a maÇonaria na independÊncia dos paÍses da amÉrica do sul

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A MAONARIA NA INDEPENDNCIA DOS PASES DA AMRICA DO SUL FRANCISCO MIRANDA Para falar da influncia da Maonaria na independncia dos pases da Amrica do Sul, de justia comear pelo educador ideolgico dos prceres americanos, chamado o precursor Francisco Antonio Gabriel de Miranda e Rodrguez, nascido em Caracas em 28 de maro de 1750. Miranda foi iniciado em 1780 na Loja Amrica de Virginia (USA), nada menos que pelo Irmo George Washington. Na sua vida teve glrias e distines das mais altas, concedidas por personalidades da Europa, EEUU e Rssia, mas nunca se deixou levar pela vaidade e, em todo momento, com f de um verdadeiro maom, manteve latente seus ideais de independncia para as colnias espanholas da Amrica. Foi em Londres que o Irmo Miranda comeou a fazer seu trabalho de doutrinar os patriotas americanos. Em 1797 fundou a "Loja Gro Reunio Americana" que funcionava na Grafton Street, 27, Fitzroy Square, perto de Piccadilly Circus. O Irmo Miranda morava nesse mesmo endereo e desenvolvia algumas atividades particulares que lhe garantiam a sobrevivncia o que, na realidade, servia mais para disfarar seus trabalhos para selecionar Francisco de Miranda as pessoas certas para a causa americana. grande e importante a lista de patriotas que receberam a luz manica do malhete do Irmo Miranda e que logo se espalharam pelo Continente levando a semente revolucionria, explicando-se deste modo, porque a Revoluo da Independncia foi simultnea no Continente, fenmeno que tem chamado a ateno dos historiadores. Somente para citar alguns dos maons preparados pelo Irmo Miranda, temos: Bernardo OHiggins Riquelme, Libertador do Chile, sua ptria; Carlos Montfar, ilustre militar equatoriano; Vicente Rocafuerte, Presidente da Repblica do Equador; Bernardo Monteagudo, notvel estadista argentino; Jos Ceclio del Valle, poltico e jurisconsulto hondurenho que foi eleito Presidente da sua ptria mas morreu antes de tomar posse; Pedro Jos Caro, poltico cubano; Servando Teresa de Mier, jurisconsulto mexicano; Jos Miguel Carrera, o primeiro dos Presidentes do Chile (OHiggins o antecedeu mas com o ttulo de Diretor Supremo); Mariano Moreno, jurisconsulto argentino; Pedro Fermn de Vargas, ilustre filho de Socorro que hoje o departamento de Santander, Colmbia; Simon Bolvar, o Libertador; Antonio Narino, o precursor da emancipao de Nueva Granada a Colmbia de hoje desde 1831 (data da diviso da Gran Colmbia) at 1858, quando tomou o nome de Confederao Granadina; Andrs Bello, famoso

