a massa - abril/2014

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Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – ABRIL 2014 SEMINÁRIO INDICA NOVOS CAMINHOS A SEREM SEGUIDOS PELO SINDICALISMO BRASILEIRO Seminário Internacional Sindicalismo Contemporâneo: 1º de Maio – Uma nova visão para o movimento sindical reúne milhares de pessoas num encontro inédito do mundo acadêmico e o sindical num amplo debate sobre os novos rumos para o sindicalismo brasileiro no século XXI. PáGINAS 4 e 5 Companheiros (as), no próximo dia 30 de maio, às 17 horas, vamos realizar uma Assem- bleia aqui na sede do Sindicato para discu- tirmos o licenciamento do Chiquinho Pereira do cargo de presidente do nosso Sindicato em decorrência de sua pre-candidatura a deputado estadual nas Eleições deste ano. Como todos vocês sabem e como sem- pre fez durante todos os momentos em que teve oportunidade de conversar com vocês trabalhadores, Chiquinho Pereira sempre defendeu a necessidade de a nossa cate- goria ter um representante no legislativo. A política, para o bem o para o mal, ela é indispensável na vida de um cidadão. Nós só vamos conquistar a tão sonhada qualidade de vida para nós e nossas famílias quando realmente elegermos alguém que se comprometa de fato com as necessidades do trabalhador. Alguém que realmente lute pelos nossos direitos básicos como acesso ASSEMBLEIA LICENCIAMENTO DO PRESIDENTE DO SINDICATO à saúde, educação, transporte, moradia, lazer, etc. Por isso trabalhador é tão importante que você venha e traga sua família para que juntos possamos fazer um debate saudável e conversar olho no olho como sempre fizemos. Esperamos vocês aqui. Não faltem! 1º MAIO DA UGT DE PAULO ROGÉRIO “NEGUITA” ABC INICIA NEGOCIAÇÕES DA CAMPANHA SALARIAL 2014 Além de aumento acima da inflação, aumento real do abono do Dia do Padeiro, aumento do percentual da hora extra e do adicional noturno, trabalhadores lutam por quinquênio, pela PLR, entre outras reivindicações. PáGINA 3 EMPRESAS QUE NÃO ESTÃO CUMPRINDO A CONVENÇÃO COLETIVA SERÃO DENUNCIADAS Todas as empresas chamadas ao Ministério do Trabalho e Emprego que não apresentaram ao nosso Sindicato comprovante de pagamento da cesta básica, do quinquênio, e de outros benefícios, serão denunciadas no Ministério do Trabalho, no Ministério Público do Trabalho e também sofrerão ação de cumprimento na Justiça do Trabalho. PáGINA 3

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A Massa - Abril/2014

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Page 1: A Massa - Abril/2014

1Abril – 2014

Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – ABrIl – 2014

SemInárIo InDICA novoS CAmInhoS A Serem SeGuIDoS Pelo SInDICAlISmo BrASIleIro

Seminário Internacional Sindicalismo Contemporâneo: 1º de Maio – Uma nova visão para o movimento sindical reúne milhares de pessoas num encontro inédito do mundo acadêmico e o sindical num amplo

debate sobre os novos rumos para o sindicalismo brasileiro no século XXI. PágInaS 4 e 5

Companheiros (as), no próximo dia 30 de maio, às 17 horas, vamos realizar uma assem-bleia aqui na sede do Sindicato para discu-tirmos o licenciamento do Chiquinho Pereira do cargo de presidente do nosso Sindicato em decorrência de sua pre-candidatura a deputado estadual nas Eleições deste ano.

Como todos vocês sabem e como sem-pre fez durante todos os momentos em que teve oportunidade de conversar com vocês trabalhadores, Chiquinho Pereira sempre defendeu a necessidade de a nossa cate-goria ter um representante no legislativo.

a política, para o bem o para o mal, ela

é indispensável na vida de um cidadão. nós só vamos conquistar a tão sonhada qualidade de vida para nós e nossas famílias quando realmente elegermos alguém que se comprometa de fato com as necessidades do trabalhador. alguém que realmente lute pelos nossos direitos básicos como acesso

AssembleiALicenciamento do presidente do sindicato

à saúde, educação, transporte, moradia, lazer, etc.

Por isso trabalhador é tão importante que você venha e traga sua família para que juntos possamos fazer um debate saudável e conversar olho no olho como sempre fizemos. Esperamos vocês aqui. não faltem!

1º mAio dA ugtde

Paulo RogéRio “Neguita”

ABC InICIA neGoCIAçõeS DA CAmPAnhA SAlArIAl 2014Além de aumento acima da inflação, aumento real do

abono do Dia do Padeiro, aumento do percentual da hora extra e do adicional noturno, trabalhadores lutam por quinquênio, pela PLR, entre outras reivindicações. PágIna 3

emPreSAS que não eStão CumPrInDo A Convenção ColetIvA Serão DenunCIADAS

Todas as empresas chamadas ao Ministério do Trabalho e Emprego que não apresentaram ao nosso Sindicato comprovante de pagamento da cesta básica, do quinquênio, e de outros benefícios, serão denunciadas no Ministério do Trabalho, no Ministério Público do Trabalho e também sofrerão ação de cumprimento na Justiça do Trabalho. PágIna 3

Page 2: A Massa - Abril/2014

2 Abril – 2014

POR DENTRO DO LIVRO

A Greve dos 400 mil

A MassaEm setembro de 1979, na época da Aber-

tura Política, no governo de João Baptista Figueiredo, A Massa voltou a ser publicada com o objetivo de ser “uma tribuna do pa-deiro e do confeiteiro para renúncias, rein-vindicações, esclarecimentos (...) um jornal livre como sempre quiseram os padeiros e confeiteiros”.

No seu retorno no final dos anos 70, A Massa contava com um cartunista talentoso ilustrando sua página de humor: Laerte, que viria a criar um dos melhores momentos dos quadrinhos brasileiros com os Piratas dos Tietê. Para A Massa, Laerte concebeu

o personagem Calunga, um padeiro esperto e consciente de seus direitos.

No momento da redação deste livro, em dezembro de 2010, o jornal impresso a cores atingia uma tiragem de cinquenta mil exemplares, numa edição que celebrava a conquista de um significativo aumento salarial para a categoria.

O jornal A Massa reproduz nessa edição outro trecho do livro “Tempos de Luta e Glória – A História do Sindicato dos Padeiros de São Paulo (1930 a 2010)” de autoria de Claudio Blanc e Chiquinho Pereira.

