a luz como elemento fundamental para acriação de imagens na arte cinematográfica

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  • 7/25/2019 A luz como elemento fundamental para acriao de imagens na arte cinematogrfica

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    A luz como elemento fundamental para acriao de imagens na arte

    cinematogrfica

    Nelcia Beatriz Fortes da Costa Pinheiro

    Resumo

    O uso da luz nos filmes pode situar os espectadores no tempo e no espao em que a trama

    acontece, pode, ainda, gerar emoes e produzir simbolismos. Como o cinema quebrou

    barreiras e como a luz utilizada na produo de imagens so questes abordadas nesse

    artigo que possui como objetivo o estudo da iluminao na composio de cenas

    cinematogrficas. Desse modo, apresenta-se uma breve histria do cinema e de suas

    tecnologias, bem como estudos sobre as propriedades fsicas da luz e o da iluminao de

    maneira criativa. Para esta pesquisa, buscaram-se informaes em livros, artigos cientficos e

    teses na literatura especfica das matrias de cinema e iluminao. Para tornar o artigo mais

    consistente, comprovando o efeito do uso da luz nos filmes, foram realizadas anlises de

    algumas cenas de obras renomadas. Ao estudar a histria do cinema, ao compreender a luz,

    e, por ltimo, ao observar que a iluminao pode ser feita de infinitas maneiras, de modo

    consciente, para a criao de imagens, conclui-se que a luz um dos componentes

    responsveis pela magia das pelculas; pois, atua cativando o espectador, possibilitando ao

    mesmo o acompanhamento do enredo e, principalmente, o envolvimento em uma realidade

    fictcia.

    Palavras-chave: Cinema. Luz. Iluminao criativa. Filmes.

    1. Introduo

    O presente artigo permeia entre os universos das tcnicas de iluminao e do cinema,buscando demonstrar o poder da luz na produo de imagens. Ao se estudar e trabalharcom a luz, instantaneamente, inicia-se um processo de observao de como esse fenmeno

    natural e/ou artificial interfere na percepo visual e na sensibilidade esttica. O temaabordado se torna fascinante, ao proporcionar uma fuso entre a tcnica e a arte, aplicado-se os conhecimentos adquiridos no estudo da iluminao nos momentos de lazer edescontrao. Os filmes fazem parte do cotidiano da contemporaneidade, sendo apreciadospor pessoas de todas as idades. Enquanto a iluminao um dos elemetos componetes daspelculas desde o surgimento dos primeiros filmes, permitindo a variao de estilos ao longoda histria e possibilitando a criao de gneros especficos, atravs da utilizao da luz de

    maneira realstica ou de maneira potica .O XXI se tornou uma era marcada pela importncia da imagem e, consequentemente, docinema. O cinema consiste em um mundo mgico que, para a sua produo, rene tcnicasdo teatro, da fotografia, do design, da arquitetura, dentre outras incontveis reas doconhecimento e da arte. Um dos fatores essenciais na composio das cenas dos filmes ailuminao, j que a luz a pea fundamental da arte da observao, ao mesmo tempo emque controla a composio e a narrao. Dessa forma, essencial um bom conhecimento daluz no mundo fsico por todos aqueles que trabalham com a criao de iluses da realidade,como o caso da indstria cinematogrfica; pois, embora a viso seja algo natural, acapacidade de criar e compreender mensagens visuais com eficcia somente pode ser

    alcanada atravs do estudo (DONDIS, 2007).

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    A convivncia natural com o artifcio da luz representada de forma cotidiana em filmesicnicos contemporneos como Amelie Poulin, O senhor dos anis, Sin City, dentreoutrosfazendo com que os espectadores sintam a imagem tanto como produto natural deuma tcnica, quanto como meio expressivo. A viso, concebida como resultado deoperaes, pticas, qumicas e nervosas, capaz de gerar sobre o homem uma carga de

    sentimentos e de paixes. Analisar o uso da iluminao no cinema significa tentarcompreender esse fascinante modo de como a luz utilizada na montagem das imagens afetadiretamente aquele que assiste ao material produzido. Assim, por meio de pesquisas eanlises crticas, este artigo objetiva apresentar a luz e as tcnicas de iluminao comoresponsveis pela criao das atmosferas nos filmes, cativando, envolvendo, amedrontando,emocionando a plateia.Primeiramente, ser relatado como o cinema surgiu, no final do sculo XIX, em um contextode euforia da burguesia, com o desenvolvimento de mquinas e tcnicas que propiciaram aimplantao, por exemplo, da luz eltrica, do telefone e do avio, sendo uma das maioresconquistas na esfera cultural, com o seu carter indito em relao s artes preexistentes -

    literatura, teatro, msica, pintura e escultura. A histria do cinema abordada, nessapesquisa, atravs do uso de fontes das literaturas clssica e contempornea, permitindouma viso mais flexvel de como a indstria cinematogrfica e seus filmes trouxeram,conforme Bernardet (2006), impresses da realidade que pareciam verdadeiras,transformando o conceito de iluso e o modo de contar as histrias de faz de conta.Descreve-se desde os primrdios at os dias de hoje, passando pelas revolues,reorganizaes e adaptaes na maneira de produzir, distribuir e exibir, de acordo com ocontexto histrico e tecnolgico ao longo de cada poca (COUSINS, 2013).Quanto luminotcnica, foi elaborado um tpico mais tcnico expondo os princpiosbsicos da luze outro mais ldicoabordando o uso criativo da luz nos filmes; permitindo

    a compreenso de como este elemento se transforma e se mistura aos demais elementos dacena, podendo o efeito ser sutil ou bastante perceptvel, dependendo da inteno do diretor(MARTIN, 2005). Em seguida, realizam-se estudos de casos, possibilitando, por exemplo, aobservao de como a luz no cinema pode ser utilizada tal e qual ela se encontra nanatureza (criando cenas realsticas e documentais) e/ou como artifcio (criando cenasfantasiosas ou surrealistas). Finalmente, aps um perodo de 3 meses de pesquisas,concluiu-se que, somente atravs do domnio das propriedades e tcnicas de iluminao edos estilos cinematogrficos, possvel um convvio mais racional da luz nas imagenscriadas; que, por sua vez, tornam-se mais conscientes e interessantes do ponto de vista dacriatividade da qual o cinema tanto necessita (CSPEDES, 2004).

