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M M M A A A T T T E E E R R R I I I A A A L L L D D D I I I D D D Á Á Á T T T I I I C C C O O O P P P E E E D D D A A A G G G Ó Ó Ó G G G I I I C C C O O O A MÚSICA NAS A MÚSICA NAS A MÚSICA NAS A MÚSICA NAS SÉRIES INICIAIS SÉRIES INICIAIS SÉRIES INICIAIS SÉRIES INICIAIS DO DO DO DO ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL AUTORA: KARINA FONTANELLA GÓSS CAMARGO ORIENTADORA: JUCIANE ARALDI

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A MÚSICA NAS A MÚSICA NAS A MÚSICA NAS A MÚSICA NAS

SÉRIES INICIAISSÉRIES INICIAISSÉRIES INICIAISSÉRIES INICIAIS DODODODO

ENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTAL

AUTORA: KARINA FONTANELLA GÓSS CAMARGO

ORIENTADORA: JUCIANE ARALDI

MMMAAATTTEEERRRIIIAAALLL DDDIIIDDDÁÁÁTTTIIICCCOOO PPPEEEDDDAAAGGGÓÓÓGGGIIICCCOOO PPPAAARRRAAA OOO CCCUUURRRSSSOOO DDDEEE FFFOOORRRMMMAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDEEE DDDOOOCCCEEENNNTTTEEESSS EEEMMM NNNÍÍÍVVVEEELLL MMMÉÉÉDDDIIIOOO

A MÚSICA NAS SÉRIES INICIAISA MÚSICA NAS SÉRIES INICIAISA MÚSICA NAS SÉRIES INICIAISA MÚSICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTALDO ENSINO FUNDAMENTALDO ENSINO FUNDAMENTALDO ENSINO FUNDAMENTAL

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KARINA FONTANELLA GÓSS CAMARGO PROFESSORA DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ

JUCIANE ARALDI PROFESSORA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA DA UEM –

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

2008

SUMÁRIO

O PROFESSOR UNIDOCENTE ......................................................................................................................................................4 A MÚSICA E A CRIANÇA ..................................................................................................................................................................8

A MÚSICA NA ESCOLA ....................................................................................................................................................................10

ENSINANDO MÚSICA .............................................................................................................................................................................13

PREPARAÇÃO .....................................................................................................................................................................................15

Exercícios de preparação .................................................................................................................................16

CONCEITOS MUSICAIS: OS ELEMENTOS DO SOM E DA MÚSICA ...........................................................19

Intensidade e Dinâmica ...........................................................................................................................24

Timbre e Instrumentos ...........................................................................................................................30

Altura, Melodia e Harmonia ....................................................................................................................38

Densidade e Orquestração ......................................................................................................................46

Duração e Ritmo .......................................................................................................................................48

REFERÊNCIAS ICONOGRÁFICAS .............................................................................................................................................56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................56

O PROFESSOR O PROFESSOR O PROFESSOR O PROFESSOR

UNIDOCENTEUNIDOCENTEUNIDOCENTEUNIDOCENTE

5

O PROFESSOR UNIDOCENTE

O professor unidocente é aquele professor que atua na

educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental, e que

tem a tarefa de ensinar os conteúdos de todas as disciplinas

previstas na lei, inclusive o ensino da música, que se tornou

obrigatória a partir deste ano pela lei nº11769. Levando em conta a

não especificidade como professor de música do aluno do curso de

formação de docentes, é necessário contribuir com o entendimento e

desmistificar alguns conceitos sobre a função da música nas séries

iniciais do ensino fundamental. Pensando em auxiliar o professor de

arte que trabalha com a formação de docentes em nível médio, que

esse material foi desenvolvido.

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Para iniciar o professor deverá buscar diagnosticar qual a vivência musical; escolar ou fora

dela; dos futuros professores unidocentes, questionando-os:

Como e com que freqüência você ouve música?

A música esteve presente na sua infância? De que maneira?

Você tem lembrança quais eram as canções que ouvia ou

cantava com mais freqüência na sua infância? Faça uma lista

das músicas e das brincadeiras cantadas que você lembrou,

depois compare com as listas dos seus colegas.

E na escola, como foi sua vivência com a música? Você teve

aula de música na escola? Se a resposta foi positiva, como foi essa experiência musical?

7

Após o diagnóstico, é importante fazer uma reflexão

das respostas dadas.

Porque você gosta de ouvir esse tipo de música e não outro?

Você acha que se fosse perguntado a um jovem americano, chinês...;

que está estudando para ser professor como vocês; teria a mesma

resposta? Por quê?

Você acredita que a sua experiência com a música foi de boa qualidade? Por quê?

Como professor, você gostaria que os seus alunos aprendessem música da mesma forma que você? Por quê?

Outro diagnóstico importante a ser feito com os alunos, antes de buscarmos alguns autores para

fundamentar sobre a relação da criança com a música, e a importância desta estar inserida no contexto

escolar; é procurar saber qual a opinião dos alunos da importância da música na formação do ser humano, e

quais suas concepções sobre o ensino da música na escola.

