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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | JUNHO - 2016 | ANO LXIII • N o 06 | A MISERICÓRDIA EM SANTO ANTÔNIO

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A MISERICÓRDIA EM

SANTO ANTÔNIO

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Sumário

PROvíNCIA FRANCISCANA DA IMACulADA CONCEIçãO DO BRASIlRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected]

MensageM do Ministro Provincial “Tempo forte de Sinais Pascais” ............................................................................................ 287

artigo A Misericórdia nos Sermões de Santo Antônio ..................................................... 290 Poemas de Frei Walter Hugo de Almeida e Frei Carlos Nunes Corrêa . 295 ForMação e estudos Mês intenso no Noviciado ....................................................................................................... 296 Pastoral Universitária da FAE realiza ação social em escola de Curitiba 297 Encontro Ecumênico no Convento São Boaventura .......................................... 298 Fraternidades Gaspar: A Misericórdia na espiritualidade franciscana ....................................... 300 166ª festa de São Pedro Apóstolo de Gaspar ........................................................... 301 Posse na Paróquia de Forquilhinha ................................................................................... 302 Penha: Frei Paulo pede um mundo mais maternal ............................................. 303 Começa nova experiência para “Reviver o Dom da Vocação” ...................... 306 Encontro do Regional Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí............... 307 Encontro do Regional do Vale do Paraíba ................................................................... 308 Primeiro encontro do Regional do Espírito Santo ................................................. 309

evangelização 120 anos: O Bom Jesus que amamos ............................................................................. 310 Sefras: um novo “Chá do Padre” ........................................................................................... 314 Centro do Idoso é reinaugurado ........................................................................................ 316 Jovens realizam serviço voluntário no Sefras Migrante .................................... 319 Sefras Juventude inicia projeto em São Sebastião ............................................... 319 Encontro de Guardiães: “Cultivo da qualidade de vida e das relações fraternas” .......................................................................................... 320

deFinitório Provincial Notícias do Definitório Provincial ....................................................................................... 323

uclaF Ministro Geral pede novos horizontes .......................................................................... 328

crônica As caminhadas franciscanas da juventude ................................................................ 332

FaleciMentos Frei Antônio Lopes Rodrigues ............................................................................................... 334 Falece Frei Vitalino Turcato ...................................................................................................... 338

agenda ........................................................................................................................................ 340 caPa: Arte do Cartaz e Fôlder da Trezena e Festa de Santo Antônio do Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro

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Mensagem

Confrades, irmãs e irmãos,O Senhor nos dê a paz e todo o bem!

Neste ano, no decorrer dos cin-quenta dias do Tempo Pascal, tive a graça de viver e celebrar em distintos lugares o misté-

rio da Ressurreição, e acolher em cada encontro as provocações do Senhor Ressuscitado que encoraja sua Igreja a não ter medo: “Eis que estou convos-co todos os dia até o fim do mundo” (Mt 28,20). Esta presença misteriosa de Cristo, o Senhor da vida, faz-se vida na vitalidade das comunidades cristãs e nos diferentes serviços dos Irmãos Menores nas suas respectivas Fraternidades, Províncias e Custó-dias, Conferências e Ordem.

1) vila velha, ES, 24 a 30 de março: Meu peregrinar pascal começou em Vila Velha, na celebração da Vigília Pascal no Santuário do Di-vino Espírito Santo e na abertura e participação dos quatro primeiros dias do Oitavário da Festa de Nos-sa Senhora da Penha, com o tema específico deste ano de 2016: “Mãe e Porta da Misericórdia”. Os ale-luias pascais, entoados pela Igreja Capixaba, chegavam ao coração de Deus nos clamores dirigidos à Mãe da Alegria: “Rogai por nós, rogai por nós”.

2) Porto Alegre, RS, 04 a 08 de abril: Depois, na sequência cronológica, a leitura pascal se deu na Sede da Província São Francisco de Assis, em Porto Alegre, no encontro dos Irmãos Ministros e Custódios da Conferência dos Frades Menores do Brasil (CFMB). Também nós, Ministros e Custódios, comunga-mos na partilha fraterna os sinais de cruz (paixão) e de luz (páscoa)

3) Rondinha, PR, 12 e 13 de abril: Já na semana seguinte, em Rondinha, Campo Largo, PR, a profissão de amor e de fé na vida do Ressuscita-do deu-se no encontro e na partilha dos Conselhos dos Secretariados da Evangelização e da Formação e os Estudos da nossa Província. O Capítulo Provincial enviou-nos em missão com um “Plano de Evan-gelização”. Assim, reunidos como irmãos, evangelização e formação foram provocando a uma nova lei-tura do nosso Plano de Evangeliza-ção e sua respectiva dinamização

na vida provincial. Os confrades constataram que o projeto é boni-to e merece ser abraçado por cada irmão, na sua respectiva fraterni-dade: a permanente formação deve apaixonar-nos cada vez mais na missão evangelizadora que recebe-mos do Ressuscitado: “Ide, pois, fa-zei discípulos meus todos os povos” (Mt 28,19).

4) Bolívia, 24 a 30 de abril: Prosse-guindo o caminho, outra belíssima experiência e leitura do mistério pascal ocorreu na XXIV Assem-bleia da União das Conferências

TEMPO FORTE DE SINAIS PASCAISna vida das nossas Enti-dades. Os temas dos ser-viços da formação e da evangelização na CFMB estavam no centro da nossa partilha: como re-vitalizar e redimensionar estes serviços na nossa Conferência? A resposta devemos dar na próxima Assembleia ampliada da CFMB, em Rondinha, Campo Largo, de 19 a 23 de setembro deste ano. Sobre a nossa mesa pas-cal estavam outros as-suntos como: a missão da Ordem na Amazônia e a nossa missão mantida pela CFMB em Roraima; ocupamo-nos da nossa missão de ministros e ser-vos, particularmente no serviço do cuidado dos irmãos. Também visibi-lizamos nosso sonho de uma Igreja pascal em sa-ída, concelebrando a Eu-caristia no bairro Lomba do Pinheiro, na periferia de Porto Alegre.

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Mensagem

Latino-americanas dos Frades Menores (UCLAF), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Reto-mando o lema do Capítulo Geral, “Rumo às periferias com a Alegria do Evangelho”, os Ministros Pro-vinciais e Custódios da América Latina e do Caribe, em comunhão com toda a Ordem representada pelas presenças do Ministro Geral, dos dois Definidores Gerais e do Secretário Geral para a Missão e Evangelização, sentimo-nos aco-lhidos como irmãos na ‘ceia pascal’

transmitir as saudações e a bênção do Ministro Geral a cada irmão da Província.

5) São Paulo, 02 de maio: Eu não po-deria deixar de fazer a leitura pascal por ocasião da reabertura e bênção do Salão São Francisco, na Rua Ria-chuelo, 268, espaço popularmente conhecido como “Chá do Padre”. Páscoa aqui se chama acolhimento digno aos seres humanos que vivem em situação de rua, de solidarieda-de com os que vivem nas periferias

por vários anos abrigou o Centro Franciscano de Luta contra a Aids. O prédio foi reformado e adequa-do como um espaço para pessoas idosas (Sefras Idoso). Para a bên-ção fiz questão de tomar o texto do Evangelho do dia (Mc 9, 30-37), que fala da grandeza do servir. Ser “o maior” significa servir. Servir é acolher e cuidar. Acolher e cuidar é amar. Portanto, também os idosos, como as crianças, estão colocadas no meio de nós para serem abraça-das, amadas e cuidadas.

oferecida pela Província Missioná-ria de Santo Antônio da Bolívia e Conferência Bolivariana. ‘Pão e peixes’ foram multiplicados nas orações litúrgicas, nos relatórios das quatro Conferências que com-põem a UCLAF (Cone Sul, Brasi-leira, Bolivariana e Guadalupana), nas reflexões em grupos e nos di-versos momentos de convivência fraterna. As palavras de formação, encorajamento e animação vieram do Ministro Geral, Frei Michael A. Perry, e Definidores Gerais. Os desafios abraçados estão sintetiza-dos no texto da mensagem final da UCLAF. Aproveito esta carta para

existenciais de um grande centro urbano e possibilidade de debates por políticas sociais justas. Visibi-lidades de pães e peixes que ainda se fazem presentes no trabalho da Defensoria Pública da União e, principalmente, nos almoços (300) e chás da tarde (cerca de 350) que ali são oferecidos, em parceria com a Prefeitura de São Paulo. Estes são, a meu ver, alguns dos “sinais novos que acompanham” (Mc 16,17) os discípulos do Senhor ressuscitado.Um segundo “sinal” visível aconte-ceu na manhã do dia 17 de maio, com reinauguração da antiga Casa de Clara, no bairro do Belém, que

6) Agudos SP, 03 a 06 de maio: Pros-seguindo o caminho pascal, agora no Seminário Santo Antônio de Agudos, mais uma vez o Ressusci-tado se fez presente no belíssimo encontro formativo do Definitório com os Guardiães e Coordena-dores das Fraternidades da nossa Província. Como? Incitando-nos, como outrora aos seus discípu-los, ao mistério mais profundo do amor: “Se alguém me ama, guar-dará minha palavra e meu Pai o amará e viremos a ele e nele esta-beleceremos morada” (Jo 14,23). Todos nós, no Capítulo Provincial, aprovamos nosso Plano de Evange-

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Mensagem

fomos eleitos para esta missão do cuidado dos “irmãos que o Senhor nos deu” (Test. 14) para que, como fraternidade local e provincial, a nossa missão evangelizadora bri-lhe como sinal de esperança e de profecia aos homens e mulheres do nosso tempo.

7) Curitiba, 10 e 11 de maio: E na última semana do tempo pascal, já na Semana da Unidade dos Cris-tãos, a experiência pascal também foi significativa na celebração dos 120 anos o Colégio Bom Jesus, com este slogan: “Tradição feita de futuro”. O Colégio Bom Jesus nos remete às origens da nossa presen-ça franciscana em Curitiba. Aliás, não diferente da nossa presença em Lages, Blumenau, Rodeio e Petrópolis. Foram três as preocu-pações evangelizadoras na origem da restauração da nossa Província a partir de 1891: atenção aos imi-grantes, comunicação (jornais) e

educação (escolas). Será enviado às nossas Fraternidades um livro comemorativo dos 120 anos do Colégio. O anúncio pascal “ide e ensinai” abrange todas as dimen-sões da vida. O nosso “ensino” franciscano é o anúncio do Reino e a sua justiça que vai ao encontro de todos os valores da vida: a fé, a ciência, a cultura e toda a criação na ótica da Encíclica “Laudato Sí”.

8) São Paulo, Fraternidade da Ima-culada: Finalmente, neste Tempo Pascal, também na minha Frater-nidade da Imaculada Conceição, na qual fui mais hóspede por for-ça do ofício, sobrou um tempinho precioso para sentir a presença do Ressuscitado na nossa vida e mis-são. A nossa Fraternidade iniciou o sagrado empreendimento da elaboração do Projeto Fraterno de Vida e Missão. Já nos reunimos quatro vezes. As duas primeiras se deram no clima da Ascensão do Se-

nossas Fraternidades que nos pró-ximos dias estarão empenhadas na celebração da Festa de Santo An-tônio. Uma saudação particular às fraternidades e comunidades que têm Santo Antônio como padroei-ro: Bauru, Blumenau, Florianópo-lis, Rio de Janeiro, São Paulo – Pari e Quibala (Angola). Que Santo Antônio, a quem São Francisco chamou de “meu bispo” por cau-sa do ardor e sabedoria com que pregava a Sagrada Escritura, nos ajude a sermos bons Irmãos Me-nores, aquecidos interiormente na oração e na meditação da Palavra, homens encantados pela missão, evangelizando como fraternidade e com gestos e palavras que “contêm espírito e vida”.

Que o Senhor nos abençoe e nos guarde no seu amor!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial

lização. Também elegemos três prioridades, das quais a primeira é: “Aprimorar o cultivo da qualidade de vida pessoal e fraterna”. Na nossa vida fraterna, o mis-tério do amor começa pelo “cuidado” com uma quali-dade de vida que nos iden-tifica como irmãos e me-nores no mundo de hoje. Qualidade de vida que, segundo o Papa Francis-co, nos dá uma autorida-de junto ao povo de Deus. Autoridade que “procede da minoridade, da frater-nidade, da mansidão, da humildade e da pobreza. Por favor, conservai-a! Não a percais!” - exortou o Papa. Todos nós, ministro, vigário, definidores, guar-diães e coordenadores,

nhor e de Pentecostes. Nós, na nossa mesa fraternal do pão de cada dia, buscamos na Palavra do Senhor, nos Escritos de São Francisco, nos documentos da Ordem e do Capítulo Provincial a iluminação do Senhor nesta tarefa. Tempo muito rico de comunhão e discernimento! Oxalá o nosso Projeto Fra-terno de Vida e Missão pos-sa chegar à feliz conclusão nestas palavras do livro dos Atos dos Apóstolos: “Porque decidimos, o Espírito Santo e nós” (At 15,28) aquilo que o Senhor sonha conosco na nossa missão evangelizado-ra aqui na Vila Clementino.

9. Santo Antônio, rogai por nós! Finalizo minha men-sagem, saudando todas as

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A MISERICÓRDIA NOS SERMÕES

DE SANTO ANTÔNIO

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Artigo

Tema sempre presenteO tema da misericórdia está mui-

to presente nos Sermões de Santo An-tônio. Tanto a misericórdia de Deus para com as criaturas, quanto a mise-ricórdia do homem para com seus se-melhantes. De modo acentuado, a mi-sericórdia de Jesus Salvador e de sua santa Mãe Maria, a rainha da miseri-córdia. Tanto a misericórdia no singu-lar, como virtude necessária, quanto as misericórdias no plural, visíveis nas boas ações de ajuda, especialmente nas chamadas ‘obras de misericór-dia’. Tanto a misericórdia como fonte de outras boas qualidades, quanto misericórdia como consequência de atitudes fortes como o perdão, a com-paixão e a obrigatoriedade de reparar

esta belíssima frase: “Ó Senhor, se me retiras a tua misericórdia, caio na mi-séria eterna”.

A segunda vez que Santo Antônio define a misericórdia encontro-a no sermão para o 22º domingo depois de Pentecostes. Santo Antônio comenta a parábola do devedor cruel (Mt 18,21-30), contada por Jesus, quando Pedro lhe perguntou quantas vezes deveria perdoar ao irmão pecador. Vamos ao texto: “A misericórdia do Senhor pu-rifica a alma dos vícios, enche-a da ri-queza dos carismas, cumula-a com as delícias celestiais. A primeira mortifi-ca o coração contrito. A segunda sua-viza-o para o amor. A terceira com a esperança dos bens supernos, inunda o coração com uma espécie de celes-

te orvalho. E isto é óbvio pela tríplice interpretação da palavra misericórdia. De fato, misericórdia quer dizer o que dá o coração miserável e isto convém à primeira misericórdia. Igualmente misericórdia significa aquele que de-põe o rigor do coração e isto convém à segunda. Em terceiro lugar, miseri-córdia traduz-se por uma espécie de suavidade admirável que inunda o co-ração e isto convém à terceira. Com-padecido, logo, com a tríplice miseri-córdia daquele servo, deixou-o ir livre e perdoou-lhe a dívida”.

O latim medieval de Santo Antô-nio não é fácil de traduzir. Além do mais, suas palavras muitas vezes têm sentido subliminar. Vou tentar dizer o texto acima com palavras minhas:

Jesus se compadeceu do empregado, perdoou-lhe a dívida e deixou-o ir em paz. Jesus agiu assim, porque era Deus misericordioso. A mise-ricórdia de Deus age de três maneiras: purifica o coração arrependido, enriquece-o com o amor e o enche de alegria, re-fazendo nele a esperança dos bens eternos. O ví-cio torna o coração mi-serável. A misericórdia o limpa. A misericórdia leva Deus a não ser ri-goroso, mas benigno. A misericórdia leva Deus a ser suave com o pecador. A suavidade, a generosi-dade e o perdão fazem parte integrante da mi-sericórdia.

O Pai das Misericórdias

Recolho primeiro alguns textos de Santo Antônio, que falam dire-tamente da misericórdia

maldades cometidas.

Que é misericórdia?Ao menos duas ve-

zes Santo Antônio de-fine o que seja a mise-ricórdia. No sermão do quarto domingo depois de Pentecostes, escreve: “Misericordioso é aque-le que tem compaixão da miséria alheia”. Santo Antônio usa proposita-damente a palavra ‘misé-ria’ em contraposição à ‘misericórdia’, coisa que já fizera Santo Agosti-nho, seu mestre, no livro A Cidade de Deus, 9, 5: “O campo da misericór-dia é tão grande quanto o da miséria humana; por isso a misericórdia é a compaixão pela mi-séria alheia”. Nas Confis-sões, várias vezes, Santo Agostinho aproxima as duas palavras. No ser-mão para o 16º domingo depois de Pentecostes, Santo Antônio cunha

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Artigo

de Deus Pai, ou seja, daquele Deus de quem Paulo na carta aos Efésios dis-se “ser rico em misericórdia, porque muito nos amou e nos deu a vida em Cristo” (Ef 2,4). Para Santo Antônio, a misericórdia de Deus é sem limites. Lembra esta verdade no sermão do 3º domingo da Quaresma: “A miseri-córdia de Deus é maior do que toda a malícia do pecador”. “E porque a mi-sericórdia de Deus não tem medida, ele ouvirá a tua oração”.

Longamente fala Antônio da mi-sericórdia divina no sermão do 16º domingo depois de Pentecostes, co-mentando a ressurreição do jovem de Naim e sua restituição à mãe viúva. Ele vê no jovem morto a figura de toda a humani-dade, morta porque estava no pecado e não tinha a vida em plenitude de Jesus Cristo: “Na res-tituição do pecador convertido à sua mãe (a Jerusalém celeste) há a profundidade da misericórdia divina. Ó profundidade da divi-na clemência, longe da compreensão da inteligên-cia humana, porque não tem conta a sua misericórdia. Tendo Deus disposto, como se diz no livro da Sabedoria (11,21), todas as coisas com medida, conta e peso, não quis incluir nestas leis com estes limites a sua misericórdia, antes, ela é que os inclui e os circunda. Por toda a parte está a sua misericórdia, mesmo no in-ferno, porque não pune tanto quanto exige a culpa do delinquente. Da mi-sericórdia do Senhor, diz o salmista (119,64), está cheia toda a terra, e to-dos nós, miseráveis, recebemos de sua plenitude. Pela misericórdia de Deus, sou aquilo que sou (1Cor 15,10). Sem ela, nada sou. Ó Senhor, se me retiras a tua misericórdia, caio na miséria eterna. A tua misericórdia é a colu-

na do céu e da terra. Se a retirares, tudo cairá. Mas as tuas misericórdias são muitas, na frase de Jeremias (Lm 3,22), porque não fomos destruídos. Muitas, na verdade! Quantas vezes pecamos mortalmente, de fato, pela alma ou pelo corpo, e não fomos ime-diatamente sufocados pelo demônio. Tantas vezes devemos atribuir à infi-nita misericórdia do Senhor o ainda vivermos! É que ele espera a nossa conversão, e por isso não permite ser-mos sufocados pelo demônio. Logo,

depois de Pentecostes, acentua muito a infinita misericórdia de Deus, que se manifesta em todas as circunstâncias: “O justo, se for cortado pelo machado do pecado mortal, não deve deses-perar da misericórdia de Deus, que é maior que a sua miséria, mas ter es-perança, porque tornará a reverdecer pela penitência”.

Jesus, encarnação da Misericórdia

Para Santo Antônio a misericór-dia do Pai se manifesta, sobretudo, na encarnação e na paixão de Jesus:

“A misericórdia, isto é, a Encarna-ção e a Paixão, devemos tê-la

diante dos olhos do nosso entendimento”, escreveu no

sermão do 16º domingo depois de Pentecostes. Jesus é a encarnação da misericórdia divina na Anunciação, mise-ricórdia que extrapo-la todos os limites no Calvário e na manhã de Páscoa e se derra-

ma sobre nós, abrin-do-nos as portas do céu.

Santo Antônio fala da misericórdia de Jesus parti-

cularmente na ressurreição do jovem de Naim (Lc 7,11-17), na

ressurreição da filha de Jairo e na mes-ma página a cura da hemorroíssa (Lc 8,40-56), nas parábolas do bom sama-ritano (Lc 10,30-37), do filho pródigo (Lc 15,11-32), do devedor perdoado (Mt 18,21-27) e da mulher Cananeia, que lhe pediu pela filha possessa (Mt 15,21-28). Observe-se que são quase todos comentários a páginas de Lu-cas, o evangelista da misericórdia.

Santo Antônio vê na figura do sa-maritano a pessoa de Jesus: “O sama-ritano é o Senhor, feito homem por nós. Empreendeu a viagem da vida terrena e veio até junto do machuca-do, veio feito semelhante ao homem

por tantas misericórdias devemos dar graças ao Pai misericordioso; quantas vezes pecamos e não fomos elimina-dos! Ó miseráveis, porque somos in-gratos perante tamanha misericórdia? Deu-lhes tempo de penitência, diz Jó (24,23), e a criatura abusa disto para se ensoberbecer. E entesoura para si ira para o dia da ira. Compadece-te, pois, da tua alma, porque as miseri-córdias do Senhor são antigas. Ele não se esquece de ter compaixão de quem se considera digno de compaixão”.

