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Central de Produção
Capítulo 01A OUTRA
Novela deROBSON AUGUSTO
Escrita porROBSON AUGUSTO
Direção******
Direção Geral******
Núcleo******
Personagens deste capítulo
BRUNORAUL
SANTIAGOAFONSOLÍDIA
RENATOSUZANA
CRISTIANORAQUELSTELA
OTACÍLIOMAGALHÃES
MATOSDIANA
ParticipaçãoBandidos, Policiais,Motorista,Curiosos e Atropelada
A OUTRA Capítulo 1 Pag.:1
LETREIRO – SÃO PAULO
CENA 01. SÃO PAULO(RUA DO CENTRO). IMAGENS GERAIS. EXTERIOR.DIA Vistas aéreas de São Paulo, ouvindose sirenes de políciacortando a cidade. A partir de um determinado momento, aCAM começa a seguir o carro policial. Há um correcorre,uma perseguição de policiais, supostos ladrões de banco emfuga buscando um carro ou apoio de comparsas, pessoasgritando e procurando refúgio em estabelecimentoscomerciais. Entre essas pessoas aparece Bruno, carregandosua mochila, apático à situação.Todos os envolvidos estão tensos, pessoas com medo, masBruno observa tudo com atenção e até se diverte com toda asituação. Alguns tiros, prisões, gritos, fugas. Um dosbandidos vai em direção a Bruno r tromba com ele. O caraaponta uma arma pra Bruno que chuta a arma e o bandidoacaba preso. NO TIROTEIO, OUTRO BANDIDO É BALEADO.
Enfim: Uma cena banal, típica das ruas de cidades como SãoPaulo e Rio. Bruno fala para si mesmo.
BRUNO — Dez anos fora e a cidade continua amesma. Parece que o único que não mudoufui eu...
Corta para:CENA 02. IBIRAPUERA. EXTERIOR. DIA. LIDIA E RENATO ANDAM DESCONTRAÍDAMENTE PELO PARQUE.ELE AVISTA UMA ROSA EM MEIO AO GRAMADO E A ENTREGA ALÍDIA CARINHOSAMENTE.
RENATO — (ENTREGANDO A ROSA PARA LÍDIA): Umarosa, para outra uma rosa...
ELA SE DELICIA COM O PERFUME SUAVE D FLOR RECÉMCOLHIDA. LÍDIA VOLTA SEUS BELOS OLHOS PARA OS OLHOS DERENATO.
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LÍDIA (SENTINDO O PERFUME DELICADO DA FLOR)Ásvezes penso que sem você minha vidanão faria sentido... Eu te amo... Emuito.
RENATO — Se existe sorte, acho que a minha évocê... Te amo demais também, penso emvocê 24 horas por dia...
LÍDIA — Não sei o que eu fiz pra merecer umhomem tão maravilhoso como você naminha vida.
RENATO (OLHANDO PARA SUA AMADA): Eu quero tefazer um pedido... me casar com você...Aceita esse pedido do homem maisapaixonado do Rio de janeiro?
RENATO — (PEGA NA MÃO DELA) Lídia, você aceitase casar comigo?
LÍDIA — Claro que eu aceito meu amor...
OS DOIS SE BEIJAM APAIXONADAMENTE. CAM ABRE A IMAGEM ESOBE COMO SE ESTIVESSE EM UMA GRUA SE AFASTANDO EMOSTRANDO O CASAL DE LONGE.
Corta para:
CENA 03. MANSÃO DE RAUL. BANHEIRO. INTERIOR. DIARAUL SE PREPARA PARA A INAUGURAÇÃO PENSATIVO. RAUL DÁ O NÓNA GRAVATA E SE OLHA NO ESPELHO
RAUL (PENSA) Transformar um simples hospitalparticular em uma referência internacionalnos mais variados tratamentos e nareprodução humana e transplante deórgãos... Um centro de referência com amelhor medicina do país, operandopolíticos, artistas, gente poderosa, algoinimaginável à dez anos atrás.(FALA) Hoje éo seu dia de glória, Dr. Raul Venturini.
