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A LITERATURA NO CONTEXTO ESCOLAR: CONSIDERAÇÔES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE E ESCRITA ATRAVÉS DA LEITURA E PRODUÇÃO DE GÊNEROS LITERÁRIOS Anderson Leandro Gama Silva, Maria Geovana Ferreira da Silva, Maria Patrícia Gomes Ferraz, Victoria Maria Brugalli Chagas Cagliari 1 Subprojeto Letras UAG/UFRPE 2 – Escola Estadual Professora Elisa Coelho – Granhuns -PE. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected] INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo relatar os resultados parciais do projeto A literatura no contexto escolar: desenvolvimento da oralidade e escrita através da leitura e produção de gêneros literários, realizado por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), na Escola estadual Professora Elisa Coelho, da cidade de Garanhuns PE, no 8º ano “C” do ensino fundamental e no 1º ano “B” e 2° ano “D” do Ensino Médio, durante o ano de 2017. Esse projeto surgiu a partir da observação dos alunos em sala de aula e foi possível perceber, ao longo da diagnose e do acompanhamento constante, que as principais dificuldades enfrentadas são no campo da escrita, leitura e interpretação. Pensando nisso, foram desenvolvidas atividades com o intuito de trabalhar essas dificuldades. Para a elaboração desse projeto, foram utilizados, como suporte teórico, conceitos básicos apresentados por Cosson (2014), bem como, orientações sugeridas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco. Tomando por base o letramento literário proposto por Rildo Cosson (2014), para a realização das atividades, adotamos a metodologia proposta pelo autor, a saber: motivação, introdução, leitura e interpretação. Logo as atividades realizadas contemplaram trabalhos com leitura, análise e escrita. É importante esclarecer que trabalhamos com a leitura e escrita de contos acompanhadas de práticas de oralidade, e, para isso, fazemos uso de gêneros orais, como orientam os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa do Estado de Pernambuco (2012, p. 28) “nas práticas de oralidade em função de um foco na escrita, podem ser introduzidos gêneros como seminário, entrevista, debate regrado”. 1 Os autores são bolsistas PIBID/CAPES, com Maria Patrícia Gomes Ferraz como supervisora na Escola Estadual Professora Elisa Coelho. 2 Angela Valéria Alves de Lima/Diana Vasconcelos Lopes - Coordenadoras de área do Subprojeto de Letras UAG/UFRPE – Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected]; Márcia Félix da Silva Cortez, Niege da Rocha Guedes - Orientadoras. E-mails: [email protected], [email protected].

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A LITERATURA NO CONTEXTO ESCOLAR: CONSIDERAÇÔES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE E ESCRITA ATRAVÉS DA LEITURA

E PRODUÇÃO DE GÊNEROS LITERÁRIOS

Anderson Leandro Gama Silva, Maria Geovana Ferreira da Silva, Maria Patrícia Gomes Ferraz, Victoria Maria Brugalli Chagas Cagliari1

Subprojeto Letras UAG/UFRPE2 – Escola Estadual Professora Elisa Coelho – Granhuns -PE. E-mails:[email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo relatar os resultados parciais do projeto

A literatura no contexto escolar: desenvolvimento da oralidade e escrita através da

leitura e produção de gêneros literários, realizado por meio do Programa Institucional

de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), na Escola estadual Professora Elisa Coelho,

da cidade de Garanhuns PE, no 8º ano “C” do ensino fundamental e no 1º ano “B” e 2°

ano “D” do Ensino Médio, durante o ano de 2017.

Esse projeto surgiu a partir da observação dos alunos em sala de aula e foi

possível perceber, ao longo da diagnose e do acompanhamento constante, que as

principais dificuldades enfrentadas são no campo da escrita, leitura e interpretação.

Pensando nisso, foram desenvolvidas atividades com o intuito de trabalhar essas

dificuldades.

Para a elaboração desse projeto, foram utilizados, como suporte teórico,

conceitos básicos apresentados por Cosson (2014), bem como, orientações sugeridas

pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e Parâmetros para a Educação Básica do

Estado de Pernambuco.

Tomando por base o letramento literário proposto por Rildo Cosson (2014),

para a realização das atividades, adotamos a metodologia proposta pelo autor, a

saber: motivação, introdução, leitura e interpretação. Logo as atividades realizadas

contemplaram trabalhos com leitura, análise e escrita.

É importante esclarecer que trabalhamos com a leitura e escrita de contos

acompanhadas de práticas de oralidade, e, para isso, fazemos uso de gêneros orais,

como orientam os Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa do Estado de

Pernambuco (2012, p. 28) “nas práticas de oralidade em função de um foco na escrita,

podem ser introduzidos gêneros como seminário, entrevista, debate regrado”.

1Os autores são bolsistas PIBID/CAPES, com Maria Patrícia Gomes Ferraz como supervisora na Escola Estadual Professora Elisa Coelho. 2 Angela Valéria Alves de Lima/Diana Vasconcelos Lopes - Coordenadoras de área do Subprojeto de Letras UAG/UFRPE – Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected]; Márcia Félix da Silva Cortez, Niege da Rocha Guedes - Orientadoras. E-mails: [email protected], [email protected].

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Além disso, não poderíamos deixar de trazer para nosso projeto algumas

orientações dos PCNs, no que se refere à proposta de ensino da escrita. Apoiamo-nos

no referido documento, quando enfatiza que:

O texto produzido pelo aluno, seja oral ou escrito, permite identificar os recursos linguísticos que ele já domina e os que precisa aprender a dominar, indicando quais conteúdos precisam ser tematizados, articulando-se à prática de escuta e leitura e de análise linguística. (BRASIL, 2001, p. 37).

Partindo desta orientação, trabalhamos para que nossos alunos desenvolvam

habilidades e competências no âmbito da oralidade e escrita. Diante disso,

ressaltamos que, buscamos apoio na leitura de contos para trabalhar a escrita do

aluno, pois, como sugere os PCNs, precisamos levá-los a desenvolver aquilo que

ainda não dominam.

OBJETIVOS

Este projeto além de promover uma melhor formação aos bolsistas de Iniciação

à Docência (ID) a ele vinculados, traz como objetivo principal a inserção dos alunos no

universo literário respaldando-se na leitura e produção de gêneros literários, a fim de

se trabalhar a oralidade e a escrita.

METODOLOGIA

O presente projeto está dividido em duas etapas, a primeira consiste na

realização de ações pedagógicas que possibilitam o desenvolvimento da oralidade,

enquanto, a segunda etapa, o foco é voltado para a escrita.

Na turma do 1º ano B, é requerida semanalmente a produção de um conto para

os alunos praticarem a escrita. Os contos são produzidos com base em textos de

músicas, e de temas escolhidos previamente em sala. Antes da produção é trabalhada

a leitura. Logo após, os textos são corrigidos individualmente com cada aluno. Todos e

quaisquer erros são conversados e reavaliados para que possam ser evitados nas

próximas produções. Os alunos são aconselhados a melhorar, inclusive, além de

aspectos gramaticais e de concordância, aspectos que tornam seu texto mais fluente e

notório.

No 2º ano “D”, a fim de situar os alunos, nas aulas iniciais, apresentou-se o

gênero literário conto, em seguida, tomando como base contos das escolas literárias

Realismo e Naturalismo, o projeto segue com realizações de leituras, acompanhadas

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de debates regrados e seminários. Feito isso, as atividades caminham para produções

e resultam na contação dos contos produzidos pelos alunos.

Já no 8° ano “C”, existe um processo de familiarização dos estudantes com a

literatura, levando-se o gênero Conto inicialmente para que possamos situar os alunos

dentro da oralização da escrita desses contos, como o desenvolvimento dos

seminários e debates a respeitos dos assuntos tratados no gênero literário apreciado

no momento, levando em consideração a oralidade que está proposta nesta etapa do

projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este projeto encontra-se em andamento e está gerando diversos resultados, os

quais consistem no desenvolvimento do domínio da oralidade. Nas turmas em está

sendo aplicado o projeto, cerca de 40% dos alunos está apresentando de maneira

satisfatória melhoria na expressividade, exposição de argumentos e pontos de vista, o

que ocorre por meio de rodas de leituras, análises, debates regrados e seminários.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando os dados obtidos foi possível constatar um bom desenvolvimento

em relação aos conceitos apresentados em sala de aula. Contudo, um problema

enfrentado foi o não comprometimento de alguns dos alunos, sendo estes os que

obtiveram menor rendimento. Logo, faz-se necessário criar meios de reverter esse

quadro, visando às intervenções que estão em andamento para que possamos obter

os resultados esperados dentro do prazo estabelecido e que possamos fazer com que

os estudantes avancem nas competências da Oralidade e da Escrita.

REFERÊNCIAS BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: Língua Portuguesa. Brasília MEC/SEF, 2001. COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. 2. Ed. São Paulo: Editora Contexto, 2014, pp. 45-73. PERNAMBUCO. Parâmetros curriculares para a Educação Básica do Estado de Pernambuco. 2012.

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GÊNEROS TEXTUAIS NA MÍDIA E NA LITERATURA: LEITURA E PRODUÇÃO

Écia Mônica Leite de Lima Freitas, Gabriel Cantilino Santos, Hévilla Kristiane Brito de

França Assis, Lorrayne Johanson de Abreu, Pedro Henrique Ferreira da Rocha1 Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2 – Escola estadual Professora Elisa Coelho

– Garanhuns– PE. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected], [email protected].

INTRODUÇÃO

Neste trabalho, temos por objetivo apresentar três subprojetos desenvolvidos

no contexto do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e

executados, no ano de 2017, na Escola Estadual Professora Elisa Coelho – situada

em Garanhuns-PE –, que é vinculada ao referido programa, através da Universidade

Federal Rural de Pernambuco/ Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/UAG).

Para o delineamento da proposta de tais projetos, partimos de um ponto comum,

que permite a similaridade entre eles e, ao mesmo tempo, a diversidade de objetivos

que têm e de resultados que alcançaram: os gêneros textuais, pela sua relevância

pedagógica e suas múltiplas possibilidades investigativas e de aplicabilidade. Assim,

priorizamos dois gêneros, da mídia e da literatura, enfatizando ora a leitura, ora a

produção do mesmo gênero.

O subprojeto um, doravante SP1, intitulado O letramento literário através da

intersemiose: o conto e as artes plásticas, tem como objetivo contribuir, em sala de

aula, com o desenvolvimento das práticas de leitura e escrita, através dos artifícios da

intersemiose. O subprojeto dois, doravante SP2, intitulado A importância da literatura

no mundo que nos rodeia, tem como objetivos principais: despertar o desejo pela

leitura, desenvolver o senso crítico e a sensibilidade literária e realizar a produção

escrita do gênero “conto”. E o subprojeto três, enfim, doravante SP3, intitulado O

gênero entrevista na construção de um sujeito social público, tem como objetivos

principais: inserir os alunos em práticas de letramento, propiciar a apropriação do

gênero “entrevista jornalística” e produzi-lo.

REFERENCIAL TEÓRICO E METODOLOGIA

1Os autores são bolsistas PIBID/CAPES, com Écia Mônica Leite de Lima Freitas como supervisora na Escola Estadual Professora Elisa Coelho. 2 Angela Valéria Alves de Lima/Diana Vasconcelos Lopes - Coordenadoras de área do Subprojeto de Letras UAG/UFRPE – Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected]; Gustavo Henrique da Silva Lima, Monaliza Rios Silva, Nilson Pereira de Carvalho - Orientadores. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected].

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A. SP1 - O trabalho foi construído entre os alunos do oitavo ano. A primeira etapa do

projeto foi desenvolvida com explicações voltadas às propriedades do conto e dos

processos de leitura imagética, enfatizando que ambos os textos, o verbal e o visual,

são independentes um do outro, mas que estabelecem uma relação entre si,

contribuindo com o desenvolvimento do processo de letramento. A segunda etapa

desenvolveu-se a partir de leituras, sugeridas pelos próprios alunos, dos contos do

livro "Olho morto amarelo", do Bruno Liberal, em conjunto de análises de artes

plásticas.

B. SP2 - Este projeto teve como turma alvo o primeiro ano do Ensino Médio. Foram

apresentados contos e filmes relacionados à literatura, de forma lúdica, para ilustrar a

importância desta na vida das pessoas. Foram elaboradas atividades, envolvendo

textos literários (contos), para o desenvolvimento gradual da sensibilidade literária, e o

gênero conto foi tomado como base para produções escritas de textos literários.

C. SP3 - A proposta de intervenção aqui tratada foi construída e executada numa

turma do segundo ano do Ensino Médio, baseando-se nas reflexões de Guimarães e

Kersch (2012) e Guimarães et al. (2015), sobre Projeto Didático de Gênero, e de

Schneuwly e Dolz (2004), sobre dimensões ensináveis e Sequência Didática, além de

considerar o estudo de Hoffnagel (2007) sobre entrevista, um dos gêneros do

currículo. Objetivamente, o trabalho ocorreu da seguinte forma: i) conhecimento do

perfil do entrevistado; ii) leitura/análise de exemplares do gênero; iii) exploração das

características do gênero (a partir de um modelo didático); iv) produção de script; e v)

realização/produção do gênero.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A. SP1 - Foi notória a participação dos alunos, em sala de aula, nas produções e nas

leituras, tanto dos textos escritos, quanto das imagens. Foi observado, também, o

quanto eficaz foi a escolha de um gênero curto, como o conto, para o leitor incidental

que, em sua maioria, toma a literatura e a arte com receio, por haver pouco

conhecimento a respeito de ambos.

B. SP2 - No SP2, foi possível perceber que os alunos compreenderam a importância

da literatura sob diversos aspectos, uma vez que, desde a primeira produção, notou-se

um crescimento do senso crítico e da própria sensibilidade literária, os alunos

apreenderam o conteúdo, mostraram-se cooperativos e envolveram-se nas atividades.

C. SP3 - Os alunos utilizaram a escrita, em situação real e necessária; realizaram uma

“leitura” crítica e direcionada sobre o gênero entrevista oral; produziram, em grupo,

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perguntas para constituir um roteiro que seria utilizado, como também elaboraram uma

abertura, para introdução do entrevistado; além de terem realizado a entrevista.

Houve, assim, inserção dos alunos em práticas de letramento efetivas e a condição de

sujeitos públicos foi experienciada por eles.

CONCLUSÃO

Utilizar os gêneros em nossa prática docente possibilitou a visualização de

vários caminhos que podem proporcionar o uso e a exploração da língua/linguagem,

nas aulas de língua portuguesa, bem como a aprendizagem de suas inúmeras

propriedades. Textos e imagens; literatura e sociedade; escrita, leitura e oralidade,

para a cidadania completa do indivíduo, são “objetos” de estudo carregados de e

dependentes da língua/linguagem, que se fizeram ensináveis por via dos gêneros

textuais. Desse modo, enfatizamos a relevância desses últimos para o ensino e

insistimos no trabalho que a partir dele pode emergir.

REFERÊNCIAS GUIMARÃES, A. M. de M.; CARMIN, A.; KERSCH, D. F. (Orgs.). Caminhos da construção: reflexões sobre projetos didáticos de gênero. Campinas, São Paulo: Mercado das Letras, 2015. GUIMARÃES, A. M. de M. & KERSCH, D. F. Caminhos da construção: projetos didáticos de gênero na sala de aula de língua portuguesa. Campinas, São Paulo: Mercado das Letras, 2012. HOFFNAGEL, J. C. Entrevista: uma conversa controlada. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007, pp. 180-193. SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola (Trad. e org. Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro). São Paulo: Mercado das Letras, 2004.

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CAMINHOS QUE AUXILIAM O ALUNADO DO ENSINO MÉDIO A OBTER BONS RESULTADOS NO ENEM E VESTIBULARES

Écia Mônica Leite de Lima Freitas, Joelma Sobral da Silva, José Artur dos Santos

Araújo, Mayra Moraes da Silva1 Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2 – Escola Estadual Professora Elisa

Coelho – Garanhuns – PE E-mails: [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo relatar três experiências distintas, com foco

único de auxiliar alunos do ensino médio da Escola Estadual Professora Elisa Coelho,

do município de Garanhuns – PE, a atingirem bons resultados no ENEM (Exame

Nacional do Ensino Médio) e Vestibulares, onde foi trabalhado com uma turma do 2º

ano do Ensino Médio, e duas turmas dos 3º anos “ A” e “ B” respectivamente, do

Ensino Médio, no ano de 2017. No “2º ano”, é trabalhado a língua inglesa na qual, de

acordo com Bechara, Castro e Doi (1996 apud GALVES & BUSNARDO 1983), a

leitura é considerada não apenas em sua competência linguística, mas também na sua

competência discursiva, e o conhecimento de mundo, bem como a capacidade do

leitor em dialogar com os elementos linguísticos e extralinguísticos apresentados no

texto. Enquanto que nos “3º anos”, foi elaborada uma roda de conversa universitária

como forma de incentivo aos alunos subirem mais um degrau na vida estudantil.

Vasconcelos e Silva (2005 apud CASTRO, 2001) discutem que não é tarefa fácil

ingressar em universidade pública no Brasil, e é ainda mais difícil para os estudantes

de escola pública. Pretendemos contribuir com os alunos para que consigam alcançar

chegar ao ensino superior.

METODOLOGIA

1Os autores são bolsistas PIBID/CAPES, com Écia Mônica Leite de Lima Freitas como supervisora na Escola Estadual Professora Elisa Coelho.2Angela Valéria Alves de Lima/Diana Vasconcelos Lopes - Coordenadoras de área do Subprojeto de Letras UAG/UFRPE – Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected]; Gustavo Herique da Silva Lima, Rafael Bezerra de Lima, Diana Vasconcelos Lopes – Orientadores. E-mails: [email protected],[email protected],[email protected].

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Para o desenvolvimento do projeto, foram aplicadas as seguintes ações: 1) realização

de palestra com profissionais de áreas e estudantes universitários para exporem seus

cursos e universidades; 2) A visitação dos alunos do 3º ano do ensino médio ao IFPE

(Instituto Federal de Ciências e Tecnologia de Pernambuco) para conhecerem as

instalações e os cursos ofertados; 3) Relato dos alunos envolvidos sobre o que foi

vivenciado por eles.

Quanto à produção escrita, estamos trabalhando no 3º ano “ A” a interpretação,

análise crítica e argumentativa de curtas metragens (vídeos) com temas diversos.

Após a apreciação, são formados debates em pequenos grupos de 6 a 8 alunos em

sala de aula, a fim de se apontar pontos de vista distintos sobre uma mesma temática,

para desenvolver e aprimorar a capacidade de correlacionar informações assistidas e

ampliar a visão de mundo.

Na turma do 3º ano “ B”, o conteúdo abordado na aula de língua portuguesa foi

sobre as relações lógico-discursivas presentes no texto e marcadas por conjunções.

Tivemos por objetivo tratar a gramática através de recursos midiáticos para facilitação

da aprendizagem de conectores no processo de coesão e coerência textual. A

utilização de mídias digitais foi desenvolvida através da elaboração de um jornal digital

da turma, na plataforma digital blogspot, vídeos postados na rede social youtube,

animações em power point, junto a slogans, charges, paródias e músicas.

Na turma do 2º ano do Ensino Médio, inicialmente, foi solicitado aos alunos uma

pesquisa sobre o conceito de inferência textual. Após a entrega do material solicitado,

foi trabalhado em sala de aula alguns exemplos de quadrinhos (HQ) e Charges a fim

de desenvolver a capacidade de refletir o sentido dos textos em língua inglesa. Foram

trabalhados também exemplos de questões do ENEM e Vestibulares em grupos

pequenos de 5 alunos e discutido no coletivo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Levando em consideração que o referido projeto continua a ser aplicado,

preliminarmente foi possível constatar que os resultados obtidos se mostram positivos,

uma vez que as turmas dos 3º anos “ A” e “ B” interagiram bem, tanto na palestra de

profissões quanto na visita ao IFPE e as experiências executadas em laboratórios. Na

turma do 3º ano “A”, quanto à produção escrita, argumentação e análise crítica, essas

competências continuam a ser trabalhadas mais a fundo.

Na turma do 3º ano “ B”, de forma inicial, foi possível identificar que as atividades

desenvolvidas em sala de aula, com a utilização de vídeos e power point auxiliaram na

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absorção do conteúdo pelos alunos, na etapa de desenvolvimento de charges e da

paródia, os alunos demonstraram maior interesse na realização das atividades.

Na turma de 2º ano, por sua vez, foi trabalhada a inferência textual partindo de uma

pesquisa solicitada aos discentes sobre o conceito de inferência. Tal pesquisa foi

realizada com êxito por 60% da turma, 35% das pesquisas entregues possuíam um

conteúdo superficial e não atingiam os requisitos propostos em aula e apenas 5% dos

alunos não realizaram a pesquisa. Posteriormente, foi levado à sala de aula exemplos

de quadrinhos e HQs para debate em sala, a princípio houve certa resistência dos

alunos em participar por insegurança em expressar suas opiniões diante da turma. No

entanto, à medida que o conteúdo foi apresentado, os alunos se sentiam mais

confiantes. Pretende-se agora empenhar-se na produção de quadrinhos e charges de

modo que os alunos coloquem em prática o que aprenderam em sala.

CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos nos 3º anos, através de visita de campo e palestras,

constatamos que tais atividades externas aliadas a práticas em sala de aula se

mostram eficazes para ampliação de conhecimento dos alunos e são fundamentais

para o ensino/aprendizagem. Quanto ao 2º ano, as atividades propostas resultaram, a

princípio, em certa resistência dos alunos em participarem, tendo em vista que os

mesmos se sentiam inseguros na interação diante da turma e em expressarem suas

opiniões diante dela. No entanto, à medida que o conteúdo foi sendo exposto, houve

uma postura participativa dos alunos nas aulas.

REFERÊNCIAS BECHARA, S. F. CASTRO, V. S’A. DOI, E. T. Inferência e leitura em língua estrangeira: reflexões sobre uma questão de inglês do vestibular-UNICAMP. Alfa: São Paulo, 1996. CASTRO, C. M. Educação superior e equidade: inocente ou culpada? Ensaio: avaliação de políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v. 9, n. 30, p. 110-120, 2001. MEC/SEF- Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília, 1997, volumes 1 e 2. NEVES, M. H. de M. Gramática de Usos do Português. São Paulo: Editora UNESP, 2000. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Currículo de Português para o Ensino Médio com base nos Parâmetros Curriculares do Estado de Pernambuco. VASCONCELOS, S. D. e SILVA, E. G. Acesso à universidade pública através de cotas: uma reflexão a partir da percepção dos alunos de um pré-vestibular inclusivo. Rio de Janeiro, 2005.

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GÊNEROS TEXTUAIS COMO INTERVENÇÃO DE BOLSISTAS DO PIBID EM SALA DE AULA

Carlos Frederico de Gouvea Caldas, Karla Karolynne Souza De Melo, Michael Fledson

Lourenço Cavalcante, Victor Mateus Gomes de Godoi1 Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2 – Escola Estadual Professora Elvira Viana - Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected].

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo relatar os resultados parciais do projeto

Gêneros textuais como intervenção de bolsistas do PIBID em sala de aula realizado

por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). O

projeto surgiu com o intuito de ajudar alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e

do Ensino Médio a se relacionarem com alguns gêneros textuais, os quais estão

contidos também em seus livros didáticos. Alguns gêneros trabalhados até hoje foram

a redação, charge, fábula e anúncio publicitário.

Saviani (2003, p. 13) relata a importância dos gêneros: “o trabalho educativo é

o ato de produzir, direta, intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade

que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”. Muitos dos

alunos veem os gêneros, mas não conseguem classificá-los ou saber quais as suas

características.

OBJETIVOS

Este projeto visa auxiliar os alunos a desenvolverem sua capacidade de leitura,

interpretação e escrita por meio de alguns gêneros textuais, e ainda tem como objetivo

deixar os alunos mais preparados para provas como o SAEPE e ENEM. Promove

também o desenvolvimento dos bolsistas como professores em sala de aula.

Segundo Irandé Antunes (2005, p. 23) não é surpresa que os alunos enfrentam

diversas dificuldades para escreverem: “Todos nós conhecemos também as condições

gerais em que esse estudo acontece: sem muito estímulo à leitura e sem tempo para

um persistente exercício de se escrever textos”, diz a autora, e segundo a mesma

faltam livros de orientação específica para alunos e professores. Por isso existe a

busca de materiais que realmente sejam de interesse aos alunos.

METODOLOGIA 1 Os autores são bolsistas PIBID/CAPES, com Carlos Frederico de Gouvea Caldas como supervisor na Escola Estadual Professora Elvira Viana. 2Angela Valéria Alves de Lima/Diana Vasconcelos Lopes - Coordenadoras de área do Subprojeto de Letras UAG/UFRPE – Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected]; Cristiano Soares de Lima, Diana Vasconcelos Lopes - Orientadores. E-mails: [email protected], [email protected].

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Inicialmente trabalha-se a interpretação dos gêneros através de discussões,

vídeos ou textos sobre o mesmo. Após as discussões são realizadas as primeiras

atividades, que geralmente são impressas. Algumas atividades contêm o gênero e

perguntas sobre o mesmo, onde é trabalhado a interpretação e leitura, ou eles

mesmos escrevem o gênero trabalhado naquela aula.

No caso das redações, é dado um tema e eles escrevem sobre esse tema e

são avaliados de acordo com os critérios do ENEM, os textos são devolvidos

posteriormente para a melhoria do mesmo após observações. Nos outros gêneros,

são feitas questões sobre o texto e em alguns casos os alunos tentaram fazer o

gênero trabalhado, as atividades são corrigidas e entregues em sala.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto ainda está em andamento, mas já é possível ver a desenvoltura da

maioria dos alunos aos gêneros que lhes foram dados. Não ocorre na turma inteira

pois alguns alunos infelizmente não fazem as atividades propostas na sala ou as

fazem de qualquer forma.

CONCLUSÃO

Analisando os dados obtidos foi possível constatar um bom desenvolvimento

em relação às informações e aos conceitos apresentados em sala de aula. Por ser

ainda um projeto em andamento, ainda há muito o que se fazer e observar.

Nas primeiras intervenções dos bolsistas, logo após a avaliação diagnóstica,

constatou-se um nível de deficiência de produção textual muito alta em relação a

porcentagem total dos alunos em sala. Os níveis de interpretação também estavam

precários, de forma que os alunos tinham muita dificuldade para compreender os

textos, assim as discussões sobre gêneros eram muito difíceis de serem realizadas.

Após os estímulos, as atividades didáticas e objetivas, os alunos melhoraram a

interpretação, assumindo um olhar mais crítico, e as produções puderam ser melhor

embasadas. Consideramos esse trabalho como algo fundamental na formação social e

educacional desses alunos e no aumento da possibilidade de uma busca maior pela

leitura, a melhora da escrita e também melhor desempenho em provas como a do

ENEM.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras – Coesão e coerência. 1ª edição. São Paulo: Parábola, 2005. SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 8. ed. Campinas: Autores Associados, 2003.

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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DOS GÊNEROS CHARGE E REPORTAGEM - CAMINHOS NA CONSTRUÇÃO DO ALUNO CRÍTICO-REFLEXIVO

Carlos Frederico de Gouvea Caldas, Daniele de Oliveira Honorato,

Pâmella Fernanda dos Santos Almeida1 Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2 – Escola Estadual Professora Elvira Viana

– Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca apresentar os resultados parciais dos projetos de

duas bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID,

que está sendo realizado na Escola Estadual Professora Elvira Viana, localizada em

Garanhuns – PE, nas turmas do 1º e 2º do Ensino Médio.

O objetivo geral deste trabalho é desenvolver as competências e habilidades

leitoras dos alunos, com os gêneros charges e reportagens em sala de aula, pois

esses dois textos aguçam a curiosidade e desafiam o senso crítico do aluno. O

objetivo específico foi aplicar atividades em sala de aula para que o aluno seja capaz

de comunicar-se e expressar-se criticamente, de acordo a relevância e o contexto em

que ele esteja inserido.

O trabalho com a leitura privilegia elementos relevantes do texto como a ideia

central do texto, o argumento principal defendido, a finalidade do texto, entre outros.

Dessa forma, basearemo-nos em Brandão (2006, p.59) que nos diz ser “[...] inegável

que, sem compreensão, a leitura perde todo o sentido” e Bezerra (2007, p.49) ao

afirmar que é preciso “[...] saber se o aluno compreende o que lê, porque isso é

relevante para a vida [...]” ou seja, ler também é uma forma de compreender o mundo”.

Assim, esse ensino de leitura e interpretação deve ser embasado no ensino de

gêneros textuais na escola, tendo em vista que, para o aluno alcançar a compreensão

do texto, é preciso que ele conheça sua estrutura, características e qual sua utilidade.

Visto que devemos fugir de um trabalho apenas da superfície do texto,

percebemos que o trabalho com o texto vai muito mais além, pois, para Antunes

(2013, p.15), o ensino de língua portuguesa não pode se afastar de propósitos cívicos

de tornar as pessoas cada vez mais criticas e atuantes política e socialmente.

Segundo Dolz (2010 p.40), “[..] os gêneros se configuram como entidades

intermediárias que permitem estabilizar os elementos formais e os rituais das práticas”. 1 Os autores são bolsistas PIBID/CAPES, com Carlos Frederico de Gouvea Caldas como supervisor na Escola Estadual Professora Elvira Viana.2 Angela Valéria Alves de Lima/Diana Vasconcelos Lopes - Coordenadoras de área do Subprojeto de Letras UAG/UFRPE – Garanhuns – PE. E-mails: [email protected], [email protected]; Dennys Dikson Marcelino da Silva – Orientador. E-mails: [email protected].

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Visando isso, procuramos trabalhar com dois gêneros que contribuiriam como um

instrumento de aprendizagem que estimulasse a criticidade da turma, pois, segundo

Marcuschi (2008, p.163), “A vivência cultural humana está sempre envolta em

linguagem, e todos os nossos textos situam-se nessas vivências estabilizadas em

gêneros”. Assim, através do trabalho com leitura e interpretação dos gêneros

escolhidos, os alunos poderiam alcançar sua compreensão e consequentemente o

que estimularia seu senso crítico, tornando os alunos mais conscientes e críticos com

a sociedade em que estão situados.

REFENCIAL TEÓRICO E METODOLOGIA

Os projetos são orientados e executados a partir do uso de uma sequência

didática, pois, para Marcuschi (2008, p.214), “A finalidade de trabalhar com

sequências didáticas é proporcionar ao aluno um procedimento de realizar todas as

tarefas e etapas para a produção de um gênero”. Dessa forma, as aulas são

produzidas seguindo uma sequência didática, com aulas apresentadas através de

slides, vídeos contextualizados ao conteúdo e materiais impressos. Todo o trabalho

com esse material segue uma metodologia com o propósito de trabalhar a reflexão,

discussão e a produção de leitura/interpretação de gêneros em sala de aula.

Assim, os métodos utilizados estão centrados em aulas e atividades de leitura

e interpretação dos gêneros charge e reportagem, produzidas pelos alunos. Taís

atividades, tem a função de promover no aluno a prática da

comunicação/compreensão adequada do texto, com conteúdo contextualizados que

contribuem para a melhoria do ensino em torno das habilidades da fala, leitura e

interpretação e consequentemente também na melhoria da reflexão e criticidade do

aluno.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos ainda são parciais, mas aos poucos já percebe-se

melhora na interpretação dos alunos durante a realização de suas atividades, através

do trabalho com os textos, os alunos começam a ampliar sua compreensão leitora e

de mundo. Cada um desses dois gêneros, Charge e Reportagem, oferece um variado

leque de informações passíveis de serem discutidas em sala de aula, dessa maneira

os alunos, cada vez mais, tem melhorado em sua aprendizagem e suas habilidades de

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compreensão de leitura, através da realização de atividades em sala de aula e das

discussões dos textos das mesmas, que os leva a refletir o assunto do texto.

Dessa forma, espere-se que no término desses projetos, aplicados nas turmas

do 1º e 2º ano, e através do trabalho com textos específicos, tendo em vista, que as

charges e as reportagens são gêneros que comportam muito de posicionamento e

criticidade sociais, esteja contribuindo fortemente e possibilitando aos alunos a

ampliação de seus pensamentos, com relação ao seu papel como cidadão, e

principalmente de suas habilidades em compreensão e interpretação de texto e

consequentemente também em suas produções textuais nas modalidades orais e

escritas.

CONCLUSÃO

Espera-se que ao final dos projetos e das atividades realizadas em sala de aula

seguindo as sequências didáticas, cujos resultados ainda são parciais, os alunos

tenham conseguido alcançar os objetivos propostos pelo projeto, que é o

desenvolvimento de suas habilidades e competências em relação ao nível de leitura e

interpretação dos gêneros escolhidos e consequentemente, construindo um maior

senso crítico e de cidadania, o que proporcionará aos alunos uma melhoria

significativa em seu aprendizado.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003, p. 15. BARBOSA, A. Uso das HQs no ensino. In: BARBOSA. A. Como usar as historias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2014, p. 7-30. BESERRA, N. S. Avaliação da compreensão leitora: em busca da relevância. In: MARCUSCHI, B.; SUASSUNA, L. (Orgs.). Avaliação em Língua Portuguesa: contribuições para a prática pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. p. 45 – 59. BRANDÃO, Ana Carolina P. O ensino da compreensão e a formação do leitor: explorando as estratégias de leitura. In: BARBOSA, Maria Lúcia F. de F.; SOUZA, Ivane Pedrosa de (Orgs.). Práticas de leitura no ensino fundamental. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. p.59. DOLZ, J. Os gêneros textuais como unidade de trabalho. In: DOLZ, J. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem. São Paulo: Mercado de Letras, 2010, p. 40. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais no ensino de língua. In: MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008, p. 163 - 214.

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LÍNGUA E LITERATURA: EXPERIÊNCIAS PIBIDIANAS NA EREM DOM JOÃO DA MATA AMARAL DE GARANHUNS

Ana Paula Ferreira da Silva, Jean Anderson de Almeida Marques, Maria Dilma Feitoza

Braz, Rayanna Patrícia Alves de Souza, Wellington Hugo Lima Freitas Souto1. Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2. EREM João da Mata Amaral. E-mails:

[email protected], [email protected],[email protected],[email protected], [email protected]

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências pibidianas dos

bolsistas CAPES/PIBID, da UFRPE – UAG, na área de Letras, realizadas no período

de maio à junho de 2017, na EREM Dom João da Mata Amaral. Os planejamentos do

bimestre foram pensados a partir das dificuldades dos alunos em produzir e interpretar

textos. Com o advento da Linguística Textual, o texto passou a ser reconhecido como

objeto fundamental da área da linguagem e, no ensino de Língua Portuguesa, vem

deixando de ser coadjuvante para se tornar o protagonista, pois entende-se que todos

os segmentos de nossa atividade de linguagem são classificados como partes

funcionais de um todo integrado: o texto (ANTUNES, 2010). Posto isso, cada bolsista

procurou explorar a capacidade dos alunos de compreender e produzir textos, através

da apresentação de um conjunto diversificado de gêneros textuais às turmas. Com

base nisso, as atividades foram planejadas e aplicadas, de comum acordo com o

professor colaborador, atendendo ao currículo de Língua Portuguesa para as séries,

ampliando nos alunos as reflexões sobre o texto, enquanto unidade comunicativa.

2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

• Trabalhar a interpretação e a produção textual em sala de aula.

2.2 ESPECÍFICOS

• Identificar as dificuldades dos alunos no que diz respeito à interpretação e à

produção textual.

• Propor e aplicar intervenções necessárias de leitura, interpretação e produção

textual, perante as dificuldades textuais identificadas.

3. METODOLOGIA 1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoradeáreadoSubprojetodeLetras/UAG–GaranhunsProfessoraMarleneMariaOgliari.

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Por meio da avaliação diagnóstica feita em cada turma beneficiada pelo PIBID

– Programa Institucional de Bolas de Iniciação à Docência, os bolsistas

desenvolveram atividades que proporcionaram a reflexão acerca da produção e

interpretação textual.

Em relação à 1ª série “D”, explorou-se o gênero textual conto e nesse os

alunos puderam ler vários autores, interpretá-los para embasar a produção de um

texto de mesmo gênero. O texto produzido foi corrigido, individualmente e, seguinte as

orientações propostas, cada aluno reescreve-os e, posteriormente, essa produção

textual escrita foi compartilhada com os colegas de sala.

Na 2ª série "A", a abordagem pedagógica inicial foi uma produção textual dos

alunos, com a finalidade de saber como eles dominam os gêneros textuais. Foi

solicitado que os alunos escrevessem um texto conforme um gênero textual de sua

preferência e o entregassem ao bolsista do PIBID. O bolsista, após revisar

individualmente cada um dos textos escritos, propôs a escrita de um gênero textual

específico e, neste caso, a entrevista foi o tipo selecionado para as ações pedagógicas

do bimestre. Então, após verificar o não domínio do gênero textual solicitado,

desenvolveu uma sequência didática, onde elencou-se as caraterísticas do gênero em

questão, a seleção da temática a ser utilizada nas questões, as pessoas que seriam

entrevistadas e a formação de equipe para as ações propostas. A pesquisa sobre a

temática selecionada, “O visionário de Avatar”, foi outra ação necessária, seguida de

uma reflexão coletiva sobre o conteúdo e do posterior momento da produção das

questões. Como produto final, produziram uma entrevista, aplicaram aos sujeitos

selecionados e, de um modo geral, as características do gênero em questão se

fizeram presente.

Nas 3ªs séries, devido a aproximação com o ENEM, ambos os bolsistas

desenvolveram a leitura e a produção de textos argumentativos, seguindo as

orientações deste Exame Nacional fornecidas pelos respectivos manuais. Após

seleção de temáticas, leitura de textos que a continham, os alunos compunham suas

produções escritas individuais. Estas eram analisados pelos pibidianos e efetuado as

devidas anotações por escrito e, posteriormente, foram entregues a cada um dos

alunos para reescrita.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Algumas turmas exigiram mais leituras e interpretações, como, por exemplo, os

alunos do 1ª série. Assim, focalizou-se o trabalho pedagógico no exercício da leitura,

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da compreensão e interpretação textual. Percebeu-se com isso que a produção de um

conto efetivou-se com mais propriedade.

A partir das necessidades apresentadas pelos alunos da 2ª série , foi

identificada a dificuldade em reconhecer e produzir alguns gêneros textuais. Depois de

refletir de forma ampla acerca da questão, o gênero entrevista foi proposto como

modelo para discussão considerando sua função social, características especificas e

comuns com outros gêneros. Para isso se fez necessário pesquisar e realizar rodas de

conversa, além de produções feitas e refeitas para se chegar ao resultado esperado.

A dificuldade quanto à compreensão de textos argumentativos foi detectada

nos alunos das 3ªs séries, tornando-se possível constatar que se tratava de uma

relativa falta de interesse. Uma das causas foi o estranhamento com temas distantes

de suas realidades e o não domínio a respeito do conteúdo informativo, nos mais

diversos estilos textuais. Para resolução da problemática foram realizadas diversas

atividades que saíram da produção final do texto, partindo do aprimoramento de

capacidades básicas para tal finalidade, como interpretação, empatia e síntese. A

necessidade de muitas leituras oriundas de fontes diversificadas, também foi

apontada, e nessas analisamos, coletivamente, os mecanismos empregados no

argumentar, a presença do ponto de vista do autor e a proposta de solução

evidenciada por ele no texto em análise. Produções escritas de textos argumentativos

foram então propostos e, paulatinamente, percebemos uma melhoria na composição

destas produções escritas.