No sermão para o 14º domingo

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Artigo

gelho que fala da ressurreição da filha de Jairo (24º domingo depois de Pen-tecostes), Santo Antônio se detém so-bre o momento em que Jesus a pega pela mão: “Tomou-a pela mão. Jesus toma a nossa mão na sua quando, por sua misericórdia, nos dá o querer, o conhecer e o poder. A mão desta mi-sericórdia reconstrói a pessoa quando dá o conhecer e o querer; acaba-a, quando dá o poder”. Ou seja, Jesus não faz as coisas pela metade. Refaz nossa inteligência e a nossa vontade, para que possamos compreender o bem e segui-lo, porque a pessoa viva normal precisa da inteligência e da vontade. Mais, no mesmo sermão, acrescenta: “Com a mão da misericórdia livra-nos do poder das trevas e transfere-nos para o reino de seu amor”.

No segundo sermão para o se-gundo domingo da Quaresma, Santo Antônio demora-se em analisar por que Jesus se calava diante do pedido insistente da mulher pagã, nas proxi-midades de Tiro e Sidônia: “Jesus não respondeu palavra à Cananeia. Ó ar-

cano do divino conselho! Ó profundo e imperscrutável mistério da eterna sabedoria! O Verbo, que no princípio existia junto do Pai, por meio do qual tudo foi feito, não responde à mulher Cananeia, à alma penitente, uma pa-lavra! O Verbo, que torna soltas as lín-guas das crianças, que dá a boca e a sabedoria, não responde uma palavra! Ó verbo do Pai, criador e conservador de tudo, providência e sustento de quanto existe, responde-me ao menos uma palavra para mim, mulher infe-liz, a mim, penitente! E provo, com a autoridade do teu profeta Isaías, que deves responder. De fato, o Pai, a teu respeito, promete aos pecadores, di-zendo em Isaías (55,11): A palavra que sair de minha boca não tornará para mim vazia, mas fará tudo quan-to eu tenha querido, e surtirá os seus efeitos naquelas coisas para as quais eu a enviei. E que quis o Pai? Certa-mente que recebesses o penitente, lhe respondesses uma palavra de miseri-córdia. Acaso não disse: O meu ali-mento é fazer a vontade daquele que

mento e estímulo de dor maior. Por isso, dele fala a esposa nos Cânticos (5,6): Procurei-o e não o encontrei. Chamei por ele e não me respondeu”.

Misericordiosos como o PaiMuitas vezes Santo Antônio liga

a misericórdia de Deus ao arrepen-dimento, à dor de ter pecado. No ser-mão acima chega a dizer que Deus demora em manifestar misericórdia, para que o pecador tenha tempo de se arrepender. O pecador tem, portanto, parte ativa, no recebimento da miseri-córdia. No sermão para o 22º domin-go depois de Pentecostes, observa a respeito do penitente: “O peso da dor, a capacidade de amar, o comprimento da esperança, a humildade do coração chamam a misericórdia”.

Santo Antônio não só falou muito da misericórdia de Deus Pai, não só mostrou que toda a pregação de Jesus está baseada na misericórdia, mas lembrou insistentemente que deve-mos ser misericordiosos como o Pai; que a vida do cristão é uma vida tran-

e reconhecido na condição de homem, aproximou-se e se compadeceu de nós, e nos concedeu a sua miseri-córdia (Sermão para o 13º domingo depois de Pente-costes). Pouco depois, no mesmo sermão, lembran-do-se do corpo místico que formamos com Cristo (1Cor 12,27), escreve: “Ve-mos que o estrangeiro de Jerusalém, para quem a misericórdia era obrigató-ria, foi mais próximo que o sacerdote ou o levita, ain-da que tivessem o mesmo sangue. Ninguém nos é mais vizinho do que aque-le que nos curou as feridas, porque faz uma só cabeça com os membros”.

Na explicação do evan-

me enviou? Filho de Davi, tem, portanto, piedade de mim! Responde uma palavra, ó Verbo do Pai! Igualmente provo com a autoridade do teu profeta Zacarias que deves ter pie-dade e responder. Assim de ti ele profetizou (13,1): Naquele dia haverá para a casa de Davi uma fonte aberta, para lavar as man-chas do pecador. Ó fonte de piedade e de misericór-dia, que nasceste de terra bendita da Virgem Maria, que foi da casa e família de Davi, lava as manchas do pecador! Por que é que o Verbo não responde uma palavra? Certamente para excitar o ânimo do peni-tente a maior arrependi-

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Artigo

deverás ter sempre a misericórdia diante dos teus olhos”. No sermão para a Páscoa, comenta a sarça arden-te. Primeiro, diz que o nome ‘Moisés’ significa ‘varão da misericórdia’. De-pois, observa que a chama sai do meio de uma sarça e comenta: a sarça é o pobre, coberto de espinhos, atribula-do, faminto, nu e aflito. E acrescenta: “Que estes espinhos punjam teu cora-ção, para que tenhas misericórdia do necessitado”.

Maria, mãe de Misericórdia

Ainda uma palavra sobre Maria, mãe e rainha da misericórdia. Santo Antônio fala de Maria e se mostra teólogo mariano em ao menos 16 ser-mões. Assim, escreve no segundo ser-mão para o terceiro domingo da Qua-resma: “Pecador, refugia-te em Maria. Ela é a cidade do refúgio. Como ou-trora, o Senhor separou cidades de re-fúgio para os que tivessem cometido crimes involuntários (Nm 35,11-14), assim agora a misericórdia do Senhor deu refúgio de misericórdia ao nome de Maria até para os homicidas vo-luntários”. E afirma no sermão para a

festa da Purificação: “Maria é chama-da mãe de misericórdia. É misericor-diosa para os miseráveis, é esperança para os desesperados”.

No sermão para a festa da Assun-ção, falando das razões de Deus para levá-la em corpo e alma ao céu, ex-clama: “Ó inestimável dignidade de Maria! Ó inenarrável sublimidade da graça! Ó inescrutável profundidade da misericórdia! Nunca tanta graça nem tanta misericórdia foram nem podem ser concedidas a um anjo ou a um homem, como a Maria Virgem Santíssima, que Deus Pai quis fosse mãe de seu próprio Filho, igual a si, gerado antes de todos os séculos”.

Orações para pedir Misericórdia

Muitos outros textos de Santo An-tônio sobre a misericórdia podiam ser citados. Alguns baseariam uma conferência inteira, como a relação entre misericórdia e confiança, mise-ricórdia e penitência, misericórdia e julgamento. Não resisto transcrever três orações do Santo, tiradas de três sermões diferentes. A primeira é do

graça”.Busco a segunda no sermão para

o 3º domingo depois de Pentecostes: “Senhor, olha para mim e tem com-paixão de mim, porque me vejo só e pobre. Olha para o meu abatimento e para o meu trabalho e perdoa todos os meus pecados. Olha para mim com olhar da misericórdia, tu que olhaste para Pedro. Tem compaixão de mim! Perdoa-me os pecados! Acompanha-me, porque me sinto sozinho! Vejo-me pobre e vazio, vem encher o meu vazio”.

Tomo a terceira do sermão para o 4º domingo depois de Pentecostes: “Para podermos chegar à glória eter-na, roguemos ao Senhor Jesus Cristo, Pai misericordioso, que nos infunda a sua misericórdia, a fim de termos mi-sericórdia para conosco e para com os outros. E não julguemos nem conde-nemos ninguém. Perdoemos aos que pecam contra nós e demos a todos os que nos pedem o que temos e o que somos. Isto se digne conceder-nos aquele que é bendito e glorioso pelos séculos dos séculos. Assim seja!”.

Frei Clarêncio Neotti

çada de obras e de pensa-mentos misericordiosos. E até chegou a dizer que a misericórdia de Deus pode estar condicionada à misericórdia que temos e fazemos, como Jesus con-dicionou o perdão de Deus ao perdão que nós dermos. Assim escreve no 23º do-mingo depois de Pentecos-tes: “Quem é misericordio-so para com os outros terá para ele a misericórdia de Deus”. No sermão para o 16º domingo depois de Pentecostes, Santo Antô-nio pede ao povo de nunca esquecer a misericórdia de Deus: “Como o rei Davi,

domingo da Quinqua-gésima: “Sê para mim um Deus protetor, reza o Salmo (31,3-4). Com teus braços estendidos na cruz, protege-me e defende-me, como a ga-linha protege e defende os pintinhos debaixo das asas. No teu lado, traspas-sado pela lança, encontre eu lugar de refúgio, onde possa esconder-me dos inimigos. Se eu cair, possa eu me abrigar junto de ti e não de outrem. Sê para mim, que sou cego, um guia: dá-me a tua mão misericordiosa e alimen-ta-me com o leite da tua

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Antônio, Mestre da Palavra santa,vigor, ternura, na mensagem um dia;E do Evangelho foi trombeta e encantaInda hoje a nós, a sua sabedoria.

Santo do Povo desse mundo inteiro,Mais popular está para existir!Intercessor, resolve, sim, ligeiro,O que pedimos a ele a insistir.

Antônio, nosso Santo padroeiro,íntimo amigo que dá jeito em tudo,vê essa “encalhada” – Casamenteiro!

Algo perdido sempre aí afora,Também valores que, então, nós perdemos...Antônio, ajuda, em nossa vida agora!

Frei Walter Hugo de Almeida

Ó meu glorioso Santo Antônio,Pregador que a todos encantas,Chamas a Igreja, família de Deus,Em missão anunciar a Palavra santa

Neste tempo de divina misericórdia,A mesma que viveste em tua vida,Conclamas a Igreja à conversão,Graça divina a nós oferecida

GlORIOSO SANTO ANTÔNIOCom o teu exemplo de vidaConduzes todos pra Cristo Senhor,Glorioso taumaturgo e mestreEnsinando-nos o caminho do amor

uma vida que jamais se cansouDe anunciar o caminho da pazAos pobres foste o despenseiro,E a coisa perdida nos trazes

Eis que chama a todos os povosEm torno ao divino SacramentoO pão abençoado a todosAos namorados o casamento

Hoje todos louvamos ao bom DeusFestejemos o grande PregoeiroNeste mês de festa e alegriaAntônio, nosso santo brasileiro

Frei Carlos L. Nunes Corrêa

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296 [coMUNIcAÇÕES] junho / 2016

Formação e Estudos

Dom José, em que ano o senhor foi ordenado bispo?

R: Eu fui ordenado bispo no dia 19 de maio de 1991, em Guaramirim/SC. E daqui a dois anos completarei 50 anos de vida sacerdotal.Dom José, agora que o sr. está celebrando o seu jubileu de prata episcopal, como se sente?

R: Faço as palavras de Nossa Se-nhora as minhas: “O Senhor fez em

MÊS INTENSO NO NOvICIADO

O nosso noviciado está vivendo um mês muito intenso e profundo. No dia 1º de maio, às 18 horas,

tivemos a celebração da Coroação de Nossa Senhora, presidida por Frei Pe-dro da Silva, e que em poucas palavras disse que Maria é aquela que, por gra-ça, deu o seu sim a Deus e assim nasceu o Nosso Salvador: Jesus Cristo. Ainda dizia: ‘Tudo por Jesus nada sem Maria’.

Com essas palavras, Frei Pedro abriu o mês de maio e, seguindo a tra-dição do Noviciado, os noviços, junto com o celebrante, deram início ao can-to das Ladainhas de Nossa Senhora, com a participação ativa do povo de Deus. Para os noviços e também para os frades, está sendo um período de

entrega total ao projeto Deus e, pos-suindo o Santo Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar, possamos assim dar testemunho da palavra de Cristo e de sua santíssima Mãe Maria.

O outro fato marcante deste mês aconteceu na vigília de Pentecostes, quando se celebrou a missa de Ação de Graças de Dom José Jovêncio Ba-lestieri, SDB, pelos 25 anos de vida episcopal. A celebração realizou-se na Catedral de Rio do Sul, SC, às 19 ho-ras do dia 14 de maio. O Noviciado foi representado por Frei Rafael Spricigo e os noviços Frei Odilon Voss, Frei Pe-dro Isaías Luísa Vitangui, Domingos Kakanda Soma e Frei Simão Cassua Horácio.

BREvE ENTREvISTA COM DOM JOSémim maravilhas, Santo é o seu nome”. Senão fosse nosso Deus, que sempre caminha à nossa frente, nós não serí-amos nada, por isso só me resta agra-decer a Deus pelos 25 anos de vida episcopal. Sinto-me muito agradecido.

Dom José, o sr. busca a força para fomentar a sua vocação?

R: Na eucaristia e no serviço aos mais necessitados tenho dois alimen-tos fundamentais que fortalecem a minha fé e minha ação evangelizadora sócio-transformadora. Ou seja, a cruz vertical (fé) e horizontal (braço social da Igreja).

Dom José, visto que estamos cele-brando Pentecostes no mesmo dia em que o sr. celebra 25 anos de vida episcopal, quais são as palavras que nos deixa?

R: Pentecostes para mim é dia de envio. É aquela missão que Cristo re-cebeu do Pai e agora está em nossas mãos. E não estamos sozinhos porque Ele derramou efusivamente sobre cada

um de nós o seu Espírito Santo. Por-tanto, não posso dizer que sou evange-lizador, mas é o Espírito Santo que é o verdadeiro evangelizador. É ele que vai sempre à nossa frente para preparar o caminho, e nós, quando chegamos, encontramos o terreno já preparado. Apenas anunciamos.

Dom José, visto que nós, os noviços, estamos iniciando a Vida Religiosa, qual é o conselho que o sr. nos dá?

R: Começo dizendo as palavras de nosso Papa Francisco: “Jesus não pre-cisa de cristãos e religiosos de vitrine e manequins, mas missionários e evan-gelizadores”. Cristãos, padres e religio-sos que realmente evangelizem, evan-gelizem com ousadia, sem medo de errar. Nós podemos errar, podemos até ficar enlameados, mas o importante é que falemos de Cristo e anunciemos a pessoa de Cristo em todos os recantos. Significa vestir a camisa de Jesus Cris-to. É o que lhes recomendo. Paz e bem!

Frei Pedro Isaias Luisa Vitangui

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junho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 297

XxFormação e Estudos

Na tarde do dia 6 de maio, mais uma vez, os envolvidos com a Pastoral Universitária da FAE Centro Acadêmico foram além

das catracas da instituição com um pro-pósito: fazer o bem! Por isso, aproxima-damente 40 pessoas - alunos, colabo-radores e frades estudantes - puderam vivenciar momentos fortes de encontro consigo mesmo e com o próximo.

Entretanto, nesta saída para uma ação social, antes de os jovens estu-dantes irem para o destino onde co-locariam “mãos à obra”, houve uma surpresa: uma parada no Jardim Botâ-nico de Curitiba! Antes de partir para o “fazer”, cada aluno foi convidado a reforçar em si a sua motivação em sair de seus afazeres para encontrar--se com a realidade do outro. Em um momento de silêncio, aproveitando

a beleza do lugar, cada jovem fez um break. Nada de fotos, nada de conver-sas: um momento de recordação da própria vida! Depois, em pequenos grupos, os envolvidos com a ativida-de partilharam e conheceram mais os colegas de trabalho, percebendo que todos estavam unidos pelo desejo sin-cero de fazer o bem!

Assim, a chegada na Escola Mu-nicipal Coronel João Cândido de Oliveira foi um momento de alegria. A expectativa de encontrar as crian-ças que estudam nesta instituição, e perceber que mesmo em meio às dificuldades estruturais, professores e funcionários fazem o que podem e o que não podem para garantir uma educação de qualidade, fazem esta experiência ser rica de significado.

PASTORAl uNIvERSITÁRIA REAlIZAAçãO SOCIAl EM ESCOlA DE CuRITIBA

O trabalho, juntamente com a ONG Dobrando Alegrias, foi de fazer com os alunos uma dobradura para eles presentearem suas mães.

No final da tarde, os frades es-tudantes Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Gabriel Dellandrea, Frei Leandro Ferreira Silva e Frei Zilmar Augusto Moreira de Oliveira prestaram uma singela homenagem às mães na sala dos professores da FAE. Além disso, os mesmos frades motivaram o corpo docente e os funcionários que esta-vam no local para uma oração e um canto pedindo a bênção para todas as famílias. Deus seja louvado por tantas graças recebidas!

Frei Augusto Luiz Gabriel Frei Gabriel Dellandrea

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298 [coMUNIcAÇÕES] junho / 2016

Formação e Estudos

A Fraternidade Franciscana São Boaventura viveu no dia 14 de maio dois ricos momentos às vésperas da Solenidade de

Pentecostes: A Oração Ecumênica e a Vigília de Pentecostes.

Pela manhã, toda a Fraternidade se reuniu para uma Oração Ecumê-nica. Este momento foi enriquecido com presença fraterna de irmãos cris-tãos de outras duas denominações: o Padre Simão Nassry, da Igreja Or-todoxa, e da Pastora Érica Checkan, da Igreja Batista. Foi um momento verdadeiramente belo e fraterno de unidade cristã.

A celebração iniciou-se com a en-toação do belo canto de invocação do Espírito Santo. Frei Jean Carlos Ajlu-ni Oliveira, anfitrião desse momento, ressaltou que “unidade não é unifor-midade, não é usar vestes iguais, não é cantar os mesmos cantos, rezar as mesmas orações, mas é justamente reconhecer o Deus que se manifesta de diferentes modos, em gestos, can-tos, orações e expressões diferentes”. Assim motivados, todos recitamos e meditamos o salmo 133: “Oh como é bom e agradável os irmãos viverem juntos, sempre unidos”.

O ápice deste encontro foi o mo-mento da partilha da Palavra de Deus, quando cada líder religioso pôde deixar sua mensagem de unidade. O Evangelho, um trecho extraído de São João 15, 9-17, foi proclamado pelo Padre Simão. Iniciado o momento da partilha da Palavra de Deus, Padre Simão chamou-nos a atenção para o amor: “Existem quatro tipos de Amor: o amor do Pai para com o Fi-lho; o Amor do Filho para com o Pai; o Amor de Jesus para conosco e o nosso

Amor para com Jesus Cristo. Assim, o Amor não é só carinho! Às vezes eu escuto alguém falando ao telefo-ne: ‘Até mais, Padre! Beijo!’. Isso não é amor. Isso é emoção, uma amostra de carinho. O amor verdadeiro é aquele que Jesus nos dá em sua Palavra. Sem amar-nos, como Jesus Cristo, é im-possível que nossa Igreja viva unida”,

frisou. E falando sobre alguns felizes sinais da união entre alguns cristãos, principalmente devido à triste reali-dade dos cristãos na Síria, disse: “Nós estamos nos unindo não porque esta-mos com medo do Estado Islâmico, mas para respeitar a Palavra de Amor de Jesus. Quem sabe, no futuro, não precisaremos fazer uma reunião para unir a Igreja de Cristo, pois a Igreja já estará unida”.

A Pastora Érica, inspirada no Evangelho Proclamado, fez uma lin-da, emocionante e comovente oração, pedindo perdão pela falta de unidade de muitos cristãos. Confira a men-sagem na íntegra: “Obrigado, Jesus, porque o Senhor nos trouxe aqui para este tempo de partilha, oração. Obrigado, Senhor, por mais uma vez colocar-nos diante da dificuldade de amar como o Senhor ama. De modo especial, ouvindo que ‘o sol cai so-

ENCONTRO ECuMÊNICO NO CONvENTO SãO BOAvENTuRA

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Formação e Estudos

e no templo. E a cada dia o Senhor acrescentava os que eram salvos. Ó Deus, faz isso de volta aqui! Na nossa geração, que os nossos filhos possam comungar juntos; que os nossos netos tenham a oportuni-dade da partilha da tua Palavra! Muito obrigado por esta frater-nidade que faz esse movimento! Ó Deus, eu ainda não sei amar como tu amas. Me ensina a amar os outros irmãos de confissão cris-tã. Deposito estas lágrimas no teu Altar, na certeza de que elas pode-rão regar sementes de esperança, sementes de unidade. Que toda Igreja se levante com os pés cal-çados na promoção do Evangelho da Paz; que a tua Igreja se levante servindo a todos. Por favor, Deus, derrama sobre nós um novo sopro do Espírito de teu Amor. Amém”!, suplicou a Pastora.

Após esse momento orante ao redor da Palavra de Deus, rezamos juntos por todos os cristãos com a oração do Pai Nosso, que foi reza-

No meio deste universo imenso,não passo de um cocozinho de mosquito.Mas isso que é bonito!Do pluriverso, a perder de vista, faço parte,membro da poeira cósmica,dessa misteriosa irmandade, destarte, sou da família do infinito.é bonito!E quem tudo, tudo, criouse fez igualzinho a mim,simplesmente eu,que me habito.Isso que é bonito!Sou, agora, a perene escritura,o amém sem rasurado Amor infinito.é demais!é bonito!

