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A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS MULTINACIONAIS DO RAMO QUÍMICO

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A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES NAS

EMPRESAS MULTINACIONAIS DO RAMO QUÍMICO

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COORDENAÇÃO EDITORIAL DA PUBLICAÇÃOCOORDENAÇÃO EDITORIAL DA PUBLICAÇÃOCOORDENAÇÃO EDITORIAL DA PUBLICAÇÃOCOORDENAÇÃO EDITORIAL DA PUBLICAÇÃOCOORDENAÇÃO EDITORIAL DA PUBLICAÇÃOConfederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ/CUT)

Antenor Eiji Nakamura (Kazu) - Secretário de Relações InternacionaisElias Soares - Assessor

Fundação Friedrich Ebert - FESWaldeli Melleiro - Diretora de Projetos

REV ISÃOREVISÃOREVISÃOREVISÃOREVISÃOMarilane Oliveira TeixeiraMarcos de Oliveira Lima

APOIOAPOIOAPOIOAPOIOAPOIOSolidarity Center, AFL-CIOUnited SteelWorkers (USW-EUA)

EDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOOdilon Luís Faccio, Sara Caprario (MTe/SC 625-JP),Raquel Sabrina (MTe/SC 02747-JP)

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃOPROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃOPROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃOPROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃOPROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO:::::Maria José H. Coelho (MTe/PR930-JP)Sandra Werle (MTe/SC 515-JP)– Instituto Primeiro Plano (www.primeiroplano.org.br)

FOTOGRAFIASFOTOGRAFIASFOTOGRAFIASFOTOGRAFIASFOTOGRAFIASDouglas Mansur, Arquivo Observatório Social, Confederação Nacional do RamoQuímico da CUT, Bayer AG, Thomas Range, Gerhard Dilger, Karen Brower,Manfred Wollmer, Michael Cintula* As imagens das aberturas das seções são da publicação “Bayer - de Leverkusen a Belford Roxo”, 2005, Instituto Observatório Social

TIRAGEM - 3.000 exemplares

GRÁFICA - FABRACOR Indústria Gráfica Ltda.

Outubro de 2008

EXPE

DIEN

TE

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EMPRESAS MULTINACIONAIS DO RAMO QUÍMICO

A importância das redes sindicais 5

O Diálogo Social e os sindicatos 9

As redes do ramo químico 13

Diretrizes da CNQ e propostas de ação para as Redes 29

Participantes do seminário 33

A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES NAS

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garantia de trabalho decente, a organização dos trabalhadores nos lo-cais de trabalho, as negociações coletivas entre empresas e sindicatos e omonitoramento das empresas multinacionais, são fatores essenciais para umasociedade democrática e justa diante da globalização da economia. Estessão os principais desafios históricos do movimento sindical brasileiro.

Com o objetivo de transformar esta realidade, os sindicatos do ramoquímico, vêm, nos últimos anos incentivando processos de organização dostrabalhadores a partir dos locais de trabalho e por meio da organização deRedes de Trabalhadores em empresas multinacionais.

As Redes de Trabalhadores vêm se firmando nos últimos anos comouma importante ferramenta de luta e de organização dos trabalhadores, per-mitindo a troca de experiências e informações, processos unitários de luta,garantindo aos trabalhadores avanços e conquistas fundamentais através daconstrução de pautas unitárias, e da realização de processos negociais dife-renciados e articulados em âmbito nacional e internacional.

A importância de atuar nas empresas multinacionais deve-se ao fato deque estas empresas são os principais atores da globalização da economia, àmedida que, detêm recursos, geram empregos e tecnologias, produtos e, cadavez mais, operam em todos os continentes. Para garantir os seus direitos notrabalho, os trabalhadores precisam, cada vez mais, globalizar suas açõespor meio dos sindicatos, centrais sindicais ou confederações internacionais.A organização dos trabalhadores por meio de redes sindicais tem uma impor-tância cada vez maior à medida que auxilia as confederações a acompanharas rápidas transformações que ocorrem nos Grupos empresariais, fortale-cendo a cooperação e a solidariedade internacional com os trabalhadores deoutros países.

Esta publicação registra o processo de organização das Redes de Tra-balhadores no ramo químico ao longo dos últimos 10 anos. Os sindicatos doramo químico têm em âmbito nacional cinco redes de trabalhadores já con-solidadas, doze redes que iniciaram sua organização e o projeto de criaçãode oito novas redes de trabalhadores.

A publicação reflete também o Seminário Nacional ocorrido nos dias18 e 19 de setembro de 2008, realizado na cidade de São Paulo (SP), queaprofundou as discussões e decisões sobre as Redes de Trabalhadores noramo químico. Este seminário foi promovido pela Confederação Nacional doRamo Químico da CUT (CNQ/CUT) e contou com o apoio da FundaçãoFriedrich Ebert (FES), do Solidarity Center da AFL-CIO, da CUT, e dossindicatos filiados à CNQ em diversos estados do Brasil. O evento fez umaavaliação do estágio de organização de diversas redes do ramo químico daCUT, aprimorou diretrizes políticas e elaborou um plano de ação para res-ponder aos desafios comuns a serem superados.

Boa leitura,

Aparecido Donizeti da SilvaCoordenador Geralda CNQ/CUT

Antenor Eiji Nakamura (Kazu)Secretário de Relações Internacionaisda CNQ/CUT

AAPRESENTAÇÃO

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A IMPORTÂNCIA DASREDES SINDICAIS

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Hoje é consenso que a globalização da econo-mia não trouxe benefícios iguais para todos os paí-ses e populações. Em muitos casos ampliou as di-ferenças sociais e acentuou os danos ao meio am-biente.

A luta pelo trabalho decente, pela democracianos locais de trabalho e por negociação coletiva en-tre empresas e sindicatos é um fator essencial para aconstrução de uma sociedade sustentável e justa.Hoje, mais do que nunca, é impossível separar o eco-nômico do social e ambiental.

As empresas multinacionais são protagonistasda globalização da economia. São principalmente es-tas empresas que detêm grandes recursos, geram em-pregos, tecnologias e produtos e, cada vez mais ope-ram em todos os continentes. A maior parte das suasdecisões de estratégia são tomadas na matriz, trazendoimplicações econômicas e sociais para os países e paraos trabalhadores e, por isto, a promoção e garantia dosdireitos no trabalho exige uma atuação nacional e inter-nacional.

Em face a acirrada concorrência comercial emescala global, buscam novos mercados, mais escalade produção e desenvolvimento tecnológico, fusãode empresas, redes de fornecedores e comercializa-ção de produtos, objetivam a minimização dos seuscustos de produção e a ampliação dos seus dividen-dos, ganhando competitividade nos mercados pormeio das intensas inovações tecnológicas nos pro-dutos e processos produtivos e especialmente na re-dução do custo da mão-de-obra. Por isto as multi-nacionais detêm alta capacidade de mobilidade deum país para outro ou mesmo dentro de um país. Otamanho potencial do mercado para seus produtos,fatores macroeconômicos, regras comerciais e deinvestimentos, qualificação da mão-de-obra, o pa-drão dos salários e direitos são, entre outros, os fa-tores mais considerados na tomada de decisão dasempresas.

No caso do Brasil, pelas condições macroeco-nômicas positivas, o tamanho do mercado interno éum forte pólo de atração das empresas multinacio-nais. Em 2000 já eram mais de 9.712 empresas mul-tinacionais presentes e, dentre estas, as 100 maioresdo mundo possuem operação no país. Este cenáriodemonstra que, de um modo geral, o desenvolvimentodo país e, em particular, os direitos trabalhistas guar-

“A criação das redes detrabalhadores e a

promoção do diálogo sãoousadas iniciativas do

movimento sindical. Sãoum desafio para que

mudemos nossa forma depensar, articular,

organizar.”

Aparecido Donizeti da Silva,Coordenador Geral da CNQ-CUT

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dam um vínculo com as estratégias de negócio dasempresas multinacionais presentes no Brasil. Acom-panhar as ações das empresas é a chave para a pro-moção dos direitos trabalhistas.

Na visão de muitas empresas, a mão-de-obra éentendida como custo e, portanto, passa a ser trata-da como fator de competição e não como direito decidadania. Muitas empresas consideram que as dife-renças salariais e a legislação trabalhista em diferen-tes países, são fatores que podem contribuir paramaior competitividade.