5. CONCLUSÃO

Considerando os produtos obtidos durante a aplicação das propostas

pedagógicas realizadas pelos bolsistas do PIBID, pôde-se acompanhar o

desenvolvimento dos alunos da escola em referência, desde o diagnóstico até o

produto final esperado para cada uma turmas de alunos atendidos pelos pibidianos.

Apesar de existir a falta de comprometimento de alguns dos alunos, obteve-se êxito

quanto ao objetivo de diagnosticar, propor e aplicar intervenções pedagógicas

necessárias de leitura, interpretação e produção textual coerentes e alicerçadas nas

caraterísticas do gênero ou tipo textual trabalhados.

6. REFERÊNCIAS ANTUNES, Irandé. Análise de textos: fundamentos e práticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

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TEXTOS EM INGLÊS: LEITURA E COMPREENSÃO

Marcio Soares de Souza, Maria Dilma Feitoza Braz1. Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2. EREM João da Mata Amaral. E-mails:

[email protected], [email protected].

1. INTRODUÇÃO

O referido trabalho tem como objetivo relatar os resultados obtidos através do

projeto Leitura e interpretação de textos em inglês usados no ENEM, sob uma

abordagem comunicativa, realizado por meio do Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência – PIBID/CAPES. Esse projeto surgiu a partir da percepção da

grande defasagem no ensino de línguas estrangeiras no Ensino Médio das escolas

públicas, mais especificamente da língua inglesa, cujas aulas em sua maioria se

resumem à tradução de textos extensos e de letras de músicas. Por meio do uso de

uma metodologia diferente da qual os alunos estão habituados, e seguindo os

conceitos apresentados por Almeida Filho (2010) sobre “abordagem comunicativa”,

que defende ser essa abordagem a que mantém o foco na interação propositada entre

sujeitos, ao utilizar uma língua estrangeira, bem como é essa abordagem que permite

planejar atividades centradas no interesse ou necessidade do aluno para que este

possa usar a língua-alvo em interações reais com outros falantes dessa língua. Para

Paiva (2005), essa metodologia de ensino surgiu visando resgatar a língua como um

todo, conforme acontece no seu uso cotidiano.

2. OBJETIVOS

Este projeto tem como objetivo principal fazer com que os alunos participantes

possam concluir o Ensino Médio dominando um léxico relativamente bom no que se

diz respeito à língua inglesa, para que as dificuldades a serem enfrentadas, quando

forem prestar vestibular, principalmente nas questões de leitura e interpretação de

textos nessa língua, sejam amenizadas considerando o conhecimento vocabular que

vão possuir e seus usos contextuais. Objetiva-se também fazer com que haja uma

mudança na ideia de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira, que os alunos

possuem, mostrando-lhes que não se deve usar o texto como pretexto para estudar

gramática, mas sim como unidade comunicativa e, com base nisso, fazer com que

eles, tanto durante quanto quando concluírem o Ensino Médio, possam buscar o

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoradeáreadoSubprojetodeLetras/UAG–GaranhunsProfessoraMarleneMariaOgliari.

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aprendizado não só do inglês, mas também de outras línguas estrangeiras e sob

diferentes abordagens.

3. METODOLOGIA

Seguindo o cronograma escolar, foi decidido que o projeto seria dividido em

quatro etapas, correspondentes aos quatro bimestres que compõem o ano letivo.

Cada etapa deveria conduzir ao resultado final, sendo inicialmente apresentados

textos usados na edição do Exame Nacional do Ensino Médio de 2012, pois seguindo

a linha de raciocínio de Almeida Filho (2010), sobre o que é ser um professor

comunicativo, buscamos trabalhar com textos que representassem temas e conflitos

do universo do aluno, na forma de problematização e ação dialógica. Os textos da

edição de 2012, dentre todas as edições avaliadas, são os que se adéquam melhor à

metodologia proposta pelo projeto, uma vez que trazem enfoques variados como, por

exemplo, um poema que trata de questões raciais, uma notícia de jornal sobre J.K

Rowling (autora da saga Harry Potter, dentre outras.), uma notícia sobre relações

familiares, um texto sobre amor e um cartum a respeito do preconceito linguístico. Tais

temas se adequam melhor ao universo de jovens entre 15-17 anos (faixa etária dos

alunos no projeto). Os textos das outras etapas tratavam de temas passíveis de

discussão, assim como os da primeira. Então, partindo do pressuposto de que se fazia

necessário obter dados concretos em relação aos avanços apresentados pelos alunos,

ao início de cada etapa seria respondido, oralmente, um breve questionário sobre o

que fora discutido nas aulas passadas, para fazer com que os alunos pudessem usar

o vocabulário adquirido/estudado em cada bimestre. Ao final do teste avaliativo, os

alunos escreviam uma breve análise dos textos lidos anteriormente. Em etapas

posteriores e ainda seguindo o pensamento de Almeida Filho (2010) que defende que

a abordagem comunicativa não descarta a possibilidade de criar momentos de

explicitação de regras, pois apesar de não tomar as formas da língua descritas nas

gramáticas como o modelo para aprender outra língua, ele deixa claro a necessidade

de se ter a noção do uso de pronomes, adjetivos, verbos, entre outros. Dessa forma, o

projeto fez uso de duas aulas em cada uma das quatro etapas para o estudo de

técnicas de leitura, onde os alunos precisariam saber o gênero do texto a ser

discutido, além de alguns elementos que o compõem.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Tendo finalizado quase três etapas de aplicação do projeto, já é possível

apresentar alguns dados positivos relativos ao desenvolvimento dos alunos. No inicio

da primeira etapa apenas 16 (dezesseis) alunos aceitaram participar do projeto, porém

do meio para o fim, ainda da primeira etapa, o restante da turma optou por integrar-se

ao grupo, fazendo com que o número de alunos no projeto passasse de 16

(dezesseis) para 34 (trinta e quatro). Nas primeiras discussões, poucos alunos

participavam, porém conforme as ações pedagógicas iam acontecendo, a maioria

passou a colocar seus pontos de vista sobre o tema abordado. Além disso, nas

análises escritas 30 alunos (trinta) dentre os 34 (trinta e quatro) mostraram um avanço

quanto à compreensão dos textos lidos e apenas 4 (quatro) alunos não demonstraram

interesse em participar das discussões.

5. CONCLUSÃO

Fazendo uma análise dos dados obtidos, evidencia-se um desenvolvimento

significativo em relação aos conceitos e discussões realizadas em sala de aula. No

entanto, alguns alunos (4) mostram, ainda, dificuldades em interpretar a mensagem

passada pelo texto, seja por falta de vocabulário, ou por não se identificar com o tema

abordado, ou ainda por falta de comprometimento com a sua aprendizagem. Contudo

os alunos se tornaram mais preparados quanto à utilização de técnicas de leitura para

compreender textos usados em edições do ENEM. Inicialmente, a da edição de 2012

e, posteriormente, as de 2013, 2014, 2015 e 2016, tendo, assim, como objetivo geral

fazer com que os alunos se tornassem mais familiarizados com o vocabulário utilizado

em vestibulares e melhor preparados para lidar com os tipos de demandas dessas

avaliações.

6. REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes De. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 6ª. ed. Campinas: Pontes, 2010. BROWN, Douglas. Teaching by principles: an interactive approach to language pedagogy. USA: Prentice Hall Regents, 1994. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira E. Ensino de língua inglesa: Reflexões e experiências. 3ª. ed. Campinas: Pontes, 2005. PETTY, Geoff. Teaching today: a practical guide. UK: Nelson Thornes, 2009.

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INTERTEXTUALIDADE EM LÍNGUA INGLESA: EXPANDINDO O VOCABULÁRIO

José Eduardo Carvalho Vital, Lucivânia Magalhães, Melquisedec de Oliveira Santos1.

Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2. Escola Henrique Dias. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected].

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo relatar o projeto desenvolvido enquanto

bolsista do Programa Institucional de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES, sobre a

experiência de trabalho nas aulas de Língua Inglesa, com duas turmas de primeiro ano

do Ensino Médio da Escola Estadual Henrique Dias, durante um período de 2 meses,

mais especificamente nos meses de agosto e setembro de 2017. A escola em que o

projeto foi realizado é importante para Garanhuns, principalmente por ser destino de

50% de alunos da zona rural deste município. Esse fator gera um certo “desinteresse”

dos alunos para aprender uma língua estrangeira, considerando o pouco contato que

muitos têm com uma segunda língua. As atividades visaram aumentar o vocabulário

dos alunos, através de músicas, focalizando tanto a audição, como a leitura da

composição escrita. A música, segundo Pallú (2013), poderá despertar maior interesse

dos adolescentes, principalmente porque podemos trabalhar com músicas

incessantemente executadas nas rádios, bem como nos smartphones, tipo de celular

que, atualmente, a grande maioria dos estudantes têm e, em relação ao grupo de

alunos que trabalhamos com o projeto do PIBID/CAPES, todos tinham esse tipo de

aparelho de celular. Além disso, os compositores abordam temáticas diversas,

favorecendo a interdisciplinaridade, as quais o estudante poderá relacionar com outros

conteúdos trabalhados em outras disciplinas, como foi o caso que adotamos aqui, ou

seja, trabalhados com a temática segunda guerra mundial, conteúdo que estava sendo

estudando nas aulas de história e isto fez com que, através de outra linguagem, outro

gênero textual, a interpretação da mensagem se tornasse mais facilmente identificada.

Era preciso, naqueles contextos pedagógicos, fazer com que a língua inglesa

se tornasse um conteúdo que despertasse o interesse da grande maioria dos alunos e,

com base nisso, uma aprendizagem mais eficiente ocorresse para desta forma permitir

que os alunos atingissem as habilidades essenciais básicas: leitura, escrita e

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoradeáreadoSubprojetodeLetras/UAG–GaranhunsProfessoraMarleneMariaOgliari.

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oralidade. Neste caso, a questão vocabular torna-se uma das questões fundamentais

no desenvolvimento das competências referidas.

2. OBJETIVO

Levar os alunos a enriquecer seu vocabulário em língua inglesa, a partir de

atividades pedagógicas efetivadas de audição e leituras de composições escritas de

músicas que utilizam essa língua estrangeira.

3. METODOLOGIA

As atividades pedagógicas efetivadas e mediadas pelos bolsistas de Iniciação

à Docência – PIBID/CAPES, foram sobre os fatores que podem influenciar a

aprendizagem de uma língua estrangeira. Para despertar o interesse pela

aprendizagem da língua inglesa, destacamos, por exemplo: de onde surgiu a

necessidade de aprender outra língua? Quais são os principais dados hstóricos do

surgimento da música, efeitos da música no cérebro, etc. A seguir, coletivamente,

fizemos um levantamento sobre uma temática para ser trabalhada em sala de aula e,

entre as mais referidas, ficamos com a que abordava sobre a segunda guerra mundial,

pois eles estavam trabalhando com esta temática com o professor de História.

Selecionamos, então, a seguinte música: “Aces High, Iron Maiden”. A música foi

ouvida várias vezes, a seguir cantamos a música, também várias vezes, seguindo a

composição escrita dela e, a partir daí começamos a trabalhar o significado contextual

das palavras empregadas, principalmente as desconhecidas; como usar tais palavras;

mudança de significado de algumas delas, ao mudar o gênero textual ou a intenção do

ato comunicativo. Quanto à temática, levantamos como essa música fazia referência à

segunda guerra mundial e como a temática era referida nos livros de história mundial.

Apontou-se, por exemplo, que no livro didático de história utilizado pelos alunos,

apresentam a segunda guerra mundial com dados objetivos, como fato ocorrido,

enquanto na música, através de uma linguagem poética e musical, fala-se sobre os

sentimentos, as consequências desastrosas que a guerra traz para o ser humano.

A metodologia de ensino utilizada no desenvolvimento das aulas de língua

inglesa como língua estrangeira, foi a abordagem comunicativa (PAIVA, 1997), porque

ao utilizar essa metodologia, dá-se maior ênfase no aprender a comunicar-se através

da interação com a língua-alvo, aproximando-se do real uso de uma língua, qualquer

que ela seja.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Como era de se esperar, as dificuldades foram surgindo, principalmente as

relacionadas com um número muito reduzido de aulas semanais dessa disciplina,

apenas duas aulas, em um horário geralmente prejudicial, ou seja, aquele do final do

turno e/ou últimas aulas da semana. Além disso, não sanamos o desinteresse em

aprender uma língua estrangeira, neste caso, a língua inglesa, por parte de alguns

alunos. Porém o número de alunos desinteressados foi, paulatinamente, diminuindo.

Esse fator era justificado porque não se viam morando fora do Brasil, ou seguindo a

carreira de professor na área em questão. Mas percebemos também que para muitos,

a língua inglesa deixou de ser um “bicho de sete cabeças”, principalmente graças ao

modo como as aulas foram dirigidas, conforme depoimento de um dos alunos, Kaleb

de 16 anos: “Vejo que é uma maneira diferente de ensinar e que me mostrou que o

inglês tem várias funções e, logicamente, pode ter uma serventia na minha vida”.

5. CONCLUSÃO

Pode-se concluir afirmamos que, ao se desenvolver a aquisição de um

vocabulário, de língua inglesa, por exemplo, usando a música, além de ser lúdico para

professor e alunos, podemos motivar os discentes a irem sozinhos em busca de

ampliação do vocabulário de uma língua estrangeira, facilitado pelo uso generalizado

dos atuais smartphones, por exemplo. Além disso, o professor deve trabalhar todas as

habilidades com os alunos e não só as questões gramaticais, principalmente aquelas

necessárias para aprender uma língua estrangeira real, entre elas a interação

comunicativa, desafio constante na vida de todo profissional desta área.

6. REFERÊNCIAS

PAIVA, V. L. M. de OLIVEIRA. A identidade do professor de Inglês e abordagens comunicativas. In: APLIEMGE: ensino e pesquisa. Uberlândia: APLIEMGE/FAAPEMIG, nº 1, 1997, p. 9-17.

PALLÚ N. M. Que Inglês Utilizamos e Ensinamos? Reinterpretações de professores sobre o processo de ensino e aprendizagem do Inglês contemporâneo. Curitiba: UFPR, 2013. Tese de doutorado.

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A TIPOLOGIA ARGUMENTATIVA NO CONTEXTO ESCOLAR Camila Santos Ferreira, Edivan Almeida Lima, Leidiane Raimundo Cordeiro, Lucivânia

Magalhães1. Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2. Escola Henrique Dias. Emails: [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected].

1.INTRODUÇÃO

O trabalho desenvolvido nas turmas de primeiros anos no Ensino Médio da

Escola Henrique Dias, pelo programa PIBID (Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência), tem como objetivo expor os resultados das atividades

pedagógicas sobre a leitura e a produção de textos dissertativos na sala de aula. Os

estudantes do Ensino Médio na escola pública têm um professor de Língua

Portuguesa para ministrar aulas de gramática contextualizada, literatura e redação,

fato que sobrecarrega o professor, fazendo com que este enfatize mais algumas

áreas, em detrimento de outras, resultando na ineficiência do trabalho com a leitura e

produção textual. No caso da escola Henrique Dias, percebemos uma dificuldade

maior na compreensão leitora e produção de textos dissertativos argumentativos,

principalmente no que se refere à progressão dos argumentos e sobre o ponto de vista

a ser defendido. Foi a partir desse disgnóstico realizado pelos bolsistas do PIBID na

escola, que está sendo desenvolvido o projeto “A Tipologia Argumentativa no

Contexto Escolar”, tendo como suporte teórico Platão e Fiorin (2001, p. 284). Estes

teóricos definem argumento como “todo procedimento linguístico que visa a persuadir,

a fazer o receptor a aceitar o que lhe foi comunicado, a levá-lo a crer no que foi dito e

fazer o que foi proposto”. Entende-se com isso que é preciso fornecer aos estudantes

diversos textos que contenham posicionamentos argumentativos, objetivando a

aquisição de habilidades e competências, no que se refere ao desenvolvimento do

senso crítico e produção de pontos de vista. É preciso também apresentar aos alunos

que as formas dissertativas estão presentes diariamente na vida das pessoas. Sobre

isso Citelli (2004, p. 15) afirma que “são os discursos da publicidade, do jornalismo, da

política, das aulas, dos conselhos dos amigos, entre outros, que buscam convencer o

receptor”, ratificando, assim, a necessidade de o aluno munir-se de conhecimentos

para poder ter mais força argumentativa nos seus posicionamentos.

2.OBJETIVOS

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoradeáreadoSubprojetodeLetras/UAG–Garanhuns:ProfessoraMarleneMariaOgliari.

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Com este projeto, pretende-se auxiliar os estudantes de Ensino Médio a

desenvolverem a competência referente à compreensão leitora e a produção textual,

principalmente de textos argumentativos, já que estes são os responsáveis por permitir

aos estudantes o desenvolvimento da visão crítica.

3.METODOLOGIA

Para o desenvolver as atividades pedagógicas, primeiro foi realizado uma

diagnose das turmas com o objetivo de ter conhecimento das habilidades de leitura e

de produção textual dos alunos. Este diagnóstico foi feito no início de março deste ano

e as ações decorrentes da análise deste foram efetivadas nos meses seguintes,

estendendo-se até o presente momento. Após análise dos dados, percebemos que a

leitura e a produção escrita precisava de ações mais pontuais. Assim, em um segundo

momento, foram apresentados aos estudantes diferentes gêneros textuais, de

variados temas, para que estes tivessem acesso a uma leitura mais diversificada. Tais

textos foram lidos e discutidos em sala de aula. Eles foram retirados da revista “Isto é”,

“Carta Capital”, jornais de Garanhuns, as propagandas das revistas e dos jornais e o

romance “Vidas Secas” de Graciliano Ramos. Das revistas e jornais selecionamos as

cartas de leitores e artigos de opinião, além das propagandas ali presentes. Em

relação ao romance, a leitura foi feita levando em consideração a realização do projeto

da escola: II Gincana Literária Henrique Dias. A participação dos bolsistas do

PIBID/CAPES, neste projeto, viabilizou de forma significativa, o desenvolvimento das

capacidades argumentativas dos alunos, uma vez que o projeto promove a vivência de

ações diversas, como leitura, dramatização oral, produção escrita, momentos de

interação entre os estudantes, debates, ações essas que desenvolvem a

expressividade, contribuindo assim para maior eficiência nas produções textuais

argumentativas.

Depois desta parte destinada à interpretação textuail, foram propostas aos

estudantes as produções textuais e os temas abordados foram, em sua maioria, temas

relativos à atualidade, conforme sistematização utilizada pelo ENEM, pois tais

orientações exigem exposição de argumentos e o posicionamento de seus autores. As

produções escritas foram feitas de forma individual e coletiva, seguidas da correção

feita pelos bolsistas do PIBID, discussões a respeito das correções e a solicitação de

uma reescrita, seguindo as orientações dadas e justificadas individualmente.

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Mesmo com o projeto ainda em desenvolvimento, já é possível perceber alguns

resultados. No início, foi diagnosticado que os alunos tinham uma grande dificuldade

em perceber os implícitos dos textos lidos, não estavam acostumados a fazer leituras

de diferentes gêneros textuais, bem como expor argumentos consistentes sobre temas

os quais eles apresentavam interesse. Com o projeto, os estudantes estão tendo

contato com diferentes gêneros, inserindo-se continuamente nas diversas

oportunidades de leitura, o que tem resultado no desenvolvimento gradativo das

habilidades e competências da compreensão leitura, bem como no reconhecimento da

importância da leitura para a argumentação. Nas produções, pode-se perceber que os

alunos já conseguem melhor expor seus pontos de vista, articular de maneira mais

eficiente suas convicções. É notório que o projeto vem surtindo efeito e,

principalmente, auxiliando os alunos a desenvolverem habilidades relacionadas à

prática de interpretação e produção textual e no processo argumentativo.

5.CONCLUSÃO

Ao analisar os resultados até aqui obtidos, é possível perceber que vem

ocorrendo um bom desenvolvimento da competência leitora e produtora de textos dos

alunos. A escolha por adaptar gêneros textuais de circulação nacional e também local

ao contexto escolar fez com que houvesse um maior engajamento das turmas ao

projeto, porém esse engajamento não é completo. Dessa forma, resta-nos o

comprometimento de tentar cada vez mais adquirir a adesão de todos os estudantes,

mas sempre lembrando de que a adesão completa nem sempre é possível. Podemos

concluir que o PIBID está cumprindo com o que é proposto, formar futuros professores

mais conhecedores das realidades das escolas públicas e, na escola, o projeto

proposto pelos bolsistas está formando alunos leitores dos mais variados temas,

incentivando-os a escrita de textos com mais segurança e autonomia. Além disso

também está interferindo nas produções orais dos alunos, pois ao exporem oralmente

seus pontos de vista, já o fazem de forma consciente a respeito de temas atuais da

sociedade. Isto tudo nos revela, na prática, que é por meio de textos, orais e/ou

escritos, que nos comunicamos e dessa forma argumentamos, ou seja, persuadimos o

outro a aceitar o nosso ponto de vista.

6.REFERÊNCIAS CITELLI, Adilson. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 2004. FIORIN, José Luiz & PLATÃO, Francisco. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2001.

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O USO DE JOGOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO EM TURMAS DE 3º E 4º ANOS DO ENSINO FUNDAMNENTAL

Gabriela Rayla Teixeira de Carvalho, Gabriella Andreza Vilela de Medeiros, Marcos

Apolo Cordeiro Sobral Júnior, Ytala Verônica Ferreira Pinto Silva1. Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2. Escola José B. Vila Nova . E-mails:

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência do projeto “O uso

de jogos pedagógicos no processo de alfabetização, em turmas de 3º e 4º anos”,

realizado através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência –

PIBID/CAPES, na Escola Municipal José Brasileiro Vila Nova, Garanhuns-PE. Tendo

em vista que a maioria dos alunos do 3º ano, 30 de um total de 34, e um grupo menor

de alunos do 4º ano, 8 alunos de um total de 32, não estavam alfabetizados, propôs-

se trabalhar o processo de alfabetização desses alunos, sob a perspectiva de ações

que promovessem o desenvolvimento da consciência fonológica, por meio de jogos

pedagógicos elaborados pelo CEEL (Centro de Estudos em Educação e Linguagem).

Para o planejamento e desenvolvimento destas atividades foram utilizados como

suporte teórico-metodológico: Brandão et al (2009), Freitas (2003), Aquino, Bezerra e

Freitas (2011), e Brandão e Rosa (2010), que abordam os conceitos de consciência

fonológica e práticas pedagógicas no processo de aquisição da escrita. Acredita-se

que o desenvolvimento da consciência fonológica permite ao aluno “a habilidade de

identificar e manipular os sons da fala, compreendendo a consciência de sílabas,

elementos intrassilábicos e fonemas” (FREITAS, 2003, p.156). Desse modo, a

utilização de jogos pedagógicos específicos para as crianças, associado à ludicidade

possibilitou que reconhecessem as semelhanças e diferenças entre os sons e seus

respectivos grafemas e, com base nisso, conseguissem relacionar o fonema ao

grafema, habilidades fundamentais na alfabetização.

2. OBJETIVOS

Como objetivo geral buscou-se promover nos alunos o desenvolvimento da

consciência fonológica nos seus três níveis: consciência silábica, consciência de rimas

e aliterações e consciência fonêmica, através de jogos pedagógicos que

possibilitassem o desenvolvimento desses níveis e, por conseguinte, promovessem o

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoradeáreadoSubprojetodeLetras/UAG–Garanhuns:ProfessoraMarleneMaria.

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desenvolvimento do processo de alfabetização, pois em testes iniciais verificou-se que

esses alunos demonstravam pouca ou nenhuma consciência da relação som e letra.

3. METODOLOGIA

Ao longo das observações, percebeu-se que existiam grupos que estavam em

estágios diferentes de alfabetização. Com base nisso, formamos dois subgrupos: os

que já demonstravam uma certa consciência fonológica e aqueles que nada

percebiam na/da relação som e grafema. Deste modo, selecionou-se atividades

adequadas ao estágio de desenvolvimento da consciência fonológica que cada criança

demonstrava. Uma das ações pedagógicas mais trabalhadas foi com o alfabeto móvel,

pois pesquisas revelam que ao manipularem as letras significativas para eles como,

por exemplo, as que compõem o nome do aluno, eles podem familiarizarem-se com as

funções fonêmicas da relação som-lera, e também, sob a perspectiva do letramento,

antes de cada atividade era feita a leitura de um gênero textual, como por exemplo,

fábulas, cordéis, parlendas, poesias, para que as palavras trabalhadas estivessem

inseridas em um contexto. Para os alunos que já demonstravam uma certa

consciência da relação som e letra, formavam-se palavras mais complexas, já

inseridas em um contexto alicerçado no conteúdo do texto lido para o grupo. Também

foram utilizados jogos do CEEL visto que eles possuem grande potencial para a

aprendizagem da língua escrita, proporcionada pela ludicidade.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante a aplicação do projeto pode-se observar avanços em relação à situação

em que os alunos se encontravam. Doze alunos já conseguem relacionar o fonema ao

grafema em elação às vogais e às consoantes; Cinco são capazes de formar palavras

que antes não conheciam e quatro alunos já podem ser considerados alfabetizados.

No decorrer da aplicação do projeto, outros fatores intervenientes, impedidores do

desenvolvimento do processo de alfabetização, foram surgindo como, por exemplo, as

recorrentes faltas e uma não parceria da família como elemento corresponsável nesse

processo. Esses dois fatores prejudicaram e prejudicam o avanço da criança no

processo de aquisição da escrita e da aplicação do projeto Para tentar solucionar este

problema, a escola está fazendo um trabalho com a comunidade para conscientizá-la

e sensibilizá-la sobre a importância da alfabetização e que, para tanto, é preciso levar

as crianças todos os dias para a escola. Essa preocupação é justificada,

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principalmente porque trata-se de alunos oriundos de uma comunidade muito carente,

cuja vivência com a escrita é bastante restrita.

5. CONCLUSÃO

Fazendo uma análise do projeto e sua aplicação é possível afirmar que houve

avanços no desenvolvimento da aprendizagem da maioria dos alunos, e os que

apresentam um desempenho menor são de alunos que pouco frequentaram ou

frequentam as aulas. Apesar disto, a ideia de alfabetizar de forma lúdica se mostrou

bem sucedida, tendo por base que atividades pedagógicas que envolvem uma

construção concreta de algo, neste caso, da palavra, despertam a vontade de brincar

e aprender, e os fazem refletir sobre a língua escrita de uma forma prazerosa.

6. REFERÊNCIAS

AQUINO, S. B. DE; BEZERRA, V. S. S. B.; LEITE, F. G. M. Tempo de brincar com textos rimados e com jogos de análise fonológica: o trabalho com a língua escrita na educação infantil. In: MARCUSCHI, B.; LEAL, T. F. (Orgs.). Estudos sobre educação e linguagem: da educação infantil ao ensino médio. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2011. P. 105-125. BRADÃO, A. C. P. A. et al. Jogos de alfabetização: manual didático. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2009. BRANDÃO, A. C. P; ROSA, E. C. DE S. (Orgs.). Ler e escrever na Educação Infantil: discutindo práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. FREITAS, G. C. M. DE. Consciência fonológica: rimas e aliterações no português brasileiro. Letras de Hoje. Porto Alegre. V. 38, nº 2, p. 155-170, junho, 2003.

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LEITURA E PRODUÇÃO DE CONTOS COMO PRÁTICA DE LETRAMENTO EM TURMAS DO 5° E 6° ANOS

Felipe Mateus Barbosa Alves, Keila Shaiane Leite da Silva, Ubiralange Virgínio Nunes de Araujo, Ytala Verônica Ferreira Pinto Silva1.

Subprojeto da área de Letras UAG/UFRPE2. Escola José B. Vila Nova. E-mails: [email protected], [email protected],

[email protected].

7. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo relatar os resultados parciais obtidos

através do projeto Leitura e produção de contos como práticas de Letramento em

turmas do 5° e 6° anos, realizado por meio do Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação à Docência (PIBID/CAPES). Este projeto surgiu a partir de um diagnóstico

aplicado em março/2017, onde constatou-se a não efetivação da leitura já que não

conseguiam atribuir significado ao que liam. São alunos do 5º e 5º anos da Escola

Municipal José Brasileiro Vila Nova, localizada na periferia da cidade de Garanhuns.

Observou-se também que estes problemas advinham não só das dificuldades de

aprendizagem, mas também devido à falta de estímulo e significação do estudo para a

vida dos mesmos. A maior parte destes estudantes está fora da faixa para o ano em

que se encontram, apresentam sérios problemas de alfabetização e dificuldades

socioafetivas. Soares (2003) aponta no bojo de sua vasta produção sobre

alfabetização e letramento que é preciso trabalhar esses dois processos de ensino-

aprendizagem de modo indissociável. Defende também que o processo de letramento

é constante e acontece durante toda a vida do estudante. Dessa forma, o projeto foi

pensado com base nesses pressupostos teóricos, por meio da leitura, interpretação e

produção de contos com estudantes do 5° e 6° anos do Ensino Fundamental.

8. OBJETIVOS

Este projeto visou auxiliar os alunos a desenvolver as competências de

alfabetização e letramento, através da leitura, interpretação e produção de contos.

9. METODOLOGIA

Para o melhor desenvolvimento das atividades, bem como melhor

planejamento das ações do projeto, foi decidido que o planejamento destas ações

seria dividido de forma bimestral. Em cada etapa o foco permaneceria o mesmo, 1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoradeáreadoSubprojetodeLetras/UAG–Garanhuns:ProfessoraMarleneMaria.

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porém adaptando de acordo com as necessidades surgidas. A depender do tema da

leitura feita, seriam propostos ações pedagógicas específicas tais como roda de

conversa, exercícios escritos de interpretações, desenhos alusivos à temática e ao

ponto de vista do autor e à significação atribuída pelos estudantes leitores.

Inicialmente apresentamos o gênero e suas características estruturais, revistas

sempre que novo conto era apresentado. A temática escolhida foi,

predominantemente, as relativas ao cotidiano dos jovens estudantes. E, desta forma

nos inseríamos na realidade social e socioafetivas dos estudantes. Nas rodas de

discussão questões surgiam e para tanto buscávamos auxiliá-los em questões que

envolvessem a resolução de conflitos familiares e escolares.

Como recursos didáticos utilizamos áudios visuais, músicas e ilustrações, além

do texto com o respectivo conto reproduzido. Finalizamos o primeiro semestre com

exercícios de criação e rescrita de conto, que será finalizado ao término deste ano

letivo. Acrescentamos ainda que focalizamos não só no contexto gramatical, mas

principalmente no incentivo à leitura e escrita como forma de promover a alfabetização

e letramento desses estudantes.

10. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Levando em consideração a principal dificuldade apresentada pelos

estudantes, a falta de interesse em participar e vivenciar as atividades escolares, os

principais resultados que já constatamos foram: não houve desistência, pois todos os

alunos participam cada dia mais das atividades propostas pelo projeto, refletindo na

melhoria do processo de aprendizagem; desenvolvimento do processo de

socialização, uma vez que havia sérios conflitos entre eles, em sala de aula,

dificultando o processo de ensino-aprendizagem. Além disso, os estudantes estão

cada dia mais motivados ao hábito da leitura, procurando, de forma autônoma, a sala

de leitura da escola para fazer empréstimos de livros. E assim, seguindo os

ensinamentos teórico-metodológicos apresentados por Soares (2003), o processo de

alfabetização e letramento, se realizado de forma concomitante, com foco no aluno e

nas suas necessidades, utilizando como ferramentas a leitura, interpretação, produção

escrita, reescrita e socialização desta produção, poderá desenvolver um efetivo

processo de aprendizagem em alunos oriundos de todas as classes sociais.

11. CONCLUSÃO

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Em suma, os resultados ainda são parciais, levando em consideração que os

processos de alfabetização e letramento não são tão simples e requer empenho e

tempo. Com isso, esperamos expor resultados mais detalhados na conclusão das

ações pedagógicas planejadas para os alunos do 5º 6º anos da Escola Municipal

José Brasileiro Vila Nova. Alguns resultados já podemos apontar, como, por

exemplo, a necessidade de dirigir nosso olhar ao estudante, ao seu processo

de aprendizagem, mas de modo individualizado e intervir quando necessário,

não só no fechamento do ano letivo, mas durante todo o período letivo.

Percebemos também a importância da socioafetividade como uma das armas mais

importantes para o desencadeamento do estímulo e desenvolvimento do processo de

crescimento cognitivo. É ele que faz com que o estudante queira crescer cada dia e

através dele a escola poderá tornar-se um lugar que acolhe e oferece a oportunidade

de melhoria na vida de seus estudantes.

12. REFERÊNCIAS GARANHUNS, Secretária de educação. Proposta pedagógica do munícipio de Garanhuns: 5° ano do Ensino Fundamental (2° Ciclo). Garanhuns: SEDUC, 2017. GARANHUNS, Secretária de educação. Proposta pedagógica do munícipio de Garanhuns: 6° ano do Ensino Fundamental. Garanhuns: SEDUC, 2017. SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. In: Revista Brasileira de Educação, nº 25, Jan /Fev /Mar /Abr., 2004, p. 5-17.

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LEITURA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO NOS ANOS INICIAIS: ATUALIDADES DAS QUESTÕES AMBIENTAIS E PLURALIDADE CULTURAL

Andrea Souto, Jeisy Melo, José Maria de Barros Júnior, Viviane Ferreira1. Subprojeto da área de Pedagogia/UAG2, Escola Municipal Petrônio Fernandes da Silva. Emails:

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

O espaço geográfico é resultado das relações de força e poder do homem e da

natureza. É resultado de elementos diversos, sejam eles naturais, culturais, políticos

ou econômicos. Assim, na atualidade, compreendemos o espaço geográfico como

palco da reprodução das relações sociais, e é por meio dele que a sociedade se torna

concreta (CORREA, 2007). Dessa forma, espaço e sociedade não são mais termos

discrepantes e devem ser compreendidos como integrantes, por isso falamos em

formação socioespacial (CORREA, 2007). Dessa maneira, ler o espaço é ler a história

de vida (CALLAI, 2005) e entender que nossas ações são históricas e nossas relações

com o meio podem influenciar diretamente na maneira como o concebemos. Tomando

a perspectiva sócio- espacial, caracterizada também, pela historicidade do espaço, o

presente trabalho busca relatar três experiências que aderiram a essa perspectiva a

partir do Programa de Iniciação à Docência.

O objetivo geral dos trabalhos relatados é contribuir na formação cidadã dos

educandos por meio do trabalho da pluralidade cultural e questões ambientais,

estimulando o respeito e a convivência harmônica com o outro e com o meio em que

se encontram no intuito de refletir acerca de práticas, ações, valores e atitudes de

respeito ao próximo, reconhecendo a importância da diversidade cultural para a

formação social e da relação sociedade-natureza.

REFERENCIAL TEÓRICO

A comunidade escolar precisa abordar essas temáticas no currículo escolar

durante todo ano, e não somente em determinados momentos ou datas

comemorativas (dia do índio, dia da consciência negra, semana do meio ambiente).

Logo, pensando no que diz Bourdieu (1975), toda Ação Pedagógica (AP) implica em

um Trabalho Pedagógico (TP) como trabalho de inculcação. Deve durar o bastante

para produzir uma formação durável. Uma AP por si só nunca cria um habitus, só com

várias ações pedagógicas. O trabalho pedagógico se realiza numa sequência de

várias AP. Então, o trabalho dessas temáticas na escola deve ser continuo para obter

resultados mais exitosos e concretos com a realidade escolar. 1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES;2CoordenadoresdeáreadoSubprojetodeLicenciaturaemPedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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METODOLOGIA EMPREGADA E RESULTADOS

Os projetos aqui relatados foram realizados na Escola Professor Petrônio

Fernandes da Silva, localizada no município de Garanhuns-PE. Inicialmente, foram

realizadas diagnoses nas turmas 2°, 4º e 5º ano com o intuito de conhecer os

conceitos prévios dos alunos sobre os respectivos temas e, também como eles

gostariam de trabalhar sobre os mesmos, como uma forma de contribuírem na

metodologia. Todos os projetos utilizaram sequencias didáticas para o

desenvolvimento das ações variando de seis a oito atividades em cada sequência. A

seguir serão relatados os projetos vivenciados em cada turma.

O projeto a pluralidade cultural no espaço local: utilizando diferentes

linguagens no ensino da Geografia, teve início no mês de abril e finalizado no mês

de junho. Durante as observações notamos que a professora usava apena o livro

didático como ferramenta didática, o que tornava as aulas muitas vezes cansativas e

descontextualizadas. Sendo assim, foi pensado outros meios de mediar tais assuntos,

bem como desenhos, jogos, mídias audiovisuais, músicas, além de produções

textuais. Em cada atividade foi notória a mudança de interação entre os estudantes e

seu desenvolvimento, visto que as atividades planejadas foram pensadas numa

dimensão local, isso porque trabalhar sobre o lugar onde os estudantes vivem facilita o

trabalho pedagógico e torna a aula mais atrativa, pois os alunos encontram

significados.

Outro projeto, atualidades das questões ambientais foi realizado no mês de

abril até o mês de julho e foram executadas seis atividades da primeira sequência.

Foram trabalhadas questões diretamente relacionadas com o tratamento do lixo;

problemas ambientais como poluição, desmatamento e queimadas; e sobre espaço

geográfico. As atividades vivenciadas foram diversas, tais como: cordéis, cartazes,

desenho, produção textual, gráficos, dentre outras. Durante esse acompanhamento,

percebemos que os alunos evoluíram no que se refere aos conceitos e discussões

ambientais, mostrando-se críticos e apresentando domínio do que foi discutido. No

início, possuíam muitas dificuldades de realizar trabalhos em dupla ou em grupo e

algumas atividades alegavam não saberem. Atualmente, já são mais entrosados e

motivados na realização de atividades na escola. Percebe-se que estão evoluindo,

desvelando problemas de escrita, interpretação de texto e problemas matemáticos;

resultado também da postura construtiva, reflexiva e proativa da docente.

O projeto: as relações étnico-raciais na escola: um trabalho por meio da

literatura infantil foi realizado de agosto a setembro de 2017 e teve um total de oito

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atividades em uma turma de 2° ano. As atividades envolveram disciplinas como

História, Língua Portuguesa e Artes, além de trabalhar o tema central para uma

educação étnica-racial na escola.