Divulgação

Publicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo.Diretor responsável: Francisco Pereira de Sousa FilhoDiretoria executiva - mandato 2013-2017Presidente: Francisco Pereira de Sousa Filho (Chiquinho)

Vice-presidente: Pedro Pereira de Sousa

Secretário-geral: Valter da Silva Rocha (Alemão)

Secretário adjunto: Geraldo Pereira de Sousa

Secretário de finanças: Benedito Pedro Gomes

Secretário adjunto de finanças: Fernando Antonio da Silva

Secretário de assuntos jurídicos:José Alves de Santana

Secretário para cultura, formação e educação: Ângelo Gabriel Victonte

Secretário de comunicação e imprensa: José Francisco Simões

Sede - Rua Major Diogo, 126, Bela Vista, São Paulo/SP - CEP: 01324-000Telefone: 3242-2355 - Fax: 3242-1746

Subsede Santo André - Travessa São João, 68Telefone: 4436-4791

Subsede São Miguel - Av. Nordestina, 95Telefone: 2956-0327

Subsede Osasco - Rua Mariano J. M. Ferraz, 545Telefone: 3683-3332

E x P E D I E N T E

Subsede Santo Amaro - Rua Brasílio Luz, 159Telefone: 5686-4959

Edição e redação: Gláucia Padilha

Edição de arte e diagramação: R. Simons

Fotografia: Paulo Rogério “Neguita”

Produção de vídeo: Zhe Souza

Tiragem: 30 mil exemplares

Impressão: UNISIND

www.padeiros.org.br - [email protected]

Editorial

Seminário no 1º de maio da UGT moSTra qUe é preciSo repenSar

o SindicaliSmo no braSil

Conforme a CCT 2013-2014 dos trabalhadores do ABC, o abono salarial (veja valor abaixo) será pago em duas parcelas de 50% cada uma. A 1ª parcela será quitada em janeiro de 2014. A 2ª em abril de 2014.Empresas com 1 a 15 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 177,00 Empresas com 16 a 40 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 322,00 Empresas com mais de 41empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 465,00

AbONO NO AbC

TrAbAlhAdor de sP e do AbC, se voCê não esTá reCebendo A Plr, o Abono sAlAriAl e se o Piso esTiver AbAixo dA CCT Comunique o nosso sindiCATo.

VÁLIDO ATÉ 31/10/2014Empresas com até 60 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 996,12 Empresas com mais de 60 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.075,77

VÁLIDO ATÉ 31/05/2014Empresas com até 60 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 985,00Empresas com mais de 60 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.057,00

PISOS SALARIAIS SãO PAuLO

PISOS SALARIAIS AbC

PLR Em SãO PAuLOEmpresas com 20 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 202,40 Empresas com 21 a 35 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 290,95 Empresas com 36 a 56 empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 385,82A PLR será paga em duas parcelas iguais. A primeira, em abril de 2014. A segunda, em agosto de 2014.

de Maio, Dia Mundial do Traba-lhador, foi um divisor de águas

neste ano de 2014 na história do sindi-calismo brasileiro. Pensar o sindicalismo sob uma ótica mais complexa tendo em vista as mudanças no mundo do trabalho e redimensionar nossas estratégias em busca de novos rumos no sindicalismo sempre foi o principal objetivo da nossa central, a UGT.

E foi isso que aconteceu neste ano quando resolvemos homenagear nossos trabalhadores de uma forma diferente, com um seminário e um amplo debate sobre o papel do sindicato e do diri-gente sindical neste século XXI com a participação do mundo acadêmico como aconteceu neste evento em parceria com a Cesit-Unicamp.

É preciso encarar a realidade para seguirmos em frente. E foi o que fize-mos durante dois dias com palestras e palestrantes do mais alto nível e debates enriquecedores e esclarecedores com uma abordagem diferente, de um lado, o saber, o conhecimento, a universidade, e do outro, a visão do trabalhador, tudo isso para entendermos melhor a organização

do trabalho no mundo contemporâneo.Constatamos que o papel do sindica-

lismo hoje é muito mais amplo. A pauta não se resume mais a aumento de sa-lário, benefícios sociais, é muito mais, é inclusão social, é a luta por políticas pú-blicas que aten-dam realmente as necessidades do trabalhador e da sociedade como, por exem-plo, o acesso à saúde, à educa-ção, ao transpor-te de qualidade, à moradia e ao lazer.

E para con-quistarmos tudo isso, nosso de-saf io maior é mudar a correlação de forças no Congres-so Nacional para que aquela casa venha a produzir leis que atendam realmente e

Chiquinho PeReiRAPresidente do Sindicato e Secretário

de organização e Políticas Sindicais da união Geral dos Trabalhadores - uGT

de fato o trabalhador e o povo brasileiro.E quando falamos em políticas pú-

blicas não podemos esquecer que essa responsabilidade é dos nossos governan-

tes, mas também é nossa. Nós somos responsáveis pelos políticos que ele-gemos e que estão aí e precisamos começar desde já a pensar que agora em outubro tere-mos eleições e que devemos ter mais consciência políti-ca no momento do nosso voto.

Nossos jovens precisam partici-par mais da vida política do país. Essa é a força que está faltando para podermos dar uma

guinada definitiva na forma de se ver o Brasil, de se pensar nas desigualdades sociais, na distribuição de renda, na ofer-

ta de trabalho decente e de perspectiva para os nossos jovens.

E falando agora em outra luta, as negociações da nossa Campanha Sala-rial do ABC já começaram e pelo jeito a Diretoria do Patronal do ABC deve repetir a encenação de todos os anos: queda de braço, choradeira, reclamação de que os negócios vão mal. É impres-sionante a postura desses patrões! Não dá para entender porque tanta falta de vontade em dividir seus lucros com quem mais participa de seus negócios, o trabalhador.

Nós, do nosso lado, como não é sur-presa alguma, só nos resta fazer o que sempre fizemos: dialogar e acreditar que no final vai vencer o bom senso dos patrões e nossos trabalhadores vão sair dessa campanha com todas as suas reivindicações atendidas. É para isso que lutamos. Nosso foco é um só: vencer!

Page 3: A Massa - Abril/2014

3Abril – 2014

Chiquinho Pereira comanda assembleia no ABC

setor fatura bilhões e chegou a hora de dividir com o trabalhador

Campanha Salarial aBC - 2014

ossas negociações da Cam-panha Salarial dos trabalha-

dores do ABC com a Diretoria do Sindicato Patronal já começaram. E só não vão de vento em popa porque como era de se esperar a choradeira chegou cedo este ano, isso para não perder o hábito, porque todo ano é a mesma coisa.

Quer ver patrão reclamar que está difícil, que as coisas estão muito ruins, que o movimento caiu e aquela lengalenga que nós já conhecemos salteado e de cor é só começarmos a falar sobre os di-reitos e benefícios do trabalhador.