Isto explica o crescente deslocamento de inves-timentos e da produção das empresas multinacionaispara a China. Dentro de um país, as diferenças regi-onais e a distância entre as unidades de produçãofazem com que muitas empresas tenham políticas di-ferentes de uma região para outra. Onde o movi-mento sindical é mais organizado, tais corporaçõestendem a cumprir com maior rigor as leis trabalhistase realizar melhores acordos com os trabalhadores.Ao mesmo tempo, diante da sociedade civil organi-zada e dos consumidores conscientes e cada vez maisexigentes com a atitude das empresas, cresce a pre-ocupação com a imagem socialmente responsável dasempresas. É um novo desafio para os sindicatos anecessidade de atuar na cadeia de produção das em-presas, principalmente em relação ao trabalho ter-ceirizado.

Para garantir os seus direitos, os trabalhadoresatuam horizontalmente por meio de seus sindicatos,centrais sindicais ou confederações internacionais. Nosentido vertical, conforme os ramos de produção, ostrabalhadores se organizam em confederações – na-

cionais ou internacionais. Diante do peso cada vezmaior das empresas multinacionais, passam a se or-ganizar também por meio das redes sindicais.

A atuação em rede sindical, em uma mesma em-presa, auxilia os sindicatos e confederações a melhoracompanhar a dinâmica das empresas multinacionais.No mesmo sentido, auxilia a resolver a contradiçãocom a estrutura e organização dos sindicatos que,em função da legislação trabalhista e sindical, obe-decem a lógica da unicidade sindical. As redes sindi-cais são mais uma ferramenta que os sindicatos pas-sam a dispor para evitar que os direitos sociais e tra-balhistas sejam nivelados por baixo. Além disso, aorganização dos trabalhadores nos locais de traba-lho e o monitoramento das empresas multinacionaissão os principais desafios do movimento sindical bra-sileiro. Com o objetivo de transformar esta realida-de, os sindicatos do ramo químico, vêm, nos últimos25 anos incentivando processos de organização dostrabalhadores a partir dos locais de trabalho e a or-ganização de Redes de Trabalhadores em empresasmultinacionais.

Mas, mais do que uma atitude reativa, a organi-zação de redes sindicais é uma necessidade pró-ati-va porque pode influenciar na decisão das empresassobre fusões ou no deslocamento de unidades pro-dutivas de uma região ou Estado para outro, afetan-do diretamente os empregos. Pode influenciar tam-bém nas linhas de pesquisas da empresa, nos pa-drões trabalhistas, na agenda do diálogo social entreempresa e sindicato, e fundamentalmente no estabe-lecimento de Contratos Coletivos de abrangêncianacional. Além disso, o desafio da ação sindical in-

Seminário das Redes. São Paulo/setembro2008

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ternacional cresce face à crise financeira dos Esta-dos Unidos que contaminou outros países na Europae Ásia, e já afetou também a chamada economia real,ou seja, nos próximos anos haverá uma forte tendên-cia de desaceleração do ritmo de crescimento dasprincipais economias no mundo, trazendo conseqü-ências negativas para o emprego e renda dos traba-lhadores no mundo todo.

Em âmbito internacional, as redes de trabalha-dores são importantes instrumentos para monitorar orespeito aos Acordos Marco à medida que pode es-tabelecer um padrão responsável da conduta da em-presa em termos de direitos, empregos, o direito ainformação em escala global. No Brasil, as redes tam-bém são um espaço de articulação na base dos sin-dicatos e de discussão de diretrizes para a condutasocialmente responsável das empresas multinacionais,proporcionando a atuação unificada dos sindicatosem âmbito regional, nacional e internacional.

As Redes de Trabalhadores vêm se afirmandonos últimos anos como uma importante ferramentade luta e de organização, permitindo a troca de ex-periências e informações, processos unitários de luta,garantindo aos trabalhadores avanços e conquistasfundamentais através da construção de pautas unitá-rias, e da realização de processos negociais diferen-ciados e articulados nacional e internacionalmente. Aamplitude da atuação das Redes de Trabalhadorespermite debater com as empresas, além dos temastradicionais como salário, condições de trabalho, con-dições de saúde e segurança entre outras, questõesprevistas nas normas internacionais da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT), e fortalecer a soli-dariedade internacional.

“É fantástico o trabalhode sistematização das

redes, mas é importanteenfatizar que cada

empresa é única, em seumomento e sua situação.

As empresas americanas,por exemplo, têm mais

dificuldades e nãopossuem o conceito de

diálogo social, como naEuropa.”

Carolyn Kazdin,representante do USW

no Brasil

Intercâmbio Sindical Brasil - Alemanha. São Paulo/SP/2004

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O DIÁLOGO SOCIALE OS SINDICATOS

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No Brasil a democracia avançou nos últimosanos, mas ainda é preciso consolidar uma cultura de-mocrática entre governos, empresas e a sociedade.Em muitas situações, ainda persiste a exclusão ou ademocracia se limita aos processos eleitorais. Em umaparte da elite brasileira está presente uma atitude con-trária a atuação dos sindicatos e dos movimentos so-ciais. Diante deste quadro, que apresenta uma dife-rença relevante de poder entre estes atores no Bra-sil, a realização de diálogos sociais envolvendo sindi-catos e empresas é fundamental, principalmente paraos interesses dos trabalhadores.

Nosso horizonte é uma sociedade democráticae plural e a promoção e a institucionalização do diá-logo social cria um ambiente favorável para que osdiversos interesses sejam tratados de maneira maisequilibrada. Quando o diálogo existe, os conflitos e adisputa de interesse não terminam, mas podem sedesenvolver em padrões democráticos.

Ao garantir a participação e a negociação com

“Há 10 anos havia muitaresistência ao trabalho das

redes, mas hoje aformação das redes é umadas principais políticas da

CNQ. Este eventorepresenta a evolução

nesse processo. Éimportante incentivar eexpandir o movimento e

hoje temos condições paraisso, com o projeto

CUTMulti, o ObservatórioSocial e os parceiros

internacionais que estãoaqui no dia-a-dia, nosapoiando e ajudando.

Devemos trabalhar juntospela integração regional,

nacional elatino-americana.”

Sérgio Novais,Vice-presidente regional da ICEM

para América Latina e Caribe(Federação Internacional dos

Sindicatos de Trabalhadores emMinas, Química e Energia)

Intercâmbio Sindical Brasil-Alemanha, reunião coma direção da Bayer/São Paulo/março 2004

Seminário das Redes. São Paulo/setembro2008

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os sindicatos, a realização do diálogo social garantirátambém a ampliação da democracia e dos direitosfundamentais no trabalho. É a fusão da quantidadecom a qualidade dos temas tratados. À medida queo diálogo social se estabelece, outros temas não pre-vistos serão tratados criando novas agendas de inte-resse dos sindicatos como questões sobre a juventu-de, terceirização, gênero e meio ambiente.

Entendemos por Diálogo Social o processo noqual atores sociais, econômicos, políticos, ou grupossociais, legitimamente reconhecidos, se reúnem insti-tucionalmente para buscar convergência de objeti-vos ou negociar assuntos de interesse comum. O di-álogo pode resultar no alinhamento de propósitos,em troca de informações e em novas agendas de tra-balho. Ou pode resultar em acordos e em projetoscompartilhados, fortalecendo a governança democrá-tica e a sustentabilidade das instituições envolvidas.

O processo do diálogo social contribui para umamaior democracia na gestão das empresas, especial-mente no direito à organização dos trabalhadores nos

Seminário das Redes. São Paulo/setembro2008

locais de trabalho. Por isso, entendemos o diálogosocial como um processo permanente. Mas para queo diálogo seja efetivo é necessário o atendimento dedeterminadas condições, entre elas: a legitimidade ereconhecimento dos sindicatos e de seus represen-tantes, a disponibilização de informações essenciaisàs negociações coletivas.

Para a Organização Internacional do Trabalho(OIT), o diálogo social consiste em promover opor-tunidades para que as mulheres e os homens obte-nham um trabalho decente e produtivo, em condi-ções de liberdade, igualdade, segurança e dignidadehumana. Para a OIT, o fortalecimento do diálogosocial é essencial para buscar consenso sobre pro-blemas e desafios no mundo do trabalho, discutir pro-jetos de reformas trabalhistas, proporcionar melho-ria de produtividade, de segurança e saúde ocupaci-onal e de outras condições de trabalho, resolvendoconflitos individuais e coletivos e assegurando condi-ções justas de emprego em benefício dos trabalha-dores, das empresas e da economia.

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“O fundamental éconstatarmos que as Redesde Trabalhadores são hojeuma realidade em nossoramo e que existe umapolítica clara da CNQ/

CUT em apoio esustentação na

constituição de redes.”