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Corta Para:
CENA 04. RESTAURANTE. INTERIOR. DIA. RENATO E LÍDIA ESTÃO SENTADOS À MESA ESPERANDO POR SUZANA.OS DOIS SE ENTREOLHAM COM PAIXÃO A TODO MOMENTO.
LÍDIA — Será que ela vai gostar da noticia amor?
RENATO — Que pergunta Lidia! Mas, é claro que elavai adorar a noticia... Afinal de contas,a Suzana é como se fosse sua irmã. Qual omotivo para ela não Eu não gostar? É asua felicidade meu amor.
CAM FECHA EM SUZANA QUE ENTRA NO RESTAURANTE.
LÍDIA — (AVISTANDO SUZANA) Falando nela olha láquem acaba de chegar. (SORRI ACENANDOPARA SUZANA)
SUZANA AVISTA O CASAL E SE DIRIGE ATÉ A MESA.
SUZANA — (ALEGREMENTE) Olha só! O casalapaixonado e feliz me esperando.
LÍDIA — Que bom que você aceitou o meu convitepara almoçar com a gente. (ABRAÇA SUZANA)
SUZANA — Como eu poderia não aceitar um pedido seuminha querida?
RENATO — Eu também fico feliz por ter aceitado.Garçom, uma garrafa de “Moet” porgentileza.
A OUTRA Capítulo 1 Pag.:4
SUZANA — Moet? Qual é o motivo especial pra serbrindado com champanhe francês?
RENATO — Um motivo bem mais importante do que vocêimagina.
LÍDIA — (OLHANDO CARINHOSAMENTE PARA RENATO) Essemotivo irá mudar o rumo das nossas
vidas...
SUZANA — (CURIOSA) Minha nossa, então digam, quemotivo é esse?
Corta para:
1o INTERVALO COMERCIAL
CENA 5 – HOSPITAL SAMPA D'OR. SAGUÃO. INTERIOR. DIA
TAKE RÁPIDO: MÃO CORTANDO UMA FITA VERMELHA EM QUADRO E INAUGURANDO A NOVA ALA DO HOSPITAL. CÂMERA ABRE MARCANDO RAUL. SOM DOS APLAUSOS. Corte rápido para:
CENA 5-A — ENTRADA DO HOSPITAL. INTERIOR. DIA
RAUL SOBE ATÉ A TRIBUNA E PEGA O MICROFONE. RAUL TEM UMA ANOTAÇÃO NAS MÃOS. CÂMERA EXPLORA O GESTO CALMO DELER A ANOTAÇÃO. REPÓRTERES ANOTAM SUAS PALAVRAS, OUTROS FILMAM OU GRAVAM.
RAUL — O Grupo Santoro tem mais uma visão defuturo e como é dono das instalaçõesdo Sampa D'or, fechamos essa ótimaparceria de olho no bem estar de seuspacientes. Com isso, estamosinaugurando uma nova ala no hospital
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visando não apenas a classe A mastambém as classes B e C. Uminvestimento alto que irá elevar onível dos serviços em saúde dohospital. Está inaugurado a partir dehoje a ampliação do Pronto Socorro,UTI Neo Natal e ala de queimados doHospital Sampa D'or.
OUTRA SALVA DE PALMAS. Corta para:
CENA 06. MANSÃO DOS VENTURINI. QUARTO DE CRISTIANO .INTERIOR. DIA. Cristiano está deitado em sua cama pensativo, pelaporta da sacada ele observa a noite lá fora. Raquel,entra no quarto sem bater.
RAQUEL — Então você está aí...
CRISTIANO — Oh Raquel, sabia que uma das maioresinvenções da humanidade foi uma coisacriada para atravessar paredes e quepor isso é preciso bater para que issoaconteça e o nome disso é porta!
CALMAMENTE RAQUEL SENTASE AO LADO DE CRISTIANO NACAMA.
RAQUEL — O que aconteceu hein mon amour? Vocênunca me trata assim... Com esse“carinho” todo. Está com algumproblema?
CRISTIANO RESPIRA FUNDO.
CRISTIANO — (DESVIANDO O ASSUNTO) Não aconteceunada! Desculpe se fui grosso com você.
