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A OBSERVAÇÃO DAS INTERAÇÓES MÃE- FILHO NA CONSU LTA PlmI ÁTRICA: OS DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO<l) GIMOL BENZAQUEN PEROSAI'2J (Jl1il'usidade Estadual PQJlliSl(J o objetivo deste artigo é apresentar os desafios encontrados quando da operacionali7-1lção. em categorias descritivas, das trocas interativas entre mlle- filho durante a consulta pediátrica, tendo como pano de fundo as discussões recentes sobre os conceitos teóricos de interaçllo e de doenças psicossomáticas na intància. A produçllo de pesquisas em psicologia sobre intcração social lem sido muito intensa nos últimos anos, no cenário brasileiro e internacional. Uma revisão de duas revistas brasileiras de ampla circulação entre os psicólogos - Pó'ic%gia: Teoria e Pesquisa e Temas em Psic%gia -, nos anos de 1993 e 1994, mostraql.lC 13 publicações têm o temlO interaçao no título do trabalho!! vários outros o abordam. Nas décadas de 70 c 80, se cnCOlltravam várias publicações que discutiam a natureza e a funçllo da interação, criando desafios para a pesquisa e a aplicação. Em publicações nacionais, artigos preocupados com a vinculação do conceito teórico e sua operacionalização, assim corno os diferentes de recorte para captar o fenômeno (Carvalho, 1988; Dessen, 1994; Duran, 1987; Manurano, 1987 c Perosa, 1993). Outros trabalhos discutem a interdepen- dênciado processo interativo com outras aquisições humanas como a subjetivi- dade, a linguagem, o processo ensino-aprendizagem (Coelho. 1993; Arendt, 1993; Moro c Branco, 1993). E são vários os estudos que, ao lado das preocupa- ções de ordem teórica e metodológica, apresentam produção de dados. (Gil. 1993: Linhares e Maturano, 1994; Dessen e Aranha, 1994). Em sua grande maioria, os pesquisadores foram estudar a intcração nas escolas, na família. cm crcches e centros de reereaçllo. O fenõmenoda interação também eçorre em situaçãode atendimento em consultório. c é neste contexto que nos propomos a discuti-lo. ,,, rart< dts.1< lr;lb.l\)o foi 1\11 xxv Anu" da Sodeda.dc Bras,I.". de PsioolOli. oom " ,ltulo 11 Ohurw>çM"", I",ON'<;/!" di! üia"f'U P'q"""as t .. SIIuar;M dt 1IWJl.aç1k> AmbulatOl"JaI. A , • .....,.IU .. de.·.mu'IIl.lwuncuidadoso •• ,ugCS1ôc:.da hol' Dr*CChaMari. L.... daCOSUZ"""" •• q""m.gradccclTlOS Plicologia (/996). n O!

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A OBSERVAÇÃO DAS INTERAÇÓES MÃE-FILHO NA CONSU LTA PlmI ÁTRICA: OS DESAFIOS NA

CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO<l)

GIMOL BENZAQUEN PEROSAI'2J (Jl1il'usidade Estadual PQJlliSl(J

o objetivo deste artigo é apresentar os desafios encontrados quando da operacionali7-1lção. em categorias descritivas, das trocas interativas entre mlle­filho durante a consulta pediátrica, tendo como pano de fundo as discussões recentes sobre os conceitos teóricos de interaçllo e de doenças psicossomáticas na intància.

A produçllo de pesquisas em psicologia sobre intcração social lem sido muito intensa nos últimos anos, no cenário brasileiro e internacional. Uma revisão de duas revistas brasileiras de ampla circulação entre os psicólogos -Pó'ic%gia: Teoria e Pesquisa e Temas em Psic%gia -, nos anos de 1993 e 1994, mostraql.lC 13 publicações têm o temlO interaçao no título do trabalho!! vários outros o abordam. Nas décadas de 70 c 80, já se cnCOlltravam várias publicações que discutiam a natureza e a funçllo da interação, criando desafios para a pesquisa e a aplicação.