Antenor Nakamura (KAZU),Secretário de Relações

Internacionaisda CNQ-CUT

“O diálogo social representa a integraçãono ambiente de trabalho de um dos maisrelevantes direitos de cidadania,possibilitando que trabalhadores eempregadores obtenham um maiorcomprometimento com os objetivos daempresa, pela decisão comum de resultadosa atingir. O diálogo social representa umaoportunidade para a obtenção decompromissos que envolvam motivações decada uma das partes sobre oportunidadesde desenvolvimento das pessoas, dasorganizações e da sociedade”.

Relatório Global 2008 da OIT- Liberdade Sindical

Seminário das Redes. São Paulo/setembro2008

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AS REDES DORAMO QUÍMICO

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Empresas do ramo químico avançamna consolidação do diálogo

O processo de organização de redes sindicais detrabalhadores do ramo químico iniciou-se em duas em-presas: BASF (América do Sul) e Unilever (Brasil).Hoje o processo está consolidado em mais três em-presas: Bayer, Akzo e Novartis. Em todas essas cincoredes já são observados avanços significativos na cons-trução do diálogo social, sendo realizados encontrosregulares e reuniões com a direção das empresas eproduzidos boletins informativos com periodicidaderegular. Também foram criados regimentos ou estatu-tos de funcionamento das redes e em duas delas jáexistem comissões de fábrica constituídas.

Além da sistematização do diálogo entre as re-des e as empresas, com a realização de importantesnegociações e acordos viabilizados, são também im-portantes conquistas o fortalecimento do intercâmbioe a solidariedade internacional com as centrais sindi-cais da matriz de origem das empresas. Mas muitosainda são os desafios na concretização de experiênci-as de diálogo social, como a incorporação de temáti-cas gênero e juventude e a auto-sustentação financei-ra das redes. Além disso, é fundamental o incentivo àcriação de novas redes sindicais, por meio do conven-cimento de dirigentes e sindicatos sobre a importânciaestratégica na organização dos trabalhadores.

Os resultados da divulgação de conquistas já apa-recem. Inspiradas por essas experiências, foram inici-adas novas redes em mais doze empresas: Solvay, DowQuímica, Dupont, Braskem, Quattor, Lanxess/Petro-flex, Bunge, White Martins, Klabin, Veracel, Interna-tional Paper e Kimberly Clark. A Confederação Naci-onal do ramo Químico (CNQ) também trabalha paraa criação de outras oito redes: Saint-Gobain, Rhodia,L´Oreal, Avon, Aventis-Sanofi, Colgate-Palmolive,Votorantim e Syngenta.

A ampliação das redes para outras multinacio-nais e a realização sistemática de encontros, mostraque os sindicatos incorporaram a importância da cons-trução de redes sindicais em sua estratégia de atua-ção. À medida que resultados práticos são obtidos, oprojeto ganha maior visibilidade nacional e internacio-nal, assim as redes estreitam o diálogo com outros sin-dicatos em diversas unidades produtivas e passam ase fortalecer nas negociações com as empresas.

AKZO/ICI

Basf

Bayer

Braskem

Dupont

Lanxess/Petroflex

L´Oreal

Dow Química

Quattor

Novartis

Solvay

Unilever

Radiografia das redesno ramo químico

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Quais os principais resultados obtidos até o momento pela sindical na Akzo?Fazem parte da rede vinte e duas pessoas em oito empresas e com a rede na Akzo conseguimosmais diálogo com os trabalhadores e avançamos no combate à discriminação no local de trabalho.

Em linhas gerais, como se dá o processo de diálogo social na Akzo?Desde a criação da rede observa-se uma melhoria no resultado das negociações, além de garantir que ostrabalhadores nas diversas unidades do Brasil estabeleçam diálogos, estreitem relações solidárias e dis-cutam as disparidades de direitos sociais e diferenças salariais existentes.

Quais as perspectivas do comitê/rede sindical?Queremos realizar mais encontros para troca de experiências e articulação, e pretendemos nos encon-trar ainda este ano, em novembro. Nossas principais lutas no momento são a PLR nacional e a campanhapela redução da jornada de trabalho e dos turnos.

A rede de trabalhadores da Akzo / ICI foiformada em 2004 e tem como principal objetivoa formação de um comitê internacional Brasil /Holanda / México para diminuir as desigualda-des entre as unidades. No Brasil, são nove uni-dades e devem ser incorporadas mais três da ICI(Tintas Coral), recentemente adquirida pela mul-tinacional holandesa.

Desde a criação da rede, observa-se uma me-lhoria no resultado das negociações com a empre-sa, que passou a estabelecer diálogos entre os tra-balhadores das diversas unidades no Brasil. A rede

trabalha para que os diferentes países estreitem asrelações solidárias e discutam as disparidades dedireitos sociais e diferenças salariais existentes.

No encontro internacional realizado com traba-lhadores da multinacional na Holanda e no México,representantes dos trabalhadores das unidades pre-sentes fizeram uma apresentação destacando proble-mas com discriminação, diálogo social, terceirizaçãoe condições de trabalho. No último encontro nacionaltambém foram discutidos temas como a reestrutura-ção produtiva da empresa, a política de responsabili-dade social empresarial e meio ambiente.

Entrevista: MARCOS DE VILA, membro da coordenação

AKZO – ICI - origem Holanda60 mil trabalhadores no mundo / 3.500 na Am. Latina / 2.400 no BrasilCoordenação: Marcos de Vila, Sérgio Carasso

Encontro Nacional do Comitê Sindical da Rede Akzo.São Paulo/SP - Julho 2008

Intercâmbio Sindical Brasil-Holanda.AKZO -São Bernardo. SP/2004

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A rede de trabalhadores da Basf completará 10anos de existência em 2009, se tornando a principalreferência brasileira em diálogo social. O objetivo atualda rede é ampliar o diálogo em todos os países naAmérica do Sul e, com a construção futura de umarede mundial, ampliar o diálogo e negociar um AcordoMarco Global. Mas o principal resultado da rede nes-tes anos de negociações foi a instauração de um siste-ma democrático na relação de trabalho através da cri-ação das comissões de fábrica.

A história de atuação em rede na Basf acumulauma série de avanços e conquistas, como os recentesavanços nos temas terceirização e responsabilidadesocial da empresa e de seus fornecedores. Outro im-portante progresso foi quando as partes desenvolve-ram um curso de Relações Trabalhistas e Sindicaisaplicado a todos os gerentes e chefes da Basf Brasil,Argentina e Chile. O curso aborda o reconhecimentodo direito e aplicação das normas e diretrizes interna-cionais, a história do movimento sindical no mundo, naregião e nos respectivos países. Os representantes dostrabalhadores participam do curso como palestrantesrelatando o histórico da política anti-sindical da Basf,da criação da rede, do início do diálogo social e dosproblemas ainda existentes.

Entre as tarefas mencionadas pela rede está odesafio de superar a ausência de participação dasmulheres e a consolidação de uma rede mundial. Arede também trabalha para agregar outros sindicatosfiliados a outras centrais sindicais e para criar o Sindi-cato da Basf Peru, onde recentemente foi criada acomissão de fábrica e também tem como objetivo acriação de comissões de fábrica na Colômbia, e a elei-ção da primeira comissão no setor administrativo naunidade da Avenida Faria Lima - São Paulo. Os desa-fios mundiais continuam com a necessidade de conso-lidar a rede de trabalhadores na Ásia, a meta de man-ter solidariedade mútua para consolidar a rede na Amé-rica do Norte e, a realização de intercâmbios de soli-dariedade e a negociação de acordos de redução daJornada de Trabalho.

O Diálogo Social na América do Sul abrange to-dos os países e é composto por representantes daempresa e pela Coordenação da Rede de Trabalhado-res – CRTB. A representação da Basf é compostapela diretoria de recursos humanos para América doSul e por um gerente de recursos humanos indicadospela empresa. A CRTB é composta por dois trabalha-dores da empresa legitimamente eleitos de cada país.Já o Diálogo Social Nacional é composto por repre-sentantes da empresa e pelo Comitê da IntersindicalNacional dos Trabalhadores da Basf – INTRAB, querepresenta todos os trabalhadores através de seus sin-dicatos.

Recentemente as partes construíram e assina-ram um documento que define as regras e a metodo-logia do diálogo social. As diretrizes têm o conceito daultratividade, não tendo prazo de validade e só podemser alteradas se houver consenso entre as partes. Acoordenação do diálogo social regional e nacional éfeita pelos representantes dos trabalhadores e todosos diálogos são registrados em atas que são assinadaspelos participantes.