Negócio milioNário

Você não vai ouvir eles conta-rem felizes da vida que o negócio deles cresceu só no último ano, 2013, 8,7%, gerando um fatura-

N mento de R$ 76.405 bilhões, R$ 6 bilhões a mais que 2012. E pasmem: entre 2010 e 2013, o setor cresceu 35%. Quem nesse país aonde o PIB (Produto Interno Bruto) vem desabando mês a mês fatura alto desse jeito? É raro você encontrar um setor que consegue lucrar tanto como a panificação.

A quem eles pensam que enganam? Nossos trabalhadores não são bobos e sabem do negócio milionário que hoje é a panifica-ção no Brasil. E também sabem que parte do sucesso é fruto do trabalho deles.

Mas para nossos trabalhado-res o que interessa mesmo é man-ter nossas cláusulas anteriores e avançar nas conquistas. E isso ninguém vai nos tirar. E para isso vamos nos mobilizar e intensificar a luta com foco nas nossas metas.

SindiCato em ação

A nossa vitória é a nossa união, a força e a determinação de uma categoria que está acostumada,

como mostra nossa história, a correr atrás do que deseja, a lutar pelos seus ideais. E nossos

ideais estão todos nesta pauta de reivindicações pela qual vamos dar nosso sangue para conquistar.

Veja algumas das nossas bandeiras de luta

empresas que estão descumprindo nossa convenção coletiva serão denunciadas

trabalhadores param a lordT odas as empresas que não estão cumprindo nossa

Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com o não pagamento de direitos e benefícios como, por exemplo, cesta básica, quinquênio, serão denunciadas ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ao Ministério Público do Trabalho (MPT), e sofrerão ação de cumprimento na Justiça do Trabalho.

Até agora tentamos fazer tudo de forma amigável, na base do diálogo. Que fique bem claro: não vamos acei-tar descumprimento da nossa convenção e se as empresas

insistirem em desrespeitar a lei vamos usar a nossa mais poderosa arma que é a greve. Funcionário não trabalha de graça. Se o patrão não paga e não respeita seus direitos, ele também não trabalha.

Vamos fazer igual à Padaria Lord, uma das empresas a ser chamada em mesa redonda coletiva no Ministério do Tra-balho por descumprimento da convenção e que além de não regularizar a situação dos tra-balhadores continuou passando a perna em seus funcionários. O resultado disso foi uma greve na porta da padaria.

A Padaria Lord, uma das empresas convocadas em Mesa Redonda Coletiva no Ministério do Trabalho, não apresentou documentação no nosso Sindicato que compro-vasse o pagamento da cesta básica, quinquênio, e da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Mesmo nosso Sindicato tentando resolver o problema de forma cordial e com diálogo a empresa continuou ignorando os direitos dos trabalhadores.

O resultado disso foi que no último dia 6 de maio os funcionários cruzaram os braços e se recusaram a entrar na pa-daria antes de qualquer acordo com a Lord.

Após uma longa conversa com Diretores do nosso Sindica-to, a Lord se comprometeu que

Trabalhadores paralisam atividades na Padaria Lord

Aumento de sAlário AcimA dA inflAção

Aumento reAl do Abono do diA do PAdeiro

Aumento no PercentuAl dA horA extrA

Plr (PArticiPAção nos lucros e resultAdos)

PlAno de sAúde grAtuito e extensivo A todos os dePendentes

Aumento do AdicionAl

noturno

AmPliAr o número de itens dA cestA básicA

QuinQuênio

vai acertar todos os atrasados dos funcionários. Estamos de olho! Se não cumprir, paramos de novo a padaria.

Page 4: A Massa - Abril/2014

4 5Abril – 2014Abril – 2014

Seminário de 1º de maio da UGT reúne cenTenaS de peSSoaS e aponTa Uma nova viSão para o SindicaliSmo braSileiro

SindicaliSmo no mUndo Globalizado

á muito não se via nesse país uma comemoração do

Dia Mundial do Trabalhador, 1º de Maio, como realmente se deve: com uma profunda reflexão sobre o futuro do sindicalismo no Brasil. E foi isso o que aconteceu. Pela primeira vez um evento busca discutir a organização da classe trabalhadora desde o século XIX até os dias de hoje e debater e apontar novos rumos para o sindicalismo brasileiro.

Com a exposição de grandes nomes brasileiros e interna-cionais do mundo sindical e acadêmico a UGT (União Geral dos Trabalhadores) em parceria com a CESIT-Unicamp (Centro de Estudos Sindicais de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas) realizou nos últimos dias 28 e 29 de abril o seminário internacional Sindicalismo Contemporâneo: 1º de Maio – Uma Nova Visão para o Movimento Sindical com uma abordagem diferente que

H é a de aproximar a universidade dos trabalhadores, promovendo o diálogo e o entendimento sobre a organização do trabalho. Hoje no Brasil, 20% dos trabalhadores estão nos sindicatos.

Ricardo Patah, presidente nacional da UGT falou sobre a quebra de um paradigma com esse seminário e apontou cami-nhos para a construção de um sindicalismo forte e participativo para encarar novos desafios. “O papel do sindicalismo começa a se ampliar, buscando a inclusão social e a formulação de políticas públicas que vão ao encontro das necessidades do trabalhador em saúde e educação, por exemplo.”

Políticas Públicas

Chiquinho Pereira, secretário de Organização e Políticas Sin-dicais e presidente do Sindicato dos Padeiros, um dos principais idealizadores e defensor da nova maneira de se festejar o

1º de Maio, falou sobre a forma inequívoca que as polít icas públicas vêm sendo realizadas pelos sucessivos governos, sem exceção, e que continuam a de-ver aos trabalhadores. “Quando decidimos comemorar o dia do trabalhador de forma diferente é porque não dava mais para celebrar essa data com festa e sim com uma reflexão profunda. Não dá para achar que festa com sorteio de carros, casas e shows de artistas famosos vai resolver o problema de moradia, de segurança, de saúde”.

Presente na abertura do even-to, o ministro do Trabalho e Em-prego Manoel Dias falou que a pauta do movimento sindical que inclui o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, e o combate à precarização só depende do Congresso e que para andar defende o voto do trabalhador em representantes de classe. “Os trabalhadores têm que votar em candidatos da classe

trabalhadora, em suas categorias, para que essas pautas avancem”.

ascensão Walter Barelli, ex-ministro do

Trabalho e ex-secretário de Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, fez uma reflexão sobre o papel do sindicalismo nos dias de hoje: “Precisamos pensar se esta-mos à altura do que o movimento sindical construiu ao longo dos tem-pos”. Ele acredita que o sindicalismo está em plena ascensão e citou ações que estão dando resultados como o trabalho que a UGT vem de-senvolvendo com os trabalhadores da multinacional Walmart aqui no Brasil o que mostra que somos solidários à luta dos companheiros norteamericanos.