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Eu só quero minha privacidade, posso?(um pouco irritado)
RAQUEL — (ACARICIA OS CABELOS DE CRISTIANO) Éclaro que pode. Mas, antes vocêpoderia me dizer o que aconteceu pravocê estar assim, tão estressado?
CRISTIANO — (livrandose do carinho) Raquel, eujá disse que não aconteceu nada ok?Nada!...(levantase e abre a porta doquarto) Agora me dê licença, porfavor. Outra se der a gente se falatudo bem? Hoje não é um bom dia praficar de papo (RÍSPIDO) Sai.
RAQUEL VOLTA E TENTA SEDUZIR CRISTIANO.
RAQUEL — (perto dos lábios de Cristiano) Vocênão quer que eu vá embora... Quer?Aposto que comigo aqui seu dia podeser bem mais animado mon amour.
CRISTIANO — Tem alguma dúvida? Quero sim! (AEMPURRA PARA FORA DO QUARTO E BATE APORTA)
RAQUEL BATE NA PORTA INCIVISA E COM RAIVA.
RAQUEL — Cristiano! Cristiano Venturini abreessa porta por favor! (AOS BERROS)Você não pode me tratar como umaqualquer! (PAUSA) Pois bem! Outra horaeu volto. Daí a gente vai terminaresse papo e eu descubro o que é queestá te incomodando...
RAQUEL VAI EMBORA.Corta Para:
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C ENA 07. HOSPITAL SAMPA D'OR.ESTACIONAMENTO.EXTERIOR.DIA O CARRO DO JORNAL CIDADE DE SÃO PAULO ESTACIONA.AFONSO DESCE COM O FOTÓGRAFO SANTIAGO. OS DOIS SEGUEMATÉ O SAGUÃO PARA COBRIR A INAUGURAÇÃO DA AMPLIAÇÃO DOHOSPITAL.
AFONSO — (JUNTANDO SUAS COISAS) Anda Santiago,essa cobertura não pode ficar sem umavírgula escrita.
SANTIAGO — Vai lá o quê? Tá mexendo em casa demarimbondo, aquela reportagem sobre asloterias pegou pesado. E depois essacobertura nem entrou na pauta.
AFONSO — Santiago, o grupo Santoro além degerir as loterias no país compremiações suspeitas é dono docomplexo onde está o Hospital SampaD'or e se eu acho que tem maracutaianas loterias e você também concordoucomigo não vai ser aqui pagando desanto que ele irá me fazer esquecerdisso.
SANTIAGO — Puro “achismo”, você fez areportagem, acusou o cara sem provas.Tomou um esporro do Magalhães econtinua se metendo nessa história.Mas eu desisto, você deve saber ondeestá se metendo.
AFONSO — (IRÔNICO) Muito obrigado pelaconfiança...
OS DOIS VÃO RAPIDAMENTE ATÉ O SAGUÃO DO HOSPITAL. CORTA PARA:
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CENA 08. HOSPITAL SAMPA D'OR. CORREDORES. INTERIOR. DIATAKE RÁPIDO EM OFF: RAUL MOSTRA PARA A IMPRENSA E TODOS OS PRESENTES AS NOVAS INSTALAÇÕES DO HOSPITAL. FUSÃO PARA:
CENA 08A NOVA ALA DA MATERNIDADE. INTERIOR. DIARAUL TERMINA A APRESENTAÇÃO DAS INSTALAÇÕES.MURILO SE APROXIMA DO TIO E OS DOIS COXIXAM ALGO. NO MEIO DOS PRESENTES RAUL VÊ SANTIAGO E AFONSO E SE IRRITA.
MURILO Belo discurso tio.
RAUL Babaquice, você sabe muito bem queeu não tenho como tirar o hospitaldesse prédio. Só faço isso por queos clientes dos nossos planos desaúde são atendidos aqui.(VÊ OSREPÓRTERES)Mas acho que esse é omenor de nossos problemas Murilo,olha que está aí, o Cidade de SãoPaulo. Não basta querer me tirardas loterias agora me seguem feitoabutres! Vamos sair logo daquiantes que eu perca a cabeça comesse jornaleco de quinta.
