumaspartes da região têm experimentadocondições de seca durante os últimosmeses. As próximas condições de

chuva normal projetadas para apróxima estação podem não sersuficientes para erradicar osimpactos dos défices de chuvaacumulados que persistiram nasáreas acima mencionadas.

Também deveria ser notado, queeventos episódicos violentos decurta duração e inundações súbitassão comuns em muitas áreas da sub-região, especialmente nas zonasáridas e semi-áridas até mesmodurante as estações com condiçõesde chuva abaixo do normal.

A perspectiva só é relevante paraescalas de tempo sazonais e áreasrelativamente grandes. Podemacontecer variações locais e de mêsa mês. Temperaturas a superfície domar mais quentes que as normais(SSTs) foram observadas noOceano Índico e equatorial, centrale oriental assim como também noOceano Atlântico meridional.

Porém, temperaturas mais frias queas normais foram observadas(SSTs) a noroeste do Oceano Índicomas, estas temperaturas estãoprojetados a tender para ascondições próximas das normaisdurante o seguinte período deprevisão. Os resultados do modelode Previsão Meteorológica tambémindicam que existem altasprobabilidades para que astemperaturas da superfície normaldo mar estejam mais quentes que astemperaturas normais (SSTs), isso éfreqüentemente chamado de ElNiño, que poderia desenvolver-seno Oceano Pacífico centralequatorial. Tais condições podemnão afectar o clima da sub-regiãono início da estação, mas poderãoatingir sérios impactos no fim doperíodo de previsão.

Por exemplo, alguns dos eventosanteriores de El Niño foram

associados com as fortes chuvas queaconteceram entre o período deNovembero a Fevereiro. Asactualizações da previsãometeorológicas serão fornecidaspelos Serviços MeteorológicosNacionais (NMSs) e o Centro dePrevisão e Aplicações de ClimaIGAD1, (ICPAC – antigo Centro deMonitoramento de Secas emNairobe, DMCN). Os usuários sãodeste modo fortemente aconselhadosa manter boas relações e estar emcontacto com os seus ServiçosMeteriológicos Nacionais (NMSs)para a interpretação, melhoresdetalhes, a actualização e aorientação adicional destaperspectiva.

O Fórum sobre a Perspectiva doClimaDe 23 a 26 de Agosto de 2004, o 14ºFórum sobre a Perspectiva do Climafoi convocado em Nairobe, Quênia,pelo ICPAC (antigo Centro deMonitoramento de Secas de Nairobe)em colaboração com o ServiçoNacional Meteorológico eHidrológico (NMHSs) e parceirospara formular uma orientação deconsenso sobre a estação de chuvasdurante o período de Setembro aDezembro de 2004 no Grande Cornode África (GHA). O fórum reveu oestado do sistema de clima global esuas implicações no clima sazonal dasub-região.

Entre os factores principais tomadosem conta estavam as temperaturas dasuperfície do mar observadas eprevistas (SSTs) no Oceano Pacíficotropical e noutro lado do OceanoAtlântico tropical e também doOceano Índico.

Os usuários da agricultura e dasegurança alimentar, gestão dedesastres, saúde, pecuária, recursoshidrológicos e meios de

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 78

comunicação, entre outros sectores,foram os participantes activos doFórum. Os usuários formularam asimplicações potenciais daPerspectiva durante a estação deSetembro a Dezembro de 2004 edesenvolveram estratégias demitigação para os respectivos paísese sectores.

A MetodologiaO fórum examinou as correntes e asanomalias esperadas de SST noOceano Pacífico como também noOceano Índico e no oceano Atlântico

Zona I: Aumento da probabilidade próximoa acima da chuva normal no nordeste doSudão e Eritrea do Norte.Zona II: Climatologia é sugerida no norte doSudão, na maior parte da Eritrea, e Djibouticomo também no extremo norte da Etiópia.Zonas III: Aumento da probabilidadepróximo a abaixo das chuvas normais noSudão Central e partes da Etiópia do Norte.