O evento contou com a parti-cipação de centenas de pessoas, entre elas, representantes do governo das três esferas (federal, estadual, municipal), deputados e senadores, dirigentes sindicais, estudantes e pesquisadores.AberturA do seminário no novotel, em são PAulo, reuniu mAis de mil PessoAs entre sindicAlistAs, trAbAlhAdores, estudAntes e rePresentAntes de todAs As esferAs do governo

O seminário contou com seis mesas onde foram expostos os temas: O lugar do trabalho no capitalismo contemporâneo; Trabalho e desigualdades; Movimentos sociais; Sindicalismo no capitalismo contemporâneo; Tendências das relações de trabalho e impactos na organização sindical; Sociedade, economia e trabalho: a visão dos trabalhadores.

Grande parte das palestras tratava de questões fundamentais de como seria hoje o papel dos sindicatos e como enfrentar grandes desafios como a terceirização, a informalidade, a financiarização, e a precarização do trabalho. Chiquinho Pereira lembrou que a busca de novos caminhos e um novo modelo de sindicalismo é uma proposta antiga e que vem desde a fundação da UGT, em 2007. “Não tem mais como esse movimento sindical seguir em frente sem a participação do mundo acadêmico. Precisamos incorporar todo esse conhecimento no nosso cotidiano. Essa parceria com a Cesit-Unicamp será o oxigênio que precisamos para avançar nas mudanças”.

chiquinho PereirAsecretário de organização e Políticas

sindicais da união geral dos trabalhadores - ugt

Pierre salama, economista e professor da universidade de Paris, fez uma análise crítica sobre o impacto da financiarização na economia brasileira. “A desindustrialização aproxima-se de um ponto sem retorno no Brasil, as importações crescem vertiginosamente,

sobretudo a dos bens industriais de média e alta tecnologia, a vulnerabilidade externa aumenta e a dependência em relação à exportação de matérias primas é cada vez mais perigosa. Com isso, o crescimento diminui fortemente e o aumento dos salários reais torna-se cada vez mais modesto”.

helena hirata, diretora de pesquisa emérita no cnrs, frança, e professora visitante internacional no departamento de Sociologia da USP, falou sobre a taxa de desemprego ser muito maior entre as mulheres, da desigualdade salarial entre homens e mulheres, entre homens negros e brancos, entre mulheres negras e brancas. Citou como paradoxo que mesmo as mulheres tendo mais

diplomas e mais tempo de estudo, os homens ainda ocupam mais cargos de chefia e tem seus trabalhos mais reconhecidos que os das mulheres.

Na mesma linha, cássia bufelli macari, secretária da mulher da ugt, destacou a diferença salarial entre homem e mulher na mesma função: 30% menos. Falou sobre as dificuldades de ocupar postos de chefia nas empresas e defendeu uma pauta propositiva para uma sociedade mais justa e igualitária “Quem ganha? Quem perde nós

sabemos. Cadê a solidariedade dos nossos companheiros em dizer que isso é uma desigualdade palpável?”.

DesigualDaDe De gênero

Precarização e financiarizaçãoricardo Antunes,

professor titular de sociologia do trabalho da unicamp, falou sobre a precarização e a corrosão dos direitos do trabalho, do novo contingente de trabalhadores jovens que não encontram trabalho, do trabalho informal, do trabalho terceirizado dentro das fábricas, dentro

das empresas, fora das fábricas e fora das empresas. “Estamos vivenciando uma ampliação das formas de mais valia. Quem fica no mundo do trabalho vem sofrendo uma forte fortificação das suas metas” E afirmou que é contra a terceirização. “Trabalho cria riqueza para o capital. O cenário que nós temos é uma nova morfologia do trabalho. Os nossos sindicatos não estão acostumados a representar os jovens, os terceirizados”.

neoliBeralisMoguy standing,

professor de estudos de desenvolvimento na school of oriental and African studies (soas), da Universidade de Londres, falou que hoje o maior desafio para os sindicatos do mundo é reinventar o futuro. “O neoliberalismo foi uma estratégia pensada para se

desmontar as instituições. A renda é cada vez mais desigual. A estrutura de classe da globalização é uma estrutura de classe completamente diferente da do século XX. Os sindicatos precisam se reinventar para fazer parte desse futuro”.

Para mike fichter, economista e pesquisador da glu (global labour university) a situação que os sindicatos estão enfrentando hoje tem tudo a ver com a financiarização. “A financiarização é que está reduzindo o poder do trabalho e do salário”. Acrescentou que 40% do trabalho são

de forma informal e que só 7% dos trabalhadores americanos, ao contrário do Brasil, estão organizados em sindicatos. “Hoje a luta não se resume a melhoria salarial ou ampliação de direitos trabalhistas, mas também ao bem estar e à dignidade da população buscando a manutenção e a ampliação de empregos, transporte público de qualidade, saúde, educação, entre outros pontos que envolvem crescimento social das nações”.

Paulo RogéRio “Neguita”

Fábio MeNdes - ugt

Fábio MeNdes - ugt Fábio MeNdes - ugt

Fábio MeNdes - ugt Fábio MeNdes - ugt Fábio MeNdes - ugt

Paulo RogéRio “Neguita”

Page 5: A Massa - Abril/2014

4 5Abril – 2014Abril – 2014

Seminário de 1º de maio da UGT reúne cenTenaS de peSSoaS e aponTa Uma nova viSão para o SindicaliSmo braSileiro

SindicaliSmo no mUndo Globalizado

á muito não se via nesse país uma comemoração do

Dia Mundial do Trabalhador, 1º de Maio, como realmente se deve: com uma profunda reflexão sobre o futuro do sindicalismo no Brasil. E foi isso o que aconteceu. Pela primeira vez um evento busca discutir a organização da classe trabalhadora desde o século XIX até os dias de hoje e debater e apontar novos rumos para o sindicalismo brasileiro.

Com a exposição de grandes nomes brasileiros e interna-cionais do mundo sindical e acadêmico a UGT (União Geral dos Trabalhadores) em parceria com a CESIT-Unicamp (Centro de Estudos Sindicais de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas) realizou nos últimos dias 28 e 29 de abril o seminário internacional Sindicalismo Contemporâneo: 1º de Maio – Uma Nova Visão para o Movimento Sindical com uma abordagem diferente que

H é a de aproximar a universidade dos trabalhadores, promovendo o diálogo e o entendimento sobre a organização do trabalho. Hoje no Brasil, 20% dos trabalhadores estão nos sindicatos.

Ricardo Patah, presidente nacional da UGT falou sobre a quebra de um paradigma com esse seminário e apontou cami-nhos para a construção de um sindicalismo forte e participativo para encarar novos desafios. “O papel do sindicalismo começa a se ampliar, buscando a inclusão social e a formulação de políticas públicas que vão ao encontro das necessidades do trabalhador em saúde e educação, por exemplo.”