Corta para:
CENA 09 — RUA QUALQUER. CARRO DE BRUNO. DIAABRE NO CARRO DE BRUNO COMO CAPÔ ABERTO SOTANDOFUMAÇA. CARROS PASSAM E BUZINAM O FATO DELE ESTAR COMO CARRO NO MEIO DO CAMINHO. SEM SABER O QUE FAZER, ELEEMPURRA O CARRO PARA A GUIA IRRITADO DISCUTINDO COM OSOUTROS MOTORISTAS.
BRUNO Porcaria de carro! Alugar um carroseria pra se locomover e não ficarparado! (CHUTA A LATERAL DO CARRO)
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Pra piorar ainda tenho que tirar essa jossa docaminho.
MOTORISTA (BUZINA INSISTENTEMENTE) Sai logodaí folgado! Comprou a rua?
BRUNO Está nervosinho é? Eu tô tentandosair da rua não tá vendo? Oproblema é que esse modelo nãoveio equipado com asas!
MOTORISTA Tá tirando? E continua aíatravancando o trânsito por quê?
BRUNO Por que eu chamei sua mãe praajudar e ela não chegou ainda! Nemsei se o tipo dela voa.
CÂMARA SE AFASTA DANDO UM PLANO GERAL DA RUA. NESSEAFASTAR, VEMOS O TRÂNSITO TODO PARADO E TONICO AINDADISCUTINDO,MAS EM OFF ENQUANTO EMPURRA O CARRO PARA OMEIO FIO. Corta Para:
CENA 10 — SAGUÃO DO SAMPA D'OR. INTERIOR. DIACÂMERA SE APROXIMA COMO SE TIVESSE ENTRANDO PELAPORTA. NESSE “ENTRAR”, VEMOS O SAGUÃO AINDA CHEIO DEPESSOAS E NO MEIO DELAS RAUL ANDANDO AS PRESSAS COMAFONSO ATRÁS DELE. RAUL PERDE A PACIÊNCIA E DISCUTECOM O JORNALISTA.
MURILO Esse imbecil continua atrás dagente.
RAUL Por que eu não mandei umrepresentante para essainauguração? Deveria tersuspeitado que essejornalistazinho persistenteestaria aqui.
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AFONSO Uma palavra para a Cidade de SãoPaulo dr. Raul.
RAUL PERDE A PACIÊNCIA COM O JORNALISTA E PARAREPENTINAMENTE.
RAUL Por que tanta insistência comminha pessoa? Eu não tenhoobrigação de dar entrevista a umjornaleco de quinta no meio de umcompromisso público. Ou você achaque eu esqueci da sua matéria ondeme acusou de favorecimentoilícito?
AFONSO (DESAFIADOR) Uma ótimaoportunidade de esclarecer algumascoisas, não acha?
MURILO Calma tio. Não vai dar escândalo edar a esse pulha a munição qu eleprecisa.
RAUL (FALA DEVAGAR EM TOM INTIMIDADOR)Eu vou sair daqui em meu carro enão pretendo olhar pelo espelhoretrovisor e vêlo atrás de mimainda entendeu bem? Caso contrárioeu não respondo pelo o que meusseguranças podem fazer com osenhor.
AFONSO Estou entendendo bem ou o doutorestá me ameaçando?
RAUL Entenda como quiser.
RAUL SAI DO PRÉDIO E AFONSO FICA MEIO QUE SEM AÇÃO.CORTE PARA:
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2o INTERVALO COMERCIAL
CENA 11.RESTAURANTE. INTERIOR. DIA. SUZANA ESTÁ CURIOSA. RENATO E LÍDIA SE OLHAM ERESOLVEM ACABAR COM O MISTÉRIO.
SUZANA — Pelo amor de Deus, assim vão me matarde curiosidade! Afinal qual foi omotivo tão especial para esse almoço?
LÍDIA — Calma, você vai gostar. Falo eu oufala você Renato?
RENATO — Diga você meu amor. A honra é todasua.
LÍDIA — Suzana... Bom, nós a convidamos paraesse almoço por que gostaríamos quevocê fosse a primeira a saber.
SUZANA — Agradeço a honra,mas a primeira asaber o quê?