Zone IV: Aumento da probabilidade próximoa acima da chuva normal no DjiboutiMeridional, na Etiópia Oriental, Central, eextremo ocidental, Sudão Meridional, maiorparte do Uganda, no nordeste da Tanzânia, epartes do norte litorais, meridionais, e

extremos ocidentais do Quênia comotambém a Somália Oriental.Zone V: Aumento da probalidade próximo aabaixo da chuva normal no nordeste doUganda, a maior parte do norte do Quénia,Somália Ocidental e a maior parte da EtiópiaOriental.

Zone VI: Aumento da probabilidade próximoa acima da chuva normal na maior parte doRuanda e Burundi assim como na TanzaniaOcidental.

Zone VII: Aumento da probalidade próximo aabaixo da chuva normal no sudoeste doUganda, noroeste e este do Ruanda, este doBurundi e na maior parte da Tanzania.

junto com outros factores queafectam o clima da sub-região. Estesfactores foram avaliados usando obinário oceano-atmosfera, modelosde Dinámica Regional de Clima emodelos estatísticos empíricos comotambém uma interpretaçãoespecialisada.

A capacidade actual de previsãosazonal inter-anual permite aprevisão de médias espaciais etemporais e pode não considerarcompletamente os factores físicos edinámicos que influenciam avariabilidade do clima regional enacional.

Os peritos estabeleceram asdistribuições de probabilidade paraindicar a probabilidade de chuvasacima, próximo ou debaixo donormal para cada zona (veja oMapa). Sobre a chuva normal édefinido como dentro do terço maishúmido das quantidades de chuvasregistadas em cada zona; próximo donormal é definido como o terço dachuvas registadas e centradas aoredor do mediano climatológico; edebaixo da chuva normal é definidocomo dentro do terço mais seco dasquantidades de chuva. A climatologiarefere-se a uma situação ondequaisquer das três categorias temchances iguais de acontecer.

A PerspectivaO período compreendido deSetembro a Dezembro constitui umaestação de chuva importante na sub-região do Grande Corno de África. Aperspectiva de chuva para cada zonadentro desta sub-região é dadaabaixo.

Nota: Os números para cada zonaindicam as probabilidades (chancesde ocorrência) de chuva em cadauma das três categorias: acima,próximo e debaixo do normal. Onúmero do topo indica a probabilidadede chuva que acontece na categoriaacima-normal; o número mediano épara o próximo do normal e númerodo fundo para o debaixo da categorianormal. Por exemplo, no caso donordeste do Sudão e Eritrea do Norte(Zona I), há 35% de probabilidadesda chuva ocorrer acima da categorianormal; 40% de probabilidades dachuva ocorrer na categoria próximodo normal; e 25% de probabilidadesda chuva ocorrer debaixo dacategoria normal. É tambémenfatizado, que os limites entre aszonas deveriam ser consideradoscomo áreas de transição.

ContribuintesO 14º Fórum da Perspectiva deClima para o Grande Corno deÁfrica foi conjuntamente organizadopela Autoridade Inter-Governamentalpara o Desenvolvimento (IGAD),Centro de Predição e Aplicações de

Consenso de Perspectiva de Clima durante os meses de Setembro aDezembro de 2004 no Grande Corno de África

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Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 4 Edição, novembro 2004 79

Logo após, o consenso atingidono 14o Fórum de PrevisãoClimática para o Grande Corno deAfrica, foi convocado o PrimeiroFórum Regional da Perspectiva daSegurança Alimentar (FSOF)-também para o Grande Corno deÁfrica, que teve lugar em Nairobe,Quénia de 25 a 27 de Agosto de2004.