No que diz respeito à questão racial, foi possível identificar que os alunos

carregavam preconceitos em relação à cor da pele perante atividade inicial realizada

com objetivos de identificar as concepções dos alunos acerca do tema. Eles

apresentavam um preconceito disfarçado, ou seja, eles não demostravam isso no

cotidiano da sala de aula, porém quando foi proposta a discussão do tema, isso ficou

evidente mediante relato dos próprios alunos e momentos de discussão na sala. Com

o decorrer das atividades os alunos iniciam o processo de desconstrução em relação

aos preconceitos iniciais. Os alunos assumem um olhar voltado para a valorização e

respeito da diversidade étnico-racial existente, porém há ainda muito que ser

desenvolvido para internalizem, de fato, sentimentos de respeito e valorização da

diversidade étnico-racial. As atividades foram pensadas utilizando diferentes recursos

como cartazes, desenhos, jogos, apresentação em slide, debates, produções textuais.

Buscamos também contribuir para a alfabetização e letramento, em virtude da turma

estar em processo de apropriação do sistema de escrita. Identificamos dificuldades por

parte de alguns alunos em relação a leitura e escrita, mas muitos já se mostram

avançados no nível de leitura e escrita. Avanços significativos foram notados: alunos

que não reconheciam nem as letras do alfabeto já estão juntando sílabas e formando

palavras e reconhecendo as palavras que estão formando. Logo no que diz respeito a

alfabetização e letramento, o trabalho também vem se mostrando eficaz.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em vista do que foi discutido, podemos afirmar que trabalhar as referentes

temáticas contribui imensamente para a construção de um olhar crítico e reflexivo

perante a realidade e que auxilia na formação cidadã e na identidade do educando,

contribuindo para uma melhor atuação na sociedade. Além disso, auxilia no respeito e

valorização das diferentes culturas existentes em sociedade.

REFERÊNCIAS BOURDIEU, P; PASSERON, J. C. A reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975. CALLAI, H. C. Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos iniciais do ensino fundamental. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 66, p. 227-247, maio/ago. 2005, Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n66/a06v2566.pdf>. Acesso em: 30 out. 2017. CORRÊA, R. L. Espaço: um conceito-chave da Geografia. In: CASTRO, I., GOMES, P. C.; CÔRRÊA, R. L (Org). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: BERTRAND BRASIL, 10 ED., 2007.

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O JOGO COMO RECURSO DIDÁTICO NO PRIMEIRO CICLO DOS ANOS INICIAIS

Andréa Souto de Souza Carvalho, Iago Felipe Ferreira Rocha, Jéssica Da Silva Gonçalves Lucena, Josefa Janiele Cordeiro Marinho1. Subprojeto da área de Pedagogia/UAG2. Escola

Municipal professor Petrônio Fernandes da Silva. Emails: [email protected],[email protected], [email protected],[email protected]

INTRODUÇÃO

Este trabalho foi constituído a partir das experiências vivenciadas através do

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, na escola Professor

Petrônio Fernandes da Silva, da rede municipal de educação do município de

Garanhuns/PE. Este resumo visa apresentar algumas ações desenvolvidas a partir de três

projetos de iniciação à docência, nas turmas do 2º e 3º ano do Ensino Fundamental do

primeiro ciclo. Os projetos desenvolvidos têm como temas a apropriação do sistema de

escrita alfabética; literatura como contribuição para o desenvolvimento da escrita e da

leitura; e jogos como auxilio na aprendizagem da matemática. Possuindo como temas:

“Práticas com jogos didáticos: utilizando esse recurso para consolidar a escrita alfabética”;

“Práticas leitoras a partir dos gêneros textuais no 3º ano do Ensino Fundamental” e “O jogo

no Ensino de Matemática: Reconstruindo Práticas Pedagógicas”.

OBJETIVOS:

De forma geral objetivamos desenvolver um trabalho alternativo de alfabetização que

favoreça a apropriação/consolidação do sistema de escrita alfabético e no processo de

aquisição do sistema numérico, para tanto utilizamos como recursos: jogos didáticos, leitura

de textos (livros paradidáticos), atividades de reflexão sobre a escrita alfabética e

ortográfica, e atividades que facilitem a aprendizagem e apropriação dos números,

operações e formas geométricas, tudo permeado de ludicidade. Os objetivos específicos

foram: a) Reconhecer diferentes tipos de letras em textos de diferentes gêneros e suportes

textuais; b) refletir sobre o uso dos gêneros textuais para o exercício da leitura e escrita; c)

Levar os alunos a realizar as quatro operações fundamentais por meios de estratégias

próprias, com o auxílio de jogos em três turmas diferentes.

Vale a pena salientar que os objetivos acima relacionados referem-se a diferentes

turmas.

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoresdeáreadoSubprojetodeLicenciaturaemPedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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REFERÊNCIAL TEÓRICO

Para Freire (2003, p.85): “Somente uma escola centrada democraticamente no seu

educando e na sua comunidade local, vivendo as suas circunstâncias, integrada com seus

problemas, levará os seus estudantes a uma nova postura diante dos problemas de

contexto”. Cabe então, ao docente direcionar sua prática a partir da realidade de seus

alunos, valorizando os saberes adquiridos através de suas vivências e distanciando-se de

uma prática que aborda conteúdos, que não possuem conexão alguma com a realidade dos

educandos.

Os projetos foram embasados a partir das concepções de Ferreiro (1999, p.47)

quando afirma: “a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo

início é na maioria dos casos, anterior a escola e que não termina ao finalizar a escola

primária.” Esse processo de alfabetização perdurar até depois do fim do Ensino

Fundamental, e não se restringe a uma única disciplina.

Deste modo, os jogos possuem além de toda a sua ludicidade, a função de educar,

de desenvolver as habilidades motoras e cognitivas das crianças. O aluno consiste num

sujeito historicamente construído através das relações das quais faz parte. Sendo o mesmo,

metodicamente orientado para que a aprendizagem aconteça. Desde os primórdios da

infância as brincadeiras e jogos estão presentes na vida das crianças. Kishimoto (1997, p.

37) afirma que: “O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto

cultural e biológico é uma atividade livre, alegre que engloba uma significação.” O jogo pode

possibilitar o resgate do lúdico, as atividades em grupos, a parceria, colaboração e

desenvolvimento do cognitivo das crianças. Para tanto, utilizamos também os gêneros

textuais; de início trabalhou-se com a poesia – gênero pouco explorado na escola. De

acordo com Cunha (1974, p.45)), a literatura infantil “[...] influi e quer influir em todos os

aspectos da educação do aluno. Assim, nas três áreas vitais do homem (atividade,

inteligência e afetividade), em que a educação deve promover mudanças de

comportamento, a literatura infantil tem meios de atuar”.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO DOS PROJETOS

1. Iago Ferreira: inicio em Março de 2017

2. Josefa Janiele: inicio em Agosto de 2017

3. Jessica: inicio em Março de 2017

METODOLOGIA EMPREGADA E SEUS RESULTADOS

Os projetos são norteados por atividades lúdicas que levam a uma reflexão sobre o uso

de práticas pedagógicas diferenciadas. O trabalho com jogos em sala de aula, desperta a

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curiosidade do aluno levando-o a participar mais efetivamente das mesmas. Fazendo uso

de jogos didáticos e atividades lúdicas, podemos favorecer o desenvolvimento de várias

potencialidades dos alunos, como o cognitivo, motor e social. Nos propusemos trabalhar

com o este tema, para despertar no aluno uma aprendizagem significativa, e as questões

que norteiam a língua portuguesa e a matemática de uma maneira mais lúdica possível.

O lúdico no contexto escolar vem com a função de despertar o interesse dos alunos, a

contribuir com o trabalho em grupo, administrando assim a relação dos educandos entre os

seus colegas de sala. Aprender a dividir, a esperar a sua vez, a controlar seus impulsos de

responder a determinas questões, além de exercitar a capacidade de concentração

construindo assim um conhecimento mútuo e completo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os projetos partem de uma perspectiva interdisciplinar; onde a ligação entre as

disciplinas promove a contextualização de conteúdos com a realidade dos alunos.

Compreende-se que a prática interdisciplinar seja utilizada como uma forma de

abordar um tema, gerando a compreensão da ligação existente entre as diferentes

áreas de conhecimento com o objetivo de ultrapassar a fragmentação existente entre

elas. Desenvolvemos os projetos através de uma prática educativa humanizadora,

buscando o exercício do respeito para com o outro e a formação integral do ser,

buscando trabalhar de forma problematizadora e reflexiva, considerando os

educandos na sua totalidade. Ressaltamos a importância do PIBID para nossa

formação como futuros professores, pois o programa nos permite o contato direito com

a realidade das escolas públicas, e muitas vezes essas instituições não dispõem de

uma estrutura física que colabora para a simplificação do processo de ensino-

aprendizagem dos alunos.

REFERÊNCIAS

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Como Ensinar Literatura Infantil. São Paulo: Editora

Bernardo Álvares, 1974.

FERREIRO, Emília. Com Todas as Letras. São Paulo: Cortez, 2000.

KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, e brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1997.

_______________ (2002). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira-Thomson Learning. 2002. FREIRE. Paulo. Educação e atualidade brasileira. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

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O ENSINO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS

Andréa Souto, Thais do Nascimento1. Subprojeto na área de Pedagogia UAG2. Escola Municipal Petrônio Fernandes da SIlva. Emails: [email protected],

[email protected]

Introdução

O presente trabalho se trata de um relato de experiência utilizando uma

sequência didática. Este possui como tema: "Ensinando pontuação através dos

gêneros textuais". De acordo com Ferreiro (1996), os alunos se apropriam da

pontuação após a aprendizagem do sistema de escrita, porém, o aluno ao fazer uso

do sistema de escrita não significa que ele utilize, também, os sinais de pontuação.

Isso justifica a escolha deste tema para esta sequência, pois apesar de todos os

alunos escreverem na hipótese alfabética a grande maioria não faz qualquer uso dos

sinais de pontuação nas suas produções textuais. Esta sequência foi desenvolvida

através do PIBID e foi vivenciada em uma sala do quinto ano do ensino fundamental,

que funciona no turno da manhã, na Escola Professor Petrônio Fernandes da Silva em

Garanhuns-PE.

Objetivo Geral: Utilizar corretamente os sinais de pontuação básicos em sua

produção textual. Os Objetivos específicos foram: Reconhecer as diferentes funções

dos sinais de pontuação utilizados nos gêneros textuais; Distinguir as funções básicas

dos sinais de pontuação mais comuns e reconhecer a importância do uso correto dos

sinais de pontuação na leitura e na escrita;

Referencial teórico

De acordo com Rocha (1997), na antiguidade, os sinais de pontuação não

estavam presentes nos textos, estavam ligados às pausas respiratórias da fala, sendo

função do leitor pontuar o texto, e não do autor. A partir do surgimento da imprensa

isso mudou e a pontuação tornou-se obrigatória na escrita. Apesar da pontuação ter

surgido para indicar pausas na respiração, nos dias atuais não usamos mais esse

conceito, como bem afirma o PCN (Parâmetros Nacionais Curriculares)de L. P(Língua

Portuguesa). O uso da pontuação “Não se trata, portanto, de indicar pausas para

1 BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.

2CoordenadoresdeáreadoSubprojetodeLicenciaturaemPedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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respirar, pois, ainda que um locutor possa usar a pontuação para isso, não é essa sua

função no texto escrito”. A função da pontuação é fazer com que o leitor entenda o

sentido que o autor propôs no texto, isso fica claro na citação abaixo:

Aprender a pontuar é aprender a partir e a reagrupar o fluxo do texto de forma a indicar ao leitor os sentidos propostos pelo autor, obtendo assim efeitos estilísticos. O escritor indica as separações (pontuando) e sua natureza (escolhendo o sinal) e com isso estabelece formas de articulação entre as partes que afetam diretamente as possibilidades de sentido. (BRASIL, 1997, P. 59)

De acordo com os estudos de Rocha (1998) Leal e Guimarães (2002) o ensino

da pontuação está ligado aos gêneros textuais: “(...) pode-se depreender que a

pontuação está diretamente relacionada aos gêneros textuais nos quais ela aparece”,

pois cada gênero textual tem como uma de suas características o uso frequente de

determinado sinal de pontuação. Por exemplo, nas fábulas quando o personagem fala

o autor faz uso do travessão, já em uma notícia quando o repórter cita a frase de uma

determinada pessoa ele usa aspas. Já outros sinais de pontuação podem estar

presentes em todos os textos como é o caso do ponto final. É importante que os

alunos tenham contato com diferentes gêneros textuais e observem como os autores

pontuam determinado texto, ou melhor, qual o sentido que o autor quer dar ao texto

quando faz uso de determinado sinal de pontuação.

Período da realização da atividade de referência do relato

A sequência didática aqui relatada foi desenvolvida durante os meses de

agosto a setembro, deste ano, compreendendo nove encontros.

Metodologia

No primeiro encontro foi solicitado aos alunos que fizessem uma redação com

tema “O uso das redes sociais nos dias atuais”. A partir desta atividade notou-se que

poucos alunos fizeram uso da pontuação, a maioria dos alunos não usou nenhum sinal

de pontuação em seus textos, e alguns usaram apenas a vírgula e o ponto final. A

partir desta diagnose foi feita uma sequência didática que trabalhou os seguintes

sinais de pontuação: ponto final, vírgula, exclamação, interrogação, travessão e aspas.

No segundo encontro, tivemos uma conversa sobre os conhecimentos prévios

dos alunos a respeito do assunto, eles demonstraram que conheciam os sinais de

pontuação, porém quando perguntado se eles utilizavam os sinais de pontuação em

seus textos poucos responderam que sim, mas reconheceram a importância dos sinais

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de pontuação na produção textual. Em seguida a esta conversa foi colocado no

quadro duas historinhas que os seus personagens mudaram a vírgula de lugar e com

isso mudaram todo o sentido do texto. No segundo momento foi entregue aos alunos

uma atividade para leitura coletiva da fábula “O cavalo e o burro”. Nesta leitura os

alunos tiveram mais dificuldades em ler as frases interrogativas e exclamativas

presentes nos textos, após a leitura eles preencheram uma tabela sobre os sinais de

pontuação. Ao longo da sequência foram levados para os alunos diferentes gêneros

textuais, (bilhete, notícias, fábulas), além da análise dos sinais de pontuação desses

textos, foram passadas atividades de produção textual estimulando os alunos a

usarem os sinais de pontuação, indagando a eles qual o efeito desejado ao usar, por

exemplo, a interrogação, a exclamação, etc..

Resultados

Na diagnose final todos os alunos usaram algum tipo de pontuação em seus

textos, o que os estudos nos mostra é que existem mais de uma forma de pontuar,

ficando a critério do autor a escolha. Os alunos tiveram mais dificuldade no uso da

vírgula, porém se sabe que o domínio sobre a pontuação acontece de forma

progressiva ao longo do ensino fundamental.

Conclusão

Conclui-se que trabalhar pontuação através dos gêneros textuais, tanto na

análise da pontuação desses textos como na produção se mostrou significativo para o

aprendizado dos alunos, trazendo assim, resultados positivos para a prática docente.

Referências bibliográficas

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília, 1997.

ROCHA, I. L. V. Flutuações no modo de pontuar e estilos de pontuação. DELTA, São Paulo, v. 14, n. 1, 1998.

LEAL, T. F.; GUIMARÃES, G. L. Por que é tão difícil ensinar a pontuar? Revista Portuguesa de Educação, Porto, v. 15, n. 1, 2002. SILVA, Alexsandro. A aprendizagem e o ensino da pontuação. IN SILVA, Alexsandro PESSOA. Ana C., LIMA. Ana. Ensino de gramática: reflexões sobre a língua na escola. São Paulo: Editora Autêntica, 2012.p. 133-151.

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A ARTICULAÇÃO ENTRE OS GÊNEROS TEXTUAIS DE CUNHO INSTRUCIONAL E OS JOGOS MATEMÁTICOS NA PERSPECTIVA DA

LEITURA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Jainy de Noronha Silva, Maria Joseilda Lopes Cordeiro, Maria Lucicleide da Silva Berto, Sandra Maria Aciole da Silva1. Subprojeto na área de Pedagogia UAG2. Escola

Municipal Professora Amélia Maria Cordeiro de Melo Tavares. Emails: [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

Com base na articulação das práticas pedagógicas do ensino da Matemática e

da Língua Portuguesa, a discussão central deste trabalho trata da experiência com

situações pedagógicas que envolvem o gênero textual instrucional, visto que envolve

ordem, execução, orientação, regulamento e consignas diversas (LUVISON;GRANDO,

2012) em circunstâncias matemáticas, circundando um trabalho que possibilite o

vínculo entre Língua Portuguesa e Matemática, na perspectiva de romper a concepção

de impossibilidade de relação entre ambas as áreas do conhecimento.

Este trabalho foi constituído a partir de experiências pedagógicas vivenciadas

a partir do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, na

Escola Municipal Professora Amélia Maria Cordeiro de Melo Tavares, no município de

Garanhuns. Serão apresentadas ações desenvolvidas a partir de três projetos,

vivenciados nas turmas de 3º e 4º anos do Ensino Fundamental. Os projetos tem

como tema o trabalho com gêneros textuais e o uso de jogos no ensino de matemática

Segundo Kishimoto (1996, p.96), ”as crianças ficam mais motivadas a usar a

inteligência, pois querem jogar bem; sendo assim, esforçam-se para superar

obstáculos, tanto cognitivos quanto emocionais. Estando mais motivadas durante o

jogo, ficam também mais ativas mentalmente”. Portanto, podemos considerar que o

jogo, em seu aspecto pedagógico, é um instrumento facilitador na aprendizagem de

estruturas matemáticas, muitas vezes de difícil assimilação para o aluno, e ao mesmo

tempo produtivo ao mesmo, que tem a oportunidade de aprimorar sua capacidade de

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoresdeáreadoSubprojetodePedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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pensar, elaborar hipóteses, analisar, avaliar, construir estratégias, exercitar o

pensamento lógico, que é a base da matemática.

OBJETIVOS

Os objetivos foram divididos em duas disciplinas: Português e Matemática,

abordando os eixos de leitura, oralidade, produção textual, números e operações.

GERAL: Promover a articulação interdisciplinar entre as disciplinas de Língua

Portuguesa e Matemática.

ESPECÍFICOS:

● Desenvolver atividades que possibilitem a dialogicidade entre o gênero

institucional e o jogo matemático;

● Promover habilidades de leitura e compreensão para que seja despertado o

interesse dos alunos pelo caráter articulador da produção nas respectivas

disciplinas;

● Possibilitar a participação discente de maneira colaborativa no

desenvolvimento das atividades explorando um comportamento leitor, e

usando adequadamente os conhecimentos prévios para a percepção

interdisciplinar entre o gênero e o jogo;

● Promover momentos que envolvam os usos da linguagem nas diversas

situações do cotidiano escolar a fim de se produzir jogos matemáticos a partir

do respeito à ordem processual do gênero instrucional;

REFERENCIAL TEÓRICO

Do ponto de vista social, a leitura e escrita exigem do sujeito uma reflexão

sobre ações, interrogações e pensamentos referentes à realidade. Dentro da ação de

jogar, essa reflexão também se constrói, pois, ao apropriar-se do gênero textual

instrucional, componente de orientação no jogo, também se constitui um momento de

vivência e desenvolvimento de cada sujeito envolvido. De acordo com Luvison e

Grando (2012, p.19) “(...) acredita-se que uma prática possível de que o aluno seja

capaz de se expressar por meio de diferentes linguagens, seja por meio de jogos (...)”.

Isto pode ser observado nas partidas do jogo, nas diversas discussões

ocorridas entre os jogadores na ordem processual dos momentos, ou seja, são

estabelecidas situações de comunicação, de troca de conhecimento. O gênero textual

constitui-se a partir da objetivação do próprio discurso, que, após ser apropriado e

construído socialmente, inicia um movimento dialógico de contextualização, em seus

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aspectos tanto orais quanto escritos. Aprendemos a adaptar nossa fala às proporções

do gênero e, ao ouvir a fala do outro (BAKHTIN, 2003).

METODOLOGIA

Nos meses de julho e agosto foram realizadas observações e diagnoses das

turmas em que são desenvolvidos os projetos. Em seguida, no mês de setembro

foram iniciadas as primeiras sequências didáticas de cada projeto envolvido no

presente trabalho, de forma a atender os objetivos proposto aqui. É importante

ressaltar que as atividades ainda estão em andamento e que as etapas de conclusões

estão sendo planejadas.

Os métodos utilizados com as crianças são de caráter construtivo, um trabalho

envolvendo sequências didáticas que vão da diagnose (identificação do problema) ao

desenvolvimento de atividades objetivando intervir na sua aprendizagem. Este se deu

através do trabalho com o gênero textual receita culinária e jogos matemáticos, onde

promoveu-se o estímulo didático, trabalhado de forma interdisciplinar. Foi mediado a

partir de resgate do conhecimento prévio como tentativa afirmadora de aprendizagem,

em função da exploração de conteúdos como as unidades de medida matemáticas em

diálogo com a ordem processual do gênero.

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. LUVISON, C. C.; GRANDO, R. C. Gêneros textuais e a matemática: uma articulação possível no contexto da sala de aula. Revista Reflexão e Ação. Santa Cruz do Sul, v.20, nº 2, p.154-185, jul/dez 2012. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/viewFile/3035/2244>. Acessado em: 28/09/2017. LUVISON, C. C.; GRANDO, R. C. Processos de significação pela leitura e escrita: jogo, matemática e linguagem. Boletim Gepem. N.60, p.17-32, jan./jun.2012. Disponível em: <http://doi.editoracubo.com.br/10.4322/gepem.2014.001> . Acessado em: 28/09/2017. KISHIMOTO, T. M. (org.). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 1996.

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A LITERATURA DE CORDEL: O CARÁTER INTERDISCIPLINAR ENTRE HISTÓRIA E LÍNGUA PORTUGUESA

Bianca dos Santos Silva, Maria Joseilda Lopes Cordeiro, Steffanne Garcia 1. Subprojeto na área de Pedagogia UAG2 . Escola Municipal Professora Amélia Maria

Cordeiro de Melo Tavares. Emails: [email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

Este trabalho foi constituído a partir das experiências vivenciadas através do

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, na Escola Municipal

Professora Amélia Maria Cordeiro de Melo Tavares, da rede municipal de educação do

município de Garanhuns/PE. Buscamos desenvolver situações didáticas diversificadas

com o uso do gênero textual cordel visando um incentivo à leitura e a produção

textual, ampliando o reconhecimento da literatura de cordel enquanto memórias de um

povo, de um fato histórico; explorando desse modo, o cordel em sua natureza

interdisciplinar, não restrito apenas ao uso dá língua. Dessa forma, o texto de cordel pode ser usado como um meio, um recurso a mais para a interlocução do aluno com a sociedade. O cuidado que se deve ter é de apenas não tomar esse trabalho na escola como um mero pretexto para uma abordagem puramente gramatical ou mesmo literária, mas sim discuti-lo em toda a sua riqueza, que envolve não só as questões acima, mas também contextuais, o que serve de ponto de partida para a discussão dos problemas sociais, históricos, políticos e econômicos do nosso país. (ALVES, 2008, p.10)

Para a efetivação das atividades do programa, tivemos como foco o Ensino

Fundamental. Dessa forma, o presente trabalho pretende relatar algumas ações

desenvolvidas a partir de dois projetos de iniciação à docência, nas turmas do 4º e 5º

ano do Ensino Fundamental do segundo ciclo. Os projetos desenvolvidos têm como

temas: Diga sim para a leitura e O uso da Literatura de Cordel no ensino de história.

OBJETIVOS

Os objetivos propostos foram divididos em duas áreas: Língua Portuguesa e

História, nos seguintes eixos: leitura, oralidade, produção e interpretação textual.

Objetivamos com esse projeto buscar desenvolver uma maneira alternativa e

1BolsistasdoProgramadeIniciaçãoádocência;2CoordenadoresdeáreadosubprojetodePedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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prazerosa de incentivo à leitura a partir do uso do cordel nas disciplinas de Língua

Portuguesa e História e buscar o reconhecimento da importância da literatura de

cordel enquanto patrimônio histórico e cultural do povo nordestino e brasileiro,

desenvolvendo atividades que resgatam as concepções prévias dos alunos e os

coloquem como protagonistas na produção de um conhecimento significativo.

REFERENCIAL TEÓRICO

Mesmo com tantos avanços na área da educação a dificuldade em relação a

leitura ainda é um dos problema em destaque, para o qual, cada dia se procura cada

vez mais maneiras alternativas em buscar contornar essa problemática que afeta a

sociedade em geral; pois sabemos que é através da leitura que a criança atribui

sentido aos textos escritos, a partir dos quais ela vai despertar um mundo novo cheio

de fantasias; começa a analisar o texto de uma forma crítica essa característica vai

despertar uma análise na criança, ou seja, ela começa a criar o seu ponto de vista

com base nas informações captadas através da decifração dos signos que o autor

expõe no livro. Segundo Ângela Kleiman: Ler é construir significados, e quanto mais lemos, maior rede de sentidos podemos tecer. Ler é dialogar com o autor, com seu contexto histórico social e cultural, é preencher os vazios de modo impar utilizando seus conhecimentos prévios. (KLEIMAN, 1989, p. 13).

Dessa forma, a leitura é para a criança, um meio de processar os dados as

informações que foram recebidas. Através disso a criança pode conversar com seus

colegas e interagir utilizando a interpretação de texto, por meio da apropriação do

conhecimento adquirido.

Com base nisso propor o uso do cordel como um incentivo à leitura é apelar

para o uso da literatura de cordel para além da questão estrutural. Fazendo com que a

partir dos poemas de cordel a criança sinta vontade de ler, visto que o gênero possui

uma linguagem simples e interativa quando conta histórias das mais variadas

temáticas presente muitas vezes no cotidiano dos alunos.

Para Grillo (2003), “A literatura de cordel pode ser trazida para a sala de aula

como uma linguagem alternativa para o estudo da História. Ao relatarem os

acontecimentos de um determinado lugar num determinado período, os folhetos se

transformam em memória, em registro e em documento”. Além desses pontos

abordados por Grillo, o fato do folheto de cordel ser escrito de uma forma leve, uma

linguagem informal, e às vezes com humor, faz com que seja de fácil entendimento

pelo aluno e lhe proporcionará prazer, o que gera como consequência, alunos

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motivados e melhores resultados na aprendizagem referente tanto ao ensino de

História, quanto da capacidade leitora e reflexiva.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO DOS PROJETOS

Nos meses de julho e agosto (2017), foram realizadas observações e

diagnoses das turmas nas quais desenvolvemos os projetos. Em setembro, iniciamos

a aplicação das primeiras sequências didáticas dos projetos individualmente a fim de

alcançar nossos objetivos. É importante frisar que as atividades ainda estão sendo

desenvolvidas, dessa forma, ainda não foi possível obtermos resultados significativos.

METODOLOGIA E RESULTADOS

As metodologias usadas em ambos os projetos foram construídas a partir das

observações e diagnoses, de forma que identificamos as maiores dificuldades

enfrentadas pelos os alunos em sala de aula e passamos a construir atividades que,

explorando a capacidade interdisciplinar do gênero textual cordel contribuísse para a

melhoria da capacidade leitora e a interação com o patrimônio histórico e cultural e

das memórias coletivas, promovendo assim, um espaço de atuação no qual o aluno é

colocado como o produtor do seu conhecimento e capaz de fazer uma leitura de

mundo mais crítica. Em sala de aula, tivemos a oportunidade de utilizar alguns cordéis

para discussões e realizar atividades entre eles, o Cordel intitulado “O lamento do

agricultor e sua família” no qual, a cordelista, Edilene Soares, fala das grandes

dificuldades enfrentadas pelo agricultor em tempo de secas. A partir do cordel

trabalhamos a leitura e interpretação textual com enfoque na memória coletiva

daqueles que muitas vezes são obrigados a deixar suas terras para ir em busca de

melhores condições.

REFERÊNCIAS

ALVES, R. M. Literatura de cordel: por que e para que trabalhar em sala de aula.

Revista Fórum Identidades. 2008, ano 2, vol. 4, p. 103-109. Disponível em: http:/ /

www.posgrap.ufs.brperiodicos/revista_forum_identidades/ revistas/

ARQ_FORUM_IND_4/ SESSAO_L_FORUM_Pg_103_109.pdf. Acesso em: 17 de

agosto de 2017

GRILLO, Maria Ângela de Faria. A literatura de cordel e o ensino da história.

Universidade do Porto, Portugal: Artigo publicado no VII Congresso Luso-Brasileiro de

História da Educação, 2008.

KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. Aspectos cognitivos da leitura. Campinas, Pontes, 1989.

SILVA, Ana Araújo. Literatura para Bebês. Pátio, São Paulo, n.25, p. 57-59, Fev/Abr.2003.

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INDISCIPLINA X FALTA DE ATENÇÃO: PENSANDO RECURSOS EDUCACIONAIS ATRAVÉS DA PEDAGOGIA DA ATENÇÃO

Ana Clara Serpa Toscano de Brito, Francielly Falcão da Silva 1, Jucélia Gonçalves Cumarú de Medeiros. CMEI – Instituto Bíblico do Norte. Subprojeto na área de

Pedagogia UAG2. Emails: [email protected] , [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

Este trabalho traz parte das vivências enquanto bolsistas do PIBID do curso de

Licenciatura em Pedagogia – UFRPE/UAG. No primeiro contato com o cotidiano da

sala de aula, desenvolver projetos foi ao mesmo tempo motivador e desesperador,

visto que, boa parte dos(as) alunos(as) não demonstraram interesse pelas atividades

propostas. A partir dessa realidade, procuramos refletir acerca do que provocava a

indisciplina na sala de aula, partindo do pressuposto que a distração (falta de atenção)

dos alunos e a nossa metodologia fosse o motivo. Com base na afirmação de Aquino

(1998) que diz que muitas vezes o professor pode ser o responsável pela indisciplina

por ministrar aulas desinteressantes e não dá sentido ao aluno sobre o estar na

escola, encontramos na pedagogia da atenção de Vigotski (2010) uma base teórica

que, para nós, desmistifica a indisciplina como resultante de fatores externos à sala de

aula. Esta nos mostrou que o desinteresse do aluno pela aula pode vir de uma

metodologia que não valoriza o interesse do aluno. Além desta reflexão, trazemos o

relato de atividades que despertaram a atenção dos alunos, diminuindo a indisciplina

durante as atividades.

REFERENCIAL TEÓRICO

Conforme Franco (2004), uma das grandes problemáticas da educação é a

indisciplina em sala de aula, e esta é atribuída a diversos fatores que permeiam a vida

do aluno, tais como: a falta de planejamento, a dificuldade das famílias em educar os

filhos, a exposição à violência, a falta de empatia, pelo aluno, por parte do professor,

entre outras coisas. Contudo, Aquino (1998, p. 194) diz que “[...] talvez se possa

entender a indisciplina como energia desperdiçada, sem um alvo preciso ao qual se

fixar, e como uma resposta, portanto, ao que se oferta ao aluno”. Ainda acrescenta

que “a indisciplina do aluno pode ser compreendida como uma espécie de termômetro

da própria relação do professor com seu campo de trabalho, seu papel e suas

funções”. Nesse sentido, a atenção segundo Vigotsky (2010) é atrelada a mudança de 1 Estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia–UAG/ UFRPE. 2 Coordenadores de área do Subprojeto de Pedagogia UAG/UFRPE: Professores Lucas da Silva Castro e Valéria Suely Simões Barza.

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atitude. Para que o sujeito volte a sua atenção para algo, se faz necessário uma série

de movimento de órgãos internos e fatores externos que despertem o seu interesse.

Naquele momento tudo se volta ao objeto. Para Vigotsky (2010), o fazer pedagógico

se faz necessário que parta dos interesses dos alunos, que desenvolva o seu

interesse pelo objeto estudado. Para tanto, Vigotsky (2010, p. 163) aponta algumas

regras: “antes de explicar, interessar, antes de obrigar a agir, preparar para a ação;

antes de apelar para reações, preparar para a atitude; antes de comunicar alguma

coisa nova, suscitar à expectativa do novo”. E ainda acrescenta que “[...] a atitude se

revela antes de tudo como certa expectativa da atividade a ser desenvolvida”.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A primeira e a segunda sequências didáticas foram realizadas em uma mesma

turma em bimestres subsequentes em 2016. A primeira sequência foi a construção de

um livro que teve como base histórias de falta de atenção contadas pelos próprios

alunos e também ilustradas pelos mesmos. Contou com reconhecimento de livros de

história, identificação das características do livro, escrita e ilustração das histórias,

culminando com um livro síntese e leitura deste para a turma. Outra sequência, foi a

construção de jogo da memória que contou com as seguintes etapas: reconhecimento

do jogo da memória entre outros jogos, criação de cartas com desenhos feitos pelos

alunos, cartas com os nomes correspondentes às cartas com desenhos; finalização do

jogo da memória, teste do jogo e socialização para outras turmas. A terceira sequência

foi realizada na segunda turma e está em andamento. Fora da sala de aula,

observamos e analisamos o espaço da escola com os alunos e fizemos as atividades

de investigação do solo, numa abordagem interdisciplinar. Levamos as crianças para

fora da escola em pequenos grupos para que coletassem mudas de plantas,

envolvendo a comunidade na construção do canteiro.

ANÁLISE DOS RESULTADOS:

Durante a construção do livro de histórias, pudemos perceber o envolvimento

dos alunos em cada etapa: a contação das histórias vivenciadas por eles(as) fossem

através da escrita ou mesmo de um desenho, mas cada um pode explicar suas

histórias. Esse momento foi importante para a construção da identidade e fortalecendo

um sentimento de pertença. Na construção do jogo da memória, pudemos perceber

que os alunos tiveram a sua atenção voltada para as atividades, aconteceram

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momentos esporádicos de distração, mas nada que prejudicasse o andamento das

atividades.

Na segunda turma, percebeu-se que com as atividades fora da sala de aula

não chamaram a atenção dos alunos. Contudo, quando os dividimos em grupos

conseguimos que todos tivessem atividades escolhidas por eles. Observamos que a

participação delas foi maior e mais significativa, principalmente na coleta das mudas

junto à comunidade e o plantio das mesmas.

A partir destas vivências, pudemos confirmar o que Aquino (1998) discute

acerca da indisciplina, pois ela pode estar atrelada às aulas desinteressantes e a falta

dos alunos entenderem o sentido do estar na escola e que essa mudança deve partir

do professor. Desse modo, partir de atividades que contemplem os interesses dos

alunos, objetivando despertar a atenção para o ensino (VIGOTSKI, 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos que o tema indisciplina foi motivador para a nossa reflexão, pois

foi a partir dela que revimos as nossas estratégias pedagógicas, readaptando as

sequências didáticas com atividades que chamassem a atenção dos alunos para o

que estava sendo ministrado. Desse modo, concluímos que a metodologia

diferenciada foi fundamental para a mudança de atitude dos alunos que buscaram

manter a atenção focada na aula e nas problemáticas de seus interesses. Assim,

percebemos uma diminuição considerável da indisciplina na sala durante as

aplicações das nossas sequências didáticas.

REFERÊNCIAS AQUINO, Julio Groppa. A indisciplina e a escola atual. Revista da Faculdade de Educação, vol.24 n.2 São Paulo,1998 Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo .php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551998000200011> Acesso em: 18 de mar. 2016. FRANCO, Francisco Carlos. A indisciplina na escola e a coordenação pedagógica. In: Org. PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. O coordenador da escola e cotidiano da escola. 5ª ed. 2008. São Paulo, Edições Loyola, 2003. VIGOTISKY, Lev Semyonovich. Psicologia e Pedagogia da atenção. In: VIGOTISKY, Lev Semyonovich. Psicologia Pedagógica. 3ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

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ARTE NO COTIDIANO ESCOLAR: UMA PROPOSTA TRANSDISCIPLINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Francielly Falcão da Silva, Jaíne de Siqueira Santos 1, Pedro Ferreira Belo Teixeira. Subprojeto na área de Pedagogia UAG2. CMEI- Instituto Bíblico do Norte. Emails:

[email protected], [email protected] ,[email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi desenvolvido na Escola Municipal Instituto Bíblico do

Norte, localizada no município de Garanhuns-PE. A escola municipal já possui seis

anos e atende 299 alunos matriculados no ano de 2017. Os projetos aqui relatados

tem como eixo central a Arte, cujo objetivo é trabalhar com a música e as artes visuais

na educação infantil de forma transdisciplinar3. Ao longo do projeto foram aplicadas

atividades que promoveram o conhecimento através da transdisciplinaridade. Cetrans

(1999) destaca que esses conhecimentos, embora distintos, dialogam entre si; um

saber complementando o outro sem que haja uma supervalorização de determinada

disciplina com o intuito de unir e promover conhecimentos.

Essa experiência foi realizada em duas turmas de Infantil II, tendo como

objetivos específicos desenvolver e explorar a criatividade e representação do mundo

a partir do desenvolvimento do desenho, conceituar harmonia, melodia e ritmo a partir

da música, explorando o folclore e valorização da história local da cidade de

Garanhuns. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram dois professores da Educação

Infantil, 49 alunos e dois bolsistas de iniciação à docência. A pesquisa-ação tem por

problematização o estudo da Arte no cotidiano escolar, que busca responder: como

atividades que utilizam a música e as artes visuais de forma transdisciplinar podem

ajudar na aprendizagem dos alunos na Educação Infantil?

METODOLOGIA

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.2CoordenadoresdeáreadoSubprojetodePedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.3Atransdisciplinaridade,comooprefixo“trans”indica,dizrespeitoàquiloqueestáaomesmotempoentreasdisciplinas,atravésdasdiferentesdisciplinasealémdequalquerdisciplina.Seuobjetivoéacompreensãodomundopresente,paraoqualumdosimperativoséaunidadedoconhecimento(CETRANS,1999,p.11).

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Em um dos projetos executados foram utilizados o desenho e o trabalho com

as artes visuais já que é considerada uma linguagem para comunicação e expressão

muito significativas para a criança. Pillar (2012) afirma que ao observar o desenho de

uma criança, podemos aprender muito sobre o seu modo de pensar e suas

habilidades; é no desenho que experiências diárias podem facilmente ser expostas por

meio de seus traçados, uso das cores e impressões que acontecem como um registro

de sua evolução cognitiva. As atividades desenvolvidas em sala de aula buscaram

trabalhar com o desenvolvimento e experimento do desenho, focando na

compreensão das formas geométricas, a produção espontânea e dirigida, a fusão e

dégradê das cores, como também atividades que envolvem os princípios fundamentais

para serem desenvolvidos na Educação Infantil.