Em publicações nacionais, há artigos preocupados com a vinculação do conceito teórico e sua operacionalização, assim corno os diferentes tipo.~ de recorte para captar o fenômeno (Carvalho, 1988; Dessen, 1994; Duran, 1987; Manurano, 1987 c Perosa, 1993). Outros trabalhos discutem a interdepen­dênciado processo interativo com outras aquisições humanas como a subjetivi­dade, a linguagem, o processo ensino-aprendizagem (Coelho. 1993; Arendt, 1993; Moro c Branco, 1993). E são vários os estudos que, ao lado das preocupa­ções de ordem teórica e metodológica, apresentam produção de dados. (Gil. 1993: Linhares e Maturano, 1994; Dessen e Aranha, 1994). Em sua grande maioria, os pesquisadores foram estudar a intcração nas escolas, na família. cm crcches e centros de reereaçllo.

O fenõmenoda interação também eçorre em situaçãode atendimento em consultório. c é neste contexto que nos propomos a discuti-lo.

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No âmbito da Psicologia da Saúde,no trabalho conjunto com pediatras, seja esteclínico,depesquisaoudeformaçãodc novos pediatras, infOl1naçõesarespeito do processo interativo (te6ricase pr.Iticas) têm sido bastante solicitadas.

Os médicos têm apresentado a net:essidade de instrumentos de observa­ção e avaliação da relação mãe-filho parn poderem adequar as orientações pediátricas a cada caso (sejam elas alimentar, referentes ao sono, higiene ou mesmo medicamentosa), de acordo com as carncteristicas e O tipo de internção da díade. Nas consultasde puericultura, os médicos percebem que uma orienta­ção geral como, por exemplo, dizer a lima miie que ignore a birra, dificilmente será seguida numa diade cuja mãe não tem a menor toleráneia ao choro do filho e este saiba aproveitar-sediss.o.

Mas, é no caso das doenças psicossomáticas infantis, especialmente de bebes e crianças de até 3 anos de idade que mais se tem discutido o papel d a interaçãodasdíades,jáquealgumasteorias,comoseveráaseguir,consideram estas relações variáveis importantes no aparecimento das doenças.

O CONCEITO DE INTERAÇAo NAS TEORIAS PSICOSSOMÁTICAS

o qualificativo psicossomático tem sido utilizado para englobar os distúrbios mais diversos, desde que no sciode uma doença se possa descobrir um falOr psicológico causal ou rcacionai. Se a maioria das tcorias psicossomáti­cas postulam uma relação entrc eventos de vida (stress, choques ... )ea possibili­dade de adoecer; teorias mais espedficas declaram que cenas doenças somáticas estilo relacionadas a contlitos, estilos de personalidade,at itudese padrões de comportamento (Ongare, 1994).

Mas, o termo psicossomático também pode aparecer associado às conse­qüências somáticas de cenos disturbios de comportamento como O alcoolismo, tabagismocinclusiveàpropens.ãoaacidentesetraumatismosfisicos,próprios de certos estilos de vida (Jeammet, Rcynaud e Consoli. 1982).

A fim de delim ilaro lermo, neste trabalho, entende-se por doença psicos-somática:

"Todo disturbio somático que comporre. em seu determinismo. 11m fator psicológico infen'f!nienfe. nàu de modo contingente, como pode ocorrer em quolquer afecção, mas por uma contribuição essencial ii gênese da doença" (Jeammet, Reynaud e Consoli, 1982, p.205)

Essas manifestações somáticas podem ser puramente funcionais, como os distúrbios alimentares (vômitos, diarréias, cólicas) ou mani festações psicos-

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somáticas propriamente ditas, como a asma, eczemas, gastrites, nanismo psico­gênicoetc.

