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A Oralidade Absorvida pela Comunicação Interna: elemento de integração com
funcionários e clientes externos1
Marta Terezinha Motta Campos Martins2
Resumo
A política organizacional que norteia as relações com o público interno, embora fator
estratégico, nem sempre é bem executada a ponto de se tornar visível para os funcionários, os
quais a projetam para os clientes externos de uma organização. A tendência à oralidade e à
informalidade na cultura brasileira instiga a trazê-las para uma dimensão científica, portanto
um estudo sobre comunicação interna e oralidade é tema de tese de doutoramento na Escola
de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo – ECA/USP. Somou-se à proposta
da tese o aprendizado adquirido com os conteúdos de disciplina cursada, o que permitiu
produzir um artigo partindo da pesquisa na literatura indicada pela disciplina, complementada
por uma pesquisa empírica em empresas familiares do ramo de iluminação..
Palavras-chave: comunicação interna; oralidade; diálogo; discurso; linguagem.
Apresentação
O escopo deste trabalho está em observar o diálogo estabelecido entre
organizações e funcionários, o qual pode interferir nos relacionamentos que são estabelecidos
no contato com públicos externos, mediante o exercício das funções do quadro funcional. No
sistema de comunicação organizacional moderno, falar e ouvir adequadamente interfere
diretamente na forma como cada organização se relaciona com diferentes grupos.
Entendendo-se que uma organização pode ser definida como um espaço de comunicação,
onde as pessoas se valem do diálogo para fortalecerem laços interpessoais, é então oportuno
esclarecer que a comunicação interna é um componente do composto comunicacional valioso
pelo potencial que carrega para promover interações entre pessoas. A comunicação interna
abarca um conjunto de ações que visa estabelecer um ambiente favorável para as relações
1 Trabalho apresentado ao GT 4 ABRAPCORP – Estudos do discurso, da imagem e da identidade
organizacionais.
2 Docente da Universidade Estadual de Londrina, Doutoranda da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo – ECA/USP, sob orientação da Profa. Dra. Margarida Krohling Kunsch.
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humanas e para a produtividade no espaço de trabalho. Há na comunicação interna um “sítio”
onde a mediação se dá pelas trocas, pela produção e pelo compartilhamento de saberes entre
os empregados de uma organização e desta com seus ambientes. Intrinsecamente à
comunicação interna está presente o diálogo como meio para integrar pessoas e transmitir
informações de e para níveis variados, como observa Freitas,
Coloco como premissa para a defesa do diálogo como prática de
comunicação a análise sinérgica de três subsistemas – verbal, vocal e
gestual -, que só terão significado em determinado contexto. É óbvio
que a comunicação verbal não é única forma de comunicação, mas,
quando se pensa em interação, se pressupõe um conjunto de
disposições verbais e não-verbais que se exprimem por palavras e que
buscam o diálogo e a sinergia das relações entre pessoas ( FREITAS,
2008, p. 141).
Partindo da afirmação de que o diálogo sustenta boas relações no trabalho,
pode-se entender a comunicação interna como espaço para que a oralidade interfira
positivamente nos negócios de uma empresa. É possível supor que os trabalhadores de uma
organização tenham domínio de conhecimento sobre o modo como ela funciona, sobre seus
valores e sua visão, além de se esperar que estejam satisfeitos com as condições de trabalho.
Tais fatores expressam a estratégia de relacionamento com funcionários seguida pela
organização. Prega uma filosofia popular que "quando não se tem direção, qualquer estrada
leva para lugar algum", portanto o diálogo pressupõe a capacidade para ouvir o que os
funcionários têm a dizer e, a partir de então, estabelecer um plano estratégico de comunicação
interna que dê o norte para as ações dos dirigentes e dos funcionários. As mensagens que
circulam no ambiente interno da organização assumem a missão de gerar credibilidade através
da prática dos valores da organização. Como conseqüência, haverá envolvimento, o
compromisso e a prática profissionalizada da equipe de funcionários de uma organização.
A comunicação interna cumpre o papel de distribuir informações, que se
processam e se transformam em conhecimento, o qual é em nossos dias um fator estratégico
para o sucesso das organizações. Fundamentalmente a comunicação interna opera em três
frentes, pois é constitucional dos resultados do negócio, promove a humanização das relações
de trabalho e consolida a identidade organizacional perante os públicos. Uma estrutura
administrativa moderna prevê a gestão de pessoas e abriga uma filosofia integrada de
comunicação, na qual a parceria com o setor de recursos humanos otimiza a produtividades
do público interno da organização.