Em paralelo, no projeto envolvendo música foram desenvolvidas atividades que

buscaram desenvolver a percepção rítmica, prática e a coordenação motora por meio

do baião. Inicialmente, proporcionamos o primeiro contato com um instrumento

musical, o violão, a produção de paródia, teatro e música, como também, articulamos

outros conhecimentos didáticos como: reconhecimento de letras do alfabeto e

números, de forma que os alunos interagiram entre si buscando o desenvolvimento

pessoal e coletivo do grupo, entre outros aspectos. Como afirma Borgens (2003) a

música possibilita que a criança expresse suas emoções como também torna as

atividades mais prazerosas e reforça as relações aluno-aluno em sala de aula, a

música sendo usada como ferramenta cognitiva e psicomotora.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente foi possível observar que a turma se encontrava muito

heterogênea no que se diz à produção e desenvolvimento do desenho. Foram

desenvolvidas atividades que buscassem o desenvolvimento tanto daqueles que se

encontram no estágio de desenvolvimento pré-esquematico, que Piaget define como o

estágio onde a criança ainda tem dificuldades de esquematizar e formular o que é real

no desenho, como também, atividades que teorizam o desenho e buscam o

desenvolvimento da criatividade e da releitura. Durante toda sequência de atividades,

percebeu-se um desenvolvimento tanto na coordenação motora quanto na criatividade

dos alunos quando se compara as produções iniciais com as atuais. Algumas das

crianças que se encontravam no estágio do pré-esquematismo demonstram resultados

evolutivos no que se diz a representação do que é real no desenho, facilitando a

criatividade e o acompanhamento com o restante da turma. Ainda, foi observado que

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algumas crianças estão conseguindo pintar de forma mais preenchida e uniforme,

dando mais caracterização em sua produção e expressão artística.

Na música percebe-se que há crianças com mais facilidades para produção de

ritmos do que outras. Por exemplo, na atividade do baião com o uso dos copos

fazendo a parte percussiva, vale salientar que as metodologias aplicadas não tinham

intensão de formar músicos, assim sendo, a criatividade, cooperação e socialização

uns com os outros no trabalho em equipe, foi alcançada por meio da música, por

exemplo, na construção de uma paródia onde cada aluno pode contribuir com uma

palavra e frase da canção. Tal cooperação sendo vista também na construção de um

livro criado pela turma, onde as equipes ficaram responsáveis por uma página que iria

compor o livro. Também como, objetivos de conceituar especificidades da música

foram alcançados, com o auxílio do cavaquinho eles puderam ver e ouvir a diferença

entre ritmo, melodia e harmonia. E ao serem questionados sobre o que seria cada um,

sabiam descrever com suas próprias palavras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto do desenho está demonstrando o quanto à turma consegue

compreender e acompanhar o desenvolvimento do desenho já que é algo que eles

sentem prazer em experimentar. Cada atividade comparada com a atividade

subsequente nota-se uma evolução e um melhoramento significativo na expressão

oral, demonstrando que a maior parte da turma está conseguindo desenvolver o

objetivo proposto. Já o projeto com a música requer continuidade com os alunos, pois,

os aspectos da musicalização como ritmo, melodia, harmonia, expressão musical,

necessitam de outras atividades para que os alunos compreendam melhor esses

aspectos de forma prática, é necessário reforçar as letras do alfabeto e os números

visto que alguns se encontram com dificuldades nessa área.

REFERÊNCIAS

BORGES, Teresa Maria Machado. A criança em idade pré-escolar: desenvolvimento e educação. 3°ed. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro, 2003.

CETRANS, Educação e Transdisciplinaridade. São Paulo: Itatiba, 1999. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001275/127511por.pdf > Acesso em: 07 de nov. 2017.

PILLAR, Analice Dutra. Desenho & escrita como sistema de representação. 2ª Edição. Porto Alegre:Penso, 2012.

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GÊNEROS TEXTUAIS COMO FERRAMENTA DE RESGATE CULTURAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESCOLA MUNICIPAL INSTITUTO

BÍBLICO DO NORTE Francielly Falcão da Silva, Jackeline de Araujo Oliveira, Jucélia Gonçalves Cumaru ,

Michele de Araújo Deodato1. Subprojeto na área de Pedagogia UAG2. CMEI - Instituto Bíblico do Norte. Emails:

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa apresentar experiências vivenciadas pelas discentes que

participam do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID, do

curso de Licenciatura em Pedagogia. As atividades aqui apresentadas foram

realizadas em três turmas de 3º ano do Ensino Fundamental, do Instituto Bíblico do

Norte, localizada em Garanhuns - PE. Estas foram realizadas com o intuito de resgatar

a cultura popular a partir dos gêneros textuais: cordel, trava-língua, lenda e receita

culinária. Buscamos desenvolver sequências didáticas bimestrais com a proposta de

resgate cultural a partir dos gêneros textuais supracitados, contribuindo para que se

ampliassem o conhecimento dos alunos e ajudasse na construção da sua identidade

cultural, além do desenvolvimento no processo de apropriação do sistema de leitura e

escrita. Procuramos abordar temas que estivessem mais próximos do contexto social

dos alunos e da cultura local.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Através dos gêneros textuais é possível permitir ao aluno o conhecimento da cultura

da sua região a partir da pluralidade de gêneros textuais existentes. Tendo em vista

que os mesmos são vistos como ferramenta imprescindível de socialização para a

inclusão funcional dos indivíduos nas atividades sociais que os inserem (Lovato, 2010

apud Marcuschi 2002). Santana e Barbosa (2015) nos diz que o trabalho com a

literatura de cordel propicia um grande resgate cultural e deve ser utilizado como um

recurso de interação entre os alunos e a sociedade em que vivem. Silva (2013)

mostra que a partir do trabalho com trava-língua, evidenciamos a possibilidade de

abordar alguns direitos de aprendizagem, como a leitura de textos com autonomia,

reconhecimento de diferentes tipos de letras, e suportes textuais, além da valorização

da tradição oral. Assim, reforçando o que diz Marcuschi (2002) em que os gêneros

textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social; 1 BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES 2CoordenadoresdeáreadosubprojetodePedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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escolhemos os gêneros em questão por estarem mais presentes na cultura nordestina

e consequentemente mais próximos da realidade do aluno.

METODOLOGIA

Nas atividades referentes à literatura de cordel foi trabalhado com os alunos o cordel

“Brincadeira de criança” de Tárcio Costa, “O estrondo” e “Garanhuns o boato” de

Valdir Marinho. No cordel “Brincadeira de criança” trabalhamos com brincadeiras

antigas que os ascendentes brincavam. Construímos outro cordel de brincadeiras

realizadas por eles nos dias atuais e reconstruímos desenhos de brincadeiras e

brinquedos a partir da xilogravura confeccionada com bandejas de isopor em sala de

aula. Nos cordéis “O estrondo” e “Garanhuns o boato” foi possível trabalhar com o

resgate de histórias de fatos que aconteceram na cidade, como também as rimas das

palavras presentes no texto. A partir do gênero apresentado foi possível trabalhar com

a organização estrutural, a linguagem própria das literaturas de cordel, a função social,

rimas, e a reconstrução de cordéis através de xilogravuras. As atividades referentes

ao trava-língua tiveram início com a apresentação oral da temática. Em seguida, foi

proposta uma brincadeira a partir de uma caixa “A Caixa que Trava a Língua”, com

várias trava-línguas. Os alunos foram instruídos a escolher e ler para si e depois para

a sala. Ao decorrer das outras aulas, utilizamos atividades impressas, ora respondidas

no quadro branco pelos próprios alunos e outras não, além de brincadeiras dentro e

fora de sala. Já a atividade da “Lenda da mandioca” contou com: a leitura da lenda,

interpretação de texto, pesquisa de receitas que utilizam a mandioca e ou seus

derivados, reconhecimento das características do gênero receita, escrita da receita do

pé-de-moleque (na sanduicheira), produção da receita do pé-de-moleque em sala de

aula pelos alunos e degustação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As atividades com a literatura de cordel proporcionaram um contato direto com um

gênero que os alunos ainda não conheciam, como também, o desenvolvimento da

aprendizagem através do resgate de fatos próprios da cidade, da interação e da

capacidade de criação, contribuindo ainda para a valorização da história local, e da

apropriação da leitura e escrita. Percebemos que a literatura de cordel é um gênero

textual que estimula a formação da consciência fonológica do aluno através da

linguagem própria e rica em rimas e em cultura que o mesmo oferece, além de ajudar

na preservação da história local e nacional que os livretos constituem. A sequência

didática da Lenda da mandioca foi iniciada com o estudo das partes das plantas,

destacando a raiz, para introduzir a Lenda da Mandioca. Os resultados foram

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positivos, pois a lenda da mandioca era desconhecida pelos alunos. Além disso,

percebermos que uma boa parte deles conseguiu interpretar o texto, pesquisar acerca

de receitas que utilizam a mandioca ou seus derivados. E tiveram a oportunidade

reconhecer as características do gênero receita culinária, puderam produzir, a partir da

receita, o pé-de-moleque e degustar essa iguaria culinária pertencente a nossa

cultura, sabendo que a lenda e o bolo são oriundos da cultura indígena. A conclusão

do projeto de trava-língua foi realizada a elaboração de cartazes com os trava-línguas

pesquisados e criados pelos alunos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o término das sequências evidenciamos que além dos gêneros textuais propiciar

um contato direto com diferentes tipos de linguagens através de atividades lúdicas e

interativas, e ainda contribui para a construção sociocultural da identidade do aluno

dessa modalidade. Assim consideramos que o trabalho com gêneros textuais em sala

de aula é de suma importância para o desenvolvimento pessoal do aluno,

considerando a formação de um cidadão crítico, reflexivo e dotado de cultura.

REFERÊNCIAS

LOVATO, C. S. Gêneros textuais e ensino: Uma leitura dos PCNS de língua portuguesa do ensino fundamental. Travessias. Santa Maria, ed. 4, 2015. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/viewFile/3172/2500> Acesso em: 26/09/2017 MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.P; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.) Gêneros Textuais e Ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002.= SANTANA, L. M. de. BARBOSA, J. do. R. Cordel na sala de aula: Uma ferramenta interdisciplinar no processo de ensino aprendizagem. Aroeiras, PB. 2015 Disponível em <http://www.editorarealize.com.br/revistas/eniduepb/trabalhos/TRABALHO_EV043_MD1_SA14_ID1258_29062015112329.pdf> Acesso em: 26/09/2017. SILVA, M. E. da. NUNES, A. M. F. da Silva. DENIZE, D. C. R. O uso do trava-língua na identificação de palavras. Uberlândia, 2013. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50581.

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PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DIALOGANDO COM A INTERDISCIPLINARIDADE

Anayra Ferreira de Lima, Elízia Paes de Araújo, Fernanda Maria de Melo Silva, Tatyanne Maria Rodrigues Calado 1 Subprojeto na área de Pedagogia UAG2. Escola Municipal Padre Dehon.

Emails: [email protected];[email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

Este trabalho traz uma discussão parcial de projetos de intervenção a partir do

Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) que vem relatar experiências

de três bolsistas que desenvolvem projetos na perspectiva interdisciplinar em uma

Escola Municipal de Garanhuns-PE, e a experiência de uma professora da rede

enquanto supervisora da mesma escola. Em cada escola parceira, tem um supervisor,

e para escolha desse supervisor, é requisito que seja professor efetivo da escola. Esse

supervisor faz a ponte entre o bolsista e a escola. Segundo o Ministério de Educação

(MEC), o objetivo do PIBID é antecipar o vínculo dos futuros professores na sala de

aula. A participação direta desses bolsistas nas escolas, possibilitando desenvolver

projetos sob a orientação de professores da Instituição de Ensino Superior (IES).

O Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) além de inserir o

graduando no contexto escolar permite ao bolsista desenvolver um projeto de

intervenção, com apoio de um professor da universidade (o colaborador), o supervisor

do programa na escola, e do professor regente. O PIBID proporciona ao licenciando

vivenciar uma realidade mais profunda na sala de aula, coisa que o estágio obrigatório

não proporciona, devido ao curto período de vivência. Sobre isso o MEC ressalta:

A intenção do programa é unir as secretarias estaduais e municipais de educação e as universidades públicas, a favor da melhoria do ensino nas escolas públicas em que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) esteja abaixo da média nacional, de 4,4. Entre as propostas do Pibid está o incentivo à carreira do magistério nas áreas da educação básica [...] (BRASIL, 2012, n.p).

Os projetos partem da perspectiva da cidadania, do letramento e da

sustentabilidade, cujo objetivo principal é inserir o aluno como agente da cidadania de

forma reflexiva e participativa na sociedade. Um dos projetos desenvolvidos, teve

como objetivo trabalhar a conscientização dos alunos, para a necessidade de

1 BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES 2CoordenadoresdeáreadoSubprojetodePedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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preservação do meio ambiente; mostrando a importância da educação ambiental em

suas vidas de forma interdisciplinar; promovendo brincadeiras para ensinar, abordando

a questão dos resíduos do dia-a-dia, através da perspectiva dos “3 Rs” e

proporcionando a visão de uma melhor qualidade de vida com a prática da educação

ambiental na educação básica. Em consonância, destacando a cidadania, outro

projeto parte da perspectiva do letramento, buscando inserir o aluno leitor em

contextos sociais. Com a reflexão de músicas do forró pé de serra, por ser regional,

proporcionam uma criticidade a partir das letras musicais, contribui para que os alunos

reflitam sobre sua participação na sociedade.

Levando em consideração a perspectiva da interdisciplinaridade, outro projeto

trabalhado na escola, aborda o ensino da matemática e procura fazer relação com o

exercício da cidadania; trabalhando o cotidiano do aluno, para que ele possa gozar

dos seus direitos. Grande parte dos projetos propostos pelos estudantes partem de

uma perspectiva em interdisciplinar. Segundo Cruz e Neto (2012), a perspectiva

interdisciplinar é complexa, e requer aprofundamento disciplinar para possíveis

diálogos. Em decorrência disso, a interdisciplinaridade no projeto de intervenção nos

propõe integrar conteúdos fragmentados adotando uma forma de visão integrada do

conhecimento. Neste sentido, a atuação do pedagogo requer uma formação

polivalente para ter uma prática interdisciplinar.

Cruz e Neto (2012) ressaltam: A polivalência constitui o cerne do trabalho do professor dos anos iniciais, justamente porque esse profissional trabalha, predominantemente, com a formação do ser humano. Formação essa constituída de várias dimensões, que requer um olhar multirreferencial, o que a remete, por conseguinte, a uma prática interdisciplinar. Assim, exercer a polivalência não seria apenas operar um somatório de disciplinas, mas envolver-se na formação humana de seus alunos, adotando-se uma perspectiva interdisciplinar. (CRUZ, NETO, 2012, p.389)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto, como já foi citado, teve como base metodológica uma pesquisa de

campo que foi desenvolvida na escola. No processo da diagnose, realizamos

entrevistas com a supervisora e observações das aulas. Com base no que

observamos, percebemos dificuldades dos alunos, tais como; interpretação e

participação nas atividades de forma reflexiva.

Partindo das dificuldades já mencionadas, foram construídos os projetos,

sendo aplicados em turmas de 3º ano e 4º ano, que buscam ativar a participação dos

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alunos, a criticidade e interpretação. Nos orientamos também, pelos estudos de Freire

(1996) que retrata a importância da reflexão sobre a prática docente, que possibilita,

neste contexto, um contato direto com a realidade educacional, contribuindo para

fortalecer a relação com o saber e o fazer docente. Nesta perspectiva, a intervenção

pedagógica ocorreu na participação coletiva, com realização em grupo e

individualmente. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Este trabalho trouxe uma discussão com experiências que se encontra em

momentos iniciais de um Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) que

oferece bolsas a alunos dos cursos de Licenciaturas presenciais das Universidades

Federais e Estaduais do Brasil. Estão sendo vivenciados projetos interdisciplinares

numa Escola Municipal de Garanhuns-PE, tem sido uma experiência produtiva,

mesmo em pouco tempo, temos aprendido, mesmo não sendo simples desenvolver

um projeto interdisciplinar a partir de músicas de forró, como também desenvolvimento

sustentável e matemática reflexiva.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988.

CRUZ, Shirleide Pereira da Silva; NETO, José Batista. A polivalência no contexto da docência nos anos iniciais da escolarização básica: refletindo sobre experiências de pesquisas. Revista Brasileira de Educação v. 17 n. 50 maio-ago. 2012.

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A COMPREENSÃO LEITORA NO PRIMEIRO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Maria Aline Teixeira de Araújo, Lidrielly Oliveira da Silva, Rayane Branco de Lima, Tatyanne Maria Rodrigues Calado 1. Subprojeto na área de Pedagogia UAG2. Escola Municipal Padre Dehon. Emails: [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]).

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o objetivo de relatar nossas experiências enquanto

estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal Rural de

Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/UAG), e bolsistas do

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID); onde estivemos

inseridas no cotidiano de uma escola da rede municipal de Garanhuns/PE,

acompanhando uma turma do 1°, 2°, e 3° ano do 1° ciclo dos anos iniciais.

Iniciamos as atividades na escola em fevereiro de 2017, e desde então,

passamos a fazer observações e levantar as problemáticas a serem estudadas. Com a

atuação do PIBID na referida escola, passamos a vivenciar a docência a partir da

exploração com as turmas de alunos, de um exercício da compreensão leitora por

meio dos gêneros textuais. Isso tudo realizado após observações, análise documental

e conversa com a supervisora para justamente identificar as necessidades da escola.

A realização desse projeto teve como objetivos: promover vivências dos

processos de docência; favorecer o conhecimento teórico-prático da compreensão

leitora nos anos iniciais do ensino fundamental, tendo como base para isso o uso dos

gêneros textuais, e, promover a produção de materiais e estratégias didático-

pedagógicas durante esse processo.

AS VIVÊNCIAS DE TRÊS BOLSISTAS DO PIBID/UFRPE/UAG

A compreensão leitora foi a base de cada sequência. Acreditamos, pois, na

importância da leitura para o desenvolvimento do indivíduo enquanto cidadão e

durante todo seu processo de formação, e a leitura deve ser trabalhada desde os anos

iniciais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) ressaltam que: "trabalhar com a

leitura pressupõe formar não apenas leitores, mas sujeitos capazes de escrever com

eficácia" (BRASIL, 1997).

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES2.CoordenadoresdeáreanoSubprojetodePedagogiaUAG/UFRPE:ProfessoresLucasdaSilvaCastroeValériaSuelySimõesBarza.

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Como estratégia para desenvolvermos a compreensão leitora nos alunos,

fizemos uso dos gêneros textuais. Segundo Rios e Libânio (2009), o trabalho com os

gêneros discursivos é importante no início do processo de alfabetização, porque faz

com que se desenvolva nas crianças a capacidade comunicativa através da leitura e

produção de textos orais e escritos, em várias práticas sociais. Dessa forma,

buscamos fazer uso da linguagem, de forma contextualizada, criando momentos

através do contato com o Gênero textual poderíamos trabalhar atividades que

pudessem auxiliar na apropriação da linguagem oral e escrita, de forma ludica.

Nesse sentido, vale explicitar que a atividade lúdica é algo que envolve a

criança inteiramente, levando-a à vivência plena da experiência Luckesi (1998). Além

disso, entendemos como Oliveira (1985, p.74), que a ludicidade é:

[...] um recurso metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural. Estimula à crítica, a criatividade, a socialização, sendo, portanto reconhecidos como uma das atividades mais significativa – senão a mais significativa – pelo seu conteúdo pedagógico social.

Será relatado cada um dos projetos desenvolvidos nas turmas da escola Padre

Dehon em turmas do primeiro ciclo. No 1°ano do ensino fundamental, após as

observações e diagnoses dos alunos, pudemos verificar que boa parte da turma se

encontrava no processo inicial de alfabetização. Nessa turma optou-se por trabalhar o

gênero fábula. O gênero fábula foi escolhido justamente por ser um texto simples e

curto. No primeiro momento ocorreu a contação, no qual os alunos foram estimulados,

bem como, ficaram curiosos e envolvidos com o momento lúdico que explorou o

imaginário de cada deles. Foram realizadas algumas atividades partindo do próprio

texto, para auxiliar no desenvolvimento da escrita e também da leitura dos alunos que,

por estarem no período inicial foi feito a partir da leitura de imagens. Também foram

oportunizadas atividades em grupos, e como culminância da sequência ocorreu a

produção de algumas maquetes que representavam o cenário da fábula trabalhada. A

partir dessas produções os alunos puderam fazer a própria contação para outras

turmas da escola. Os alunos, de um modo geral, se sentiram envolvidos e foram

muito participativos do início ao final. Notou-se também boa evolução na questão

compreensão do texto bem como na forma de se expressarem oralmente.

No 2º ano, a partir da diagnose realizada, percebemos que os alunos tinham

dificuldades de interpretação e não conheciam o gênero tirinha, portanto, iniciamos a

sequência com esse gênero, no qual foi abordada e desenvolvida a interpretação,

leitura e escrita. Muitas atividades realizadas com eles foram feitas em grupos, por ser

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uma turma com diferentes níveis, assim uns ajudariam aos outros. Nessa sequência

foram trabalhadas as características do gênero tirinha de forma detalhada. No final da

sequência houve a produção final, na qual eles produziram tirinhas em duplas e

apresentaram para outra turma. Pelas produções finais percebemos o quanto eles

tinham dificuldades na escrita.

No 3º ano, o projeto desenvolvido foi pensado nas necessidades dos alunos,

ao longo de observações e diagnose realizadas com a turma. O gênero escolhido foi

também a fábula. Verificamos também que, nessa turma, os alunos apresentavam

grande dificuldade em interpretação de leitura. A partir da leitura das fábulas foram

criadas diversas estratégias de leitura e de escrita, tendo em vista que a grande

maioria dos alunos ainda não estava alfabetizada. Houve não só o trabalho com

leitura, mas também com a apropriação do sistema de escrita por meio dos textos

lidos em sala. As atividades que foram desenvolvidas tiveram bons resultados, pois

percebemos que os alunos tiveram um bom desempenho no decorrer das atividades,

e conseguiram aprender a estrutura da fábula e suas principais características. Por

fim, finalizamos o projeto com uma apresentação de uma fábula em peça teatral, na

qual os alunos puderam apresentar para outros colegas, no pátio da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os trabalhos desenvolvidos têm obtido resultados satisfatórios. Procuramos

ajudar os alunos em suas dificuldades e consideramos que houve avanços de

aprendizagens. Ao mesmo tempo, a vivência das sequências didáticas com as turmas

colaborou na nossa formação, permitindo refletir a realidade escolar e contribuir com

o processo de desenvolvimento desse espaço.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Brasília, 1997.

RIOS, Zoé e LIBÂNIO, Márcia. Da escola para casa: alfabetização. Belo Horizonte:RHJ, 2009.

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1 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 2 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES, de

04/2016 à 07/2017, atual colaborador voluntário. 3 Professora Efetiva da EREMCS e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES. 4 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES 5 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

A PRODUÇÃO DE VÍDEOS EDUCATIVOS: UMA FERRAMENTA PARA A APRENDIZAGEM DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS

Flávia Cristiane Vieira da Silva1; Francisca Suene Alcântara Siqueira2; Lurdilene da Silva Pedroso3; Maiara Saviane Carvalho Diniz Silva4

5Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Cornélio Soares (EREMCS)

[email protected] ; [email protected] ; [email protected]; [email protected]

Introdução

O presente trabalho apresenta o relato de uma experiência com a produção de

vídeos por estudantes do Ensino Médio (EM), o mesmo foi proposto visando à

aprendizagem de conteúdos químicos por meio do uso das TICs. A aplicação dessa

atividade ocorreu em uma turma de 3° ano do Ensino Médio tendo em vista o contanto

constante dos estudantes com as tecnologias audiovisuais.

O conteúdo abordado com os estudantes foram as “Funções Orgânicas”. A

produção dos vídeos buscou fomentar a participação ativa dos estudantes na

elaboração da atividade bem como inserir tecnologias em sala de aula, como forma de

aproximar o conteúdo químico com o cotidiano dos estudantes.

Referencial Teórico

Mesmo com o avanço da tecnologia, o quadro, o giz e o livro didático ainda são

instrumentos que prevalecem nas salas de aula, no entanto, há uma diversidade de

recursos, incluindo os associados às novas tecnologias da informação e comunicação,

que podem contribuir para um processo de ensino e aprendizagem mais dinâmico

(SILVA; LEITE; LEITE, 2016).

Dentre eles podemos citar os vídeos para o ensino de química, que, de acordo

com Morán (1995), pode proporcionar múltiplas percepções: “O vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a sua força. Somos atingidos por todos os sentidos e de todas as maneiras. O vídeo nos seduz, informa, entretém, projeta em outras realidades, em outros tempos e espaços” (MORÁN, 1995, p. 28).

Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo incentivar aos alunos à

produção de vídeos, com o propósito de inseri-los em um ambiente de tecnologia, bem

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como tornar o conteúdo abordado, funções orgânicas, o mais dinâmico e o mais

próximo do cotidiano dos discentes.

Metodologia

Este trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual EREM Cornélio Soares,

atendida pelo programa PIBID-UFRPE, na cidade de Serra Talhada, em uma turma do

terceiro ano, durante o 2° Bimestre do ano letivo de 2017. O conteúdo químico

trabalhado foram as Funções Orgânicas. A elaboração dos Vídeos Educativos foi

proposta como atividade após a exposição do conteúdo pela professora de Química,

com o intuito de complementar a abordagem realizada em sala.

A sala foi dividida em grupos, cada grupo ficou responsável por um ou duas

funções orgânicas. Em seguida, foram dadas instruções necessárias para que os

alunos realizassem a atividade, a saber: abordar definição, características físico-

químicas e aplicações das funções orgânicas. Após a apresentação dos vídeos, foi

aplicado umquestionárioqueconta com oito questões, entre Discursivas e fechadas,

com intuitodeobterdosalunosasimpressõesproporcionadaspelaatividade, não havendo

a identificação dos estudantes.

Resultados Inicialmente, procurou-se entender a relação estudantes/vídeos de forma geral,

se havia contato frequente com o recurso audiovisual, qual o gênero mais assistido e

se já haviam produzido vídeos, os questionamentos iniciais foram realizados de forma

oral, todos os estudantes presentes disseram assistir a vídeos frequentemente, o

gênero mais citado foi “Comédia”, dentre os 35 alunos, 14 disseram já ter produzido

algum tipo vídeo.

Na resposta da pergunta “Você acredita que o vídeo é uma ferramenta de

aprendizagem?” todos responderam que Sim, na pergunta posterior, “De acordo com a

resposta anterior, explique por quê?”, algumas das respostas foram, “com o vídeo o

aprendizado fica melhor porque envolve uma coisa que todos gostam que é a

tecnologia” e “porque ele (vídeo) explica algo do seu interesse de forma atrativa”, De

acordo com a resposta dos alunos foi possível observar que na sua maioria os

estudantes enxergam o vídeo como uma ferramenta prática de aprendizagem.

Quando perguntados se “Você acredita que essa atividade teve contribuição no

seu aprendizado?”, todos responderam que Sim, na outra pergunta, “Se sim, como ela

contribuiu no seu aprendizado?”, algumas das respostas obtidas foram, “porque pra

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fazer o vídeo foi preciso fazer uma pesquisa mais aprofundado do conteúdo.”, “além

da aprendizagem do conteúdo, aprendemos a produzir vídeos.”, analisando todas as

respostas, conclui-se que os alunos enxergaram o aprendizado elaborando o vídeo de

diversas formas, principalmente por precisarem se envolver de forma aprofundada no

conteúdo. Como o intuito do vídeo educativo é fazer com que pessoas que tenham

acesso ao conteúdo possam aprender, quando perguntados se “Você acredita que

através produzido por você, outras pessoas podem vir a aprender com ele?”, todos

responderam que “Sim”, demonstrando confiança no trabalho desenvolvido por eles.

Posteriormente foi pedido, “Descreva a experiência de ter produzido um vídeo

educativo?”, algumas discrições foram, “boa, pois estudamos muito para repassa as

informações aprendidas.”, “a experiência de poder aprender cada vez mais e

ensinando também.” de forma geral, houve um bom resultado em relação à produção

do vídeo. Entretanto os alunos sentiram dificuldades na elaboração e relataram essas

dificuldades na última pergunta, “Quais as dificuldades na elaboração do vídeo

didático?”, dentre as dificuldades relatadas, a dificuldade mais citada foi a “edição”, já

que muitos dos alunos nunca haviam tido contado com edição de vídeo.

Conclusão

Com a realização dessa atividade, conclui-se que o objetivo proposto de utilizar

a produção de vídeos educativos como um auxilio na aprendizagem das Funções

Orgânicas foi alcançado, através dessa atividade fica claro que o uso de atividades

que estimulem a participação ativa dos estudantes pode proporcionar uma

aprendizagem mais efetiva, já que o aluno não se encontra na posição passiva do

ensino-aprendizagem, pelo contrário, se sentem ativos e motivados a aprender o que

pode ser observado na turma de 3° ano.

Referências MORÁN, J.M. O vídeo na sala de aula. Comunicação e Educação. v. 2, n. jan.-abr., p. 27-35, 1995. SILVA, M.S.C.D.; LEITE, Q. S. S.; LEITE, B. S. O vídeo como ferramenta para o aprendizado de química: um estudo de caso no sertão pernambucano. Revista Tecnologias na Educação, v. 17, p. 1-15, 2016.

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1 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Professora Efetiva da EREMCS e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES. 3 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 4 Professor Assistente, lotado na UFRPE/UAST, Orientador do trabalho. 5 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

ÁTOMO: UMA ABORDAGEM POR MEIO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA Andreza Jayane Nunes de Siqueira1, Lurdilene da Silva Pedroso2, Maria de Lourdes

Rodrigues dos Santos3, Thiago Araújo da Silveira4

5Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Cornélio Soares (EREMCS)

[email protected]; [email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

O ensino de química e suas dificuldades no que diz respeito à aprendizagem

dos alunos é um tema bem emergente, quando abordado em discussões.

Nesse contexto, um tema que apresenta essa defasagem é a construção de

conhecimento sobre o átomo. Esta é adquirida logo no primeiro contato do aluno com

a química, uma vez que na ideia de matéria os alunos não conseguem entender

microscopicamente o conceito e associar a sua realidade.

Tendo em vista esta problemática, no presente trabalho será apresentada uma

sequência didática (SD), onde será tomado como objetivo principal alcançar uma

maior compreensão da parte dos alunos.

Segundo (KOBASHIGAWA et al., 2008), uma SD é um conjunto de atividades,

estratégias e intervenções planejadas etapa por etapa pelo docente para que o

entendimento do conteúdo e tema proposto seja alcançado por esses alunos.

Nesse sentido, Méhelt (2005) define quatro componentes básicos para a

abordagem no planejamento de sequencias didáticas de ensino-aprendizagem:

professor; alunos; mundo material; e conhecimento científico. Ainda neste modelo a

autora mostra as duas dimensões de uma sequência didática. Na dimensão

epistêmica considera-se o processo de elaboração e validação do conhecimento

científico que faz uma relação da significação com o mundo real. E na dimensão

pedagógica que são considerados a relação professor-aluno e professor-professor. O

que para ela é necessário romper a pedagogia tradicional para a proposta da

sequência didática, levando em consideração os aspectos informais do aluno na

construção do conhecimento conceitual.

METODOLOGIA

Para a realização do trabalho foram escolhidos como público alvo três turmas

de 1º ano do E.M. de uma escola da rede pública e estadual de Serra Talhada-PE, as

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quais possuem um total de 90 alunos ao todo. Essa atividade foi realizada no período

de maio de 2017.

Na tabela abaixo será possível observar a sequência didática proposta, a

mesma visa relacionar a aplicação do conteúdo de átomos e os tipos de abordagens

feitas por professores de uma escola pública da rede estadual de Serra Talhada em

parceria com alunas do PIBID-UAST.

Percebe-se também a comparação entre o método tradicional e a aplicação da

sequência didática no que diz respeito á construção de conhecimento conceitual a

respeito de átomos.

Tabela 1: Sequência didática

Descrição da atividade

Dimensão epistêmica

Dimensão pedagógica

Resultados esperados

Ex.: Discussão sobre a natureza da matéria por meio do questionamento: De que é composta a matéria?

Discutir a composição da matéria por meio das visões apresentadas pelos estudantes e aquelas propostas por cientistas.

Será realizada por meio de debate entre a turma, com espaço para professores e alunos intervirem.

Chegarmos a conclusões acerca da composição da matéria em consonância com a visão científica.

Simulação e incorporação de recursos multimídias, como vídeos, slides e jogos a respeito do conteúdo sobre átomos e modelos atômicos.

Mostrar por meio de vídeos e outros recursos didáticos, desde a matéria até o surgimento dos modelos atômicos até chegar no atual, construindo uma discussão conjunta a respeito do conteúdo.

A realização acontecerá por meio da utilização de recursos multimídia de forma que a aula se torne mais dinâmica, de modo que todos os alunos participem.

Diante da atividade aplicada, chega-se à conclusão que os recursos multimídia quando usados de forma didática e dinâmica, percebe-se uma aprendizagem mais efetiva e significativa por meio dos alunos.

Aplicação de atividade referente átomo e seus modelos por meio de questionário com perguntas abertas e de múltipla escolha.

Discutir a visão de alguns cientistas ao longo da história sobre os modelos atômicos, em comparação com as analogias dos alunos a respeito do tema.

Será realizada em um primeiro momento com uma discussão a respeito do tema e em seguida uma atividade de questões abertas e de múltipla escolha.

Nesse contexto, ao fim da aplicação do questionário, percebeu-se um aprendizado dos alunos no que diz respeito ao processo ensino-aprendizagem, uma vez que o questionário foi um meio de avaliação.

A seguir serão descritas as aulas nas quais foi utilizada a sequência proposta.

Aula 1: Data: 08/05/2017

Objetivo: Proporcionou-se aos alunos uma introdução do conteúdo por meio de

questionamentos sobre matéria e suas propriedades, de forma que o professor forme

uma discussão em sala de aula, levando em consideração as dificuldades do aluno na

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compreensão do assunto para que haja um melhor entendimento do conteúdo de

átomos.

Conteúdos: Introdução a propriedades da matéria e átomos.

Tempo: 2 aulas para cada etapa da sequência didática.

Materiais: Livro didático

Participantes: Todos os alunos

Aula 2 Data: 15/05/2017

Objetivo: Aplicou-se um jogo a respeito do conteúdo, de forma que os alunos

participassem de forma dinâmica da aula e com isso apresentem seus conhecimentos

e dúvidas a respeito do assunto, trabalhando em grupo.

Aula 3 Data: 22/05/2017

Objetivo: Após os alunos terem participado do jogo, onde se familiarizaram melhor e

de forma mais dinâmica e contextualizada com o conteúdo, aplicamos um questionário

para analisarmos se o aprendizado foi significativo.

Resultados

Como já citado nos resultados na tabela, ao fim de cada atividade ou

discussão os alunos tiverem um rendimento significativo, de acordo com a proposta da

SD em comparação ao método chamado tradicional.

Conclusão

A utilização da sequência didática nas aulas de química serviu para que os

alunos participassem de forma mais significativa da aula. Uma vez que a sequência

didática foi planejada e utilizada de forma dinâmica e contextualizada. De acordo com

os resultados, os alunos se destacaram em todas as aulas, porém principalmente na

aula da atividade/jogo.

Referências KOBASHIGAWA, A.H.; ATHAYDE, B.A.C.; MATOS, K.F. de OLIVEIRA; CAMELO, M.H.; FALCONI, S. Estação ciência: formação de educadores para o ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental. In: IV Seminário Nacional ABC na Educação Científica. São Paulo, 2008. p. 212-217. MÉHEUT, M. Teaching-learning sequences tools for learning and/or research. In Research and Quality of Science Education (Eds. Kerst Boersma, Martin Goedhart, Onno de Jong e Harrie Eijelhof). Holanda. Springer. 2005.

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1, 3 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Coordenadora de área do Subprojeto de

Química/UAST do PIBID/UFRPE, Orientadora do trabalho, Bolsista CAPES. 4 Professora Efetiva da EREMCS e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES.

O DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS DURANTE AS GUERRAS UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR ENTRE QUÍMICA E BIOLOGIA

2Elaine Cristina Lima do Nascimento,1Jonatas Tavares da Silva; 3Kallindi Narayanna Canuto Dóca; 4Lurdilene da Silva Pedroso

2Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected], Introdução

Este trabalho aconteceu na escola de referência Em Ensino Médio Cornélio

Soares, localizada na cidade de Serra Talhada – PE, que funciona de forma de ensino

Semi Integral. Na escola cada bimestre tem um tema onde cada docente busca

contextualizar esse tema na sala de aula, associando com os conteúdos da disciplina.

Assim os alunos do PIBID de química organizaram na escola a semana interdisciplinar

em cima do tema do 2° bimestre: Guerras Mundiais.

Ensinar química nas grades curriculares do ensino médio é um desafio

presenciado por diversos professores no país, isso devesse ao fato de que os jovens

não conseguem muitas vezes assimilar/correlacionar o que lhes é passado em sala de

aula com acontecimentos presenciáveis no dia a dia, portanto trabalhar metodologias

que induzam o desenvolvimento do pensamento critico e os ensine a abordar de forma

mais significativa conteúdos científicos, seria capaz de prepará-lo para saber se portar

diante de problemas propostos tanto acadêmicos quantos sociais. (RAMOS;

ALBUQUERQUE e PEREIRA, 2015). Desenvolver uma temática de educação, onde

os alunos possam relacionar os conteúdos de química trabalhados em sala de aula

com situações que ocorrem no cotidiano é fundamental para a compreensão do

mundo, assim seria possível justificar as reações químicas com situações reais

vivenciadas por eles.

Trabalhar temas sociais e atuais, desperta significativamente a atenção dos

alunos e consequentemente seus rendimentos, pois a maioria já passou ou passa por

situações semelhantes todos os dias, diante disto, trabalhar á Automedicação é um

tema bastante importante, visto que a maioria tem o hábito de ingerir medicamentos

sem uma previa orientação médica. Segundo Richetti e Filho (2009) é possível praticar

uma automedicação segura, já que é um direito do cidadão comprar medicamento

simples sem a necessidade de uma prescrição médica, desde que o individuo tenha

total consciência dos sintomas sentidos, e do qual fármaco esta ingerindo.

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Utilizar de projetos interdisciplinares para dialogar sobre a automedicação nas

redes de educação é fundamental para o posicionando critico dos alunos. Trabalhar a

química dos fármacos com outras áreas de ensino é de suma importância para

amenizar esse problema que afeta uma grande parcela da população. Silvia e Pinheiro

(2012) apontam diversos problemas que levam uma pessoa a ingerir fármacos sem

uma previa orientação médica. Dentre os fatores os que mais chamam atenção são a

utilização de fármacos sem que o indivíduo leia previamente a bula, a fácil

acessibilidade a medicamentos em farmácias, opiniões de pessoas leigas, e o pior de

todos, uma mídia facilitadora que vende a solução de todas as suas enfermidades em

forma de comprimidos, xaropes e outros produtos.

Dentro do contexto abordado, objetiva-se avaliar a importância da abordagem

interdisciplinar no processo de ensino e de aprendizagem considerando a química e a

biologia no desenvolvimento de fármacos durante as guerras.

Metodologia

Dentro das atividades previstas do projeto interdisciplinar do PIBID-Química da

EREMCS, A Química Presente em Guerras Mundiais, foram realizadas as

intervenções deste trabalho entre os dias 16 a 20 de maio de 2017, na turma do

2º ano C. Durante as mesmas, os alunos assistiram uma palestra a cerca do tema

Desenvolvimento de Fármacos durante a 1º guerra Mundial a seguir assistiram uma

aula expositiva interdisciplinar de química e biologia, receberam um exercício com

duas situações problemas para resolver na sala em dupla com um dos colegas, com a

supervisão dos pibidianos de química. Os materiais usados foram: data show,

microfone, caixa de som, quadro branco e pincel atômico.