José Ariovaldo da Silva, OFM

bre os justos e injustos’, de que o Senhor não separa a luz e o calor para alguns, que o Senhor não re-age conforme nossa indiferença... Senhor, eu quero te pedir perdão, porque nós não amamos assim. Nós vamos nos identificando com aquele que gostamos e, em vez de construirmos pontes, nós va-mos construindo muros, dentro de casa, com os mais próximos de nossa família, na comunidade de fé, tão fragmentada... E quan-do nós nos reunimos aqui, como hoje, isso parece tão exceção, o que deveria ser nossa prática. Eu quero te pedir perdão! Perdão porque, em algum momento da história, nós não mantivemos o que os nossos irmãos da Igreja primitiva viveram... Eles tinham tudo em comum; eles repartiam o pão; eles estavam juntos na partilha, na casa

ESTADODE GRAçA

do de acordo com a versão e língua de cada comunidade cristã presente.

A Oração Ecumênica terminou com o gesto da saudação da paz de Cristo entre todos os presentes. Lou-vamos e agradecemos ao Pai, que em seu Filho Jesus nos enviou o seu Espí-rito Santo e nos fez uma só comuni-dade, ao redor do altar, partilhando a Palavra e rezando na mesma intenção: pela unidade de todos os cristãos.

O dia terminou com a bonita e bem preparada Celebração da Vigília Pascal, reunindo além dos confrades, também alguns fiéis amigos que sempre cele-bram conosco. Neste espírito que supli-ca ao Pai o Consolador, peçamos como no Hino das Vésperas de Pentecostes: “Oh vinde, Espírito Criador, as nossas almas visitai e enchei os nossos cora-ções com vossos dons celestiais”.

Frei Zilmar Augusto M. de Oliveira

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300 [coMUNIcAÇÕES] junho / 2016

Fraternidades

Esse foi o tema abordado por Frei Paulijacson Pessoa de Moura, OFM, no Encontro “Amigos de São Francisco e Santa Clara”, no

dia 24 de abril de 2016, no Salão Cristo Rei, da Paróquia de Gaspar.

Desse encontro participaram as Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, inclusive Irmã Vanessa Garrido, que estava de passagem por Gaspar e que já trabalhou no Colégio Madre Francisca Lampel, os Francisca-nos Seculares e várias pessoas de nossa Paróquia que simpatizam com a espiri-tualidade franciscana.

Num clima muito fraterno o en-contro começou com o café. Na se-quência, a irmã Ministra Eliana Apa-recida Roncálio Schmitt conduziu a oração inicial. O senhor João Bohn e Irmã Vanessa animaram o encontro.

Para discorrer sobre o tema: “A Mi-

sericórdia na Espiritualidade Francis-cana”, primeiramente, Frei Paulo expli-cou a origem e o significado da palavra Misericórdia.

A misericórdia é uma virtude moral que dispõe o homem para compreen-der e suavizar a infelicidade dos outros, considerando-a, de certo modo, como própria quando vê seu próximo so-frer, criando assim um vínculo afetivo.

A misericórdia implica num aspec-to “passivo”. Sentimos como fossem nossos os males (compaixão). Inclui também um momento “ativo” (be-neficência): passando-se para a ação visando sanar a miséria encontrada (fim específico). Por um lado, a miseri-córdia é efeito do amor compreendido como ato principal da caridade, tende, de fato, ao bem ao próximo, como a própria caridade.

A ideia que Francisco tem da mise-ricórdia é rica em conteúdo e atual em sua concepção.

Francisco chama a atenção para a íntima relação entre a misericórdia de Deus e o mundo, e antes de tudo com a própria vida. “A misericórdia divina” está na ordem da vocação de Francisco (1Cel 3) e o seu amor para com os le-prosos. Ele recebe e transmite a miseri-córdia. De objeto se torna sujeito: “E eu

tive misericórdia com eles” (Tet 2; 1Cel 17 e LTC 11-22).

As fontes também atribuem à mi-sericórdia de Deus a vocação de Clara e de tantas irmãs. O Senhor, “por sua misericórdia e graça” (TestC 9), inspi-rou Francisco em guiar Clara e suas irmãs.

Para finalizar, Frei Paulo citou um pensamento do Papa Francisco, o Papa da Misericórdia: “A Igreja não está no mundo para condenar, mas permitir o encontro com aquele amor visceral que é a misericórdia de Deus. Para que isso aconteça, tenho repetido muitas vezes, é necessário sair. Sair das igrejas e das paróquias, sair e ir procurar as pessoas lá onde elas vivem, onde sofrem, onde esperam. Espero que o Jubileu Extra-ordinário faça emergir cada vez mais o rosto de uma Igreja que redescobre as entranhas maternas da misericórdia e que vai ao encontro de tantos ‘feridos’ necessitados de escuta, compreensão, perdão e amor”.

Na pausa da palestra, a Irmã Mi-nistra Eliana conduziu uma dinâmica onde todos, sem exceção, participaram ativamente.

Depois da belíssima explanação de Frei Paulo, houve a Celebração Euca-rística.

Para finalizar, como não poderia deixar de ser, houve uma gostosa ma-carronada preparada por Felipe Bohn e Bernadete Deschamps (Dete). Par-ticiparam também do almoço, Frei Carlos Ignácia, Assistente Espiritual da Ordem Franciscana Secular e Frei Lindolfo Jasper, Vigário Paroquial, que foi transferido para trabalhar em nossa Paróquia.

Paz e Bem!

Gertrudes Crescencia Spengler

GASPAR: A MISERICÓRDIA NA ESPIRITuAlIDADE FRANCISCANA

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junho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 301

Fraternidades

São Pedro Apóstolo166ª Festa de

2016Sede Misericordiosos

como o Pai Lc 6,36

“São Pedro e a Misericórdia”

29 de Junho a 03 de Julho

Paróquia São Pedro aPóStolo - GaSPar - SC

TEMA: “SÃO PEDRO E A MISERICÓRDIA”LEMA: “SEDE MISERICORDIOSOS COMO O PAI”

(Lc 6,36)

PROGRAMAÇÃO25/06 - SÁBADO

19H00 - Missa com festeiros e trabalhadores da Festa Frei Paulijacson Pessoa de Moura, OFMApós a Missa, procissão luminosa pelas ruas da cidade.

30/06 - QUINTA-FEIRA 16H00 - Missa para idosos e enfermos – Frei Carlos Ignácia, OFM19H00 - 1º DIA DO TRÍDUOTema: “Família, Paróquia doméstica: Berço do amor, da misericórdia e do

02/07 - SÁBADO15H00 - Missa da catequese e procissão – Frei João Fernandes Reinert 19H00 - 3º DIA DO TRÍDUOTema: Comunidade de Comunidades: “Lugar do exercício da misericórdia, na unidade e na diversidade” Pregador: Frei João Fernandes ReinertComunidades: Jesus Cristo Libertador, Santa Clara, Bom Jesus, Santa Terezinha, Santa Rita, Ordem Franciscana Secular, Irmãs Franciscanas, Coroinhas e Jovens.Carreata: saída da Comunidade Jesus Cristo Libertador.

03/07 – DOMINGOSOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO07H00 - Procissão pelo Rio Itajaí Açu – Saída do Porto de Areia Deschamps – Poço Grande. 09H30 - Missa Solene em honra ao Padroeiro São Pedro – Festeiros e comunidade.Animação: Coral e Banda.19H00 - Missa do Padroeiro – Frei Lindolfo Jasper, OFM

166ª FESTA DE SãO PEDRO APÓSTOlO DE GASPAR

FESTEJOS POPULARES29/06 - QUARTA FEIRA18h30 - MACARRONADA e Bolo.

30/06 - QUINTA-FEIRA18h30 - RODÍZIO DE SOPA, fogueira, quadrilha, churrasco, pastel, bolo, cuca, sonho, pinhão, quentão, cachorro quente, porquinho-da-Índia, roda dos festeiros (bicicletas, toalhas, etc.), roda dos brinquedos (bonecas, carrinhos, etc.), sacola- surpresa, pescaria, Bazar das Bordadeiras....

01/07 - SEXTA-FEIRA

04/07 - SEGUNDA-FEIRA19H00 - Missa de Ação de Graças pela Festa.Frei Paulijacson Pessoa de Moura, OFM

perdão” Pregador: Frei João Fernandes ReinertComunidades: São Brás, Nossa Senhora Aparecida, São Judas Tadeu, São Sebastião e Pastoral da Sobriedade, Noivos, Batismo, Saúde, Criança, Conferência Vicentina, Movimento de Cursilho, Equipes de Nossa Senhora e Ministros.Carreata: Saída da Comunidade São Brás

01/07 - SEXTA-FEIRA 19H00 - 2º DIA DO TRÍDUOTema: “Paróquia Missionária: Pescadores da misericórdia” Pregador: Frei João Fernandes Reinert Comunidades: Santo Antônio, Virgem de Nazaré, Nossa Senhora de Fátima, Santa Paulina, São Cristóvão, São João Batista e RCC, Novena Nossa Senhora das Graças, Sevas com Maria (N. Sra. Desatadora dos Nós), Apostolado da Misericórdia, Apostolado da Oração, Movimento Lareira, Movimento de Irmãos e Grupos de Reflexão. Carreata: Saída da Comunidade Santo Antônio.

19h30 - CHURRASCO, pastel, bolo, cuca, sonho, café, pinhão, quentão, cachorro quente, porquinho-da-Índia, roda dos festeiro, (bicicletas, toalhas, etc.), roda dos brinquedos (bonecas e carrinhos, etc.), sacola-surpresa, pescaria, Bazar das Bordadeiras....

02/07 - SÁBADO 10h30 - CHURRASCO, pastel, bolo, cuca, sonho, café, pinhão, quentão, cachorro quente, porquinho-da-Índia, roda dos festeiros (bicicletas, toalhas, etc.), roda dos brinquedos (bonecas, carrinhos, etc.), sacola-surpresa, pescaria, Bazar das Bordadeiras....SHOW PIROTÉCNICO

03/07 – DOMINGO durante o diaBUFFET, churrasco, batata frita, pastel, bolo cuca, sonho, café, pinhão, quentão, cachorro quente, leilão de gado,porquinho-da-Índia, roda dos festeiros (bicicleta, toalhas, etc.), roda dos brinquedos (bonecas, carrinhos.), sacola-surpresa, pescaria, Bazar das Bordadeiras.....

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Fraternidades

“Gostaria de partilhar com toda a Fraternidade Provincial esse fato marcante em minha vida. Apesar de não merecer, acolho como bênção re-cebida. Com apenas 2 anos aqui, foi concedido a mim o título de Cidadão Agudense, com a compreensão de que a fraternidade é que recebeu tal mérito. Por trás de um frade, sempre há uma ‘fraternidade viva’”.

Um abraço Frei Paulo Borges

Há quase dois meses chega-ram à Paróquia Sagrado Coração de Jesus Frei Ivo, Frei João e Frei Ricardo.

Eles têm feito um ótimo trabalho junto às várias pastorais. Forqui-lhinha acolheu os três com muito carinho, com a certeza de que os trabalhos iriam continuar em boas mãos. Assim como dizia São Fran-cisco de Assis, “fomos enviados para curar os feridos, unir os que estão separados, mostrar a verdade aos que estão perdidos no erro”.

Eles, então, foram enviados também para serem instrumentos de Deus para os fiéis. No dia 12 de abril, foi realizada a tomada de pos-se do Freis Ivo (pároco) e do Frei Ricardo (vigário paroquial), numa celebração muito bonita, presidida pelo Padre Vilson Buss (Vigário da Diocese), onde oficialmente eles foram apresentados à comunidade.

Na oportunidade eles recebe-ram a chave do sacrário, a estola e vários outros itens da igreja como forma de acolhida a eles. Frei Ivo, em sua simplicidade, usando lindas palavras, agradeceu a todos pela acolhida e por recebê-los com tan-to carinho.

E o mais bonito foi que durante a celebração um cachorro entrou dentro da igreja e ficava passeando em meio ao público, confirmando assim o carisma franciscano que existe em cada um, tendo em vista que São Francisco é o protetor dos animais.

Mariane Generoso Rodrigues

POSSE NA PARÓQuIA DE FORQuIlHINHA

Homenagem a Frei Paulo Borges

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junho / 2016 [coMUNIcAÇÕES] 303

Fraternidades

Na primeira grande celebra-ção no Campinho do Con-vento da Penha, o novo guardião Frei Paulo Roberto

Pereira presidiu, no sábado (7 de maio), a celebração em homenagem às mães. Um mês depois da Festa da Penha, onde as romarias foram as grandes manifestações de fé à Vir-gem Mãe de Deus, desta vez foram as mães que subiram em romaria o Morro da Penha.

A “Romaria das Mães” já é tradi-cional, pois desde 1956, como mos-tra o livro de registros do Convento da Penha, as mulheres do interior do Estado, por não conseguirem partici-par da Festa da Penha, aproveitavam a vinda à cidade na véspera do Dia das Mães para subir ao Santuário, quando levavam flores para Nossa Senhora. Essa devoção, aos poucos, conquistou espaço nas celebrações litúrgicas do Convento.

A preparação para a Santa Missa,

às 15h30, começou bem antes, com terço, cantos e orações. Aos fiéis que lotaram o Campinho, Frei Paulo apro-veitou para apresentar os novos frades no trabalho de evangelização dos franciscanos no tradicional Santuário erguido por Frei Pedro Palácios.

“O Alan (Frei Alan Leal) é o nos-so frei mais novo. Aí, chegou depois o Frei Pedro (Frei Pedro Rodrigues), o de cabeça branca. Mas no Convento ele é novo… O outro Frei Pedro (Frei Pedro Engel) vocês já conhecem: é aquele que ao final das celebrações sempre distribui generosamente água benta para todo mundo. E eu sou Frei Paulo. Fiquei feliz também de ser frei novo”, brincou o guardião. “Aliás, essa é uma das bênçãos das transferências. Normalmente, quando vai haver uma transferência, o povo das paróquias que têm religiosos e religiosas lamen-ta as suas saídas. Para nós, é sempre bom, porque em cada lugar a gente vai ser frei novo”, disse

Frei Paulo acolheu os romeiros e romeiras que “escolheram o Convento para rezar, agradecer, louvar e bendi-zer o nome do Senhor” e iniciou a sua homilia perguntando qual a impor-tância de viver a maternidade, tanto a maternidade biológica quanto aquela outra maternidade, necessária para o cuidado da natureza, da criação. “A maternidade necessária, que faz o mundo um lugar possível para viver o Evangelho, é que nós celebramos nes-ta tarde aqui. Então, nossa gratidão a todos que se juntam a nós para fazer a sua prece, seu louvor ao Senhor e as-sumir o compromisso por um mundo mais maternal. É essa a ideia. Como o poeta que dizia: ‘Eu não quero pá-tria, eu quero frátria, eu quero mátria’, eu quero irmãos, eu quero mães. Eu não quero a ditadura de quem manda quem pode, obedece quem tem juízo. Não é nada disso que a gente quer. A gente quer fraternidade e maternida-de. A gente quer cuidado, a gente quer

ROMARIA DAS MãES DA PENHA

FREI PAulO PEDE uM MuNDO MAIS MATERNAl

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304 [coMUNIcAÇÕES] junho / 2016

Fraternidades

respeito. Por isso que a está aqui para rezar”, esclareceu.

Segundo Frei Paulo, enquanto mui-tos escolheram o caminho dos shop-ping-centers para comprar presentes, milhares escolheram o caminho do Convento. “O caminho da prece e da presença. Nós queremos a presença de Deus em nossa vida, nós queremos ser presentes de Deus na vida do irmão e da irmã”, enfatizou, ressalvando: “Mas a gente não tem que ficar julgando os outros que foram ao shopping, di-zendo: ‘Eu vim ao Convento. Eu sou melhor…’. Nada disso, não somos me-lhores. Pelo contrário. Em muitas oca-siões, a gente é bem pior. Não cabe a nós julgar. Cabe a nós escolher bem. A nossa vida é feita de escolhas e será feliz aquele e aquela que escolher bem. Fa-zer boas escolhas é a primeira missão desta tarde. Escolher bem. Escolher o bem, escolher a Deus. Essa é uma exce-lente escolha que qualifica a nossa vida e nós escolhemos vir à casa da Mãe de Deus, à casa das Alegrias, à casa da Vir-gem da Penha”, ensinou, pedindo um viva a Nossa Senhora.

Para Frei Paulo, aos capixabas de nascimento ou capixabas por adoção, em momentos de alegria ou de tris-teza, basta avistar o Convento para fazer uma prece a Maria. “Ela recolhe as nossas preces e apresenta a Deus,

apresenta ao seu Filho Jesus, que vem em nosso socorro. É bom saber que no céu uma mãe cuida de nós. É bom que a gente cultive o desejo de estar aqui. Venham sempre ao Convento da Penha! Ele é a casa de todos nós por-que é a casa de Nossa Mãe. Uma casa de mãe não tem tranca, está sempre aberta para acolher seus filhos e filhas. Essa experiência devemos sempre, podemos sempre, fazer no Convento da Penha”, conclamou.

PORTA DA MISERICÓRDIAFrei Paulo aproveitou para falar

sobre o Ano Santo da Misericórdia, que segundo ele foi uma feliz inspira-

ção do Papa Francisco. Perguntou ao povo quem tinha passado pela Porta da Misericórdia e constatou ali que a grande maioria já o fez. “Mas queria lembrar uma coisa: a gente não pode pensar que a Porta da Misericórdia é aquele portal pelo qual nós passamos e todos os nossos pecados caem por terra. Ou então que a Porta da Mi-sericórdia é como um portal mágico que nos purifica dos nossos erros. Nem posso pensar que ao passar a porta, no segundo passo, já não te-nho mais pecado. Não é bem assim!”, disse, recordando a parábola do bom samaritano.

“O samaritano nem era gente con-

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siderada religiosa. E o que fez o sama-ritano? Fez misericórdia para com ele. Então, passar pela Porta da Misericór-dia, ir à casa da Mãe encontrar-se com a misericórdia, significa treinar o nos-so olhar para perceber a dor do outro. Treinar o nosso coração para perceber o outro caído à beira do caminho e erguê-lo do chão. Fazer misericórdia é, sim, ter o nosso coração perdoado dos pecados, mas é também e, sobre-tudo, fazer o exercício de aproxima-ção. É chegar perto, partilhar a dor, estender a mão, ajudar a levantar. Isso é misericórdia”, observou.

Segundo o guardião, aproximar--se daquele que sofre é um exercício importante. “E vejam: quem de nós nunca ouviu falar ou até mesmo falou assim: ‘Na casa do meu pai, ele nem precisava me falar. Bastava um olhar para a gente entender e obedecer’. Não era assim? Muitos de vocês já falaram

isso? Hoje não é assim. Tem que falar uma vez, duas, três, quatro (foi au-mentando a voz). Que tristeza! Gri-tar não é bom sinal. Para entender o que o pai dizia era preciso ter o nosso olho perto do dele. Não é verdade? Se a gente está com o olhar longe, como é que a gente vai entender o que ou-tro está querendo dizer sem precisar usar palavras? Aproximar o olhar. Se na sua casa tem muitos gritos, é sinal que o olhar está longe ou até olhando em direções diferentes”, frisou, dizen-do que aproximar o olhar é tarefa que nos faz misericordiosos.

MISSãO DA PORTA DA MISERICÓRDIA

“Vocês vieram aqui para rezar pelas Mães, rezar pelos filhos, pela família. Excelente! Escolha belíssima que vai qualificar o seu domingo e vai fazer mais saborosa aquela macarro-nada que a gente vai dividir amanhã. Excelente escolha. Rezar pelo irmão. Mais excelente ainda é rezar com o irmão. Rezar com o filho, com a fi-lha, com a mãe”, explicou, contando que viu uma reportagem na televisão mostrando que os filhos estavam di-zendo que iam gastar em torno de 80 reais nos presentes para a mãe. “Eu dizia: ‘olha, não está tão fácil de gas-tar dinheiro’. Mãe merece muito mais. É claro! Vou dar uma sugestão: Com apenas dez reais, você vai dar um ex-celente presente para sua mãe. Vem com ela rezar no Convento. Excelente presente!”, propôs, perguntando quem

tinha o privilégio de ter um filho re-zando com ela no Convento. “Uma salva de palmas. Excelente presente! Excelente! Rezar pela sua família é missão de cada um de nós, mas rezar em família é uma missão mais urgen-te ainda. Não estou iludido, eu tenho certeza. É muito difícil esta tarefa de rezar em família. Um sai 5 hs da ma-nhã, outro mais tarde, outro chega às 8 hs da noite, outro à meia-noite. Um não quer saber de Igreja, outro já foi para a Igreja evangélica… Sei que é difícil. Mas com o coração perto, com o olhar aproximado, você, como mãe, pode pedir ao seu filho: ‘Fica aqui um bocadinho’. Um minuto. Uma vez por semana, por mês, uma vez por ano. Chama o seu filho para rezar com ele. Insista nisso, vale a pena, vai dar qua-lidade à sua família. Rezar em família é muito nobre. Nobilíssimo!”, repetiu.