educador, poeta, jurisconsulto e diplomata venezuelano posteriormente naturalizado chileno; Jos de San Martn, argentino e libertador de trs pases. A lista longa e para no estende-la em demasia, podemos completar com os nomes do venezuelano Luis Mndez, dos chilenos Jos Corts de Madariaga, Manuel Jos de Salas, Juan Antonio de Rozas, Gregorio Argomedo, Juan Antonio Rojas, os granadinos (colombianos) Francisco Antonio. Devemos esclarecer aos nossos leitores que devido a discrio prpria da Maonaria, e que sendo a finalidade da Loja Gro Reunio Americana decididamente revolucionria, os historiadores tem encontrado informaes divergentes, mas a lista anterior tem o apoio de muitos deles. Como exemplo, citaremos trs casos de divergncias: o Irmo Carlos de Montfar e Larrea teria sido iniciado em Paris; e quanto ao Irmo Simon Bolvar h historiadores que do sua iniciao em Cdiz (1803) existindo ainda uma ata de uma Loja francesa em poder da Grande Loja da Venezuela, que cita que sua Iniciao e Elevao teriam acontecido nesta Loja, em Paris em 1805. O Irmo Jos de San Martn teria sido iniciado na Loja Legalidade de Cadz, em 1808. PRIMEIROS MOVIMENTOS NA EUROPA Os patriotas comearam a se movimentar na Europa para obter apoio poltico. Foram instaladas outras Lojas como filiais da Grande Reunio Americana, em Paris e em Madri com o nome de Junta das Cidades e Provncias da Amrica Meridional e, em Cadz, como Sociedade de Lautaro ou Cavalheiros Racionais, tendo esta ltima uma grande importncia devido a ser Cdiz o porto de enlace com a Amrica do Sul. Da os patriotas levavam e traziam notcias referentes a causa americana. Porm, era de Londres que emanavam todas as ordens para dar cumprimento ao Plano Emancipador de toda a Amrica espanhola, conforme inspirao de Miranda. O Rei da Espanha, Fernando VII, de triste lembrana, odiava a Ordem e estava informado do papel que a Maonaria desempenhava na Independncia; sua maior preocupao era com a prpria maonaria espanhola que atuava principalmente atravs da imprensa, semeando sua mensagem de liberdade. bom lembrar que, anteriormente, o mais ilustre maom da Espanha, o Irmo Pedro Pablo Abarca de Bolea, Conde de Aranda, como Primeiro Ministro de Carlos III, tinha proposto dar independncia s colnias americanas e associ-las a Espanha numa espcie de "commonwealth". Numa nova etapa, a Maonaria patriota estendeu sua ao ao prprio continente americano e, em diversas cidades, comearam a serem instaladas as clebres Lojas Lautarinas. O irmo Miranda viajou para os EEUU onde preparou a primeira expedio libertadora a Venezuela em 1806; a expedio foi um fracasso militar, mas conseguiu comover profundamente o sistema colonial espanhol. AS LOJAS LAUTARINAS San Martin regressou a Buenos Aires no incio de 1812, quando o processo da independncia tinha comeado e colocado sua espada ao servio da causa, enquanto secretamente instalava junto com os Irmos

Carlos Maria de Alvear e Matias Zapiola, a Loja Lautarina de Buenos Aires. bom lembrar que na Argentina j existiam desde 1775 Lojas Manicas independentes dos General Jos de San Martn Orientes da Irlanda e da Frana, mas em 1812 as citadas Lojas estavam totalmente desorganizadas. Toqui Lautaro O nome de Sociedade de Lautaro ou Loja Lautarina ou Lautariana, este ltimo nome conforme o lxico argentino, teria surgido numa conversao entre Miranda e O'Higgins em Londres, na qual este ltimo mencionou o nome do toqui (chefe ndio) militar dos ndios araucanos do Chile na luta contra os invasores espanhis na metade do sculo XVI e que ficou como exemplo de esprito libertrio. Muito se tem discutido se as Lojas Lautarinas foram ou no manicas, ficando, finalmente, o consenso que no foram Lojas manicas regulares. Formadas com a finalidade de lutar pela liberdade dos povos americanos, eram autnomas, no submetidas a nenhuma Potncia Manica regular. Possuam um ritual muito similar ao de uma Loja regular, prestavam juramento e tinham 5 graus, a saber: a) No 1 Grau, o iniciante comprometia-se com a vida e seus bens, a trabalhar pela Independncia Americana. b) No 2 Grau, fazia confisso de f democrtica; c) No 3 Grau pedia-se ao filiando trabalhos de propaganda em prol dos novos ideais; d) No 4 Grau o filiando era comissionado para influir sobre os funcionrios pblicos que, no momento supremo, poderiam favorecer a causa; e e) No 5 Grau de carter secreto e reservado aos grandes chefes, discutia-se a ao militar e a futura administrao e governo poltico dos pases a ser libertados. Este Grau tinha o nome de "Comisso do Reservado". A lenda mstica das Lojas estava simbolizada por trs letras U. F. V. que significavam Unio, F, Vitria. O'Higgins preparou o Regulamento e as Obrigaes dos Irmos os quais eram rigorosos especialmente os referentes ao segredo e a obedincia s disposies da Loja, contemplando para os infratores at a pena de morte. Este detalhe que tem criado muita polmica por parte dos eternos inimigos da Ordem tem apresentado