8

A MÚSICA E A A MÚSICA E A A MÚSICA E A A MÚSICA E A

CRIANÇACRIANÇACRIANÇACRIANÇA

9

2 – A MÚSICA E A CRIANÇA

Segundo Brito (2003, p. 35) nosso contato com os sons, começa dentro

do útero, ouvindo os sons do corpo de nossa mãe, desde a sua respiração até

sua voz. Após o nascimento, o envolvimento com os sons continua

permanentemente desenvolvendo a musicalização, de forma espontânea e

intuitiva, devido à grande quantidade de sons e de músicas que se ouve

diariamente.

Os bebês e as crianças interagem permanentemente com o ambiente sonoro que os envolve e – logo – com a música, já que ouvir, cantar e dançar são atividades presentes na vida de quase todos os seres humanos, ainda que de diferentes maneiras. Podemos dizer que o processo de musicalização dos bebês e crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música. Nesse sentido, as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoro-musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculos fortes tanto com os adultos quanto com a música (BRITO, 2003, p. 35).

A criança é um ser “brincante” e, brincando, faz música, pois assim se relaciona com o mundo que descobre a cada dia. Fazendo música, ela, metaforicamente, “transforma-se em sons”, num permanente exercício: receptiva e curiosa, a criança pesquisa materiais sonoros, “descobre instrumentos”, inventa e imita motivos melódicos e rítmicos e ouve com prazer a música de todos os povos (BRITO, 2003, p. 35).

SUGESTÃO DE LEITURA SUGESTÃO DE LEITURA SUGESTÃO DE LEITURA SUGESTÃO DE LEITURA

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil. São Paulo: Peirópolis,2003.

JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. São Paulo: Scipione, 1997.

“ACERVO DA BIBLIOTECA “ACERVO DA BIBLIOTECA “ACERVO DA BIBLIOTECA “ACERVO DA BIBLIOTECA

DO PROFESSOR”DO PROFESSOR”DO PROFESSOR”DO PROFESSOR”

10

A MÚSICA NA A MÚSICA NA A MÚSICA NA A MÚSICA NA

ESCOLAESCOLAESCOLAESCOLA

11

A MÚSICA NA ESCOLA

A função da música na escola não é formar músicos, instrumentistas, cantores; mas sim desenvolver

aspectos de vivência e sensibilização sonora, diante do nosso vasto e rico mundo musical.

Não basta ouvir, é preciso “escutar”. Ouvir todos nós ouvimos, desde que não tenhamos problemas com o

nosso aparelho auditivo; agora para “escutar”, além de um ouvido, precisamos de

interesse, atenção e conhecimentos.

O ensino de música na educação básica deve envolver atividades variadas,

explorando diversas possibilidades para a formação musical do educando. O processo

de aprendizagem pode ser mais rico quando baseado em tarefas como a apreciação, a

execução e a criação.

As aulas de música na escola devem envolver práticas que vão além do “cantar e tocar instrumentos de percussão”. A audição é essencial na formação musical do aluno, apresenta-se como base e inspiração para que ele vivencie sua prática de execução musical de forma ampla, explorando novos materiais e novas idéias. Além

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disso, torna-se um subsídio para o momento da composição, onde os alunos são convidados a criar e a se colocarem nas músicas. Para que essas formas de convivência com a música – execução, audição e criação – aconteçam de forma satisfatória, é importante que o professor apresente propostas e materiais diversos. (ARALDI, FIALHO E DEMORI, 2007, p. 97).

O professor poderá estar atento às iniciativas de expressão musical das crianças. Mesmo que não consiga

atingir um padrão de afinação, deve ser incentivada e elogiada, pois, à medida que as atividades musicais

desenvolverem-se na sala de aula, a criança construirá o seu conhecimento em música e poderá deixar a forma

espontânea de se expressar musicalmente, sem traumas ou rótulos pejorativos que poderão carregar por toda a

vida.

Pesquisas sobre a música e a criança, mostram que ela já com um repertório sonoro e musical apreciado no

seu dia a dia, por meio da natureza, em casa com os pais e com as mídias; e sabe muito bem utilizar-se desse

conhecimento como recurso para se expressar e se comunicar. É importante que o professor não desconsidere

essa cultura musical pré-escolar dos alunos, e sim busque aliá-los aos conhecimentos que tem intenção de

ofertar dentro da escola para que a criança continue, e até melhore sua forma de expressar-se.

13

ENSINANDO ENSINANDO ENSINANDO ENSINANDO

MÚSICAMÚSICAMÚSICAMÚSICA

14

ENSINANDO MÚSICA

Essa proposta traz algumas possibilidades para o

trabalho com música na escola. O intuito não é oferecer

receitas prontas, mas sugestões. Cabe ao professor adequar

cada atividade de acordo com a sua metodologia e sua

clientela, dando ênfase em alguma atividade, mudando a

seqüência ou excluindo algumas delas.

A proposta tem como finalidade desenvolver a percepção

sonora e a sensibilização musical do aluno. Essa sensibilização

deve ter como ponto de partida a vivência musical, e dela se

chegar aos conceitos, ou seja, da prática para a teoria.

A ênfase temática deste material didático concentra-se

em atividades para desenvolver o conhecimento sobre os

elementos básicos do som e da música.