No 15º Diálogo Social, realizado em maio de2008 em Santiago do Chile, obteve-se um impor-tante avanço em relação ao fim da precarização dotrabalho: a terceirização tornou-se um dos princi-pais pontos de discussão com a empresa, sendoagora ponto permanente em todos os diálogos soci-ais, inclusive os nacionais. Mas outros temas tam-bém são negociados no âmbito nacional, entre eles,o acordo de participação nos resultados, a repre-sentação no local de trabalho, as condições de saú-de e segurança e a responsabilidade social da em-presa, que abrange temas como inclusão digital, meioambiente, o programa de diversidade e convenção158 da OIT.

Para comemorar os 10 anos de atividade darede estão previstos dois eventos: 30/06/2009 - Se-minário Diálogo e Solidariedade / Lançamento daPublicação 10 anos e no dia 01/06/2009 – DécimoDiálogo Social na América do Sul.

BASF - origem Alemanha Rede de trabalhadores da Basf América do Sul é referência mundial no estabelecimentodo processo de diálogo social . 95.247 trabalhadores no mundo / 5.000 no BrasilCoordenação: Fábio Augusto Lins e Vilobaldo Machado

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ATIVIDADES- Até fevereiro de 2009: realização do encontro nacional da INTRAB e CRTB com participação da USW (EUA);- Junho 09: encontro de comemoração dos 10 anos Rede Basf com publicação e participação do IG BCE eCF Ludwigshafen da Alemanha;- Até abril 09: eleição da Comissão de Fábrica (CF) da unidade Faria Lima e Colômbia;- Integração do sindicato de Indaiatuba à rede.

O principal propósito do diálogo da Basf ésuperar os limites de um processo negocial for-mal. Para a rede de trabalhadores, o diálogo soci-al possibilita uma reflexão sobre temas comple-xos uma vez que, sem as pressões e as expectati-vas da negociação instaurada, cria condições quefacilitam o entendimento entre as partes envolvi-das.

Na Basf são prioridades ainda conhecer a si-tuação sócioeconômica da empresa e construir umcontrato coletivo nacional.

Além disso queremos registrar que estesavanços só foram possíveis pelo apoio e a so-lidariedade recebidos do IGBCE – SindicatoNacional dos Químicos da Alemanha, da co-missão de fábrica da matriz e da ICEM, assimcomo de outros parceiros como: ObservatórioSocial, DIEESE, DIESAT e ANAPAR.

Entrevista: FÁBIO LINS - coordenador da rede

Encontro do Comitê Sindical da Rede BASF América do Sul.Santiago do Chile - Maio 2008

Reunião do Diálogo Social da BASF América do Sul.Santiago do Chile - Maio 2008

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A rede de trabalhadores da Bayer no Brasil com-pleta quatro anos de história e já apresenta impor-tantes avanços e conquistas. Como principal desta-que, os trabalhadores conseguiram a melhoria da re-lação entre os sindicatos e a empresa, além do esta-belecimento do processo de diálogo social, atravésdo reconhecimento da rede e da viabilização finan-ceira do processo. Os desafios ainda se fazem pre-sentes, mas tivemos avanços na melhoria do relacio-namento entre a empresa e seus trabalhadores, apósanos de conflitos e desgastes, avançou-se e os ca-nais de interlocução permanecem abertos.

O diferencial na atuação da rede de trabalha-dores da Bayer está na conquista de resultados paraproblemas concretos, como a solução de impassespara eleição da Comissão de Fábrica em BelfordRoxo (RJ), em 2004, e a elaboração de um códigode conduta para contratação de terceiros, referênciapara todas as empresas do grupo Bayer do Brasil.Os trabalhadores também conseguiram a revisão noPlano de Cargos e Salários e a correção de distor-ções que existiam.

Mesmo com as conquistas acontecendo, os de-safios da rede na Bayer são constantes, como as mu-danças sistemáticas na parte responsável da empre-sa pela interlocução no diálogo. Nas quatro primei-ras reuniões nacionais, o responsável foi uma pessoadiferente o que impacta também na dificuldade detratamento de alguns temas, como o plano de saúdepara aposentados. O processo constante de reestru-turação da empresa, com vendas e aquisições deunidades e setores diferentes, a aquisição da Sche-ring, também colocam novas questões ao processo.A empresa adquirida não possui nenhuma tradiçãode diálogo com seus trabalhadores e será mais umdesafio a ser enfrentado.

Os resultados obtidos pelos trabalhadores daBayer foram possíveis graças ao esforço e a conti-nuidade das ações da rede, que possuem presençafortalecida nos locais de trabalho, e ao envolvimentoe apoio dos sindicatos locais ao processo, atravésdas comissões de fábrica e também o apoio do IGB-

CE e a Comissão de Fábrica da Alemanha. O acom-panhamento da confederação nacional do setor à redetambém foi um requisito importante, assim como oapoio político e financeiro de entidades internacio-nais ao processo.

A existência da cultura de diálogo social na ma-triz da empresa, de origem alemã, também é um im-portante facilitador, já que as empresas européias es-tão mais familiarizadas com a necessidade de diálo-go entre as partes envolvidas.

A Bayer tem uma cultura de diálogo e de con-versação na Alemanha e afirma ter compromisso comos direitos humanos no trabalho e com a responsabi-lidade social empresarial. No Brasil, a empresa tam-bém afirma reconhecer a necessidade de diálogo so-cial. Desde o início do processo de diálogo, os tra-balhadores cobram da Bayer a coerência entre seudiscurso e prática.

HistóricoA rede de trabalhadores da Bayer começou por

iniciativa sindical, após a realização de uma pesquisaorganizada pelo Instituto Observatório Social sobreas condições de trabalho na empresa. A pesquisaouviu os trabalhadores sobre problemas existentesnos locais de trabalho e motivou o processo de diá-logo com a empresa sobre esses problemas. Um outrofator fundamental foi a realização de um intercâmbiode experiências sindicais, onde delegações de traba-lhadores do Brasil e da Alemanha visitaram unidadesda Bayer nos dois países, proporcionando uma vi-são global sobre as distintas realidades de condiçõesde trabalho, de organização sindical e de relaciona-mento com a empresa.

Com base nas constatações da pesquisa e daexperiência do intercâmbio, os membros de comis-sões de fábrica e lideranças sindicais criaram a Redede Trabalhadores na Bayer no Brasil, em julho de2004. Os objetivos da rede são unificar as reivindi-cações dos trabalhadores em relação aos problemascomuns, estabelecer um processo de diálogo social,manter o intercâmbio de informações e criar relações

BAYER - origem AlemanhaOs trabalhadores da rede conquistam resultados práticos e melhoram relacionamentohistórico de conflitos. 93.700 trabalhadores no mundo / 3.628 no BrasilCoordenação: Nelson Diaz, Geraldo de Souza Guimarães, Ângelo Tavares da Silva

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A Rede da Bayer já está bem consolidadano Brasil, mas é uma conquista constante, um tra-balho contínuo a ser realizado. A idéia é expandira rede para os outros países na América Latinaem que a empresa possui atividades, mas o traba-lho precisa ser feito com cuidado, garantindo asquestões regionais de cada lugar e sempre articu-lando com as representações locais, como o sin-dicato dos químicos da Alemanha e com a ICEM.A abrangência das redes é um desafio. O idealseria incluir todos os países onde a empresa pos-sui unidades, mas os contatos são ainda difíceisde serem construídos. O objetivo é incluir tantospaíses quanto forem possíveis, mas sem substituiras negociações locais. Queremos contribuir para aincorporação de direitos existentes em outras plan-tas, unidades e países.

de solidariedade em âmbito nacional e internacional.Os encontros da rede são realizados todos os

anos e, na sexta edição que aconteceu nos dias 15 e16 de abril de 2008, no Rio de Janeiro, foram traba-lhados como temas principais a incorporação daSchering/SP e a eleição de um representante da Co-missão de Fábrica na empresa que já foi eleito e pas-sa a integrar a Rede de Trabalhadores da Bayer.Outros temas abordados na reunião foram o planode cargos e salários, o processo constante de rees-truturação da empresa, conceitos de Direitos Huma-nos e assédio moral, além de alternativas para disse-minação de diálogo social para todos os níveis hie-rárquicos da Bayer e a aprovação do estatuto e doCódigo de Conduta da rede.

Queremos registrar que estes avanços só forampossíveis pelo apoio e a solidariedade recebidos doIGBCE – Sindicato Nacional dos Químicos da Ale-manha, da comissão de fábrica da matriz e da ICEM,assim como de outros parceiros como: ObservatórioSocial e projeto CUTMulti.

ATIVIDADES- Até dezembro de 2008: concluir trabalhos da disseminação da cultura do diálogo social e assinatura doregimento interno e estatuto pela empresa;- Até março de 2009: realizar novo encontro da rede de trabalhadores da Bayer;- Dar continuidade aos temas: direitos humanos e assédio moral, SIPAT, reestruturação, elaborarregras e diretrizes de trabalho da rede;- Finalizar estudos sobre plano de cargos e salários;- Até maio de 2009 – implantar comissões de fábrica;- Até o final de 2009 – ampliar rede para América Latina.

