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ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

Reunião Cientifica “A NOVA NR 01 - Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho. As Repercussões para a Medicina do

Trabalho.” São Paulo, 21 de julho de 2014

Gilmar da Cunha Trivelato

Pesquisador Titular

FUNDACENTRO

A nova NR 01 – Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho

A nova NR 01: antecedentes

• 1994 –

– NR 09 (PPRA) – limitada a riscos relacionados a agentes físicos, químicos e biológicos, mas inicialmente concebida com NR 06 – Controle de Riscos

– NR 07 (PCMSO) – Controle médico da saúde dos trabalhadores (vigilância?) desvinculada da gestão de SST


Problemas após 1995 • Ausência de tradição de gestão sistematizada de SST +

cultura de “elaboração de laudos” • Falta de modelos ou exemplos adequados para a

gestão sistematizada • Falta de harmonia conceitual e conflito de abordagens

entre as NRs • Adoção de sistemas de gestão voluntários com foco em

acidente de trabalho, saúde dos trabalhadores em plano secundário.


Primeira versão – NR 35

• Norma sobre Sistema de Gestão de SST

• Desistência da NR de Sistema de Gestão e proposta de alteração da NR 01 (aspectos gerais da prevenção em SST)

A nova NR 01: elaboração

• Foi criado um GET – Grupo de Estudo Tripartite para essa finalidade (rever a NR 01)

• O GET discutiu e fez sugestões sobre aspectos críticos da gestão de SST

• Definiu-se um grupo técnico (GT) governamental para elaboração do texto básico (em fase de conclusão dos trabalhos)

A nova NR 01: sumário

1. Objetivo e aplicação

2. Definições básicas

3. Prevenção em SST

3.1 Organização para a prevenção em SST

3.2 Avaliação de riscos

3.3 Eliminação e redução de riscos

3.4 Acompanhamento, medição de desempenho e revisão das ações preventivas


4. Documentação

5. Obrigações dos empregadores

6. Participação dos trabalhadores

7. Preparação para emergências

8. Acompanhamento da saúde dos trabalhadores

9. Análise de acidentes e agravos à saúde dos trabalhadores


10. Relações contratante e contratadas

11. Capacitação de trabalhadores

12.Trabalhadores com deficiência, reabilitados, readaptados ou em situação de maior vulnerabilidade

Glossário e definições

A nova NR 01: referências

Referências para a elaboração do texto

• Diretiva Europeia e normas nacionais de países membros

• VPP (OSHA) – Programa de Proteção Voluntária

• Normas ou guias sobre sistemas de gestão (OIT, HSE, ISO 31000, BS 8800 e OHSAS 18001)

• Literatura atualizada sobre gestão de riscos / gestão de SST

A nova NR 01: desafios

Desafios a serem superados

• Compatibilizar a revisão da NR 01 com a revisão da NR 15

• Considerar possíveis sobreposições com a NR 09 e NR 07

• Levantar conflitos com as demais NRs

• Proposta: NR 01 deverá prevalecer sobre as demais

A nova NR 01: conceitos e princípios

• Risco – Possibilidade de ocorrer danos

– Estimado em termos da combinação da probabilidade e severidade do dano

• Fonte de risco (dá origem a riscos, equivalente a “perigo“ em algumas situações)

• Abordagem preventiva gradual (tier approach)

• Hierarquia de medidas de controle: evitar, eliminar e reduzir riscos

A nova NR 01: conceitos e princípios

Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho

Fonte(s) de risco Evento perigoso

Exposição / carga excessiva

Dano ou agravo à saúde (desfecho)

Prevenção Primária (prevenção de eventos)

Prevenção Secundária (minimizar danos)

Prevenção Terciária (reparar ou mitigar danos)

Evento(s) Consequência(s)

A nova NR 01: conteúdo

Objetivos:

• Estabelecer as disposições gerais e os requisitos mínimos para prevenção em segurança e saúde no trabalho, de forma a eliminar e reduzir os riscos à saúde e integridade física e moral dos trabalhadores.

• Secundário: Ser a referência para a revisão ou elaboração das demais NRs


Aplicação

• Todas as organizações, mas considerando as especificidades de micro e pequenas empresas

• Todos os tipos de riscos à segurança e saúde dos trabalhadores.


Estrutura organizativa • Responsabilidade geral – do empregador • Atribuições e responsabilidades • Recursos humanos, técnicos, materiais e

financeiros • Documentação • Formação e capacitação de todos os envolvidos • Consulta, comunicação e participação dos

trabalhadores


Processo de prevenção

• Consulta e comunicação

• Avaliação de riscos

• Eliminação e redução de riscos: elaboração e execução de um plano de prevenção

• Acompanhamento , medição de desempenho e revisão das ações preventivas (melhoria contínua)


Avaliação de riscos • Considerar todos os riscos (pode ser realizada por

tipos de riscos e em diferentes momentos mas, no final, deve ser feita a integração de dados)

• Abordagem gradual com ênfase na prevenção • Estimativa do riscos em termos da probabilidade

e severidade dos danos, definindo classes de riscos

• Classificação dos riscos e priorização de ações preventivas


Alternativas de estimar o risco

• Utilização de fórmulas matemática: R = f (P,S), atribuindo-se valores a P e S

• A gradação de P e S pode exigir critérios e procedimentos diferenciados para cada tipo de risco, que podem ser – Qualitativos (categorias em uma escala)

– Semi-quantitativos (ex. faixas ou bandas)

– Quantitativos


Classes de riscos (podem ser adotados termos equivalentes)

Muito alto

– O trabalho não deve ser iniciado ou continuado até que sejam adotadas medidas que eliminem ou reduzam o risco,

Alto – Situações novas: não iniciar o trabalho – Em andamento: adotar medidas imediatas que eliminem ou

reduzam o risco, priorizando-se medidas de caráter coletivo. – Medidas complementares em tempo definido.