    2. Histria do cinema

    Segundo Costa (2006), o cinema veio como uma continuao das projees de lanternamgica, existente desde o sculo XVII, caracterizadas por histrias contadas atravs devozes, msica e imagens coloridas projetadas atravs do foco de luz gerado pela chama dequerosene. Tambm fazem parte dessa origem prticas de representao visual pictrica dosculo XIX, a exemplo dos panoramas, dos dioramas e de outros "brinquedos pticos" dosculo XIX taumatrpio (1825), o fenaquistiscpio (1832) e o zootrpio (1833). Osprimeiros filmes no contavam histrias, eles consistiam basicamente em filmagens dascenas em movimento por um curto perodo de tempo (BERNARDET, 2006). Aos poucos, a

    denominada stima arte, foi se transformando, surgindo os primeiros filmes de fico,

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    bem como novos instrumentos ticos e pesquisas com imagens fotogrficas, permitindo queo cinema ganhasse adeptos sua prtica e admiradores ao redor do mundo.O cinema no teve um inventor, mas muitos e em vrios pases, cada um com suacontribuio no campo da projeo de imagens em movimento, com o aperfeioamento

    nas tcnicas fotogrficas, a inveno do celuloide (o primeiro suporte fotogrfico flexvel,

    que permitia a passagem por cmeras e projetores) e a aplicao de tcnicas de maiorpreciso na construo dos aparatos de projeo (COSTA, 2006). Em grande parte daliteratura, atribui-se a origem do cinema aos irmos Lumire1, em 1895. Contudo, houve,por exemplo, em 1888, na Inglaterra, a exibio de um curta-metragem produzido pelofrancs Louis de Prince; e, em 1893, nos Estados Unidos, a projeo de imagens emmovimento com o uso de um mecanismo intermitente patenteado como quinetoscpio peloempresrio Thomas A. Edison, aps conhecer a cmera de Etinne-Jules Marey, em Paris(COUSINS, 2013).O cinematgrafo, invento de 1894 dos irmos Auguste e Louis Lumire, era acionado pormanivela e era possvel ser utilizado como cmera ou projetor, alm de fazer cpias a partir

    de negativos. Com o mecanismo baseado no funcionamento de mquinas de costura, oaparelho captava as imagens numa velocidade de 16 quadros por segundo, tornou-se umpadro utilizado por vrias dcadas (COSTA, 2006). O cinematgrafo foi apresentado no dia28 de dezembro de 1985 no subsolo do Grand Caf, em Paris, atravs de uma sesso de

    curtas-metragens sem udio e com imagens em preto e branco filmadas com uma cmeraparada, e despertou bastante interesse no francs Georges Mlis - atuante no teatro,Mlis procurou adquirir o aparelho responsvel por reproduzir as imagens em movimento,embora tenha sido desencorajado pelos criadores, sendo a mquina considerada um meroinstrumento cientfico que serviria apenas para pesquisas; pois o pblico logo viria a perdero interesse (BERNARDET, 2006). Entretanto, o que aconteceu foi o contrrio do previsto

    pelos irmos Lumire, j que em fins de 1896 o cinema sairia definitivamente do laboratrio,com patentes registradas na Frana (Lumire, Mlis Path, Gaumont), nos EstadosUnidados (Edison, Biograph, Vitagraph), Inglaterra (William Paul), dentre outros (SADOUL,1963). Sem esquecer o cinegrafista Geroge Mlis, deve-se mencionar a importncia domesmo para a indstria cinematogrfica; pois a Sociedade Lumire produzia pelculas que selimitavam a documentar paisagens, atualidades ou viagens, enquanto Mlis permitiu, pormeio de suas trucagens, que os filmes contassem histrias, levando o mundo do teatro e daencenao para a indstria cinematogrfica.A fase inicial do cinema foi um perodo bastante conturbado e diferente do cinema sobre oqual temos conhecimento. Gunning (2004) relata o primeiro cinema como um cinema de

    atraes, em que o objetivo principal no era o de contar histrias, mas o de tentar atrair aateno do espectador, espantando-o, maravilhando-o; at que, a partir de 1907, inicia-seum perodo de transio, em que os filmes passam a apresentar narrativas. O cinema, aopoucos, passa ento a se organizar de forma industrial, com o aumento da durao das

    1Louis Lumire, um dos primeiros fotgrafos de seu tempo, foi o primeiro cinegrafista de atualidades e produziu

    a primeira tentativa de cinema falado. Criou o cinematgrafo, verso mais aprimorada que o quinetoscpio

    (produo mecnica de fitas zootrpicas), que permitiu a produo d filmes com um carter original: fotografias

    animadas sistematicamente. Auguste Lumire, irmo de Louis Lumire, cinematografou, entre outros, o clebre

    filme LArrive dum Train (A chegada de um trem), utilizando na cmera esttica uma objetiva de grande

    profundidade de campo para registrar uma locomotiva em movimento, compondo uma srie de tomadas

    utilizadas atualmente nas produes cinematogrficas. Tecnicamente, devem-se aos irmos Lumire as primeirastrucagens e os primeiros travellings. (SADOUL, 1963)

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    pelculas, expanso da quantidade de produtores, especializao de funes, insero deletreiros para representar os dilogos, etc (COSTA, 2006).Segundo as grandes mudanas ocorridas na forma de produzir filmes, Cousins (2013) dividiua histria do cinema em trs pocas - Fase Silenciosa (1885-1928), Fase Sonora (1928-1990)e Fase Digital, iniciada nos anos 1990 at os dias atuais - permitindo uma melhor assimilao

    do que ocorreu desde os primrdios at a contemporaneidade. Inicialmente, aexperimentao, a descoberta das tcnicas de produo e exibio de pelculas, para emseguida se tornar arte, contar histrias, para, ento, haver uma expanso internacional, comcorrentes de estilo em vrios pases da Europa e nos Estados Unidos. Foi nesse momentoinicial que se destacaram as pelculas que seguiam movimentos como o ExpressionismoAlemo, a montagem sovitica e a francesa, o Impressionismo, o Surrealismo, havendo aproduo dos clssicos de Charlie Chaplin2 e de Robert Flaherty, Eric Von Stroheim e CarlTheodor Dreyer3. Com o surgimento da possibilidade de se produzir pelculas com som,segundo Olcoz (2005), intensificaram-se as pesquisas para a introduo das cores no cinema,at que na dcada de 1930 surgiu a empresa Technicolor, lanando um tipo de pelcula que

    filmava em 3 cores, juntamente com uma cmera de 3 elementos, dando maior realismo sprodues. Em seguida, o aperfeioamento do colorido, o aumento do tamanho da tela e osnovos equipamentos (menores e mais leves) trouxeram a chamada Idade de Ouro doCinema, com o aparecimento dos gneros cinematogrficos comdia, gangsters, terror,westerns, musicaise famosas produes como O Mgico de Oz (The Wizard of Oz), E oVento Levou (Gone With the Wind) e Ninotchka.As dcadas de 1950, 1960, 1970 e 1980 representaram um perodo de grandes mudanasem que o cinema passou pelas revolues culturais, sociais e econmicas das, com roteiroscada vez mais revolucionrios, sendo 1970 uma dcada marcada pela expanso deHollywood e pelos grandes diretores, das mais diversas geraes e pela importncia dos

    mesmos como desenvolvedores de estilo prprio: Francis Coppola, Warren Beatty, StanleyKubrick, Dennis Hopper, Mike Nichols, Woody Allen, Arthur Penn, John Cassavetes, AlanPakula, Paul Mazursky, Scorsese, Spielberg, George Lucas, John Milius, Paul Schrader, BrianDe Palma e Terrence Malick (BISKIND, 2009). Ao chegar dcada de 1990 - marcada pelo fimdo celuloide e introduo da tecnologia digital nas produes cinematogrficas o cinemainicia uma revoluo no mundo da stima arte, com os efeitos especiais e os blockbustersque lotam as salas de cinema.Finalmente, possvel definir o cinema como a arte que conta verdade atravs de mentiras,ou que permite que os espectadores vivam e sintam o que est sendo exibido na tela. Ocinema muito maior do que a o dinheiro e o marketing, ele composto por ideias e se

    expande atravs da histria e das fronteiras de muitos pases e continentes, quebrandobarreiras atravs do seu esprito de constante evoluo. O cinema uma mquina de