Essa definição de doença psicossomática pressupõe uma concepção de doença que comporta a determinação de fatores psicossociais na gênese dos distúrbios somáticos. Na medicina,desdeaAntigüidade eglpciae grega, convi­"em duas posições ideológicas diversas para explicar a etiologia das doenças. A primeira confere à doença uma existência autónoma, independente do organis­mo que a suporta, e seria causada pelo ataque de algum agente exterior. A outra considera a doença como uma reação do organismo e do indivíduo em sua tota­lidade a uma perturbação do equilíbrio, e seria causada por uma pluralidade de fatores interagindo entre si (genéticos, ambientais, psicológicos). Jeammet, Reynaud e Consoli (1982) esclarecem que sua concepção de doença não e de uma causalidade linear (micróbio externo ..... lesão), mas filiam-se a uma concepção multifatorial da doença.

Segundo Mazet (1988), nos últimos 20 anos a psicossomatica tem sido uma área de interesse Cúmum a pediatras e psicólogos. Por um lado, os pediatras tomaram-se mais sensíveis ao bem-estar psiCúlógico do bebê e à qualidade das trocas interativas; por outro lado, os psicólogos interessaram-se em observar diretamente as primeiras manifestações do "sofrimcnto psíquico" do lactente.

Os primeiros trabalhos de pediatras, especialmente os dos mmCl:ses, cen­tral izaram-se nas anorexias e nos dislÚrhiosdosono,em razão da evidência de fa­tores psicológicos em sua etiologia. Os psicólogos, geralmente de formação psicanalítica, iniciaram seus estudos com pacientes psicossomáticos adultos, ten­tando entender sua doença a partir da reCúnstrução de seu passado e de seu pro­cesso de cura, mas logo perceberam que era necessário observar diretamente a instalação das doenças nos primeiros anos de vida, em seu statllS na5cendi. O iniciador da observação direta da patologia psicossomática foi René Spitz.

Spitz (1987), num trabalho clássico publicado em 1954, utilizou-se, de modo sistemático, da observação direta do lactente e de filmes, para estudar o desenvolvimento psiquico precoce e sua relação com as doenças. Apesar de postular que os problemas psicossomáticos decorriam de intcrações mal suce­didas entre mãe e filho, focalizou seus estudos apenas nos comportamentos da mãe, suas atitudes para com a criança (rejeitante, ansiosa, agressiva, super­protctora) e observou, como conseqüência, a instalação de doenças psiCússo­máticas na criança.

Segundo Kreisler ( 1987), foram necessárias várias pesquisas c descober­tas sobre a competência do bebê para que trabalhos mais reCl:ntes se interessas­sem pela intcração propriamente dita (normal ou patológica) e sua relação com as doenças psicossomáticas. Estes trabalhos, além de apresentarem um interes-

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se por pesquisa. eram. muitas vezes, trabalhos clínicos de avalial=lio e mesmo intervenl=lio. com o objetivo de influir na interal=lio precoce para garantir a saúde mental futura da criança. Como exemplo. Fraiberg (1982) observou que crianças com até 36 meses de vida, filhos de miles depressivas ou psicó tieas, expostas a çomportamentos imprevisíveis e a situações de desamparo, inicia­ram.ao lado de problemas alimentare se gritos, umaesquivaaocontatoma temo (inclusiveovisual)totalmente inesperada para os padrões de desenv olvimento nesta Caixa etária. Um programa terapêutico de intervençlio nadiade, ou de afastamento da mãe çom substituiçlio do agente çuidador, reverteu vários dos quadrosapontadosçomopatológiços

Portanto, tanto pela inddência de çasos quanto pela importáneia da inter­vençllo precoce em momentos mais plásticos da vida, os vários profis sionais que atendem crianças pequenas interessam.sepelas primeiras interaçõe s.

Dos estudiosos da área. Krcis1cr (1987). da Escola Psicossomática de Paris, foi um dos primeiros a lentardescreveroque seriam inlerações saudáveis c patológicas.