Resultados e discussões

A partir do tema central Guerras Mundiais falou-se do desenvolvimento

tecnológico durante as guerras inclusive o de fármacos com a descoberta da penicilina

trazendo longevidade e qualidade de vida ao homem. Na aula expositiva discutiu-se

sobre o que é medicamento, tipos, forma de ingestão e absorção no organismo,

composição (paracetamol, amoxicilina, benzetacil, bactrin, AAS) e perigos da

automedicação: erro na administração, uso abusivo, intoxicação. Nesse contexto

apresentou-se o conteúdo de química preparo, concentração e diluição de soluções

para que eles compreendessem a sua aplicação e importância na manipulação de

medicamentos.

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A professora de biologia discutiu sobre as formas farmacêuticas, as vias de

administração, formas de excreção e conservação de medicamentos. Na interação

com os alunos todos afirmaram já terem se automedicado, inclusive com antibióticos.

E quando perguntados a cerca da forma de descarte todos afirmaram descartar

no lixo doméstico ou no vaso sanitário, a respeita das formas de conservação do

medicamento em casa, as respostas foram variadas entre quarto, cozinha e banheiro.

Foi esclarecida a forma de descarte adequado a importância de tomar o medicamento

na hora certa respeitando a dosagem correta para não haver uma intoxicação ou criar

resistência da bactéria ao tipo medicamento.

Durante a atividade em sala de aula 20 dos 28 alunos responderam o

exercício. E, dentre os que responderam 55% acertaram toda atividade. Observou-se

que a principal dificuldade apresentada pelos discentes foi na interpretação das

questões. Eles demonstraram ter compreendido a relação química e biológica dos

fármacos, contexto social, ambiental conheciam as fórmulas mais por não entenderem

o que o enunciado da questão pedia alguns erraram no resultado final.

Considerações finais

As aulas interdisciplinares são uma tendência nas escolas, embora esta seja

mais laboriosa, que a aula tradicional, os alunos conseguem perceber o quanto as

mais diversas áreas do conhecimento se relacionam. A contextualização dos

conteúdos vistos em sala de aula com o mundo a sua volta, facilita a construção do

aprendizado do aluno de forma mais efetiva. Em relação a escolha do tema Guerras

Mundiais, que foi trabalhado no bimestre da escola, é um tema com um amplo campo

interdisciplinar a ser explorado com a física, história, português, filosofia, sociologia,

matemática.

Referências RICHETTI, G. P.; FILHO, J. P. A. Automedicação: um tema social para o ensino de química na perspectiva da alfabetização científica e tecnológica. ALEXANDRIA Revista de Educação e Tecnológica. v. 2, n 1, p. 85-108, mar. 2009. SILVIA, M. L. M.; PINHEIRO, P. C. A. Educação química e o problema da automedicação: relato de sala de aula. Química Nova na Escola. v. 35, n 2, p. 92-99, maio, 2013. RAMOS, L. S.; ALBUQUERQUE, G. G.; PEREIRA, C. A. S. Percepção dos Estudantes sobre a Automedicação e a Contextualização do Tema em Aulas de Química Orgânica. Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências,10, 2015, São Paulo.

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1, 3 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 4 Professor Efetivo da EREMPAC e Supervisor da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES. 5 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

UTILIZAÇÃO DE SOLUÇÃO-PROBLEMA E EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE SOLUÇÕES

Amanda Barbosa da Rocha1, Flávia Cristiane Vieira da Silva2, Maria Celeste Nogueira Vitorino Gomes3; Ronaldo Nunes de Brito4

5Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho (EREMPAC)

[email protected], [email protected] , [email protected]; [email protected]

INTRODUÇÃO

A inclusão de estratégias didáticas que torne o Ensino de Química próximo de

situações e experiências que podem ser vivenciadas pelos estudantes, tornando as

salas de aula mais interessantes para a aprendizagem de conceitos químicos a partir

dessas vivências, é uma tarefa complexa. Isso porque conforme apontam Pozo e

Crespo (2009), o processo de aprendizagem se dar de inúmeras maneiras as quais

variam de pessoa para pessoa. Onde, o ensinar e aprender está relacionado à

evolução cultural no qual o ato de ensinar deve seguir esta evolução. Visto que, parte

do conhecimento que chega ao aluno origina de outras fontes, a escola muitas vezes

torna-se um meio menos interessante e/ou eficaz, sendo este um grande desafio para

o corpo docente e a sua prática.

Uma das possibilidades para tornar o ensino e a aprendizagem um processo

mais atrativo para o estudante, é a partir de estratégias que possibilitem a

contextualização dos conteúdos químicos. De acordo com os PCNEM, contextualizar o

conteúdo nas aulas com os alunos significa primeiramente assumir que todo

conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto. Nesses documentos, a

contextualização é apresentada como recurso por meio do qual se busca dar um novo

significado ao conhecimento escolar, possibilitando ao aluno uma aprendizagem mais

significativa (Brasil, 1999).

Uma estratégia que pode ser utilizada para a contextualização dos conteúdos,

é o ensino e aprendizagem baseada em Situações-Problema. a Situação-Problema

pode ser compreendida como uma “[...] atividade didática na qual se busca promover a

aprendizagem a partir do cumprimento de uma tarefa. Dessa forma, o objetivo de se

utilizar uma situação-problema está no desafio de vencer obstáculos na realização da

tarefa para que ocorra efetivamente uma aprendizagem (MEIRIEU, 1998 apud

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VILELA, et al, [s.d])” compreendendo ao aluno a aprendizagem por meio de um

método mais didático.

Nosso trabalho tem como objetivo analisar a argumentação na resolução de

uma situação-problema sobre soluções associada a questão ambiental, utilizando a

experimentação como instrumento de apoio nas reflexões sobre a situação posta.

METODOLOGIA

As atividades ocorreram no período de 9 a 19 de maio, onde para a resolução

da situação-problema, foram organizadas algumas atividades, incluindo: aplicação de

um questionário para identificação de concepções prévias sobre a temática,

apresentação inicial da situação-problema para levantamento de hipóteses, aula

teórica sobre o tratamento da água, atividade experimental sobre coagulação e

floculação da água e, por fim, a resolução final da situação-problema. Utilizando a

seguinte situação-problema: “Rafaela mora em um pequeno vilarejo, certo dia ao

caminho da escola notou que em determinado reservatório, a água apresentava cor

diferente da água que sai da torneira de sua casa. Observando por um momento,

chegou à conclusão que esta alteração de cor era dada devido ao descarte de água

de determinada residência, dentro do reservatório. Intrigada com a situação, Rafaela

colheu determinada quantidade de água e juntamente com um grupo de amigos,

decidiu tratá-la. De que maneira esta água poderia ser tratada? A partir de qual

tratamento a água poderia ser considerada potável? Quais problemas de saúde, a

ingestão de água contaminada poderia causar?” foram analisadas as respostas finais,

visando que as argumentações feitas após a realização do experimento e explanação

do assunto.

Para análise dos dados coletados a partir da resolução da situação-problema,

foi utilizado o padrão argumentativo proposto por Toulmin, onde o mesmo “[...] aponta

como elementos fundamentais de um argumento o dado (D), a conclusão (C) e a

justificativa (J) cuja estrutura básica é: “a partir de um dado D, já que J, então C”.

(TOULMIN, 2001 apud SÁ et al , 2004).

ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS

Analisando as respostas da situação problema aplicada e os elementos

fundamentais dos argumentos propostos por Toulmin (1958), compreende-se que

grande parte dos alunos envolvidos na pesquisa concluiu que o tratamento de água

feito a partir de um filtro de garrafa pet não seria suficiente para conferir a água um

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aspecto propício para o consumo humano, em contrapartida, houve conclusões

contrárias à citada, onde os alunos compreendem o método utilizado como eficiente

para tal fim. Onde, algumas das respostas obtidas atendem aos requisitos de uma boa

argumentação. A Figura 1 mostra os componentes do argumento utilizado por um dos

alunos, no qual se observa um argumento simples, a qual é possível observar que

ocorre a compreensão sobre a parte microbiológica da água e a sua interferência no

organismo humano, onde é utilizado como forma de resolver ao problema da água

contaminada o tratamento nas ETA’s pela mesma tratar a parte química e física da

água e assim o fazer compreender como algo seguro para o consumo.

CONCLUSÃO

Deste modo, o modelo de Toulmin foi importante, pois permitiu compreender

como os alunos argumentaram sobre a temática. Acreditamos que a construção de

tais argumentos foi possível após a intervenção didática, obtendo respostas

satisfatórias para a situação colocada.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC; SEMTEC, 1999. POZO, J. I.; CRESPO, M. A. G. A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. SÁ, Luciana Passos; KASSEBOEHMER, Ana Claudia; QUEIROZ, Salete Linhares. ESQUEMA DE ARGUMENTO DE TOULMIN COMO INSTRUMENTO DE ENSINO: EXPLORANDO POSSIBILIDADES. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 16, n. 03, p.147-170, 09/12, 2014. VILELA, Charleide Xisto; AMARAL, Edenia Maria Ribeiro do; BARBOSA, Rejane Martins Novais. O uso de situações-problema no ensino noturno de química. VI ENPEC- UFSC, Florianópolis, 2007.

A água poderia ser considerada potável através do tratamento em comportas de empresas seguindo todos os passos para se tornar potável

A água poderia ser tratada por meio da filtração, decantação, destilação..

A ingestão da água contaminada poderia causar doenças como diarreia, vômito, mal estar, contaminação por alguma verminose e outros

Assim

Já que

Figura 01: Argumentação utilizada por um aluno para a situação-problema

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ABORDANDO LIGAÇÕES QUÍMICAS EM UMA PERSCPECTIVA INVESTIGATIVA INTERDISCIPLINAR

Aparecido Antônio Magalhães de Souza1; Elaine Cristina Lima do Nascimento2; José Orlando Barboza3; Tamires da Silva Lima4

2Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho (EREMPAC)

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Introdução

Estudos na área de Ensino de Química têm revelado que as ligações químicas

se apresentam como um conteúdo relevante visto sua importância e complexidade.

Pazinato (2016), assinala que as ligações químicas são de fundamental importância,

pois constituem a base para a compreensão da formação e do comportamento das

substâncias presentes no cotidiano.

No âmbito escolar, nem sempre é fácil encontrar uma abordagem que

estabeleça ligações entre a vida cotidiana e os conceitos ministrados em sala de aula.

A contextualização, resolução de problemas e a interdisciplinaridade são almejadas,

mas de abordagem dificultosa e raramente aplicada. (FILHO &

ANTEDOMENICO, 2010).

Ao propor como temática, impressões digitais, buscou-se instaurar a partir de

um conjunto de atividades que visam interligar os conhecimentos em ligações

químicas a outras diversas formas de conhecimento presentes na fala dos alunos

quando temáticas dessa natureza são tratadas. Pretendeu-se com este trabalho,

subsidiar aos alunos o conteúdo de uma forma interdisciplinar, visando assim o

despertar de uma aprendizagem significativa a partir de uma abordagem investigativa.

O presente trabalho teve por objetivo abordar, baseado numa perspectiva

investigativa, o conteúdo de ligações químicas inserindo o tema impressões digitais,

como um dos possíveis instrumentos para a compreensão do conteúdo e promoção da

aprendizagem interdisciplinar. Os dados aqui apresentados são fruto da ação

desenvolvida na instituição de ensino no período dos meses de agosto e setembro,

correspondente ao terceiro bimestre.

1 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES, de

10/2016 à 09/2017, atual colaborador voluntário. 2 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Coordenadora de área do Subprojeto de

Química/UAST do PIBID/UFRPE, Orientadora do trabalho, Bolsista CAPES. 3 Professor Efetivo da EREMPAC e Supervisor da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES. 4 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES.

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Referencial Teórico

O ensino de Química por Investigação pode contribuir para o desenvolvimento

das habilidades cognitivas, desde que seja bem planejado e realizado de modo a

promover a participação e argumentação dos educandos. A problematização pode ser

utilizada como ponto de partida para a construção do conhecimento do estudante

(MOLENA & RITTER, 2014).

Chamello (2006), aponta a ciência forense como uma área interdisciplinar de

grande potencial, pois envolve física, biologia, química, matemática e várias outras

ciências de fronteira. Destaca o tema impressões digitais como gerador do

conhecimento científico por estimular a curiosidade e permitir ao estudante levantar

suas próprias hipóteses para solucionar casos baseados nas descobertas científicas.

Segundo Molena e Ritter (2014), o objetivo principal do ensino por investigação

se dá na forma de problematizar uma situação que será investigada pelos estudantes.

O professor é responsável por propor atividades, conduzindo perguntas e reflexões

para que os educandos desenvolvam o pensamento crítico e a resolução do problema.

Metodologia

Este trabalho foi desenvolvido na Escola de Referência em Ensino Médio

Professor Adauto Carvalho (EREMPAC/Serra Talhada-PE), em parceria com o PIBID,

e teve a participação de 42 estudantes do 1º ano do ensino médio.

Inicialmente, foi realizada uma entrevista semiestruturada com os estudantes,

no intuito de conhecer o perfil da turma e constatar o que os estudantes conheciam

acerca do tema proposto. Aulas introdutórias foram ministradas abordando a temática

“Impressões digitais”, demonstrando a relação de conteúdos vistos em sala de aula,

não somente de Química, mas também de Biologia.

As atividades realizadas com os estudantes tiveram como objetivo despertar o

censo crítico, raciocínio lógico, a dinâmica de grupo e a capacidade de analisar e

argumentar uma situação, através da análise de um caso fictício, que consistiu em três

etapas. Na primeira, o caso foi apresentado para os alunos e, em seguida, mostrado

as imagens da coleta de digitais, foi entregue um questionário que implicava na

resolução do caso. Nesta etapa, cada estudante formulou sua resposta

individualmente.

Na segunda, solicitou-se que a turma se dividisse em dois grupos, aqueles a

que eram favoráveis à resposta positiva e os outros a resposta negativa ao caso. Após

alguns minutos os estudantes de cada grupo conversaram entre si e de acordo com

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todos os argumentos individuais levantados, os grupos formularam uma resposta ao

caso, cada resposta apresentada pelos grupos foi gravada e transcrita para posterior

análise. Por fim, realizou-se uma discussão com toda a turma acerca do caso.

Resultados e Discussão

Na primeira etapa da pesquisa, correspondente a sondagem por meio da

entrevista, pode-se observar que os alunos possuíam conhecimentos sobre o tema.

Quando questionados se existia alguma relação com o conteúdo visto em sala e em

outras disciplinas, os alunos relatam não perceber essa relação.

Durante a realização da atividade, os alunos mostraram-se participativos e

envolvidos com a resolução do caso, porém, não se observou nas respostas

apresentadas pelos grupos, bem como a análise de cada resposta individual, qualquer

relação com os conteúdos vistos em sala e a explanação do estudo das impressões

digitais, apresentado durante o desenvolvimento do trabalho.

Os argumentos apresentados pelos estudantes enfatizam que a resposta ao

caso foi intuitiva e para alguns estudantes, a referência das obras de ficção, a exemplo

das séries de caráter investigativo, foi utilizada com fundamento para explicar o caso.

Considerações Finais

De acordo com o trabalho realizado, nota-se que grande parte dos estudantes

não conseguiu visualizar a inter-relação entre o assunto visto em sala de aula e a

estratégia proposta apresentada, assim como a apropriação do conteúdo para

fundamentar argumentos para resolução do caso, pode-se afirmar como aponta a

literatura com base em diversas pesquisas, à dificuldade dos estudantes na

construção de opiniões com respaldo na interdisciplinaridade de conteúdos, traçando

uma barreira para o aluno e comprometendo a aprendizagem.

Referências CHEMELLO, E. Ciência Forense: impressões digitais. Química Virtual, 2006, p.1-11. FILHO, C.R.D.; ANTEDOMENICO, F.A Perícia Criminal e a Interdisciplinaridade no Ensino de Ciências Naturais. Química Nova na Escola, v. 32, n. 2, 2010, p. 67-72. MOLENA, C. P. S.; RITTER, M. S. Abordando Tabela Periódica e Ligações Químicas utilizando o ensino por investigação. Cadernos PDE, v.1, 2014, p.1-31. PIZANATO, M. S. Ligações químicas: investigação da construção do conhecimento no ensino médio. Tese (Doutorado em Educação em Ciências) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, Santa Catarina. 2016. 370 p.

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1, 4 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 4 Professor Efetivo da EREMPAC e Supervisor da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES. 5 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE NO ENSINO DE QUÍMICA

1Edmilson José de Lima Júnior, 2Flávia Cristiane Vieira da Silva, 3Ronaldo Nunes de Brito, 4Roseane Rodrigues dos Santos

5Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho (EREMPAC)

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected].

Introdução

As dificuldades relacionadas à aprendizagem de conceitos químicos é tema de

debate das pesquisas associadas ao ensino de química uma das razões apontadas

pelos pesquisadores é o fato dos alunos não perceberem a validade ou o significado

do que estudam (ROCHA e VASCONCELOS, 2016; NUNES e ARDONI, 2010).

Conforme apontam Trevisan e Martins (2006), a baixa assimilação dos conteúdos

pode estar relacionada à falta de relação com o cotidiano, fazendo com que o aluno

não tenha interesse, nem motivação pelos conteúdos trabalhados.

Nesta mesma direção, acreditamos que a fragmentação do conteúdo também

pode se colocar como dificuldade para o estudante em compreender o que está sendo

estudado, já que, no seu cotidiano, as situações e experiências não são organizadas

em disciplina. Deste modo, é preciso que os estudantes entrem em contato com

atividades mais progressistas, que os ajudem a compreender os fenômenos

estudados como um todo, ampliando o tipo de aprendizagem que podem desenvolver.

Segundo Trevisan e Martins (2006, p.2), “propostas mais progressistas,

sistematizadas, indicam a possibilidade de se buscar a produção de conhecimento e a

formação de um sujeito crítico e situado no mundo”. Neste sentido, a

interdisciplinaridade destaca-se como um articulador do processo de ensino e

aprendizagem (THIENSEN, 2008), uma vez que ela propicia aos alunos uma

compreensão mais integrada do mundo e da realidade quando os professores buscam

relações com as diversas áreas do conhecimento. Além disso, permite também a

aprendizagem de habilidades, valores e atitudes, quando vinculadas a temáticas

socialmente relevantes.

O presente trabalho tem por objetivo analisar o envolvimento dos estudantes em

projeto interdisciplinar, desenvolvido na Escola de Referência em Ensino Médio

Professor Adauto Carvalho, que relaciona especificamente a Química e a Biologia com

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um assunto atual, de grande repercussão na mídia e sociedade, que são as drogas.

Busca, de modo mais específico, analisar os tipos de aprendizagens desenvolvidas

pelos estudantes ao participarem do projeto interdisciplinar.

Metodologia

O projeto interdisciplinar foi desenvolvido pelos bolsistas PIBID de Química e

pelos professores da disciplina de Química na Escola de Referência em Ensino Médio

Professor Adauto Carvalho, na cidade de Serra Talhada-PE, com todas as turmas da

escola, do 1° ao 3° ano no mês de Junho de 2017. Para a análise desse projeto foi

realizada uma entrevista com alguns alunos, que abordou a seguinte pergunta: Você

poderia dizer o que aprendeu com o projeto interdisciplinar que participou?

Os dados foram analisados baseando-se na teoria dos Resultados Genéricos da

Aprendizagem (GLOs – Generic Learning Outcomes), que possibilita avaliar múltiplas

dimensões da aprendizagem para além das cognitivas. Essa teoria considera cinco

grupos de possíveis aprendizagens que os alunos podem desenvolver: Conhecimento

e Entendimento; Habilidades; Valores e Atitudes; Prazer, Inspiração e Criatividade;

Ação, Comportamento e Progressão (HOOPER-GREEMHILL, 2007 apud MORAIS e

FERREIRA, 2017).

Resultados

Os dados obtidos na entrevista foram analisados de acordo com os GLOs com a

finalidade de verificar as aprendizagens construídas pelos alunos. De acordo com a

análise realizada pôde-se verificar que três tipos de aprendizagem genérica se

destacam, sendo a mais experimentada por eles foram conhecimento e entendimento,

valores e atitudes. O Quadro abaixo ilustra as aprendizagens construídas pelos

estudantes, analisadas baseando-se na metodologia explicitada. Quadro 1: Exemplos de aprendizagem experimentadas pelos alunos

Aprendizagem que se destacou

Exemplo Comentário

Conhecimento e Entendimento

“O projeto foi muito vasto, ele apresentou diversas drogas tanto ilícitas como também lícitas e isso também ajudou a gente entender melhor, tanto como funciona essas drogas no nosso organismo, como também os males que ela traz a sociedade em si. [...].”

O trecho em destaque envolve a aprendizagem de informações, mostrando que o mesmo conseguiu desenvolver de um real entendimento sobre a temática: Drogas.

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Atitudes e Valores

“Eu aprendi muitas coisas, sobre as ervas, sobre o uso, tanto doméstico quanto empresarial delas. Aprendi também que muitas pessoas podem usá-la da maneira maléfica, [...]. Eu aprendi também vários tipos de uso pra elas que eu não sabia e agora sei.”

A resposta do estudante mostra o que ele aprendeu em um minicurso do projeto interdisciplinar e demonstra a percepção e opinião incluindo a si próprio, reconhecendo que não sabia e o que conseguiu aprender sobre o tema abordado.

Habilidades “[...] minha equipe abordou sobre a estrutura e os aspectos sociais gerados pelo uso do clonazepam, em que foi possível ampliar o conceito do que é uma droga, [...].”

A resposta do estudante refere-se especificamente a habilidade cognitiva, em que o mesmo desenvolveu durante as atividades do projeto: a comunicação com os outros e o trabalho em equipe, já que alguns alunos apresentaram trabalhos.

Fonte: Baseado na entrevista com os alunos

Conclusão

O uso da teoria GLOs contribuiu para analisar o envolvimento e as possíveis

aprendizagens que os alunos experimentaram no projeto interdisciplinar. De acordo

com os dados obtidos pôde-se verificar que as aprendizagens que mais se

destacaram foram a de conhecimento e entendimento; atitudes e valores; e

habilidades, enquanto que as outras aprendizagens genéricas se manifestaram com

menor intensidade.

Referências MORAIS, C. S.; FERREIRA, H. S. Estudo de Público sobre Aprendizagens Genéricas Promovidas por uma Exposição de Nanotecnologia em Pernambuco. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (RBPEC) 17 (2), 451-466. Agosto de 2017. NUNES, A. S.; ARDONI, D. S. O Ensino de Química nas Escolas da Rede Pública de Ensino Fundamental e Médio do Município de Itapetinga-BA: O Olhar dos Alunos. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico. ROCHA, J. S.; VASCONCELOS, T. C. Dificuldades de aprendizagem no ensino de química algumas reflexões. XVIII ENEQ. Florianópolis, SC, Brasil – Julho de 2016. THIESEN, J. S. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Rev. Bras. Educ. vol.13 no.39 Rio de Janeiro Set./Dez. 2008. TREVISAN, T. S.; MARTINS, P. L. O. A prática pedagógica do professor de química: possibilidades e limites. UNIrevista. Vol. 1, n° 2; abril, 2006. PDF. Disponível em: <https://www.yumpu.com/pt/document/view/13056020/a-pratica-pedagogica-do-professor-de-quimica-possibilidades-e-limites>. Acesso em: 23/09/2017.

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1, 3, 4 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 5 Professor Efetivo da EREMPAC e Supervisor da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES. 6 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA NO ENSINO MÉDIO A PARTIR DE UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR

Ana Paula Santos Silva1; Flávia Cristiane Vieira da Silva2; Giselly Thays Alves do Nascimento3; José Edson da Silva Farias4; Ronaldo Nunes de Brito5

6Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho (EREMPAC)

[email protected]; [email protected]; 3gisellynascimento1992@gm; ail.com; [email protected] ;[email protected]

Introdução

A utilização e a construção de novos materiais didáticos que complementam os

materiais educacionais usados em sala de aula estão sendo discutidos e elaborados

para o ensino de ciências na educação básica, entre eles destacam-se os textos de

divulgação científica (BERTOLDO, et al, 2014). Quando os textos são produzidos por

estudantes, podem facilitar o processo de aprendizagem, pois se coloca “como uma

das dimensões para potencializar alternativas que privilegiam uma educação mais

comprometida” (CHASSOT, 2003, p.91). Isso porque, ao elaborarem textos desta

natureza, os estudantes devem buscar, além de compreender os fenômenos

relacionados à temática em estudo, entrar em contato com textos científicos, pode

proporcionar aos estudantes acesso a uma maior diversidade, e até divergência de

informações, desenvolvimento de habilidades de leitura, domínio de conceitos e

formas de argumentação (MARTINS, et al, 2001).

Deste modo, a elaboração de textos de divulgação científica pode-se constituir,

no contexto escolar, como forma de enculturação científica, na qual o estudante pode

e deve fazer relação entre os conteúdos/temas que estão sendo abordados nas

disciplinas. Quando a discussão envolve diferentes disciplinas escolares, por meio de

uma proposta interdisciplinar, possibilita o enriquecimento e o ir além da integração

dos elementos do conhecimento (FERREIRA, 2011).

Nesta direção, confiamos que atividades interdisciplinares, podem fomentar a

alfabetização científica no contexto escolar. Entendendo que, ao ser alfabetizado

cientificamente, o indivíduo pode compreender e prever as transformações que

ocorrem na natureza, podendo também buscar uma melhor qualidade de vida

(CHASSOT, 2007). Acreditamos que a alfabetização científica pode contribuir para o

processo de ensino e aprendizagem, o presente trabalho possui como objetivo

analisar a produção de “banners”, elaborados por estudantes do ensino médio tendo

como tema central “Drogas”, no contexto de uma atividade interdisciplinar.

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Metodologia

A investigação foi realizada na escola EREMPAC, em que foi desenvolvido um

projeto intitulado: “Drogas lícitas e ilícitas: Como lidar com esse problema em

uma perspectiva educacional interdisciplinar?”, abrangendo turmas do 3° ano no

mês de Julho de 2017. Foi solicitado, que após uma pesquisa bibliográfica ministrada

pelos bolsistas, os estudantes elaborassem “banners”, relacionados ao tema do

projeto.

Para a construção dos banners os estudantes foram orientados: 1) Analisar os

textos entregues pelo bolsista (Drogas Lícitas e Ilícitas: Uma Temática Contemporânea

e O Uso de Drogas na Adolescência); 2) Discutir o tema abordado em sala de aula; 3) Produzir os Banners; 4) Apresentar os Banners. A análise dos banners produzidos foi

embasada através dos elementos característicos desse tipo de produção colocados

por Vieira (2006), que estão explicitados na Tabela 1, a seguir: Tabela 1: Relação de Textos de Divulgação Científica analisados

Categoria Descrição

Linguagem Clareza do texto e adequação ao público alvo.

Precisão científica Ocorrência de erros conceituais.

Apresentação Apresentação geral do Banner.

Fonte: Produção Própria

Os sujeitos da pesquisa foram identificados por nomes dos elementos

químicos, sendo selecionados três banners para a análise, que seguem: Banner 1-

Loló - riscos e efeitos (Iodo); Banner 2- Consequências do uso do Rivotril (Flúor);

Banner 3- Cloud Nine e Krokodil: As drogas zumbis - (Cloro).

Resultados

O ensino de ciências da educação básica leva em consideração perspectivas

que consideram a relação com os fatos e fenômenos do cotidiano do estudante. Com

isso, a produção dos banners com temas presentes na sociedade permitiu ao aluno:

pesquisar, refletir e argumentar embasados em informações científicas. Conforme

podemos observar na Tabela 2, os banners produzidos pelos alunos trazem

informações articuladas entre o conhecimento científico e conhecimento popular

apresentadas de forma direta e simples, em que foram categorizadas a fim de verificar

se houve aprendizagem científica sobre o tema abordado.

Tabela 2: Relação de Textos de Divulgação Científica analisados

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Categoria Descrição

Linguagem

IODO: Simples, proporcionando uma leitura direta, chamando a atenção do público alvo, porém apresenta conceitos do senso- comum não relacionando com os científicos.

FLÚOR: Simples e objetiva, apresentando termos que se relacionam com o cotidiano e científico, chamando a atenção para o público alvo.

CLORO: Utilização de termos muito técnicos, não chamando a atenção do público alvo, pois possui parágrafos longos com excesso de informações.

Precisão Científica

Nesta categoria não identificamos erros conceituais expresso em nenhum dos banners.

Apresentação

IODO E FLÚOR: Conseguiram articular a discussão feita em sala de aula com uma pesquisa bibliográfica efetuada, articulando as informações orais com as informações

contidas no banner. CLORO: Buscou articular a informação, porém utilizou termos complexos para um

trabalho a ser apresentado para estudantes de 1° e 2° ano do ensino médio. Fonte: Produção Própria

De acordo com a análise realizada, percebemos que houve a articulação entre

as disciplinas Química e Biologia, abrangendo nos textos que compõem os banners

temas como: fórmulas estruturais, composição e efeitos no organismo com o uso ou

fabricação das drogas, remetendo a importância de se trabalhar questões do cotidiano

no ambiente escolar.

Conclusão

Diante do que foi apresentado e extrapolando as respostas dos sujeitos em

análise e, ainda, considerando que todos os demais estudantes que participaram das

produções apresentaram linguagem, precisão científica e apresentação similares,

podemos perceber que a proposta interdisciplinar pode ser uma estratégia de ensino e

aprendizagem eficaz para abordar determinados assuntos na educação básica,

permitindo que o estudante seja sujeito ativo na construção do seu conhecimento.

Referências BERTOLDO, R. R.; CUNHA, M. B.; STRIEDER, D. M.; SILVA, A. S. A leitura de divulgação científica na escola, existe? In: SIMPÓSIO SOBRE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NA SALA DE AULA: PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES, 2014, São Paulo. Atas… São Paulo, 2014. CHASSOT, A.I. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação nº 21, set./dez. 2002. CHASSOT, A. I. Educação conSciência. 2rv. ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2007. v. 1. 243p . FERREIRA, S. L.. Introduzindo a noção de interdisciplinaridade. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (org.). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 2011a, pp. 33-35. MARTINS, I.; CASSAB, M.; ROCHA, M. B. Análise do processo de Re-elaboração Discursiva de um Texto de Divulgação Científica para um texto didático. Atas do III ENPEC. Atibaia, 2001. VIEIRA, C. L. Pequeno Manual de Divulgação Científica: dicas para cientistas e divulgadores da ciência. 3 ed. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 2006 , 47p.

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USO DE SOFTWARE PARA O ENSINO DE GEOMETRIA MOLECULAR5

José Orlando Barboza1, José Wellington Salvino da Silva2, Maria Leidiane da Silva Medeiros3, Sueny Kêlia Barbosa Freitas4.

5Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho (EREMPAC)

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

No ensino de Química, mais especificamente no que se refere ao conteúdo de

Geometria Molecular, o uso de softwares se faz necessário. Essa necessidade se dá,

principalmente, durante a modelagem, visto que com apenas o quadro e o pincel os

alunos podem ter uma visão limitada da molécula, em apenas duas dimensões. Além

disso, o arranjo e o ângulo formado acabam se distorcendo no desenho manual.

Assim sendo, esse trabalho consiste em um relato de experiência de uma intervenção

didática executada em uma turma do 1° ano do ensino médio da EREM Professor

Adauto Carvalho. A intervenção teve como tema o uso de software no ensino de

Geometria Molecular, sendo utilizado o editor de moléculas do Kalzium.

OBJETIVOS

Geral:

Saber utilizar o software de modelagem molecular Kalzium, de modo a proporcionar

uma maior compreensão da estrutura molecular, bem como facilitar a visualização de

moléculas.

Específicos:

• Criar moléculas químicas utilizando o Kalzium;

• Identificar os formatos, dimensões e ângulos das moléculas.

• Compreender o funcionamento do software Kalzium, principalmente no que se

refere ao editor de moléculas;

51 Professor Efetivo da EREMPAC e Supervisor da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES. 2, 3 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 4 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 5 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

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REFERENCIAL TEÓRICO

As Tecnologias da Comunicação e da Informação (TIC) permitem a interação

em um processo contínuo, rico e insuperável que disponibiliza a construção criativa e

o aprimoramento constantes rumo a novos aperfeiçoamentos (TEZANI, 2011).

Segundo Blanchetti (2001), esta ocupa um espaço de destaque na sociedade,

pois proporciona de várias formas a propagação de informação, além da comunicação

e interação. Além disso, pode ser uma ótima ferramenta para o professor em sala de

aula, porém é necessário que se tenha conhecimento de que forma será usada para

melhoria da sua metodologia de ensino, pois o trabalho deste não consiste apenas na

transmissão de conhecimento, mas um facilitador, o qual possa fazer com que a

aprendizagem seja construída de forma estimulante, lúdica e interativa para os alunos.

METODOLOGIA E PERÍODO DE REALIZAÇÃO

A intervenção didática foi aplicada na Escola de Referência em Ensino Médio

Professor Adauto Carvalho – EREMPAC na cidade Serra Talhada, com participação

de 40 alunos do 1° ano do ensino médio, tendo duração de dois meses (agosto-

setembro)

A atividade foi dividida em quatro etapas: planejamento; aplicação de um

questionário inicial contendo perguntas relacionadas ao conteúdo de geometria

molecular, bem como a utilização de softwares na sala de aula; revisão do conteúdo e

orientações para o uso do Kalzium; utilização do software e aplicação do questionário

final.

RESULTADOS

No início foram propostas perguntas em forma de um pequeno questionário

inicial, como mostra a Tabela 1, relacionadas com o que eles achavam das aulas de

química.

O que acham das aulas

de química?

Boa Regular Ruim

92,5% 2,5% 5%

Algum professor já fez

uso de software? Qual

software usou?

Sim Não Não soube

responder

20% 70% 10%

A água é um solvente

universal. Por que se fala

isso?

Souberam responder Não souberam

6% 94%

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Como se representa a

estrutura da água? Por

quê?

Souberam responder Não souberam

responder

26% 73%

Tabela 1: Questionário inicial e dados das respostas.

Durante a realização das atividades os alunos mostraram um ótimo

desempenho ao cumpri-las, além da curiosidade em descobrir como utilizar o editor

molecular.

No questionário final segundo a avaliação dos alunos sobre o software, cerca

de 95% dos alunos gostaram e acharam fácil a utilização deste; quanto as sugestões

citadas por eles foi em questão ao design do software e que deveria ser realizada mais

atividades com o uso destes em sala de aula não só em química como também em

outras disciplinas que poderiam ajudar a entender melhor o conteúdo que apresentam

dificuldades.

CONCLUSÃO

Ao longo deste trabalho conclui-se que os recursos tecnológicos especialmente

os softwares são uma importante ferramenta para facilitar a compreensão conceitual

de geometria molecular, sendo uns dos assuntos de mais difícil compreensão

apresentado pelos alunos, já que este conteúdo é repassado apenas com as

ilustrações dos livros didáticos ou representações manuais que são insuficientes em

termos qualitativo e quantitativo. Logo, é necessário estimular o uso de softwares

educacionais para o melhoramento do ensino, para que sirva como um apoio na

obtenção de melhores resultados de aprendizagem dos alunos, já que eles estão

adaptados aos recursos tecnológicos em uma sociedade informatizada.

REFERÊNCIAS BLANCHETTI, L. Da chave de fenda ao leptop: tecnologia digital e novas qualificações: desafios à educação. Florianópolis: Editora Vozes. TEZANI, Taís Cristina Rodrigues. A educação escolar no contexto das tecnologias da informação e da comunicação: desafios e possibilidades para a prática pedagógica curricular. Bauru: Revistafaac, vol.1,n.1,set. 2011.

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1 Professora Efetiva da EREMII e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

2 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação á Docência – PIBID CAPES 3 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES, de

10/2016 à 09/2017, atual colaborador voluntário. 4 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 5 Professora da EREMII e Colaboradora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE. 6 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

A IMPORTÂNCIA DE AULAS EXPERIMENTAIS PARA COMPRESSÃO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS

Aline Pereira dos S. Gomes1; Lucas da S. Lima 2; Paulo Sérgio da S. Pereira 3; Sueny Kêlia Barbosa Freitas4; Valdilene Gomes de Melo Moura5

6Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Irnero Ignácio (EREMII)

[email protected]; [email protected]; [email protected] [email protected]; [email protected]

Introdução

O ensino de química na maioria das escolas segue um modelo tradicional no

processo de ensino/aprendizagem, dessa forma a memorização torna-se mais crucial

do que a própria compreensão do conteúdo. Isso pode ocasionar um ambiente

monótono e exaustivo, fazendo com que os alunos não se sintam motivados em

aprender a disciplina.

Por não estar disposta a oferecer atrativos que despertem a vontade do

discente de buscar a compreensão de determinado fenômeno, os alunos geralmente

perdem o interesse de ir à escola e a motivação de aprender.

Referencial teórico

Mesmo as substâncias químicas estando presente no nosso cotidiano é normal

serem trabalhadas em salas de aulas apenas com exemplos teóricos, sem a presença

de fenômenos que ocorram no dia-a-dia, segundo Amaral (1996 apud FARIAS;

BASAGLIA; ZIMMERMANN, 2009):

“A própria essência da Química revela a importância de

introduzir este tipo de atividade ao aluno, esta ciência se

relaciona com a natureza, sendo assim os experimentos

propiciam ao estudante uma compreensão mais científica das

transformações que nela ocorrem. ”

O uso de experimentos no cotidiano escolar constitui-se como uma ferramenta

útil e necessária para uma boa aprendizagem do aluno nas aulas de química, pois é

importante para estabelecer a ponte entre a dualidade prática - teoria, bem como

auxiliar em sua motivação, como defende Farias, Basaglia e Zimmermann (2009),

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sobretudo em um conteúdo tão sujeito a ambiguidades como o de substâncias

químicas.

Objetivo

Analisar através de uma pesquisa realizada em turmas de 1ª ano a influência

de aulas experimentais no entendimento de substâncias químicas.

Metodologia

Para a seguinte pesquisa foram selecionadas duas turmas de 1ª ano de duas

escolas localizadas no município de Serra Talhada. Em um total de 80 alunos; 30

alunos do 1ªC da Escola de Referência em ensino médio Irnero Ignácio e 50 alunos do

1ª B da Escola estadual Solidônio Leite, as atividades foram realizadas de fevereiro a

outubro de 2017.

Em uma turma (1ª B) o conteúdo foi aplicado de forma tradicional (explicação

do tema e resolução de exercício) e na outra (1ªC) foi dado o embasamento teórico e

realizado experimentos com os alunos, no final da unidade foi pedido aos mesmo que

respondessem um exercício contendo cinco perguntas as quais foram analisadas com

os seguintes critérios apresentados na Tabela1:

PERGUNTAS CRITÉRIOS

1.O que é uma substância química? Demonstrar com clareza o conceito de

substância química.