    2Charles Chaplin nasceu em Londres (Inglaterra) e se tornou um cineasta que se tornou mundialmente famoso

    por seus dons de mmico na poca do cinema mudo. Filho de artistaspai e me cantavam e atuavamfoi umexemplo de superao: abandonado pelo pai alcolatra, Chaplin viu sua me ser internada em um asilo, perodo

    em que, aos nove anos de idade passou a viver nas ruas. Atuou pela primeira vez aos 12 anos de idade, levando-

    o, em 1910, a se mudar para os Estados Unidos, onde viu sua carreia crescer atravs de produes memorveis

    at 1977, ano de sua morte (CHARLIE..., 2014).3 Robert Flaherty foi um cineasta norte-americano considerado um dos pais do filme documentrio, nos

    primrdios do cinema direto. Eric Von Stroheim considerado um dos maiores diretores do cinema mudo,

    criando filmes que representam vistas cnicas e romnticas da natureza humana. Carl Theodor Dreyer foi um

    cineasta dinamarqus apaixonado pela expresso humana, filmando geralmente em planos fechados e com close-ups. Para montagem do elenco, fazia escolhas conforme o perfil psicolgico das personagens, j que objetivava

    reproduzir seus sentimentos (COUSINS, 2013).

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    empatia usada pelos cineastas para contarem histrias atravs da iluminao,

    enquadramento, distncia focal, som e edio para criar os seus efeitos; o que acabou porconquistar milhes de espectadores em todo o planeta (COUSINS, 2013).De acordo com Brown (2012), para um projeto de filme, uma das principais tarefas criarum mundo visual para que os personagens possam habitar. Este um mundo visual parte

    importante de como o pblico vai perceber a histria; como eles vo entender ospersonagens e suas motivaes. Para tanto, ademais das ferramentas fsicas (cmera, luzes,guindastes e monta cmeras), so necessrias ferramentas conceituais da narrativa visual:enquadramento, luz e cor, conjunto de lentes, movimento, textura e ponto de vista. Ocontrole da iluminao e da cor ocupa a maior parte do tempo de um diretor de fotografia;pois este se utiliza de uma linguagem cinematogrfica para acrescentar camadas adicionaisde significado ao contedo da histria. Devido a esse ltimo aspecto apresentado dentreas ferramentas conceituais do cinemaa luz ser o tema aboradado a seguir, j que se tratade uma das mais poderosas armas no arsenal dos cineastas.

    3. Princpios bsicos da luzSegundo a fsica moderna, a realidade pode ser sentida, tocada e, sobretudo, vista, devido existncia da luz; embora a luminosidade, as cores e a aparncia das coisas sejam, naverdade, o efeito produzido sobre a retina por uma particular forma de energia denominadaradiao eletromagntica (OLCOZ, 2005). Essa energia eletromagntica, por sua vez, constituda por minsculas particulas elementares denominadas ftons, com caractersticasondulatria e corpuscular, possundo um pequeno segmento visvel do espectroeletromagntico (CSPEDES, 2004).O sistema constitudo por olho e crebro capaz de capturar a energia radiante emitida emum determinado intervalo de comprimento de onda para transform-la em sensao

    visvel4, permitindo, segundo Yot (2011), o efeito cor em que a luz visvel est compostapor ftons de diferentes comprimentos de onda, existindo, portanto, diferentes cores.Sabendo disso, para compreender as informaes visuais do ambiente, devem-se somar existncia das cores as radincias dos objetos, o equilbrio entre luz e sombras, o equilbriode brancos, bem como a o tipo e a direo das fontes luminosas. Para observar facilmente arelao entre esses princpios, basta perceber a iluminao natural existente na Terra, tendoo Sol como principal fonte de luz, o cu azul como fonte secundria e a atmosfera com seusgases em suspenso como filtro, criando efeitos luminosos.De acordo com Barnab (2007), para a luminotcnica, os princpios importantes da luz soaqueles que prevm como ela ir se comportar na composio das imagens, passando a

    expressar valores perceptivos conotativos aos projetos, refletindo objetivamente epoeticamente sobre o espao. O tamanho da fonte de luz, por exemplo, , segundo Hunter

    (2007), uma das decises mais importante na iluminao, j que determina quais os tipos desombras produzidas e podem afetar o tipo de reflexo. J, conforme Dondis (2007), areflexo ocorre quando a luz incide sobre uma superfcie qualquer, podendo ser absorvida

    4O comprimento de onda tem uma relao inversa com a frequncia (velocidade de repetio de fenmenos

    peridicos). O comprimento de onda igual velocidade da onda dividida pela frequncia da onda. Quando se

    lida com radiao electromagntica no vcuo, essa velocidade igual velocidade da luz.A sensao visual de

    cores provocada nos seres humanos est relacionada aos diferentes comprimentos de onda da radiao, sendo

    que o maior comprimento de onda provoca a sensao de vermelho, e o menor, violeta. Cada luz colorida possui

    uma velocidade de propagao diferente em meios materiais. A luz branca na verdade a superposio dasinfinitas cores do espectro visvel e cada cor ser refratada sobre determinado ngulo, ficando evidente quando

    um raio de luz branca atravessa um prisma de vidro, por exemplo (HUNTER, 2007).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Frequ%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_da_luzhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_da_luzhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Frequ%C3%AAncia
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    ou refletida, dependendo da cor da superfcie. No caso da incidncia de luz branca sobre umobjeto branco, este refletir todos os comprimentos de onda por igual; enquanto um objetopreto as absorver; e um objeto vermelo, por exemplo, ir absorver todos os comprimentosde onda, com execeo do vermelho, que ser refletido. As variaes de luz ou de tom soos meios pelos quais possvel distinguir eticamente a complexidade da informao visual

    do ambiente. Na natureza, a diferena entre obscuridade e luz entremeada por mltiplasgradaes sutis extremamente limitadas nos meios humanos de reproduo da natureza,tanto na arte quanto no cinema: a tonalidade na natureza a verdadeira luz, enquanto nasartes grficas, pintura, fotografia e cinema, h uma simulao do tom natural (OLCOZ, 2005).Mas, o que diferencia a imagem de um pr do sol de uma nvoa do amanhecer? Por quefotografar em um dia nublado diferente de fotografar em um dia ensolarado? Comopercebemos as superfces de objetos sem utilizar o sentido do tato? Ou ainda, por queexistem sombras e como elas so projetadas? Esses no so questionamentos bvios, masdvidas de quem passa a observar a luz, para examinar de onde ela procede e quaisqualidades ela aprsenta. Os profissionais que trabalham com as tcnicas de iluminao