DeclaraçãoO clima determina, a distribuiçãono tempo-espaço dos recursosnaturais a nível do mundo. É noentanto, evidente que este tem umgrande significado nodesenvolvimento sócio-económicode qualquer país. Uma perspectivado clima tal como o 14º Forum dePrevisão do Clima [14o Fórum dePrevisão Climática para o GrandeCorno de Africa1, COF ouGHACOF 14], se correctamente

Primeira perspectiva regional de segurançaalimentar para O Grande Corno de África

Clima (ICPAC), OrganizaçãoMundial de Meteorológia (WMO),o Escritório de Gestão Oceânicae Atmosférica Nacional deProgramas Globais (NOAA/OGP- dos Estados Unidos daAmérica) e o Instituto dePesquisa Internacional paraPrevisão de Clima (IRI) noquadro geral do projectofinanciado pelo USAID “Geraçãoe aplicações sustentáveis deinformação de clima, produtos eserviços para a prontidão dedesastres e desenvolvimentosustentável no Grande Corno deÁfrica.”

Contribuintes para estaperspectiva de consenso do clima

incluíu: Representantes dos ServiçosMeteorológicos de 10 países do GrandeCorno de África (GHA) (InstitutoGeográfico do Burundi;ServiçosMeteorológicos Nacionais do Djibouti;Serviços Meteorológicos da Eritrea;Agência dos Serviços de MeteorológiaNacional da Etiópia; o DepartamentoMeteorológico do Quénia; ServiçoMeteorológico do Ruanda; Departamentode Meteorologia da República da Somália;Autoridade Meteorológica do Sudão;Agência Meteorológica da Tanzania eDepartamento de Meteorologia doUganda);

Os cientistas de clima e outros peritos deinstituições nacionais, regionais einternacionais e organizações como oCentro de Previsão e Aplicaçs do Clima

(ICPAC); Centro de Monitoramentode Secas, Harare; Instituto dePesquisa Internacional para aPrevisão do Clima (IRI);Organização Mundial de Saúde(WMO); Universidade de Nairobe; ea Universidade de Maseno.

Informações adicionais foramprovidenciados pelos CentrosNacionais para a PrevisãoAmbiental/Centro de Previsão doClima (NCEP/CPC), ECMWF eEscritório Meteorológico do REINOUNIDO.

1 Autoridade Inter-Govermental deDesenvolvimento : Comunidade EconómicaRegional dos países do Este e Corno de África(REC)

usado, poderá contudo minimizarqualquer impacto adverso resultante davariabilidade do clima.

É por esta razão, de entre outras, queimediatamente após o Consenso dePrevisão do Clima (COF 14), de 25 a 27de Agosto de 2004, o Primeiro Fórum daPerspectiva de Segurança Alimentar(FSOF) teve lugar em Nairobe, noQuénia.

O Primeiro Fórum da Perspectiva deSegurança Alimentar (FSOF) foi umainiciativa da Autoridade Inter-governamental para o Desenvolvimento1

(IGAD) Centro de Previsão e AplicaçõesClimáticas (ICPAC), o ProgramaMundial da Alimentação (PMA), oInstituto de Pesquisa Internacional paraPrevisão do Clima (IRI), PesquisaGeológica dos Estados Unidos (USGS)e a Rede de Sistemas de Aviso Prévio deEscassez Alimentar (FEWS NET).

Considerando que este foi o primeiroexercício, as perspectivas apresentadas

eram experimentais e devem serconsideradas como cenários. Muitasdas apresentações, assumem queoutros factores diferentes do climanão mudarão, por exemplo aprovisão e disponibilidade demercados e preços justos. Asdefinições de áreas de insegurançaalimentar não são geralmente usadasem todos os países, por isso, haviaincerteza sobre como rotular as áreasquentes “hotspot” reflectidas nosmapas que são um tanto a quantoinconsistentes.

Além disso, os delegados não eramnecessariamente os membros activosda rede de segurança alimentar, estestambém não tinham conhecimentossobre a análise de sustento, e nuncatinham consultado os outrosparceiros da segurança alimentarantes de participarem no PrimeiroFórum da Perspectiva de SegurançaAlimentar (FSOF).