as Lojas Lautarinas como sociedades que mantiveram a coeso de seus membros mais por temor que por convico aos seus princpios. Autores manicos de prestigio, como Bartolom Mitre (argentino) indicaram que estas penas eram somente de carter moral ou simblico (alis, similar a como hoje ), no existindo antecedente de alguma eliminao fsica de pessoas devido a divulgao de segredos. De qualquer maneira, devemos levar em considerao que os costumes da poca eram diferentes das atuais, mostrando os homens um desapego a vida que atualmente chama a ateno. Estando em jogo interesses to elevados at que poderia ter sido normal a implantao de disciplinas to rigorosas. Dando prosseguimento tarefa de formao de uma base de apoio causa revolucionria, San Martn muda para Mendoza, a cidade argentina que fica mais perto de Santiago, capital chilena, onde instalou uma Loja Lautarina. Incorporouse nela Bernardo O'Higgins, que tinha sido parcialmente derrotado pelo exrcito espanhol na batalha da cidade chilena de Rancagua. Unidos os patriotas chilenos e argentinos, fundou-se mais uma Loja Lautarina em Tucumn. San Martn prepara seu plano para organizar um exrcito Libertador com chilenos e argentinos que iria a expulsar as foras espanholas definitivamente de Chile e Peru, como nica forma para que o processo de Independncia de Argentina, Chile e Peru fosse irreversvel. LIBERTAO DO CHILE O Chile foi libertado e O'Higgins tomou posse como Diretor Supremo da nova Repblica. Comeou a administrar um pas pobre saindo de uma guerra estando com sua produo, administrao, educao e estrutura social e jurdica atrasada ou nula. O'Higgins tomou diversas medidas, afetando seriamente as classes abastadas e as pertencentes nobreza e em boa parte, a Igreja Catlica, orientado pelo pensamento dos livres pensadores laicos agrupados nas Lojas Lautarinas. O sentimento contra O'Higgins ganhou fora na crena que existia um poder superior que nas General Bernardo OHiggins Riquelme sombras tomava decises e aplicava Diretor Supremo do Chile polticas, ficando as autoridades legtimas com simples "testas de ferro". Temos que reconhecer que houve erros, tais como o assassinato do heri popular Manuel Rodrguez, de posio poltica radical, o fuzilamento dos irmos Carrera, dirigentes de um partido poltico antagnico e outros, prprios da inexperincia dos novos governantes.

San Martin desenvolveu a campanha do Peru, apoiado pelo mar por Lord Thomas Cochrane. Nesta etapa teve a oportunidade de demonstrar o seu humanismo manico quando se negou a abrir fogo contra a cidade de Lima, ganhando a inimizade de Cochrane e o risco de ter um motim na esquadra e no exrcito, obtendo, entretanto, a rendio de Lima sem derramar uma gota de sangue. SIMN BOLVAR Voltemos nossa ateno Venezuela que em 19/04/1810 proclamou sua autonomia com o pretexto do exlio de Fernando VI; foi enviada uma comisso a Londres formada por Simon Bolvar, Luis Lpez Mndez e Andrs Bello (todos maons) que foi apresentada por Miranda ao governo ingls, mas sem resultados positivos. Os quatro voltaram a Caracas, onde Miranda em 05/07/1811 assinou a Declarao da Independncia da Venezuela, numa reunio da Sociedade Patritica (uma Loja manica que funcionava na clandestinidade), com a presena de Simon Bolvar, Pea, Iznardi, Espejo, Roseto, Yaez, Penalver e outras importantes figuras patriticas, todos convictos de pertencer a maonaria.

Na mesma data, outra sociedade secreta funcionava numa fazenda de Bolvar, que contava com a participao de Vicente Matias, Mariano Montilla, Simon Bolvar Francisco Iznardi, todos iniciados na Europa e Roscio, iniciado nos EEUU. Em 1811 fundou-se em Cuman a Loja Perfeita Amizade No 74 sob os auspcios da Grande Loja de Maryland, EEUU. No seu quadro figuravam os nomes de Antonio Jos de Sucre, Santiago Mario, Manuel Rivas, Miguel Aristeiguieta, Andrs Caballero, Agustn Armrio, Diego Montes e Jos Francisco Bermdez. Fala-se que Miranda, Bolvar, Rodrigues e outros maons haveriam fundado em Barcelona a Loja Protetora das Virtudes No 1, em 01/07/1812. A reao dos realistas frente a independncia da Venezuela foi forte. Miranda, solicitado pelos patriotas a assumir o governo como ditador, o que no condizia com seus ideais de liberdade, ocasionou clamoroso fracasso; capitulou em 25/07/1812 em San Mateo, acabando sua vida na priso de La Carraca, Cdiz.