Dica:

Segundo Brito (2003, p. 58), o trabalho com a música no cotidiano escolar, deve utilizar atividades como:

� trabalho vocal; � interpretação e criação de canções; � brinquedos cantados e rítmicos; � jogos que reúnam som, movimento e

dança; � jogos de improvisação; � sonorização de histórias; � elaboração e execução de arranjos

(vocais e instrumentais); � invenções musicais (vocais e

instrumentais); � construção de instrumentos e objetos

sonoros; � registro e notação; � escuta sonora e musical: escuta atenta

e apreciação musical; � reflexões sobre a produção e a

escuta.

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PREPARAÇÃO

É importante, sempre que for trabalhar com música fazer

uma preparação com exercícios de alongamento, de respiração e de

aquecimento vocal.

Da mesma forma que um atleta, se prepara fazendo um

aquecimento antes de jogar para prevenir e até evitar alguma lesão

que possa prejudicar e comprometer sua carreira; ao utilizar a voz,

é fundamental que se faça uma preparação de todo o corpo,

prevenindo e evitando lesões que comprometam a saúde vocal e o

desenvolvimento musical da criança. Os exercícios preparatórios

abaixo foram transcritos das aulas do curso específico de arte do

PDE 2008.

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EXERCÍCIOS DE PREPARAÇÃO

Segue alguns exemplos de exercícios para preparar o corpo e

a voz para cantar ou participar de atividades que envolvam a

musicalização:

Em pé, soltar as articulações fazendo movimentos giratórios,

horários e anti-horários, com cada uma delas, começando

pelos pés, e ir subindo, tornozelos, joelhos até chegar à

cabeça. Em seguida se sacudir como um cachorro molhado.

Espreguiçar-se como um gato.

Com as pernas afastadas, flexionar o joelho direito, baixando

o corpo sem chegar ao chão, deixando a perna esquerda

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esticada. Trocar, esticar a perna direita e flexionar o joelho esquerdo. Repetir três vezes para cada lado.

Movimentar a cabeça em todos os sentidos, repetindo três vezes cada movimento: para cima e para baixo;

pra esquerda e pra direita; olhando para frente deitar a cabeça no ombro esquerdo, depois no direito; girar a

cabeça no sentido horário, depois no anti-horário.

Em pé, com as pernas um pouco afastadas, enquanto inspira ir deixando cair bem devagar, a cabeça, os

braços, a coluna, vértebra por vértebra. Subir devagar, começando pela coluna, vértebra por vértebra, até a

cabeça, soltando o ar em FFFF. Repetir o exercício e soltar o ar SSSSS, depois em XXXXX.

Inspirar levantando os ombros ao máximo. Soltar os ombros e o ar rapidamente em AAAAAHHHHH! Repetir

três vezes.

Inspirar profundamente, procurando utilizar toda a capacidade pulmonar, segurar um pouquinho a respiração,

depois ir soltando o ar devagar. Fazer esse exercício com as mãos na cintura torácica para sentir as

sensações corporais da respiração.

Inspirar profundamente, deixar o ar sair naturalmente bem devagar em SSSS, XXXX, FFFFF, enquanto o

professor vai contando o tempo. Esse exercício visa o controle da saída do ar com o apoio do diafragma,

deixando o ar sair livre sem sobrecarregar as pregas vocais. Ao repetir o exercício, o aluno deve tentar

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aumentar o seu tempo de expiração, preparando o cantor para não ficar sem fôlego nas músicas com frases

longas.

Repetir o exercício anterior, na hora que o aluno achar que o ar acabou fazer uma pressão no abdômen, para

esvaziar bem o pulmão.

Inspirar profundamente, ao soltar o ar da mesma forma do exercício anterior, intercalar com pressões no

abdômen, ao longo da expiração, para aumentar a pressão da saída de ar. Esse exercício serve para cantar os

sons mais intensos (fortes) da música.

Com a boca fechada, soltar o ar buscando apoio no diafragma, fazendo os lábios vibrarem, fazendo um som do

motor. Peça que os alunos emitam o som do motor em diferentes alturas, passeando entre os graves e os

agudos.

Repetir o exercício anterior, só que ao invés de vibrar os lábios, vibrar a língua, com a boca semi-aberta.

Com a boca fechada, imaginar que esta comendo um brigadeiro grande delicioso. Ao mesmo tempo em que

mastiga, emita sons de satisfação prolongados, como: HUMMM! A boca deve estar sempre cheia, cuidar para

o som não sair anasalado. Tente sentir a vibração produzida em todas as regiões da cabeça.

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CONCEITOS MUSICAIS: OS ELEMENTOS DO SOM E DA MÚSICA

“Falar sobre os parâmetros do som não é, obviamente, falar sobre música! As características do som não

são, ainda, a própria música. Mas a passagem do sonoro ao musical se dá pelo relacionamento entre sons (e seus

parâmetros) e silêncio”, (BRITO, 2003, p. 26). Para trabalhar com a música na escola é fundamental conhecer

esses componentes do som, como eles podem ser organizados no tempo e como é a relação dentro da música.

O quadro ao lado vem

facilitar a visualização dessa

relação, que também está será

abordada no decorrer do texto

desse material.