Moderado – garantir a manutenção e eficácia das medidas de prevenção

existentes

Baixo – manutenção das condições de trabalho e as medidas de prevenção

existentes.

20

Exemplo de Matriz de Risco (4x4) baseada na conformidade legal

B

B

B

B

M

M

M A

M

MA

B

B

A

4

4

3

3

2

2 1

1

A

P

s Classificação do RISCO: B= Baixo M= Moderado A= Alto MA = Muito alto

PROBABILIDADE

S E V E R I D A D E

Define o nível de risco

M

M

21

Outro exemplo de Matriz de Risco (4x4) Com critérios mais restritivos

B

B

B

B

M

M

M A

M

MA

B

B

A

4

4

3

3

2

2 1

1

A

P


PROBABILIDADE

S E V E R I D A D E

A A

Define o nível de risco

22

Outro exemplo de Matriz de Risco (5x5)


S E V E R I D A D E

B

B

B

B

M

M

M A

M

A

A

MA

MA

MA

MA

A

MA

B

B

A

MA

5

5

4

4

3

3

2

2 1

1

A

A

A

M

P

PROBABILIDADE


Algumas novidades

• Empregador pode conduzir a prevenção, recorrendo-se a especialistas apenas quando necessário (mediante capacitação e orientação)

• Empresas ou organizações sem fontes de riscos específicos (declaração simplificada da condição)


Plano de Prevenção

• Estabelecimentos de baixo risco / sem fontes de risco – adotar medidas gerais de prevenção, conforto e bem estar dos trabalhadores + controle médico (sem exames específicos)

• Estabelecimento com riscos importantes – Plano de prevenção com medidas específicas para evitar, eliminar e reduzir os riscos



• Ações para evitar, eliminar ou reduzir riscos contemplando

– Riscos existentes (eliminar ou reduzir – aplicar hierarquia das medidas de controle)

– Riscos novos (em caso de mudanças ou introdução de novos processos,etc.)

• Preparação para Emergências



• As medidas preventivas devem ser prioritariamente de caráter coletivo e implementadas dentro de períodos de tempo definidos, não sendo permitidas formas de proteção baseadas exclusivamente em uso continuado de Equipamentos de Proteção Individual.



• Formação e informação / ação de comunicação

• Acompanhamento e ação corretiva – Acompanhamento das condições de trabalho

(inspeções, monitorações das exposições, etc.

– Acompanhamento da saúde dos trabalhadores

• Avaliação do desempenho e melhoria contínua


Acompanhamento da saúde dos trabalhadores Objetivos:

– rastrear e detectar precocemente doenças profissionais – subsidiar medidas preventivas adicionais; – rever as medidas preventivas – definir a aptidão de cada trabalhador para exercer suas

funções com o objetivo primordial de adaptar o trabalho ao trabalhador;

– subsidiar epidemiologia e estatísticas coletivas – Indicar afastamento da situação de exposição ou do

trabalho e correções necessárias – notificações de agravos à saúde

Exigirá revisão da atual NR 07.


Documentação • Manutenção de todos os documentos (registros ou

relatórios, planos, etc.) • Documentação pode ser eletrônica • Documento síntese (DS) – integrador de informações

– caráter administrativo e fiscal – conteúdo básico (informações gerais da empresa,

processo de trabalho, inventário de riscos e medidas preventivas adotadas)

– Deve estar baseado em documentação específica, quando aplicável

– Cogita-se de integrá-lo à plataforma e-Social.


Documentação • suficiente para a elaboração de quaisquer outros documentos

para fins trabalhistas, previdenciários, judiciais e atuariais

• Poderão ser aceitos pela fiscalização formas alternativas de documentação relativa a gestão, avaliação e eliminação ou redução de riscos, desde que seja comprovada sua equivalência

– utilização substitutiva de documentos equivalentes provindos de Sistemas de Gestão voluntários


Documentação

• Quando o local de trabalho não envolver fontes de risco, e desde que forem adotadas as medidas preventivas gerais de ordem, limpeza, segurança e conforto, o Documento Síntese pode ser limitado a declaração dessa situação pelo empregador.

• (por analogia isso pode se aplicar a sub-unidades similares de um estabelecimento)


Tópicos especiais

• Relação entre contratantes e contratadas

– prevenção é responsabilidade primária do proprietário da fonte de risco/do risco

– Comunicação e cooperação

• Micro e pequena empresa – flexibilização na forma, mas não no conteúdo da prevenção


Próximas etapas

• Receber e analisar as sugestões recebidas no processo de consulta pública.

• Redação do texto a ser submetido à CTPP, com paralela à revisão da NR 15/ NR09

• Elaboração de guias e modelos (a serem lançados junto com a norma)

• Ajuste das demais NRs ao conteúdo da NR 01

Obrigado pela atenção

Contato:

[email protected] ou

[email protected]

mailto:[email protected]

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