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O processo de modernização das organizações agrega tendências e
perspectivas que mostram ascensão do investimento em pessoas, pois está posto que para se
manter no mercado, as empresas dependem do comprometimento dos funcionários com o
negócio. O foco no desenvolvimento de pessoas expressa a ousadia e a criatividade da
organização.
Este artigo aborda a comunicação oral como orientação estratégica na
comunicação interna de uma organização e que pode consolidar seus relacionamentos, bem
como seus negócios com clientes externos. Apresenta o uso da oralidade como elementar para
a interação entre empresário e funcionário, para se obter êxito no exercício funcional e para
conduzir uma prática em consonância com os objetivos pretendidos pela organização. A
literatura utilizada delineia um campo de ação, cuja base seja a comunicação oral e foi
selecionada dentre o que se recomendou em disciplina cursada no Doutorado em Ciências da
Comunicação, na ECA/USP 3.
1. As interferências da cultura organizacional na comunicação interna
O capítulo reflete a correlação entre a comunicação, as novas relações de
poder no século XXI e a cultura organizacional apresentadas na disciplina cursada na
ECA/USP. As características desta correlação foram avaliadas sob a perspectiva de as
organizações atenderem melhor as necessidades dos seus públicos, principalmente no que se
refere a sua comunicação interna. No contexto apresentado a comunicação interna é um
aspecto fundamental da vida organizacional e é tratada como aquela que prepara os
relacionamentos com os públicos de uma organização. Pode-se comparar os relacionamentos
com um autêntico portfólio de públicos, que tenha como base uma avaliação reflexiva, cujo
apelo à lógica formativa e compreensiva dará sentido a sua apreciação final e à sua
elaboração, conforme o que nos mostra uma pesquisa da Databerje.
A qualidade dos meios de comunicação interna nas organizações alcançou
um alto patamar de excelência nos últimos anos. Aqueles boletins internos
3 A autora refere-se à disciplina As interferências da cultura organizacional na comunicação interna, ministrada
pela Profª. Drª. Sidinéia Gomes Freitas, no Programa de Pós-Graduação da ECA/USP-2009.
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do passado, com péssima resolução gráfica e mal escritos, deram lugar a
jornais, revistas, intranets, TVs corporativas, murais e outros canais de
primeira linha. Mas nem todos os profissionais da área se deram conta de
que existe uma nuance: entre fazer um produto de qualidade e garantir a
retenção das mensagens, há um longo caminho (LIPPI, 2009, p. 55).
As relações de poder focam instrumentos sob o ponto de vista dos processos
de comunicação e desenham um caminho para a análise da importância da cultura
organizacional nos processos internos e externos de uma organização. Deste modo é possível
visualizar a cultura organizacional sob outros ângulos e de forma significativa para o melhor
entendimento.
O ramo de atuação organizacional pode delinear sua linguagem
comunicacional, porém, nem sempre essa linguagem é compreensível para todos os públicos,
dentre outras razões, porque seu conteúdo não leva em conta a cultura e não utiliza elementos
realmente expressivos. Essa fragilidade pode interferir na efetividade e na motivação
organizacionais, as quais, segundo Scroferneker (2007, p. 216), “colocam em cena a
participação dos sujeitos organizacionais, comumente denominados colaboradores.”
No campo da comunicação organizacional, os esforços serão competentes
quando a organização obtiver um posicionamento e uma imagem corporativa favoráveis,
percebidos e aprovados pela sociedade como um todo. Os objetivos econômicos de um
empreendimento estão presentes na prática das Relações Púbicas, no gerenciamento da
comunicação interna, da comunicação institucional e no apoio à comunicação mercadológica.
Uma visão mais crítica sobre o gestor moderno e sobre a linguagem, dentro
de uma concepção de interação dialógica no mundo dos negócios é um campo de investigação
necessário, pois como analisa Motter (2002, p. 40),
Vemos o mundo que nos ensinaram a ver, segundo recortes do senso comum
mantidos por sucessivas gerações, herdados como verdades calcificadas, e
não o mundo complexo, contraditório, movente, mutável e multifacetado que
temos diante de nós.