ESQUEMAESQUEMAESQUEMAESQUEMA

ELEMENTOS DO SOM ELEMENTOS DA MÚSICA

ALTURA

MELODIA/HARMONIA

DURAÇÃO RITMO

TIMBRE ISTRUMENTOS

INTENSIDADE DINÂMICA

20

Os conceitos dos parâmetros do som e dos elementos da música foram colocados antes das atividades,

para conhecimento do professor, porém a formulação destes conceitos só será trabalhada após as vivências

musicais.

De acordo com Jeandot (1997, p. 89) “toda musicalização e educação musical, pressupõe uma educação

perceptiva, vocal e rítmica. Em qualquer atividade podemos destacar alguma qualidade do som para trabalhar,

mas implicitamente estaremos desenvolvendo a percepção, a voz e o ritmo.” Dessa forma, mesmo tendo colocado

atividades para trabalhar cada um dos parâmetros sonoros, automaticamente os outros estarão envolvidos.

ATIVIDADES GERAIS

Para que não se tornasse repetitivo, essas duas atividades foram chamadas de gerais, e colocadas

separadas, porque estariam inseridas como atividade em todos os tópicos dos parâmetros do som e dos

elementos da música.

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Atividade 1

Essa atividade consiste em fazer uma apreciação musical.

A atividade consiste em colocar músicas para os alunos

ouvirem, e serem direcionados para prestarem atenção para

os parâmetros que você deseja que ele reconheça,

analisando e comparando as diferenças como esse parâmetro

aparece em cada música.

Atividade 2

Em transparências, desenhar gráficos representando escritas musicais não convencionais, para que as

crianças interpretem esses sons. A interpretação pode ser vocal, instrumental ou com percussão corporal.

Inicialmente cada criança vai fazer a sua interpretação, da forma que achar melhor. Após a interpretação

o professor pode questioná-la sobre sua interpretação.

DICA

No Portal Dia a Dia Educação você encontra: � Ratinho Tomando Banho - Hélio

Ziskind � Instrumentos Musicais - Hélio Ziskind � Gigante da Floresta - Hélio Ziskind � Palavra Cantada � Palavra Cantada - Pé com Pé � Palavra Cantada - Pé na Cozinha

Procure também: � Lenga La Lenga: Jogos de Mãos e

Copos (Livro, CD e CD- Rom) Viviane Beineke / Sérgio Paulo Ribeiro de

22

Porque ele interpretou daquela forma?

Teria outra forma de interpretar?

Pedir sugestões para outros alunos, como eles fariam a sua interpretação?

Comece com gráficos simples, com uma única figura, e vá acrescentando variações:

A D

B E

C F

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G K

H L

I M

J N

Agora as crianças fazem suas próprias composições e as interpretam. É bom elogiar todos os trabalhos

feitos por eles, comente, analise e discuta junto com os alunos, os porquês, de ter feito daquela maneira,

e não de outra. Depois pode dê as suas opiniões.

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INTENSIDADE E DINÂMICA

De acordo com Tavares (1998, p. 69) a intensidade dos sons depende da força das vibrações, da amplitude

de uma onda sonora. Quanto mais energia for aplicada na geração do som, maior será a amplitude (tamanho) da

onda sonora e mais intensidade terá o som. A intensidade dos sons é medida através de decibéis (dB). Uma

conversa normal tem aproximadamente 60 dB.

É comum pedirmos para alguém deixar o som mais alto. Essa pessoa pode nos responder que não tem como

deixar o som mais alto, e que, para resolver esse assunto devo falar com o compositor da música. O que

queremos na verdade é que essa pessoa deixe o som mais forte, e para isso, é só mexer no botão do volume.

Os sons do dia a dia podem ser medidos e analisados em relação a sua intensidade como também os sons

dentro da composição musical. Alguns sons são tão suaves (fracos) que o ouvido humano não consegue captá-los.

Outros são tão intensos e produzem tanta pressão sobre os tímpanos que podem causar dor, sangramento e até

surdez.

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“Reconhecendo que o espectro sonoro foi ampliado pelas

novas tecnologias, o desafio maior é manter a capacidade de

ouvirmos e de continuarmos sensíveis ao som. Por esta razão o

nível excessivamente alto da música que agrada os jovens vem

sendo objeto de investigações e muitos estudos” (SOUZA,

2002, p. 23).

Na música a

variação de intensidade

chama-se dinâmica. Ao

compor uma música, o compositor coloca símbolos na partitura para

indicar a intensidade (força) que um trecho da música deve ser tocado.

Essa variação de intensidade na execução da música, que ora as notas

são tocadas com mais força, ora com menos força, ora com uma força

média, é que se constitui a dinâmica na música.

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Atividade 1

Dividir a sala em grupos. Distribuir um balão para cada aluno, e por alguns minutos, deixar que eles

explorem os sons.

Após esse tempo, cada grupo deve escolher um dos sons explorados e a forma com esse som vai ser

executado pelo grupo.

Organize junto com a turma uma partitura alternativa bem simples, como no exemplo a seguir:

PULSO 1 2 3 4 5 6 7 8 9

GRUPO 1 X X X X X X

GRUPO 2 X X X X X X X

GRUPO 3 X X X X X X X X

GRUPO 4 X X X X X X X

legenda: X = executar o som / = pausa (não executar)

27

Quando os alunos tiverem executando os sons, chegando ao final da tabela volta para o

começo sem intervalo, repetindo quantas vezes achar necessário.