Entrevista: ROBERTO CARLOS CARNAVO -membro da rede

Intercâmbio Sindical Brasil-Alemanha, reunião comcom sindicato IG BCE/ Alemanha/setembro/2003

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ATIVIDADES- Até dez 2008 – consolidar a criação da rede dos traba-lhadores.- Realizar encontro para fomentar a criação da rede.- Tratar os temas: saúde (doenças ocupacionais – rema-nejamento, aposentadoria especial), amianto, mercúrio,PPP distribuição anual, CIPA, plano de contratação deterceirizados.- Fazer pesquisa sobre salários nas empresas da rede.- Levantar informações sobre a situação de trabalhado-res da Braskem internacional.

Integrar os trabalhadores da empresa, melhorarsuas condições de trabalho e qualidade de vida foramos principais motivos que levaram a recém criação darede sindical da Braskem. A empresa vive um mo-mento de crescimento e internacionalização, mas ain-da há ausência de debate político dos sindicatos. Existepossibilidade de fechamento de plantas no Brasil (Bahiae posteriormente Rio Grande do Sul) devido à inter-nacionalização da empresa.

Para fortalecer a atuação, a rede tem como cri-térios de funcionamento desde a criação de um infor-mativo nacional até regras de sustentação financeira.Fazem parte das discussões temas como a negocia-ção nacional de PLR, aposentadoria especial, planonacional de cargos e salários, saúde e segurança, meioambiente e o combate às práticas anti-sindicais ado-tadas pela empresa. A rede tem como um dos seusobjetivos indicar um membro no Conselho de Admi-nistração da Braskem e deve organizar uma campa-nha nacional para atingir este objetivo.

Como se dá o processo de diálogo social naBraskem?Os nossos sindicatos são muito abrangentes. Atra-vés das redes é possível encontrar consensos en-tre os problemas e soluções comuns às questõesregionais. Mas não abrimos mão que os sindicatosassumam os encaminhamentos.Quais as perspectivas do comitê/rede sindical?Independente de internacionalizar ou não, a cons-trução de uma comunicação alinhada entre os quatropontos da Braskem no país é fundamental dentroda base. Com autonomia política e financeira em re-lação ao empregador, podemos ir muito longe.

Entrevista: MARCONDES MACHADO, coordenadorda rede, GERSON CARDOSO e MAURICIO JANSENmembros do comitê

BRASKEM - origem: BrasilCerca de 7.000 trabalhadores no Brasil.Coordenação: Marcondes Machado

"Não há modelo ideal,cada rede deve procurarseu espaço de atuação

dentro do contexto da suaempresa. Mas é

fundamental elaborar umaestratégia comum que

oriente a ação das redes,bem como promover

espaços de troca comoesse. A promoção de

intercâmbios deexperiências e de idéias

potencializa a açãosindical dos comitês."

Waldeli Melleiro,coordenadora do

Programa Sindical daFundação Friedrich Ebert

(FES) no Brasil

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O impulso para a formação da rede se deu poriniciativa dos sindicatos dos Estados Unidos, atravésde um encontro realizado em Bruxelas apoiado pelaICEM.

A Dupont possui oito unidades no Brasil e a redetem como objetivo representar os trabalhadores detodas as unidades onde já conta com uma coordena-ção provisória.

Entrevista: JOSÉ MIRANDA e ANA PAULAintegrantes da coordenação da Rede Dupont

ATIVIDADES-Realizar visitas de sensibilização nos sindicatosque têm plantas da Dupont na base.-Realizar um encontro nacional da rede em 2009,para dar início a negociações do diálogo social.

DUPONT - origem: Estados Unidos da AméricaEstima-se 20 mil trabalhadores no mundo,1.000 no BrasilCoordenação: Ana Paula Silva e José Miranda

Conte-nos como se iniciou a oganização da Rede deTrabalhadores da Dupont?A idéia de organizar uma Rede de Trabalhadores da em-presa Dupont, se deu pelo fato de haver unidades distri-buídas em diversos estados em nível nacional, e pelo fatode não se ter noção do que acontecia nas outras unida-des. O embrião da rede foi a partir das discussões sobre oprograma de pagamento da PLR – Participação nos lucrose resultados da empresa Dupont.

Quais os principais desafios encontrados desde a pro-posta de criação da Rede de trabalhadores na Dupont?Para organizar a rede de trabalhadores da empresa Du-pont, temos encontrado dificuldades pelo fato de não ha-ver financiamento para os encontros e para a troca deexperiências entre seus integrantes. Essa questão se agra-va ainda mais em decorrência da dificuldade financeira decada sindicato, principalmente porque as diversas direto-rias ainda não estão devidamente sensibilizadas sobre aimportância da rede e do seu efetivo papel.

Quais os principais avanços já conquistados pela Redede trabalhadores?Os principais avanços têm se dado nas questões de segu-rança e saúde, além da ampliação do nível e socializaçãode informações sobre o que ocorre nas diversas plantas.

Quais as principais atividades/negociações realizadaspela Rede com a Dupont?A Dupont não reconhece a Rede de Trabalhadores, assimcomo não aceita se reunir com a mesma para debater osproblemas das diversas unidades, reunindo-se localmen-te para tratar apenas de assuntos de cada unidade.

“A articulação brasileiraé muito importante e

queremos aprender comotrabalham as redes de

trabalhadores no Brasil,essa formação tãorepresentativa da

presença sindical nasempresas, dentro das

fábricas.”

Brian Finnegan,Representante no Brasil

da AFL-CIO

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A criação da rede na Lanxess está em transi-ção, isso porque a empresa acaba de se separar daBayer e adquirir a Petroflex. Para consolidação darede no Brasil, a Lanxess deve contar ainda com aparticipação da matriz alemã da Bayer, antiga pro-prietária. Para os representantes da rede, o desafiode consolidação de suas atividades é muito grande,devido a dificuldade dos trabalhadores de estabele-cer negociações e acordos coletivos com a empre-sa.

Entre os desafios citados estavam ainda a in-clusão de todas as unidades no processo de forma-ção da rede e a criação de canais de negociaçãocom as empresas. A rede planeja a realização demais três encontros, além de uma reunião de coor-denação para definição das estratégias a seremadotadas e para divulgação a todas as unidades, coma criação de um boletim informativo.

Quais os principais resultados obtidos até omomento pela rede na Lanxess-Petroflex?A construção da rede com possibilidades deampliação para outras unidades da empresa.

Em linhas gerais, como se dá o processo dediálogo social na Lanxess-Petroflex?Temos muita dificuldade em realizar um diálo-go social com a empresa, uma vez que a mes-ma não reconhece a rede. Temos histórico dedemissão de dirigentes sindicais e muita difi-culdade de acesso às fábricas.

Quais as perspectivas do comitê/rede sindi-cal?Os desafios que estamos enfrentando são mui-tos, como a ampliação do número de membrosdo comitê, para que a rede possa ser consoli-dada. Após as reuniões realizadas este ano e aefetiva criação da rede, planejamos um encon-tro para definição das estratégias a serem ado-tadas e divulgadas para todas as unidades –com a elaboração de um boletim. Mas a prin-cipal perspectiva é estabelecer o canal de ne-gociação com a empresa.

ATIVIDADES- Dar continuidade as negociações com a empre-sa Lanxess/Petroflex tendo em vista as mudançasna sua estrutura;- Realizar novo encontro da rede para consolidara estratégia e organização da rede;- Promover visita aos sindicatos onde há unida-des da empresas;- Promover ações de cooperações e solidarieda-de entre os sindicados da unidades da empresadurante as campanhas salariais.

Entrevista:GERALDO GUIMARÃES - membro da rede

LANXESS/PETROFLEX - origem: Alemanha700 trabalhadores no BrasilMembro da coordenação: Jorge Knorst

Seminário das Redes. São Paulo/SP/setembro2008

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A rede de trabalhadores da L´Oreal, que possuiduas unidades no Brasil, ainda está em processo deestudo e formação, mas a empresa já conta com umaconsultoria especializada para orientá-la. Até marçode 2009 deverá ser realizada a primeira reunião deatividades da rede.

Entrevista: CARLOS EDUARDO DE BRITO,sindicalista e trabalhador da L’Oreal

Quais os principais resultados obtidos até omomento pela rede na L´Oreal?O principal resultado é a proposta de formaçãoda rede. Deste modo queremos ter acesso às in-formações do que acontece nas demais unida-des do grupo no mundo

Quais resultados que vocês esperam da rede?Uma maior integração dos trabalhadores na lutapor melhores condições de trabalho, a unificaçãode direitos e que consigamos provocar a empre-sa para as negociações do diálogo social.