    devem ser capazes de compreender os efeitos da luz, alm de saber control-la,considerando fatores como brilho, cor e contraste da luz na composio de cenas (BROWN,2012).O brilho a qualidade mais importante de uma luz, sendo a luz mais brilhante quase semprea melhor luz. Caso a luz no seja brilhante o suficiente ou seja demasiadamente brilhante,para se obter uma melhor imagem, deve-se lanar mo dos meios controladores,como ocaso das lentes, nas cmeras e das cortinas, na arquitetura de interiores. No caso dos filmes,os cinegrafistas, conforme Brown (2012), necessitam do controlhe sobre o brilho atravs dousos de lente que aumentam ou diminuem a exposio para a captura das cenas, permitindouma iluminao adequada, o que termina por produzir imagens mais ntidas, com melhor

    saturao das cores e menos rudo de vdeo.Quanto a cor, possivel usar luzes coloridascom o intuito de se realizar uma contribuioartstica para a fotografia ou luz branca, embora esta apresente uma gama de cores. Issoacontece, de acordo com Yot (2011), porque a percepo humana de cor se baseia em trscores primrias; no caso da luz (conhecido como sistema de adio de cores), estas cores

    so o vermelho, o verde e o azul. A luz "branca" resultado da misturas dessas trs coresprimrias que, misturadas em propores diferentes, resultam em outras cores. Enquantono h uma quantidade razovel de cada cor primria, o crebro v a luz na cor branca e,

    para classificar as variaes na cor da luz branca, os fsicos criaram a escala de temperaturade cor; baseada no experimento de se aquecer um material no vcuo, com a cor resultante

    dependendo de quanto se aquece o material. A temperatura de cor medida em graus naescala Kelvin de temperatura K e as luzes de maior tempertura de cor apresentam um amaior quantidade de azul, enquanto as de menor temperatura, tendem para o vermelho,para a famlia amarela de coresA terceira carcterstica da luz importante para a luminotcnica , conforme Hunter (2007), ocontraste. Uma fonte de luz tem alto contraste se todos os seus raios incidirem sobreaproximadamente o mesmo ngulo no objeto em cena. J os raios de luz de uma fonte debaixo contraste incidem sobre o objeto em vrias direes. O Sol, quando se encontra noponto mais alto do cu, em dias sem nuvens, um exemplo comum de fonte de luz de altocontraste, segundo Yot (2011), produzindo sombras muito escuras e cores embraquecidas,

    parecendo menos saturadas que em outros momentos do dia recurso utilizado naFotografia chamado de luz dura. O oposto dessa situao so os dias nublados, em que o

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    cu atua como uma nica fonte luminosa e a luz tnue e difusa e as sombras, suaves.Nesse caso, o contraste baixo e a saturao das cores tende a ser bastante alta recursoutilizado na Fotografia chama de luz suave. Hunter (2007) afirma que para fontes de luzindividuais, sem o auxlio de outros dispositivos, o tamanho da fonte o primeiro fator queinfluencia seu contraste: uma fonte de luz pequena sempre uma fonte de luz dura, e uma

    fonte de luz grande, uma fonte suave. Por ltimo, deve-se mencionar uma observao feitapor Dondis (2007) sobre o contraste da luz, de que este tambm determinado pelacomposio da cena textura das superfces e cores dos objetos , pela exposio e pelodesenvolvimento. Por exemplo, cenrios com objetos pretos e brancos possivelmenteapresentaro um contraste maior em relao a cenrios totalmente cinzas; embora, sejapossvel, por meio do uso de softwares, o aumento do contraste em cenas cinzas.At agora, foram menionadas trs caractersticas importantes da luz: o brilho, a cor e ocontraste. Contudo, devido ao tema deste artigo uso da luz no cinema necessrio,compreender, alm da luz, o relacionamento entre ela, a matria, e o observador. Ftons semovimentam, j os objetos de uma cena permanecem ali para serem fotografados ou

    filmados. por isso que, conforme Hunter (2007), geralmente se considera a luz como oelemento ativo no evento fotogrfico; atitude esta que acaba por prejudicar a capacidade

    do observador de "ver" uma cena. Dois ftons idnticos incidindo sobre duas superfciesdiferentes podem se apresentar dramaticamente diferentes pelos olhos e pela cmera; pois,a matria modifica a luz e diferentes matrias modificam a luz de maneiras diferentes.Sendo assim, a matria, sendo capaz de transmitir, absorver ou reletir a luz, apresenta-secomo um elemento ativo na produo de imagens, bem como a iluminao.Algumas matrias, em vez de refletir ou absorver a luz, permitem que a luz penetre nelas,processo este que geralmente modifica sua direo, denominado refrao ou transmisso(YOT, 2011). O ar puro e o vidro transparente so exemplos de matrias que transmitem a

    luz. Um objeto que apenas transmite a luz ou que no a altera de forma alguma invisvel,no pode ser vistoisto acontece quando a luz atinge a superfcie em um ngulo perpendi-cular a ele. Em qualquer outro ngulo de incidncia, ocorre a transmisso de uma parte daluz juntamente com refrao do restante. A refrao causada por uma variao navelocidade da luz e pelo desvio da direo de seus raios, ao esta atravessar materiaistransparentes, permitindo que estes sejam visveis. Alm da transmisso direta, h atransmisso difusa (HUNTER, 2007) que ocorre em materiais translcidos, como o vidrobranco e o papel fino, os quais dispersam a luz em direes imprevisveis. Na luminotcnica,a transmisso difusa bastante importante; pois, ao se acrescentar um material trasnlcidogrande sobre uma luz pequena possvel aumentar o tamanho da fonte luminosa, alm de

    tornar a luz mais suave.Em relao refrao, a absoro e a reflexo exercem bem mais influncia sobre ailuminao na fotografia e no cinema. A luz que absorvida pela matria no ser mais umaluz visvel, sendo emitida pela matria com uma forma invisvel, geralmente calor. Assimcomo a transmisso, a simples absoro no pode ser registrada por cmeras. A absoroapenas se torna visvel quando se compara com outra luz da cena que no est sendoabsorvida. por isso que, segundo Hunter (2007), objetos altamente absorventes, comoveludo preto ou pele negra, esto entre as coisas mais difceis de se registrar com umacmera. Em sua maioria, a matria absorve parte, mas no toda, a luz que incide sobre suasuperfcie sendo esta absoro parcial da luz um dos fatores determinantes para se

    perceber se um determinado objeto preto, branco ou um cinza intermedirio. Alguns

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    objetos absorvem mais frequncias de luz do que outros, permitindo a determinao da cordos mesmos (OLCOZ, 2005).O fenmeno da reflexo ocorre quando a luz incide sobre uma superfcie e esta rebate aenergia. A reflexo pode ser direta ou difusa, segundo a interao entre a luz e a superfcierefletora (YOT, 2011). Conforme Hunter (2007), a reflexo torna a viso possvel; pois, os

    objetos no so vistos, mas sim a luz e porque a maioria dos objetos no produz luz e suavisibilidade depende da luz refletida por eles. Reflexes difusas tm o mesmo brilho,independentemente do ngulo de viso; pois, a luz refletida igualmente em todas asdirees. Nem o ngulo nem o tamanho da fonte de luz afeta a aparncia de uma reflexodifusa; no entanto, a distncia entre a luz e a superfcie do objeto altera a percepo visual:quanto mais a luz se aproxima da matria, mais brilhante esta se torna. medida que aintensidade da luz que incide sobre o assunto varia, o mesmo acontece com a da reflexodifusa. Reflexes diretas ocorrem quando os ngulos de incidncia da luz so iguais aosngulos de reflexo, ocorrendo quase que perfeitamente em superfcies como o espelho.Por ltimo, preciso lembrar de como se percebe as diferentes superfcies. Para tanto, itens

    como volume, reflexo, contraste e caractersticas da superfcie devem ser observados,possiblitando o entendimento de como a luz entra em contato com a matria e como esta secomporta ao ser iluminada. Com isso, o profissional responsvel pela iluminao naproduo de fotografias e/ou filmes capaz de corrigir aspectos ou efeitos indesejados emseu trabalho.