LÍDIA — Renato e eu vamos nos casar.
SUZANA FICA SEM EXPRESSÃO, TOTALMENTE PASMA.
SUZANA — (SURPRESA) Casamento? Como assim,casamento?
LÍDIA — Casamento, união, matrimônio... Já vique você ficou um pouco surpresa. Masé ou não uma ótima notícia?
SUZANA — (SEM GRAÇA) Claro... Excelentenotícia. Apenas acho um poucoprecipitado, vocês namoram há apenasdois anos... Renato, você não acha queainda é cedo demais para se casar?
RENATO PERCEBE A REAÇÃO DE SURPRESA DE SUZANA.
RENATO — De maneira alguma! Dois anos denamoro é tempo suficiente para duas
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pessoas desejarem se unir. E digomais, é muito tempo! Hoje em dia oscasais costumam se casar com muitomenos tempo de namoro, nem noivado sepratica mais!
SUZANA — Bom... Eu acho que vocês estão agindopelo entusiasmo. (PARA LÍDIA) Lídiavocê mesma estava com planos de entrarpra faculdade... Isso vai atrapalharsua vida, sua carreira...
LÍDIA — Estava com planos, mas o Renato memostrou que por amor vale a pena jogartudo pro alto.
OS DOIS SE BEIJAM APAIXONADAMENTE
SUZANA — Então um brinde ao casal.
ELES FAZEM UM BRINDE MAS SUZANA NÃO BEBE SUA TAÇA
LÍDIA — Estou muito feliz.
SUZANA — Agora com licença que eu preciso irao toalete retocar a maquiagem.Momentos como esse me deixamemocionada.
SUZANA SE LEVANTA E SAI.
CENA 12. RESTAURANTE/ BANHEIRO / INTERIOR/ DIA. SUZANA SE OLHA EM FRENTE AO ESPELHO FALANDO CONSIGOMESMA.
SUZANA — Essa é a pior noticia que eu receberhoje. Meus planos... (PAUSA) Tudo porágua a baixo... Quem essa vagabundapensa que é? (RAIVOSA) Maldita! Mas,podem ficar tranquilos. Em breve euterei novos planos pra vocês. E você
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Renato, me aguarde que você não meescapa.. É só uma questão de tempo.
SUZANA ARRUMA OS CABELOS E RETOQUE A MAQUIAGEM,PASSASEU BATOM VERMELHO NOS LÁBIOS CARNUDOS ESEENCARANO ESPELHO.
SUZANA — Gostosa! Perigosa!
SUZANA SAI DO TOALETE CHAMANDO A ATENÇÃO DO GARÇOM EDOS HOMENS
Corta para:
CENA 13. SAMPA D'OR/ ESTACIONAMENTO / EXTERIOR/ DIA. RAUL E MURILO SEGUEM ATÉ O ESTACIONAMENTO. RAUL VÊ OCARRO SOZINHO E SE IRRITA. AFONSO E SANTIAGO OBSERVAMDE LONGE.
RAUL — Por que diabos o carro está sozinho?O imbecil desse motorista não deveriaestar apostos?
MURILO — Vai ver ele estava apertado e foi aobanheiro tio.
RAUL — (IRRITADO) Como é que é? Eu pago essemorto de fome pra dirigir e não pra irao banheiro quando deveria estarapostos à minha inteira disposição.
O MOTORISTA VOLTA APRESSADO.
MOTORISTA — Desculpe a ausência Dr. Raul.
RAUL — Pode se saber onde o senhor estavaque não aqui à minha disposição?
MURILO — (FALA BAIXO) Pega leve tio.
MOTORISTA — Desculpe de novo Dr. Raul, é que comoo senhor disse que ia demorar pelomenos uma hora eu aproveitei pra iraté a lotérica ali da esquina fazeruma fezinha. A Mega Sena acumulou denovo.
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RAUL — (PARA MURILO) Você mandar odepartamento pessoal fazer as contasdele ainda hoje. Manda pagar tudo oque ele tem direito.