Como ocorreu a organização da rede e quaisas perspectivas?A partir de uma reunião realizada na Federaçãodos Trabalhadores Químicos do RJ, onde conta-mos com a presença de representantes das uni-dades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Esta-mos animados com as possibilidades que a exis-tência da rede pode representar para a organiza-ção dos trabalhadores.

ATIVIDADESRealizar o primeiro encontro nacional até marçode 2009.

L’OREAL - origem: França52 mil trabalhadores no mundo2.000 no BrasilCarlos Eduardo de Brito - sindicalista etrabalhador da L’Oreal

“Apesar dasparticularidades de cadaregião, o intercâmbio deinformações promovido

pelas redes é fundamentalna luta pela equiparação

das condições detrabalho.”

José Drummond, assessor da CUTe coordenador do projeto “Ação

da CUT frente às empresasmultinacionais

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Qual o principal desafio para organização daRede Dow no Brasil?A Dow Química esta distribuída em 13 unidades emdiversas regiões no Brasil, sendo que o maior desa-fio é a integração de todas as unidades na Rede.

Qual a perspectiva de integração com a RedeDow Química da América do Norte?No encontro da Rede em julho desse ano em Salva-dor/BA esteve presente um representante da RedeDow Norte Americana, que fez um histórico da cons-trução da Rede desde o ano 2001 até ao atual esta-gio da Rede nos Estados Unidos. Deste encontroestabeleceu-se um compromisso de troca de infor-mações e de articular ações conjuntas entre as 2Redes. Na visita na Dow Química (Unidade Aratu/BA), foi informado ao representante da empresa a ini-ciativa de criação da Rede como também da relaçãoda Rede Norte Americana com a Dow Química.

A criação de uma rede sindical foi definida comoação prioritária pelo grupo que reuniu os representan-tes dos trabalhadores da multinacional de origem ame-ricana, Dow Química, em um encontro realizado emjulho, em Salvador. Foram definidas como prioridadesde trabalho a saúde, PLR, terceirização, código deconduta da empresa e a Convenção 158 da OIT. Ainiciativa de criação da rede foi comunicada à empre-sa na visita que encerrou o encontro.

A rede também elencou as atividades que de-vem ter início imediato e entre elas estão a ampliaçãodo comitê, criação de um boletim informativo, aproxi-mação com o sindicato norte-americano (USW) e acriação de um banco de dados com informações so-bre a empresa.

ATIVIDADES- Realizar um encontro até o final de 2008 e convidarrepresentantes de Baia Blanca (Argentina);- Criar um boletim específico da rede;- Realizar visitas de sensibilização nos sindicatos que templantas da Dow Química na base.

Entrevista:JOSÉ BENEDITO DA SILVA e SEBASTIÃOCARLOS SANTOS - membros da rede

DOW QUÍMICA - origem: Estados Unidos da América46 mil trabalhadores no mundo , 2075 no Brasil.Membro da coordenação: José Benedito da Silva

Seminário das Redes. São Paulo/setembro2008

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Quais os principais resultados obtidos até omomento pela rede na Quattor?A rede é muito recente, começou em junho de2008 e participam oito representantes de váriasunidades. Em três meses foram realizados trêsencontros e o que conseguimos até agora foi tra-çar o perfil numérico de funcionários efetivos eterceirizados e comunicar a empresa que foi cri-ada a rede e da sua importância.

Quais as perspectivas do comitê/rede sindi-cal?Temos como objetivo conseguir unificar os adici-onais noturnos e aproximar os valores de PLR,solucionando problemas de acordos em São Pau-lo e o plano de benefícios.

A rede Quattor inciou junto com o processode fusão que deu origem à empresa e já realizoutrês importantes encontros. A indefinição nas rela-ções entre sindicato e empresa, ocasionada pelo ina-cabado processo de integração entre as diferentesunidades é uma das principais preocupações da rede,que tem ainda como desafio a elaboração do seuestatuto e a consolidação do processo de negocia-ção coletiva. O objetivo é nivelar os acordos entreas unidades pela melhor referência entre as em-presas que fazem parte do novo Grupo.

A relação da rede com a empresa ainda estáindefinida, já que não foi indicada a forma como sedará a negociação e quem serão os interlocutores.Mas já são identificados problemas como terceiri-zação e variação de benefícios, além de condiçõesde trabalho nas empresas que formam o grupo Quat-tor.

A rede trabalha ainda para definir os futurosmétodos de negociação e a forma de envolver ostrabalhadores nas campanhas salariais, de PLR eadicionais.

Entrevista:MARCELO PERÓN DI PUGLIA, diretor doSINDIQUÍMICA de Duque de Caxias (RJ)

Seminário das Redes. São Paulo/setembro2008

QUATTOR (origem do capital: Brasil)4.047 trabalhadoresMembro da coordenação: Marcelo Perón

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A rede de trabalhadores da Novartis já realizoudois encontros com a empresa desde a criação da rede,que tem entre os principais temas de discussão a polí-tica de promoção e valorização da diversidade e inclu-são social. As mudanças nas políticas de gênero foram,inclusive, realizadas pela empresa depois da divulgaçãodo tema em um boletim informativo da rede e já pode serconsiderado um importante avanço obtido.

Os trabalhadores contam com uma rede mundialde informação coordenada pelo sindicato suíço. A partirda implementação da rede, o objetivo é inserir os tra-balhadores. Foram definidos temas centrais de discus-são, como a CIPA, terceirização, assédio moral, OLTe a definição de uma agenda de reuniões periódicas.

Entrevista:LUIZ ALBERTO F. NEVES

Como se dá o processo do diálogo social na em-presa Novartis?A empresa realizou duas pesquisas: uma sobre oíndice de desenvolvimento humano (IDH) e outrasobre pesquisa de “clima” para verificar as condi-ções de trabalho e sociais dos trabalhadores daempresa. Essas pesquisas estão orientando a em-presa nos temas a serem tratados no diálogo social.Os principais temas discutidos são diversidade einclusão social, tendo como principais pontos: Gê-nero, Deficiente Físico e Assédio Moral. A maiordificuldade para implementação do diálogo social éa constante reestruturação da empresa e a mudan-ça dos representantes da empresa no diálogo.Como foi a integração da Rede Brasileira naRede Mundial da Novartis?Foi em 2006 na Conferência do setor químico e far-macêutico da ICEM em Trinidad Tobago. NestaConferência ocorreu uma reunião da Rede Mundi-al da Novartis onde foi apresentada a experiênciade organização da Rede no Brasil, como também aintegração na Rede Mundial. A coordenação daRede Mundial é de responsabilidade do SindicatoSuíço UNIA.

ATIVIDADES- Realizar novo encontro da rede até o primeirosemestre de 2009;- Realizar visitas aos sindicatos das unidades daempresa.

“A mobilização desindicatos para a

formação de redesrealizada pela CNQ é

exemplar para a CUT, umexemplo para as outras

confederações.”

João FelícioSecretário de RelaçõesInternacionais da CUT

NOVARTIS - origem: Suiça90 mil trabalhadores no mundo / 3.600 no BrasilMembro da coordenação: Luiz Alberto Neves

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A rede de trabalhadores no Grupo Solvay foi re-cém constituída, tem um ano de existência e realizoudois encontros. O objetivo da rede é organizar os tra-balhadores em todo o mundo para fomentar um diálo-go com a direção geral da empresa, podendo trans-formar-se numa importante ferramenta de luta do mo-vimento sindical.

O 2º Encontro Nacional dos Trabalhadores naempresa Solvay ocorreu nos dias 9 e 10 de junho de2008, na cidade de São Paulo. Com o objetivo de ava-liar as ações realizadas nos últimos meses e planejaratividades futuras, o grupo discutiu problemas comunsàs plantas que a empresa possui no Brasil. A pauta doevento também incluiu discussões sobre planos de pre-vidência, terceirização, conteúdo e data de divulga-ção do próximo boletim unificado e a possibilidade decontratação de uma pesquisa junto ao Instituto Ob-servatório Social. O 3º Encontro Nacional da Redede Trabalhadores da Solvay foi agendado para os dias1, 2 e 3 de dezembro de 2008, quando o grupo discu-tirá seus avanços e fará uma nova tentativa de diálo-go social com a multinacional.

Entre os principais desafios encontrados pela redeestá a realização do diálogo social com a empresa edesenvolvimento de ações conjuntas com todos os sin-dicatos que fazem parte do Grupo. A rede pretendeconstruir uma base Sul Americana, desenvolvendo in-tercâmbios com comitês da Europa. Além disso, éfundamental para a rede sensibilizar os sindicatos so-bre a importância da articulação que vêm sendo rea-lizada.