Comece com uma tabela com três pulsos, sem utilizar pausas, a medida em que os alunos vão

tendo facilidade em executar a atividade, vá aumentando a tabela.

Combine sinais de regência para a intensidade. Por exemplo: o grupo que o professor apontar

o dedo virado para cima, vai executar o seu som com maior intensidade. Assim enquanto os

alunos executam os sons seguindo a tabela, o professor rege variando a intensidade dos sons

entre os grupos.

Variação essa atividade pode ser feita com a voz das crianças, tomando o cuidado para que as

crianças não forcem muito a voz.

Escolha uma música, cante com os alunos para que decorem a letra e a melodia.

Da mesma forma que o exercício anterior, o professor rege variando a intensidade do canto entre

os grupos.

28

Atividade

Escolher cinco músicas, pensando que o que você quer é que os alunos percebam a variação da intensidade

(dinâmica). Por esse motivo, é importante que as músicas escolhidas tenham dinâmicas diferentes. Por

exemplo: A Primavera de Vivaldi tem uma grande variação de intensidade; já uma canção de ninar, além de

utilizar pouca intensidade quase não tem variação.

Colocar para os alunos ouvirem, se a música for muito extensa selecione um trecho, ao ouvirem devem criar

uma representação gráfica representando a dinâmica da primeira música, no espaço indicado com a letra À na

próxima página. Faça o mesmo com as outras músicas. Nessa atividade o professor pode utilizar as músicas

da preferência dos alunos, e aproveitar, para começar introduzir músicas para ampliar o repertório das

crianças. Não esquecer de contextualizar as músicas trabalhadas, seja antes ou depois da atividade,

enfocando aspectos como: origem, compositor, cantor, ano, etc.

29

A D

B E

C F

30

TIMBRE E INSTRUMENTOS

É a qualidade que permite distinguir sons de mesma altura e intensidade, mas que são produzidas por

fontes sonoras distintas. O timbre depende dos materiais e de como esse som é produzido. Podemos dizer que o

timbre dá personalidade ao som, e por esse motivo, é que conseguimos identificar a fonte sonora; se a

conhecemos. É pelo timbre que não confundimos o som de um tambor com o som de uma flauta, Tavares (1998, p.

73).

Tavares continua, dizendo que quando o som é representado por uma onda sonora, o fenômeno sonoro está

sendo simplificado, pois na verdade o som é formado por mais que uma onda, e é essa combinação de ondas

sonoras é que determina o timbre. Abaixo segue dois exemplos da representação gráfica de dois sons.

31

Atividade 1:

Em um CD, grave vários sons:

- sons de animais: passarinhos, gato, cachorro, galo, elefante, leão,

porco etc.;

- sons domésticos: liquidificador, panela de pressão, escovando os

dentes, furadeira, abrindo um refrigerante, chuveiro, etc.

- sons da cidade: ronco de carro, buzina, sirene, helicóptero, avião,

freada de carro, andar do cavalo no asfalto, etc.

Colocar o CD com os sons gravados para os alunos ouvirem, um som de cada vez. Se os alunos souberem

escrever, peça para que eles vão escrevendo em uma folha de papel o nome dos sons na ordem que foram

ouvidos, sem mostrar para os colegas.

Após ouvirem todos os sons, o professor deve repetí-los e falar o que produziu aquele som, o aluno vai

marcando na sua lista os sons que reconheceu com um C de certo, e E de errado.

DICA:DICA:DICA:DICA:

No Portal Dia a Dia

Educação você encontra:

� Sons da natureza

� Sons da indústria

� Sons de animais

� Sons de transportes

� Sons de instrumentos

� Sons de pessoas

� Sons de aves...

32

Sugestão ao repetir essa atividade, deve-se dificultar, utilizando sons menos comuns. Seria

interessante aplicar essa atividade só com sons de instrumentos musicas, começando com os sons dos

instrumentos mais conhecidos, e ir acrescentando alguns instrumentos de outras culturas, aproveitando

para falar um pouco sobre o instrumento, mostrar a imagem dele, como ele é tocado, sua origem, etc.

Variação distribuir para cada aluno uma folha impressa com uma seqüência de sons. Cada som estará

escrito em uma linha, com parênteses na frente.

Exemplo: ( ) gato miando.

( ) barulho de chuva...

Colocar um CD, para os alunos ouvirem, gravado com os mesmos sons da lista, só que outra seqüência. Os

alunos terão que, numerar dentro dos parênteses, o número correspondente a seqüência dos sons que

estão ouvindo.

33

Atividade 2:

Colocar trechos de músicas de diferentes regiões do Brasil, para

os alunos identificarem os timbres:

Que instrumentos estão tocando?

Voz masculina ou feminina?

Quantas vozes? Etc.