Políticas Públicas

Chiquinho Pereira, secretário de Organização e Políticas Sin-dicais e presidente do Sindicato dos Padeiros, um dos principais idealizadores e defensor da nova maneira de se festejar o

1º de Maio, falou sobre a forma inequívoca que as polít icas públicas vêm sendo realizadas pelos sucessivos governos, sem exceção, e que continuam a de-ver aos trabalhadores. “Quando decidimos comemorar o dia do trabalhador de forma diferente é porque não dava mais para celebrar essa data com festa e sim com uma reflexão profunda. Não dá para achar que festa com sorteio de carros, casas e shows de artistas famosos vai resolver o problema de moradia, de segurança, de saúde”.

Presente na abertura do even-to, o ministro do Trabalho e Em-prego Manoel Dias falou que a pauta do movimento sindical que inclui o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, e o combate à precarização só depende do Congresso e que para andar defende o voto do trabalhador em representantes de classe. “Os trabalhadores têm que votar em candidatos da classe

trabalhadora, em suas categorias, para que essas pautas avancem”.

ascensão Walter Barelli, ex-ministro do

Trabalho e ex-secretário de Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, fez uma reflexão sobre o papel do sindicalismo nos dias de hoje: “Precisamos pensar se esta-mos à altura do que o movimento sindical construiu ao longo dos tem-pos”. Ele acredita que o sindicalismo está em plena ascensão e citou ações que estão dando resultados como o trabalho que a UGT vem de-senvolvendo com os trabalhadores da multinacional Walmart aqui no Brasil o que mostra que somos solidários à luta dos companheiros norteamericanos.

O evento contou com a parti-cipação de centenas de pessoas, entre elas, representantes do governo das três esferas (federal, estadual, municipal), deputados e senadores, dirigentes sindicais, estudantes e pesquisadores.AberturA do seminário no novotel, em são PAulo, reuniu mAis de mil PessoAs entre sindicAlistAs, trAbAlhAdores, estudAntes e rePresentAntes de todAs As esferAs do governo

O seminário contou com seis mesas onde foram expostos os temas: O lugar do trabalho no capitalismo contemporâneo; Trabalho e desigualdades; Movimentos sociais; Sindicalismo no capitalismo contemporâneo; Tendências das relações de trabalho e impactos na organização sindical; Sociedade, economia e trabalho: a visão dos trabalhadores.

Grande parte das palestras tratava de questões fundamentais de como seria hoje o papel dos sindicatos e como enfrentar grandes desafios como a terceirização, a informalidade, a financiarização, e a precarização do trabalho. Chiquinho Pereira lembrou que a busca de novos caminhos e um novo modelo de sindicalismo é uma proposta antiga e que vem desde a fundação da UGT, em 2007. “Não tem mais como esse movimento sindical seguir em frente sem a participação do mundo acadêmico. Precisamos incorporar todo esse conhecimento no nosso cotidiano. Essa parceria com a Cesit-Unicamp será o oxigênio que precisamos para avançar nas mudanças”.

chiquinho PereirAsecretário de organização e Políticas

sindicais da união geral dos trabalhadores - ugt

Pierre salama, economista e professor da universidade de Paris, fez uma análise crítica sobre o impacto da financiarização na economia brasileira. “A desindustrialização aproxima-se de um ponto sem retorno no Brasil, as importações crescem vertiginosamente,

sobretudo a dos bens industriais de média e alta tecnologia, a vulnerabilidade externa aumenta e a dependência em relação à exportação de matérias primas é cada vez mais perigosa. Com isso, o crescimento diminui fortemente e o aumento dos salários reais torna-se cada vez mais modesto”.

helena hirata, diretora de pesquisa emérita no cnrs, frança, e professora visitante internacional no departamento de Sociologia da USP, falou sobre a taxa de desemprego ser muito maior entre as mulheres, da desigualdade salarial entre homens e mulheres, entre homens negros e brancos, entre mulheres negras e brancas. Citou como paradoxo que mesmo as mulheres tendo mais

diplomas e mais tempo de estudo, os homens ainda ocupam mais cargos de chefia e tem seus trabalhos mais reconhecidos que os das mulheres.

Na mesma linha, cássia bufelli macari, secretária da mulher da ugt, destacou a diferença salarial entre homem e mulher na mesma função: 30% menos. Falou sobre as dificuldades de ocupar postos de chefia nas empresas e defendeu uma pauta propositiva para uma sociedade mais justa e igualitária “Quem ganha? Quem perde nós

sabemos. Cadê a solidariedade dos nossos companheiros em dizer que isso é uma desigualdade palpável?”.

DesigualDaDe De gênero

Precarização e financiarizaçãoricardo Antunes,

professor titular de sociologia do trabalho da unicamp, falou sobre a precarização e a corrosão dos direitos do trabalho, do novo contingente de trabalhadores jovens que não encontram trabalho, do trabalho informal, do trabalho terceirizado dentro das fábricas, dentro

das empresas, fora das fábricas e fora das empresas. “Estamos vivenciando uma ampliação das formas de mais valia. Quem fica no mundo do trabalho vem sofrendo uma forte fortificação das suas metas” E afirmou que é contra a terceirização. “Trabalho cria riqueza para o capital. O cenário que nós temos é uma nova morfologia do trabalho. Os nossos sindicatos não estão acostumados a representar os jovens, os terceirizados”.

neoliBeralisMoguy standing,

professor de estudos de desenvolvimento na school of oriental and African studies (soas), da Universidade de Londres, falou que hoje o maior desafio para os sindicatos do mundo é reinventar o futuro. “O neoliberalismo foi uma estratégia pensada para se

desmontar as instituições. A renda é cada vez mais desigual. A estrutura de classe da globalização é uma estrutura de classe completamente diferente da do século XX. Os sindicatos precisam se reinventar para fazer parte desse futuro”.

Para mike fichter, economista e pesquisador da glu (global labour university) a situação que os sindicatos estão enfrentando hoje tem tudo a ver com a financiarização. “A financiarização é que está reduzindo o poder do trabalho e do salário”. Acrescentou que 40% do trabalho são

de forma informal e que só 7% dos trabalhadores americanos, ao contrário do Brasil, estão organizados em sindicatos. “Hoje a luta não se resume a melhoria salarial ou ampliação de direitos trabalhistas, mas também ao bem estar e à dignidade da população buscando a manutenção e a ampliação de empregos, transporte público de qualidade, saúde, educação, entre outros pontos que envolvem crescimento social das nações”.