Já no final de sua homilia, lem-brou que queremos levar bênçãos para nossa família. “Pedimos que Deus abençoe nossas famílias. A gen-te até canta bonito… ‘Abençoa, Se-nhor, a família….’. Ótimo, a gente tem que confiar sempre na força de Deus que sustenta a nossa família, mas a gente quer mais, porque bênção, além de ser uma oração de proteção, bên-ção é bendição, é dizer bem, bênção é louvação. Mas você quer bênção para a sua família? Elogie sua filha, elogie seu esposo, seu filho. Será que não tem nada, ele só faz coisa errada? Qual foi a última vez que você disse: ‘Você é bonito’, mesmo que ele seja feio? Não tem problema. Bendiga seu familiar, sua esposa, fale bem dela. Não fique só reclamando. Assim, de que adianta pedir bênção?!”, questionou, pedindo aos fiéis que se comprometessem em bendizer suas famílias a partir de hoje. Frei Paulo terminou cantando a músi-ca-hino à família de Roberto Carlos.

Moacir Beggo (texto) e Solange Souza (fotos)

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Fraternidades

Com as bênçãos do Minis-tro Provincial Frei Fidên-cio Vanboemmel durante a Missa de Envio nesta

quarta-feira (18/05), no Convento São Francisco de São Paulo, teve início a quarta edição do Projeto “Reviver o Dom da Vocação”, pro-movida pela Conferência dos Fra-des Menores do Brasil (CFMB). Quinze frades embarcaram para viver essa experiência durante um mês. “A experiência começa na Ter-ra Santa - nos caminhos de Jesus - e termina em Assis - nos Caminhos

de Francisco”, explicou Frei Fidên-cio, que também é vice-presidente da CFMB.

Frei Fidêncio desejou uma boa viagem e uma rica experiência de fé nos lugares santos. “Vocês inicia-rão esta experiência na Terra Santa. Como outrora os discípulos de Je-sus, chamados ao “vinde e vede” e convocados a percorrer o caminho do Reino, também desejo a vocês uma profunda experiência de en-contro com o Cristo do Evangelho, sentido primeiro da nossa vocação e missão como Frades Menores. E

depois, na segunda etapa da expe-riência do Reviver o Dom da Vo-cação, percorrendo os santuários franciscanos de Assis, Alverne e Vale do Riete, o simples contato com estes lugares consagrados por São Francisco de Assis, certamente os ajudará a reavivar o dom da vo-cação franciscana presente em cada um, exatamente como nos recorda Santa Clara: ‘Entre tantos benefí-cios que diariamente recebemos do Deus da Misericórdia está a nossa vocação’”, acrescentou o Ministro Provincial.

COMEçA NOvA ExPERIÊNCIA PARA “REvIvER O DOM DA vOCAçãO”

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Fraternidades

Com as boas vindas do coorde-nador do Regional Frei Vil-mar Alves aos 17 frades das fraternidades de Ituporanga,

Lages e Curitibanos, teve início no dia 25 de abril o primeiro encontro do ano, que se estendeu até o dia se-guinte. O guardião da Fraternidade, Frei Marcos Melo, nos acolheu com as boas vindas e com algumas orien-tações práticas. Em seguida, Frei Al-berto Eckel iniciou a oração da tarde.

Frei Vilmar fez a proposta de que na tarde do dia 25 ficaríamos com a apresentação dos frades novos, com a eleição do novo coordenador e vice coordenador, secretário e vice secretá-rio do Regional e, logo feita a eleição faríamos uma partilha das Fraterni-dades. Na manhã do dia 26 faríamos o estudo sobre o Projeto Fraterno que deverá ser elaborado pelas fraternida-des. Também seriam apresentadas as comunicações do Definitório e, por fim, escolheríamos as datas dos Re-

gionais. Todos concordaram com a proposta.

Com isso, Frei Marcos Melo será o coordenador e Frei Evandro Balestrin o vice, sendo Frei Roberto secretário e Frei José Lino vice-secretário.

Cada fraternidade do Regional colocou um pouco dos trabalhos fei-tos na paróquia em que está atuando. Foi partilhado que todos os frades estão bem engajados nos trabalhos e as realidades das paróquias. Quanto às fraternidades, foi dito que todas estão convivendo bem e os frades se ajudando mutuamente.

Terminamos a primeira parte do Encontro Regional às 18 horas e Frei Marcos Melo deu mais algumas infor-mações de como iria continuar dia 26 e convidou todos os frades para um jantar recreio às 19 horas.

No dia 26, às 8 horas, tivemos o café da manhã e, logo depois, mais precisa-mente às 9 horas, iniciamos a segun-da parte do Encontro Regional com a

oração feita por Frei Marcos Melo. Na oração foi lembrado de celebrar o dom da vida de Frei Elias Dalla Rosa.

Depois da oração, Frei João Man-nes, o Definidor regional, fez uma ex-planação sobre o Projeto Fraterno de Vida e Missão.

Falou-nos sobre a importância de cada fraternidade ter o seu Proje-to Fraterno de Vida e Missão, que vai nortear cada fraternidade a seguir seu específico dentro da Paróquia.

Expôs aos frades os passos para a recomposição do Projeto e depois fez as comunicações do Definitório.

Em seguida, Frei Marcos Melo convidou a escolhermos as datas dos próximos regionais: 18 e 19 de julho, Curitibanos; 26 e 27 de setembro, La-ges; e 12 e 13 de dezembro, Regional recreativo. Terminamos o encontro às 12 horas, no almoço com os semina-ristas.

Roberto Carlos

ENCONTRO DO REGIONAl PlANAlTO CATARINENSE E AlTO vAlE DO ITAJAí

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Fraternidades

Foi realizado no dia 25 de abril o primeiro encontro do ano no Regional do Vale do Paraíba. Os confrades foram acolhidos

no Seminário/Postulantado Frei Gal-vão, em Guaratinguetá, pela Frater-nidade da casa e pelo Definidor Frei João Francisco da Silva. Feita a oração inicial, Frei João Francisco acolheu os novos frades: Frei João Pereira da Sil-va, Frei Leonir Ansolin, Frei Virgílio Pereira de Souza, Frei Jeâ Paulo An-drade, novo mestre do Postulantado.

Em seguida, procedeu-se à eleição para coordenador: Frei João Pereira da Silva; vice-coordenador: Frei Leo-nir Ansolin. Secretário: Frei Claudino Dal’Mago; vice-secretário: Frei Jeâ Paulo Andrade.

Ganharam destaque, com a leitura e partilha, os conteúdos do Relatório do Visitador Geral e o Relatório do Ministro Provincial, bem como as Prioridades do Sexênio e o Projeto Fraterno de Vida e Missão.

Na partilha, algumas constata-ções: dever-se-á levar em conta que não há respostas mágicas para a so-lução de questões na vida fraterna, mas será possível obtê-las a partir da Fraternidade; há Fraternidades fragi-lizadas: talvez por falta de revigora-mento na espiritualidade; com certo percentual de certeza, a formação inicial e continuada, bem conduzi-das, ajudam a analisar e a vencer en-traves e desafios internos, e pôr em prática os valores apontados nos Re-latórios. Propõe-se, para tanto, tra-

balhar mais, envidar mais esforços, “gastar” mais vida, não somente em favor dos jovens, mas com os jovens, na formação humana, cultural e fra-terna. Essa importância foi apontada também por Frei Walter Hugo de Al-meida, quando se referiu ao trabalho interno com os jovens da Fazenda Esperança: ali, eles têm uma opor-tunidade de construir o cidadão de amanhã. Da Fraternidade Nossa Se-nhora do Amparo, em São Sebastião, Frei João Pereira ressaltou o valor da formação religiosa e devocional do povo de sua Paróquia: cresce a devo-

ção a Frei Galvão, na divulgação das Pílulas de Frei Galvão. Ganha força, a cada ano mais, também a Festa dos Pescadores, naquela região.

Nas atividades do Postulantado, Frei Jeâ expressou seu contentamen-to no exercício de sua nova missão, como mestre. Junto aos Postulantes, coordena os Círculos Bíblicos, o apos-tolado de visita aos doentes do Hos-pital Frei Galvão, atendimento aos Romeiros, a confecção das “Pílulas de Frei Galvão”.

Frei Claudino Dal’Mago

ENCONTRO DO REGIONAl DO vAlE DO PARAíBA

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Fraternidades

No dia 25 de abril, numa sala do Centro de Pastoral da Paróquia do Rosário de Vila Velha, deu--se início ao primeiro Capítulo

Regional do ano, estando presentes todos os componentes, ou seja: Frei Paulo Pereira (guardião da Penha e De-finidor), Frei Paulo César Ferreira, Frei Pedro Engel, Frei Pedro de Oliveira, Frei Claudius Guski, Frei Ari Praxedes e Frei Alan Leal de Mattos. Este último persol-vendo seu Ano Missionário. Frei Djal-mo Fuck (guardião do Santuário), Frei Clarêncio Neotti, Frei Nazareno Lüdtke, Frei Vunibaldo Vogel e Frei Florival To-ledo. Frei Gilson Kammer (guardião de Colatina), Frei Mário Stein e Frei Pedro do Nascimento Viana.

Sendo a primeira vez que o Regio-nal se reuniu no triênio, o Definidor Frei Paulo Pereira assumiu o comando da pauta, logo depois de Frei Djalmo dar as boas vindas a todos. A primei-ra palavra do Definidor foi acentuar a importância do Capítulo como ilumi-nação dos programas propostos pelo Capítulo Provincial e como uma forma de praticar o redimensionamento que, segundo o Definidor, não é apenas a recomposição das Fraternidades, mas novo vigor no dia a dia da convivência da Fraternidade e no modo francisca-no de fazer pastoral.

Por cédulas foram eleitos o presi-dente do Regional, na pessoa de Frei Gilson Kammer, e do secretário Frei Clarêncio Neotti. Também saíram elei-tos o vice-presidente Frei Paulo César

Ferreira e o vice-secretário Frei Floria-no Toledo.

Frei Paulo Pereira passou então a comentar o livreto Plano de Evange-lização 20016-2021, fruto do último Capítulo Provincial, que a Secretaria mandou a cada confrade. Cada Frater-nidade apresentará por escrito e dele fará uma exposição oral para todos no próximo Regional. Insistiu-se que olhássemos, sobretudo, a prática das propostas.

Como apareceu a ideia de fazer-mos nosso retiro sobre o resultado des-se estudo, discutimos o tema do retiro anual. Depois de várias opiniões pró e contra a realização de um retiro exclu-sivo do Regional, decidiu-se que o De-finidor levará ao Definitório o pedido do Regional para que Vila Velha abri-gue um retiro de âmbito provincial, sob a responsabilidade da Formação Permanente e em data marcada por ela de acordo com a disponibilidade do Projeto Santa Clara.

Foram marcadas as datas e os lo-cais dos próximos encontros: dia 13 de junho, festa de Santo Antônio, em Co-latina; dia 26 de setembro, na Penha; dia 12 de dezembro, o encontro festivo, que ficou a cargo do presidente esco-lher o local e a modalidade. Decidimos também celebrar juntos algumas datas franciscanas. Ficaram já marcadas: o

Trânsito de São Francisco, no Santuá-rio; o almoço da festa de São Francisco, na Penha; a festa de São Frei Galvão, em Colatina. O Convento e as 10 co-munidades que compõem a Paróquia do Rosário celebrarão os 800 anos da Porciúncula, com uma procissão lumi-nosa ao Campinho na sexta de noite, dia 29 de julho. Procuraremos tam-bém celebrar juntos os aniversários dos Confrades do Regional, sobretudo o de Frei Pedro Engel, que completará 80 anos no dia 27 de agosto.

O Definidor falou então do outro livreto já enviado pela Secretaria Pro-vincial a todos os Frades: Projeto Fra-terno de Vida e Missão. Lembrou que o subsídio contemplou os relatórios do Ministro Provincial e do Visitador, a conferência do Padre França Miranda e algumas propostas capitulares.

Passamos então a ver alguns tra-balhos em âmbito regional. Às 12h20, Frei Paulo agradeceu a presença de to-dos, lembrou que a presença de todos os Confrades é tradição no Regional do Espírito Santo, pediu a Frei Djalmo dar a bênção e declarou que, com o almoço, estaria encerrado o primeiro capítulo regional. A ata completa está transcrita no devido livro. Este é ape-nas um resumo.

Frei Clarêncio Neotti

PRIMEIRO ENCONTRO DO REGIONAl DO ESPíRITO SANTO

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Evangelização

Há exatos 120 anos, no dia 11 de maio de 1896, uma semente de conhecimento foi plantada no solo da então jovem cidade

de Curitiba (PR). Com a paciência e a sabedoria herdada de São Francisco de Assis, alguns poucos frades fran-ciscanos regaram esta semente com perseverança e amor. E então, de um pequeno colégio com um pouco mais de 100 alunos, esta instituição tornou--se grande e centenária, atendendo mais de 25 mil estudantes em cinco estados brasileiros.

Curitiba; Fabiana Campos, represen-tante da Secretaria de Educação do Paraná; Flávio Arns, secretário de as-suntos especiais do Paraná; Zaki Akel Sobrinho, Reitor da Universidade Federal do Paraná; Darci Piana, Presi-dente do sistema Fecomercio, SESC – SENAC do Paraná; Fernanda Boroski Krueger, representante da Secretaria Municipal da Educação; Ademar Ba-tista Pereira, representante da Federa-ção Nacional das Escolas Particulares; e Jacir Venturi, presidente do SINEP--PR. Marcaram presença também di-

retores e líderes de ensino.O presidente da Associação Fran-

ciscana Senhor Bom Jesus, Frei João Mannes, fez a abertura oficial do evento. Frei João destacou que o co-légio Bom Jesus possui uma história bela e honrada, que teve início com muita paixão e dedicação de um gru-po de frades e educadores ainda na década de 1890. “Hoje, nós olhamos para o nosso passado centenário com gratidão, porque ao longo desse tem-po muitos homens e mulheres foram inspirados pelas virtudes francisca-

O BOM JESuS QuE AMAMOS

Dia 11 de maio de 2016, data histórica! Fizeram--se presentes na solenidade dos 120 anos da Associação Franciscana Senhor Bom Je-sus as seguintes autoridades: Dom José Mario Angonese, bispo da Arquidiocese de Curitiba; Frei Fidêncio Van-boemmel, Ministro Provin-cial da Província Francisca-na da Imaculada Conceição; Gustavo Fruet, prefeito de

nas, dedicaram-se integral-mente ao nobre propósito de oferecer à sociedade um ensino e uma educação de qualidade”, afirmou o pre-sidente.

“Nesses 120 anos de história, todo o esforço não foi em vão, pois com toda a humildade e a inspiração em São Francisco de Assis, a instituição conquistou o reconhecimento da socie-

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Evangelização

dade pela sua excelência de ensino. Essa confiança, principalmente de pais e de alunos, permitiu ao grupo educacional Bom Jesus expandir a sua atuação em cincos estados brasi-leiros com unidades do Colégio Bom Jesus e da FAE-Centro Universitário. Somos muito gratos a todos os con-frades e colaboradores que já passa-ram pelo Bom Jesus e especialmente aqueles que convivem e trabalham atualmente conosco. A história do Colégio Bom Jesus continua e cons-trói-se hoje com a contribuição diária de cada funcionário que com os seus talentos peculiares se coloca a serviço dessa instituição. O espírito de união e de colaboração de todos abre-nos

e colaboradores do Bom Jesus, que-remos formar uma ‘fraternidade em saída’, uma fraternidade que sai ao encontro dos mais necessitados da sociedade, queremos formar uma fra-ternidade franciscana em que é pos-sível identificar sinais, gestos e ações de solidariedade para com os empo-brecidos, excluídos, encarcerados, enfermos, populações de rua, enfim, com pessoas e entidades de diferentes periferias. O projeto Bom Jesus Social pretende contribuir para a inclusão social de inúmeras pessoas marginali-zadas, e assim tornar ainda mais visí-vel em nossa instituição o rosto mise-ricordioso de São Francisco de Assis”, ressaltou o presidente, agradecendo a

todos os colaboradores do Bem Jesus, de forma muito especial à Província Franciscana, que optou mais uma vez pela educação como uma de suas principais frentes de evangelização. Agradeceu também aos pais que dia-riamente enviam seus filhos paras as unidades do Bom Jesus, afirmando que eles acreditam na proposta de en-sino do grupo educacional Bom Jesus.

Pelo Bom Jesus, o diretor geral Jorge Apostolo Siarcos leu uma men-sagem, a mesma que foi enviada para todas as 34 unidades da rede Bom Jesus. “São 120 anos repassando os ensinamentos de São Francisco de Assis e escrevendo uma história de amor à educação. A mística francis-

a esperança de um futuro ainda mais promissor para o grupo educacional Bom Jesus”, desejou.

Frei João, também anunciou uma importan-te novidade: “Por ocasião desta solenidade estamos implantando em nossas unidades educacionais o projeto Bom Jesus Social. Com o desenvolvimento desse projeto, nós, frades

cana vai ao encontro de pro-postas como o pacto global, no qual reforçamos o nosso compromisso em apoiar os dez princípios deste pacto, fortalecendo os direitos hu-manos e nos direcionando a um crescimento sustentável. Os 120 anos do Bom Jesus estão repletos de desafios e mudanças transformadoras. Durante estes anos, o grupo Bom Jesus ampliou e diver-

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sificou suas atividades, incorporando escolas, ingressando no mercado edi-torial, além de consolidar a educação no ensino superior, com parcerias nacionais e internacionais”, destacou o diretor.

AMOR E TRADIçãO“Nós estamos aqui por que ama-

mos a escola, e digo nós, porque eu amo a escola, eu amei a escola como aluno, como estudante, como profes-sor e depois como bispo”. O Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboem-mel citou a frase na abertura do seu discurso e disse que revelaria o autor em seguida.

Ele explicou que a vinda dos fra-des a Curitiba, logo após a restauração da Província, se deveu ao bispo Dom José de Camargo Barros, que em 1898 solicitou, a partir da fraternidade de Lages, a vinda dos frades com uma dupla missão: atuar na pastoral dos imigrantes e na comunicação, atra-vés da Revista “Estrela”. “Quando os frades aqui chegaram, o bispo aproxi-mou os franciscanos do padre Franz Auling, que tinha uma escola para meninos católicos, filhos de imigran-

tes alemães, suíços e austríacos. Esta escola, chamada “Deutche Knabens-chule”, foi fundada no dia 11 de maio de 1896, e foi entregue aos francis-canos em 1902. A partir de então, os frades conduziram esta escola. Hoje, nós estamos aqui para celebrar os 120 anos de uma rica história do colégio Bom Jesus”, salientou Frei Fidêncio.

Citando o slogan dos 120 anos do grupo educacional Bom Jesus, “Tradi-ção feita de futuro”, disse: “Eu pensei, refleti, o que significa tradição? Tradi-ção é a história desta escola, que nas-ceu direcionada para uma necessida-de social. Frei João Mannes, parabéns pelo anúncio de hoje. Se a escola nas-ceu por uma necessidade social, você hoje reafirma o abraço que este colé-gio quer dar também às novas neces-sidades sociais. Portanto, nós estamos muito afinados com o apelo do Papa Francisco, que almeja uma Igreja e uma sociedade em saída”, observou o Ministro Provincial.

Nas duas últimas décadas, Frei Guido Moacir Scheidt teve a missão de conduzir a rede Bom Jesus e, em suas palavras, o ex-presidente subli-nhou: “Lançamos uma semente, nas-

ceu uma árvore e hoje colhemos os frutos. O Bom Jesus – Unidade Cen-tro nasceu dentro da Igreja a pedido do bispo da época e era o maior co-légio de Curitiba, aqui na Rua 24 de Maio. Somos um grupo educacional que luta pela evangelização de pessoas e queremos que todos sejam amados”, destacou Frei Guido.

Da mesma maneira que o Papa Francisco convida para sair às ruas e ajudar a quem mais precisa, o Colé-gio Bom Jesus sempre cultivou esta atitude de solidariedade, contando em todo o tempo com a ajuda da Igreja. Foi nesse sentido que o reve-rendíssimo bispo Dom José Mario Angonese acentuou seu discurso. “Nós estamos aqui por que ama-

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lham. Parabéns a todos pelo carisma e pelo ardor em tudo que fazem”, elogiou o bispo.

O prefeito da cidade de Curitiba, Gustavo Fruet, deu os parabéns ao Bom Jesus, dizendo ser um privilégio e orgulho para a cidade de Curitiba poder comemorar os 120 anos de uma instituição como o Bom Jesus. “Não é só uma referência na cidade, não é só uma referência no Paraná, mas é sim uma das mais belas e im-portantes referências em nosso país”, exaltou o político.