    4. Iluminao criativa: a luz como elemento de expresso

    A histria da iluminao no cinema acontece paralelamente histria da tecnologia,acompanhando a chegada da energia eltrica, as invenes dos diferentes tipos lmpadaspara gerar a luz e dos aparelhos para contralar sua utilizao. O uso da iluminao de forma

    criativa no cinema, por sua vez, uma herana deixada pela arquitetura, pela pintura e peloteatro (MARTIN, 2005). A luz, ao longo da histria da arquitetura, utilizada comolinguagemencarregando-se de transmitir informaesou como elemento funcionalporquestes que de viso e salubridade. No caso das pirmides egpcias e das igrejas romnicas,gticas e barrocas, por exemplo, a arquitetura se articula com a luz natural criando umefeito de edificaes divinas e imponentes; enquanto em escolas e em prdios empresariais,a iluminao deve ser projetada para que se tenha conforto visual durante o estudo etrabalho. Nas artes plsticas, a luz pode ser utilizada como elemento descritivo e /oucompositivo; ou seja, a luz pode ser pintada como a representao de um arco-ris oupode ser inspirada como a representao dos efeitos da iluminao sobre um objeto.

    Ainda segundo Olcoz (2005), tcnicas do teatro como o espetculo de projeo de sombras,em especial a lanterna mgica5, comearam a fornecer elementos que foram fundamentaispara o advento dos primeiros aparelhos que registravam e reproduziam imagens. Quanto composio de cenas, o uso de fontes de luz para criao de efeitos realsticos oudramticos no cinema tambm se inspirou nos palcos dos teatros.Em 1795, as primeiras lmpadas inventadas foram colocados em barras horizontais noteatro para iluminar o palco, levando ao incio das mudanas nas apresentaes teatrais apartir desse perodo (OLCOZ, 2005). A iluminao expressiva concedeu tridimensionalidadeao elenco, conectou o ator e a platia e passou a produzir efeitos reais de luz e sombra,dando vida aos espetculos. Inicialmente, no sculo XIX, antes da eletricidade, lmpadas a

    5As lanternas mgicas foram inspiradas nas cmaras escuras, utilizadas para ver as projees da luz do Sol em

    uma habitao (SADOUL, 1963).

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    gs; depois lmpadas que forneciam luz difusa e mudavam de cor, que ao serem colocadasem painis, possibilitaram o realismo teatral, simulando a luz natural. A luz e a iluminaotcnica e artstica continuaram a ser investigadas, passando pela inveno de diversos tiposde lmpadas, luminrias e aparatos de controle, passando a coincidir, a partir de 1910, como uso da luz artificial no cinema (CSPEDES, 2004).

    No princpio do cinema, conforme Olcoz (2005), a luz geral era fundamental, conformando-se como uma luz potente para simular o Sol. Com a evoluo dos filmes, a iluminao passoua ser feita selecionando zonas mais claras ou mais escuras, produzindo mais ou menosnitidez ou dureza. Antes, a luz era igual em todas as partes da cena, filtrada atravs detecidos colocados ao ar livre, gerando um plano geral na imagem. Somente quando sepercebeu a necessidade de se criar diferentes planos e quando surgiu eletricidade permitindo o controle da luz, iniciou-se o processo de iluminao tal como se conhece nacontemporaneidade. Deve-se ainda mencionar a grande importncia da escola alem decinema como criadora dos primeiros efeitos psicolgicos e dramticos da iluminao: era aluz do filme expressionista, em que a iluminao desempenhava um carter narrativo e

    esttico, inluenciando novos gneros, como terror e o noir (MARTIN, 2005). H ainda aescola de cinema italiano que contribui com o seu neorealismo com a negao doexpressionismo alemo e do noir norte americano que privilegiou as filmagens com ouso de fontes que transmitissem para o pblico uma maior verossimilhana para as histriasnarradas nos espaos representados (MARTINS, 2004).Segundo Martin (2005), as iluminaes consistem em um fator altamente decisivo na criaoda expressividade da imagem, ocasionando em atmosferas realsticas ou exarcebadas,carregadas de dramaticidade. As cenas filmadas ao ar livre durante o dia, geralmente sofeitas com ajuda de projetores e refletores; enquanto as cenas noturnas dificilmente sonaturais, j que, levando-se em considerao a esttica, uma iluminao artificial mais

    interessante em detrimento de uma iluminao verossmil deficiente. As cenas filmadas emcenrios fechados j apresentam uma maior liberdade de criao, levando-se em conta asinfinitas possibilidades da iluminao artificial. Dessa forma, conforme Yot (2011), possvelcriar focos de ateno, e direcionar o olhar do espectador destacando personagens ouobjetos na cenapor meio da manipulao do contraste, do uso da retroiluminao e peladistribuio de valores, o que acaba por facilitar a narrativa e cria uma certa atmosfera. Estafuno desempenhada na indstria cinematogrfica pelo diretor de fotografia, quecoordena e superviona toda um equipe responsvel pelo manuseio de aparalhos e pelaproduo de efeitos visuais, devendo ainda trabalhar em consonncia com os demaisdiretores, para que se atinja resultados coerentes e criativos (MARTINS, 2004).

    Uma boa iluminao leva em considerao a grande gama de tons e gradaes de tons, obalano e controle da cor , a forma e a dimenso individual dos objetos, a separao entreobjeto e cenrio, a profundidade e a dimenso na cena, as texturas, a disposio docontedo emocional e a exposio segundo a escolha da cmera (BROWN, 2012). Dessamaneira, possivel usar a luz e a cor para manipular as reaes emocionais dosespectadores, sem que eles percebam que isso esteja sendo feito (YOT, 2011). O ajuste detom permite a transmisso de simbolismos, usando a cor e a luz como recurso narrativo.Personagens podem ser iluminados de modo a se deixar transparecer seu carter ou seuestado emocional. Os locais em que a cenas esto sendo gravadas podem ser iluminadospara se deixar transparecer um atmosfera realstica, ou fantasiosa, ou ainda para situar o

    pblico no tempo e no espao do enredo, ou at mesmo para compreenso do estadopsicolgico dos personagens.