Atividade 3 Sonorização de histórias:

Dividir a sala em grupos. Cada grupo recebe uma folha com uma

DICA:DICA:DICA:DICA:

No portal Dia a Dia Educação você

encontra

Fábulas e Histórias Infantis:

� O Burro e o Grilo � O Burro e o Sal � O Carvalho e o Junco � Chapéuzinho Vermelho e o Lobo

Guará � Os Dois Sapos � Dom Quixote � A Formiga e a Pomba � O Gato de Botas � O Macaco e a Velha � Rapunzel � Os Três Porquinhos

34

história diferente. O grupo terá um narrador, à medida que vão contando a história, os outros alunos vão

fazendo a sonoplastia. Exemplo:

- O príncipe chegou a cavalo: (um aluno faz o som do galope do cavalo, como achar melhor).

- Ao longe se ouvia o cantar dos pássaros: (fazer sons de pássaros cantando).

Variação a história pode ser criada pelos próprios alunos, permitindo assim que eles englobem sons do

próprio cotidiano.

Atividade 4:

Use a imaginação e represente por meio de onomatopéias,

o timbre do som que você imagina de cada figura da página seguinte emite:

Onomatopéia é a

escrita dos sons. Quác

Quác

35

36

Atividade 5

Apresente aos alunos três instrumentos diferentes. Por exemplo: um tambor, um triângulo e um xilofone.

Deixe que os manipulem à vontade.

Confeccione vários círculos, triângulos e retângulos, em EVA ou cartolina. Cada forma vai representar um

instrumento. Distribua as peças para os alunos, de maneira que cada criança fique com cinco figuras de

cada forma.

Combine com os alunos qual figura vai representará cada instrumento, por exemplo: que o tambor será

representado pelo círculo, o triângulo, pelo triângulo, e o xilofone, pelo retângulo.

Comece o jogo pelo reconhecimento auditivo: você toca um instrumento, e as crianças devem mostrar a

forma correspondente.

37

Em seguida, passe para o reconhecimento auditivo por memorização imediata: escondido das crianças

toque uma sucessão de sons, por exemplo, duas vezes o xilofone, três vezes o triângulo e duas vezes o

tambor

As crianças devem dispor os elementos assim:

Continue a elaborar as seqüências sonoras cada vez mais rapidamente:

Variação 1 você pode inverter a atividade: a partir de uma seqüência de formas, as crianças tocarão

os respectivos instrumentos.

É bom trabalhar a execução e a composição com cada criança. Uma delas propõe uma seqüência de sons

e formas que as outras crianças irão reconstruir com elementos correspondentes.

Variação 2 o professor toca uma seqüência de sons e pede às crianças que desenhem, na ordem, os

elementos da seqüência.

38

ALTURA, MELODIA E HARMONIA

Sobre altura Tavares (1998, p. 71) diz que é através dela que podemos

distinguir um som agudo (fininho, alto), de um grave (grosso, baixo). Ao puxar

uma corda de violão, por exemplo, percebe-se que a corda vai e volta (fazendo

uma onda) várias vezes. Esse movimento é chamado de ciclo. O número de ciclos

que acontece em um segundo determina a freqüência dos sons que é medida em

Hertz (Hz). A altura de um som musical depende do número de vibrações. As

vibrações rápidas produzem sons agudos e os lentos sons graves.

Na música a altura do som está relacionada à melodia e à harmonia.

A melodia está diretamente ligada com as alturas dos sons. Ela é a seqüência de sons de diferentes

alturas. Schaffer (1991, p. 81) diz que “para termos uma melodia, é preciso movimentar o som em diferentes

altitudes (freqüências). Isto é chamado de mudança de altura.”

VOCÊ SABIAVOCÊ SABIAVOCÊ SABIAVOCÊ SABIA????

Existe um limite na

audição humana, o

aparelho auditivo humano é

sensível a sons cujas

freqüências estão

compreendidas na região de

20 Hz a 20 kHz. Os abaixo de

20 Hz, os infra-sons, e os sons

acima de 20 kHz, os ultra-

sons, não são audíveis pelo

ouvido humano.

39

O som, movimentando-se em diferentes alturas, gera a melodia da música. Uma música pode ser composta

numa região mais aguda, utilizando-se um grupo de notas mais agudas ou numa região mais grave. Pode possuir

grandes variações de altura, isto é, a melodia pode dar saltos de notas

bem graves para notas bem agudas ou vice-versa. Enfim, o compositor

irá trabalhar com as seqüências de alturas (melodia) de acordo com a

intenção que tenha com aquela composição (TAVARES, 1998, p. 72)

A harmonia surge quando são combinadas mais de uma nota

musical, sendo estas executadas ao mesmo tempo.

Para Tavares (1998, p. 77) “O acontecimento simultâneo de sons

gera a harmonia em música. Harmonia pressupõe sons acontecendo ao

mesmo tempo”. A harmonia pode acontecer com qualquer som, seja

ele vocal ou instrumental, exemplo, uma harmonia vocal acontece quando um grupo de vozes canta a mesma

música, porém com linhas melódicas diferenciadas, organizadas em alturas diferentes. Tavares (1998, p. 77)

para exemplificar um instrumento harmônico, cita o violão, pelo fato de nele poder ser tocado várias notas

simultâneas. O piano também é um exemplo de instrumento harmônico.

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Atividade 1:

Com sucatas explorar os sons, latas, garrafas pet, caixas de papelão, pedaços de madeira, balões etc.,

pode ser explorado os sons da sala de aula.