A principal missão do Bom Jesus, desde o início, sempre foi a educa-ção, e a educação é feita de dois ato-res principais: professores e alunos. Foi neste sentido que o ex-aluno do colégio, desde a educação infantil, e

atual professor, Roberto Tadeu Berro, representou essas duas figuras. Mui-to emocionado, e ovacionado pelos presentes, contou um pouco de sua trajetória no Bom Jesus. “Verdadei-ramente ser professor do Bom Jesus é mais do que um ofício, uma missão ou vocação, é um estilo de vida, guia-do pelos princípios franciscanos”, des-tacou o docente.

Importantes acontecimentos pre-cisam ficar solidamente registrados na história, e foi nesse sentido que Frei João Mannes e o diretor geral foram convidados para a solenidade de descerramento da placa comemo-rativa dos 120 anos do Colégio Bom Jesus.

Frei Augusto Luiz Gabriel

mos a escola” (então todos pude-ram entender o que tinha dito Frei Fidêncio). “Eu percebo no corpo da instituição Bom Jesus um amor que queima, que arde”, disse, assinalan-do que a instituição e seus projetos são referência como rede educacio-nal. “Quando se fala em Bom Jesus, é como tirar o chapéu, fazer uma re-verência a esta Instituição. Percebo que trabalham com paixão e os que aqui ensinam os outros são estrelas que brilharão. E hoje são vocês, fun-cionários, as estrelas que no céu bri-

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Evangelização

Foi realizada na manhã desta segunda-feira, 2 de maio, a cerimônia de reabertura do Sefras Pop Rua em São Pau-

lo, carinhosamente conhecido como “Chá do Padre”. Logo pela manhã a sede do serviço, à rua Riachuelo, 268, se preparou para receber o público. A celebração contou com diversos trabalhadores do Sefras, pessoas em situação de rua, representantes do po-der público, movimentos de moradia e apoio à população de rua e setores da Igreja, especialmente da Província Franciscana da Imaculada Conceição, que lotaram o espaço para acompa-nhar a abertura do serviço.

Foi exibido um vídeo institucio-nal de apresentação do serviço e da instituição, seguido de uma série de falas, a começar pelo diretor presi-dente do Sefras, Frei José Francisco de Cássia dos Santos. Na sequência, falaram Frei Mário Tagliari, guardião do Convento São Francisco; Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo auxiliar de São Paulo e Vigário Epis-copal da Região Sé; Anderson Mi-

das crianças e adolescentes do Sefras Criança de Petrópolis, RJ, mais co-nhecido como “Gente Viva”.

“Dentro da perspectiva que tí-nhamos de reabrir o Chá do Padre (Sefras Pop Rua), estávamos todos ansiosos porque por um bom tempo o trabalho ficou parado. Acho que esta reabertura correspondeu às ex-pectativas que todos nós tínhamos e o grande anseio pela volta do serviço. A participação dos trabalhadores do Sefras e dos convidados foi bastante expressiva. Foi um momento espe-cial para o Sefras, sobretudo porque este espaço é significativo para a população de rua de modo geral. O espaço é uma referência na cidade de São Paulo e mostrou a que veio, já que além de ser um local de aco-lhimento e solidariedade, é também um espaço de debate e discussão de ideias. Por todas essas razões, avalio positivamente o dia de hoje”, afirmou o Frei José Francisco.

No Sefras Pop Rua SP serão ser-vidos de 350 a 400 chás e lanches da tarde e retomados os atendimentos da

randa, representante do Movimento Nacional da População de Rua; o Pa-dre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua; a Dra. Nara de Souza Rivitt, Defensora Pública-chefe da DPU; Eduardo Suplicy, professor e ex-secretário Municipal de Direitos Humanos, Maria Angélica, Assesso-ra de Gabinete da Secretária Munici-pal de Assistência e Desenvolvimen-to Social da cidade de São Paulo e, por fim, Frei Fidêncio Vanboemmel conduziu a bênção do espaço e de to-dos os presentes. Ao final das falas, foi feita uma apresentação cultural

SEFRAS: uM NOvO “CHÁ DO PADRE”

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psicologia, da defensoria pública da União e da assistência social. Ainda serão servidos 300 almoços diários e serviços de banho e de lavanderia. O Sefras Pop Rua está localizado na Rua Riachuelo, 268, próximo à praça da Sé, no centro de São Paulo.

Mas não foi apenas de celebrações que contou a reabertura. Uma for-te discussão travada entre Eduardo

gundo eles, “um novo Pinheirinho”.O Frei José Francisco afirmou que

este debate não estava planejado, mas que o fato de o Sefras tem sabido li-dar com esse imprevisto mostra ainda mais a força da instituição e do serviço reaberto, além de reafirmar o caráter do Sefras em promover o diálogo, o debate e a construção de políticas pú-blicas que girem em torno deste pú-

em sintonia com a vocação do espaço, portanto avalio positivamente”, afir-mou Frei José Francisco.

“Acho de fundamental importân-cia e exemplar o Serviço Franciscano de Solidariedade, que reformou ago-ra o espaço e abre possibilidades de receber a população de rua – ainda mais nesse momento em que a tem-peratura baixa chega com força em

te debate, uma solução política foi encontrada e, no interior do Sefras Pop Rua foi redigida uma moção de apoio à Comunidade do Cimento, as-sinada pelo próprio Suplicy, acusado pelo CATSO (Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais e parceiro da ocupação do viaduto Bresser) de omissão em relação ao que seria, se-

blico. “Como foi ressaltado em muitas falas, esse espaço é uma referência em toda a cidade de São Paulo para a população de rua e o momento mos-trou a que veio. Temos um espaço de acolhimento, de solidariedade, mas é também um espaço para a construção de um debate sobre a população de rua e todo o trabalho que foi feito está

que o número que a Prefeitura estipu-lou, mas isso será uma trincheira de luta para que haja realmente aquilo que está na meta da própria Prefeitu-ra, como, por exemplo, a entrega de dois restaurantes populares”, alerta o Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua.

Comunicação do Sefras

Suplicy, Padre Júlio Lan-cellotti e representantes da Comunidade do Cimen-to, localizada debaixo do Viaduto Bresser na Radial Leste, se fez presente devi-do à ordem de reintegração de posse da área onde está situada a ocupação habita-da pela população de rua que vive na zona leste da capital paulista. Apesar do tom agressivo que marcou o primeiro momento des-

São Paulo. Este serviço vai propiciar que a cada dia 300 refeições possam ser fornecidas a pessoas ca-rentes”, comemorou o ex--secretário Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy.

“É preciso que tenham espaços de acolhida como esse, embora estejamos alertando que a popula-ção de rua aqui do centro é muito grande, maior do

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Na manhã da terça-feira, 17 de maio, o Sefras – Serviço Franciscano de Solidariedade reuniu funcionários, frades e

diversas autoridades para a reinaugu-ração do Sefras Idoso, a antiga Casa de Clara. O espaço, localizado na Rua Serra de Jairé, no bairro do Belém, zona leste de São Paulo, abrigou por muitos anos o Cefran – Centro Fran-ciscano de luta contra a Aids. Após 6 meses de reforma o novo local foi inaugurado e entregue para a comu-nidade e para os idosos.

Estiveram presentes Frei Fidêncio Vanboemmel, Ministro Provincial; Frei Evaristo Spengler, Vigário Pro-vincial; Frei José Francisco de Cássia, diretor presidente do Sefras e Defi-nidor Provincial; Frei Mário Tagliari, vice-presidente do Sefras; Frei André Gurzynski, o primeiro coordenador

do Sefras e que atualmente está em missão em Angola; além de diver-sos frades do Regional de São Paulo, religiosos e religiosas, voluntários e colaboradores do Sefras. Estiveram presentes também Luciana Temer, Secretária de Assistência e Desenvol-vimento Social da Prefeitura de São Paulo; Cassia Migliorini Lins, coorde-nadora do Sefras Idoso; Maria Luzia de Almeida, conselheira e curadora da Fundação Salvador Arena; Simo-ne Nazaré Moreira, representante da Supervisão de Assistência Social da Mooca; Delton Esteves Pastore, pro-motor da Vara do Idoso e Antônio Santos Almeida, conselheiro do Gran-de Conselho Municipal do Idoso.

Frei José Francisco agradeceu a presença de todos neste dia festivo, onde o Sefras não somente reinaugu-ra um espaço, mas inicia uma nova

etapa do trabalho com os idosos. O frade falou a respeito da importância da simbologia da reconstrução para os franciscanos e contou sobre a res-tauração da igreja de São Damião. “São Francisco percebeu que o desa-fio não estava em restaurar o prédio de pedra, mas restaurar os vínculos humanos, aproximar as pessoas e por isso o grande tema da vida de Francis-co é a fraternidade”, e ressaltou o com-promisso do Sefras em promover esta integração humana, na promoção de espaços que agreguem valor às pesso-as, sobretudo as que estão em situação de vulnerabilidade.

Cassia Migliorini relembrou aos presentes que o cuidado com os ido-sos é um dos trabalhos mais antigos do Sefras, completando 20 anos em 2016. Ela expressou sua gratidão pela confiança da instituição em sua nova

REINAuGuRAçãO DO SEFRAS IDOSO NA ZONA lESTE DE SãO PAulO

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missão à frente do serviço, e ressaltou a importância de espaços como este, que têm como objetivo o cuidado com a qualidade de vida, empoderamento, protagonismo e debate dos direitos dos idosos. “Este espaço vem reafirmar o compromisso do Sefras com o público da terceira idade”, concluiu.

A representante da Fundação Salvador Arena, Maria Luzia de Al-meida, falou da importância da par-ceria do Sefras com a Fundação, e da preocupação da instituição com os idosos. Frei José Francisco agradeceu pela confiança e pela contribuição da Fundação na reforma e adaptação do espaço.

Delton Esteves falou aos presen-tes sobre a importância do trabalho do Centro Dia para idosos. “Essa tarefa de socialização dos idosos é fundamental para eles, para que não se sintam apenas objeto de direitos, mas sujeitos de direitos, que possuem vontades e desejos, mesmo aqueles que possuem alguma doença men-tal”, afirmou. O promotor ressaltou o compromisso do Ministério Público em atuar em prol dos mais vulnerá-veis, que é o caso de muitos idosos. E assegurou que a parceria com o Cen-tro Dia é um avanço na proteção inte-

colaboram financeiramente para a manutenção das diversas frentes.

Dona Lívia agradeceu e partilhou um pouco de sua história. Seu marido esteve nos campos de concentração e recebeu ajuda de muitos desconheci-dos ao sair de seu país. Ela afirmou que a contribuição que ela faz ao SE-FRAS hoje é uma maneira de retribuir os cuidados recebidos por sua família nos momentos de dificuldade.

A grandeza no servirO Ministro Provincial, Frei Fidên-

cio Vanboemmel, falou aos presentes sobre a importância do serviço ao próximo, tomando como ponto de partida o Evangelho do dia (Mc 9, 30-37), onde os discípulos se questionam quem seria o maior entre eles, e Jesus afirma: “Se alguém quer ser o primei-ro, deverá ser o último, e ser aquele que serve a todos.”

“Hoje percebemos quanta disputa para ser grande e para ter poder. Mas o poder não tem o significado de ser-vir. E Jesus diz que a grandeza do ser humano está no servir. Estamos aqui para aprender a servir, somos todos chamados a servir os irmãos”, afir-mou.

O frade falou que a acolhida e o serviço é a principal missão da casa, independentemente da idade, raça ou religião. A dura realidade dos ido-sos em grandes centros urbanos foi lembrada pelo Ministro Provincial, que questionou: “Quanto sofrimento existe no nosso mundo, quantos ido-sos estão abandonados, sofrendo, sem

gral às pessoas da terceira idade.

A importância dos benfeitores do Sefras

O dia foi marcado também por homenagens. Além de homenagear o diretor presidente, Frei José Francisco, por seus 10 anos à frente do Servi-ço Franciscano de Solida-riedade, os funcionários do Sefras aproveitaram a reinauguração para de-monstrar sua gratidão pe-los parceiros e benfeitores, como Dona Lívia Agnes. Ela recebeu uma placa da instituição, simbolizando todos os benfeitores que

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acolhida? Nós queremos nos acolher mutuamente e nos colocarmos em serviço, esta é a missão da casa, mas é também a missão de cada um de nós”, concluiu. Em seguida, Frei Fidêncio abençoou o espaço.

Importante parceria com a Prefeitura de São Paulo

Luciana Temer, Secretária Muni-cipal de Assistência e Desenvolvimen-to, falou em nome do Prefeito Fernan-do Haddad, agradecendo o serviço do Sefras em suas diversas frentes: idosos, população em situação de rua,

imigrantes e outros, e destacou a pre-sença dos organismos da sociedade no evento. “Essa é a composição mais bonita que podemos ter: poder públi-co, sociedade civil, ministério público, conselhos, todos trabalhando pelo bem comum”, afirmou.

A secretária exaltou o trabalho do Sefras Idoso, atuando como Centro Dia, onde os atendidos poderão ficar durante período integral em diversas atividades. Ela afirmou que este ser-viço cobre uma demanda importante da cidade, pois são pessoas que pos-suem família, mas os familiares, por

causa do trabalho, não podem deixá--los sozinhos em casa. “A família vai poder contar com uma instituição como o Sefras, que vai cuidar muito bem deste idoso enquanto a pessoa vai trabalhar, esta é uma função muito relevante para a cidade”, disse.

Luciana Temer falou ainda sobre a importância da parceria de organiza-ções no atendimento às pessoas mais necessitadas. “A Prefeitura precisa da parceria da sociedade civil, e o Sefras é um parceiro muito importante, atra-vés da prestação de serviços relevan-tes, que auxiliam pessoas em altíssima vunerabilidade. Sem o trabalho destas pessoas dispostas, competentes e que têm compromisso com as causas so-ciais, não poderíamos atender a este grupo de pessoas que precisa tanto do poder público”, afirmou.

Ao final da cerimônia, o coral da Organização Nossa Senhora do Bom Parto brindou a todos com uma apre-sentação musical. Em seguida todos foram convidados para um almoço nas novas dependências do Sefras Idoso.

érika Augusto

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Os voluntários do JOCUM (Jovens Com Uma Missão), em parceria com Sefras (Serviço Franciscano de Soli-dariedade), está oferecendo cursos de Português para migrantes e refugiados no Centro de Acolhida na cidade de São Paulo neste mês de maio.

São dois cursos para adultos, um módulo inicial e outro módulo avan-çado, com imersão na cultura brasilei-ra. Os cursos são ministrados três vezes

Na quinta-feira (05/05), o Sefras Juventude em São Sebastião, litoral pau-lista, iniciou o Projeto Reconhecimento Territorial. Os jovens e adolescentes ins-critos no serviço realizaram o conheci-mento e reconhecimento presencial do território do bairro Topolândia.

A proposta é que o projeto ocorra durante o ano e seja realizado também nos bairros do Itatinga, Olaria e Morro do Abrigo, devido ambos terem abran-gência do Sefras Juventude em São Se-bastião.

O projeto tem como objetivo re-conhecer os territórios atendidos pelo serviço, visando, nesta ação, ao conhecimento e reconhecimen-

SEFRAS JuvENTuDE INICIA PROJETO DE RECONHECIMENTO TERRITORIAlto das complexidades e potenciali-dades dos territórios, a população local, a identificação e apropriação dos adolescentes quanto aos equi-pamentos públicos disponíveis no bairro, associando desta forma ao conhecimento das Políticas Públicas.

Por tratar-se de um Serviço de Con-

vivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), a meta é fortalecer os vínculos comunitários para uma compreensão ampla da sociedade atual, implican-do, em conjunto com os adolescentes e jovens, na formulação de um pen-samento crítico da própria realidade individual, familiar, coletiva e social.

“Compreendemos que estas ações de apropriação participatória visam a um processo interpessoal no conheci-mento e reconhecimento do território e propiciam aos adolescentes conhecer de forma ampla a história e a realidade do próprio bairro”, afirma José Carlos, co-ordenador do Serviço Sefras Juventude em São Sebastião/SP.

JOvENS REAlIZAM SERvIçO vOluNTÁRIO NO SEFRAS MIGRANTE

Jovens Com Uma Missão é uma missão interna-cional e interdenominacional, empenhada na mobilização de jovens de todas as nações para a obra missionária cristã.No Brasil as atividades iniciaram em 1975 através do casal Jim e Pamela Stier, em Contagem-MG.Anualmente são mais de 30.000 pessoas que par-ticipam dos programas de curto prazo e Escolas de Treinamento. Atualmente são aproximada-mente 18.000 voluntários, destes 1.300 brasilei-ros, trabalhando integralmente em mais de 1.100 centros de atividades, em 180 países.

O JOCuMpor semana. Para as crianças oferecem oficinas socioeducativas.

O grupo decidiu fazer a parceria com o Sefras Migrante por estarem trabalhando com a causa dos refugia-dos neste 1º semestre.

O grupo conta com 12 voluntá-rios com diversos perfis, entre eles: psicólogo, videomaker, músico, pu-blicitário, educador físico, bailarinos, professores de português e inglês,

estudante de agronomia, estilistas de moda e fotógrafos, cada um de uma parte do país.

“Acreditamos nos seres huma-nos, e nossas vertentes de trabalhos são treinamentos para diversas áre-as, valorizando os princípios da vida, respeitando e cuidando do próximo, transformando e fazendo a justiça acontecer”, afirma a psicóloga Eliza Feu, voluntária do grupo.

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Impulsionados pelo tema central que emana de uma prioridade ex-pressa no Plano de Evangelização aprovado para o sexênio que se

inicia, nós, guardiães e coordenadores das fraternidades da Província, com o Definitório Provincial, estivemos reu-nidos no Seminário Santo Antônio, em Agudos, nos dias 04 e 05 de maio, para um momento de formação, en-contro, partilha e definição de passos a serem dados em fraternidade.

Cuidados com a saúdeNo que diz respeito à qualidade de

vida, recebemos uma série de provo-

cações e instruções por parte da Dra. Ângela Maria Izzo, ligada à Univer-sidade São Francisco e responsável por acompanhar nossos confrades enfermos e idosos da Fraternidade de Bragança Paulista. Ela abordou a questão do cuidado pessoal com a saúde numa perspectiva de prevenção e também em relação ao fenômeno do envelhecimento. De sua fala, partilha-mos algumas observações:3 A saúde é um estado de bem estar

geral que passa pelos aspectos físi-co, emocional, social e espiritual.

3 O cuidado com a própria saúde deve ser orientado numa direção preven-tiva, com a prática de exercícios físi-cos regulares, a adoção de uma ali-mentação equilibrada e correta.

3 O processo de envelhecimento traz à pessoa algumas limitações natu-rais, com as quais ela deve apren-der a lidar. Neste processo, é muito

importante que a pessoa se deixe cuidar e acompanhar e obedeça às orientações médicas. Diz a doutora: “A teimosia é a doença mais com-plicada”.

3 O excesso de remédios e a auto-medicação são graves ameaças à qualidade de vida de uma pessoa. É sempre mais útil e eficiente que se busque o acompanhamento per-sonalizado com um único profis-sional de referência e este, por sua vez, de acordo com as necessidades, faça os encaminhamentos a outros especialistas.

3 Cada frade deveria ter o zelo de guardar os documentos relativos à sua saúde e tê-los sempre em mãos: carteira de vacinação, exames rea-lizados e receitas passadas são de grande importância para agilizar os encaminhamentos em casos de necessidade.

“CulTIvO DA QuAlIDADE DE vIDA E DAS RElAçÕES FRATERNAS”Apontamentos sobre o Encontro dos guardiães e coordenadores

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Evangelização

3 Na vida das fraternidades, seria de grande utilidade e importância que, assim como os demais momentos comuns, a prática de exercícios e a adoção de uma dieta equilibrada fossem institucionalizados.

Convivência e liderançaCom assessoria do Professor da

FAE, Dante Ricardo Quadros, o se-gundo momento trouxe para a refle-xão a questão da convivência e da li-derança, sobre a qual seguem algumas observações:3 Liderança é um processo a ser

aprendido.3 Líder é aquele que consegue fazer

as pessoas darem o melhor de si porque querem dar.

3 Dentre as formas de se influenciar uma pessoa a fazer o que deve ser feito, a mais inteligente e eficaz se dá pela identificação, construída a partir do diálogo e da criação de um vínculo de confiança.

3 O conflito não se configura numa situação negativa, mas é oportuni-dade do surgimento de novas solu-ções, do estreitamento dos laços, da

reafirmação de um pacto em torno da missão a ser realizada.

3 O bom líder deve treinar muito o aspecto da percepção de si mes-mo, do outro e das circunstâncias e também precisa se aprimorar sem-pre na prática de uma comunicação clara e eficaz nos diferentes níveis (falada, escrita e corporal).

3 Entre os elementos próprios de uma equipe eficaz estão: um pro-pósito definido bem claro para todos (em nosso caso, a missão e a vocação que assumimos), o cultivo de um clima acolhedor e familiar, a participação de todos nas discussões e decisões, a matu-ridade nos casos de divergência, a liderança compartilhada, a capa-cidade de autoavaliação (pessoal e do grupo) e abertura a relações externas respeitosas, fecundas e saudáveis.