2. O que é mistura? Diferencie mistura

homogênea de mistura heterogênea.

Compreender o conceito e diferenciar

os tipos de misturas.

3. Porque devemos filtrar a água antes de

beber?

Os alunos devem explicar de forma

satisfatória a importância do processo

de filtração.

4. Quais processos podem ser utilizados

para separar uma mistura de água e areia?

Capacidade de enumerar os

diferentes processos de separação

cabíveis.

5. Quais os tipos de processos que podemos

utilizar para separar misturas sólido – líquido

e sólido – sólido?

Tabela1: critérios de avaliação

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As respostas foram analisadas de forma qualitativa a fim de averiguar o seu

conteúdo e detectar elementos nas falas dos alunos que possam validar a proposta da

pesquisa.

Resultados e Discussões

No 1ª ano C onde foi realizado experimentos sobre o assunto abordado,

percebeu-se na questão 1 os alunos demonstraram maior domínio do conceito de

substâncias químicas do que o 1ª ano B (forma tradicional).O que pode-se perceber

também na segunda questão, onde conseguiram diferenciar mais efetivamente entre

mistura homogênea e heterogenia. Já na terceira questão ambas as turmas

explicaram o fenômeno apresentado com clareza. Na quarta e na quinta questão o 1ª

ano C teve um resultado bem superior em relação à outra turma, as respostas

demonstravam maior consistência e domínio do conteúdo.

Conclusões

Foi observado que na turma em que os experimentos foram aplicados, os

alunos conseguiram responder as questões propostas com maior facilidade, utilizando

a sua própria linguagem para descrever os seus pensamentos. Enquanto que a outra

turma percebia-se a preocupação em utilizar a mesma linguagem utilizada no livro

didático sem demonstrar nenhuma opinião critica sobre o conteúdo.

Através dos resultados obtidos podemos perceber que a introdução de

experimentos no conteúdo de substância química, além de motivar o aluno a aprender

e cativar a sua atenção é uma excelente ferramenta didática, pois possibilita que o

mesmo tenha a oportunidade de aplicar um conhecimento teórico em algo pratico,

sendo assim podendo perceber a importância da química no seu cotidiano.

Referências ROCHA, J. S. ; VASCONCELOS; T. C. Dificuldades de aprendizagem no ensino de química: algumas reflexões. ln: NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 18.,2016,Florianópolis, Anais... Florianópolis: DPTO. 2016. P 1-10. FELTRE, R. Química Geral. 6ª ed. Cidade: São Paulo, 2004. FARIAS, Cristiane Sampaio; BASAGLIA, Andréia Montani; ZIMMERMANN, Alberto. A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. In: CONGRESSO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO EM QUÍMICA., 1., 2009, Paraná. Anais... . Paraná: Uel, 2009. p. 1 - 8. CARDOSO, Sheila Pressentin; COLINVAUX, Dominique. EXPLORANDO A MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR QUÍMICA. Química Nova, [s. L.], v. , n. , p.401-402, 23 fev. 2000.

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1 Professora Efetiva da EREMII e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES

2 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 3 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES, de

10/2015 à 09/2017, atual colaborador voluntário. 4 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES.. 5 Professora da EREMII e Colaboradora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE. 6 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

ANÁLISE DA LINGUAGEM CIENTÍFICA E COTIDIANA NA PRODUÇÃO ESCRITA DOS ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO SOBRE TEMAS

ASSOCIADOS À ENTALPIA Aline Pereira dos Santos Gomes1; Flávia Cristiane Vieira da Silva2; João Victor

Marques da Silva3; José Bezerra Vidal4; Valdilene Gomes de Melo Moura5 6Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST)

Escola de Referência em Ensino Médio Irnero Ignácio (EREMII) [email protected]; [email protected]; 3jvictormarques9@gmail

.com; [email protected]; [email protected] Introdução

Ao aprender os conceitos químicos os estudantes começam a utilizar seu

conhecimento no cotidiano, além de trazer para o ambiente escolar, argumentos que

descrevem fenômenos e experiências vivenciadas por eles. Então essa linguagem

cotidiana que se encontra presente na vida social do aluno e que é levada para a

escola pode influenciar na construção de significados (FREITAS; QUADROS, 2014). O

conhecimento é resultado de um processo de mudança da linguagem cientifica,

utilizado pelos cientistas, para uma linguagem cientifica escolar, que é o conhecimento

que é ensinado nas escolas, em que o professor deve considerar que no processo de

ensino e aprendizagem de conceitos, leis e teorias, é preciso estar em um mesmo

canal de comunicação para a produção desses significados que vão compor o

conhecimento cientifico escolar (VILLANI; NASCIMENTO, 2003). O professor deve ter

a preocupação de utilizar uma linguagem que seja acessível a todos os sujeitos,

promovendo a aquisição do conhecimento escolar a partir de um conhecimento

cotidiano que o estudante possui, mas isso nem sempre implicará que eles irão

adquirir esse conhecimento, muitos ainda permanecerão com o uso de uma linguagem

mais cotidiana em seus discursos em variadas situações.

Para que o estudante aprenda essa linguagem cientifica, Lemke (1997) aponta

que ela deve ser aprendida como se aprende qualquer outra linguagem, praticando

com as pessoas que a dominam e empregando em diversas situações onde é

utilizado, então o estudante que deve estar disposto a aprender e buscar formas para

que ele compreenda e utilize essa linguagem no seu discurso na sala de aula. Os

alunos devem refletir sobre questões de caráter cientifico, então o objetivo desse

trabalho foi o de analisar respostas de um problema, relacionado ao conceito de

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entalpia, de grupos de alunos do 2º na do ensino médio, buscando identificar qual a

linguagem utilizada em seus discursos.

Metodologia

Através da resolução de um problema, envolvendo conceitos relacionados à

entalpia, analisamos o uso da linguagem cotidiana e cientifica de estudantes de

segundo ano do ensino médio. Essa resolução de problema foi guiada por bolsistas do

PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) juntamente com o

professor de Química da escola convencionada ao programa, durante o 3º bimestre

(final de julho e inicio de agosto) tendo a participação de 34 estudantes, em que

primeiramente resolveram a situação individualmente e depois foram divididas em três

grupos resolvendo as mesmas pergunta, mas oportunizando uma discussão entre os

estudantes. Quadro 01: Problema preparado pelo bolsista e resolvido pelos estudantes do ensino médio.

Thiago, Lilian e Arthur são estudantes da Escola de Hogwarts, e depois de ter realizado as provas resolveram passar o final de semana no Chalé das Conchas, para aproveitar o calor na praia que havia perto de lá, afinal eles de sair da semana de provas. Arthur resolveu ir no seu carro Ford Anglia Voador e convidou os amigos para irem com ele, logo eles concordaram e resolveram dividir a gasolina do carro para poderem ir a viagem. Chegando ao posto, havia uma placa mostrando a promoção: “Levem 3Kg de Carne de Porco e ganhem um pacote de carvão”, então resolveram comprar para realizar um churrasco. Lilian sugeriu que comprassem alguns refrigerantes e também alguns sacos de gelo, para mantê-los gelados por mais tempo quando forem a praia. Assim que chegaram, iniciaram os preparativos para o churrasco, utilizando o carvão para produzir o fogo. Assaram as carnes e levaram todos as bebidas para a praia. Depois de alguns minutos na praia, perceberam que o gelo que estava no saco havia derretido rapidamente, sendo preciso comprar mais alguns sacos. Ao retornar para escola, receberam os resultados das provas de Química, em que não foram muito bem, o conteúdo da prova era termoquímica, então o Professor Snape pediu para eles falassem como tinha o que eles fizeram no final de semana, eles relataram e o professor fez algumas perguntas relacionando com o assunto, para que recuperassem a nota.

Investigamos aqui a apropriação da linguagem cientifica e cotidiana na

aprendizagem dos alunos, a partir das respostas de algumas perguntas que estão

baseadas na situação apresentada no Quadro 01, analisando a partir do padrão

temático, que de acordo com Lemke (1997) mostram as diversas formas de dizer algo.

Resultados

Analisamos as respostas dos três grupos de estudantes, identificando os itens

temáticos das produções escritas, vendo as variadas formas que se expressaram para

resolverem à problemática, verificando a linguagem que os alunos usaram na

resolução das questões (Qual a função do carvão e da gasolina nas situações

relatadas e que material poderia ser usado para substituí-los? Por que o gelo

utilizado pelos estudantes derreteu rapidamente o que fazer para que isso não

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aconteça? A partir das situações relatadas na história e seu conhecimento sobre

termoquímica, o que entendem por calor?), que podemos observá-las no Quadro 2. Quadro 02: Respostas das questões relacionadas ao problema elaborado.

Grupo Respostas

Grupo 01

São combustíveis. A gasolina é para fazer o carro andar e o carvão para o fogo. Pode ser substituído por etanol ou biodiesel, o carvão por madeira, folha seca. Porque estava perto do fogo, tirando do local em que a temperatura tá alta e colocando em local com temperatura baixa. O calor é a energia que é absorvida ou liberada de um sistema.

Grupo 02

A gasolina é um combustível e pode usar no lugar dela o álcool porque tem no posto. O carvão pode ser substituído por madeira. Colocando em um isopor, para conservar a temperatura. O calor é energia que é absorvida ou que é liberada do sistema (reação química) e relaciona com a diferença de dois sistemas.

Grupo 03

Combustíveis para produzir energia. Álcool, madeira, folha seca, fósforo. O fogo transferiu energia para o gelo e ele derreteu, porque sua temperatura ficou igual ao ambiente. Em um ambiente em que não possa se transferir muita energia para o gelo. Que calor é a transferência de energia, que é transferido de um corpo para outro. Depois de observar as respostas podemos construir um diagrama temático

(figura 01), representando significativamente os três grupos, conectando os itens

temáticos (apresentados em maiúsculo) através de abreviações das relações

semânticas ((Cnj/El (Conjunto/Elemento); Po/At (Portador/Atributo); Co/Cl

(Coisa/Classificador); Ag/Proc (Agente/Processo)) existentes.

Figura 01: Diagrama temático para as respostas dos estudantes sobre entalpia.

Considerações Finais

A partir do diagrama podemos observar alguns termos que estão presentes

tanto na linguagem cientifica e da linguagem cotidiana, bem como as suas relações. A

partir da resolução, os estudantes tiveram a oportunidade de apresentar o seu

conhecimento, resolvendo a situação com termos que estão presentes no cotidiano,

mostrando a importância de se levar questões que promovam a discussão,

possibilitando os alunos utilizarem/apropriarem mais da linguagem cientifica.

Referências FREITAS, M.L.; QUADROS, A.L. Linguagem científica e cotidiana: como os estudantes explicam um fenômeno ambiental. XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014. VILLANI, C.E.P.; NASCIMENTO, S.S. A argumentação e o ensino de ciências: uma atividade experimental no laboratório didático de física do ensino médio. Investigações em Ensino de Ciências, v. 8 (3), 2003, p. 187-209. LEMKE, J. Aprender a Hablar Ciência. Lenguaje, Aprendizaje y Valores. 1. ed. Barcelona : Paidós, 1997.

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PROPOSTA DE UMA SITUAÇÃO DE ESTUDO SOBRE O BAFÔMETRO PARA O ENSINO DE OXIRREDUÇÃO

Aline Pereira dos Santos1; Ana Paula Cirino da Silva2; Bruna de Freitas Brito3; Edson Emídio da Silva4; Flávia Cristiane Vieira da Silva 5

6Subprojeto: Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) Escola de Referência em Ensino Médio Irnero Ignácio (EREMII)

[email protected] ; [email protected] ; [email protected] ; [email protected] ; [email protected]

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas estudos na área de ensino de ciências, discutem muito

sobre o desenvolver de práticas pedagógicas relacionadas à experimentação,

defendendo, muitas vezes, que a utilização da experimentação vem se destacando,

devido a sua importância essencial em disciplinas como a química e física

(REGINALDO; SHEID; GÜLLICH, 2012). Dessa forma a experimentação tem um papel

fundamental na construção do conhecimento cientifico. Muitas vezes os conceitos

científicos são repassados em sala de aula sem haver articulação entre o conceito

cientifico e sua utilização no cotidiano. Tratando do conceito de oxirredução podemos

destacar a presença desse tipo de reação em tecnologias utilizadas para segurança

publica, como por exemplo, dos bafômetros que são utilizados para identificar o índice

de embriaguez do individuo.

A abordagem do conceito de oxirredução pode ser feita por meio da proposição

de uma Situação de Estudo (SE), que tem como ponto de partida trabalhar conceitos

que envolvem a vivencia social do aluno, facilitando a compreensão de conceito

científico dando espaço para uma aprendizagem significativa. (MALDANER; ZANON,

2004). A ideia de situação de estudo é, ao trabalhar conteúdos escolares de modo

interdisciplinar, contextualizado e a partir da vivência cotidiana dos alunos e com o uso

de experimentos, contribuir para o entendimento do conceito cientifico. STANZANI et

al., 2016.

1 Professora Efetiva da EREMII e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE,

Bolsista CAPES 2 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 3 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES, de

03/2014 à 03/2017, atual colaborador voluntário. 4 Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES, de

04/2014 à 03/2017, atual colaborador voluntário. 5 Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Orientadora do trabalho. 6 Elaine Cristina Lima do Nascimento, Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST,

Coordenadora de área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

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O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de SE,

envolvendo a experimentação e o uso do bafômetro, que buscou propiciar a

aprendizagem do conceito de oxirredução para alunos do ensino médio.

REFERENCIAL TEÓRICO

É do conhecimento de professores de ciências que os alunos se mostram mais

motivados e interessados quando a experimentação faz parte da sua vida escolar.

Também é do conhecimento dos professores que a experimentação aumenta a

capacidade de envolver os alunos com as questões que lhe são postas. Dessa forma

a utilização de experimentos pode possibilitar a criação de problemas reais que,

permitam a contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação. Para

tanto a utilização da experimentação deve ter uma utilidade pedagógica a fim de que

as aulas não sejam pautadas em aulas experimentais do tipo “receita de bolo”.

Atualmente ainda existem alguns problemas relacionados à má utilização desta

estratégia ou até mesmo a ausência de aulas experimentais nas escolas.

REGINALDO; SHEID; GÜLLICH, 2012.

METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos, apresentamos uma metodologia dividida nas

seguintes etapas: Na problematização a ideia é que aconteça a discussão dos alunos

acerca das concepções previas do conceito de oxirredução; na primeira Elaboração o

intuito é que o professor apresente o conceito cientifico utilizando o experimento e na

função da elaboração e compreensão conceitual o objetivo é que os alunos aprendam

a conceituar as ideias a cerca do conceito de oxirredução.

RESULTADOS

O experimento foi proposto em 23 de Maio para o ensino médio e busca, a

partir da primeira proposta, refletir sobre a potencialidade do experimento, e, a partir

da SE discutir sobre a importância do envolvimento de temas do cotidiano na

aprendizagem de contextos científicos. A seguir é apresentada cada etapa proposta

para a situação de estudo.

1º Etapa: Problematização: A etapa da problematização o professor traz para os

alunos questões a cerca do bafômetro, como por exemplo: O que causa a mudança de

coloração quando o teste é positivo? Mesmo sem conhecer a reação de oxirredução,

o aluno é estimulado a pensar que o álcool é o fator causador da mudança de

coloração, já que esse fenômeno ocorre apenas se o individuo estiver alcoolizado.

2º Etapa: Primeira Elaboração: Nessa etapa o professor traz para os alunos um

experimento que servirá para aprofundar o ensino do conceito cientifico trabalhado na

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problematização. A ideia é que ao longo d experimento aconteça a discussão do

conceito cientifico, envolvendo as ideias apresentadas na problematização.

Material utilizado: Pote pequeno com tampa; Canudos retos e curvados; Cola;

Tubos de ensaio; Solução ácida de dicromato de potássio (40 mL de água destilada,

10mL de ácido Sulfúrico (comercial concentrado) e 1g de dicromato de potássio);

Cerveja.

Procedimento do experimento

Faça dois furos na tampa do pote e cole os canudos, como mostra a figura1. Em

seguida coloque certa quantidade da solução preparada no pote e tampe. Coloque

certa quantidade de cerveja na boca (não tomar) e assopre o canudo recurvado. Figura 1: Montagem do Experimento

Fonte: Elaborado pela autora.

Neste momento o professor mostra que a mudança de coloração ocorre devido

à oxidação de álcool a aldeído e a redução do dicromato a cromo (III), ou mesmo a

cromo (II).

3 º Etapa: Função da Elaboração e Compreensão Conceitual: Neste ultimo momento

os alunos são induzidos a responder questões cientificas relacionada ao conceito de

oxirredução, através de textos e atividades extras. Esse processo pode ocorre através

de perguntas e respostas, ou por meio da resolução de atividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização da ES e o experimento proposto neste trabalho servem como

ferramenta didática que pode ser utilizada por professores de química para facilitar o

entendimento de conceitos científicos, mostrando que a química se encontra presente

no nosso cotidiano.

REFERENCIAS REGINALDO, C.C; SHEID, N.J; I; GÜLLICH, R.I.C. O ensino de ciências e a experimentação. Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul. (IX ANPED), 2012. STANZANI, E.L; GUARNIERI, P. V; CARVALHO, W; OBARA, C.E. Situação de Estudo e Ensino de Química: contribuições para a Educação Científica. XVIII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVIII ENEQ) Florianópolis, SC, 2016.

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1Professora Efetiva da EREMII e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

2Professora Adjunta, lotada na UFRPE/UAST, Coordenadora de Área do Subprojeto de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

3,5Professores Efetivos da EREMPAC e Supervisores da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsistas CAPES.

4Professora Efetiva da EREMCS e Supervisora da Área de Química/UAST do PIBID/UFRPE, Bolsista CAPES.

PIBID NO SERTÃO: A QUÍMICA PARA A MELHORIA DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DAS ESCOLAS DO PAJEÚ

Aline Pereira dos Santos Gomes1; Elaine Cristina Lima do Nascimento2; José Orlando Barboza3; Lurdilene da Silva Pedroso4; Ronaldo Nunes de Brito5

Subprojeto: 2Química do PIBID/UFRPE - Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) 1Escola de Referência em Ensino Médio Irnero Ignácio (EREMII)

3, 5Escola de Referência em Ensino Médio Professor Adauto Carvalho (EREMPAC) 4Escola de Referência em Ensino Médio Cornélio Soares (EREMCS)

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Introdução

Investir em políticas públicas de formação de professores em qualquer nível de

ensino é imprescindível para que a educação como direito universal se concretize de

verdade. No contexto PIBID, o educando tem a oportunidade de participar desde o

início da sua formação acadêmica do ambiente escolar em escolas públicas para que

desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um educador do

curso de licenciatura e de um educador da escola (GOMES, 2015). Como forma de

avaliação, em relação ao desenvolvimento dos alunos bolsistas, ou seja, se a sua

participação (de acordo com os objetivos do programa) está sendo efetivada, o norte

é: até que ponto a política do PIBID está favorecendo a integração dos bolsistas com

os alunos do ensino médio? - considerando a percepção dos próprios alunos da

educação básica, sobre a execução de atividades do PIBID.

Dentro desta perspectiva avaliativa, no ano de 2017, foram lançados pelas

escolas conveniadas ao PIBID/UFRPE, área de Química/UAST, projetos

interdisciplinares, contextualizados com o cotidiano dos alunos, envolvendo diversos

temas associados às diferentes disciplinas oferecidas pelas escolas. Os convênios são

as Escolas de Referência em Ensino Médio: Irnero Ignácio (EREMII); Professor

Adauto Carvalho (EREMPAC); e Cornélio Soares (EREMCS). Sendo assim, objetivou-

se avaliar as atuações do PIBID, quanto à melhoria no processo de ensino-

aprendizagem em química, nas escolas do Sertão do Pajeú conveniadas ao

PIBID/UFRPE, área de Química/UAST, considerando os indicadores obtidos através

dos projetos interdisciplinares propostos e desenvolvidos no ano de 2017.

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Referencial Teórico

O uso da contextualização é uma das ferramentas que os professores têm para

retirar o aluno da condição de espectador passivo, proporcionando assim

aprendizagens mais significativas (RICARDO, 2003). Entre todas as disciplinas, a

química é uma ciência que apresenta grande possibilidade de contextualização

(COSTA, 2016). A partir de uma perspectiva interdisciplinar, diz-se que um processo

de formação que se dá em uma complexa rede de interações, pressupõe a interação

de ideias e a interpretação de ações (GONÇALVES, 1999, p.130). Segundo

Pontuschka (1999, p. 102), há que se pensar nos métodos de ensino a serem

utilizados na escola para que se tenha como expectativa a formação de um ‘homem

inteiro’ e que, por meio da prática aliada à reflexão, construa-se o caminho para essa

conquista. Deste modo, pode-se observar que existe a necessita-se de uma quebra de

barreiras entre as disciplinas, propondo a comunicação entre essas.

Metodologia

As escolas conveniadas ao PIBID/UFRPE, área de Química/UAST, lançaram

as seguintes propostas: EREMII: Projeto Interdisciplinar PIBID Química: A beleza que

persiste de sol a sol e de onde tiramos tudo o que precisamos. Da sabedoria popular

ao uso de plantas medicinais: Bioma Caatinga. EREMPAC:Drogas Lícitas e Ilícitas:

Como Lidar com esse Problema em uma Perspectiva Educacional Interdisciplinar?

EREMCS: Projeto Interdisciplinar: A Química Presente em Guerras Mundiais.

Resumidamente, dentro das propostas, foram desenvolvidas as seguintes

atividades interdisciplinares: EREMII: Dentro desta temática foram realizadas as

seguintes atividades interdisciplinares: em conjunto com a CIOSAC (Companhia

Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga), as quais

envolveram: apresentação de: elementos da fauna e flora da caatinga, peles de

animais, extração da água do mandacaru, e produção do doce da coroa de frade,

através de uma oficina. Oficinas relacionadas ao tema geral às subáreas: química,

biologia, geografia, história/sociologia, artes, línguas portuguesa e estrangeira, biologia

e português. EREMPAC: A partir do tema gerador, Drogas Lícitas e Ilícitas, foram

trabalhadas de maneira interdisciplinar as disciplinas: biologia e química; artes e

sociologia (teatro); educação física e química. EREMCS: A partir do tema gerador,

Guerras Mundiais, foram trabalhadas, de modo interdisciplinar, as seguintes

disciplinas: biologia, química e letras; química e história; química, matemática e física.

E foram apresentadas palestras: Contexto histórico político das guerras mundiais;

Desenvolvimento de medicamentos durante as guerras; Armas químicas e biológicas.

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Após as atividades dos projetos interdisciplinares, os alunos participantes,

responderam a um questionário semiestruturado a fim de verificar a percepção dos

alunos em relação a atuação do PIBID nas escolas.

Resultados e Discussão

A partir das respostas dos questionários, vários gráficos foram construídos

trazendo estatísticas percentuais de cada escola em relação à atuação do PIBID. Em

geral, pode-se se dizer que a avaliação foi muito positiva (em média, acima de 80%),

onde a maioria dos alunos, diz que as atividades realizadas pelos alunos do PIBID

facilitam o processo de ensino e aprendizagem em química, e que, sobretudo, as

atividades interativas, experimentais, de jogos e investigativas, que envolvem a

realidade e o cotidiano dos alunos, motivam e instigam a busca pelo conhecimento.

Considerações Finais

Pode-se concluir que, desde o início da atuação do PIBID/UFRPE, área de

Química/UAST, através da realização das mais diversas atividades, só tem

incentivado a formação de docentes em nível superior para a educação básica,

contribuído para a valorização do magistério, elevado a qualidade da formação inicial

de professores de química e promovido à inserção dos licenciandos no cotidiano de

escolas, proporcionando-lhes a criação e participação em experiências metodológicas,

tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar para superar os

problemas do processo de ensino-aprendizagem em química. A contribuição para

estes fatores foi observada através da análise estatística deste trabalho e pelo Índice

de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas que, em geral, só tem

aumentado ao longo dos anos, desde a atuação do PIBID nas escolas conveniadas.

Referências COSTA, E. S. C; SANTOS, M. L; SILVA, E. L. Abordagem da Química no Novo ENEM: Uma Análise Acerca da Interdisciplinaridade. Química Nova na Escola, São Paulo - SP, BR. v. 38, n. 2, p. 112 a 120, maio 2016. GOMES, L. S.. A Importância do PIBID e na Formação e Prática Docente Dos Licenciandos em Matemática da UESB, Campus de Vitória da Conquista. Monografia apresentada ao curso de licenciatura em Matemática da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, 2015. GONÇALVES, M. A. S.. Teoria da ação comunicativa em Habermas: possibilidades de uma ação educativa de cunho interdisciplinar na escola. Educação e Sociedade. Campinas, n. 66, p. 125-140, 1999 RICARDO, E.C. Implementação dos PCN em sala de aula: dificuldades e possibilidades. Caderno Brasileiro de Ensino de Física. Florianópolis, v. 4, n. 1, 2003. PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Interdisciplinaridade: Aproximação e Fazeres. Terra livre. São Paulo, n. 14, p. 100-124 jan/jul 1999.

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HISTÓRIA E PERIFERIA: ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA.

Aurino Bezerra Ferreira1, Barbara Ingrid Santos da Silva, Débora Santos Maciel de Jesus, Kamilla de Melo Pereira.

Subprojeto na área de História2. Escola Estadual Dom Bosco. Emails: [email protected], [email protected]

[email protected], [email protected]

Introdução:

Denominado História e Periferia: Além dos muros da escola, o relato deste projeto tem

como foco traçar a ligação entre a história local do bairro de Casa Amarela, na cidade

de Recife, e o Mercado de Casa Amarela – ambiente de diversas trocas culturais e

econômicas para a comunidade e o ensino de História. Os questionamentos

realizados pelos alunos por meio de entrevistas levantaram diversos diálogos e

produção de material escrito posteriormente. Considerar que muitos alunos mesmo

residindo nas redondezas ainda nem sequer haviam ido ao mercado, foi um fator de

suma importância para o desenvolvimento do projeto.

Objetivo:

O principal objetivo deste trabalho consistiu em discutir e refletir o preconceito

existente em relação às comunidades periféricas, bem como estudar o passado

histórico como conteúdo e como problema de aprendizagem a ser superado, com foco

em uma comunidade específica do entorno da escola Dom Bosco: O Mercado de

Casa Amarela. Portanto, buscou-se conhecer os alunos do 2º ano do ensino médio e

suas realidades.

Referencial Teórico

Como base para o assunto abordado, que tramitava entre o ensino de história e

história local, foi utilizado o “Ensino da história: fundamentos e métodos” de Circe

Bittencourt e, para ser trabalhada a questão de identidade “Identidade cultural na pós

modernidade” de Stuart Hall foi levada em consideração, pois o projeto passeia entre

os conceitos de identidade e história local, além de artigos e teses voltados para o

ensino de história.

1SupervisorPIBIDCAPESdosubprojetonaáreadeHistóriaAurinoBezerraFerreira.2BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES

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Período de Realização da Atividade de Referência do Relato

As atividades do projeto foram resumidas em três encontros em sala de aula e uma

visitação com atividade dirigida, com a turma do 2º ano E, ensino médio. Tal projeto

teve início em meados de junho de 2017 e sua última atividade sendo realizada em 19

de agosto de 2017, com a visitação ao Mercado de Casa Amarela.

Metodologia empregada

“Para que serve a história?”. Essa pergunta quase sempre assume o mesmo sentido

de outra: “Para estudar o passado?”. A resposta, por sua vez, tem como explicação:

“Estudar o passado para conhecer o presente.” (FAGUNDES, 2006, p. 123.). A quem

pertencia a esse passado? Estariam os alunos da Escola Dom Bosco inseridos dentro

dos conteúdos abordados em sala? De modo que a maior preocupação quanto à

construção do projeto foi buscar uma maneira de incluir os estudantes da Dom Bosco

dentro da História. Buscou-se, através de diálogos e atividades, uma forma de colocar

os estudantes como agentes ativos da História, não apenas meros expectadores de

grandiosos feitos do passado. Foram feitas análises do perfil da turma trabalhada, bem

como do livro didático utilizado em sala. A respeito do livro didático, que pouco tratam

– ou representam de forma negativa – os movimentos sociais e as pessoas “comuns”

pelas esferas políticas e econômicas (SOUZA; SILVA, 2016). De modo que, tendo

como proposta trabalhar com as pessoas comuns colocadas à margem da sociedade,

o livro didático ficou em segundo plano quanto recursos utilizados pelas discentes.

Passado o período de observação, foi proposto ao professor regente da disciplina de

História que fizéssemos uma roda de diálogo para melhor conhecer cada estudante, já

que os mesmos seriam de suma importância para o projeto. Metodologicamente foi

organizada uma roda de diálogos para melhor conhecê-los. O diálogo foi conduzido

por duas perguntas: “como se identificam?” e “onde moram”? Precisamos entender

que era necessário um fio condutor para que nos guiássemos na conversa com esses

alunos do ensino médio. A partir da roda de diálogo foi identificada uma grande

discriminação sobre os bairros da periferia do Recife, após o primeiro encontro, o

maior objetivo do projeto foi quebrar o preconceito contra a periferia, pois os próprios

alunos não conseguiam se enxergar como parte daquele meio. No segundo encontro

foi ministrada uma aula com o professor regente, na intenção de orientar os

estudantes quanto à importância que o Mercado possui para a comunidade de Casa

Amarela e, além disso, orientá-los para a Feira de Conhecimentos que abordaria o

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Mercado como tema. Como forma de avaliação foi pedido que, individualmente, cada

estudante escrevesse uma redação acerca da importância do Mercado para o bairro

bem como sua influência para os bairros próximos. De modo que, no terceiro encontro

ocorreu à visitação ao Mercado, previamente combinada com o professor regente e a

turma. Os estudantes, de acordo com os seus subtemas, se responsabilizaram por

realizar entrevistas.

Resultados

O nosso projeto permitiu aos estudantes do 2º ano compreender o seu papel de

sujeito histórico, diante do estudo da história em sala de aula. A partir de uma visão

geral das comunidades que cercam a escola, dentre elas, a que se tornou objeto de

pesquisa, foi o Mercado de Casa Amarela, patrimônio histórico do bairro de nome

homônimo, pois mesmo que residindo nas proximidades, muitos dos estudantes nunca

haviam entrado no mesmo. Apresentar para os estudantes este universo cultural que

encontramos nos mercados públicos, assim como direcioná-los para a produção de

uma pesquisa sobre um elemento tão presente no seu dia a dia, mas sumariamente

ignorado como conteúdo histórico por não apresentar um passado glorioso como de

alguns monumentos apresentados nos livros, constitui-se como resultado central deste

projeto. Desta forma, foi possível fazer do estudante – e do mercado – sujeitos do

estudo histórico, levando ao estudante a construir o sentido de pertencimento

comunitário como parte da história vivida.

Referências Bibliográficas

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro. Editora: Lamparina, 2014.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2ª edição. São Paulo. Editora: Cortez, 2008.

FAGUNDES, José Evangelista. A história local e seu lugar na história: histórias ensinadas em Ceará-Mirim. Natal, 2006.

SOUZA, Israel Soares de; SILVA, Severino Bezerra da. Por um ensino de História referenciado na Educação Popular. Revista História Hoje, v. 5, nº 9, p. 182-204 – 2016.

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HISTÓRIA DAS GUERRAS E OS IMPACTOS PARA A HUMANIDADE.

Aurino Bezerra Ferreira1, Lays Gabrielly Oliveira, Maria Eduarda Valença, Mateus

Santiago de Lima2

Subprojeto da área de História3, subprojeto da área de Química, Escola Dom Bosco.

E-mails: [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected].

INTRODUÇÃO

A história, segundo Marc Bloch (2001), é o estudo do homem no tempo, e as decisões

dos seus atores, consequentemente, repercutem pelas gerações. O professor de

História deve se preocupar em mostrar para os alunos que os fatos ocorridos no

passado não são isolados da realidade e suas consequências podem estar presentes

nos dias atuais. Naturalmente, a História da Ciência não é uma exceção e torna mais

fácil e interessante o aprendizado das Ciências da Natureza. Como constatado por

Trindade (2011), os estudantes se sentem mais motivados e interessados pelas

matérias mais exatas, já que através da história esses são capazes de perceber que

as ciências também estão sujeitas às motivações e paixões dos seres humanos que

as desenvolvem. Para que a abordagem dos assuntos fuja do modo tradicional e

cansativo, o professor deve agir como formador de conhecimento, ligando o conteúdo

abordado à realidade dos discentes (CHASSOT, 2010). Para trabalhar esses

conteúdos em sala de aula, está sendo posta em prática uma sequência didática –

termo utilizado na educação para definir um encadeamento de passos/etapas

conectadas entre si para que obtenha uma maior eficiência no processo de

aprendizagem que são planejadas e postas em prática com a finalidade de realizar

objetivos educacionais específicos, com início e fim conhecidos pelos professores e

pelos alunos (ZABALA, 1998). A sequência didática que está em andamento aborda o

desenvolvimento científico e social durante as guerras e suas consequências para a

humanidade. O presente trabalho está sendo desenvolvido e aplicado como atividade

regular do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da UFRPE, na

Escola Estadual Dom Bosco, com as turmas do 3ºA, 3ºB, e 3ºC.

1 Supervisor do Subprojeto da área de História: Aurino Bezerra Ferreira. 2 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 3 Supervisor de área do Subprojeto de Química: Professor Aurino Bezerra Ferreira.

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OBJETIVOS: Elaborar e aplicar uma sequência didática, que permita ao estudante

refletir e compreender o caráter social, econômico e político do desenvolvimento das

ciências ao longo do século XX, visando aumentar o interesse dos alunos tanto pela

História quanto pelas Ciências da Natureza.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO: A sequência está sendo aplicada e estão

programadas 7 aulas de 50 minutos, estimando-se sua realização entre os dias 22 de

setembro e 17 de novembro.

METODOLOGIA: No primeiro encontro foi explicitado o objetivo do projeto e suas

expectativas, com a reprodução do vídeo “A ARMA MAIS MORTAL” (NERDOLOGIA,

2014), abordando o uso de armas químicas e o potencial da ciência para o mal, mas,

sobretudo as contribuições científicas benéficas para a humanidade que a 1ª Guerra

Mundial trouxe. No segundo encontro foram exibidos os vídeos “Armas Nucleares”

(NERDOLOGIA, 2016) e “Bomba atômica e armas nucleares” (NERDOLOGIA, 2016)

que mostram o lado político-econômico e os processos físico-químicos nocivos das

armas nucleares. No terceiro encontro foram exibidos os vídeos “A Ciência Nazista”

(NERDOLOGIA, 2016) e “Ciência Soviética” (NERDOLOGIA, 2016), mostrando o

desenvolvimento cientifico de dois atores da 2ª Guerra Mundial e as interferências de

suas respectivas ideologias na maneira como os países procediam no campo das

Ciências da Natureza e, a partir das considerações dos alunos, realizou-se um debate

em torno da temática dos vídeos. No quarto encontro foi exibido o vídeo “Operação

Paper Clip” (NERDOLOGIA, 2016), tratando do desenvolvimento tecnológico dos

Estados Unidos e da URSS causado pela transferência de cientistas alemães durante

a Guerra Fria e, a partir das considerações dos alunos, realizaram um debate em torno

da temática dos vídeos. Os estudantes, então, durante os 10 últimos minutos da aula,

produziram um organograma relacionando as descobertas científicas estudadas nas

aulas anteriores e seus contextos históricos. No quinto encontro foram exibidos os

vídeos “Chernobyl e a lava radioativa” (NERDOLOGIA, 2017) e “Chernobyl: as

terríveis consequências” (NERDOLOGIA, 2017), tratando os processos físico-químicos

dos procedimentos de obtenção de energia através de usinas nucleares e os impactos

que o acidente na Ucrânia causou à humanidade e, a partir das considerações dos

alunos, realizar um debate em torno da temática dos vídeos. No sexto encontro foi

exibido o vídeo “Doping” (NERDOLOGIA, 2015), mostrando como ocorre o processo

de doping e como isso pode ser utilizado nas competições esportivas e na guerra e, a

partir das considerações dos alunos, realizar um debate em torno da temática dos

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vídeos. No sétimo e último encontro será realizado um debate envolvendo as

temáticas abordadas em todos os encontros e, por fim, será cobrada uma produção

textual que trate da relação entre o desenvolvimento da ciência, a guerra e suas

consequências na política, sociedade e economia.

RESULTADOS PARCIAS E EXPECTATIVAS: Até o presente momento, os

alunos têm apresentado aprendizagens importantes acerca das intervenções.

Participando dos debates e procurando os “pibidianos” para tirar dúvidas fora de sala.

Espera-se que os discentes, após os encontros, desenvolvam um maior interesse pela

História e pelas Ciências da Natureza e entendam a ocorrência dos acontecimentos

mundiais de forma não isolada.

REFERÊNCIAS

CHASSOT, Attico. Alfabetização Científica: QUESTÕES E DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO. Ijuí: Unijui, 2001.

ZABALA, Antoni. A prática educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998.

TRINDADE, Diamantino Fernandes. História da Ciência: uma possibilidade interdisciplinar para o ensino de ciências no Ensino Médio e nos cursos de formação de professores de ciências. Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p.257-272, dez. 2011

BLOCH, Marc. Apologia da História: ou O ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

A ARMA MAIS MORTAL | Nerdologia 45. [s.i]: Nerdologia, 2014. P&B. Disponível em: <https://youtu.be/2jiWgsuLp8w>. Acesso em: 12 out. 2017.

BOMBA atômica e armas nucleares | Nerdologia 173. [s.i]: Nerdologia, 2016. P&B. Disponível em: <https://youtu.be/J9SAZ314yNg>. Acesso em: 12 out. 2017.

ARMAS Nucleares | Nerdologia 172. [s.i]: Nerdologia, 2016. P&B. Disponível em: <https://youtu.be/mgaX6gd1F0E>. Acesso em: 12 out. 2017.

A CIêNCIA Nazista | Nerdologia 163. [s.i]: Nerdologia, 2016. P&B. Disponível em: <https://youtu.be/HelR0sMSWmc>. Acesso em: 12 out. 2017.

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CORROSÃO DOS METAIS: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE OXIRREDUÇÃO

Aurino Bezerra Ferreira1, Lays Gabrielly de Oliveira Farias, Maria Eduarda de Goes Valença2

Subprojeto da área de Química3. Escola Dom Bosco [email protected], [email protected],

[email protected].

INTRODUÇÃO4

O presente trabalho relata a elaboração e aplicação de uma sequência didática sobre

oxirredução. O tema foi escolhido por apresentar conceitos cruciais para a

aprendizagem de eletroquímica, podendo ser facilmente contextualizado com

fenômenos naturais observáveis no dia-a-dia dos alunos. Esse trabalho foi

desenvolvido e aplicado como atividade regular do Programa Institucional de Bolsas

de Iniciação à Docência da UFRPE, na Escola Estadual Dom Bosco, com a turma do

2º ano B.