Segundo ele. há três qualidades essenciais para que se possa falarem u m Cuncionamento interativo com boa resistência psicossomática: plenitude aCetiva, tlexibilidadeeestabil idade. Em suas palavras:

"A plenitude afe/i~a enriquece a relação por trldo que a mãe lraz de rique:wafetiva nus munipulaçiks. nn con­(exlo. no olhar. no acompanhamento vocal. Ajlex,-hilidude designa a adequação das respos{(Js da mãe às necessidades jisicase instintivas. ajustondo-seàs I'ílriaçõcs individUllis. A estabilidutle é a continuidade da relação com IIIIIa pessoa. n/os também a coerência temporal e espacial dos rilmos de vida e a regularidudf! dos comportamenlo.ç por parte das l'es.soasqlle cercam a criollço" (Kreisler. 1987, p.289),

Em çontraposiçlio, as interaçõcs que facilitam a instalação de doenças psicossomáticassãoainsuficiênciaesobrecargadeestimulaçlioeaincoerên. çia. Podem ocorrer interaçõcs nas quais mais de uma característica esteja pre­sente, mas parece que a característica predominante acaba detemlinando o tipo de patologia que se instala. As perturbações da interaçãopodem estar mais liga­das a fatores próprios da criallÇa (grande prematuridade. por exemplo). aos pais ou a umacombinaçoo dos tipos dc fatores.

A part irdadefiniçãode Kreisler(1987), Mazete Stoleru (1990), preocu­padosem observara interaçllo na clínica, propOem que as intcraçõespatoló­gicas possam ser categorizadas quanto a:

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a) quantidade de est imulação oferecida (carencia ou excesso); b) perturbações na reciprocidade ou c) fixações e regressões a padrões intcrativos incompatíveis para tal faixa etária.

Os autores esclarecem que se trata de conceitos relacionais, pois, uma mesma quantidade de estimulação pode ser excessiva para um belX, cujo nível de tolerância à estimulação é mais baixo, ou constituir-se numa hipoestimulação, para um belX mais apático. Assim, não é possível observar apenas a mic, mas é lambem observando as respostas do bebê e suas transaçÕtS que um excesso (ou falta) de estimulação poderá ser identificado.

Para q ue a estimulação possa ser adequada, é preciso que haja regulação, isto é, dccodificação dos sinais emitidos pelo outro e mudança de comporta­mento. A mãe, por exemplo, precisa identificar que o fechamento dos olhos, o desvio do olhar, o cnrijecimcnto e a expressão de tenslio (ou dc alivio) tem um valor de comunicação que demanda mudanças em seu comportamento. Final­mente, alguns padrões intcrativos aparentementc harmoniosos podem não ser adequados na cultura, para aquela faixa etária (Maret e Stoleru, 1990).

Frente a esses conceitos teóricos, considerou-se necessário criar um instrumento que permitisse o estudo das intcraçõcs c auxiliasse no trabalho clínico, na situação de consulta ambulatorial. lniciou-se com a operacionaliza­ção do conceito dc intcração.

TENTATIVA DE OPERACIONALIZAÇÃO DO CONCEITO DE INTERAÇÃO

Segundo Marturano (1987), para caplar os principios que regulam uma detenninada interação, no caso mãe-fi lho, o primeiro desafio consiste em orga­nizar os elementos observáveis que compõem a situação. Pane-se de uma representação conceituaI do funcionamento da diade na situação em estudo (mesmo que imprecisa), e ela é comparada e diferenciada de outras situaçõcs sociais onde ocorre o fenômeno.

A situaçlio de consultório, numa consulta médica pediátrica, comporta a obscrvação dessa interação, especialmente se a criança for pequena. É uma situação peculiar, pois acriança vem acompanhada por um elemento familiar(a mãe) e se depara com um estranhom (o médico), que conduzirá as atividades. Têm-se. então, três elementos presentes.

Do ponto de vista sistémico, dever-se-a considerar que se está frente a vários subsistemas (criança-mãe; criança-médico; médico-mãe) e que, portan-

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to, ocorrerão relações em subsistemas triádicos (Dessen, 1994). Residiam aqui do is grandes problemas em lidar com sistemas triádicos: I) a complexidade da análise de dados e, 2) a elaboração do sistema de categorias. Segundo a própria Dessen ( 1994), os pesquisadores dos grupos triádicos e poliád icos têm observa­do que, no momento atual, parece mais propicio um longo período de pré­observações e registros nllo s istemáticos, antes da tentativa de categorizar e quantificar.