Paulo RogéRio “Neguita”

Fábio MeNdes - ugt

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Paulo RogéRio “Neguita”

Page 6: A Massa - Abril/2014

6 Abril – 2014

o último dia 24 de abril, Chiqui-nho Pereira, foi homenageado

pela Câmara Municipal de São Caetano do Sul com o título de “Ci-dadão Sulsancaetanense”. O título é concedido a uma pessoa não natural do município, mas que contribui para o crescimento político, social e econômico da cidade.

A indicação do título é uma dessas coincidências felizes que acontecem poucas vezes na vida de uma pessoa. O Chiquinho pode não ter nascido em São Caetano, mas foi justamente nessa cidade que há 53 anos, aos 7 anos de idade, ele desembarcou com a família, vindo de Aguiar, sertão da Paraíba, em busca de emprego. E foi nessa cidade que ele deu início a uma sólida e brilhante trajetória sindical e política em busca da tão sonhada qualidade de vida para o trabalhador e a sociedade.

Filho de São Caetano do Sul

“Não sei se mereço tudo isso, mas confesso que esta seja, talvez, a homenagem mais importante que eu recebi em toda a minha vida. A partir de hoje ser oficialmente filho de São Caetano dobra minha responsa-bilidade”, agradeceu Chiquinho a um plenário lotado.

Autor da indicação, o vereador Edi-son Roberto Parra se emocionou ao fa-lar do amigo e com quem trabalhou na década de 80 na subsede do Sindicato dos Padeiros do ABC e lutou pelo fim da ditadura e pela redemocratização do país.“Além de ser morador da cidade há décadas, o Chiquinho é um dirigente sindical de expressão que luta não

N

Sessão na Câmara de São Caetano do Sul para entrega de título de cidadão a Chiquinho Pereira. No destaque, Paulo Nunes Pinheiro, prefeito de São Caetano do Sul, e à dir., Edison Roberto Parra, vereador de SCS

Homenagem

Chiquinho reCebe título de Cidadão SulSanCaetanenSe da

Cidade que o aColheu há 53 anoS

por uma sociedade mais justa. “Não podemos aceitar que o Brasil seja uma das grandes potências econômicas mundiais e a população continue sofrendo com a má distribuição de renda e isso vale para todos os estados e municípios da federação”. “Sou um soldado nessa luta por igualdade para todos e todas, buscando melhoria nas condições de trabalho e de vida das

apenas pela sua categoria, mas por todos os trabalhadores brasileiros”.

Ao abrir a sessão, o presidente da Câmara Sidnei Bezerra da Silva, falou da importância do título e parabenizou tanto o vereador responsável pela propositura quanto o homenageado.

Também presente à sessão, o pre-feito de São Caetano do Sul, Paulo Nu-nes Pinheiro, nordestino assim como o homenageado, também representando o presidente do Sindicato Patronal do ABC, Antonio Carlos Henriques (Toninho), falou sobre a importância da indicação. “É pessoa como essa, como o Chiquinho, que nós queremos apoiar para homenagear aqui na Câmara. Parabéns. Você continua sendo essa pessoa humilde, essa referência. Esse reconhecimento que o senhor está recebendo é fruto do que o senhor fez”.

orgulhoJosé Auricchio Júnior, secretário

Estadual de Esporte, Lazer e Juven-tude, esteve presente representando o governador Geraldo Alckmin que enviou mensagem especial ao home-nageado: “Qualquer cidade brasileira teria muito orgulho de ter como filho um cidadão como o Chiquinho. Eu

acompanho a trajetória dele e São Caetano acertou em homenagear esse líder sindical livre e transparente com o título de Cidadão Sulsancaetanense.Diga a ele que eu e a minha família temos muito orgulho de tê-lo como amigo pessoal”.

Em seu discurso Chiquinho enfati-zou que sua luta à frente do Sindicato dos Padeiros sempre foi e sempre será

pessoas. E sei que não estou sozinho”, finalizou.

A sessão solene contou com a presença de vários dirigentes sindicais, trabalhadores de diversas categorias profissionais, de secretários de estado, entre eles o de Gestão Pública Wal-demir Aparício Caputo, de vereadores de São Caetano e Santo André, entre outros

para os empregados dormirem. Chiqui-nho e seus companheiros passavam semanas trancafiados, trabalhavam de segunda a segunda e em péssimas condições de higiene.

E foi pelo inconformismo com a situação precária dos trabalhadores que o menino logo descobriu que o

Foi em São Caetano que Chiquinho iniciou sua vida na panificação como confeiteiro, época de total desrespeito às leis trabalhistas, empregadores que abusavam do trabalho de menores, com jornadas de 12 a 14 horas diárias, e sem qualquer benefício,alimentação e registro em carteira. Algumas pada-rias tinham até camas de campanha

único caminho para resolver a situação e fazer valer seus direitos trabalhistas era o sindicato. Foi atrás, se filiou e se tornou um dos maiores líderes sindi-cais do país, ainda hoje empenhado na luta por uma vida melhor para a categoria e suas famílias.

de Confeiteiro a líder SindiCal

Veja a liSta daS padariaS fora da lei que preCiSam Se regularizar• Mitsuo Kudo – Rua Padre Álvaro Quinonez Zumiga, 163, Bras Cubas, Mogi das Cruzes, SP• Hilio Ken-Iti – Rua Dr. Deodato Wertheimer, 281, Braz Cubas, Mogi das Cruzes, SP• Padaria Confeitaria Ideal – Avenida Japão, 7810, Conj. Res. Santo Angelo, Mogi das Cruzes, SP

• Luana Davidsohn – Rua Mourato Coelho, 583, Pinheiros, São Paulo, SP• Panificadora 21 de Abril – Rua 21 de Abril, 1086, Belenzinho, São Paulo, SP• Praça dos Pães – Rua Visconde de Souza Fontes, 56, Pq. da Mooca, São Paulo, SP• Cristallo – Rua Vicente Ferreira Leite, 207, Bairro do Limão, São Paulo, SP

• Grano Bagueteria – Avenida Japão, 1397, Alto do Ipiranga, Mogi das Cruzes, SP• Geraldo Kleber – Avenida Japão, 5735, Alto Ipiranga, Mogi das Cruzes, SP• Pães e Doces Alcântara Machado – Rua da Mooca, 1211, Mooca, São Paulo• Panificadora A.M.B. – Rua Dr Veiga Filho, 48, Santa Cecília, São Paulo, SP

de olho noS

fora da lei• Pães e Doces Leão XIII – Rua Soror Angélica, 449, Jardim São Bento, Casa Verde, São Paulo, SP• Ivolar – Rua da Mooca, 268, Mooca, São Paulo, SP• Pães e Doces Babilônia – Rua Babilônia, 28-J, Jardim Estela, Embu, SP

oS direitoS trabalhiStaS São SagradoS. empreSa irregular deVe Ser denunCiada. Se o patrão não regiStra em Carteira, não paga horaS extraS, não dá folga e não Cumpre noSSa CCt Como,

por exemplo, não paga CeSta báSiCa, quinquênio, plr, entre outroS, aViSe o SindiCato.