Após explorar os sons das sucatas, para as crianças ouvirem questione-os se os sons eram todos iguais? Se

eram diferentes, por quê? Provavelmente surgirão respostas

que variam de sons agudos, médios, graves, fortes, fracos.

Usando a mesma nomenclatura, peça para que elas classifiquem

os sons dos objetos em dois grupos: o grupo dos sons finos e o

grupo dos sons grossos. Enquanto surgir dúvidas, repita os sons

quantas vezes forem necessárias.

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Lista 1:

SONS GRAVES SONS AGUDOS

Quando as crianças já conseguiram perceber a diferença de fino e grosso (grave e agudo) com facilidade,

tente subdividir os grupos dos sons. Pegar só o grupo dos sons que os alunos classificaram com grossos e

fazer uma nova classificação em grossos e finos; fazer o mesmo com o grupo dos sons finos, fazendo com

que eles percebam que um som só pode ser classificado se comparado com outro som.

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Lista 2: reclassificando os sons graves

SONS GRAVES SONS AGUDOS

Lista 3: reclassificando os sons agudos

SONS GRAVES SONS AGUDOS

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Agora peça para que as crianças construam uma escala musical, do som mais fino para o som mais grosso,

ou vice versa, começando com três sons, quatro...

Variação Pode ser feita a mesma atividade com o som das vozes das crianças...

Atividade 3

Confeccione cartões de EVA ou cartolina com desenhos de flechas indicando a direção do som

Com uma flauta ou com a voz, mostre um som ascendente (do grave para o agudo), um som descendente o

(do agudo para o grave) e um som constate (que mantém a mesma altura), mostrando o símbolo

correspondente, para que a criança possa diferenciá-los.

constante descendente ascendente

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Agora sem mostrar para as crianças toque um som para que elas identificar de qual cartão é o som.

Os desenhos nos cartões podem ser mais complicados, juntando-se dois ou três sinais

Uma das crianças também pode produzir o som, enquanto as outras identificam em que cartão ele esta representado.

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Atividade 4

Outra variação para trabalhar altura, é usar garrafas de vidro de mesmo tamanho, mas com quantidades

diferentes de água dentro delas. Os alunos poderão experimentar variações de altura entre a garrafa

totalmente vazia, a garrafa totalmente cheia, e com diferentes níveis de água.

Atividade 5

Dividir a sala em três grupos. Um grupo vai cantar com voz agudo, outro vai cantar com voz grave e o

terceiro com uma altura média.

Escolher uma música, cantar algumas vezes para que as crianças decorem a letra e a melodia.

Organize os trechos da música, de maneira que na hora da execução, fiquem trechos sendo cantados por

vozes agudas, outros trechos sendo cantado por vozes graves, e outros por altura média, ou seja, variar a

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altura enquanto a música é executada. Pode ser acrescentada percussão corporal ou com instrumentos

alternativos. Tome cuidado para que as crianças não forcem muito a voz.

DENSIDADE E ORQUESTRAÇÃO

Quanto à densidade Tavares (1998, p. 77) diz que esse parâmetro se refere à quantidade de sons

acontecendo ao mesmo tempo em um determinado ambiente. Existem sons mais densos, e outros menos densos,

por exemplo, uma orquestra tocando tem um som mais denso do que a recital de um pianista.

Atividade 1:

Distribuir revistas e jornais para que os alunos pesquisem figuras que imaginem ter muitos sons, e figuras

com poucos sons, e colar no caderno.

Cada aluno vai contar para os colegas, quais os sons que ele imaginou ter nas suas figuras.

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Embaixo de cada figura, o aluno deve colocar os nomes dos sons presentes na figura, contar quantos

sons, e escrever o total de sons de cada figura.

Os alunos devem observar as figuras de seus colegas e comparar com as suas.

Nessa comparação, o professor deve estar atento, para que se os alunos não perceberam que os sons só

são considerados mais densos quando comparado com outro som. Por exemplo: a figura com três sons que o

aluno considerou mais denso em relação à outra figura com um som; torna-se menos densa quando

comparada com a figura de seu colega que tem seis sons.

Atividade 2

Utilizar versões diferentes de uma mesma música para que os

alunos ouçam e identifiquem a quantidade de sons diferentes

em cada versão, e comparar as densidades entre as músicas.

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Atividade 3

Dividir a sala em grupos.

Escolher uma música, cantar algumas vezes para que as crianças decorem a letra e a melodia.

Organize os trechos da música, de maneira que na hora da execução, fique trechos sendo cantado por um

único grupo, outro trecho sendo cantado por dois grupos, outro por três, ou seja, varias a densidade

enquanto a música é executada. Pode ser acrescentada percussão corporal ou com instrumentos

alternativos.

DURAÇÃO E RITMO

A duração refere-se ao comprimento do som, podendo ser longo ou curto. Os sons podem variar sua

duração. Alguns sons duram mais tempo, são chamados de sons longos, outros duram menos, são chamados de

sons curtos. O silêncio também tem duração, é o tempo entre um som e outro (TAVARES, 1998, p. 75).