A premência de ter algumas categorias operacionalizadas, por não se lra­tarapenas de um problcmadepesquisa, e a importância dedo is elementos- mãe e filho - em re lação ao terceiro - o médico -, no problema em questão. levou ii opção de colocar o foco de atenção na diade mãe-filho e incluir, sempre que necessário, a terceira pessoa na descrição dos comportamentos, acreditando que o médico certamente é um dos elementos reguladores da interação.

A consulta pediátrica tem uma estrutura com momentos bem marcados. Em um período de tempo de 20 a 30 minutos ocorre o exame clínico, o exame fis icoeaorientação.AsmetaseasfunçõcsdosparticipantessAodiversasnestes três momentos; no exame clínico a relação está mais centrada na díade mlle­médico e o objetivo é obter(e fornecer) o maior numero de informaçõcs, espe­cialmente verbais, sobre a criança; no segundo momento II relação em foco i: a criança-médico e a meta é obtcr (e fornecer) as informaçõcs corporais necessá­rias para o diagnóstico, com o menor sofrimento possível, por meio de exame tis ico;já no terceiro momcnto volta-se a priorizar a diade mãe-médico e o inte­resse está em orientar (e compreender) procedimentos a serem desenvolvidos posteriormente, sem a presença do médico. Há. ainda um momento em que a díademãe-criançaatuade fonna mais indepcndente: na hora de despi racriança para prepará-la para o exame e na hora de vesti-la.

As características apontadas acima criavam algumas situações peculia­rcsdepesquisa. Primeiro,pennitiam lraçar diferentes perfis interativos das dia­des usuárias do serviço. Segundo, possibilitavam que se testasse a regularidade das trocas interativas, comparando as características interacionais em três momentos diferentes da consulta, inclusive, em um deles, usua lmente, bastante carregado de tensão. que é o exame tisico. As estruturas semelhantes ainda permitiam comparar os dados da primeira consulta médica com a evolução das interaçÕCscmoutrasconsultassubseqUentes.

Para Marturano(1987), 0 segundo desafio que se apresenta ao pesquisa­dor consiste em operacionalizar os conceitos e as relações representadas no modelo. Para isto, é preciso construir categorias, explicitar os critérios util iza­dos e determinar o tipo de recorte para representar ° fluxo interativo. Em um primeiromomento,pensou-se emrecorreraesealasdeavaliaçãojâexistentes.

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Mazet (1993), preocupado em avaliar interaç6es no consultório, as~inala que o momento e de avaliações mais sistcmaticas, que permitam dados compa­ráveis. Para tanto, sugere a utilização de escalas de aval iação das in terações pre­coces. No entanto, ele faz algumas ressalvas quanto à sua ampli tude,já que na maioria das vezes as escalas foram elaboradas por clinicos que se aventuravam nessa áreadc pcsqui~a com objetivos específicos, o que restringe sua utilidade para situações novas. Cita, entre outras, a Escala de BrazeIton (Neonatal 8ehaviornl Assessment Scale) muito utilizada, mas restrita a bcbês no primeiro mês de vida, ou a GLOS (Greenspan Liberman Observation Scale), elaborada pelos dois pesquisadores que dão nome à escala, numa unidade de prevenção de famílias de alto risco, para analisar as relações contingentes entre o comporta­mento da mãe e do filho em situação de jogos livres. Mazet (1993), detem-se na Escala RAF (Reeherçhc Action-formation) de Bobigny. elaborada por uma equipe multiprofissional (pediatras. psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos) preocupada com ações preventivas em diades mãe-filho de risco psicossocia1. Essa escala foi concebida para ser usada em consultas pediátricas de 20 minu­tos, adaptada às diferentes idades dos pacientes, e serviu de modelo para o instrumento criado neste trabalho. Não foi utilizada na íntegra, pois vários comportamentos primordiais dependiam do cunho qualitativo do observador (exemplo: reciprocidade freqUente, rara, ausente) e não se tinha pistas de como haviam sido definidos pela equipe.