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Mapa de Previsão Regional de Segurança Alimentar, Países do GrandeCorno de África, fim de Dezembro 2004

de previsão climática para a segurançaalimentar na região ( Figura 2). Osombreado vermelho, indica áreaspropensas à insegurança alimentar, olaranja, áreas altamente propensas àinsegurança alimentar, e o amarelo,áreas moderadamente propensas àinsegurança alimentar. Contandoprincipalmente com a componenteclimática, se desenvolveram estascategorias.

Contudo, é pena notar que as causasda insegurança alimentar nos paísesdo Grande Corno de África sãomúltiplas e complexas. Elas incluem,as guerras, as doenças, as cheias, e apobreza crónica. Portanto, ainterpretaçao das categorias dainsegurança alimentar requer umainformação detalhada sobre ascausas críticas da insegurançaalimentar a níveis nacional e regional.

Estas condições podem piorar ascondições já precárias de segurançaalimentar entre as comunidades depastores/ nómadas da Eritreia e doeste da Etiópia e do este e norte doQuénia. Uma parte do centro daSomália poderá provavelmente serincluída na categoria de extremainsegurança alimentar, causandoconsequências negativas de maiscomunidades de pastores nómadasque ficam destituídos nas periferiasdos centros urbanos.

Estes cenários podem constituir umapotencial “explosão ambienrtal”devido a exploração acima do normaldos recursos naturais tais como ocarvão e a lenha. As condições desegurança alimentar deverão melhorarnos restantes países do Grande Cornode África se houver uma precipitaçãofavorável.

O mapa indica que muitas áreas quesão prováveis de serem extremamenteinseguras em alimentação incluem oSudão Ocidental, partes da EtiópiaMeridional e Oriental, Somália doNorte, o noroeste e nordeste doQuênia como também o norte doUganda. As áreas altamenteinseguras em alimentação incluem osudoeste do Sudão, a maior parte daEritrea, Etiópia Meridional enordeste do Quênia. As áreas desegurança alimentar moderadaincluem o sudeste do Sudão, áreas dosudeste e litoral do Quênia comotambém a Somália Central e Meridi-onal.

1 Composto por Eritreia, Etiópia, Djibouti, Somália,Sudão, Quenia, Tanzania, Uganda, Ruanda eBurundi.

2 Autoridade Inter-Governamental doDesenvolvimento: Países do Este e Corno daÁfrica, Comunidade Económica Regional(REC).

A equipe de cada país que consistiade peritos de segurança alimentar,peritos de agricultura e cientistas doclima passaram várias horas - usandoas predições de chuva dos GHACOF14e a previsão de colheita e gado, emcombinação com a situação actual desegurança alimentar bem como o seupróprio juízo - para emitir umaperspectiva de segurança alimentardurante o período de Setembro aDezembro de 2004.

É também importante notar que,enquanto que o clima exerce umgrande impacto na segurançaalimentar dentro da região, nemtodos os factores que determinam osresultados de segurança alimentardependem do clima. Por exemplo, ocomportamento dos mercados podemafectar os preços para ambos oscompradores e os vendedores demodos que não estejam necessariamenteligados ao clima.

As metodologias actuais de avaliaçãoda segurança alimentar têm, em algunscasos, enfrentado dificuldades nacaptação completa dos diversosmodos e estratégias de sobrevivênciadas famílias. As zonas de sobrevivência/subsistência não foram completamentee consistentemente mapeadas naregião, isto faz com que, asavaliações do impacto do climasejem em alguns casos maissubjectivas do que em outros.

De forma a acomodar a naturezaprobabilística das previsões, foramelaborados mapas de precipitaçãopara três cenários: o pior caso, omelhor caso e o mais provável. Ocenário mais provável foi utilizadopelos países para criar as suas própriasprevisões. A actual situação desegurança alimentar assim como asprevisões sectoriais foram interpretadase refinadas tendo em conta o parecerdos peritos. Foi reconhecido que asegurança alimentar é produto demúltiplos factores, alguns dos quais,não foram incluídos neste PrimeiroFórum da Perspectiva de SegurançaAlimentar (FSOF).”