perSonalidadeS preStigiam eVento

João Gomes, assessor do Trib. de Contas do Est. de SP; Waldemir Aparício Caputo, sec. de Gestão

Pública do Est. de SP; Carlos E. Fernandes, pres. do dir. Mun. do PPS-SP

Vereadores Jorge Salgado e Edison Parra; Sidney Bezerra da Silva, pres. da Câmara de São Caetano

do Sul; Chiquinho Pereira; e Fábio Soares, vereador

Frei Chico, grande personagem da história do sindicalismo do ABC e irmão do

ex-presidente Lula com Chiquinho Pereira

Cícero Firmino (Martinha), sec. de Trab. de Santo André; Sérgio Roberto Pardal; vereadores Jorge

Salgado e Edison Parra; Antonio P. Tortorello, assessor político; Paulo Nunes Pinheiro, prefeito de São Caetano do Sul; Sidney Bezerra da Silva,

pres. da Câmara de São Caetano do Sul; Fábio Soares e Beto Vidoski, vereadores

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7Abril – 2014

Edição nº 46 – Abril de 2014

s vésperas de sediar o maior campeonato mundial de futebol,

o Brasil ainda não se preparou para enfrentar um dos maiores problemas que atingem nosso país: as drogas. E isso num país que ostenta o triste título de maior consumidor do mundo de crack e o segundo maior de cocaína.

Já é sabido que em eventos como esse o trabalho infantil e a exploração sexual deixam meninos e meninas ainda mais vulneráveis ao consumo de crack e outras drogas e que as duas temáticas estão diretamente ligadas. Em muitos Estados ela é oferecida como moeda de troca para o sexo e traficantes comer-cializam o produto a céu aberto, durante todos os dias, seja nas metrópoles ou nos pequenos centros.

E pior, pesquisas vêm comprovando que os jovens estão começando cada vez mais cedo a usar substâncias psi-cotrópicas. O alerta já vem sendo dado há anos, aliás, através de pesquisas encomendadas pelo próprio governo. O problema é que não há políticas de pre-venção suficiente que segure a alta do consumo e nem políticas de segurança capazes de impedir que o tráfico entre e circule livremente pelo país. Está tudo liberado. E nós é que temos que nos vi-rar para proteger nossos filhos, nossas crianças e nossos jovens contra o crack, a droga que já é tida como o verdadeiro mal do século.

Campeão mundial no Consumo de CraCkEm 2012, o II Levantamento Nacional

de Álcool e Drogas (Lenad), realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já anunciava a

bombástica notícia de que o Brasil é o maior mercado mundial de crack, representando 20% do consumo, e o segundo de cocaína.

A pesquisa mostrou que a cocaína “fumada” (mescla de crack e óxi) já foi utilizada ao menos uma vez por 2,6 milhões de brasileiros; que um em cada 100 brasileiros fumou crack em 2011; que o número de usuários da droga passa dos dois milhões, ficando atrás apenas dos EUA, com

4,1 milhões. Mostrou ainda que 4% da população adulta já experimentou cocaína ao menos uma vez e que o consumo é bas-tante dissemina-do, também, entre adolescentes.

N o S u d e s t e está concentrado o maior número de usuários, 46%. No Nordeste estão 27%, no Norte 10%, Centro-Oeste 10% e Sul 7%.

FioCruzUm levantamento feito pela Fun-

dação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, divulgado em 2013, revelou que o Brasil conta com 370 mil usuários regulares de crack nas capitais.

Esse número de 370 mil corresponde a 0,8% da população das capitais do país e a 35% dos consumidores de drogas ilícitas nessas cidades. E pasmem: 14%

do total são crianças e adolescentes, o que equivale a mais de 50 mil usuários.

Entre as regiões do Brasil, o Nordeste lidera o uso regular de crack e similares, com 40% do total, seguido do Sudeste, do Centro-Oeste, do Sul e do Norte. Nas mesmas cidades analisadas, estima-se que um milhão de pessoas usem drogas ilícitas em geral (cocaína, heroína, ecs-tasy, LSD, etc), com exceção de maconha. O levantamento - o maior já realizado no mundo sobre o tema - foi feito a pedido da Secretaria Nacional de Políticas Sobre

Drogas (Senad), do Ministério da Justiça.

porteiras abertasSó não vê quem

não quer. Os nú-meros estão aí e não deixam mentir. Todas as pesqui-sas, sem exceção,

mostram que enquanto os países de-senvolvidos diminuem o consumo da droga, os emergentes como o Brasil estão na contramão elevando o número de usuários. O consumo de cocaína no Brasil mais do que dobrou nos últimos dez anos segundo relatório do Conselho Internacional de Controle de Narcó-ticos, entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em março deste ano.

Segundo o documento, 0,7% da po-

pulação entre 12 e 65 anos consumiam o entorpecente em 2005. Já em 2011, esse número atingiu 1,75% da população. A média mundial para o consumo de co-caína é de 0,4%, bem abaixo do número apresentado no Brasil. Na América do Sul, a média é de 1,4%.

E o que tem feito nosso governo para frear a oferta e proteger nossas crianças e adolescentes? Absolutamente nada. As parcas campanhas não conseguem impedir que as toneladas de drogas entrem pelas porteiras escancaradas do nosso país, coisa que até hoje nosso go-verno não se dispôs a cuidar para valer e até agora ficou no discurso. De nada adianta os estados e municípios criarem e implantarem políticas no combate às drogas se o governo federal não cuida das nossas fronteiras.

A tecnologia dos traficantes está tão avançada que agora eles estão usando até drones (aeronave não tripulada controlada remotamente) p ara entregar drogas nas penitenciárias de segurança máxima do nosso país.

À

Pais devem alertar os filhos sobre drogas desde PequenosTendo em vista que o contato dos jovens com as drogas tem acontecido

cada vez mais cedo, especialistas apontam a orientação da família como uma das mais importantes armas para afastar as crianças das drogas.

Por isso não tenha medo de conversar com o seu filho sobre o consumo de bebidas alcoólicas e de outras drogas, de forma clara e franca. Sua opinião deve sempre ter valor e ser firme, mesmo que seu filho demonstre indiferença pelo que você está falando. O que os pais dizem ou fazem tem influência significativa no modo de agir dos filhos, inclusive no futuro, afinal eles são os modelos mais importantes para a criança e devem participar ativamente da vida dos seus filhos inclusive conhecendo os amigos e locais frequentados por eles.

É importante saber como está o desempenho do seu filho: na escola,

trabalho e demais atividades. Além disso, quais estão sendo os modelos seguidos pelo jovem, quais estão sendo as suas principais dificuldades (relacionamentos, amigos, desempenhos), como estão sendo desenvolvidas as suas expectativas, como o seu pensamento/ideia está sendo organizado.