Nos dias de hoje, o ambiente de negócios demanda soluções que integrem as
competências de gestão de pessoas e permitam obter não só vantagem competitiva, como
também desenvolvam processos de relacionamentos impecáveis com os públicos estratégicos.
Informalidade e oralidade são características marcantes da comunicação nos
ambientes operacionais sul americanos. Como fenômeno, pode estar no cerne da má execução
de políticas estratégicas de comunicação:
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Discursar e discorrer são praticamente sinônimos, traduzindo ambos o
sentido de percorrer todas as partes de um ou vários assuntos, um tema, uma
opinião.
Assim, na etimologia como na linguagem popular, o termo está muito ligado
aos textos verbais falados e/ou escritos em que se destacam as estratégias
argumentais, a retórica e a oratória (IASBECK, 2009, p. 17).
O pensamento de Iasbeck pode ser traduzido pelas interações existentes
entre o funcionário que executa o atendimento a clientes externos de uma organização. O
emprego de sua oralidade poderá mostrar sua aptidão para projetar uma identidade
organizacional favorável ao relacionamento com públicos e, deste modo, construir resultados
de negócios para a empresa.
2. Problematização da pesquisa empírica
O segmento da construção civil no Paraná apresentou vertiginosa ascensão
nos seus resultados de negócios e este fenômeno antecedeu a implantação do Programa Social
do Governo Federal, intitulado “Minha casa, minha vida”. O registro sobre o crescimento da
construção civil no Paraná pode ser constatado nos arquivos de jornais estaduais, a exemplo
do tema abordado em matéria veiculada pelo jornal “Folha de Londrina”. A matéria assinada
por Gueths (2009) informou que, “depois de fechar o ano de 2008 com crescimento de 9%,
considerado o melhor resultado dos últimos 20 anos, a Construção Civil tem em 2009 mais
um ano de excelentes resultados”. Gueths anunciou a previsão da Fundação Getúlio Vargas
(FGV) de que o setor obteria crescimento para 2010 entre 7,5% a 9% no Estado. “No Paraná,
os financiamentos imobiliários feitos pela Caixa Econômica Federal até outubro de 2009,
somaram R$ 2,5 bilhões, um crescimento de 89% em relação ao mesmo período de 2008”
(GUETS, 2009).
Como informou Brasilis (2010) há indicativos de que “a febre imobiliária”
perdure e se mantenha aquecida pois, segundo os analistas da área, ''o momento econômico é
muito bom. Há crédito disponível no setor, os prazos de pagamento estão longos, os juros
estão baixos e a estabilidade econômica possibilita o planejamento financeiro. A conjunção
destes fatores favorece que Londrina volte a se destacar como mercado para construção civil e
derivados.
O crescimento vertical e o número expressivo de edifícios residenciais e
comerciais espalhados por quase todas as regiões da cidade de Londrina abriram frentes para
que o setor imobiliário e de construção civil se expandissem para áreas externas à região
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central, em cujas áreas urbanas deu-se o foco na construção de condomínios horizontais. O
crescimento é tão evidente que conforme informou Angeli (2010),
Nos dois primeiros meses de 2010, o Paraná abriu quase 28 mil novas
vagas de trabalho com carteira assinada. Só em fevereiro foram 13 mil
postos abertos, levando a geração de empregos formais aos patamares
anteriores a crise iniciada no final de 2008. A Construção Civil foi o
setor que apresentou o maior índice de crescimento.
O setor da Construção Civil cresceu acima da média do estado. No
primeiro bimestre foram abertos 5.149 postos de trabalho, que
representa crescimento de 4,15%.
A emergência do segmento de condomínios horizontais torneia um
agrupamento de público com um perfil diferenciado que lhe dá condição para seguir um estilo
de vida mais cômodo. O perfil deste investidor é visível e pode ser identificado nos
condomínios horizontais localizados em qualquer ponto do território nacional. Entretanto, é
de se prever impactos causados pelo avanço surpreendente na construção civil, os quais são
analisados pela Folha de Londrina (2010), pois “o rápido crescimento do setor acaba por
expor algumas fragilidades. Além de problemas de infraestrutura, falta mão-de-obra treinada
na indústria paralela como os setores de instalações hidráulicas e elétrica. A construção civil,
de há muito carece de mão-de-obra para construções intermediárias e de luxo”.