O cenário mais provável, para ossectores da agricultura e pecuáriafornecem uma base para a compreensãodo potencial do impacto da condição

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Sr. Charles KellyDirector para África daSociedade de Gestão da EmergênciaInternacional - TIEMS

IntroduçãoEste relatório fornece o sumário daconferência sobre a gestão dedesastres em África financiada pelaSociedade Internacional de Gestãode Emergência (TIEMS). Aconferência decorreu por via daInternet e teve lugar entre os dias 17de Abril e 16 de Maio de 2004. Umnúmero total de 75 pessoas fizeram oregisto oficial para participar naconferência, muito embora osrelatórios indiquem que mais pessoasreceberam a informação ecomunicações da conferência semterem feito o registo. A conferênciateve lugar um mês antes do encontroannual da Sociedade Internacional deGestão de Emergência (TIEMS) noShire do Yarra, no Estado de Victoria,Austrália (veja o endereço electrónicowww.tiems.org).

A gestão global da conferênciaesteve a cargo do Sr. Charles Kelly(Director para África da SociedadeInternacional de Gestão deEmergência) e contou com o apoiotécnico do Sr. Ulrich Raape, epessoal do Fraunhofer Institut fürFabrikbetrieb und – Automatisierung,Magdeburg, Alemanhã. As facilidadesde Internet da Fraunhofer Instituetforam usadas para lançar o programae a página da internet atravês da quala conferência teve lugar.

Este relatório fornece primeiro, asconclusões e recomendacões daconferência sobre a gestão dedesastres (presumivelmente as demais interesse para os leitores) e de

seguida, a informação e objectivosda conferência bem como, as liçõesaprendidas. As anotações completasdas comunicações apresentadasdurante a conferência sãoapresentadas no sequinte endereçohttp://listserv.tiems.org/mailman/listinfo/virtualconference.

Conclusões e recomendações daConferênciaAs seguintes conclusões erecomendações da conferência,foram emanadas das comunicaçõesda conferência e sumários dassessões elaboradas pelosmoderadores das sessõesnomeadamente Sr. Salibo Some e oSr. Dewald van Niekerk. Tal comosolicitado pelos participantes àconferência, estas conclusões erecomendações serão publicadas epartilhadas com organismosinternacionais relevantes, includíndoa União Africana (UA), Organizaçãodas Nações Unidas, o Secretariadoda Estratégia Internacional para aRedução de Desastres das NaçõesUnidas (NU/EIRD), a UniãoEuropeia (UE), assim como osdoadores chaves e governos.

A Educação é a chaveA Educação é a chave para umamelhor gestão dos riscos, perigos, evulnerabilidades associadas aosdesasters em África.

Primeira Recomendação: Aeducação sobre os desasters deve serabordada a todos os níveis, desde onível primário até ao nível de pós-graduação e educação contínua,incluindo o público em geral, asociedade civil, os decisores, trans-nacionais e comunidades especiais(Por Exemplo, os deficientes físicos)

e deve ser transmitida numa linguaque possa ser entendida por todos osreceptores.

Sucessos de remarqueAtenção especial foi dada as lacunasna gestão dos desastres em África.Os sucessos, envolvendo, aparticipação e esforços locais nãosão muita das vezes reconhecidosnem publicados.

Segunda Recomendação: Osesforços bem sucedidos de gestão dedesastres em África devem serdocumentados e analisados de formaa identificar-se a metodologia quemelhor se adequa a que tipo decomunidades e em quecircumstâncias. Os resultados, de talanálise, devem ser amplamentedisseminados desde a comunidadeaté ao nível internacional.