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Na música a duração está relacionada com o ritmo. O mundo é movido pelo ritmo. A terra gira em torno do

seu eixo e, em torno do sol em ritmos determinados. A vida tem seu ritmo. O coração bate num ritmo. Quando

uma pessoa deixa de andar e passa a correr, está acelerando o seu ritmo, e estará percorrendo um trecho maior

em um tempo menor. Observa-se dessa forma, que o ritmo está diretamente ligado ao tempo.

Para Jeandot (1997, p. 26) o ritmo “é o elemento mais essencial da música; determina seu movimento e sua

palpitação, e representa em última análise, o contraste entre o som e o silêncio”. Quando se organiza os sons

dentro de um intervalo de tempo cria-se um ritmo. “No seu sentido mais amplo, ritmo divide o todo em partes. O

ritmo articula um percurso, como degraus (dividindo o andar em partes) ou qualquer outra divisão arbitrária do

percurso“ (Schaffer 1991, p.)

Segundo Tavares (1998, p. 75) “basta haver uma seqüência de durações de sons e silêncios que um ritmo

está sendo gerado.”

Pelo ritmo podemos distinguir um samba de uma valsa, ou uma marcha de um bolero.

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Atividade 1

As palavras podem ser pronunciadas de maneiras diferentes,

variando a duração das suas sílabas. Cada aluno vai pronunciar o seu

nome, variando a duração das sílabas. ex: Karina: Kaaaa ri naa; ou; Kaa

riiiiiiiiii naaa...

Obs.: essa é uma boa técnica, no primeiro dia de aula, como

apresentação.

Atividade 2

Em pé, formar um círculo com todos os alunos. Marcar um pulso, balançando o corpo de um pé para o outro

regularmente. 1ª Rodada: o professor começa dizendo seu nome dentro do pulso marcado com o pé direito,

ficando em silêncio no pulso marcado com o pé esquerdo, na seqüência e no sentido horário, cada aluno diz

seu nome, também dentro do pulso marcado com o pé direito, até o último aluno a se apresentar.

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2ª Rodada: cada um diz seu nome de forma musical, dentro do pulso marcado com o pé direito, ficando em

silêncio no pulso marcado com o pé esquerdo.

3ª Rodada: ainda dentro do pulso, o professor diz o nome, no sentido horário, o aluno nº 1 bate uma palma,

o nº 2 o nome, o nº 3 a palma, e assim sucessivamente. A cada seqüência acrescentar uma nova tarefa,

ficando assim: o professor diz o nome, o aluno nº 1 bate uma palma, o nº 2 estala os dedos, o nº 3 o nome...

até o último. Exemplos de tarefas que podem ser acrescidas: bater palma, estalar os dedos, dar um giro no

lugar, expressões corporais, expressões vocais, dar um pulo, se abaixar, entre outros.

Atividade 3

Gravar um CD com uma seqüência de músicas com andamentos diferentes. Os alunos devem andar

livremente pela sala seguindo o pulso do trecho musical que estão ouvindo. Quando mudar o trecho musical,

todos acompanham o novo pulso.

O andamento está relacionado

com a velocidade com que a

música é executada.

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Atividade 4

Em pé, formar um círculo com todos os alunos. Marcar um pulso,

balançando o corpo de um pé para o outro regularmente.

O professor vai iniciar a atividade enquanto os demais continuam

marcando o pulso normalmente marca o primeiro pulso batendo o pé

direito à frente, no segundo pulso junta os braços esticados à sua

frente e bate uma palma em direção a um aluno (movimento de flecha)

que repetirá o mesmo movimento direcionando-se a outro aluno e assim

por diante, sempre seguindo dentro do pulso.

Variação 1 O professor fica no centro do círculo, faz o mesmo

movimento de flecha direcionando para um aluno qualquer, que lhe

devolverá a flecha, que mandará para outro aluno, o movimento se

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repetirá até que todos os alunos tenham participado.

Atividade 5

Confeccione quatro cartões verdes de 20 x 10 cm, quatro de 10 x 10 cm, oito 5 x 10 e dois vermelhos 20 x

10.

Esse material concreto vai nos ajudar a apresentar os valores rítmicos aos nossos alunos, que, através de

jogos, poderão diferenciá-los, não só visual mas auditivamente.

Comece a atividade com combinações simples, seguindo uma ordem crescente de complexidade nas

combinações e introduzir também as pausas.

Apresente às crianças a fórmula tá - tá, pedindo que se balancem regularmente de um pé para o outro.

Distribua os cartões grandes no chão e peça às crianças que caminhem segundo a forma rítmica:

tá tá tá tá

a)

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Vá dificultando aos poucos:

tá tá tá tá tá tá

b)

Os cartões vermelhos representam a pausa, quando as crianças deverão parar com os dois pés juntos:

tá ta tá tá ... tá tá

C)

tá tá tá tá tá ... tá tá d) tá tá tá tá ... tá tá tá tá tá

e)

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Depois, as crianças criam fórmulas rítmicas diversas para elas próprias executarem.

Variação Com os mesmos cartões, em vez de andar, as crianças poderão tocar num instrumento

musical as fórmulas rítmicas que você propuser. Pode ser utilizado também a percussão corporal ou pauzinhos.

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REFERÊNCIAS ICONOGRÁFICAS

PORTAL DIA A DIA EDUCAÇÃO

ACERVO DA AUTORA

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