Quais os principais resultados obtidos até o mo-mento pela rede no Grupo Solvay?Trata-se de uma rede nova, com apenas um anode existência e, portanto, ainda sem grandes resul-tados obtidos, mas tem lutado muito para obteravanços. Acho que o nosso principal resultado atéentão é a existência da rede e a participação dosvários sindicatos das bases que a compõem.

Em linhas gerais, como se dá o processo dediálogo social no Grupo Solvay?Entre as principais dificuldades encontradas está abusca por financiamento das atividades e a partici-pação das pessoas. Estamos trabalhando para con-vencer os trabalhadores da importância da redepara as localidades e as melhorias que o intercâm-bio com outras instituições internacionais pode nostrazer.

Quais as perspectivas do comitê/rede sindical?A rede é uma importante ferramenta para organi-zar os trabalhadores em busca de melhores condi-ções e direitos. Temos perspectivas de grandes con-quistas por meio da rede, como melhorias relacio-nadas à saúde e segurança, democratização da re-lação capital e trabalho através do diálogo social.Estamos trabalhando pela implantação das comis-sões de trabalhadores nas localidades e, no futuro,da rede na América do Sul.

ATIVIDADES- Distribuir o segundo boletim informativo para oconjunto da rede;- Realizar o terceiro encontro da rede com participa-ção de representantes da Argentina e Bélgica.

Entrevista:JUVENIL NUNES DA COSTA- membro da coordenação

GRUPO SOLVAY - origem: Bélgica28 mil trabalhadores no mundo / 208 plantasprodutivasCoordenação: Juvenil Nunes da Costa.

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A rede Unilever vive o momento de reativação eampliação, e atualmente fazem parte de suas ações 5das 12 unidades da empresa. A rede, que realizou umencontro em julho de 2008, enfrenta grandes desafiospara a articulação e investe agora para estabelecercanais de diálogo com a empresa, que não reconhecea representatividade do grupo de trabalho.

Para melhorar a atuação da rede junto à empre-sa procura-se conhecer as realidades dos trabalhado-res e outras unidades, nacionais e internacionais e apro-fundar o conhecimento sobre a política e as estratégi-as de atuação comercial da Unilever. As prioridadesda rede para 2009 são manter as reuniões periódicasdo comitê, ampliar a participação de membros e o tra-balho para formação da rede regional latino-america-na , envolvendo o Chile, Argentina, Colômbia e o Bra-sil.

ATIVIDADES- Realizar visitas de sensibilização aos sindicatosenvolvidos na rede;- CNQ deve coordenar as ações junto ao setor dealimentação para unificar ações;- Fazer boletim (impresso e eletrônico) até marçode 2009;- Realizar encontro da rede final o primeiro se-mestre de 2009.

Intercâmbio Sindical Brasil-Holanda, visita a sede da Unilever emVinhedo SP/março 2004

Quais os principais resultados obtidos até o mo-mento pela rede na Unilever?Desde a criação da rede da Unilever, já conse-guimos conhecer as realidades dos trabalhadoresde outras unidades da empresa, nacionais e inter-nacionais. Também foi possível aprofundar o co-nhecimento da política da empresa e suas estra-tégias.

Em linhas gerais, como se dá o processo dediálogo social na Unilever?A rede possui sete membros e o comitê encon-tra-se em reorganização. Entre as principais difi-culdades encontradas estão as concepções políti-cas de organizações dos trabalhadores, a distân-cia entre as unidades e a realidade financeira dossindicatos.

Quais as perspectivas do comitê/rede sindical?Temos como perspectiva a reorganização e am-pliação da rede e a formação de uma rede regio-nal, e, a partir daí, o estabelecimento do diálogocom a empresa.

Entrevista: PAULO DE SOUZA, secretáriogeral da rede

UNILEVER - origem: Holanda12 mil trabalhadores só no Brasil / 7.500 terceirosMembro da coordenação: Paulo de Souza

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DIRETRIZES DA CNQ EPROPOSTAS DE AÇÃO PARA AS REDES

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Os desafios comunsA estrutura sindical e a legislação vigente no país

dificultam acordos de abrangência nacional e umamesma empresa acaba por pagar salários, ter carrei-ras, políticas de segurança e saúde diferenciadas deum estado para outro. Isso ocorre porque a atualestrutura sindical brasileira facilita, e as empresas aca-bam pulverizando as negociações em um mesmo ramode produção de uma mesma empresa.

A atual legislação brasileira impõe a negociaçãopor base sindical, assim, a organização dos trabalha-dores em redes nas empresas multinacionais ajuda aconstruir o que sempre foi um objetivo da CUT -fazer grandes acordos de abrangência nacional. Osacordos nacionais possibilitam a elevação dos pata-mares de direitos trabalhistas e evitam a fragmenta-ção de acordos localizados. Também estimula a par-ticipação dos sindicatos na gestão das empresas enos conselhos de administração, uma conquista domovimento sindical europeu, mas que ainda o Brasile a América Latina estão longe de atingir.

Ao operar em rede se consolida uma nova for-ma de atuação sindical, que aponta para a superaçãodo modelo de negociações fragmentado por local detrabalho e a busca de acordos de abrangência nacio-nal. Isso contribui de maneira prática para fortalecera cooperação e a solidariedade entre sindicatos e tra-balhadores de diferentes regiões ou países.

Seminário das Redes. São Paulo/setembro2008

Depois de anos atuando para organizar as re-des nas empresas multinacionais, muitos avanços fo-ram obtidos, porém novos desafios estão postos.Diante disto, a CNQ, os sindicatos e as redes esta-beleceram as seguintes prioridades para uma atua-ção conjunta:

• Fortalecer a organização das Redese do Diálogo Social.

• Enfrentar a crescente terceirização esuas implicações para trabalhadores.

• Incorporar nas agendas das redesos temas relacionados à juventude,igualdade de oportunidades entrehomens e mulheres e raça/etnia.

• Organização nos locais de trabalhoe a reestruturação produtiva.

• Avançar na institucionalização dasRedes: estatutos, regimentose princípios.

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FORTALECIMENTO DAS REDES- Realizar encontros das redes por empresa e um novo encontro geral de todas as redes antes da plenária daCNQ em março de 2009;- Realizar atividade de capacitação nas redes sobre as normas internacionais de trabalho;- Realizar uma oficina de capacitação com representantes das redes para o uso do projeto conexão sindical doInstituto Observatório Social;- Realizar ações para consolidar as redes existentes no ramo.

TERCEIRIZAÇÃO- Difundir nas redes a política da CUT referente ao combate à terceirização;- Aplicar a pesquisa da CNQ sobre terceirização nas suas bases, para obter dados e informações dos impactosda terceirização para os trabalhadores nas unidades produtivas;- Elaborar um documento-proposta de orientação para a contratação de terceiros (direitos e benefícios);- Monitorar contratos feitos pelas empresas, estabelecendo um código de conduta na contratação deterceirizados;- Buscar formas de incluir os terceirizados nas ações das redes;- Propor que o setor de Recursos Humanos das empresas sejam co-responsáveis pelos trabalhadores terceiros;- Desenvolver políticas envolvendo a CNQ, sindicatos e parlamentares, para a alteração da lei da contrataçãode terceiros;- Mapear os sindicatos de terceiros nas diversas bases onde há redes, para criação de um banco de dados;- Criar ações para reduzir os efeitos da precarização do trabalho decorrente da terceirização;- Trabalhar para extensão dos acordos coletivos aos terceirizados.

JUVENTUDE, GÊNERO E RAÇA/ETNIA NAS REDES- Pautar estes temas nos encontros das redes;- Criar pautas para serem tratadas nos diálogos sociais;- Debater os temas juventude e gênero na CNQ/CUT e demais centrais envolvidas nas redes;- Desenvolver políticas de sindicalização específicas para jovens, negros e mulheres;- Desenvolver formas de comunicação e tecnologia da informação adequada para estimular a participação dajuventude nas redes;- Fomentar a participação de mulheres e jovens nas atividades da rede e atividades formativas realizadas pelaCNQ e sindicatos.

ORGANIZAÇÃO NOS LOCAIS DE TRABALHO (OLT)- Fomentar a criação ou ampliação de organismos da OLT nas empresas organizadas em redes;- Estruturar um programa de capacitação para as redes sobre OLT e experiências existentes em âmbito nacionale internacional;- Utilizar os organismos já existentes (CIPA, delegados sindicais, etc.) para estimular e formar as OLTs;- Buscar criar formas de ampliar a participação nos cursos de CIPA para os trabalhadores inscritos e nãoeleitos;- Propor que as reuniões da CIPA sejam quinzenais.