OBJETIVOS: Elaborar e aplicar uma sequência didática para o estudo de oxirredução,

com uma abordagem contextualizada, a partir de temas estruturadores, a fim de

construir conhecimentos de forma articulada.

REFERENCIAL TEÓRICO: Para superar o método tradicional de ensino o professor

deve atuar como formador do conhecimento utilizando novas metodologias de ensino

a fim de proporcionar uma aproximação entre o conteúdo abordado e a realidade do

aluno (CHASSOT, 2010). A sequência didática é um termo em educação utilizado para

definir um procedimento encadeado de passos, ou etapas ligadas entre si para tornar

mais eficiente o processo de aprendizado. As sequências didáticas são planejadas e

desenvolvidas para a realização de determinados objetivos educacionais, com início e

fim conhecidos tanto pelos professores, quanto pelos alunos (ZABALA, 1998).

Encontram-se muitos trabalhos na literatura que relatam sobre as dificuldades a

respeito do processo de ensino-aprendizagem em relação ao conteúdo de

eletroquímica, onde os tópicos mais apontados nesses trabalhos, está relacionado a

conceitos, tais como: oxidação, redução e corrente elétrica. (FRAGAL et al, 2011).

4SupervisordoSubprojetodaáreadeHistória:AurinoBezerraFerreira.2BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.3SupervisordeáreadoSubprojetodeQuímica:ProfessorAurinoBezerraFerreira.

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PERÍODO DE REALIZAÇÃO: A sequência foi aplicada em 5 aulas de 50 minutos,

sendo realizada entre os dias 14 de agosto e 11 de setembro.

METODOLOGIA: No primeiro encontro, cada aluno respondeu individualmente ao pré-

teste que continha perguntas como “o que você entende por ferrugem?” “o que a

maresia provoca nos materiais?”. “Quais tipos de materiais enferrujam?”. Em seguida,

os alunos foram divididos em duplas e leram o texto "o que é maresia?" (revista

mundo estranho), que traz de forma simples e divertida o fenômeno da maresia, após

a leitura, o texto foi discutido em conjunto com toda a sala, estabelecendo relações

entre os conceitos químicos e fenômenos observados no dia a dia. No segundo

encontro foram exibidos dois vídeos “ Por que o ferro enferruja?” e “Ferrugem: a volta

do ferro à natureza” (Telecurso 2000), que discutem vários conceitos relacionados ao

tema, como "composição química do ferro" "aço oxidável e aço inoxidável" "o efeito do

oxigênio e da água na corrosão dos metais" "reciclagem da sucata". No terceiro

encontro foram expostas as reações envolvidas nos processos discutidos no texto e

nos vídeos, conceitos importantes como “oxidação e redução”, “agente oxidante e

redutor” “potencial de redução” e “suscetibilidade dos metais à corrosão”. No quarto

encontro foi feito o experimento “limpando uma moeda de 5 centavos” Que consistia

em lavar uma moeda “suja” com vinagre e sal de cozinha (ácido acético e cloreto de

sódio). Essas substâncias reagem com o óxido de cobre depositado na superfície da

moeda (tornando-a escura) e o removem, fazendo com que a moeda volte a ser

brilhante. Após o experimento foi aplicado um exercício de fixação dos conceitos

aprendidos nos últimos encontros. No quinto e último encontro, a sala foi dividida em

sete grupos, onde cada grupo deveria responder a duas situações-problema

propostas. Eles deveriam unir todos os conceitos e informações dos últimos encontros

para elaborar as respostas. As perguntas foram P1: “concreto armado é um tipo de

estrutura que utiliza armações feitas com barras de aço (ferro e carbono). Essas

ferragens são utilizadas devido à baixa resistência aos esforços de tração do concreto,

que tem alta resistência à compressão e é um material poroso. Explique quimicamente

como áreas litorâneas e de praias favorecem a rachadura desse tipo de concreto.

Sugira uma forma de evitar esse tipo de problema”, P2: ”Explique quimicamente por

que não devemos consumir alimentos em latas que estejam amassadas”. Analisando

as respostas, percebemos que a maioria delas foram muito bem estruturadas,

exemplos como “O ar úmido e os sais ali presentes, quando entram em contato com o

metal, ocorre o processo de oxidação, pois o oxigênio em contato com a água irá

retirar elétrons do metal mais facilmente, uma maneira de retardar este processo é

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protegendo o ferro, ou adicionando cromo, ou revestindo o ferro com tinta para evitar o

contato do metal com o ar e a água”. Para o P1, e “Existe um revestimento dentro das

latas que impedem que o alumínio de sua estrutura enferruje em contato com o

alimento, que contem água. Quando a lata está amassada, corre o risco de romper

esse revestimento. Ocasionando a oxidação do metal e a contaminação da comida”.

Para o P2, nos levam a crer que o assunto foi bem compreendido pelos alunos.

RESULTADOS: Os resultados demonstram que essa proposta de abordagem para o

estudo de oxirredução levou a um maior interesse dos estudantes, que pôde ser

observado pela participação ativa durante as atividades. A qualidade das respostas

aos problemas propostos mostra que a maioria dos alunos foi capaz de aplicar o

conhecimento passado durante as atividades, conectando aspectos fenomenológicos,

teorias e a linguagem química, de forma coerente, na resolução de problemas reais.

Nesse contexto, mostra-se a importância de trabalhar com temas sociais e

contextualizados, fazendo o uso da problematização, contribuindo para a formação de

um aluno capaz de interpretar o mundo e intervir na realidade.

REFERÊNCIAS

CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Editora Unijuí, 2010. FRAGAL, Vanessa H., PALMA, Elisangela, P., BUZATTO, M. Bernadete, P. et al. Uma proposta alternativa para o ensino de eletroquímica sobre a reatividade de metais. Revista Química nova na escola. v. 33, n. 4, nov., 2011.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar.Trad.Ernani F. Da F. Rosa.Porto Alegre: Artmed,1998. p.53-87

SANJUAN, M. E., SANTOS, C. V., MAIA, J. O., Silva, A. F., WARTHA, E. J., Maresia: Uma proposta para o ensino de eletroquímica, QNESQ, 2009.

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FONTES DE ENERGIA: ENERGIA SOLAR COMO POTENCIAL FONTE DE ENERGIA PARA O BRASIL

Aurino Bezerra Ferreira2, Lays G. de Oliveira Farias, Maria E. de Góes Valença,

Mikelane de Oliveira Carneiro1

Subprojeto da área de química2. Escola Estadual Dom Bosco

[email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Introdução

A sequência de ensino aprendizagem ou sequência didática é uma estratégia de

ensino que permite ao professor dar sentido aos conteúdos trabalhados em sala de

aula, permitindo fazer relação com os fenômenos e transformações do cotidiano.

Permite ainda que sejam utilizados vários recursos motivadores e facilitadores da

compreensão dos alunos, desta forma, melhorando o processo de ensino

aprendizagem e aumentando o índice de aprendizagem efetiva. Baseado nisso,

utilizamos está metodologia para construir sequências didáticas de diversos conteúdos

para serem aplicadas em turmas do ensino médio, com o objetivo de facilitar a

aprendizagem e motivar os alunos. Neste trabalho apresentaremos a sequência de

energia solar como uma potencial fonte de energia, aplicada na turma de primeiro ano

do ensino médio da Escola Estadual Dom Bosco, nas atividades do Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID/UFRPE), no ano de 2017.

Objetivos

Esperamos que a sequência de ensino aprendizagem venha facilitar a compreensão

das vantagens e desvantagens da utilização de cada fonte de energia, buscando

especificidade em relação à energia solar como uma potencial fonte de energia a ser

utilizada. Deste modo, desejamos desenvolver uma aprendizagem efetiva sobre o

conteúdo de fontes de energia, mas também despertar o lado crítico dos alunos sobre

os recursos energéticos utilizados na atualidade e os benefícios e malefícios que eles

trazem.

1Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES

2Supervisor de área do subprojeto de química: Aurino Bezerra Ferreira

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Referencial Teórico

Há algum tempo o ensino de química tem apresentado deficiências quando se trata de

aprendizagem significativa dos conteúdos por parte dos alunos. Isso se deve ao

método tradicional de ensino, que geralmente vem sendo estruturado em métodos e

atividades que levam os alunos a conhecimentos que limitam sua aprendizagem e

associação, desta forma os alunos não conseguem relacionar o que é visto em sala de

aula com seu cotidiano e os fenômenos do dia a dia. Por tanto, torna-se necessário a

utilização de novos métodos e recursos para o ensino. Um desses novos métodos que

vem sendo utilizado como estratégia facilitadora do processo de ensino-aprendizagem

é a sequência didática.

A sequência didática é um termo em educação utilizado para definir um procedimento

encadeado de passos, ou etapas ligadas entre si para tornar mais eficiente o processo

de aprendizado. As sequências didáticas são planejadas e desenvolvidas para a

realização de determinados objetivos educacionais, com início e fim conhecidos tanto

pelos professores, quanto pelos alunos (ZABALA, 1998).

Levando em conta que os objetivos da validação de uma sequência de ensino-

aprendizagem são identificar as concepções iniciais dos alunos através de atividades

construtivas e aprimorar a compreensão destes sobre o conhecimento científico, foi

planejada uma sequência sobre fontes de energia, mostrando suas vantagens e

desvantagens, fazendo assim com que os alunos pensem sobre os benefícios e

malefícios que cada recurso energético pode trazer. Construindo, assim, indivíduos

mais críticos sobre o meio em que vive e que podem tomar decisões sobre o que

acontece a sua volta.

Metodologia

As etapas seguidas na realização deste trabalho foram as seguintes: - Levantamento

dos referenciais teóricos; - Discussão Teórica Metodológica; - Elaboração da

Sequência Didática; - Aplicação do questionário pré-atividades; - Aplicação da

Sequência; - Elaboração e aplicação do questionário pós-atividades desenvolvida com

os alunos; - Análise qualitativa dos resultados obtidos através dos questionários

aplicados.

A aplicação da sequência didática se deu em quatro encontros durante os meses de

setembro e outubro de 2017. No 1º encontro realizamos o pré-teste onde perguntamos

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o que entendiam por fontes de energia, quais as fontes conheciam, se sabiam explicar

o mecanismo do recurso da energia solar e seus benefícios e malefícios. Após

recolhido o pré-teste, foi passado um vídeo falando sobre as principais fontes de

energia; 2º encontro foi aplicado um jogo em grupos de perguntas e respostas, onde

cada resposta dos grupos era debatida; 3º encontro foi realizado um experimento

sobre energia solar e após o experimento foi debatido seus benefícios e malefícios; e

o 4º encontro (que ainda acontecerá) pediremos que eles respondam duas situações

problemas sobre o que foi visto e após respondidas, debateremos as soluções para as

situações problemas, depois também será aplicado o pós-teste com as mesma

perguntas do pré-teste.

Resultados

Para validar o andamento do processo de ensino-aprendizagem, durante os encontros

da sequência, foram feitas avaliações de cunho qualitativo nas atividades aplicadas,

como, por exemplo, as respostas dos grupos no jogo, os debates sobre o vídeo

passado e sobre o experimento realizado. Assim, podemos ver o quanto à turma

desenvolveu bem sobre o tema abordado, desde as respostas do pré-teste até após

as atividades realizadas. O 4º encontro, onde ocorrerá o pós-teste, irá nos dar o

resultado quantitativo exato e concluirá nossas avaliações qualitativas.

Considerações finais

Diante dos resultados obtidos qualitativamente nas atividades realizadas, podemos

perceber que a aplicação de recursos e metodologias diferenciadas, que as

sequências didáticas proporcionam, motiva e instiga os alunos a participarem

ativamente das aulas. Logo, auxiliando na construção de uma aprendizagem efetiva

por grande parte dos alunos. Desta forma, podemos perceber que a utilização dela

traz grandes benefícios para construção de um bom processo de ensino-aprendizado.

Referências bibliográficas

DUPONT, F. Hoff.; et al. Energias renováveis: buscando por uma matriz

energética sustentável. Santa Maria: Revista eletrônica em gestão, educação e

tecnologia ambiental, v. 19, n. 1, ed. Especial, 2015, p. 70-81.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Trad.Ernani F. Da F.

Rosa.Porto Alegre: Artmed,1998. p.53-8

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EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: COMO ESCOLA E MUSEU SE INTEGRAM EM UMA PROPOSTA EDUCATIVA

Aurino Bezerra Ferreira1, Jaqueline Soares da Silva2, Lucas Victor Silva3

Subprojeto da área de História. Escola Dom Bosco. Emais:

[email protected], [email protected] [email protected].

Introdução

Este texto apresenta a proposta de um projeto em execução desenvolvido na escola

Estadual Dom Bosco. Este projeto intitulado Educação para as relações étnico-raciais

aproxima dos estudantes os temas atualmente trabalhados pelo Museu da Abolição. A

partir de três grandes temas geradores: cultura negra, respeito às afro brasilidades e

combate ao racismo foram desenvolvidas três intervenções as quais estão sendo

executadas em duas turmas: 1º ano F ensino médio (turno tarde), durante as aulas de

Sociologia e 8º ano A ensino fundamental (turno manha), nas aulas de história. Como

finalização do projeto, pretendemos levar os estudantes para uma visita ao Museu da

Abolição, um dos poucos equipamentos públicos no estado de Pernambuco focados

na história e cultura afro-brasileira e nos depararemos com as três temáticas

trabalhadas em sala de aula.

Objetivos

Analisar e Compreender a atualidade das questões étnico-raciais no Brasil,

através de três temas geradores: cultura negra, respeito as afro brasilidades e

combate ao racismo com duas turmas do ensino fundamental e médio da Escola Dom

Bosco.

Referencial teórico

A memória e a oralidade dos grupos tradicionais pouco foram respeitadas na

chamada história oficial e coube aos historiadores revisionistas mostrar o outro lado

dos fatos, utilizando de fontes diferentes que os documentos oficiais, trabalhando com

metodologias mais participativas. A escritora e contadora de histórias nigeriana

Chimamanda Adichie na palestra “Os perigos de uma história única” escreve sobre a

importância do seu local de fala. Como as pessoas não se veem nas aulas de história,

passam a acreditar que é normal uma única visão de mundo hegemônica, que

invisibiliza a diversidade clara no mundo atual. A História, na perspectiva do

colonizado, é completamente diferente. Ela não se inicia com a ocupação dos

europeus em África ou nas Américas, elas já existiam de outra maneira, a partir da

visão dos povos originários.

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Mesmo com as leis 10639/03 e 11645/08 obrigando o ensino sobre a história

afrobrasileira e indígena, ainda nos deparamos com muito preconceito em trabalhar

com estes temas, seja pela pouca formação e sensibilidade de muitos professores em

lidar com os temas, ou ainda pela visão “folclorizada” de lembrar-se do negro e do

indígena em datas comemorativas. Este projeto tem por de pelo menos trazer estes

elementos da diversidade cultural durante um semestre inteiro na escola ampliando a

discussão e as possibilidades de intervenção, dialogando com outras disciplinas

escolares (geografia, língua portuguesa, biologia, sociologia), entendendo que as

questões étnico-raciais não são restritas ao componente curricular de História.

Nilma Lino Gomes no artigo “Currículo e as relações étnico-raciais” diz que a

teoria educacional e a prática do currículo são produzidas através de um movimento

dinâmico, onde as reflexões internas à ciência e as questões colocadas pelos sujeitos

sociais organizados ampliam o direito à educação, e quando se universaliza a

educação básica e se democratiza o acesso ao ensino superior, mais entram para o

espaço escolar sujeitos antes invisibilizados como sujeitos de conhecimento e estas

pessoas passam a interferir no currículo. Este projeto pretende levantar estas

questões com os nossos estudantes, afinal em uma realidade onde cerca de 52% da

população brasileira é afrodescendente, será que nos vemos na escola?

Período de Realização

Atividades 1º Ano F (Tarde) 8º Ano A (manhã)

Oficina “Cultura Negra” 04/09/2017 12/09/2017

Oficina “Respeito Afrobrasilidades” 02/10/2017 Novembro

Oficina “Racismo e Raça – Questões Sociais” 23/10/2017 Novembro

Visita ao Museu da Abolição Novembro Novembro

Metodologia

Metodologicamente as duas primeiras aulas foram organizadas no formato de

cine debate, e a terceira como aula expositiva. Os vídeos são um material utilizados

em ações educativas no Museu da Abolição. A primeira etapa do projeto já foi

desenvolvida nas duas turmas, onde realizamos um quiz com o vídeo produzido por

amigos de Salvador intitulado “Teste seus conhecimentos sobre cultura negra”. Foram

dez questões que ampliavam o que sabemos sobre Brasil e África e reafirmam como

desconhecemos a amplitude da cultura negra na música, no cinema, nas ciências, etc.

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A segunda etapa foi focada na questão do combate a intolerância, esta aula foi

executada nas turmas escolhidas. Primeiro foi feita uma breve explanação sobre a

formação da palavra intolerância, que já carrega em si uma perspectiva negativa e da

substituição pelo termo respeito à diversidade. Depois foi apresentado o vídeo croata

chamado “Intolerantia”, uma animação sem diálogos, mas que de maneira lúdica

apresenta como a intolerância religiosa pode gerar conflitos.

Na terceira etapa contará com a participação de duas estudantes de Biologia.

Nesta aula trataremos sobre o conceito de racismo. Serão apresentados como os

estudos da genética a existência de uma única raça humana, que derrubou toda

ciência de base eugênica do início do século XX e será trabalhado o conceito social de

raça, hoje usado pelos movimentos sociais em resposta aos anos de racismo

científico. Como proposta desta etapa será realizado um júri simulado e uma visita ao

Museu da Abolição.

Resultados

O projeto ainda está em andamento, mas já é possível identificar a boa

recepção dos estudantes para os temas trabalhados, como também as dinâmicas e

vídeos apresentados vêm gerando bons debates. Aproximar as metodologias das

duas instituições, como a minha prática de mediadora cultural amplia as possibilidades

educativas e observo que mesmo que o museu e a escola tenham propostas

diferentes, ambos têm como foco ser espaços formativos.

REFERÊNCIAS

ADICHE, Chimamanda. O Perigo de uma História Única, em palestra TED.

Disponível em: https://www.ted.com/talks/chimamanda adiche the danger of a single

story/trans cript?language=pt-br. Acesso em: 10 Out. 2917.

GOMES, Nilma Lino. Relações Étnico-Raciais, Educação e Descolonização. Dos

Currículos. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. 2012.

Teste Seus Conhecimentos 1 – Cultura Negra. Direção Simplesraportagem

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_Vv3HNHx9DQ>. Acesso em: 15

Out. 2017.

TOLERANTIA. Direção: Ivan Ramadan. Bósnia-Herzegovina, 2008 (6mim e 20seg.)

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eIZdaM2_xgI>, Acesso em 15

Out. 2017.

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OS ASPECTOS NARRATIVOS E A PRODUÇÃO TEXTUAL

Ângelo Júnior Lourenço de Lima1; Rafael Felipe de Melo1; Valfrido de Araújo Silva2.

Subprojeto da área de Letras. Escola Dom Bosco. Emails: [email protected], [email protected], [email protected] .

INTRODUÇÃO

Este projeto foi desenvolvido com 35 estudantes do ensino médio da escola Dom

Bosco, Recife, teve como foco tratar os textos narrativos, seus elementos constitutivos

e como são construídos. Partimos do gênero Conto a fim de que os estudantes

desenvolvam a capacidade analítica a respeito de tal gênero, compreendendo seus

sentidos literal e figurado. Para tanto, selecionamos dois contos de Clarice Lispector,

Uma Galinha e O Triunfo. Essa escolha se deu por entendermos tal gênero

possibilitaria o estudo da sua composição e ensejaria reflexões de ordem subjetiva e

social, despertando o interesse pela leitura literária e possibilitando a ampliação da

compreensão da estrutura textual do gênero em tela.

OBJETIVOS

Geral - Desenvolver a capacidade de identificar dentro de um conto seus elementos

constitutivos e seus aspectos narrativos.

Específicos - Compreender a função de um narrador dentro de um texto narrativo;

possibilitar a identificação do(s) personagem(ns) e sua construção dentro do texto;

refletir sobre a relação espaço/tempo na construção da ambientação do texto;

reconhecendo e analisando o enredo, o sentido literal e o figurado dentro da obra

narrativa.

REFERENCIAL TEÓRICO

O foco narrativo foi analisado à luz de Norman Friedman (2002), que na obra

“O ponto de vista na ficção: o desenvolvimento de um conceito crítico”, sistematiza a

tipologia da narrativa, explicando as tipologias do narrador. Estudamos a personagem

e suas construções através dos conceitos de E. M. Foster (1974). O autor classificou a

personagem em dois tipos: plana e esférica. Sendo plana a personagem construída

em torno de uma única ideia, que não se altera, e esférica aquela que sofre alterações

no decorrer da narrativa.

1 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Supervisor do subprojeto de Letras: Professor Valfrido de Araújo Silva.

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De acordo com Reis (1990), o espaço é uma das categorias mais importantes

da narrativa. Trabalhamos suas variedades e funções sob a perspectiva de Ozíris

Filho (2008), explicando alguns itens da topoanálise, análise do espaço na obra

literária, e exemplificando com trechos de obras estudadas pelos alunos, além da

análise do conto. Utilizamos Benedito Nunes (1995) para explicar as três formas

temporais, analisando o conto e exemplificando com obras trabalhadas em sala.

Utilizamos Foster (1974) e Cândido (1987) para explicar o enredo na narrativa. METODOLOGIA

Metodologicamente, foi elaborada uma sequência didática, desenvolvida com

uma turma do segundo ano do ensino médio, com 35 alunos. Planejamos 8 aulas de

50 minutos, em cada aula buscamos abordar um elemento do texto narrativo, usando

como base contos de Clarice Lispector (Uma Galinha e O Triunfo). Na primeira aula

fizemos uma leitura compartilhada do conto “A Galinha” e discutimos sobre os

elementos narrativos e as questões subjetivas do conto. Na segunda aula,

desenvolvemos uma revisão da interpretação e identificação dos elementos

constitutivos do texto, por meio de um jogo de caça ao tesouro computadorizado, onde

através do raciocínio lógico, e da superação de certos obstáculos, os estudantes

deviam achar um caminho para percorrer, e cada obstáculo seria um elemento da

narrativa. Da terceira até a sétima aula, foram tratados os elementos narrativos de

maneira expositiva, e baseando os exemplos e debates nas obras de Clarice

Lispector. A conclusão da sequência didática foi a produção de contos pelos

educandos.

CONCLUSÃO Durante o projeto, e observando os contos produzidos como produções

textuais do estudantes como resultados concretos, observamos a ampliação das

aprendizagens dos estudantes. A maior dificuldade de aprendizagem observada e

superada provisoriamente, foi a ampliação e aprofundamento da compreensão

superficial inicial acerca do texto narrativo, com foco no sentido da história e do

contexto nela explicitado, bem como quais as tipologias dos personagens, com

destaque para a delimitação de suas semelhanças e diferenças, quando do estudo

dos contos Uma Galinha e O Triunfo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGES FILHO, Ozíris. Espaço e literatura: introdução à topoanálise, XI Congresso Internacional da ABRALIC Tessituras, Interações, Convergências , 2008.

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CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2004. FOSTER, E. M. Aspectos do romance. Porto Alegre: Editora Globo, 1974. FRIEDMAN, Norman. O ponto de vista na ficção: o desenvolvimento de um conceito crítico, 2002. MOSER, Benjamin. Clarice Lispector Todos os Contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2015. NUNES, Benedito. O tempo na narrativa. 2 ed. São Paulo: Ática, 1995.

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PRÁTICAS EXPERIMENTAIS DE FUNÇÕES APLICADAS À VIDA

Amanda Karyn Pessoa de Andrade Arcanjo, Cleildo Menezes Bispo, Eliseu Henrique Marinho, Oto Barbosa de Andrade, Osvaldo José Baade Lins.

Subprojeto da área de matemática; Subprojeto da área de Física - Escola Dom Bosco. E-mails:

[email protected]¹,[email protected]²,[email protected]³,[email protected],[email protected].

Introdução Apresentamos o relato de experiência, no qual descrevemos e analisamos as atividades de caráter interdisciplinar nas áreas de matemática e física, realizadas nas turmas do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Dom Bosco. Objetivos O objetivo e descrever, analisar a aplicabilidade da matemática e da física na vida cotidiana, tratando com os estudantes de diferentes conteúdos relacionando a matemática presente na música e na escala musical, e a física, presente no balé.

Referencial Teórico

Todo esse trabalho foi feito tendo como referência conceitual os trabalhos [1], [2] e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que tratam do tema Interdisciplinaridade, que propõe a capacidade de dialogar entre as diversas ciências, permitindo um entendimento do tema estudado como um todo e não por partes, ou fragmentações.

Período de realização da atividade de referência do relato

As atividades foram realizadas 01 de junho de 2017 com os alunos do ensino médio em geral, utilizando-se apenas do tempo disponível de uma aula (50 min) com a supervisão do professor presente.

Metodologia

O tema da nossa primeira intervenção foi “Matemática da Música”. Inicialmente, falamos sobre a importância da matemática no que diz respeito ao rigor das definições, pois através da análise precisa que a matemática proporciona é possível criar modelos matemáticos sobre determinados temas, como por exemplo a música, para que os mesmos possam ser estudados com mais exatidão. Em um segundo momento nós desenhamos um pequeno teclado no quadro com todas as teclas enumeradas para que pudéssemos representar uma música, como por exemplo “Asa Branca” de Luiz Gonzaga, através de uma sequência de números. Sabendo que cada tom pode ser representado por uma determinada função, sempre é possível passar de um tom para outro da seguinte maneira: se uma música tem uma determinada sequência numérica em um determinado tom, para tocarmos essa mesma música em outro tom, basta aplicar a mesma sequência numérica na função que representa o tom

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desejado. Por exemplo, a função que representa o tom Dó maior é e a função que representa o tom Ré maior é . Se um trecho de uma música no tom Dó maior é (1,3,1,3), então essa mesma música pode ser tocada no tom Ré maior usando a seguinte sequência numérica (3,5,3,5). Tomando conhecimento do que está prescrito no currículo de educação física, no qual estava presente o conteúdo de danças, nós aproveitamos essa oportunidade para elaborar uma atividade que pudesse abordar esse tema pelo ponto de vista da física, visto que seria um bom momento para demonstrar aos alunos a constante aplicação dos conceitos de equações e funções nos fenômenos mais diversos da vida, como o balé. Na nossa segunda intervenção, a qual abordava o tema “A Física do Balé”, foram tratados os conceitos científicos atuais sobre equilíbrio e leis Newton, para em seguida mostrar como os movimentos de uma bailarina, ao dançar, podem ser relacionados com os conceitos de equilíbrio, torque e forças, que regem o movimento de todos os corpos. Para a realização desta atividade dispomos de um datashow, o qual foi utilizado para apresentação do vídeo em que a bailarina realizava os passos e também um vídeo ilustrativo sobre física e balé. Além disso, em um segundo momento, introduzimos um debate sobre as perspectivas do senso comum em contraponto ao conhecimento acadêmico cientifico da física.

Resultados

Quando se trata de trabalhos interdisciplinares, é bastante comum que o aspecto participação seja bastante evidenciado, visto que para os alunos, esse tipo de atividade torna, de certo modo, visível a aplicação do que está sendo trabalhado. No entanto, são as dimensões das aprendizagens e do ensino dos conhecimentos matemáticos e da física, como os que foram selecionados e planejados para as vivências deste projeto, que precisam ocupar o lugar central da prática pedagógica na escola, com vistas à superação de problemas de aprendizagens identificados.

Considerações finais

Concluímos os resultados deste projeto indicam possibilidades reais para se relacionar atividades significativas para o ensino e aprendizagem de conhecimentos contextualizados e representativos de soluções e explicações reais para problemas da vida cotidiana, tais possibilidades podem constituir a base da estrutura metodológica para o ensino da matemática ou da física, sendo exploradas como ferramentas de estímulo aos interesses dos alunos para que os mesmos possam conhecer as utilidades e as aplicações do conhecimento que intencionalmente está sendo selecionado, organizado e vivenciado com vistas à superação de problemas de aprendizagem.

Referências

[1] FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa. 13° Edição. Campinas: Papirus Editora. 1994.

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[2] Carlos, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade no Ensino Médio: desafios e potencialidades. Programas de Pós-graduação da CAPES. 2006.

[3] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 2002a.

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ABORDAGEM COLABORATIVA NO ENSINO DE PENSAMENTO COMPUTACIONAL E DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Lidiane de Souza Monteiro1; Maria Luiza de Andrade1; Rafael Felipe de Melo1;

Valfrido de Araújo Silva2. Subprojeto da área de Computação e Letras3. Escola Dom

Bosco. E-mails: [email protected], [email protected]; [email protected], [email protected].

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta uma proposta de ensino da literatura e dos elementos do texto

narrativo (espaço, tempo, narrador, personagem) através do ensino de conceitos

bases da computação (como o computador realiza tarefas e autômatos finitos) usando

a técnica de Computação Desplugada. Utilizamos um jogo que adaptamos de Bell, T.,

Witten, I. H., and Fellows, M. (2011), de caça ao tesouro, para revisão dos elementos

do texto narrativo e conceitos da computação como autômatos de estados finitos e

reconhecimento de padrões.

OBJETIVOS

A referida experiência tem como objetivo geral o ensino-aprendizagem de conceitos

base da computação através da literatura e da técnica de computação Desplugada.

Dentro dos objetivos específicos, possibilitar aos educandos a aprendizagem lúdica

dos conteúdos de computação e literatura como fator de melhora na qualidade da

interpretação textual, escrita e leitura de prosas e contos, desenvolvimento do

raciocínio lógico, resolução de problemas, execução de instruções e reconhecimento

de padrões.

REFERÊNCIAL TEÓRICO

O ensino do Pensamento Computacional na educação básica é uma tendência que

busca promover no ambiente escolar mais possibilidades de aprendizagem aos

educandos, através do empoderamento tecnológico e sua relação as disciplinas do

currículo do ensino fundamental e médio, reforçado por de Almeida, M. E. B. (2000).

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A Computação Desplugada é uma técnica de ensino que busca ensinar computação

de forma lúdica e sem o uso do computador, conforme Bell, T., Witten, I. H., and

Fellows, M. (2011). O ensino da Literatura no ensino médio pode ser realizado de

forma interdisciplinar e dialógica a computação, sem desconsiderar os desafios e

demandas específicas do ensino da Literatura, baseado no (PCNs+, 2002). Os

elementos narrativos foram apresentados, na presente experiência, sob a luz de

alguns pensadores, como: Norman Friedman (2002), explicando o foco narrativo,

e Benedito Nunes (1995) com os conceitos de tempo.

METODOLOGIA

A experiência foi realizada na Escola Dom Bosco, em Recife, da rede pública

de ensino. A atividade foi aplicada em uma turma do segundo ano do ensino médio,

com 40 alunos. Na primeira aula a turma foi dividida em grupos para leitura

colaborativa do conto “Uma Galinha”, de Clarice Lispector. Inicialmente foi realizada

uma exposição oral sobre a escritora e após a leitura foi discutida a percepção dos

educandos sobre o conto. Na segunda aula, cada grupo recebeu um mapa contendo

sete ilhas e sete cartas, cada ilha correspondia a um elemento do texto narrativo e

cada carta indicava o destino para próxima ilha de acordo com o caminho escolhido

pelos jogadores. Posteriormente, foram expostos os objetivos e regras do jogo, os

conceitos da computação interligados na atividade e a importância de encontrarem o

melhor caminho para Ilha do Tesouro. Após cada grupo terminar de jogar, foi

discutido coletivamente os caminhos encontrados pelos grupos, os elementos do texto

narrativo das ilhas e exercícios de fixação para casa.

CONCLUSÃO

A aplicação das atividades ocorreu de maneira satisfatória e com boa

participação dos educandos. Nos dois dias de aplicação da atividade foi verificada a

interação e colaboração nos momentos em que algum estudante tinha dúvidas.

No entanto, percebemos no início uma certa dificuldade dos educandos em

compreender abstração dos conceitos da computação (autômatos), assim como de

interpretarem o texto de maneira menos superficial, buscando sentido do que é

subjetivo.

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Na segunda aula, além de conseguirem reconhecer no texto os elementos,

apresentaram uma visão mais profunda e real do texto de Clarice. A evolução foi

notória, comprovamos pelas respostas nos exercícios de fixação e o bom desempenho

no debate em sala de aula. Em relação aos conteúdos computacionais, também foi

percebido pelos exercícios que conseguiram absorver e aplicar os conceitos. O

processo possibilitou aos licenciandos, a elaboração da abordagem interdisciplinar dos

conteúdos, problematização do ensino-aprendizagem da Computação e da Literatura.

Além disso, o desenvolvimento de estratégias para adaptação de um jogo e seu

ensino em uma turma grande, de forma que todos os educandos pudessem participar

e aprender uns com os outros. Nesta proposta didática, seria interessante aprofundar

a construção histórica e sociológica do conto em estudo e dos seus personagens, pois

o entendimento do contexto histórico que permeia a obra facilita o entendimento dos

alunos sobre esta, assim como quebra a barreira inicial da superficialidade, afinal, ele

sabendo o contexto consegue enxergar a obra com mais profundidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELL, T., WITTEN, I. H., FELLOWS, M. Computer Science Unplugged: Ensinando

Ciência da Computação sem uso do computador. 2011. Disponível em:

http://csunplugged.org.

DE ALMEIDA, M. E. B. Informática e formação de professores. Cadernos

Informática para a mudança e educação. Ministério da Educação, Brasília. 2000.

FRIEDMAN, Norman. O ponto de vista na ficção: o desenvolvimento de um conceito

crítico. Revista USP, São Paulo, n.53, p. 166-182, março/maio, 2002.

NUNES, Benedito. O tempo na narrativa. 2ª edição. São Paulo: Ática, 1995.

BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCNs+ Ensino Médio:

orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Brasília, 2002.

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O ENSINO DO CONTEÚDO JOGO: UMA EXPERIÊNCIA COM ESTUDANTES DA ESCOLA DOM BOSCO - PIBID.

Juliane Carolina da Silva Santos, Maria Luana de Lima1, Eduardo Jorge Souza da Silva. Subprojeto da área de Educação Física. Escola Dom Bosco.

E-mails:[email protected], [email protected], [email protected].

Os jogos populares e outros tipos de jogos tendem a serem esquecidos na nossa sociedade

devido à hegemonia de um único tipo de jogo: o eletrônico. Diante desta constatação

observamos a necessidade de ampliar o acesso a diferentes tipos de jogos e à sua

conceituação. O projeto objetivou ampliar os conhecimentos sobre o conteúdo Jogo dos

estudantes do 1º e 2º ano do ensino médio, da Escola Dom Bosco, dentro do programa

institucional de bolsas de iniciação à docência – PIBID. Metodologicamente efetuamos uma

diagnose inicial, identificando como problema de aprendizagem, limites na capacidade para

explicar conceitualmente o fenômeno jogo. Para ampliar as aprendizagens, sistematizamos

diferentes tipos de jogos: Populares, Cooperativos, de Tabuleiros, e Eletrônicos.

Sistematizamos seus conceitos, suas diferenciações, e características, baseados na

abordagem Critico-Superadora da Educação Física (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Nos

subsidíamos na Pedagogia Histórico-Crítica (SAVIANI, 2011), para compreender a “função

social da escola”, e em (GASPARIN, 2002), com foco no “método da prática social”. A prática

social inicial dos estudantes foi o ponto de partida para problematizamos seus

conhecimentos sobre o jogo, onde apresentamos novos conhecimentos ampliadores dos

limites identificados (instrumentalização com novas referencias de conhecimento). No

processo, os estudantes apresentaram novas sínteses sobre o que foi ensinado e aprendido

(catarse), aproximando-se do conhecimento científico mais elaborado sobre o conteúdo

vivenciado. Como resultados, identificamos avanços na capacidade de analisar, explicar e

compreender o porquê de alguns jogos estarem sendo esquecidos e outros exaltados na

sociedade atual, quais suas diferenças conceituais e características. O projeto contou com

mais de 30 estudantes, cerca de quinze apresentações, e a construção de jogos, que foram

levados às aulas regulares de educação física. Conclusão: O projeto durou dois meses, com

uma aula semanal, verificamos ainda a demonstração de atitudes de cooperação, e de

aceitação dos limites e possibilidades de desempenho dos envolvidos, e os novos

conhecimentos sobre o jogo se transformou de apenas “futebol”, para um conceito ampliado e

provisório de jogo como atividade física ou mental, organizado e governado por regras. Os

estudantes avançaram ao construir um conceito próprio de jogo, onde os limites dos

conhecimentos iniciais foram modificados e ampliados positivamente.

1BolsistadoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBID;CoordenadordeáreadosubprojetodeEducaçãoFísica.ColaboradordoTrabalho.

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Referências

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. GASPARIN, João Luis. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. Ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11ed. rev.— Campinas, SP: Autores Associados, 2011.

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A CULTURA CORPORAL NA AMÉRICA LATINA: A LUTA DOS POVOS. COLÔMBIA

Cibelly de Oliveira Nascimento da Silva¹, Cícero Luiz da silva Oliveira Júnior, Jéssica

do Carmo Anjos do Monte, Juliane Carolina da Silva Santos, Maria Luana

de Lima². Subprojeto da área de educação física3. Escola Dom Bosco. E-

mails: [email protected]

,[email protected],[email protected],

[email protected].

Este artigo é fruto de intervenções realizadas com alunos do ensino médio da rede

estadual de Pernambuco, da Escola Dom Bosco, localizada em Recife, no terceiro

bimestre do ano de 2017. Por Licenciados em Educação Física através do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal Rural de

Pernambuco. Buscando trabalhar a cultura da Colômbia por meio da dança e assim

trabalhar questões políticas, sociais e culturais. Considera-se a dança uma expressão

representativa de diversos aspectos da vida do homem. Pode ser considerada como

linguagem social que permite a transmissão de sentimentos, emoções da afetividade

vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes, hábitos, da saúde, da

guerra etc.(COLETIVO DE AUTORES, 1999. P. 58)

A dança permite possibilidades expressivas aos alunos, por vezes requer habilidades

corporais que se obtém com o treinamento. Favorecendo o aparecimento de

expressões espontâneas ocasionando o abandono da formação de uma expressão

técnica e certa. Não se pode negar que a dança possui símbolos próprios de suas

culturas pertencentes, o que dificulta sua compreensão e interpretação. Sendo

recomendável uma abordagem de totalidade e interdisciplinaridade na contribuição da

construção de conhecimento. Durante a organização do conhecimento deve ser

levado em conta as expressões corporais que os alunos possuem pois elas refletem

os condicionantes impostos pelas relações sociais.

A cultura corporal vem trabalhar problemáticas sócio-políticas atuais isto não significa

o ato de doutrinamento, está visando a leitura da realidade, estabelecer mudanças

sociais.

1SupervisoradeáreadoSubprojetodeEducaçãoFísica.

²BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES.

³CoordenadordeáreadoSubprojetodeEducaçãoFísica:ProfessorEduardoJorgeSouzadaSilva.