Repercussões e sugestões3 Nossas instâncias de formação ini-

cial e permanente devem fomentar nos irmãos um espírito de cuidado mútuo. Neste contexto, o “deixar-

-se” cuidar também seria já expres-são da vivência prática do voto de pobreza.

3 Seria importante haver a institu-cionalização do cuidado médico, da prática de exercícios físicos e da adoção de uma alimentação saudá-vel em nossas fraternidades, se ne-cessário com a elaboração de sub-sídios e a promoção da interajuda.

3 Como critério fundamental na questão do cuidado com a saúde deve estar o bom senso, que impe-de o confrade de cair numa preo-cupação obsessiva ou então numa total negligência.

3 O cuidado com a própria saúde não é só para os idosos, mas deve ser uma constante para toda a vida, desde a juventude, devendo, inclu-sive constar em nosso Projeto Fra-terno de Vida e Missão.

3 A questão da prevenção ao taba-gismo, ao consumo excessivo de álcool e de alimentos prejudiciais à saúde, deve estar entre as principais preocupações no cultivo da qua-lidade de vida em nossas fraterni-dades.

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estar presentes em nosso horizon-te pessoal e fraterno. Eles são o fio condutor que vão garantir a quali-dade de nossa consagração.

3 O ofício do guardião é uma auto-ridade a ser exercida na dinâmica do lava-pés, com espírito de servi-ço e gratuidade. Sua liderança deve levar os irmãos ao encantamento pela vocação comum a todos.

3 Com frequência esbarramos em certa falta de clareza em relação à competência das instâncias e não conseguimos dar os devidos passos concretos e necessários em questões fundamentais, como a do redimen-

sionamento de nossas presenças.3 O redimensionamento é uma ur-

gência que deve ser abraçada com empenho comprometido de todos os irmãos. Ouve-se falar muito so-bre o tema, mas sente-se a falta de encaminhamentos concretos e prá-ticos.

3 Na partilha de vida das fraterni-dades, notou-se um clima geral bastante positivo. Apareceram também algumas preocupações administrativas no caso pontual de certas fraternidades.

Frei Gustavo Medella

3 A prática de o confrade reter a apo-sentadoria consigo para a aquisição dos próprios remédios pode levá-lo à automedicação e ao uso excessivo e inadequado de medicamentos e por isso deve ser evitada.

3 O cuidado de cada frade guardar consigo em uma pasta todos os exames, receitas, carteiras e docu-mentos relativos à própria saúde deve ser uma prática habitual, in-centivada e acompanhada pelas instâncias fraternas.

3 Embora seja elemento fundamen-tal, o cuidado consigo não pode servir para justificar um fechamen-to à missão e ao espírito de disponi-bilidade e serviço.

3 A fraternidade é lugar para o irmão se sentir pleno e realizado. Cultivá--la é tarefa que diz respeito a todos.

3 Nós já possuímos instâncias mui-to eficazes para fomentar um bom espírito de convivência. Basta que saibamos lançar mão delas com competência e fidelidade (capítulo local, encontros regionais, recreios, celebrações, Projeto fraterno de vida e missão).

3 Os ideais que assumimos buscar juntos (fraternidade, pobreza, mis-são evangelizadora) devem sempre

Confira todas as programações das Festas de Santo Antônio no site da Província: www.franciscanos.org.br

FESTAS DE SANTOANTÔNIO NA PROVÍNCIA

Santo Antônio, rogai por nós!

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NOTÍCIAS DO DEFINITÓRIO PROVINCIALAgudos, 3 e 6 de Maio de 2016

Aproveitando a reunião dos guardiães e coordenadores das fraternidades, marcada no Congresso Capitular para os dias 4 e 5 de maio, o Definitório reuniu-se em Agudos, nos dias 3 e 6 de maio, ordinariamente, acolhido com ge-nerosidade pela fraternidade local. No início da primeira sessão, Frei Fidêncio, dando as boas-vindas, convidou os Definidores a invocarem a assistência do Espírito Santo e a intercessão de Nossa Senhora. O moderador das sessões do Definitório foi Frei Evaristo Spengler, e grande parte dos assuntos tratados segue abaixo.

1) Profissão solene - aprovaçãoCom grata satisfação e esperança, os Definidores aprovaram que façam profissão solene na Ordem os confrades estudantes: Frei José Morais Cambolo, nascido em 26 de janeiro de 1989, em Luanda, An-gola, que cursa o 2º ano de Teologia em Petrópolis; e Frei Roberto Aparecido Pereira, nascido no dia 1º de agosto de 1987, em Lençóis Paulista, SP, que cursa o 3º ano de Teologia em Petrópolis. Ambos são membros da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus.

2) Transferências e nomeações1. Frei Domingos B. Hellmann – foi revogada sua

transferência para a Fraternidade São Francis-co Solano, de Curitibanos. Ele, no entanto, foi transferido para a Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Mangueirinha, como vigário paroquial.

2. Frei Gentil de Lima Branco – da Fraternidade Nossa Senhora da Conceição, de Angelina, para a Fraternidade Santo Antônio, de Florianópolis, como vigário paroquial;

3) Nomeações1. Frei Leonardo Aureliano dos R. T. Santos – vice-

secretário do Secretariado para a Formação e os Es-tudos, em substituição a Frei Fábio Cesar Gomes;

2. Frei Paulo Cesar M. Borges – nomeado pároco da Paróquia Imaculada Conceição, de Angelina;

3. Frei Luís Antonio Aliberti – animador do SAV local da Fraternidade N. Sra. da Conceição, de Angelina;

4. Frei João Maria dos Santos – vigário da casa na Fraternidade N. Sra. da Conceição, de Angelina;

5. Frei Adriano Freixo Pinto – representante do Ministro Provincial na CRB-PR, em substituição a Frei Boaventura da Silva;

6. Frei Vanilton Aparecido Leme – assistente espi-ritual da OFS – Regional São Paulo;

4) Frei Aristides Pasquali, Frei Aladim uber e Frei Pedro Pinheiro - tratamentoDevido às suas condições físicas, e após conversa com Frei Fidêncio, Frei Aristides será encaminhado para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, para tratamento de saúde. Frei Aladim, por sua vez, se encontra lá há cerca de um mês. Já Frei Pe-dro fará tratamento no Instituto Acolher (Pe. Edênio), em São Paulo.

5) Formação inicial - informaçõesFrei João Francisco informou como se encontram as casas em que se desenvolve a formação inicial dos nossos candidatos e frades de profissão temporária. Afirmou que os formadores se sentem apoiados e deteve-se mais no Seminário de Ituporanga, com a realidade nova de os seminaristas fazerem o Ensino Médio em escola pública da cidade, tendo em casa reforço sobretudo em Língua Portuguesa. Disse que tem sido avaliada positivamente a formação con-junta das duas modalidades de Aspirantado: Ensino Médio e aspirantes com Ensino Médio já concluído. No segundo semestre, prevê-se alguma remodela-ção, considerando que vários aspirantes partirão para as FAVs.

6) Curso de formadores – nomesO Definitório Provincial e o Conselho da Formação e Estudos deverão pensar em frades para o curso de formadores promovido pela Ordem junto ao Anto-nianum em Roma.

7) Frades estudantes de AngolaO Definitório analisou – e serão também pauta da assembleia da FIMDA – questões que envolvem

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Definitório Provincial

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os frades de Angola que estudam Teologia em Pe-trópolis: período viável para se encaminhar pedido para a profissão solene, bem como local onde fa-zê-la; periodicidade das férias (e isso não somente para os frades estudantes, mas para os missionários em geral); e os estágios pastorais. Quanto à profis-são solene, o pedido deverá ser encaminhado ao menos após um ano de acompanhamento em Pe-trópolis.

8) Reunião dos guardiães e coordenadores - programaçãoAo rever com os Definidores a programação da reu-nião dos guardiães e coordenadores, dos dias 4 e 5 de maio, Frei Fidêncio relembrou a insistência do Capí-tulo Geral de 2015 no cuidado com a formação dos guardiães. Daí o tema central do encontro: “Cultivo da qualidade de vida e das relações fraternas”. Interes-sados na repercussão nas fraternidades das questões que seriam tratadas, os Definidores propuseram que emanassem, até o final do encontro, alguns acordos, orientações ou encaminhamentos que claramente

pudessem ser expostos aos confrades que não vie-ram a Agudos – o que, de fato, foi feito. Já após o término da reunião dos guardiães e coordenadores, os Definidores, avaliando, julgaram-na positiva, com participação disposta, animada, propositiva e integrada dos guardiães e coordenadores. Comen-tou-se também a importância de as reuniões, em geral, emanarem, a exemplo do encontro de Agu-dos, algum tipo de “carta final” a ser enviada a todos os confrades da Província.

9) Encontros de confrades com os Definidores – Agudos e BauruNa manhã do dia 6, os Definidores encontraram-se com Frei James Ferreira Gomes Neto, guardião em Agudos, às 8h15, e com Frei Alessandro Dias Nas-cimento e Frei Ademir Sanquetti, um guardião da fraternidade e pároco da Paróquia Santa Clara, e o outro vigário da casa e pároco da Paróquia Santo An-tônio, de Bauru, às 9h00, para tratar de questões fra-ternas, financeiras e administrativas que envolvem

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a vida dos confrades e a missão evangelizadora das duas fraternidades.

10) Regionais – participação do Ministro e vigárioEmbora com agenda bastante cheia, Frei Fidêncio e Frei Evaristo têm interesse e procurarão fazer-se pre-sentes, o quanto possível, em reuniões dos Regionais da Província.

11) Retiros ProvinciaisFoi comentada a possibilidade de grupos se organiza-rem e promoverem outros retiros, além dos agenda-dos pela Formação Permanente, avisando o secretário da Província. O retiro de Rondinha, de 18 a 22 de julho, será orien-tado por Frei Fábio César Gomes; o do eremitério, de 19 a 22 de setembro, por Frei João Mannes; o de Agu-dos, de 26 a 30 de setembro, por Francisco Orofino. Já o retiro para os frades de 1 a 10 anos de transferência, após os períodos em casas de formação, a acontecer de 15 a 19 de agosto, em Vila Velha, será organizado por Frei Fidêncio, Frei Clauzemir Makximovitz e Frei João Francisco da Silva.

12) Jubileus 2016Devido a recorrentes dificuldades em se celebrar os Jubileus dos confrades no dia 8 de dezembro de cada ano, os Definidores marcaram o convívio e celebra-ção dos (e com os) Jubilandos para os dias 1º e 2 de dezembro, no Convento São Francisco, em São Paulo.

13) FAvs 2016 - programaçãoHá no momento 14 aspirantes que irão para as FAVs no segundo semestre deste ano. A data para a chegada às fraternidades é de 25 a 29 de julho. O término da experiência se dará em 23 de outubro, quando todos se reunirão novamente para a semana missionária em Coronel Freitas.

Fraternidades que acolherão aspirantes:1. Amparo – 2 aspirantes - (Responsável: Frei Adria-

no Nascimento) 2. Ituporanga – Paróquia – 2 - (Responsável: Frei

Marcos Prado)3. Lages – 3 - (Responsável – Frei Tarcísio Theiss)4. Forquilhinha – 2 - (Responsável – Frei João Lopes)5. Santo Amaro da Imperatriz – 2 - (Responsável –

Frei Nilton Decker)6. São Paulo – S. Francisco – 3 - (Responsável – Frei

Mário Tagliari)

7. Vila Velha – Santuário – 2 - (Responsável – Frei Nazareno J. Lüdtke)

14) Discretórios - nomeação1. Fraternidade Santo Antônio, Largo da Carioca,

Rio de Janeiro: Frei Estêvão Ottenbreit, Frei José Pereira, Frei José Ulisses de Moraes e Frei Róger Brunorio.

2. Fraternidade São Francisco, Largo São Francis-co, São Paulo: Frei Mário L. Tagliari, Frei Luiz Donizete Ribeiro, Frei Alvaci Mendes da Luz, Frei Guido M. Scheidt e Frei Alexandre Rohling.

3. Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, Pe-trópolis: Frei César Külkamp, Frei Luiz Flavio Adami Loureiro, Frei Marcos Antônio de Andra-de e Frei Leandro Costa Santos.

4. Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, Curitiba: Frei Alexandre Magno C. da Silva, Frei Vagner Sassi, Frei Adriano Freixo Pinto, Frei Benjamim Berticelli e Frei Antônio Joaquim Pinto.

15) Conselho de Administração das Entidades da ProvínciaNa noite do dia 4, às 20h00, os Definidores tomaram parte na reunião do Conselho de Administração das entidades da Província (Fundação Frei Rogério, de Curitibanos; Fundação Cultural Celinauta, de Pato Branco; Editora Vozes, de Petrópolis; Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, com sede em Curitiba; Casa Nossa Senhora da Paz, de Bragança Paulista; Instituto dos Meninos Cantores, de Petrópo-lis; e Obra Pia da Terra Santa). Num primeiro mo-mento, as entidades apontaram desafios e perspecti-vas a curto e médio prazos. Num segundo momento, Frei Volney J. Berkenbrock apresentou como tem se desenvolvido nos últimos anos, pela Sede Provincial, a política de administração dos imóveis da Província. Ficou evidente que a evolução dos aluguéis de imóveis passa a se constituir na principal fonte de receita para a economia da Província.

16) Editora vozes - presidenteFrei Gilberto G. Garcia foi nomeado diretor-presidente da Editora Vozes. No início, como ainda tem compro-missos a honrar em Brasília, Frei Gilberto irá de 15 em 15 dias a Petrópolis, permanecendo ali por 3 ou 4 dias.

17) Regionais – eleitos para os serviços1. ESPÍRITO SANTO

Coordenador: Frei Gilson Kammer

Definitório Provincial

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Definitório Provincial

Vice-Coord.: Frei Paulo César Ferreira da SilvaSecretário: Frei Clarênio Neotti Vice-Secret.: Frei Florival Mariano de Toledo

2. BAIXADA E SERRA FLUMINENSECoordenador: Frei Fernando de Araújo Lima Vice-Coord.: Frei Jorge L. Maoski Secretário: Frei Wagner José Rosa (Custódia das Sete Alegrias)Vice-Secret.: Frei Valdir Nunes Ribeiro

3. RIO DE JANEIRO E BAIXADA FLUMINENSECoordenador: Frei James L. Girardi Vice-Coord.: Frei Salésio L. Hillesheim Secretário: Frei Sandro Roberto da CostaVice-Secret.: Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino

4. VALE DO PARAÍBACoordenador: Frei João Pereira da SilvaVice-Coord.: Frei Leonir Ansolin Secretário: Frei Claudino Dalmago Vice-Secret.: Frei Jeâ Paulo de Andrade

5. SÃO PAULOCoordenador: Frei Germano Guesser Vice-Coord.: Frei Alvaci Mendes da Luz Secretário: Frei Hipólito Martendal Vice-Secret.: Frei Vadecir Schwambach

6. AGUDOSCoordenador: Frei Gilberto Piscitelli Vice-Coord.: Frei André Becker Secretário: Frei José Martins Coelho Vice-Secret.: Frei Alessandro Dias Nascimento

7. CURITIBACoordenador: Frei Valdir Laurentino Vice-Coord.: Frei Vagner Sassi Secretário: Frei Adriano Freixo Pinto Vice-Secret.: Frei Antônio Joaquim Pinto

8. PATO BRANCOCoordenador: Frei Rubens Luiz de CarvalhoVice-Coord.: Frei Diomedes Basi Secretário: Frei Nelson Rabelo Vice-Secret.: Frei Felipe Gabriel Alves

9. CONTESTADOCoordenador: Frei Alex Sandro Ciarnoscki Vice-Coord.: Frei José Idair Ferreira AugustoSecretário: Frei Vitalino Piaia Vice-Secret.: Frei Antônio Mazzucco

10. PLANALTO CATARINENSE E ALTO VALE DO ITAJAÍCoordenador: Frei Marcos Estevam de Melo Vice-Coord.: Frei Evandro Balestrin Secretário: Frei Roberto Carlos Nunes Vice-Secret.: Frei José Lino Lückmann

11. LESTE CATARINENSECoordenador: Frei Ivo Müller Vice-Coord.: Frei Osvaldo Lino Luiz Secretário: Frei Daniel DellandreaVice-Secret.: Frei Ricardo Backes

12. VALE DO ITAJAÍCoordenador: Frei Nelson José Hillesheim Vice-Coord.: Frei Rafael Spricigo Secretário: Frei Pascoal Fusinato Vice-Secret.: Frei Paulijacson Pessoa de Moura Ob.: Os coordenadores encontrar-se-ão com os Definidores, em São Paulo, no dia 29 de junho.

18) OFS – nomeação de assistentes espirituaisAtendendo, em geral, aos pedidos dos ministros locais das fraternidades OFS, foram nomeados as-sistentes espirituais:

1. Curitiba (Santa Maria dos Anjos): Frei Miguel da Cruz

2. Nilópolis (N. Sra. da Imaculada Conceição): Frei Ângelo Cardoso da Silva

3. Niterói (Imaculada Conceição da B. A. Virgem Maria): Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino

4. Rio de Janeiro (Nossa Senhora da Paz): Frei Rob-son de Castro Guimarães

5. Rio de Janeiro (Santo Antônio): Frei Estêvão Ot-tenbreit

6. Rodeio (São Francisco das Chagas): Frei Jorge Lá-zaro de Souza

7. São Paulo (Menino de Belém): Frei Vitorio Mazzu-co Filho

8. São Paulo (Santo Antônio do Pari): Frei Wilson Batista Simão

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9. São Paulo (São Francisco de Assis): Frei Carlos Lú-cio Nunes Corrêa

10. Sorocaba (Bom Jesus dos Aflitos): Frei André Be-cker

19) Ecônomos das fraternidades - nomeaçãoA partir das indicações feitas pelas fraternidades, fo-ram nomeados ecônomos locais:

Agudos: Frei James Ferreira GomesAmparo: Frei Cláudio César Broca de SiqueiraAngelina: Frei Luís Antonio AlibertiBalneário Camboriú: Frei Ladí AntoniazziBauru: Frei Ademir SanquettiBlumenau: Frei Nelson J. HillesheimBragança Paulista: Frei Celso ChiarelliChopinzinho: Frei Jacir A. ZoletColatina: Frei Gilson KammerConcórdia: Frei Délcio F. LorenzettiCoronel Freitas: Frei Dionísio MorásCuritiba: Frei Vagner SassiCuritibanos: Frei Roberto Carlos NunesDuque Caxias – C. Elíseos: Frei Carlos Alberto Branco

AraújoDuque Caxias – Imbariê: Frei Jorge Luiz MaoskiFlorianópolis: Frei Vanderley GrassiForquilhinha: Frei João Lopes da SilvaGaspar: Frei Carlos IgnaciaGuaratinguetá – Postul.: Frei João Francisco da SilvaItuporanga – Paróquia: Frei Fabiano kessinItuporanga – Seminário: Frei Marcos Estevam de MeloLages: Frei José Lino LückmannLuzerna: Frei Nolvi Dalla CostaMangueirinha: Frei Luiz Carlos PelosoNilópolis – Aparecida: Frei Walter Ferreira JúniorNiterói: Frei Salésio Lourenço HillesheimPato Branco: Frei Olivo MarafonPaty do Alferes: Frei Gilmar José da SilvaPetrópolis – Guadalupe: Frei Alan Maia de França VictorPetrópolis – São Francisco: Frei Fábio Cesar GomesPetrópolis – Sagrado: Frei Luiz Flavio Adami LoureiroRio de Janeiro – S. Antônio: Frei José Pereira Rio de Janeiro – Rocinha: Frei Clauzemir MakximovitzRodeio: Frei Jorge Lazaro de SouzaRondinha – S. Boaventura: Frei Jean Carlos Ajluni Oli-

veiraRondinha – Aldeia: Frei Mário J. KnapikSantos: Frei João Pereira LopesS. Amaro da Imperatriz: Frei Nilton DeckerSão João de Meriti: Frei Luiz Colossi

São Paulo – S. Francisco: Frei Luiz Donizete RibeiroSão Paulo – Pari: Frei Germano GuesserSão Paulo – Vila Clementino: Frei Raimundo Justiniano

de Oliveira Castro São Sebastião: Frei Marcelo Paulo RomaniSorocaba: Frei André BeckerVila Velha – Penha: Frei Pedro de Oliveira RodriguesVila Velha – Santuário: Frei Djalmo FuckXaxim: Frei Alex Sandro Ciarnoscki

FIMDALuanda – Palanka: Frei José Antônio dos SantosViana: Frei Valdemiro WastchukMalange – missão: Frei Laerte de F. dos SantosMalange – seminário: Frei Jeferson Palandi BrocaQuibala: Frei Alisson Luís Zanetti

20) CFMB – notícias da assembleiaFrei Fidêncio informou sobre a Assembleia da CFMB, realizada nos dia 4 a 8 de abril de 2016. As Comunicações de maio trouxeram notícia, com os vários assuntos tratados, entre eles a eleição da nova presidência: Presidente: Frei Inácio Dellazari – Província São Francisco de Assis;Vice Presidente: Frei Fidêncio Vanboemmel – Pro-víncia Imaculada Conceição;Secretário: Frei Marco Aurélio da Cruz – Província do Santíssimo Nome de Jesus;Tesoureiro: Frei Francisco Carvalho Neto – Provín-cia Santa Cruz;

21) Autorizações de viagemPor motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Vitorio Mazzuco Filho, Frei Carlos José Körber, Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira, Frei Valdecir Schwambach e Frei Vilmar Alves da Silva.