A inexistência de uma escala apropriada levou aconsultas cm trabalhos de pesquisa sobre interação, que se utilizaram de categorias observacionais para operacionalizar as relações m:ie-filho. Utilizaram-se os estudos sobre a dupla m:ie-filho no banho(So!i1to. 1972); sobre as imerações verbais da mãe, professo­ra e criança com atrasado descnvolvimcnto(Ramos, 1979 e Sígolo, 1994); sobre as interaçõcs adulto-criança e criança-criança em creche (Cerqueira, 1986 e Perosa, 1990), e sobre as intcrações mãe-criança prematura (Eizerik, 1986).

CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO

Em um primeiro momento, foram realizadas várias observaçõcs cursivas de consultas ped iátricas. a partir do momento cm que a díade entrava no consul­tório até sua saída. Dois observadores(alunos do 4" ano médico) registravam as seqüências Interativas das diades. Uma seqUência iniciava-se quando um dos elementos emitia um comportamento socialmente dirigido(4) ao parceiro e este emitia uma resposta contigua (Ilum intervalo aproximado de dez segundos). A seqüência mínima era de dois elos (emissão de um'" resposta do outro), mas os parceiros podssssiam alternar seus comportamentos em seqllências maiores

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Quando não havia uma emissão contígüa do parceiro, ou este iniciava Outrn atividade, encerrava-se a seqUência. Vários comportamentos in iciais nOO resultaramemseqllênciasinterativas.

Como se prctendia façilitar o registro das obselVações. para que o próprio pt:diatra-conssssssultantepudesseregistrarasseqUênciasinterativas,elaboraram­se listas de checagem a panirdas obselVações cursivas e arrolarnrn-se os comporta­mentos iniciais mais frcqüentes de cada elemento da díade, em cada um dos mo­mentos da consulta (exame clínico, exame tis ico, orientação - Vide Quadro I).

Mãe iniciadora Criança inidadora Momento: eume díniroeorienlllção Momento:examedínicoeorientaç-lo

• chamar para entrar • entrar espontaneamente

• empurrarepuxarparadentro • resistir-esconder-sclaganar-seàmãe

• acomodar no consultório • posicionar-se no consultório

• supelVisionar a cnança • aproximar-se da mlie, do médico

• oferccerobjetos • esconder-sedamlic,domédico

• tirnrobjetos • chamaratençãodamãe(falar)

• impedir manipulação de objctos • oferecerobjetos • falar com a criança

Momento: cume fisico Momento: exame fisicn

• levaraléamaca • iratéamaca

• tirnraspeçasderoupa • despir-se

• posicionar-se na hora do exame • permitir o exame

• sorrir • agarrar-se na mãe, cadeira ...

• explicar • olharparaamãe

• encorajar • chamar a mãe

• chantagear • chorar

• agredir (verbal ou fisicamente) • vestir-se

• limitar os movimentos

• colocaras peças de roupa

• imitar

• ajudar

• imitar

• ajudar

· ,i"~, Quadro I. Comportamentos !DIClaIS da mãe e do filho nos diferentes momentos da consulta.

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Cada comportamento inicial era seguido de alternativas de resposta do parceiro. Por exemplo:

Momeneo: exame tIsico. Ao choro da criança a mãe: a) olha b) se aproxima c) mantem contatos corporais (dá mão, acaricia, abraça ... ) d) tenea convencer verbalmente e) ameaça verbalmente f) intercede junto ao médico para acabar com o procedimento g) usa contenção fisica para que o eXJlllle continue h) não olha i) outros

Podiam ocorrer mais de um comportamento concomitante (olhar, aproximar-se) ou alguns comportamentos cm seqUência. O observador sinal i­zava qual deles havia ocorrido e, se era uma seqüência, os enumerava. Como um comportamento, por exemplo: choro, podia iniciar uma seqUência várias vezes durante o exame, havia um espaço dividido nas margens para registrar várias emissões de seqUências iniciadas por aquele comportamento.

Havia, ainda, a observação de três tipos de seqUências que pareciam ocorrer, independentemente do momento da consulta: imitar (emitir o mesmo comportamento do modelo); ajudar (fazer ou colocar à disposição do outro alguma coisa ou ação que ele precisasse para completar a atividade), e brincar (emitir simultaneamente ou su~ssivamente açôes acompanhadas de risos, olhares e toques).