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    O resultado da fotografia no cinema depende de mltiplos fatores: projetores e fontesluminosas (refletores e iluminao natural), telas difusoras e refletoras, filtros sobre osprojetores e sobre a cmera, cor e textura do vesturio e da decorao, sensibilidade dofilme, qualidade das lentes, abertura do diafragma, uso de computao grfica, dentreoutros. A direo da luz na imagem, no caso de enquadramentos realsticos, pode ser

    justificada por componentes da cena como janelas, luminrias de teto ou de p,superfcies absorventes ou luminosaspelo espaointerno ou externoe pelo momentoda ao dramtica dia ou noite, vero, primaverra, outono ou inverno. Contudo, nemsempre se busca uma representao real das situaes, mas sim a criao de um mundofictcio, em que a iluminao utilizada no registro das mais variadas estticas e gneros docinema: as comdias geralmente usam cores claras e iluminao homognea; enquantosuspenses e terror geralmente so marcados pelo uso da luz dura, produzindo altoscontrastes. Assim, segundo Cspedes (2004), a iluminao como linguagem transmissora deinformaes deve sempre ser coerente no decorrer do filme, primando pelas qualidadetcnicas e artsticas e permitindo que o texto de traduza em emoo.

    No cinema h uma nomenclatura prpria utilizada paras as tcnicas de iluminao (SALLES,1998). Ao se observar as caractersticas principais da luz e seu efeito sobre o cenrio, possvel classificar as fontes de luz segundo seu direcionamento (iluminao direta oudifusa), seu grau de disperso (luz dura muito contraste; luz semi-difusa; e luz difusa menos contraste). possvel ainda, de acordo com Brown (2012) classificar a luz do ponto devista da funo que ela exerce na cena:

    - Key light(luz principal): luz dominante na cena. D nfase ao assunto principal nacena;

    - Luz secundria: usada para amenizar os contrastes e sombras causados pela luzprincipal;

    - Fill light(luz de enchimento): luz geral que mantm a estabilidade dos contrastesda cena, preenchendo espaos escuros e amenizando as sombras;

    - Backlight (contra-luz): luz situada atrs do objeto ou personagem para osdestacar do cenrio ou enfatizar contornos. Cria texturas e simula dimenses.

    - Sidelight (luz lateral): luz proviniente dos lados. Geralmente dramtica,produzindo altos contrastes, e reala a forma e a textura;

    - Topper (luz superior ou zenital): luz proveniente de cima. Uso no corriqueiro,cria efeitos incmodos;

    - Luz inferior: luz proveniente da parte de baixo. Uso pouco frequente, proporcionaefeitos criativos.

    A ttulo de curiosidade, deve-se mencionar que a luz utilizada para filmagens a luzcontnua, que utiliza equipamentos bastante especficos, que demandam o uso de ar-condicionado em estdios, devido grande produo de valor das luzes, o que acaba porconsumir bastante energia (ARONOVICH, 2004). Dentre os refletores utilizados na produode filmes, podem-se citar os refletores tungstnio fresnel, aberto, brut, spot, soft, kino flo,refletores leves, sun gun, phto flood e os refletores daylightrefletores com lmpadascom temperatura de cor de 5.500K , chamados de refletor HMI, ou Hydrargyrum Medium

    Arc-lengthIodide (SALLES, 1998). Antes de se instalar os refletores interessante que o sejaelaborado um projeto a fim de se definir com maior clareza e tcnica as propores dailuminao o chamado mapa de luz, ferramenta indispensvel para escolha e

    disposio dos equipamentos, levando-se em considerao o cenrio, os atores e osmovimentos de cmera.

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    5. Estudos de caso

    A imagem constitui o elemento de base da linguagem cinematogrfica. Ela amatria prima flmica e, simultaneamente, uma realidade particularmente

    complexa. A sua gnese , com efeito, marcada por uma ambivalncia profunda; o produto da atividade automtica de um aparelho tcnico capaz de reproduzirexata e objetivamente a realidade que que apresentada, mas ao mesmo tempoesta atividade dirigida no sentido preciso desejado pelo realizador. A imagemassim obtida um dado cuja existncia se coloca simultaneamente em vrios nveisda realidade, em virtude de um certo nmero de caracteres fundamentais(MARTIN, 2005:27).

    Para o desenvolvimento deste item, elaborou-se uma lista de filmes premiados ouapreciados pela autora deste artigo para uma posterior seleo de cenas a serem analisadas.Os filmes escolhidos possuem gneros diversos e, em consequncia disso, possuem aspectosvisuais que variam segundo o enredo e a tecnologia empregada. Para a compreenso do usoda luz, cenas dos filmes foram salvas como imagens para que fossem utilizadas neste artigo,observando se as so cenas bem iluminadas; se existem muitas sombras e trevas; qual opropsito de tal iluminao; se o foco de iluminao est em um personagem ou objeto; se afonte da luz realista, simblica, destinada a chamar a ateno do pblico ao detalhe, ouusada para aumentar um carter ou a personalidade do ator; ou se as sombras so usadaspara esconder, para dramatizar ou para simbolizar aspectos do carter, ao ou tema(USING, 2003). A seguir, apresentam-se os estudos de caso realizados, relacionando omximo de elementos compositores das pelculas, destacando a luz como linguagemcinematogrfica, atuando como um dos itens mais importantes para a expresso de ideias,sentimentos e realidades.

    5.1 Laranja MecnicaA Clockwork Orange (Laranja Mecnica) um filme lanado em 1972, dirigido e produzidopelo renomado diretor Stanley Kubrick. Trata-se de uma adaptao do romance de 1962, demesmo nome, do escritor britnico John Anthony Burges Wilson (1917-1993), o qualapresenta como tema o confronto entre a moral e liberdade. A histria se passa em umaLodres futurstica e gira em torno do protagonista sociopata Alex, interpretado por MalcolmMcDowell, que vai preso, por ser lder de uma gangue de delinquentes, e submetido, aolongo de sua priso, a um tratamento com experimentos destinados a inibir os impulsosdestrutivos do ser humano. A atmosfera do filme de excentricidade, violncia e histeris,

    marcada por cenas grficas e pertubadoras. Kubrick cria imagens frias e realistas, atravs daexplorao da arquitetura e da cidade, geralmente tirando proveito da iluminao natural. Afotografia do filme , de modo geral, criativa, ao interagir com a trilha sonora e o elenco, eprecisa, destacando a psicodelia e o carter metafrico das cenas.Na cena abaixo (Figura 1), nota-se que a mesma foi registrada em um dia nublado. Nestecaso, todo o cu atua como uma fonte luminosa: a luz tnue e difusa e as sombras sosuaves, produzindo uma imagem de baixo contraste. O cu nublado, que no aparece nacena, cria reflexos prateados sobre a gua. A atmosfera urbana se apresenta fria, rgida,funcional e inspita, o que se tornou possvel com o emprego da luz apagada e plida dosdias sem sol.