Bolvar comea sua triunfal epopia militar que o leva a fama para toda a posteridade. No comando das tropas venezuelanas e colombianas libertou e proclamou a Repblica da Colmbia, constituda por Nueva Granada e Venezuela, incorporando posteriormente Equador. Olhou para o sul e igual que San Martn percebeu que a liberdade da Amrica no seria definitiva enquanto a Espanha ainda lutasse no Peru, onde San Martn j governava por um ano, realizando grandes reformas, porm sem conseguir expulsar totalmente o exrcito espanhol, que reforara consideravelmente suas foras no interior do pas. A viagem de Bolvar ao Peru foi um passeio triunfal. Sua entrada nas cidades parecia o regresso de um Imperador vencedor. Em Lima, aconteceu a famosa reunio com San Martn, a portas fechadas, na qual para evitar lutas fratricidas, San Martn cedeu a Bolvar a honra e a glria da eliminao das tropas espanholas do Per e a libertao da Bolvia. O messinico venezuelano, o Libertador, vai mudando para uma ambio sem limites. O contraste entre Bolvar e San Martn, do ponto de vista manico, grande. Bolvar desprendeu-se de seus juramentos manicos quando significaram um entrave aos seus projetos. San Martn respeitou seus juramentos de nunca revelar os segredos manicos, negando-se a revelar os detalhes de suas brigas com a maonaria, tendo regressado a Argentina e posteriormente partiu para o exlio. A BATALHA FINAL A libertao da Amrica espanhola chegou a sua culminao com a batalha de Ayacucho no dia 09-dez-1824, que teve fatos de fraternidade e generosidade e elevados limites e que nunca sero esquecidos pelos maons. Na noite anterior batalha, as Lojas que funcionavam em ambos os exrcitos foram citadas separadamente em uma reunio para procurar uma soluo que evitasse o derramamento de sangue, mas essa soluo no foi encontrada. Foi feita, em seguida uma reunio em conjunto, mas tambm com o mesmo resultado negativo. No dia seguinte um maom espanhol solicitou a permisso para que familiares e maons que militavam em diferentes exrcitos fossem autorizados a abraar-se pela ltima vez. Uma centena de soldados americanos e espanhis avanou para se cumprimentar; no lado esquerdo ficaram os maons, que aps se abraaram por trs vezes, participaram de uma fraternal reunio que durou quase uma hora e foi emocionante. Encontraram-se, entre outros, os irmos Rodil, Espartero, Vergara, Virrey Jos de la Serna, Venervel Mestre General Canterac, Past General Antonio Jos de Sucre Master Marechal Jernimo Valdez, General Monet, Antonio Tur e General Ballesteros, no lado espanhol, e os irmos Jos Faustino Sanchz Carrin, General Antonio Jos de Sucre, General Jos Maria Crdova, Tenente Coronel Vicente Tur (espanhol, mas pertencente ao exrcito