As listas de comportamentos foram testadas pelos estudantes do quarto ano médico e, com base em suas observações e registros, elaboraram-se as categorias de análise.

Os comportamentos observados e registrados deveriam prestar-se à comparação entre as diversas díades ou os diferentes momentos da consulta e, para tanto, foram agrupados segundo os critérios apontados por Kreisler (1987), Mazet e Stoleru (1990): a quantidade de estimulação, o prazer no conta­to, a reciprocidade, a flexibilidade e a adequação do padrão à etapa do desenvol­vimento.

A quantidade de estimulação oferecida era obtida pelo número de inicia· çõcs de cada um dos participantes, assim como pela qualidade da iniciação (coercitiva e não coerâtiva). A não coercitiva ocolTia quando a mãe incentiva­va, sugeria, convidava ou ajudava fisicamente a criança a realizar a atividade

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(entrar na sala, despir-se, abrir a boca) ou quando a crian'r3 pedia, apontava, solicitava com o olhar, A iniciação coercitiva ocorria quando a mãe impedia a rea1i7..ação, forçava fisicamente, ameaçava verbalmente, ou quando a criança chorava, puxava, criava situaç1'les perigosas para obter atenção.

O prazer no contato era avaliado pela proporção de trocas cm que houvesse sorrisos, beijos, caricias, elogios, verbalizações afctuosas, em oposi­ção a resrrições fisicas, choro, agressões (verbais c fisicas), verbaliza çôes depreciativas, chantagens.

A reciprocidade, por sua vez, podia ser medida pela proporção de inicia­çõcs oonseqUenciadas pelo parceiro em relação ao total de iniciações, levando­se cm conta a imcdiaticidade destas últimas (prontamente ou com demora).

Aqui também computou-se a proporção de situações em que houvesse seqüêneias de comportamentos com um objetivo comum, em oposição aos conflitos e atividades paralelas. Por objetivo comum consideraram-se as seqüências de comportamentos nas quais ambos os parceiros estavam engaja­dos na mesma atividade, como as imitaçõcs, as ajudas, as brincadeiras e as ordcnsc imperativos verbais aceitos pelo parceiro.

Para Kreisler( 1987),além da reciprocidade era preciso que as interações tivessem flexibilidade; o parceiro não apenas respondia, mas adequava sua resposta, e, dependendo do comportamento do outro, modificava o objctivo ou a forma de contato. Havia mães que, frente a resistêneiado filho para e ntrarna sala ou submeter-se ao exame tisico, empurravam a criança, forçavam-na a permanecer na maca, apesardeslas tentat ivas, muitas vezes, parecerem resultar em insucessos

A flexibilidade era avaliada pela proporção de interações em que o parceiromudavaocursodarcspostaapartirdaaçãodooutroelemento,ao invés de perseverar. (Exemplo:mãcsentacriançanüeolo-criançachora-rnãe coloca no chão). Paracaptaraflexibilidadeera necessárioobservarseqOê ncias de mais de dois elos.

Finalmente, avaliava-se se a interação observada era adequada ou não, para a faixa etãria observada. Para isto, tomaram-se como referência as cs calas de desenvolvimento disponíveis (Brunet e Lizine, 1981; Frankenburg, Fandal, Kasur, Cohrs, 1975), especialmentc no que toca ao sistema social-pessoal ou dependência-independência.

Um mesmo comportamento recebia ,'árias leitur<l-S, dcpcndendodo crilé­rio de categorização priorizada

O instrumento ainda está sendo testado empiricamente e reavaliado, no entanto, já se pode perceber alguns de seus limites e vantagens e, principal­mente, pode--se retomar a questão a respeito da validade da observação de int.eraçõcsemconsullÓrio.

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Diseutindo o instrumento A primeira pergunta é: as observações refletem mesmo a interação inter­

pessoal? A operacionali7.ação feita retrata o conceito de interação, confomle ele é concebido teoricameote?

