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Tiragem: 27000 País: Portugal Period.: Trimestral Âmbito: Outros Assuntos Pág: 46 Cores: Cor Área: 23,00 x 27,50 cm² Corte: 1 de 5 ID: 62437613 01-01-2016 46 PAIXÃO PELO VINHO • EDIÇÃO 64 TRENDY VINHO VERDE YOUNG PROJECTS A filosofia assenta num regresso às origens para criar vinhos inspirados pelos seus antepassados.

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Page 1: A loso a assenta num regresso às origens ... - Vinho Verde · do Vinho V erde existem muitos traços em comum nas produções provadas. É de sa-lientar a evidente frescura, a marcante

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46 • PAIXÃO PELO VINHO • EDIÇÃO 64

TRENDY

VINHO VERDE YOUNG PROJECTS

A filosofia assenta num regresso às origens para criar vinhos inspirados

pelos seus antepassados.

Page 2: A loso a assenta num regresso às origens ... - Vinho Verde · do Vinho V erde existem muitos traços em comum nas produções provadas. É de sa-lientar a evidente frescura, a marcante

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No panorama vínico nacional têm apareci-do com frequência vários produtores que se agrupam tendo em vista a maximização e a rentabilização dos mais variados recursos, produtos e, muito importante, da imagem. Estes grupos, frequentemente congregam produtores já com alguma reputação no mercado nacional e internacional, no en-tanto, através destas agremiações mais ou menos informais, conseguem ganhar ain-da mais projeção mediática.Na região dos Vinhos Verdes foi criado, em junho de 2015, um grupo constituído por quatro produtores (Joana Santiago, João Camizão Rocha, Miguel Queimado e Vasco Magalhães), intitulado “Vinho Ver-de Young Projects”, cuja filosofia assenta num regresso às origens para criar vinhos inspirados pelos seus antepassados.A jovem produtora Joana Santiago é advo-gada de profissão, mas concomitantemen-te, é o rosto do projeto familiar Quinta de Santiago, cuja paixão pelos vinhos e energia para o trabalho lhe foram legadas pela avó. Esta Quinta está situada em Monção, na sub-região de Monção e Melgaço, e está na posse da família desde 1899. Em 2009 nasceu o projeto Quinta de Santiago. Um empreendimento familiar, que as três ge-rações da família abraçaram, associando a tradição e conhecimentos da geração mais antiga à modernidade e entusiasmo da ge-ração mais jovem na criação de vinhos que expressassem as caraterísticas do “terroir”

e ao mesmo tempo refletissem a persona-lidade desta casta autóctone portuguesa que é o Alvarinho. Apostam, por essa razão, numa pequena produção (6,5 hectares). O produtor João Camizão Rocha tem os seus vinhedos (9 hectares), na sub-região de Amarante e é a quarta geração pro-dutora. Comercializa o vinho Sem Igual desde 2012, que é composto por Arinto e Azal. Formado na área das engenharias, esteve destacado na Índia onde trabalhou a liderar um projeto numa multinacional durante dois anos e meio; no regresso a Portugal, sentiu que tinha de arrancar com um projeto inovador na área dos vinhos. O nome Sem Igual refere-se à ideia de um estilo diferente da maior parte dos vi-nhos feitos com estas castas, a partir de parcelas muito pequenas, de diferentes altitudes e vinhas com idades entre os 4 e os 40 anos. Em 2012 começou uma pós-graduação em viticultura e enologia pela Faculdade de Ciências do Porto onde co-nhece Miguel Queimado.A MQ Vinhos, encabeçada por Miguel Quei-mado, é uma jovem empresa familiar que abraçou a produção de vinhos “premium” da casta Alvarinho. Esta está localizada na Quinta do Mato, no cerne da sub-região de Monção e Melgaço, sendo já considerada uma zona de altitude dentro da região, e é propriedade da família desde 1683. O produtor Vasco Magalhães tem a sua ex-ploração agrícola na zona de Baião, próxi-