Atenta a tal fenômeno a autora deste artigo foi à campo observar o
movimento presente em lojas que comercializam materiais elétricos instalados interna e
externamente em imóveis novos na cidade de Londrina.
2.1 Metodologia da pesquisa
O desafio proposto para o estudo foi desenvolver uma pesquisa de
levantamento de dados que se aproxima de características etnográficas em função do
problema envolvido e do universo abrangido que é a prática da linguagem humana em
ambientes de negócios. A pesquisa de levantou dados que estavam presentes na interação
entre funcionário da empresa de materiais elétricos e cliente interessado em adquirir produtos
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de iluminação. A metodologia adotada permitiu que a pesquisadora observasse diretamente os
fenômenos apresentados no episódio de compra e venda, nas empresas estudadas.
A descrição de um trabalho de pesquisa com enfoque etnográfico é como um
relato de nossas experiências de vida, sempre um processo muito difícil que
requer reflexão, habilidade na descrição e clareza, de tal forma que permita
expressar em palavras, acontecimentos, comportamentos, processos sociais e
contextos com vivências e experiências dos sujeitos (GOMES e OLIVEIRA,
acesso em 02 abr 2010).
O objetivo da autora foi observar se a oralidade utilizada pelos vendedores
poderia refletir a cultura organizacional vigente e se poderia se projetar como uma vantagem
para que negócios com a empresa sejam efetivados pelos seus clientes finais. . A seleção da
amostra ficou em lojas do setor de iluminação e decorreu do fato de se tratar de produto
utilizado na fase de acabamento de um imóvel, portanto com muita possibilidade de ter o seu
proprietário escolhendo e comprando as peças. Foi realizado um mapeamento das lojas
especializadas nestes materiais na cidade de Londrina e cinco pontos comerciais com
características isomorfas foram selecionados, conforme exige uma metodologia comparativa
para ser cientificamente aplicada. As cinco lojas selecionadas têm de cinco a dez anos de
fundação, são empresas familiares que comercializam produtos para iluminação residencial
comercial e industrial e mantêm um quadro funcional que atua diante da figura do
proprietário, o qual permanece presente na linha de frente dos respectivos pontos de vendas.
Os produtos comercializados são similares e, muitas vezes, até de uma mesma marca.
Pode-se observar que o preço não é o fator determinante na competitividade
das lojas, visto que todas praticam tabela de preços muito próxima, com variações discretas e
pouco significativas entre os valores praticados. As instalações apresentam diferenciais
evidentes e que podem interferir positiva ou negativamente na decisão dos clientes sobre a
compra na empresa.
A localização geográfica dos pontos de vendas é de fácil acesso, a maioria
atua numa mesma região urbana, a qual se caracteriza pela centralização de oferta de produtos
para acabamento e decoração de imóveis. As lojas oferecem área para estacionamento de
clientes. Os critérios observados para a seleção da amostra permitiram pressupor que a
dinâmica das empresas focasse estrategicamente o cliente, portanto poderia primar por uma
política de relacionamento muito bem estruturada.
A investigação utilizou uma lista de itens como instrumento para abordar o
funcionário das empresas mediante a solicitação de orçamento para a aquisição dos produtos.
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2.2 Análise de dados observados
A análise das observações coletadas deu condições para se afirmar que as
hipóteses testadas foram confirmadas em três empresas, sendo que a superioridade na política
de relacionamento com o cliente foi percebida em uma das componentes da amostra.
Outras duas unidades de vendas ofereceram um atendimento conturbado,
com número insuficiente de vendedores, os quais são forçados a atender mais de um cliente
simultaneamente, portanto prejudicando a efetivação de negócios e sua posterior avaliação de
desempenho. Quando testados em sua capacidade de negociação o diálogo tomou uma
entonação árida e a inflexibilidade das empresas neste sentido foi absolutamente exposta para
a cliente pesquisadora. Os vendedores chegaram a afirmar que a política das empresas não
prevê margem para negociações e que eles são orientados para não se reportarem aos
dirigentes para analisar propostas que fujam o orçamento formal apresentado ao cliente.