MOTORISTA — (INTERVÉM) Departamento pessoal?Desculpe Dr. Raul, é que eu pensei quepodia/
RAUL — (INTERROMPE NERVOSO) Cala a sua boca!Desde quando você é pago pra pensar?Você acha que eu lhe pago pra pensar?
MOTORISTA — Mas doutor/
RAUL — (IGNORANDOO) Mas será o possível quenão se consegue encontrar pessoasrealmente dispostas a trabalhar hojeem dia? O senhor passa nodepartamento pessoal , acerta suascontas e com o dinheiro do fundo degarantia o senhor faz um bolão comseus amigos, ganha o prêmio acumuladoda Mega Sena e sai d férias enquantoeu fico aqui feito um “dois de paus”esperando o senhor!
MOTORISTA — Mas doutor/
MURILO — Pega leve com ele tio, já o demitiu.
RAUL — Me dê as chaves do meu carro.
MOTORISTA — Mas doutor vai dirigir?
RAUL — (IRÔNICO) Não, vou surfar! Está umdia ótimo pra surfar não está Murilo?Mas é claro que eu vou dirigir ou osenhor já se esqueceu que foi demitidoe não tenho mais motorista?
UM DOS SEGURANÇAS SE APROXIMA.
MURILO — Mas o senhor não dirige tio.
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RAUL — Não seja estúpido Murilo, eu apenasnão tenho o hábito de dirigir masdirijo muito bem, obrigado.
SEGURANÇA — O doutor não prefere que eu dirijapro senhor? O Aderbal toma conta dosseguranças.
RAUL — Não é necessário, apenas me acompanheaté o banco que eu tenho uma reuniãoimportante.
MURILO ENTRA EM SEU CARRO APRESSADO. RAUL TAMBÉMENTRA NO OUTRO CARRO.
MURILO — Isso ainda vai acabar mal.
RAUL ARRANCA COM O CARRO CANTANDO OS PNEUS DANDOMOSTRA QUE NÃO TEM CONDIÇÕES DE GUIAR O CARRO.AFONSO VAI ATRÁS.
Corta para:
CENA 14.MANSÃO DOS VENTURINI/SALA DE ESTAR/INT/ DIA.
OTACÍLIO LÊ O JORNAL NO SOFÁ ENQUANTO STELA OBSERVAALGO PELA JANELA.
STELA — Ouviu esse carro cantando os pneus?Era a Raquel. Deve ter saído pelosfundos.
OTACÍLIO EM TOM DE REPROVAÇÃO.
OTACÍLIO — Stela, ficar bisbilhotando a vidaalheia a esta altura da vida é meiocafona não acha?
STELA — (SEM DAR BOLA AO MARIDO) Elesbrigaram de novo, eu aposto! A Raquelnunca saiu daqui cantando pneu...Uma moça tão educada...
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OTACILIO — Stela, se eles brigaram, ou não, nãoé problema nosso não acha? O Cristianoé bem crescidinho pra cuidar dos seusproblemas.
STELA TENTA DISFARÇAR SUA RAIVA, COMO SE QUISESSEDEMONSTRAR INSATISFAÇÃO.
STELA — Não é problema nosso?! Veja só...!(irritada) Mas, é claro que é! OCristiano é nosso filho... Tudo quediz respeito a ele, diz respeito a nóstambém... Por tanto eu vou até oquarto dele para saber o que houve.Essa moça saiu daqui desorientada.
STELA VAI SAINDO E OTACÍLIO NÃO TIRA OS OLHOS DOJORNAL EM TOM AUTORITÁRIO.
OTACÍLIO — Stela! Volte aqui, agora! Você nãovai até lá coisíssima nenhuma! OCristiano já é um homem e precisa seportar como tal e depois ele tem quepor a cabeça no lugar,rever suasatitudes, você só irá atrapalhar.
STELA VOLTA PRA TRÁS CURIOSA.
STELA — Cabeça no lugar? Atrapalhar? Então háalguma coisa errada... Eu sabia. O quefoi que houve?
OTACILIO — Nada demais, foi só uma briga à toa,um desentendimento.
STELA — Briga? Desentendimento? O que estáacontecendo nesta casa debaixo do meunariz que você está escondendoOtacílio?