EncerramentoÀs 16h00 do dia 6 de maio, Frei Fidêncio, agradecendo pelo empenho de todos os Definidores, convidou-os a di-rigirem-se à mãe de Deus, com uma Ave-Maria, pedindo pela nossa perseverança na vocação e pelo ardor na missão. E deu assim por concluída a reunião ordinária do Defini-tório Provincial.

Frei Walter de Carvalho Júnior secretário

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Definitório Provincial

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UCLAF

Movidos pelo Espírito Santo, no contexto do Jubileu da Misericórdia e a comemo-ração dos 800 anos do Per-

dão de Assis, os irmãos franciscanos, Ministros Provinciais e Custódios da América Latina e do Caribe, se reu-niram, de 25 a 29 de abril, em Santa Cruz de la Sierra (Amazônia Boli-viana), onde foram generosamente acolhidos pela Província Missionária Santo Antônio da Bolívia e pela Con-ferência Bolivariana para a realização da XXIV Assembleia Geral das Con-ferências Latino-americanas Francis-canas da Ordem dos Frades Meno-res (UCLAF). “Nos reunimos para contemplar, meditar e celebrar nossa vida e missão nos lugares onde o Se-

nhor nos colocou e relançar-nos cria-tivamente ‘às periferias, com a alegria do Evangelho’, informou a mensagem com o lema.

A XXIV Assembleia contou com a presença e animação do Ministro Geral, Frei Michael Anthony Per-ry, dos irmãos Definidores Gerais, Frei Ignacio Ceja e Frei Valmir Ra-mos, e do Secretário Geral para as Missões e Evangelização, Frei Luís Gallardo, que durante todos os dias estiveram atentos e disponíveis para escutar os representantes de cada província e custódia, e também para fazer presentes as decisões (manda-tos) do Capítulo Geral de 2015 e as diretrizes de animação 2016-2017. Reuniram-se no Centro Francisca-

no da Província de Santo Antônio: 20 ministros, 4 custódios, 2 vigários provinciais e o presidente da funda-ção do Haiti.

A Província da Imaculada Con-ceição foi representada pelo Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboem-mel, que, apesar do frio nesses dias na cidade boliviana, destacou o espírito de fraternidade, a troca de experiên-cias e sonhos neste Continente Fran-ciscano (leia mais na Mensagem do Provincial na pág. 3).

MINISTRO GERAlNo segundo dia da Assembleia,

depois de tomar conhecimento da si-tuação das Conferências, o Ministro Geral dirigiu uma mensagem aos pre-

MINISTRO GERAl PEDE NOvOS HORIZONTES

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UCLAF

MINISTRO GERAl PEDE NOvOS HORIZONTESsentes, na qual manifestou sua alegria e a dos irmãos vindos da Cúria Geral de participar deste encontro fraterno. Recordou-lhes que encontros como este são uma bela oportunidade de unir esforços para buscar formas concretas de aprofundar a identida-de franciscana, fortalecer o sentido de pertença à Fraternidade Universal e ampliar os horizontes das próprias fronteiras. “O Definitório Geral e eu estamos absolutamente convencidos de que é urgente mudar a concepção tradicional de Província ou Custódia chegando a ser mais permeáveis, de modo que nasçam novas possibilida-des para uma colaboração inter-enti-dades como consequência natural da vivência da Regra e Vida dos Frades

Menores”, disse.Convidou-os ainda a estarem

atentos às mudanças aceleradas que se dão no mundo, na Igreja e na Ordem, e a encontrar ou criar novos horizon-tes de modo a oferecer novas alterna-tivas que nos permitam reconhecer, celebrar e compartilhar a presença e a obra de Deus com todos aqueles que nos rodeiam. “Além disso, ‘somos missão para o mundo’, como o Papa Francisco assinalou em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium”.

Falou também da situação difícil por que atravessam os Vicariatos da região confiados à Ordem. Insistiu na necessidade de ir mais além das prá-ticas atuais que enfatizam o trabalho pastoral e social em detrimento da identidade franciscana e de fazer um estudo, diálogo e planejamento muito sérios que levem, talvez, a uma estra-tégia central, um plano comum fran-ciscano, que permita apoiar melhor os vicariatos.

Tratou também de temas como a falta de fé, esperança e amor em nos-sas fraternidades, a inculturação, a pobreza e a simplicidade de vida, e os novos desafios que enfrenta a Ordem na Europa. Com base nos ensinamen-tos do Papa Francisco, desenvolveu uma bela reflexão sobre “Ver o mun-do a partir da periferia: uma nova hermenêutica para a vida franciscana no mundo de hoje”, conforme os itens destacados:1. Um Deus que é todo misericordio-

so e que não julga; 2. Um Deus que têm um especial in-

teresse e cuidado pelos pobres, os marginalizados;

3. Um Deus que busca derrubar os muros que nos separam uns dos outros;

4. Um Deus que trabalha de fora para dentro e de baixo para cima;

5. Um Deus que não busca o poder, mas prefere a humildade;

6. Um Deus a quem não lhe preocu-

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pa sujar-se para entrar no meio da tragédia humana, na vida de cada pessoa;

7. Um Deus da hospitalidade;8. Um Deus que está convidando toda

a humanidade a viver a fraternida-de universal, juntos com a natureza, a Casa Comum;

Frei Michael, com base nas prega-ções, escritos e os modos de proceder e dirigir a Igreja, elencou os elemen-tos de uma hermenêutica franciscana para a vivência do Evangelho no sé-culo 21:1. Uma Ordem de irmãos que buscam

renovar cada dia sua relação pesso-al com Jesus Cristo;

2. Uma Ordem que busca o caminho da fraternidade, da minoridade e da simplicidade de vida;

3. Uma Ordem caracterizada por um espírito de diálogo em todas as áre-as da vida;

4. Uma Ordem caracterizada por um renovado espírito missionário fran-ciscano;

5. Uma Ordem profundamente com-prometida em combater toda for-ma de pecado social (São João Pau-lo II, 1984), comprometida com os valores transversais da justiça, paz e integridade da criação e reconci-liação;

6. Uma Ordem que demonstre os va-lores do sine proprio e a simplicida-de de vida em seus assuntos finan-ceiros;

7. Uma Ordem cujos membros em ní-vel de conferências e entre provín-cias e custódias, estão comprome-tidos com a busca de um caminho de colaboração interconferência, interprovincial e inter-entidades, de maneira séria, progressiva e in-tensa;

8. Uma Ordem que reconhece a dig-nidade bastimal dos leigos, que de-dica muitos de seus recursos - hu-manos e econômicos - em preparar leigos para a liderança da Igreja;

9. Uma Ordem que nutre a esperança e o sonho de que “todos sejam um”, segundo a qual as três primeiras

Ordens - OFM, OFM Conventu-ais, OFM Capuchinhos - possam começar um processo de diálogo, intercâmbio, colaboração, empre-endimento e itinerários espirituais e fraternos que permitam crear as condições para a reunificação das três Ordens em uma Ordem dos Frades Menores.

(veja o documento na íntegra no site da Província - Canal Carisma, Documentos da Ordem)

MENSAGEM FINAl

A mensagem final do encontro destacou:

“Reafirmamos nosso compromis-so de apoiar as presenças franciscanas na vasta Pan-Amazônia, especial-mente a fraternidade constituída pe-los confrades das nossas Conferên-cias (Amazônia peruana); esta nova presença entre os mais pobres, numa Igreja debilitada, desafia-nos a re-cuperar os traços originais da vida e missão, a nós trazidos por Francisco e Clara de Assis e hoje expressos no documento “Ite Nuntiate”.

UCLAF

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Também reiteramos nosso apoio ao Master em Evangelizacão (Petró-polis, Brasil), espaço valioso para for-talecer a nossa identidade franciscana, fraterna, minorítica e evangelizadora, integrando ciência, experiência e es-piritualidade. E ainda reforçamos a missão evangelizadora da Pastoral Educativa (colégios e estudos supe-riores), tão importante e presente na América Latina e no Caribe.

Num clima de diálogo, de mútuo apoio, de abertura e compromisso de corresponsabilidade fraterna, ouvi-mos com profunda atenção o novo desafio apresentado pelo Ministro Geral, pedindo para fortalecer a pre-sença franciscana em Cuba, envian-do frades experimentados e qualifi-cados.

Nestes dias sentimos fortemente a presença, a partir da casa do Pai, dos nossos confrades Frei Rodolfo Her-nández (Presidente da UCLAF) e Frei Antônio Moser (grande animador e professor do Master de Petrópolis), recentemente falecidos. Também, desde o início do encontro, estivemos muito unidos à dor dos nossos irmãos do Equador, orando pelas vítimas do lamentável terremoto e juntos bus-cando formas efetivas de ação solidá-ria.

A celebração das Bodas de Ouro (1967-2018) da UCLAF nos anima a seguir caminhando como irmãos e menores, em comunhão com a Igreja, a serviço do Povo de Deus, da huma-

UCLAF

nidade e no cuidado com toda cria-ção, a nossa casa comum.

Depositamos toda a nossa con-fiança no Pai, rico em misericórdia, para seguir com ânimo renovado a Cristo pobre e crucificado, como fez nosso pai Francisco, guiados pelo Es-pírito Santo. Que Maria, mãe e rainha da Ordem Franciscana, nos acompa-nhe no nosso peregrinar!

vISITAFrei Michael e Frei Valmir, no en-

tanto, chegaram à Bolívia no dia 19 de abril. Neste período que antecedeu à Assembleia, eles visitaram a Frater-nidade Provincial da Província Mis-sionária de Santo Antônio da Bolívia. Eles foram acolhidos pelo Ministro Provincial Frei Orlando Cabrera. De 18 a 24 de abril, eles conheceram os 121 frades que fazem parte da Pro-víncia boliviana, fundada em 1985.

No encontro com os frades desta Província, Frei Michael deu um pa-norama da Ordem Franciscana hoje e

fez alguns questionamentos. “Um dos aspectos mais preocupantes da vida religiosa hoje, e da vida franciscana em particular, é que temos gastado muito tempo respondendo a per-guntas que as pessoas desta geração e da futura não fazem mais. Gastamos demasiado tempo discutindo liturgia, estrutura da Igreja e de como man-ter a sua forma original. Discutimos como manter a velha máquina que governa a organização de nossas ati-vidades pastorais e franciscanas que, de algum modo, se mantêm para sobreviver no presente mas que não oferecem as mesmas possibilidades e a mesma efetividade do passado”, dis-se Frei Michael.

“Do que devemos realmente ter medo não são as mudanças mas a ausência de mudanças num processo natural inscrito em toda natureza, em toda a história humana. Devemos te-mer a instabilidade em buscar sempre o Reino de Deus como ponto de par-tida”, ensinou.

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Crônica

Tenho acompanhado com encantamento e orgulho a iniciativa de meu jovem confrade Frei Diego Atali-

no, com o suporte de confrades e da própria Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, em organizar as Caminhadas da Juven-tude. É como olhar pelos caminhos de Assis, e ver aquele jovem Francis-co, munido apenas das Palavras do Evangelho, que convoca a ir pelas estradas do mundo sem alforje, sem bordão, apenas com a provisorie-dade da hora, tempo, lugar, poeira e acolhida de muitas portas para muitos passos (Mt 10,9). De 1205 até 2016, Francisco inspira um jeito de ir sem armas, de não correr, mas entrar no ritmo do circundante.

Caminhar é desacelerar a pressa que invadiu o jeito de ir pelo mundo, na loucura de todos os meios que te-mos hoje para chegar, na neurótica

rapidez que impede ver as beiras.Tenho visto a juventude envol-

vida neste projeto tendo um novo modo de olhar a vida; percebendo que tem alguém ao lado, uma velha paisagem nova, uma convivência que inspira, ajuda, partilha, reali-za pequenos e grandes gestos que revelam o encanto de ir junto. Esta juventude que caminha aprende também a parar, escutar, receber, motivar-se para tocar em frente. O mais bonito é a meta, o chegar lá. Não importam as bolhas nos pés e o cansaço se o coração está focado no mesmo espírito. Estes jovens estão caminhando na gratuidade e não competindo.

Eles não passam este ódio ideo-lógico que impregna as caminhadas supostamente reacionárias. Mas andam com o direito de ser o que querem ser: jovens purificados pelo que a vida oferece quando se fazem

peregrinos e forasteiros. Hoje tem tanta gente estagnada em fóruns po-líticos querendo decidir para onde devemos ir, sem levar-nos para lu-gar nenhum. Prefiro os jovens da Caminhada Franciscana da Juventu-de porque eles querem ir pela Casa Comum, em comunhão com todas as criaturas. Com suas canções, ca-misetas coloridas, danças e preces, fala, silêncio, celebração e profecia instauram um mundo melhor.

A Caminhada da Juventude é um grito na história, o anúncio de uma mudança, de uma transfor-mação. Quem foi sabe o que estou dizendo aqui; quem não foi um dia vai ter na mochila um mundo de experiências para contar para quem vem vindo atrás! Vamos diegando atalinamente, com alegria e simpa-tia pelos Caminhos de Francisco!

Frei Vitório Mazzuco

AS CAMINHADAS FRANCISCANAS DA JuvENTuDE

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Falecimento

O Rosto da Misericórdia em São Francisco e Santa Clara de Assis

De 11 a 14 de outubro de 2016Rondinha – Campo largo – PR

Por ocasião do “Ano Santo da Misericórdia”, promulgado pelo Papa Francisco, a Fraternidade Franciscana São Boaventura - Rondinha – Campo largo – PR, oferece um Curso sobre o Rosto da Misericórdia em São Francisco e Santa Clara de Assis. Mais informações no site da Fraternidade São Boaventura: www.franciscanosrondinha.com.br

Frei João Mannes

CuRSO DE FRANCISCANISMO

A família Nunes Corrêa louva o Deus Altíssimo pelo dom da vida de nosso Pai, Antônio Nunes Corrêa, que partiu para a eternidade. Com algumas com-

plicações de saúde nos últimos dias de abril, entregou sua vida para Deus. Homem religioso, pai exemplar, dei-xa sua esposa e seus 6 filhos, netos e bisnetos. Agradece-mos aos confrades de Sorocaba que estiveram presentes junto à família nos momentos mais difíceis. Deus o aco-lha na eternidade celeste e descanse em paz!

Frei Carlos L. Nunes Corrêa

ANTÔNIO NuNES CORRÊA

04/08/1936 + 23/04/2016

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Falecimento

“Minha infância, até aos 8 anos, transcorreu cercada dos carinhos e cuidados de meus pais

e irmãs, mas sem muitas novidades e lembranças. Meus queridos e saudo-sos pais, embora sem muitos recursos e estudos (mamãe era analfabeta e pa-pai sabia ler e escrever o seu nome), com muito esforço, luta e sacrifício, souberam dar a seus filhos o que eles não receberam: uma formação sólida, que nos tornou capazes de nos defen-dermos na vida. Esta formação que eles não tiveram, quiseram que seus filhos a tivessem, para terem um fu-turo melhor. E o conseguiram”. Neste depoimento, Frei Antônio Lopes ex-plica que nasceu no dia 30 de dezem-bro de 1937, em Sorocaba, mas viveu e cresceu na zona rural de Iporanga, distrito de Brigadeiro Tobias, no mu-nicípio sorocabano.

Era o quarto filho dos cinco de João Lopes Padilha e Encarnação Rodrigues Garcia. Aos 8 anos, quan-do ingressou na Escola Primária, co-meçou a sentir “gosto pelas coisas da Igreja”, e convidado por um amigo, tornou-se coroinha, acompanhando o pároco em suas visitas às comunida-des. “Com o passar dos dias, foi nas-cendo em mim aquela ideia e aquele desejo de que no futuro eu poderia fazer a mesma coisa”, revelou. Aos 10 anos, segundo ele, não foi difícil dar um “sim” quando lhe pergunta-ram se não queria ser padre. No dia 25 de janeiro de 1948, Frei João Clí-maco o acompanhou para ingressar no Seminário Seráfico Frei Galvão de Guaratinguetá. Depois de 10 anos de formação inicial, vestia o hábito franciscano no Noviciado de Rodeio, onde fez a primeira profissão no dia 20 de dezembro de 1959. “Sem som-

bras de dúvida, o ano de noviciado foi o mais belo de minha vida, deixando profundas marcas e muitas saudades”, contou.

Veio, então, sua formação filosófi-ca e teológica até a ordenação presbi-teral. Recém-ordenado, Frei Antônio se ofereceu como voluntário na Mis-são Chilena e, no início de setembro de 1966 - a Missão Chilena foi oficial-mente iniciada no dia 15 de março de 1965 - ele recebia a Cruz Missionária

numa solene Celebração Eucarística, no Convento São Francisco, em São Paulo. Alguns dias depois, em com-panhia de Frei Luís Dalmago, partia para o Chile de navio, onde se jun-taria a outros cinco missionários da Província.

“Pessoalmente, participei desta Missão numa primeira etapa, do dia 8 de novembro de 1966, dia em que oficialmente assumiamos a Paróquia missionária San Pablo de Carahue,

FREI ANTÔNIO lOPES RODRIGuES 30/12/1937 + 10/05/2016

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Falecimento

Dados pessoais, formação e atividades Nascimento: 30.12.1937 (78 anos de idade), em Sorocaba – SP; Admissão ao Noviciado: 19.12.1958, em Rodeio, SC; Primeira Profissão: 20.12.1959 (56 anos de Vida Franciscana); Profissão Solene: 02.02.1963; Ordenação Presbiteral: 15.12.1964 (51 anos de Sacerdócio);

· 1960-1961 – Estudos de Filosofia, em Curitiba; 1962-1965 – Estudos de Teologia, em Petrópolis; 28.08.1966 – Missionário no Chile, em Carahue; 26.12.1975 – vigário paroquial da paróquia N. Sra. Aparecida, de Lages; em 21.12.1976

é nomeado guardião; 05.12.1979 – retorno ao Chile, como pároco em Carahue; 23.04.1985 – coordenador da fraternidade e pároco em Amparo; 21.01.1989 – guardião e pároco em Sorocaba; 06.12.1990 – vigário da casa e vigário paroquial em Canoinhas; 07.07.1993 – vigário paroquial em Chopinzinho; 10.01.1995 – guardião e pároco em Água Doce, SC; 01.12.1997 – guardião e pároco em São Sebastião; 01.11.1999 – trabalho no setor de protocolo da Cúria Geral, em Roma; 27.08.2003 – Guaratinguetá – Graças – atendente conventual; 07.11.2003 – pároco e vigário da casa em Coronel Freitas; 20.12.2006 – atendente conventual no Rio de Janeiro, Largo da Carioca; 31.07.2008 – vigário paroquial em Niterói; 12.12.2012 – vigário paroquial em Sorocaba – Bom Jesus;

até janeiro de 1976. Neste período tra-balhei com muito amor, entusiasmo e alegria tendo bastante clareza dos objetivos que devíamos atingir e que a Ordem e a Igreja chilena nos pediam com insistência”, explicou, lembrando que foi nesse período da Missão que perdeu seus pais. “Que estes sacrifí-cios sirvam para o bem da nossa Mis-são no Chile”, dizia em 85.

“Em nossos trabalhos apostólicos percorríamos com alegria as Costas do Pacífico, da Província de Cautin, numa extensão de 70 km, de Puerto Saavedra a Tirua, num trabalho in-cansável, num verdadeiro trabalho missionário onde mais de 70% da população era indígena (índios Ma-puches). A extensão da Paróquia era aproximadamente de 90 km. Quantas vezes chegamos a lugares onde há 15 e mais anos nunca tinham recebido a visita de um sacerdote. Eram mais de 70 lugares que recebiam a nossa visita, sobretudo no tempo do verão”, con-tou. Nesta primeira etapa, Frei Antô-nio ficou 10 anos. “Pedi ao Provincial para retornar ao Brasil. Durante qua-tro anos residi em Lages. No Capítulo Provincial de 1979, o Visitador Geral pediu o meu retorno ao Chile com a incumbência de continuar a lutar pela unificação da Custódia com a Provín-

cia de Santiago e de preparar, sem pre-cipitações, para o término da Missão chilena”.

Frei Antônio retornava em janeiro de 1980 ao Chile, para a Paróquia de Carahue, onde celebrou as bodas de prata de vida religiosa. No dia 15 de março de 1985, segundo Frei Antô-nio, os frades podiam dizer “Missão cumprida”.

No livro “Franciscanos brasileiros no Chile”, de Frei Anselmo München, a chilena Edith Romero de Birchmeier

fazia o seguinte depoimento sobre Frei Antônio: “Antônio, mais sério, mas armado de humor e caridade, ca-pazes de desarmar os que se atreviam a referir-se, com ironia e desprezo, ao Convento, como sendo “uma favela franciscana”, e mais tarde se tornaram seus melhores amigos e colaborado-res. Antônio do canto suave, nas vi-sitas aos paroquianos, divertindo-os com os versos do canto “Tenho meu poncho verde, ai, ai”.R.I.P.