Compreender os desastres naperspectiva africanaAlguns desastres que ocorrem emÁfrica são diferentes dos desastresque ocorrem noutras partes domundo. Os Africanos mostramgrande preocupação sobre o impactodesastroso dos conflitosprolongados, do HIV/SIDA, dotráfico de crianças e outros azaresque não são encarados comodesastres potenciais em outras partesdo mundo

Terceira Recomendação: A definiçãode desastres, sua prevenção, mitigaçãoe resposta devem tomar em conta aspreocupações de África em particu-lar os desafios sociais, físicos etecnológicos existentes em África.

Usar o desenvolvimeno para limitaro impacto dos desastresPrevenir ou mitigar os desastres emÁfrica é uma componente e parte

A Gestão de Desastres em África: Énecessária?

Relatório da Conferência

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essencial do processo de desenvol-vimento. O alívio aos desastres temrecebido muita atenção em África. Aprevenção, mitigação, resposta,vulnerabilidade e redução de riscos ea criação de resistência devemreceber a mesma atenção noprocesso de desenvolvimento,programas e projectos.

Quarta Recomendação: OsGovernos e aqueles que financiam odesenvolvimento em África precisamde adoptar e seguir políticas quelevam à redução de riscos dedesastres e vulnerabilidades e deaumentar a resistência a todos osníveis sociais. Fazer o contráriopoderá implicar o falhanço doprocesso de desenvolvimento antesque este comece, isto implica porconseguinte falhas na boagovernação.

Aumentar a partilha de informaçãosobre a gestão de desastresA troca de informação, é crucial paramelhorar a gestão de desastres emÁfrica. A conferência financiada pelaSociedade Internacional de Gestãode Emergência (TIEMS) foi oprimeiro passo neste processo, mas,o processo deve ser regular econtínuo e de algum modo formal.

Quinta Recomendação: As próximastrocas de informação sobre a gestãode desastres em África devemacontecer atravês de quaisquer meiosdisponíveis. Estes meios, podemincluir, a Internet, encontros econferências ao vivo. Estes esforços,serão efectivos e faceis com acriação de uma Rede Africana dePrevenção de Desastres que integretodos os países do continenteafricano.

Esta rede, poderá seguir o modelo deredes similares existentes noutraspartes do mundo, e poderá tratar dacapacitação institucional, advocaciae actividades de informação eeducação do público e mobilizaçãode recursos.

Objectivos da ConferênciaExistem poucos foros, que sejemconferências ou outros meios de troca

de informação e experiências sobre agestão de desastres em África. ASociedade Internacional de Gestãode Emergência (TIEMS), tentou semnenhum sucesso, encorajar aparticipação de Africanos emconferências e discussõess anterioressobre a gestão de desastres em África.As barreiras mais significativas àparticipação de Africanos foram, oscustos da viagem, vistos e daconferência em si.

Reflectindo sobre como a SociedadeInternacional de Gestão deEmergência poderia contribuir paramelhorar a gestão de desastres emÁfrica, surgiu a ideia de seorganizar uma conferência por viada Internet. Isto, foi visto como umaforma de resolver a questão doscustos de viagem. A Internet, já éaccessível em muitas partes deÁfrica e constitui um meio fácil dese usar, atravês do qual, tanto osAfricanos como pessoas singularsinteressadas, poderão trocar os seuspontos de vista e discutir questõesrelacionadas com a gestão dedesastres em África.

Temas e estrutura da ConferênciaO tema global da conferência foi agestão de desastres em África: énecessária? A troca de informaçãodurante a conferência deveria serestruturada à volta de três tópicosacima mencionados. Cada tópico foiintroduzido por uma comunicaçãopreparada pelo moderador da sessão.Os tópicos cobertos, durante aconferência bem como os nomes eoutros detalhes dos moderadores sãoa seguir apresentados :

Semana 1 e 2: Qual é o significadoda gestão de desastres em África?Data de início: 18 de Abril de 2004.Moderado pelo Sr. Salibo Some,Director Executivo do ConselhoAfricano de DesenvolvimentoSustentável, Burquina Faso.