Corta para:
CENA 15. POLÍCIA FEDERAL/ SALA DE MAGALHÃES/ INT./ DIA A CENA COMEÇA COM MAGALHÃES NA SALA COM DIANA E MATOS.MAGALHÃES JOGA SOBRE A MESA UM DOSSIÊ E SURPREENDE OS
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POLICIAIS. MAGALHÃES PEGA UM CAFÉ E COMEÇA A EXPLICARA RAZÃO DA REUNIÃO.
MAGALHÃES — Espero que os dois não tenham nenhumcompromisso pra hoje.
MATOS — Pra marcar uma reunião a essa horanem espero comer nada além que um hotdog como jantar.
DIANA — Que papelada é essa aí?
MAGALHÃES — Espero que vocês gostem de ler. Issoaí é um dossiê para ser anexado àsinvestigações sobre as loterias.
MATOS — Dossiê? Até ontem não haviam nada quepudesse dar poderes pra abrir umainvestigação e agora temos um dossiê?Que parte do filme eu perdi?
DIANA — Essa bomba me surpreendeu também.
MAGALHÃES — Por enquanto não serve como prova,mas já dá pra gente o direito desuspeita e abertura de investigação.Quem me forneceu isso é uma testemunhamuito importante, que trabalhoudurante anos dentro do banco SulAmérica e vai nos ajudar a acabar comessa fraude.
MATOS — E quem é o cara?
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MAGALHÃES — Nestor Prado. Extesoureiro e gerentegeral do banco SulAmérica e ganhadorda Mega Sena 560 vezes! E continuavivendo de sua aposentadoria em suacasa de classe média na Casa Verde edirige um Fusca 1984.
MATOS — Pra um cara sortudo desse,viver deaposentadoria e dirigir um Fusca 84deve ser péssimo administrador.
DIANA — Acho que agora o jogo ficou maisdivertido... Tô louca pra ouvir o queesse Nestor tem pra contar além dessa“Bíblia” que você trouxe aí.
MAGALHÃES — Eu também Diana... Eu também...
Corta para:
CENA 16.PRÉDIO DE LÍDIA/ RUA / EXTERIOR/ DIA. RENATO DEIXA LÍDIA NA PORTA DO PRÉDIO. LOGO DEPOISCHEGA SUZANA QUE NÃO DESCE DE SEU CARRO E OBSERVA DELONGE O CASAL.
RENATO — Tá entregue... sã e salva.
LÍDIA — Adorei o almoço, ter passado essesmomentos com você.
RENATO — Não mais que eu, aposto. Amanhã eutenho uma reunião no Rio e eu penseiem aproveitar e irmos dar uma volta deiate em Angra. Um passeio romântico,sónós dois pela costa de Angra, que tal?
SUZANA CHEGA E ENCOSTA O CARRO
LÍDIA — Renato, claro que eu topo o passeio.Eu tenho muita sorte de ter você aomeu lado... O último romântico doplaneta!
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OS DOIS SE BEIJAM. SUZANA OBSERVA DE LONGE COMRAIVA A CENA ROMÂNTICA ATÉ LÍDIA ENTRAR NOPRÉDIO.
SUZANA — Que cena patética. O que esse imbecil viunessa mulherzinha 'sem sal' da Lídia. Mas me aguarde Renato, eu vou virar esse jogo e você será meu... só meu.
Corta para:
CENA 17/ RUA QUALQUER/ EXTERIOR/ DIA. RAUL VEM COM SEU CARRO EM VELOCIDADE MÉDIA. ÀFRENTE UM CARRO PARA NO SEMÁFORO VERMELHO.PEDESTRES ATRAVESSAM NA FAIXA DE PEDRESTRE QUANDORAUL ENTRA NA RUA E AO VER O CARRO A FRNTE PARADONÃOCONSEGUE FREAR E BATE NA TRASEIRA. COM OIMPACTO O CARRO DA FRENTE ATROPELA UMA PEDRESTREQUE ATRAVESSA NA FAIXA. BRUNO QUE ESTÁ COM SEUCARRO ENGUIÇADO ACOMPANHA TODA A CENA.Corta para:
FIM DO CAPÍTULO 01