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    Figura 1Cena do filme Laranja MecnicaFonte: Pinterest (2015)

    5.2 Star WarsEpisdio V: O Imprio Contra-AtacaA saga Star Wars de George Lucas teve um impacto significativo na cultura popularcontempornea . Referncias a Star Wars esto profundamente enraizados na culturapopular . O primeiro filme de Star Wars foi lanado em 1977, sendo um unificador cultural,apreciado pelo mais variado tipo de pblico. O filme tambm ajudou a lanar o boom defico cientfica da dcada de 1970 e incio de 1980, trazendo um novo gnero para ocinema: o blockbuster. Star WarsEpisdio V o segundo filme e quinto captulo da srie

    de filmes deGeorge Lucas.Lanado originalmente no dia 21 de Maio de1980,o filme, aolongo do tempo, provou ser um dos filmes mais populares entre fs e crticos. A histriaconta sobre as contnuas lutas entre aAliana Rebelde e oImprio Galctico.No filme, Lukecomea um verdadeiro treinamentoJedi comYoda,aps a sugesto doesprito deObi-Wan.Em um emocionante confronto comDarth Vader,Luke deve encarar seu destino.Na cena a seguir (Figura 2), a cena tem como fonte de iluminao fontes de luz artificiais. uma iluminao utilizada para situar o espectador no local em que se desenolve o enredo:percebe-se que, neste momento, a histria se passa no Imprio. O Imprio se define comoum mundo inspito e altamente tecnolgico, sendo o personagem Darth Vader a

    personificao dessa esttica: usa uma armadura preta brilhante e tem luzes eequipamentos eletrnicos presos ao seu corpo. As superfcies do Imprio so bastantereflexivas, planas e esto repletas de de pontos de luz artificial. J nas cenas associadas Aliana Rebelde, o entorno composto por formas orgnicas de superfcies pouco reflexivase iluminado de maneira natural (Figura 3). A diferena entre luz artificial e luz natural reforaainda a dualidade entre o bem e o mal.

    http://pt.starwars.wikia.com/wiki/George_Lucashttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/1980http://pt.starwars.wikia.com/wiki/Alian%C3%A7a_Rebeldehttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Imp%C3%A9rio_Gal%C3%A1cticohttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Jedihttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Yodahttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Fantasma_da_For%C3%A7ahttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Obi-Wan_Kenobihttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Darth_Vaderhttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Darth_Vaderhttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Obi-Wan_Kenobihttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Fantasma_da_For%C3%A7ahttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Yodahttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Jedihttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Imp%C3%A9rio_Gal%C3%A1cticohttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/Alian%C3%A7a_Rebeldehttp://pt.starwars.wikia.com/wiki/1980http://pt.starwars.wikia.com/wiki/George_Lucas
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    Figura 2Cena do filme Star Wars Episdio VFonte: Flickr (2015)

    Figura 3Cena do filme Star Wars Episdio VFonte: Flickr (2015)

    5.3 O Fabuloso Destino de Amlie PoulinO Fabuloso destino de Amlie Poulain uma obra do cineasta francs Jean -Pierre Jeunet,lanada no ano de 2001, composta por cenas que dividem a ateno do espectador entre oenredo e a composio vibrante, com o uso das cores verde e vermelho, resultando em umafotografia diferenciada, equilibrada com tons pastis e com amarelos e azuis saturados, emdeterminados momentos. Tal fotografia foi executada a partir da introduo de tcnicasdigitais, as quais funcionaram como um filtro na manipulao quase ilimitada da fotografiadas imagens, favorecendo o um novo exerccio da criatividade no cinema. Este filme consisteem um belo exemplo de captao de imagens para posterior ajuste digital; pois para se criaros efeitos finais, uma complexa paleta de cores foi obtida partir de cores extradas dos

    cenrios via manipulao digital. O efeito obtido, com as saturaes aumentadas e astonalidades derivadas, criou climas inslitos na fronteira entre o realismo e a fantasia(EBERT, 2010).Na cena a seguir (Figura 4), em que Amlie observa atentamente pela janela, vrios efeitospodem ser facilmente percebidos. A fonte de luz predominante na cena est na frente daprotagonista, fazendo com que esta se torne o ponto focal na composio: a luz recaediretamente sobre a personagem, deixando o resto da imagem em penumbra. A imagem seapresenta em um tom amarelado, efeito este que se repete quando Amlie reflete sobre si esobre os outros, em momentos de obteno de respostas aos seus questionamentos ecuriosidades. As outras cores aparecem sutilmente na cena: so o verde e o vermelho,

    estando presentes nos objetos fora de foco situados em primeiro plano (efeito das lentesdas cmeras) e na saia da personagem. possvel ainda notar na cena fenmenos fsicos

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    como a refrao direta transmisso da luz pelo vidro transparente da janela e refraoindiretatransmisso da luz pelo material translcido dos vasos.

    Figura 4Cena do filme O Fabuloso Destino de Amlie PoulinFonte: Pinterest (2015)

    5.4 Sin CitySin City um filme americano de 2005 dos gneros romance, ao, terror, suspense ehumor negro baseado nos quadrinhos de mesmo ttulo de autoria do americano FrankMiller,tambm responsvel pela direo da pelcula. Em suas obras, Miller, utiliza linguagemsombria com desenhos marcados pelo alto contraste, tomando como referncia os filmesnoir. Em Sin City, a imagem apresenta-se em preto e branco com saturao em coresespecficas, como o vermelho ou laranja. Quanto luz, esta tende a ser dura e direcionada,produzindo altos contrastes, com zonas estouradas e zonas de muita sombra, estabelecendo

    efeitos dramticos. A luz tambm influencia na cor, com resultados muito mais saturados eintensos at o ponto em que a prpria luz comea a embranquecer a imagem. O intensocontraste entre claros e escuros deste filme gera grande dramaticidade e sensualidade, almde produzir um interessante efeito na imagem quase a transformando em um desenho, deto fortes que se tornam as linhas. A cor vermelha, que aparece bastante saturada, explorada no filme para expor simbolismos: paixo, consumismo, morte (Figura 5).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Filmehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/2005_no_cinemahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Romancehttp://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Terrorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Suspensehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Humor_negrohttp://www.omelete.com.br/quadrinhos/a-trajetoria-de-frank-miller/http://www.omelete.com.br/quadrinhos/a-trajetoria-de-frank-miller/http://pt.wikipedia.org/wiki/Film_noirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Film_noirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Film_noirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Film_noirhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Film_noirhttp://www.omelete.com.br/quadrinhos/a-trajetoria-de-frank-miller/http://www.omelete.com.br/quadrinhos/a-trajetoria-de-frank-miller/http://pt.wikipedia.org/wiki/Humor_negrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Suspensehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Terrorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Romancehttp://pt.wikipedia.org/wiki/2005_no_cinemahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Filme
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    Figura 5Cena do filme Sin City

    Fonte: Youtube (2015)5.5 O Discurso do ReiKings Speech (O Discurso do Rei) um filme britnico, lanado em 2010, que aborda a

    histria de George, um personagem da realeza britnica, e a incessante busca pela cura desua gagueira, iniciada nos seus 4 anos de idade. Escrito por David Seidler e dirigido por TomHooper, a histria narrada se passa na dcada de 1930, demonstrando a relevncia dosdiscursos da realeza sociedade britnica, razo pela qual o protagonista v-se pressionado busca de um tratamento eficaz sua condio, sobretudo quando o mesmo se v obrigadoa ocupar o posto de Rei da Inglaterra com a abdicao do trone por seu irmo, Edward, em1936. nesse contexto que o protagonista submete-se a tratamentos dos mais diversos e

    que exploram seu estado psicolgico e emocional, bastante ressaltado atravs da fotografiae do enquadramento de cenas, os quais transmitem ao espectador um ambiente claro eambguo, bem como a sensao de deslocamento e diminuio do protagonista ante seudesconforto com o microfone e com o pblico que o assiste. A iluminao e a gamacromtica do filme foram selecionadas de modo a o classificar como uma histria de poca,priorizando tons pastis, contraste escasso e a iluminao natural (Figura 6).