E mais, esse cuidado não deve ser apenas para adolescentes. Ele também deve ser estendido às crianças, que precisam ser orientadas desde pequenas sobre o que são e o que as drogas provocam no organis-mo sejam elas lícitas, como álcool e cigarro, ou ilícitas, como maconha, cocaína e crack.

Mantenha o vínculo com o seu filho, respeitando a liberdade dele para que ele não ache que você está tentando controlá-lo ou reprimi-lo. Quanto mais próximo do seu filho, menos ele cederá às pressões do grupo.

geração Perdida:

os filhos do crack

Imagens retIradas da Internet

Page 8: A Massa - Abril/2014

Trabalhador, a sua empresa esTá cumprindo a nr 12?

Feriado Trabalhado, pagamenTo dobrado

Companheiro (a), você tem um compro-misso de extrema importância para com você mesmo e sua família: cuidar da sua saúde e segurança no trabalho. A NR 12, como você sabe foi criada, justamente, para preservar a vida dos nossos trabalhadores e colocar um ponto final no alto número de acidentes do trabalho que vitima, deixa sequelas físicas e psicológicas para a vida toda, e alija nossos companheiros de uma vida em sociedade.

Esta foi uma conquista de muita luta, onde nosso Sindicato tem sido um dos principais protagonistas. Recentemente, após várias reuniões com o governador Geraldo Alckmin onde colocamos em deta-lhes a importância da NR 12 para os nossos

Atenção, companheiro! Não esqueça que no mês de abril tivemos dois feriados: dia 18 (Paixão de Cristo) e dia 21 (Tira-dentes). Em maio: dia 1º (Dia do Trabalhador). Portanto, se você trabalhou nestes três feriados, você tem o direito a re-ceber os dias em dobro ou ter uma folga compensatória.

Fique de olho!

trabalhadores, conquistamos a abertura de uma linha de crédito com o governador de São Paulo para que as empresas façam a troca de equipamentos velhos por mais novos e seguros como determina a NR 12.

Esse foi um grande marco na nossa batalha já que grande parte do empresaria-do alegava a falta de dinheiro para cumprir a norma.

E a nossa luta não terminou aqui. Con-tinuamos uma longa e sofrida batalha para impedir que políticos que trabalham a favor de empresários e contra nossos trabalha-dores como é o caso do deputado federal Silvio Costa (PSC-PE) consigam como vem pleiteando a anulação da NR 12.

Até agora temos obtido sucesso, mas para que acabemos de vez com a resistência de donos de empresas no que tange a obe-diência à norma precisamos ficar de olho, fiscalizar diariamente as empresas do nosso setor, cobrar dos patrões e se preciso for denunciar. Esse é o nosso compromisso. Da parte do patrão, se houver descumprimento, ele vai ter que se entender com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O cumprimento da NR 12 é Lei e como tal deve ser cumprida. Fique de olho, traba-lhador! Proteja sua saúde e segurança que você estará protegendo sua família. Chega de mortes, de mutilações, de destruição não só da sua vida como de toda a sua família, aquela que depende de você. Seu trabalho é o seu maior bem. É a sua dignidade!

Companheiro(a) sindiCalize-se e partiCipe das deCisões do nosso sindiCato!

Todos vocês sabem que conquista só se alcança com muita luta e, principal-mente, com a força e a mobilização da categoria. E com o nosso Sindicato não é diferente. Tudo que conquistamos até hoje foi graças à luta dos nossos compa-nheiros. Se não fossem eles, não teríamos 13º salário, registro em carteira, férias de 30 dias, abono salarial, aumento salarial acima da inflação, PLR, colônia de férias, serviço médico, odontológico e jurídico, entre outros benefícios.

Conseguimos organizar nossa ca-tegoria e conquistamos talvez um dos mais importantes direitos que

é o respeito e a dignidade do nosso trabalhador.

Mas ainda temos muito a conquistar como, por exemplo, melhor qualidade de vida a todos os trabalhadores. Mas, para que alcancemos isso precisamos de sua participação. Venham e façam sua carteira de sócio!

11 de junhoFesTival de FuTebol socieTy em

comemoração ao dia do padeiro

Companheiros preparem as chuteiras que está chegando a hora do Festival de Futebol Society em comemoração ao Dia do Padeiro. Só que nesse ano, em função da Copa do Mundo, ao invés de 13 de Junho vamos antecipar o nosso torneio para o dia 11.

Então não esqueçam: 11 de Junho, a

partir das 16 horas, a bola vai rolar nos gramados do Clube Soccer Brasil, que fica na avenida Francisco Mesquita, 1750 (con-tinuação da avenida do Estado), no Ipiranga.

As inscrições para a participação do Festival de Futebol Society já estão aber-tas para sócios do Sindicato e se encer-ram no dia 4 de junho. Participem!

Sob a responsabilidade do advogado Ri-cardo Guedes, o atendimento será todas as quartas-feiras, das 10 horas às 11 horas. Para maiores informações ligue (11) 5686-4959.

planTão jurídico na subsede de sanTo amaro

Trabalhador (a), a partir do dia 1º de junho você já pode contar com os serviços do Plantão Jurídico na subsede de Santo Amaro, que fica à rua Basílio Luz, 159, Sto. Amaro.

quinTa-Feira1

maio

sexTa-Feira18

abril

segunda-Feira21

abrilTv padeiros na inTerneT

Nosso Sindicato está com um novo canal de comunicação na internet. Entre no ende-reço www.youtube.com.br/padeirostv e acompanhe através de vídeos todo o traba-lho que o Sindicato vem desenvolvendo

junto e no interesse da categoria.Ali você vai encontrar assembleias de

trabalhadores, eventos variados como se-minários, congressos, entre outros. Entre e conheça nossa nova TV Padeiros.

convenção coleTiva de Trabalho (ccT) é lei

Convenção Coletiva do Trabalho, compa-nheiros, é como a Constituição Brasileira, é a nossa Carta Maior, aquela que rege e de-termina nossos direitos e benefícios. Resu-mindo, Convenção Coletiva é Lei e, portanto, deve ser cumprida pelas empresas.

Por isso trabalhador, não esqueça que o maior guardião dos seus direitos é você mesmo.

Fique alerta! Entre no nosso site www.

padeiros.org.br e veja a CCT na íntegra para saber se você está recebendo tudo que lhe é de direito como, como exemplo, a PLR, a cesta básica, hora extra, feriados, quinquê-nio, plano de saúde, e muitos outros bene-fícios.

Se a sua empresa não está pagando qualquer uma das cláusulas da nossa con-venção ligue para o nosso Sindicato e de-nuncie.