a página do relâmpago elétrico

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A página do relâmpago elétrico Beto Guedes. Abre a folha do livro Que eu lhe dou para guardar E desata o nó dos cinco sentidos Para se soltar Que nem o som clareia o céu nem é de manhã E anda debaixo do chão Mas avoa que nem asa de avião Pra rolar e viver levando jeito De seguir rolando Que nem canção de amor no firmamento Que alguém pegou no ar E depois jogou no mar Pra viver do outro lado da vida E saber atravessar Prosseguir viagem numa garrafa Onde o mar levar Que é a luz que vai tecer o motor da lenda Cruzando o céu do sertão E um cego canta até arrebentar O sertão vai virar mar O mar vai virar sertão Não ter medo de nenhuma careta Que pretende assustar Encontrar o coração do planeta E mandar parar Pra dar um tempo de prestar atenção nas coisas Fazer um minuto de paz Um silêncio que ninguém esquece mais Que nem ronco do trovão Que eu lhe dou para guardar A paixão é que nem cobra de vidro E também pode quebrar Faz o jogo e abre a folha do livro Apresenta o ás Pra renascer em cada pedaço que ficou E o grande amor vai juntar E é coisa que ninguém separa mais

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Page 1: A página do relâmpago elétrico

A página do relâmpago elétrico

Beto Guedes.

Abre a folha do livroQue eu lhe dou para guardarE desata o nó dos cinco sentidosPara se soltarQue nem o som clareia o céu nem é de manhãE anda debaixo do chãoMas avoa que nem asa de aviãoPra rolar e viver levando jeitoDe seguir rolandoQue nem canção de amor no firmamentoQue alguém pegou no arE depois jogou no mar

Pra viver do outro lado da vidaE saber atravessarProsseguir viagem numa garrafaOnde o mar levarQue é a luz que vai tecer o motor da lendaCruzando o céu do sertãoE um cego canta até arrebentarO sertão vai virar marO mar vai virar sertãoNão ter medo de nenhuma caretaQue pretende assustarEncontrar o coração do planetaE mandar pararPra dar um tempo de prestar atenção nas coisasFazer um minuto de pazUm silêncio que ninguém esquece maisQue nem ronco do trovãoQue eu lhe dou para guardar

A paixão é que nem cobra de vidroE também pode quebrarFaz o jogo e abre a folha do livroApresenta o ásPra renascer em cada pedaço que ficouE o grande amor vai juntarE é coisa que ninguém separa maisQue nem ronco de trovãoQue eu lhe dou para guardar

( Por uma leitura da vida sem dor!)