DEPOIMENTO DE FREI ANSElMO MÜNCHENEm 1965 foi aceita a Missão

Franciscana da Província no Chile. O plano inicial foi que três confra-des trabalhariam na Paróquia de São Francisco, na cidade de Temuco, no Sul do Chile. Outros dois confrades assumiriam o funcionamento do se-minário local. Desde o começo, hou-ve muita dificuldade em trabalhar no seminário porque era uma pensão, onde moravam os 20 seminaristas, que estudavam fora e estavam apenas algumas horas em casa, para comer

e dormir. Aos sábados e domingos estavam os jovens com as famílias e voltavam na segunda-feira. Nem eram vocacionados e nada queriam de vida religiosa. Resolveu-se entre os confrades, Província e Custódia, que o seminário seria fechado no fim do ano, como de fato aconteceu. A Pro-víncia resolveu pedir ao senhor Bispo, D. Bernardino Piñera, outra Paróquia para os dois confrades que trabalha-vam no seminário. A Paróquia ofe-recida pelo Sr. Bispo é a Paróquia de

Carahue, localizada ao longo do Pa-cífico, numa extensão de 50 km, com vários km de largura, onde moram 15 mil descendentes de indígenas arau-canos, o povo mapuche. Foi criada a Comunidade do Seminário com Frei Antônio Lopes Rodrigues e Frei Luiz Dal’Mago, que acabavam de chegar do Brasil. Poucos meses depois Frei Mariano se retirou para o Brasil, e Frei Antônio Lopes foi nomeado pá-roco de Carahue e Frei Luiz Dal’Mago e Frei José Zanchet, que acabara de

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chegar do Brasil, foram nomeados cooperadores. Carahue fica a 50 qui-lômetros de Temuco, onde estavam os outros quatro confrades: Frei Antônio Andrietta, o coordenador da Missão, Frei Feliciano Greshake, Frei Genuíno Mazurana e Fr. Anselmo Julio Mün-chen. Ficamos contentes, porque não era tão grande a distância para nos vi-sitarmos e para as reuniões. Frei An-tônio era jovem religioso e sacerdote, que iniciava seu primeiro trabalho de catequese.

Como coordenador, estudou com os confrades a característica do povo de Carahue e decidiram escolher um grupo de mães das crianças inscritas para a preparação da Primeira Comu-nhão, e algumas catequistas para es-tudar em comum as verdades da fé, e depois aos sábados reuniam as crian-ças todas a fim de aplicar o estudo das verdades. A característica especial e meritória foi o envolvimento da famí-lia na preparação das crianças. O mes-mo aconteceu com os jovens que se preparavam para receber o sacramen-

to da crisma. E Frei Lopes tornou-se o franciscano querido de toda a popu-lação, que durante dez anos percorreu o imenso território da região de Ca-rahue, e foi aplicando o mesmo mé-todo de estudo da religião pela família toda. Outra característica notável da ação de Frei Antônio como pároco foram as pequenas missões contínuas em pequenos grupos de pessoas, mui-tas vezes durante dias seguidos. Mais catequistas e mais padres estavam à disposição do povo, que permanecia no local ou que voltava no dia seguin-te. Assim foram atingidos cem locais diferentes no grande território da Pa-róquia de Carahue durante aqueles anos de Frei Antônio. Estas pequenas missões se realizavam principalmente durante os meses de verão e de menos chuvas e frio. As estradas de comuni-cação eram muito precárias, somen-te para carroças e a cavalo. Nos anos 1970, Frei Antônio conseguira carro, mas que só podia ser usado em pe-quenos trechos, porque não havia es-tradas de acordo. Nas pequenas mis-

sões ajudavam também os confrades de Temuco com catequistas que le-vavam para ajudar. É evidente que os confrades não trabalhavam para ajun-tar e escrever números, mas o arquivo dos livros de Carahue anotam: “Entre os anos 1967 a 1978, foram celebrados na Paróquia de San Pablo de Carahue 2.788 batizados, 578 casamentos, 717 confirmações e 510 primeiras comu-nhões” (Diário austral de Temuco).

A casa paroquial de Carahue era muito antiga e deficiente para os tra-balhos. O ambiente era paupérrimo ... era impossível conseguir construir algo novo e maior. Mas Frei Anstônio conseguiu ajuda maior do estrangei-ro, da Adveniat, da Alemanha. Cons-truiu uma casa paroquial e local para a Fraternidade, e acabou conseguindo construir um grande salão paroquial para os trabalhos da comunidade. Conseguiu reformar a igreja local, com danificações antigas, do tempo de terremotos.

Após dez anos de trabalhos be-neméritos, e sempre muito admirado por todos, Frei Antônio se retirou, deixando escrito... “Tivemos a sorte e a felicidade de ver, em parte, alguns frutos de um trabalho sério, organi-zado e perseverante. Tivemos proble-mas, lutas e dificuldades, mas o idea-lismo dos primeiros anos de padre foi capaz de superar e vencer uma grande série de obstáculos. Foram anos belís-simos, durante os quais me senti re-alizado em minha vida de sacerdote.” (O que ficou - Balanço dos 25 anos, pág 120 - Editoria Vozes RJ). Voltou ao Chile Frei Antônio, em dezembro de 1979, reassumiu a Paróquia de San Pablo de Carahue. Os Superiores lhe recomendaram que preparasse, com tino, a devolução do trabalho mis-sionário da Província aos Superiores Chilenos. Outros compromissos, as-sumidos pela Província no Chile per-mitiam a continuação dos trabalhos missionários no Chile.

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“Um confrade fiel e presente, ze-loso em pregar e praticar o que ensina a Igreja. Nas celebrações, nos encon-tros, na confissão, sua preocupação era a fidelidade aos mandamentos da Igreja”. Assim Frei Gilberto Piscitelli, guardião da Fraternidade Francisca-na Bom Jesus dos Aflitos, definiu Frei Antonio Lopes Rodrigues durante a homilia na missa que marcou a des-pedida do confrade na tarde desta ter-ça-feira, dia 10 de maio. A celebração ocorreu na Igreja Matriz da Paróquia Bom Jesus dos Aflitos e foi presidida pelo Arcebispo de Sorocaba, Dom Eduardo Benes de Sales e concelebra-da pelo Vigário Provincial, Frei Eva-risto Spengler, outros confrades das fraternidades de Sorocaba, São Paulo e Agudos, além de padres e diáconos da Arquidiocese.

Também na homilia, Frei Gilberto fez um breve relato do sofrimento en-frentado por Frei Antonio Lopes nos últimos meses, especialmente a partir do fim do ano passado. O frade, nas-cido em Sorocaba, pôde contar com a assistência próxima de seus familia-res, com apoio e acompanhamento da fraternidade local. Sofria com as complicações do diabetes que foram

ocasionando uma série de problemas de saúde. Sofreu um Acidente Vascu-lar Cerebral e chegou a passar vários dias na UTI. Quando faleceu, na ma-drugada do dia 09 para o dia 10, pela 1h30, Frei Antônio estava no quarto do Hospital Samaritano.

Outras qualidades de Frei Anto-nio destacadas por seu guardião, Frei Gilberto, foram o desapego e o espí-rito de disponibilidade. “Frei Antonio colocou-se como missionário por onde passou, seja no Chile, onde vi-veu por duas ocasiões, totalizando 15 anos, em tempos de muitos desafios, na Cúria Geral da Ordem, em Roma, onde serviu no setor de protocolo, e em outras diversas fraternidades da Província no Brasil. Em Sorocaba,

foram duas passagens: a primeira, no ano de 1989, quando atuou como guardião e pároco, e a segunda, desde dezembro de 2012, quando foi trans-ferido de Niterói.

Ao fim da missa, Dom Eduar-do pediu ao Vigário Provincial, Frei Evaristo, que conduzisse a oração de encomendação. Frei Evaristo apro-veitou para agradecer ao bispo pela delicadeza e o carinho da presença. Estendeu ainda o cumprimento a to-dos os padres e diáconos presentes, assim como aos confrades. Dedicou uma palavra de especial gratidão à família, que esteve presente e acom-panhou de maneira muito próxima os últimos passos de Frei Antonio Lopes. Em sua fala, o Vigário aproveitou para relatar o último encontro que tivera com Frei Antonio: “Há umas duas semanas, estive em Sorocaba para vi-sitar o confrade, que estava internado na Unidade Semi Intensiva. Ele estava acordado e lúcido, embora enfraque-cido. Rezamos juntos e antes de nos despedirmos, o frei me disse estas pa-lavras: ‘A Palavra de Deus não passa. Ela permanece. É ela que dá força’. E esta Palavra foi o eixo que norteou a vida e a missão de Frei Antonio”, de-clarou Frei Evaristo. Logo após a ce-lebração, o cortejo seguiu para o Ce-mitério da Consolação, onde às 16h se realizou o enterro.

Frei Gustavo Medella Fotos: Bruna Oliveira

Falecimento

O SEPulTAMENTO DE FREI ANTÔNIO

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Falecimento

Faleceu, às 7h30 da quinta-feira, dia 19 de maio, na Policlínica de Pato Branco, Frei Vitalino Turcato. O velório aconteceu

na Igreja Matriz Santo Pedro Apóstolo, com missa de corpo presente às 16h, seguida pelo sepultamento.

Lutando contra a enfermidade des-de setembro do ano passado, Frei Vita-lino realizava seu tratamento em Cas-cavel, PR, centro reconhecido na área da oncologia. Neste período, revezava--se entre Pato Branco e aquela cidade paranaense, sempre sob os cuidados da família, com o apoio próximo e pre-sente da fraternidade local.

Enfraquecido pelo avanço da do-ença, desde abril não teve mais condi-ções de passar pela quimioterapia. Frei Vitalino sempre se mostrou sereno e confiante diante da enfermidade. Nas últimas semanas, a dor era controla-da à base de medicamentos e, desde domingo, quando foi internado pela última vez, seu estado se agravava a cada dia de forma substancial. Enfim, depois de atravessar este calvário dos últimos dias, Frei Vitalino partiu na manhã do dia 19. Que o Senhor acolha este filho e servo fiel que doou sua vida na construção do Reino de Deus. (Frei Gustavo Medella)

O FRADE MENORFilho dos imigrantes italianos José

e Angelina, Frei Vitalino era o primei-ro filho dos três do casal. Até 1964, a família residiu em Jaborá, mudando--se em seguida para Pato Branco. “Dos pais, recebemos uma profunda e equilibrada formação religiosa”, re-velou.

Quando criança conheceu Frei Sílvio Berri e Frei Querubim. “Sempre foram muito atenciosos com a família”, conta Frei Vitalino, que visitava sem-

FREI vITAlINO TuRCATO 27/08/1943 + 19/05/2016

Dados pessoais, formação e atividades Nascimento: 27.08.1943 (72 anos de idade), em Jaborá – SC; Admissão ao Noviciado: 19.12.1964, em Rodeio, SC; Primeira Profissão: 20.12.1965 (50 anos de Vida Franciscana); Profissão Solene: 14.11.1969; Ordenação Presbiteral: 19.12.1970 (45 anos de Sacerdócio); 03.01.1972 – Nilópolis – Conceição – vigário paroquial; 27.01.1974 – Canoinhas – guardião e pároco; 21.12.1976 – São Paulo – Pari – guardião e pároco; 15.12.1982 – São João de Meriti – guardião e pároco; 21.01.1986 – Vila Velha – santuário – coordenador da frater-

nidade e pároco; em 18.01.1992 - guardião; 10.01.1995 – Petrópolis – pároco e vigário da casa; 22.11.2000 – Paty do Alferes – guardião e pároco; 20.12.2006 – Agudos – pároco da paróquia Santo Antônio; 14.12.2011 – período sabático; 12.12.2012 – Pato Branco – vigário paroquial

no Seminário de Luzerna, onde per-maneceu dois anos. Depois sua forma-ção inicial passou por Rio Negro, onde também ficou dois anos, e Agudos, onde ficou quatro.

Vestiu o hábito franciscano em 1965 e se ordenou presbítero em 70. “Estou contente com o meu sacerdó-cio; esta é minha maior alegria. É bom

nas decisões que devo tomar, também não me angustio diante dos problemas que devo enfrentar. Gosto de resolver os problemas sentado e não de pé”, di-zia. E Frei Carlos Lúcio Corrêa Nunes, que conviveu com ele em Petrópolis, acrescenta: “Ele era um contador de histórias”. R.I.P.

ser padre”.Sobre sua per-

sonalidade, ele descreve: “Não sou de tempera-mento forte, mas também sinto que não tenho um te mp e r am e nto afável. Confio nas pessoas e gosto de vê-las crescer por elas mesmas. Não sou precipitado

pre o Juvenato de Jaborá com Frei Querubim. “Mes-mo assim não pos-so dizer que foi a influência dos fra-des que me levou ao discernimen-to vocacional. A descoberta foi aos poucos”, acredita, destacando que a experiência no Sa-natório de São Ro-que, em Piraquara, marcou sua vida. “Esta experiência junto de Frei Da-niel e os doentes foi de um valor inesti-mável para mim”.

Em 1955, Frei Vitalino ingressou

Foto: Frei Heberti Senra Inácio

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Falecimento

Um encontro de famílias: assim se pode definir a celebração de despedi-da de Frei Vitalino Turcato, realizada na tarde desta quinta-feira, dia 19 de maio, em Pato Branco, PR. A família religiosa, composta por seus confrades de Pato Branco e das Fraternidades de Chopinzinho e Mangueirinha, que compareceram em peso; a família de sangue, irmãos, cunhadas e sobrinhos, de Pato Branco, Cascavel e outras loca-lidades, que nos últimos meses se des-dobraram nos cuidados imediatos ao frade; a família espiritual, lideranças e paroquianos, amigos e padres das pa-róquias da Diocese de Palmas-Francis-co Beltrão e demais fiéis. A missa co-meçou às 16h15 e foi transmitida pela Rádio Celinauta.

Representando o Definitório Pro-vincial, Frei Gustavo Medella, Defini-dor da Região, presidiu a celebração, que contou também com a presença do Administrador Diocesano, Padre Geraldo Macangnan. Na homilia, Frei Gustavo destacou duas qualidades que sobressaíam em Frei Vitalino: o fato de pensar mais nos outros do que em si e a profunda busca de proxi-midade com os pobres. Frei Gustavo recordou ainda a emoção vivida ao celebrar, junto com Frei Vitalino, a Missa de Lava-Pés na Matriz de São Pedro, em Pato Branco, durante a Se-mana Santa deste ano. “Já muito en-fraquecido pela doença, o Frei esteve aqui conosco e, naquela noite, eu disse que na verdade era ele quem lavava os

ENCONTRO DE FAMílIAS MARCA DESPEDIDA DE FREI vITAlINO

a despedida, a entrega e a gratidão. “A despedida ocorre porque, dentro de nossa limitada existência neste mundo, temos tempo de nascer e de morrer. [...] A entrega é, na verdade, uma devolução: aquele que Deus nos concedeu como irmão, como confra-de, como sacerdote, como servo do Reino, agora retorna para o conví-vio próximo e amoroso da Trindade, Deus Pai, Filho e Espírito Santo que o acolhe de braços abertos. E a gratidão é o sentimento mais nobre que nos resta diante da partida de alguém que amamos”, explicou Frei Nelson.

Nas partes da celebração, os fra-des de Pato Branco se revezaram: Frei Nelson Rabelo foi o comentarista, Frei Olivo Marafon fez a acolhida do povo, Frei Aldolino Bankhardt proclamou o Evangelho, Frei Felipe Gabiel Alves

conduziu a encomendação e Frei Neu-ri Francisco Reinisch fez um agradeci-mento a todos, especialmente à família de Frei Vitalino, em nome da Fraterni-dade.

A sobrinha de Frei Vitalino Turca-to, Marli Doneda Silva, e seu esposo, deram um testemunho sobre a convi-vência com o frade e o legado que ele deixou. Ficaram emocionados ao re-cordar os momentos vividos durante a enfermidade, quando Frei Vitalino, sempre conduzido pelos familiares, precisou realizar muitas idas e vindas entre Cascavel e Pato Branco.

Logo após a celebração, o caixão foi conduzido até o Mausoléu São José, construído recentemente para o sepul-tamento dos frades. O espaço, que ain-da está em conclusão, foi abençoado pelo pároco, Frei Olivo Marafon.

nossos pés, com seu testemu-nho de perseverança, otimismo e mansidão diante da dificulda-de. Foi um dos momentos mais marcantes que vivi no curto tempo que tenho de sacerdó-cio”, relatou.

No comentário inicial, Frei Nelson Rabelo declarou que a partida de Frei Vitalino era marcada por três sentimentos:

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados

04 Dia da Amazônia: Coleta Anual pela Evangelização na Amazônia

05 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar)09 a 11 Encontro dos Irmãos Leigos da Província12 Encontro do Regional de Curitiba (Rondinha)12 e 13 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Angelina)14 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá – Fazenda Esperança)14 e 15 Encontro Provincial da Frente de Educação

(Rondinha)17 e 18 Encontro Provincial da Frente da Solidariedade19 Encontro do Regional de Pato Branco

(Mangueirinha)19 Encontro do Regional de Agudos (Bauru)19 a 22 Retiro no Eremitério de Rodeio19 a 24 Assembleia ampliada da CFMB - SERFE e SIFEM

(Rondinha) 26 Encontro do Regional do Espírito Santo (Penha)26 Encontro do Regional de São Paulo (Amparo)26 e 27 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí (Lages)26 e 27 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)26 a 30 Retiro Provincial (Agudos)

outuBro06 e 07 Conselho da Formação e Estudos (Vila Clementino)10 a 14 Curso de Franciscanismo (Rondinha)18 a 20 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo)24 a 26 Encontro Provincial da Frente das Paróquias,

Santuários e Centros de Acolhimento (Agudos)29 Ordenação presbiteral de Frei Robson Luiz Scudela

(Coronel Freitas)

novemBro07 Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo

(Vila Itoupava)08 Conselho do Secretariado da Evangelização (Vila

Clementino)12 a 15 Estágio Vocacional (Guaratinguetá)19 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense

– recreativo (Paty do Alferes)21 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São

Sebastião)28 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense28 Encontro do Regional de Agudos – recreativo29 a 01 Reunião do Definitório Provincial

deZemBro01 e 02 Jubileus dos confrades (São Paulo – S. Francisco)05 Encontro do Regional de Pato Branco (Pato

Branco)05 Encontro do Regional de Curitiba-recreativo

(Caiobá)05 Encontro do Regional de São Paulo (Bragança)12 Encontro do Regional do Espírito Santo – recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Florianópolis)12 e 13 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí - recreativo12 e 13 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)

junho09 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (São

Sebastião)13 Encontro do Regional do Espírito Santo (Colatina)17 a 19 Encontro Vocacional Regional (Petrópolis)20 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário

Camboriú)20 Encontro do Regional de Curitiba (Aldeia)20 Encontro do Regional de São Paulo (Pari)20 e 21 Encontro da Coordenação da Frente de

Comunicação (Petrópolis)22 Encontro da Coordenação da Frente de

Educação (Bragança Paulista)24 Encontro do Regional Baixada e Serra

Fluminense (Campos Elíseos)24 a 26 Encontro Vocacional Regional (Guaratinguetá)28 a 30 Reunião do Definitório Provincial (com os

Coordenadores Regionais no dia 29) (São Paulo – S. Francisco)

30 Encontro da Coordenação da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento (Balneário Camboriú)

julho01 a 03 Encontro Vocacional Regional (Ituporanga)04 Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (Niterói)04 Encontro do Regional de Agudos (Sorocaba)04 e 05 Encontro do Regional do Leste Catarinense (S.

Amaro da Imperatriz)04 e 05 Encontro do Regional do Contestado (Piratuba)11 Encontro do Regional de Pato Branco

(Chopinzinho)18 e 19 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí (Curitibanos)18 a 21 Assembleia da FIMDA (Angola)18 a 22 Retiro Provincial (Rondinha)

agosto01 a 03 Encontro Provincial da Frente de Comunicação

(Rondinha)02 Jubileu dos 800 anos do Perdão de Assis09 e 10 Encontro Provincial do SAV15 a 19 Retiro Provincial para frades de 1 a 10 anos de

transferência, após os períodos em casas de formação (Vila Velha)

22 a 25 Reunião do Definitório Provincial22 a 25 Reunião do Definitório Provincial (Rodeio)22 a 26 Encontro dos Ecônomos da CFMB (Porto Alegre)28 a 31 Conselho da Formação inicial (Petrópolis)29 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e

Baixada Fluminense (Nilópolis)30 Encontro Provincial da Frente das Missões

(Petrópolis)31 Prazo para entrega do Projeto Fraterno de Vida e

Missão das Fraternidades

setemBro01 Dia Mundial de Oração pelo cuidado da Criação02 e 03 Encontro do Regional Baixada e Serra

Fluminense (Petrópolis – S. Francisco)