patriota e irmo carnal de Antonio Tur) e General Antonio Valero de Bernab, no lado americano. Ficou o exemplo da fraternidade manica, que no reconhece raas nem nacionalidades, ainda que nas circunstncias mais dramticas. Terminou a batalha com a vitria das armas americanas e quando o chefe espanhol, o maom La Serna, ferido seis vezes, entregou sua espada ao General maom, Sucre, este no aceitou, solicitando que continuasse nas mos do bravo militar. As atenes que os prisioneiros e, especialmente os feridos, receberam, foi outra amostra de fraternidade extrema, como igualmente a Ata de Capitulao, em que a generosidade do vencedor ultrapassou as demandas do vencido. Sucre foi nomeado Presidente Vitalcio da nova Repblica da Bolvia, ficando somente at 1828, quando solicitou demisso e voltou para Venezuela. Em 1830 foi chamado para presidir a Repblica do Equador. Viajando para tomar posse, foi surpreendido pelos seus inimigos, na Colmbia, morrendo assassinado. BOLVAR DESENTENDE-SE COM A MAONARIA Bolvar, envaidecido pela sua glria, recorreu aos pases aos quais deu a independncia, tentando manter Confederao sob as suas mos. Mas as ambies de seus prprios comandados vo contra ele, passando a ser o alvo de numerosos "complots" em meio a profundas desavenas polticas. At que aconteceu o atentado mais srio, em Bogot no dia 25 de setembro de 1828, perpetrado por uma sociedade secreta dirigida pelo frei Arganil. Bolvar salvou-se por milagre e reagiu violentamente emitindo em 8 de novembro de 1828 um decreto que fechava todas as associaes secretas, evidentemente incluindo Maonaria. Todo o ministrio que acompanhava Bolvar era maom, com exceo de um, mas contra a vontade de Bolvar no adiantava discutir e foram inteis todas as argumentaes dos Ministros. Comeou assim o desentendimento e que seria definitivo de Bolvar com a Maonaria. E bom lembrar que da vida manica de Bolvar no Peru ou em outros pases, fora da Venezuela, no existem provas tangveis. Somente existe uma confisso ao escritor maom, oficial francs, Luiz Peru de la Croix, na qual Bolvar reconhece que, por simples curiosidade, ingressou na Maonaria, tendo recebido o grau de Mestre em Paris, mas afastou-se posteriormente. O OCASO DOS HROIS A Amrica estava liberada do domnio espanhol. O trabalho dos maons estava terminado e a Amrica j no necessitava de seus heris. Miranda morre numa priso em Cdiz; San Martin exilou-se na Frana onde morre longe da ptria por ele libertada; Morte de Francisco de Miranda

O'Higgins morre exilado no Peru; Sucre assassinado na Colmbia; Bolvar doente, morre desterrado na ilha de Santa Maria (Venezuela) protegido nos seus ltimos dias por um espanhol. Todos morreram pobres, abandonados por quem tanto lutaram. A LUTA IDEOLGICA NO BRASIL De forma similar aos patriotas da Amrica espanhola, os brasileiros que iriam a dirigir o processo da Independncia da sua Ptria desenvolveram seus estudos na Europa, principalmente em Portugal, onde toda a intelectualidade da poca achava-se altamente influenciada pela Revoluo Francesa com sua Declarao dos Direitos do Homem, pelas idias dos enciclopedistas franceses liderados por Diderot e pela ao da Maonaria com a sua filosofia liberal. Os dois principais patriotas brasileiros foram os maons Joaquim Gonalves Ledo e Jos Bonifcio de Andrada e Silva. Aps seus estudos na Europa, regressaram ao Brasil e desenvolveram uma poltica ativa de engajamento libertrio, com metas diferentes entre si, os que os tornou rivais. Ledo propunha um rompimento total com Portugal e Bonifcio, como conservador e vinculado ao poder econmico, queria a unio com o reino de Portugal. A luta ideolgica das duas faces comeou nos Templos manicos, assumindo posteriormente carter pblico atravs da imprensa e dos institutos constitucionais da poca. O grupo de Ledo obteve de Dom Pedro I (vide neste site) a deciso do "Fico" e concedeu-lhe o ttulo de Defensor Perptuo do Brasil, conforme proposta da Loja Comrcio e Artes, em 1822. A fundao, por Ledo, do Grande Oriente do Brasil, em 17 de Junho de 1822, procurou o envolvimento definitivo de Dom Pedro I na luta libertria dentro dos princpios do grupo liberal. Dom Pedro I foi eleito Gro Mestre em substituio a Jos Bonifcio. As brigas entre Ledo e Jos Bonifcio prosseguiram cada vez mais encarniadas, provocando, infelizmente, uma ciso na famlia manica, incluindo o fechamento de todas as sociedades secretas. Ledo partiu para o exlio e quando regressa ao Brasil e ao Legislativo, v perdido seu antigo prestigio e vai isolar-se em sua fazenda, onde morre em 19 de maio de 1847. Da sua parte, Jos Bonifcio sofreu os embates das ambies polticas e foi destitudo do cargo de tutor do futuro Dom Pedro II, ficando preso na sua casa na ilha de Paquet, falecendo em 6 de abril de 1838.