ma da região demarcada do Douro e com-preende 40 hectares de vinhas sendo a família produtora de vinho há sete gerações. No entanto, foi apenas em 2008 e pela pri-meira vez na história da família que se criou uma marca de vinhos: Cazas Novas, nome que pertence a outra casa da família, cons-truída no século XVIII. Os vinhos proveem das castas Avesso, Loureiro e Azal.Uma das razões principais para a junção destes produtores foi demonstrar a he-terogeneidade das sub-regiões, tendo em conta as diversas castas e solos daRegião dos Vinhos Verdes. Quando se apresentam em conjunto, convidam as pessoas a viajar pelos diferentes perfis da região, com um carácter inovador na forma como transformam os seus pequenos problemas individuais em oportunidades para revelarem produtos complementares em valor e volume. O factor económico será também a con-siderar, uma vez que todos apresentam pequenas produções para lançar anual-mente no mercado, mas que em conjun-to representam já cerca de 50.000 gar-rafas (com perspectivas de aumentarem num futuro próximo, não só em número de garrafas como em referências), o que em termos de escala dá certamente ou-tra escala e visibilidade dentro do circui-to comercial dos vinhos, do público em geral e dos media.A associação que entretanto se estabele-

Vinho Verde Young ProjectsQuem são e para onde vão

> texto Marco Lourenço e Paulo Pimenta > fotografia Carlos Figueiredo

A região do Vinho Verde apresenta grande dinamismo e criatividade. Desta vez vamos apresentar um grupo de jovens produtores oriundos desta região que se apresentam num grupo denominado Vinho Verde Young Projects.

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ceu entre os produtores tem vindo a resul-tar numa permanente troca de conheci-mentos, procedimentos e materiais. No futuro, os Vinho Verde Young Projects não descartam a possibilidade de conce-berem vinhos em comum e de envereda-rem pela produção individual de vinhos tintos, como já acontece em alguns outros produtores de uma região que, curiosa-mente, no início do séc. XX, era essencial-mente produtora de vinhos tintos. O forte e acentuado carácter destes “verdes” tin-tos associados a uma rusticidade típica de uma zona de pequena produção, fez com que estes vinhos fossem sempre difíceis de associar a tudo o que não fosse alguma

gastronomia regional ou a mero consumo caseiro. Mas também isso está, hoje em dia, a mudar, com produtos que nos remetem para esses tempos, mas muito mais polidos e consensuais.Muito embora os vinhos produzidos te-nham origens em três das nove sub-regiões do Vinho Verde existem muitos traços em comum nas produções provadas. É de sa-lientar a evidente frescura, a marcante aci-dez e a invulgar capacidade de envelheci-mento que evidenciaram na prova vertical realizada. É de destacar, igualmente, a se-melhante filosofia de negócio, com produ-tos parecidos dirigidos ao mesmo mercado e com os mesmos padrões de qualidade.

PROVADE VINHOSO Quinta de Santiago 2014 Alvarinho é um vinho cheio de frescura, fruta verde, vegetal, tem acidez marcante e um final de boca prolongado. A co-lheita de 2013 mantém as características mas com notas de fruta madura em destaque. A edição de 2012 revela um vinho fres-co, untuoso, com acidez marcante, que deixa um final de boca prolongado.Os vinhos Sem Igual (2014, 2013 e 2012) são marca-damente frescos, fruta-dos e com boa acidez. O nosso destaque vai para a colheira de 2012, mais ex-pressivo. Também provamos os Vale dos Ares 2014, 2013 e 2012, Alvarinho. A colhei-ta de 2014 revela frescura, fruta tropical e boa acidez. O mesmo acontece com a colheita de 2013, sendo as notas frutadas mais in-tensas em frutos verdes. O que mais nos cativou foi o 2012, com boa frescura, mineral, pederneira, notas de fruta madura, acidez e bom final de boca.Por fim, os vinhos Cazas Novas (Avesso). Na prova o 2014 e o 2012 são idên-ticos, equilibrados, com boa frescura, notas fruta-das e acidez correta. O Cazas Novas 2011, se-duz pela frescura, é ape-trolado, tem boa acidez e revela notas de evolução bem presentes.

Estas características análogas a todos os vinhos confere-lhes um forte carácter e identidade. Este grupo é constituído por jovens produ-tores que, tal como os vinhos da região de onde proveem, são jovens, arrojados, com nervo e que podem envelhecer muito bem. Os criadores deste grupo esperam, num espaço de dez anos, afirmarem-se como produtores de referência na sua região.

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046. Trendy Vinho Verde Young Projects

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