Os funcionários relataram que seus patrões são rígidos no cumprimento das
normas internas e que, caso algum deles descumpra uma norma, a advertência verbal é
preenchida pelo autoritarismo expresso nas palavras proclamadas. Relataram que há casos de
funcionários que são demitidos por este motivo e outros que pedem demissão por não
suportarem a carga de autoridade praticada pelos proprietários dos negócios. Percebe-se que a
cultura organizacional destas empresas é incompatível com o cenário globalizado da
economia mundial.
Nas duas empresas estudadas que apresentaram desempenho desfavorável
no uso da oralidade pela equipe de atendimento a clientes, foram registradas as presenças e a
observância de seus proprietários, os quais não interferiram nem no gerenciamento de sua
equipe, nem na preservação do cliente para concretizar o negócio, mesmo quando a
pesquisadora se retirou da empresa, confirmando, portanto, que a oralidade nestes dois casos
vai muito mal.
Na empresa cuja política de relacionamento é visível, ficou caracterizada
sua excelência no atendimento para comercializar produtos de iluminação na cidade de
Londrina. Os proprietários da loja permanecem presentes no local e se confundem com a
própria equipe de vendas. Questionados sobre seu poder decisório os funcionários revelam
que são orientados para não perder negócios e para analisar a condição e o interesse de cada
cliente em suas particularidades. Durante a abordagem da pesquisa os proprietários se
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aproximaram espontaneamente da pesquisadora quando perceberam a necessidade de sua
intervenção para efetivar uma negociação. A partir desta aproximação a pesquisadora
estabeleceu um diálogo com a família de proprietários, os quais confirmaram sua percepção
para a necessidade de melhorar a comunicação de sua equipe com seus clientes. Para
transformar a fraqueza por eles identificada em força competitiva, estes empresários
contrataram uma assessoria que desenvolveu um trabalho de comunicação interna completo.
A assessoria permanece acompanhando a empresa e desenvolve treinamentos periódicos junto
a equipe de vendedores e recepcionistas, especialmente quanto ao uso da sua comunicação
oral.
3. Considerações finais
Vivemos uma sociedade organizacional, pois as organizações se
proliferaram para satisfazer aos anseios humanos. As organizações de hoje não somente
interferem na vida coletiva, como também afetam a vida particular das pessoas que nelas ou a
serviço delas vivem grande parte de seu dia. A cultura do diálogo pode ser efetivada como um
processo de comunicação organizacional, mediante a criação de uma cultura que se sustente,
seja transmitida e mudada pela interação social, cujas atividades baseiem-se na troca de
mensagens e na definição de significados. Vale lembrar que a interação entre membros de
uma organização é um dos pilares de sustentação de sua própria cultura.
Acredita-se que numa organização as relações dialógicas estabelecidas até
mesmo por meio de conversas informais sejam preciosas para construir interação entre
pessoas. O diálogo é entendido como alicerce de qualquer atividade profissional, pois este é
um processo contínuo e diário e ocorre pela via da linguagem verbal empregada em sua forma
oral em reuniões, entrevistas, avaliações individuais ou coletivas, em telefonemas ou em
plataformas avançadas de tecnologia de áudio. A comunicação interna é o universo onde tais
interações se manifestam e é um elemento essencial à existência e ao funcionamento de uma
organização.
Gerenciar e fortalecer uma organização implica ampliar oportunidades de
negócios por meio de estratégias de comunicação interna e externa, desde que esta comunicação
respalde os objetivos organizacionais de curto, médio e longo prazo. Caso o plano estratégico
estimule o diálogo no ambiente interno, esta será uma iniciativa que aproximará dirigentes e
funcionários.
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O mérito deste trabalho é apresentar um problema real existente há algum
tempo, cuja originalidade recai sob a ótica da oralidade e da comunicação organizacional, os quais
são temas pertinentes ao campo de pesquisa da autora. Em se tratando de um estudo inicial, tem
por meta expor primeiramente a situação-problema que ocorre nas empresas alvos desta análise.
Dentro do contexto focado venda é oralidade e pelo olhar da autora deste artigo este contexto foi
visto como uma fonte de dados. É possível uma visão mais abrangente da problemática
apresentada mediante seu desdobramento em novos estudos científicos com aplicação de uma
metodologia mais apurada.
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