Semana 3: A integração da reduçãode risco na planificação dodesenvolvimento Data de início: 2 deMaio de 2004. Moderado pelo Sr.Dewald van Niekerk, CentroAfricano de Estudos de Desastres,

Universidade North-West, África doSul

Semana 4: O que é necessário paratornar efectiva a gestão de desastresem África? Data de início: 9 de Maiode 2004. Moderado pelo Sr. SteveHansch, Pesquisador de Gestão dedesastres que participourecentemente nas Lições Aprendidasda Revisão de Crises Alimentares nazona da África Austral (financiadopor C. Kelly).

Lições aprendidasA participação activa por parte dosAfricanos na conferência foilimitada.Muito embora seje difícil definirclaramente a participação atravês deendereços de email, evidênciascircumstancias tais como (o nome dapessoa registada e o nome doendereço email) indicaram que, umgrande número de participantes nãoeram de origem Africana nemresidiam actualmente em África.Muito embora o ser Africano ouresidir em África não fossemcritérios de participação naconferência, esperava-se um grandenúmero de participantes de África.No futuro, deve-se alcançar umamaior participação de “Africanos”em conferências desta natureza.

Uma participação global limitada.Os esforços de publicação daconferência foram feitos, mas apenas75 pessoas fizeram o registo. Muitoembora tenham havido aqueles quepassaram “despercebidos” (pessoasque não fizeram o registo mas quereceberam as comunicações daconferência através de outren), onúmero de participantes foi inferiorao número de indivíduos envolvidosna gestão de desastres em África.

Ao mesmo tempo, é pouco provávelque a Sociedade Internacional deGestão de Emergência (TIEMS)possa ter 75 pessoas físicamentepresentes numa sessão em África.Tomando em consideração esteindicador, a conferência foi umsucesso. Muito embora, exista anecessidade de uma maior

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participação. Esta é outra liçãoaprendida.

Os Participantes potenciais acharamdificil o método de participaçãoExistem, aparentemente, um númerode causas para este problema, quevai desde as particularidades dosoftware usado durante a conferênciaaté a falta de compreensão de comose navega para se fazer o registo. Oimpacto global foi a rejeição daparticipação a um númerodesconhecido de indivíduos. Estesproblemas estão a ser investigados edevem ser resolvidos antes de seembarcar numa conferência virtualno futuro usando o mesmo processoe programa.

Tal como em qualquer conferência,os faladores foram poucos e osouvintes muitosEm outras palavras, nem todos os

que se registaram enviaram mensagensrelativas ao tópico em discussão. Istoé um fenómeno comum nasconferências onde as pessoas nãoestão físicamente presentes. Isto jáaconteceu em outras conferênciasvirtuais e não deve ser necessária-mente visto como um resultadonegativo. Contudo, as próximasconferências devem identificarformas de encorajar uma maiorparticipação de pessoas e de se evitarque sejem sempre as mesmas pessoasa participar e a dizer a mesma coisarepetidamente.

Existe o potencial de se realizaremno futuro Conferências via Internetsobre a gestão dos desastres emÁfricaO processo básico e o mecanismosda conferência via Internet permitiuo intercâmbio de pontos de vista e

informação que não teriam sidopossíveis se tivesse solicitado apresença física de todos osparticipantes num local fixo.

Adicionalmente, o intercâmbiopossibilitou a identificação de umnúmero de questões e tópicos querequerem discussões contínuas enovas, estas, podem tomar lugar soba forma de uma conferência viaInternet. Contudo, as próximasconferências via Internet sobre agestão de desastres em Áfricapoderão ser bem sucedidas se houverno geral, maior participação daspessoas, bem como, odesenvolvimento e moderação detópicos que sejem relevantes àspessoas interessadas em gestão dedesastres em África.

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