    Figura 5Cena do filme O Discurso do ReiFonte: Youtube (2015)

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    5.6 Django LivreTrata-se de um filme de aventura e faroesteestadunidense de 2012 escrito e dirigido porQuentin Tarantino. A histria descreve a vida de um negro que se torna um caador derecompensas, e que passa a ter como meta crucial de sua sofrida existncia resgatar aesposa, sendo este enredo uma das mais brutais e enfticas exposies da escravido

    americana do perod pr-Guerra Civil. Diante de um roteiro original inspirado, odiretor induz o espectador a refletir sobre o tema racial a todo instante, at mesmo comseus minuciosos detalhes. Quanto fotografia, este filme se inspirou nos filmes de faroesteou cowboy, gnero associado ao desenvolvimento da indstria cinematogrfica americana,popular entre os anos 1930 e 1960. A iluminao do filme acompanha cada cenrio:iluminaes internas que se assemelham ao efeito luz de velas e candeeiros de gs eiluminao externas que se passam em plena luz do dia, tendo o sol como fonte de luzprimria. No caso da imagem a seguir, utilizou-e o sol como uma fonte de luz parareproduzir o efeito de retroiluminao, proporcionando um grande contraste, destancandoos protagonistas em relao ao entorno. Esse recurso, denominado luz de volta, foi bastante

    utilizado nos primeiros filmes de faroeste, para criar efeitos silhueta (Figura 6).

    Figura 6Cena do filme Django Livre Fonte: Youtube (2015)

    6. Concluso

    Ao se estudar a evoluo do cinema, percebeu-se que as tcnicas de iluminao foram setransformado de acordo com as tecnologias de cada poca, bem como de acordo com operodo histrico e cultura de cada cineasta. A iluminao nos filmes surgiu inicialmente coma funo de iluminar e criar cenas realsticas; passando, posteriormente a incorporar cenas

    com efeitos criativos, permitindo, a partir de ento, o uso da luz como linguagem. A luz umelemento essencial na criao de imagens no cinema; pois, a luz , em primeiro lugar,essencial viso e, depois, porque, atravs do estudo das tcnicas e da aplicao racionaldas tecnologias, controla e narrao. Percorrer a histria do cinema e da luminotcnicapermitiu a percepo de como a luz utilizada nos filmes para representar noes detempo, espao e simbolismo, manipulando as reaes do pblico, fazendo com que oespectador se envolva no enredo. Os estudos de caso apresentados, por sua vez,funcionaram para consolidar a teoria apreendida. Iluminao no cinema uma rea do

    conhecimento bastante especfica, o que acabou por dificultar a elaborao do artigo, j quea autora do mesmo atua nas reas de arquitetura e urbanismo; no deixando, contudo, deproporcionar interesse e novos saberes, visto que o cinema exerce um grande poder deseduo sobre todos. Sendo assim, essa pesquisa, alm de ajudar a compreender a luz no

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_de_aventurahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_de_faroestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/2012_no_cinemahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Quentin_Tarantinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Quentin_Tarantinohttp://pt.wikipedia.org/wiki/2012_no_cinemahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9ricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_de_faroestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_de_aventura
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    cinema, contribui profissionalmente, j que permitir explorar novas formas de explorar aluz nos projetos de arquitetura, diferentes das composies adotadas usualmente.

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    artistas. Barcelona: Blume, 2011.

    FILMES

    DJANGO Livre.Direo: Quentin Tarantino. Produo: Stacey Sher e outros. Intrpretes:Jamie Fox, Leonardo DiCaprio e outros. Roteiro: Quentin Tarantino. Fotografia: RobertRichardson. Estados Unidos da Amrica: The Weinstein Company, c2012. 1 DVD (165MIN),Color. The Weinstein Company.

    LARANJA Mecnica. Direo: Stanley Kubrick. Produo: Stanley Kubrick. Intrpretes:

    Malcolm McDowell, Patrick Magee, Adrienne Corri e outros. Roteiro: Stanley Kubrick.Msica: Walter Carlos. Fotografia: John Alcott. Estados Unidos da Amrica: The WeinsteinCompany, c2010. 1 DVD (118MIN), Color. Produzido por UK Film Council, See-saw films eBedlam productions.

    O DISCURSO do rei. Direo: Tom Hooper. Produo: Iain Canning, Emile Sherman e GarethUnwin. Intrpretes: Colin Firth, Helena Carter e outros. Roteiro: David Seidler. Msica:Alexandre Desplat. Fotografia: Danny Cohen. Estados Unidos da Amrica: Warner Brothers,c1971. 1 DVD (136MIN), Color. Produzido por Warner Video Home.

    O FABULOSO Destino de Amlie Poulin. Direo: Jean-pierre Jeunet. Produo: Jean-MarcDeschamps e Claudie Ossard. Intrpretes: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Yolande

  • 7/25/2019 A luz como elemento fundamental para acriao de imagens na arte cinematogrfica

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    Moreau e outros. Roteiro: Guillaume Laurant e Jean-Pierre Jeunet. Msica: Yann Tiersen.Fotografia: Bruno Delbonnel. Frana: 20th Century Fox, c2001. 1 DVD (122MIN), Color.Produzido porUGC Fox Distribution,France 3 Cinma,Canal+ eUGC.

    SIN City. Direo: Frank Miller e Robert Rodriguez. Produo: Elizabeth Avellan, Frank Miller

    e Robert Rodriguez. Intrpretes: Bruce Willis, Jessica Alba, Elijah Wood e outros. Roteiro:Frank Miller e Robert Rodriguez. Msica: Robert Rodriguez. Fotografia: Robert Rodriguez.Estados Unidos da Amrica: Miramax Films, c2005. 1 DVD (124MIN), Color. Produzido porDimension Films e Troublemaker Films.

    STAR Wars Episdio V: O Imprio Contra-Ataca. Direo: Irvin Kershner. Produo: GaryKurtz. Intpretes: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Billy Dee Williams, AnthonyDaniels e outros. Roteiro: Leigh Brackett, Lawrence Kasdan, George Lucas. Msica: JohnWilliams. Fotografia: Peter Suschitzky. Estados Unidos da Amrica: 20th Century Fox, c1980.1 DVD (124MIN), Color. Produzido por Lucasfilm.

    IMAGENS

    FLICKR. Disponvel em: . Acesso em 20 de janeiro de 2015.

    PINTEREST. Disponvel em: . Acesso em 20 de janeiro de 2015.

    YOUTUBE. Disponvel em: . Acesso em 20 dejaneiro de 2015.

    http://en.wikipedia.org/wiki/UGC_Fox_Distributionhttp://en.wikipedia.org/wiki/France_3_Cin%C3%A9mahttp://en.wikipedia.org/wiki/Canal%2Bhttp://en.wikipedia.org/wiki/UGC_%28cinema_operator%29http://en.wikipedia.org/wiki/UGC_%28cinema_operator%29http://en.wikipedia.org/wiki/Canal%2Bhttp://en.wikipedia.org/wiki/France_3_Cin%C3%A9mahttp://en.wikipedia.org/wiki/UGC_Fox_Distribution