REESTRUTURAÇÃO DAS EMPRESAS- Dar destaque ao tema da reestruturação como elemento de debate permanente nas redes, visando garantiro direito prévio de informações;- Trabalhar pela manutenção no número de postos de trabalho e, em caso de reestruturação, atuar paraminimizar os impactos para os trabalhadores;- Fazer um levantamento e acompanhar as fusões e aquisições entre as empresas que envolvem as redes doramo, para saber e atuar sobre os efeitos para os trabalhadores.

ESTATUTO E REGIMENTO INTERNO PARA AS REDES - CARTA DE PRINCÍPIO- Socializar e analisar os estatutos das Redes consolidadas (Basf e Bayer), para subsidiar o debate dasredes e estabelecer referências comuns.

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Projeto CUTMultiO CUTMulti é um projeto de Ação Frente às Multinacionais que bus-

ca estabelecer uma relação solidária entre o movimento sindical brasileiroe organizações internacionais. Com 7 anos de história, o CUTMulti teveinício em 2001, e é apoiado pela sindical holandesa FNV. A FNV é umaorganização sindical que possui aproximadamente um milhão e duzentosmil afiliados sindicalizados. A entidade tem uma área para cooperação in-ternacional solidária, que atua como consultora para toda a América Lati-na. O objetivo do CUTMulti é estimular os sindicatos de todo o país abuscar pautas de reivindicações, agenda e lutas comuns, e a exercer fortepressão nas empresas para que passem a negociar coletivamente, evitandoa pulverização de salários e condições de trabalho diferenciados. O CUT-Multi tem como missão estabelecer e articular a luta e os acordos de abran-gência nacional.

Icem (Internacional dos Químicos)É a Federação Internacional de Sindicatos de Trabalhadores da

Química, Energia, Minas e Indústrias Diversas. Coordena as açõesdos sindicatos em âmbito mundial e tem uma coordenação regional para aAmérica Latina e Caribe.

Conexão SindicalDurante o evento, os representantes das redes do setor químico pude-

ram conhecer e tirar dúvidas sobre a ferramenta on-line Conexão Sindical.O Conexão é um projeto do Instituto Observatório Social, que tem comoobjetivo ser um instrumento para a formação de redes virtuais, com ênfasena troca de informações sobre os direitos dos trabalhadores e comporta-mento de empresas multinacionais. O Conexão oferece uma ferramenta deinformática repleta de informações e de fácil manuseio para comunicaçãoentre as redes de trabalhadores.

www.cut.org.br

www.observatoriosocial.org.br

SIGLASSIGLASSIGLASSIGLASSIGLASCF – Comissão de FábricaCNQ/CUT – Confederação Nacional do Ramo Químico da CUTCIPA – Comissão Interna de Prevenção de AcidentesCRTB – Coordenação da Rede de Trabalhadores da BASFCUT – Central Única dos TrabalhadoresFES – Fundação Friedrich EbertICEM – Federação Internacional de Sindicatos de Trabalhadores da Química, Energia, Minas e Indústrias DiversasIG BCE – Sindicatos Nacional dos Químicos da AlemanhaINTRAB – Intersindical Nacional dos Trabalhadores da BASFRSE – Responsabilidade Social EmpresarialSolidarity Center, AFL-CIO – Centro de Solidariedade da Central Sindical dos Estados Unidos da AméricaOIT – Organização Internacional do TrabalhoOLT – Organização no Local de TrabalhoPLR – Participação nos Lucros e Resultados

USW – United SteelWorkers – EUA/Canadá

www.icem.org

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PARTICIPANTESNO SEMINÁRIO

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NOMENOMENOMENOMENOME ENTIDADEENTIDADEENTIDADEENTIDADEENTIDADE CIDADE ONDE RESIDECIDADE ONDE RESIDECIDADE ONDE RESIDECIDADE ONDE RESIDECIDADE ONDE RESIDE

1. Airton Cano Químicos ABC Santo André / SP2. Alex Capuano IOS São Paulo / SP3. Alexandre Bento Químicos e Petroleiros da BA Salvador / BA4. Alfredo S. Santos Jr. Químicos e Petroleiros da BA Salvador / BA5. Almir C. Cantão Químicos / SP São Paulo / SP6. Amaury Neves Cardoso Rede Bayer São Paulo / SP7. Ana Claudia Pecchi FES / apoio São Paulo / SP8. Ana Yara Paulino IOS/DIEESE São Paulo / SP9. Anaildes Silva Químicos/Petroleiros-BA Lauro de Freitas / BA10. Ângelo Tavares da Silva Químicos de Belfort Roxo Belfort Roxo/ RJ11. Antenor Eiji Nakamura (KAZU) CNQ/CUT/Químicos-SP São Paulo / SP12. Antonio Carlos de Souza Papeleiros de Mogi Mogi / SP13. Aparecido Donizeti CNQ/CUT São Paulo / SP14. Brian Finnegan AFLCIO São Paulo / SP15. Carlos A. M. Itaparica CNQ/CUT Salvador / BA16. Carlos E.de Brito Químicos / SP Guarulhos / SP17. Carolyn Kazdin United Steelworkers São Paulo / SP18. Edson Luiz Passoni Químicos SP São Paulo / SP19. Elias Soares CNQ/CUT(assessoria) São Paulo / SP20. Fabio Augusto Lins Quim ABC/CNQ S.Bernardo do Campo / SP21. Fernanda Sant’Clair CUT São Paulo / SP22. Fernando Álvares CNQ/CUT S.Bernardo do Campo / SP23. Geraldo Soares Sind.Borracha / PE Recife / PE24. Gerson Cardoso SindiPolo Porto Alegre / RS25. Gláucio Patrick Químicos / SP São Paulo / SP26. Heli Alves Químicos ABC S.Bernardo do Campo / SP27. Isabel Vieira dos Santos Químicos SP São Paulo / SP28. João Caetano Imprensa CNQ/CUT São Paulo / SP29. Jorge Eduardo Knorst SindiPolo Novo Hamburgo / RS30. José Benedito CNQ-Quimico de SP São Paulo / SP31. José Drummond CUT/SRI/CUT Multi São Paulo / SP32. Juvenil Nunes Costa Químicos ABC Santo André ABC / SP33. Leila Nadim Zidan IOS São Paulo / SP34. Lucineide D. Varjão CNQ/CUT São Paulo / SP35. Luiz Alberto F. Neves Químicos de SP São Paulo / SP36. Marcelo Peron Di Puglia Rede Quattor Rio de Janeiro/RJ37. Marcio Cruz Papeleiros de Mogi Mogi / SP38. Marcondes Machado Rede BRASKEM Maceió / AL39. Marcos F. D. de Vila Químicos de SP São Paulo / SP40. Mauricio Jansen Klajman Químicos e Petroleiros da BA Camaçari / BA41. Milton N. Brito Químicos ABC Santo André ABC / SP42. Nelson Diaz Químicos de SP São Paulo / SP43. Paulo de Souza Sindiquimica / PE Recife / PE44. Paulo Roberto Químicos ABC São Paulo / SP45. Raquel Sabrina da Silva Cobertura do Evento São Paulo / SP46. Roberto Carlos Carnavos Rede Bayer Rio de Janeiro / RJ47. Rosana Sousa CNQ/CUT São Paulo / SP48. Sebastião C.I. Santos Químicos de SP São Paulo / SP49. Sergio L. M. Carasso Químicos ABC Mauá / SP50. Sérgio Novais CNQ / ICEM Santo André / SP51. Thiago Franco Rios Químicos e Petroleiros da BA Salvador / BA52. Thomaz Ferreira Jansen DIEESE São Paulo / SP53. Vandré Jerônimo da Silva Sindiquimica PE Recife / PE54. Vilobaldo Machado Químicos e Petroleiros da BA Salvador / BA55. Waldeli Melleiro FES São Paulo / SP

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COORDENAÇÃO DA PUBLICAÇÃO

Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ/CUT)Rua Coronel Xavier de Toledo, 99, 6º andarSão Paulo (SP) CEP: 01048-100Tel: (+ 55) 11- 3129-4989 Fax (+ 55) 11- 3255-7843 / 3255-9849Site: www.cnq.org.br

FES (Fundação Friedrich Ebert)Avenida Paulista, 2001 - 13º andar/conj.1313São Paulo (SP) CEP 01311-931Tel: (+ 55) 11- 3253-9090 Fax (+ 55) 11- 3253-3131Site: www.fes.org.br

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USW - United SteelWorkers

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