Segundo Carvalho (1988), enquanto categoria descritiva, qualquer crité­rio de definição é arbitrário e igualmente aceitável, desde que bem explicitado, mas isto não implica que qualquer definição refira-se à interação enquanto cate­goria teórica. No caso deste estudo, além de toda a produção sobre o conceito na área da psicologia e as di ficuldades quanto à sua definição (perosa, 1993), havia uma conceituação teórica da área da Psicossomática Inrantil.

Tanto a produção exclusivamente psicológica quanto li psicossomática parecem destacar o critério da reciprocidade e flexibilidade , Os dados coletados mostram que houve problt:mas quaoto ii. avaliação da flexibilidade . A flexibili­dade impõe um recorte da observação em episódios, para que se possa captar o controlccntre parceiros. A dificuldadcdc rcalizaruma obscrvaçãoeursiva limi­tou o fluxo interativo disponível para a análise. Foi preciso ater-se a seqüências de doisou de no máximo três elos. Além desta limitação, ficar restrito a listas de comportamcntos, se por um lado pelTllitiu o registro por um grande número de clínicos que atendem consultas, por outro, levou ii. perda de uma série de com­portamentos e situações nllo esperadas, que por ventura ocorreram na consulta.

Com re1açao à reciprocidade, os dados empíricos mostraram que foi possível caracterizar sua ocorrência e, o estilo de cada díade. Certamente, observações mais detalhadas (gestuais, mímicas, de proximidade) ocorrerão quanto mais se burilar o instrumento e os observadores, mas os resultados até agora obtidos permitem acreditar que se captou muitos comportamentos social­mente dirigidos e conseqüenciados por um parceiro.

A segunda pergunta é quanto ii. validade. Será esse segmento interativo, observado em consultório,é representativo do tipo de interaçõcs que esta diade mantém no cotidiano?

Marturano (1977) já havia demonstrado que a interação mãe-filho em situação alimentar variava, quando a diade era observada em casa ou no laborató­rio, principalmente se as alÍvidades nas duas situaçõcs diferissem muito. Ramos (1979)e Sigolo (1994) também demonstraram que os comportamentos das día­des observadas eram bastante influenciadas pelo contexto no qual ocorriam as in­teraçôes, na escola ou em casa, na situação alimentar, banho ou brinquedo.

Entretanto, esses mesmos pesquisadores perceberam que haviam pecu­liaridades nas díades que se mantinham mesmoem diferentes situações. Sigolo (1994), por exemplo, notou tipos e funções diversas de diretividade nas diades por da estudadas: uma que favorecia a independência, outra que fortalecia o

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comrortamentodependentedacriançaeoutraquecompensavaumrepertório limitado. Eram estilos que se mantinham em todas as situações

Essas particularidades na organização e funcionamento das diades pareccm ocorrcr muito precocemente. Ross (1982), avaliando crianças de 2 anos em situaçõe~ dejogose conflitos, observou que a~ repetidas experiências davam à díade um perfil próprio, e Perosa (1992), observando crianças por volta de 1 ano, confinnou as características pessoais das diades de crianças, quanto a fonnade funcionamento, organização e distribuiçào de papeis.

Branco( 1993)afirmaque a visão sistêmicado desenvolvimento humano parte do pressuposto da existência de regularidade e dc uma organização própria nos processosinterativos. Éaerençanestaregularidade, referendada pelos dados de pesquisa citados acima, que p<:mlitem supor que o recorte colhido no Ç()nsultóriopossa ser representativo da ronna usual de funciona­mento desta díade. Mais dados empíricos, no entanto, sãonecessãrios para avaliar,porexemplo,opotencialreguladordomediconasituaçãoernquestão.

Finalizando, a utilização de eategorias elaboradas a partir de registros obseniacionais, mesmo que ainda em fase incipiente da pesquisa, pareee estar confcrindoobjetividade a interpretação das internções mãe-filho pel osdiferen­tcs profis.sionais (pediatras, psicólogos, psiquiatras) que têm d iscutido, nesse serviço, as doenças psicossomãticas infamis.

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