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A participação dos alunos nas aulas deve ser vista de uma forma completa

identificando os conhecimentos já adquiridos durante a sua vivência escolar e social,

respeitando os limites apresentados pelos alunos durante a realização da execução

dos movimentos, visando a participação completa por parte dos alunos.

A princípio ocorreu o estudo sobre a história da Colômbia, seu desenvolvimento

histórico-cultural. Focando principalmente na dança e na luta popular. Foi assim

construído o planejamento de uma sequência didática, sua estrutura foi baseada no

método da prática social, apresentada por SAVIANE, 2003. Sendo seguido as etapas,

prática social inicial, , problematização, instrumentalização, catarse, e prática social

final.

Os encontros foram semanais, em horários onde os alunos se encontravam livres para

a participação. Foram encontradas dificuldades como recursos materiais e estruturais.

O produto final contou com a construção de uma expressão corporal.

A partir da realização deste projeto foi possível identificar os resultados positivos como

a melhora do desenvolvimento dos aspectos motores e cognitivos, aquisição de novos

conhecimentos, a construção de alunos mais críticos e formador de ideias e opiniões.

A dança não é apenas um agente do desenvolvimento motor, ela vem a trabalhar os

aspectos afetivos, cognitivos, políticos, históricos e sociais.

Referências

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. GASPARIN, João Luis. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. Ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11ed. rev.— Campinas, SP: Autores Associados, 2011.

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NARRATIVA SOBRE O REAPROVEITAMENTO DOS ALIMENTOS.

Cibelly de Oliveira Nascimento Silva1; Evellyn Monick Teixeira da Silva2; Monica

Folena Lopes Araújo3; Rafael Felipe de Melo4; Rayanne Fernanda da Costa Melo5

Subprojeto de Biologia. Escola Dom Bosco. E-mals:[email protected];[email protected];[email protected];[email protected];

[email protected]

Introdução

A importância de uma alimentação saudável é fundamental, para o crescimento

e desenvolvimento do ser humano. A carência de nutrientes provoca doenças no

organismo e problemas de aprendizagem. Além dos problemas ocasionados devidos

há uma má alimentação, existe uma preocupação com os recursos naturais. O

crescimento da população, os recursos da natureza, está sendo prejudicados de

alguma forma, seja com seu uso exacerbado ou danificado, devido à poluição. Se os

elementos essenciais, como água e o solo, poluídos e escassos, logo não terão

plantas. se não existirem, não há ecossistema, não há alimento.

O reaproveitamento dos alimentos é uma alternativa de evitar o desperdício,

uma vez que muitos que são produzidos, na sua grande maioria é descartado. Em

países desenvolvidos, este desperdício é muito maior. Existe uma preocupação com

este desperdício, se faz necessário a criação de politicas públicas com o intuito de

evitar ou minimizar o desperdício.

O objetivo do presente trabalho é relatar a experiência das oficinas realizadas

sobre uma boa alimentação, relacionando-as às doenças ocasionadas pela falta de

nutrientes, bem como, o reconhecimento sobre a importância do reaproveitamento dos

alimentos.

Referencial Teórico

De acordo com Organização das Nações Unidas para a Alimentação e

Agricultura (FAO, sigla em inglês) em 2013, no relatório Os rastros do desperdício de

alimentos: impactos sobre os recursos naturais, os alimentos crescidos, mas não

consumidos, têm custos ambientais e econômicos significativos. Uma vez fazendo

1EscolaEstadualDomBosco,supervisoraPIBID/UFRPE;2UFRPE,bolsistagraduaçãodebiologia;3CoordenadoraPIBID/UFRPE-Biologia;4UFRPE,bolsistagraduaçãodeLetras;5UFRPE,bolsistagraduaçãodebiologia;

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melhor uso dos alimentos já disponíveis com o atual nível de produção ajudaria a

atender a demanda futura com um menor aumento na produção agrícola (FAO, 2013).

Ramos (2000) afirma que, se o indivíduo modificar seu hábito alimentar, para

pior, isto permite a promoção doenças relacionadas à alimentação que comprometerá

à sua saúde. O mesmo destaca que o hábito não necessariamente é sinônimo das

preferências alimentares do indivíduo, ou seja, de consumir os alimentos de que mais

gosta. Assim sendo, mesmo cada indivíduo tento preferência estão sujeitos às

doenças.

O intuito das oficinas temáticas é proporcionar com que os estudantes tragam

os conhecimentos empíricos para sala de aula, colaborando para que os conteúdos

sejam vistos de forma contextualizada. Essa abordagem temática auxilia o professor a

selecionar o qual conhecimento científico será abordado no processo educativo. A

contextualização é importante na formação de estudantes aptos cientificamente a

atuar na sociedade que são propósitos fundamentais adotados pelos trabalhos

baseados em uma abordagem temática (PAZINATO, 2012).

Portanto, com a temática espera-se que os estudantes possam compreender

melhor a bioquímica, além de trazer a reflexão sobre a boa alimentação e o

reaproveitamento dos alimentos (SODRÉ 2008).

Metodologia

A pesquisa foi realizada com os alunos do 1º ano do Ensino médio da Escola

Estadual Dom Bosco, localizada no bairro de Casa Amarela em Recife – PE, no

período de agosto a outubro de 2017. Inicialmente, os estudantes participaram de três

(03) oficinas, sobre alimentação e nutrientes, através de momentos pedagógicos que

facilitavam o processo de aprendizagem. O primeiro momento foi realizado um estudo

de caso dando ênfase à alimentação de uma criança na qual sua mãe substituiu o leite

materno por integral. A turma foi dividida em 4 grupos de 7 pessoas e os grupos

discutiram entre si e logo após todos socializaram a problemática levada. Em seguida

promovemos um breve debate sobre os nutrientes e os termos constituídos no estudo

de caso.

No segundo momento, os mesmos estudantes participaram de um quiz que

continha 8 questões de múltipla escolha sobre bioquímica dos nutrientes. Foi

delimitado um tempo de 2 minutos para os estudantes discutirem as questões e

concluí-las. Após a finalização da discussão as dúvidas foram retiradas coletivamente.

No terceiro momento foi realizado quatro (04) experimentos no laboratório de

ciências da escola, tendo como conteúdo abordado as proteínas, amido, vitamina C e

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lipídeos. A turma foi dividida em grupo e cada grupo ficou responsável pela execução

do seu experimento. No final, cada grupo respondeu o questionário sobre o seu

experimento, e um representante de cada grupo explicou para todos da turma o

objetivo do experimento.

Considerações Finais

Registramos que apesar das respostas escritas e orais dos estudantes serem

incompletas ou mesmo equivocadas, serviram como suporte para o planejamento das

próximas sequências didáticas.

Analisando o envolvimento das oficinas, podemos perceber que o momento de

maior participação e interação foi quando realizado o experimento, apesar de alguns

estudantes terem dificuldades. Registramos nessa oficina que dois grupos não

conseguiram desenvolver os experimentos sozinhos, pois tinham dúvidas no passo-a-

passo, não souberam executar corretamente as etapas, bem como, o entendimento do

conteúdo abordado.

Assim, percebemos que a utilização de temáticas muitas vezes abstratas,

sendo bem contextualizadas permitem que os estudantes sejam protagonistas no

processo de aprendizagem, tornando mais significativa para sua formação cidadã.

Agradecimento

Agradecimento às professoras coordenadoras do PIBID Biologia Mônica Lopes

Folena Araújo e Betânia Cristina Guilherme, a coordenadora geral do PIBID URFPE

Lúcia Falcão Barbosa e a professora supervisora Cibelly de Oliveira Nascimento Silva

da Escola Estadual Dom Bosco.

Referências Bibliográficas

SODRÉ, F.C.R. Física para uma alimentação saudável. Dissertação (Mestrado em ensino de ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. FAO. Food wastage footprint: impacts on natural resources. Food and Agriculture Organization for the United Nations, Rome, Italy, 2013. Disponível em: http://www.fao.org/docrep/018/i3347e/i3347e.pdf RAMOS, M.; STEIN, L.M. Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. Jornal pediátrico, Rio de Janeiro, v. 76 (Supl.3): p.229-237, 2000. Disponível em: http://www.cookie.com.br/site/wp-content/uploads/2014/07/Desenvolvimento-do-comportamento-alimentar-infantil.pdf PAZINATO, M. S. Alimentos: uma temática geradora do conhecimento químico. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde) – Universidade Federal Santa Maria, UFSM, Santa Maria, 2012.

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A ATUAÇÃO DOS PIBIDIANOS DE MATEMÁTICA NA ESCOLA DE REFERÊNCIA CÂNDIDO DUARTE

Cynthia W. de Melo Silva Rodrigues, Jefferson F. de Oliveira,

Yasmim Eduarda S. da Silva1

Subprojeto da área de Matemática2. EREM Cândido Duarte. E-mails: [email protected] [email protected] [email protected]

INTRODUÇÃO

Nosso trabalho na EREM Cândido Duarte tem sido voltado para a reaproximação, aprofundamento e familiarização dos alunos com a matemática, propondo atividades que estimulem a percepção dos sentidos práticos e teóricos da matemática, o pensamento lógico-matemático, além de atividades que auxiliem o rendimento dos alunos na sala de aula. Escolhemos o reforço por ter se mostrado como uma alternativa para os alunos com uma certa carência em matemática e por ter diminuído o costumeiro estranhamento desses alunos com a matéria. Já a proposta do trabalho com algoritmos se mostrou relevante por trazer uma visão prática e contextualizada da matemática, agregando novos sentidos a conhecimentos já conhecidos da vivência estudantil. Em ambos os casos, essas atividades têm se mostrado como importantes ferramentas de apoio escolar. OBJETIVOS

O objetivo das atividades de reforço é a Lógica de Programação dando uma base teórica e prática para que o aluno domine os algoritmos e esteja habilitado a aprender uma linguagem de programação. Será mostrado também um grupo de algoritmos clássicos para tarefas cotidianas, tais como: ordenação e pesquisa.

A pesquisa está sendo feita desde agosto de 2017. Desde então percebemos o desenvolvimento de cada aluno e é notável que os alunos se esforçam para aprender e desenvolver os vetores e formas de solucionar as questões tragas pelo professor.

O reforço escolar tem como objetivo preencher as lacunas no conhecimento dos alunos que prejudicam eles nos atuais assuntos. Esperamos que os alunos que passam pelo projeto de reforço melhorem o rendimento escolar atual em matemática, encarando que a dificuldade em melhorar esse rendimento é de uma má compreensão em assuntos básicos. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Lourenzinni (2012) a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional prevê que as escolas possuem a responsabilidade de propiciar maneiras ou meios para a recuperação dos alunos que possuam menor rendimento. Mediante essa necessidade, o reforço escolar pode ser implementado como uma ferramenta que propicia o trabalho dos assuntos de maneira diferenciada, respeitando e utilizando o ritmo individual e conhecimentos prévios dos alunos.

1TodososautoressãobolsistasPIBID/CAPES/UFRPE12CoordenadoradaáreadeMatemática:MariaÂngelaCaldasDidier

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Enquanto isso, na União Soviética, Krutetskii criticava a falta de interesse em se estudar o processo de solução e a rigidez dos testes aplicados até então. Investigando as habilidades matemáticas dos alunos de uma forma mais abrangente, ele abriu um novo caminho com a utilização de instrumentos variados, participação dos alunos, pais e professores. O foco na observação detalhada na resolução dos problemas, com o cuidado de registrar o “pensar em voz alta” dos discentes e de questionar suas respostas, trouxe novos rumos às análises de erros.

METODOLOGIA

A deficiência em matemática afeta o desempenho escolar de outras disciplinas também, pensando nisso e percebendo a dificuldades de alguns alunos com a matéria, o professor de física junto com de matemática começaram um projeto de reforço de matemática visando suprir a carência de alguns alunos dos 1º, 2º e 3º anos. Fomos convidados a participar, e desde então temos dado apoio ao projeto com a produção de materiais para a aula, ajuda no planejamento didático, organização e intervenção na sala de aula, com apoio do professor de matemática da escola.

O reforço é ministrado semanalmente com foco em assuntos básicos da matemática visando preencher déficits que vêm com os alunos do ensino fundamental e que geralmente são trabalhados no ensino médio levando em consideração que eles já têm esse conhecimento, deslocando as deficiências para uma quantidade cada vez maior de conteúdos.

Foram feitos testes de nivelamento com os alunos para que pudéssemos trabalhar diretamente com as dificuldades individuais. Também foram criados materiais diversificados que permitem que os alunos tenham mais autonomia para escolherem o que pretendem aprender dentro dos assuntos programados.

Percebemos que alguns alunos tinham aversão pela matéria devido a uma frustração em não conseguir entender alguns assuntos e que o reforço ajudou a dar uma base para que esses alunos tivessem maior compreensão. Vemos que esse projeto se torna importante não apenas para o aumento do rendimento escolar, mas também para um novo olhar que desmistifica a dificuldade geralmente associada a matemática.

Em paralelo, abordamos as formas de utilização do algoritmo em sala de aula com o objetivo de que os alunos obtenham um único resultado de um problema matemático ou em uma atividade qualquer. No decorrer da aula toda construção é importante para o aprendizado do aluno na tentativa de montar os sistemas e em identificar um vetor através das variáveis escolhidas.

Deve-se evidenciar que caso o estudante não consiga chegar ao resultado correto, ele deve raciocinar o que deve ser feito para que consiga obter o que foi designado. Além disso, o professor deve considerar todos os erros na construção do algoritmo para incentivar o raciocínio do aluno em conseguir desenvolver todas as atividades propostas. Essa atitude do professor serve para analisar qual caminho utilizado foi o correto ou o errado e quais foram os conceitos utilizados para a resolução da atividade.

Foi investigado o modo como os alunos pensam em resolver os conteúdos de forma rápida e de diversos problemas como por exemplo a fórmula da área do cilindro ou quantas células se reproduzem em 60 minutos. Em seguida os alunos vão

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colocando as variáveis e os vetores para que seja possível conseguir os resultados para quaisquer valores colocados nas variáveis aplicadas pelos alunos inicialmente. No segundo momento, alguns conceitos relacionados à Modelagem Matemática e Modelação Matemática são introduzidos, teorias largamente estudadas e desenvolvidas já que as tentativas de associar conceitos da matemática pura, à situação-problema é uma das formas de se desenvolver a Modelação.

RESULTADOS Nas atividades de reforço, foi percebido que a maioria dos alunos tinham

conhecimento sobre as próprias carências de aprendizados e alguns, impulsionados pela chance de preencher essas lacunas, se mostraram motivados em aprender. Nem sempre os alunos que constituem o mesmo grupo escolhem o mesmo tema, esse tipo de situação incentiva e enriquece a discussão grupal, pois os alunos que têm facilidade em assuntos que os outros membros não têm, geralmente, tomam para si a função de auxiliares e reforçam o que já aprenderam enquanto em outros assuntos são auxiliados por seus colegas.

Com a disposição da sala em grupos foram mais facilmente percebidas as dificuldades individuais, pois o auxílio docente era oferecido a um grupo menor de alunos e isso permitia um diálogo mais direto do aluno com a equipe. Essa organização também permitiu que as dificuldades individuais fossem melhores identificadas e resolvidas, algo que se torna mais difícil quando feito diretamente com a sala toda. Notamos que esse tipo de arranjo incentivou a propagação e fixação do conhecimento.

O método do projeto se mostrou bastante interativo, permitindo também um maior entendimento do algoritmo e que as abordagens foram evoluindo gradativamente através de bastante treino dos alunos em cada construção do problema. Além disso, a sua utilização vai além do objeto de construção do algoritmo interdisciplinar, podendo ser utilizado em qualquer estratégia de projeto. Uma das principais vantagens observadas durante a sua execução é a extrema facilidade com que se pode criar estratégias, tornando a sua execução mais rápida e com menor chance de retrabalhos desnecessários durante a execução da aula. REFERÊNCIAS LOURENZINNI, Maria Luiza. Reforço escolar: Uma estratégia de política permanente para auxiliar o processo ensino aprendizagem no município de Foz do Iguaçu. 2012. MOTA, Maria Creusa. O REFORÇO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INTEGRAL: uma leitura a partir da psicanálise. Brasília-DF. 93 f. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós Graduação da Universidade de Brasília, Brasília, 2011.

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A GINÁSTICA ARTÍSTICA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM: CONSTRUINDO COREOGRAFIAS PARA O FESTIVAL DE CULTURA

CORPORAL DA UFRPE

Marcelo Oliveira de Melo1, Pollyanne Rayanne Lins Silva¹, Rosimery Alves da Silva¹, Maria Helena Norberto da Silva2, Eduardo Jorge Souza da Silva3.

Subprojeto na área de Educação Física. EREM Cândico Duarte. E-mails: [email protected],[email protected],

[email protected], [email protected],[email protected].

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas na unidade

de ginástica na perspectiva crítico-superadora no 1°ano do Ensino Médio em Escola

de referência em Ensino Médio (EREM) Cândido Duarte, localizada em Recife, no ano

de 2017. Essas intervenções foram realizadas por alunos do PIBID (Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência), da Universidade Federal Rural de

Pernambuco-UFRPE, na área de Licenciatura em Educação Física, tendo como intuito

ampliar os saberes acerca dos conteúdos da Cultura Corporal, como a ginástica

(COLETIVO DE AUTORES, 1992), tentando elucidar a importância da mesma na

escola e a partir daí incorporar a dança através de construção de coreografias

juntamente com os discentes. Essas intervenções fazem parte do cronograma de

atividades realizadas pelo subprojeto de educação física e neste está inserido as

ações executadas durante o período de aulas que ocorreram do dia 09 de Agosto de

2017 a 04 de Outubro de 2017.

OBJETIVOS

Objetivamos com este trabalho relatar experiências vivenciadas pelos bolsistas do

PIBID, ascendendo a conhecimentos didáticos-metodológicos, fundamentados em

alicerces científicos sobre o ensino da Ginástica Artística (GA), afim de verificar a

aprendizagem da GA durante o processo de aprendizagem dos alunos no que tange o

trato no conhecimento declarativo desses elementos, na valorização da prática da

ginástica artística e na competência percebida na fase de iniciação para a

apresentação dos discentes da instituição de ensino no Festival de Cultura Corporal

da UFRPE, dando liberdade para os alunos de vivenciar as próprias ações culturais,

colaborando diretamente ou indiretamente para o desenvolvimento do aluno enquanto

indivíduo social e cultural. 1 Bolsista do Programa de Bolsa de Iniciação a Docência. PIBID-CAPES. 2 Supervisora do PIBID no EREM Cândido Duarte na área de Linguagens. 3 Prof° Mestre e Coordenador do PIBID –Educação Física da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

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REFERENCIAL TEORICO

A história da ginástica como forma de exercitação, e a Educação Física como

atividade do currículo escolar guardam relações e identidades históricas, a primeira

remonta à Grécia antiga, e a segunda, tendo incorporado a própria Ginástica como

uma de suas atividades clássicas, assumiram em diferentes momentos características

metodológicas disciplinadoras rígidas, com foco na aquisição e manutenção da saúde,

(SOARES, 1982).

Neste sentido, a ginástica é indispensável no contexto escolar, pois proporciona aos

alunos novas experiências utilizando seu próprio corpo como objeto de experiências

de acesso ao conhecimento, isso acontece dentro do âmbito escolar não de maneira

individual, mas em conjunto com os outros estudantes promovendo a integração dos

indivíduos e estimulando valores como a cooperação, o que “... permite ao aluno a

interpretação subjetiva das atividades ginásticas, através de um espaço amplo de

liberdade para vivenciar as próprias ações corporais.” [COLETIVO DE AUTORES,

1992. p. 54].

METODOLOGIA E RESULTADOS

O estudo realizado foi feito através das experiências adquiridas pelos bolsistas do

PIBID durante o 2°bimestre na escola com intervenções ocorridas no horário do PIBID

disponível pela escola. Para isso, realizou-se a diagnose da escola para construção do

planejamento na unidade de ensino e estudos da história da ginástica e dos

fundamentos, sendo feitos coletivamente pelos bolsistas do PIBID de Educação Física,

pelo professor orientador e professor supervisor. A partir dos estudos e das

necessidades oriundas das observações e das práticas, buscamos nos apoiar em

alguns métodos de ensino na tentativa de melhorar a relação de ensino-

aprendizagem. Na aula inicial no 1° ano B do EREM, utilizamos uma atividade onde os

alunos desenvolveram com os bolsistas movimentos que representavam os vários

tipos de ginásticas. Já nas intervenções seguintes (2° e 3° intervenção) realizou-se o

trabalho de Ginástica Aeróbica, fazendo com que os alunos identificassem a ginástica

no seu cotidiano e pudessem através dela incorporar no seu dia-a-dia, para uma

melhoria na qualidade de vida e na saúde, tendo em vista que os “exercícios físicos na

idade escolar proporcionam grandes benefícios à saúde do escolar, de forma a

desenvolver suas aptidões físicas, emocionais, motoras, dentre outros, e acima de

tudo, proporcionar saúde e bem-estar" (TRIANI, A.; SILVA, D.; SBARAINI, F,2011,p.3-

4. Após as primeiras aulas, notamos que os alunos sem sentiram confortáveis com o

conteúdo. Diante disto iniciamos o conteúdo de GA junto com a dança para o festival

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de cultura corporal da UFRPE, onde após a implementação do conteúdo, verificamos

que 23 alunos tinham desenvolvido movimentos mais complexos da GA, como na

realização de ponte, estrela, rolamento para frente e para trás, chachê lateral; 7 alunos

saíram do projeto por preferir atividades ligadas à natureza e não a Cultura Corporal

do movimento, a Educação Física;2 alunas não participaram da aula por motivos de

saúde e 8 alunos eram desinteressados nas intervenções ocorridas pelo PIBID de

Educação Física. Com isso é esperado que os alunos que participaram das aulas

tenham compreendido a ginástica e sua importância, ampliado seus conhecimentos,

melhorado sua condição física, aspectos cognitivos, motores, coordenativos, de

flexibilidade e afetivos durante as aulas e no fim do projeto. E como culminando na

apresentação de cultura corporal da UFRPE.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Com esse projeto de GA percebemos a importância desse conhecimento da cultura

corporal no contexto escolar, sendo de extrema importância para o aluno, seja no

aspecto motor, social, cognitivo e até mesmo afetivo, o que proporcionam avanços no

processo de ensino-aprendizagem do aluno permitindo a progressão dos movimentos

da GA e na construção de coreografias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BETTI, Mauro. et al. Fundamentos filosóficos e antropológicos da teoria de se-movimentar e a formação de sujeitos emancipados, autônomos e críticos: o exemplo do currículo de Educação Física do estado de São Paulo. Movimento, Porto Alegre, 2014. v. 20, n. 4, p.1634. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. PERNAMBUCO. Governo do Estado. Secretaria de educação de Pernambuco. Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco-Educação Física-Ensino Fundamental e Ensino Médio. Disponível em: http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4171/PCPE_VD_EDUCACAO_FISICA_EFM.pdf. Acesso em 25 /08/ 2017. SOARES, Carmem Lúcia. Imagens da Educação no corpo. Ed. Autores Associados, Campinas – SP, 1982. TRIANI, A.; SILVA, D.; SBARAINI, F. Capacidade Aeróbia de Alunos Matriculados na Rede Pública Estadual de Ensino no município de Boa Vista – RR. In: CONGRESSO DE PESQUISA E INOVAÇÃO DA REDE NORTE E NORDESTE DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA – CONNEPI,VI, 2011, Natal, RN.Anais: Instituto Federal de Roraima, 2011, p.3-4 Disponível em:https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_32_1421771721.pdf. Acesso em: 29 set 2017.

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ATIVIDADES LÚDICAS NO ENSINO DO REINO PLANTAE COMO FERRAMENTA DIDÁTICA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Cecília B. Sanguinetti Ferreira, Cynthia Waleria de Melo Silva Rodrigues1,

Michelline Viviane Marques das Neves, Monica Lopes Folena Araújo2, Swane Sâmia de Moraes Reis3

Subprojeto da área de Biologia. EREM Professor Cândido Duarte. E-mails: [email protected], [email protected]

[email protected], [email protected], [email protected]

INTRODUÇÃO

O ensino da botânica, assim como as demais áreas da biologia, segue o

modelo tradicionalista de educação, no qual o professor através de aulas expositivas

transmite o conhecimento e os alunos à memorização dos nomes e conceitos, sem

considerar a realidade vivenciada pelos mesmos ou conhecimentos prévios. É

necessário que o professor assuma o papel de investigador das concepções e

experiências de seus alunos, dispondo de ferramentas e técnicas para inovar no

ensino da ciência.

OBJETIVO

O objetivo do presente trabalho foi elaborar e aplicar uma sequência didática

Botânica como estratégia de aprendizagem para alunos do ensino médio.

REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Souza et al. (2012), o lúdico pode ser utilizado como promotor da

aprendizagem nas práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao

conhecimento científico. Nesse sentido, trabalhar com ludicidade constitui um

importante recurso para o professor desenvolver a habilidade de resolução de

problemas, favorecer a apropriação de conceitos e atender aos anseios daqueles que

ainda estão em processo de desenvolvimento (CAMPOS, 2008). Guiando-se por

esses pressupostos citados e as concepções de Vygotsky (1989), onde o lúdico

influencia no desenvolvimento. O presente trabalho foi realizado na Escola de

Referência em Ensino Médio Professor Cândido Duarte (EREM PCD) no primeiro

semestre de 2017.

METODOLOGIA E RESULTADOS

As intervenções foram desenvolvidas pelas bolsistas, em cumprimento às

exigências do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da

1Bolsista de supervisão EREM Cândido Duarte 2 Bolsista de coordenação da área de Biologia 3 Todos os autores são bolsistas PIBID/CAPES/UFRPE

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CAPES, subárea Biologia, do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, da

Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), sob a orientação da Professora

Monica Lopes Folena Araújo. E aplicadas na Escola de Referência em Ensino Médio

Professor Cândido Duarte (EREM PCD), sob a supervisão da Professora de Biologia

Cynthia Waleria de Melo Silva Rodrigues. O público alvo das intervenções foram os

alunos da turma de 2° Ano A do Ensino Médio. As intervenções fizeram parte de uma

sequência didática Botânica e foram divididas em 3 etapas: Linha Evolutiva Botânica,

Palavra Cruzada Botânica e Bingo Botânico.

Linha Evolutiva Botânica

A linha evolutiva botânica foi construída coletivamente pelos alunos. A proposta

consistiu em dividir a turma em 4 grupos, cada um referente aos seguintes grupos

botânicos: Briófita, Pteridófita, Gimnosperma e Angiosperma. Foram distribuídos guias

de leitura com as principais características dos vegetais e em seguida, representantes

foram escolhidos para a caracterização dos estudantes em espécimes dos grupos

botânicos. Placas em papel A4 foram utilizadas para ilustrar e identificar os caracteres

morfológicos. Cada grupo caracterizou seu representante a partir das informações

contida no seu respectivo guia e em seguida se dispuseram na ordem da sequência

evolutiva botânica, onde os alunos representante-espécime puderam explicar para a

classe todas as características anexadas em seu corpo.

A avaliação desta atividade foi realizada através de observação da participação

dos alunos, através das leituras dos guias, na discussão para construção das placas

em A4 e também na apresentação do vegetal que foi construído por eles. Através

dessa intervenção, pôde-se observar que os alunos puderam assimilar os conteúdos

botânicos já abordados em sala de aula.

Palavra Cruzada Botânica

Essa intervenção teve como propósito contribuir com a redução do quadro de

cegueira botânica desencadeado historicamente pela sociedade ocidental

(WANDERSEE; SCHUSSLER,2001). Cada aluno recebeu um quizz de palavras, no

qual as lacunas a serem preenchidas eram referentes a questionamentos sobre os

vegetais na alimentação, vestuário, decoração e relação de polinização com os

animais.

A atividade aplicada foi recebida com interesse e curiosidade pela turma, pois

eram questionamentos referentes a muitos recursos utilizados no cotidiano dos

mesmos, ou seja, uma aproximação com o objeto de estudo, o que contribuiu com a

percepção dos alunos da presença e importância da botânica no cotidiano.

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Bingo Botânico

Este jogo que consistiu em uma adaptação do tradicional jogo de bingo. Os

números foram substituídos por características e estruturas referentes aos grupos de

plantas que os alunos estavam estudando (Briófitas, Pteridófitas, Gimnosperma e

Angiosperma). Perguntas foram sorteadas, e os alunos procuravam em suas cartelas

as palavras-chave que fossem correspondentes as questões. Para vencer o jogo, o

aluno deveria ter conhecimento sobre o conteúdo abordado e sorte de possuir todos

os termos-respostas em suas cartelas. Como prêmio para os alunos que fossem

capazes de finalizar a cartela foram distribuídos pipocas e pirulitos aos vencedores.

Durante à aplicação do bingo, foi possível ver o interesse dos alunos em

participar do jogo. Além disso, com aplicação de atividades lúdicas foi possível

observar que a turma pode fixar os conteúdos passados em aula anteriormente,

ajudando e facilitando o aprendizado, principalmente pelo motivo de muitos alunos não

se interessarem por conteúdos de botânica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Baseado nas intervenções realizadas, foi possível verificar que as atividades

lúdicas se mostram como uma importante ferramenta de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BORGES, R. M. R.; LIMA, V. M. R. Tendências contemporâneas do ensino de Biologia no Brasil. REEC: Revista electrónica de enseñanza de las ciências. v. 6, n. 1, p. 165 a 175, 2007. CAMPOS L. M. L.; BORTOLOTO, T. M.; FELICIO, A. K. C. A produção de jogos didáticos para o ensino de ciências e biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. 2008 SOUZA, E. M.; SILVA, F. O.; SILVA, T. R. S.; SILVA, P. H. G. et al. A importância das atividades lúdicas: uma proposta para o ensino de ciências. 2012. VYGOTSKY, L. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: ____. A formação social da mente. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 168p, 1989. WANDERSEE, J. H.; SCHUSSLER, E. E. Towards a theory of plant blindness. Plant Science Bulletin, v. 47, n. 1, p. 2-9, 2001.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESCOLAR: “MINHA ESCOLA, MINHA CASA”

Cynthia Waleria de Melo Silva Rodrigues, Gilvânia de Oliveira Silva de Vasconcelos,

Lindovaldo José Leão, Maria Helena Norberto da Silva, Rodrigo Correia de Lima1. Subprojeto do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas2. Escola EREM Professor

Cândido Duarte. E-mail: [email protected];[email protected];[email protected]

m;[email protected]; [email protected] Introdução

A Escola de Referência em Ensino Médio Professor Cândido Duarte fica

situada na Avenida Dois irmãos, s/n, bairro de Apipucos, Recife-PE. Trabalha com

Ensino médio no horário Integral (7hs ás 17hs), com seis turmas: duas turmas de cada

ano, em média cada turma possuem 45 estudantes, que totaliza em média 275

estudantes.

Durante a diagnose da escola, identificamos alguns problemas que poderia

está influenciando negativamente, no processo de ensino-aprendizagem, na relação

entre educador(a) e estudante. Entretanto, foi identificado que estudantes apresentam

dificuldades no aprendizado de algumas disciplinas, falta de atenção e sem estimulo

as aulas; comportamento depreciativo com a estrutura física de uso coletivo, bem

como indiferença sobre a questão ambiental e a sustentabilidade dos recursos

naturais. A escola possui uma pequena horta, considerada de espaço pedagógico

para se trabalhar conteúdos, de forma interdisciplinar, mas ela precisa de

revitalização. E foi por meio deste espaço pedagógico que realizamos nossa

intervenção.

Objetivo: Sensibilizar os estudantes, na perspectiva socioambiental por meio de boas

intervenções práticas de conservação do espaço escolar, por meio de reconstrução da

horta e revitalização das áreas de lazer.

Referencial teórico

Tratar de questões ambientais dentro da escola surgiu da necessidade de

trabalhar algumas ações educativas socioambientais, para colocar em prática a

vivência, respeito e cuidados com o planeta, com a comunidade, com a escola e todos

os seres vivos, favorecendo um ambiente escolar confortável, saudável e sustentável.

Conforme Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental (BRASIL

2012. p. 2) o conceito de educação ambiental, consiste.

1 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Coordenadora de área do Subprojeto de Licenciatura em Ciências Agrícolas: Professora Gilvânia de O. S. de Vasconcelos.

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Art. 2º - [...] é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental.

Partindo dessas considerações, trabalhamos com os estudantes a revitalização

das áreas externas da escola com implantações de jardins, estruturados pela a

reutilização de pneus, limpezas das áreas evitando acúmulo de resíduos sólidos. Bem

como, a reconstrução da horta escolar, assegurando a segurança alimentar, onde

podemos mostrar que se podem cultivar sem uso de agrotóxicos.

Dessa forma chamamos atenção dos riscos do uso indiscriminado de

agrotóxicos, quando utilizados por alguns agricultores desinformados, colocando em

risco a vida desses, seus familiares e consumidores. “Assim, como dos “elementos da

natureza”, como o solo, água e toda a cadeia de organismos vivos que habitam esses

meios” (MARCATTO, 2002, p.08). Entretanto, trazendo para o meio urbano, a essas

informações e preocupações importantes para a revitalização da horta da escola,

voltados para uma agricultura orgânica.

E trazendo a discussão para produção e necessidade de consumo de produtos

orgânicos, tomamos como base a Lei Nº 10.831 (BRASIL, 2003, p. 01) que dispõe

sobre Agricultura Familiar, onde diz que, Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, à minimização da dependência de energia não renovável [...].

Com isso, traz a luz que, a concepção de produtos orgânicos passa não só

pela técnica de cultivo que utiliza os elementos da natureza disponíveis no ambiente,

considerando o solo como fruto da compostagem do processo natural dos organismos

vivos.

Período de realização da atividade de referência do relato

As intervenções foram desenvolvidas nos meses de junho de 2017 - a

reconstrução da horta em agosto de 2017 e a construção do “jardim Jurema”.

Metodologia

Após a diagnose da escola, a primeira atividade organizada foi uma palestra na

Semana do Meio Ambiente, aplicada em todas as turmas, com o título de Educação

Ambiental Escolar: “Minha Escola, Minha Casa”. Sendo assim, iniciamos a

reconstrução da horta que contém 16 canteiros de 7,00 X 1,00 metros, com um ponto

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de água para irrigação. No primeiro momento, foi realizada a limpeza de quatro

canteiros, colocação de adubo curtido misturando ao solo, planeado, posto cobertura

morta e regado. Para o espaço de lazer, denominado de Jardim Jurema, os

estudantes juntaram 8 pneus e realizaram a lavagem e pinturas com esmalte sintético,

com várias cores diferente: amarelo verde, vermelho, azul.

Resultados

Por causa da palestra, a comunidade escolar foi provocada e construímos o

projeto “Minha casa, minha Escola”, que tivemos como fruto o inicio da

reestruturação da horta escolar que já tem as seguintes hortaliças cebolinho, coentro e

rúcula e a revitalização do espaço escolar, batizado pelos estudantes de “jardim

Jurema” utilizando os pneus com plantas ornamentais.

Considerações finais

Por meio dessa experiência, acreditamos que é uma proposta importante e

precisa ser divulgada para outras escolas, como instrumento de se trabalhar a

sensibilização socioambiental dos estudantes, por meio de promoção de boas ações

no cuidado com o espaço coletivo – escola. E é por meio da horta que trazemos como

ferramenta pedagógica para discutir a educação ambiental transversamente,

dialogando com as demais disciplinas e promovendo a construção do conhecimento

para a valorização e garantia da segurança alimentar. Essa iniciativa caracterizou

como o início de um projeto mais amplo, que deve constantemente ser repensado com

intuito de aperfeiçoá-lo dentro das condições da escola. Temos ainda muita dificuldade

com o entrosamento todos da comunidade escolar, e precisamos criar mais incentivos

para participação de mais estudantes. Sobretudo, mais tempo para trabalhar a

reconstrução da horta e manutenção da área de lazer.

Referências BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Lei Nº 10.831 de 23 de Dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 de dez 2003, Seção 1, Página 8. Disponível em: < file:///C:/Users/Go/Downloads/Lei%20N%C2%BA%2010.831%20de%2023%20de%20Dezembro%20de%202003.pdf> Acesso em: 13 out. 2017. BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Resolução Nº 2, de 15 de junho de 2012. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=10988-rcp002-12-pdf&category_slug=maio-2012-pdf&Itemid=30192> Acesso em: 13 out. 2017. MARCATTO, Celso. Educação ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 2002.

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EM BUSCA DAS CENTELHAS DA ESPERANÇA: QUESTÃO AGRÁRIA E CONSCIÊNCIA HISTÓRICA

Ítalo Nery de Albuquerque Rêgo; Jeane Gomes Ferreira das Chagas; João Victor Braga de Souza; Nataly Cristine Castro Spindola; Rodrigo Correia Lima1

Subprojeto da área de História2. EREM Cândido Duarte. E-mails: [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda um planejamento bimestral e sua execução como projeto

de intervenção promovido por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à

Docência (PIBID) numa turma de 3º ano do Ensino Médio, da Escola de Referência

em Ensino Médio Professor Cândido Duarte, localizada no bairro de Apipucos. O

projeto intitulado “Questões Agrárias, muito além do espaço escolar” foi possível a

partir de reuniões com a supervisão de área na escola conforme a normativa

estabelecida pela direção e pela supervisão em que os bolsistas de todas as áreas de

conhecimento que integram o PIBID na escola haveriam de realizar intervenções e

projetos envolvendo, de alguma maneira, a horta da escola, tendo como base a

interdisciplinaridade e a integração de bolsistas de diferentes licenciaturas. Cabe

ressaltar que tal decisão da direção se deu por conta da participação dos estudantes

com a horta durante a ocupação estudantil, momento em que houve a limpeza dos

canteiros e reestruturação para o plantio na horta que naquele momento não estava

sendo vista como uma possível ferramenta pedagógica e espaço de socialização de

saberes, práticas e vivências entre os estudantes e toda a equipe da escola, incluindo

os bolsistas do PIBID que contribuem diariamente no cotidiano escolar. O

protagonismo estudantil é o principal fator para possibilitar que o projeto da horta na

escola seja de sucesso, dessa forma os objetivos do planejamento foram de fomentar

a consciência histórica crítica dos alunos, aprimorar o conhecimento histórico sobre as

questões agrárias no Brasil e compreender a horta como parte integrante de todo um

conjunto agrário desigual e passível de transformação.

OBJETIVOS

Apresentar, por meio da história dos movimentos sociais inerente a questão agrária, a

estruturação do direito à terra como direito humano. Possibilitando discussões acerca

da economia e história rural, aspectos da reforma agrária e seus movimentos sociais,

assim como explorar diferentes possibilidades, encaminhando-se para a produção

alimentar e a questão de gênero no campo. Desse modo, explorando o 1 Todos os autores são bolsistas PIBID/CAPES

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desenvolvimento do movimento de luta pela terra no Brasil, evidenciando as

perspectivas de justiça e a relação entre os direitos humanos.

REFERENCIAL TEÓRICO

Foi utilizado como ponto de partida para o planejamento do projeto e sua aplicação, a

consciência histórica que Rusen afirma ser um “conjunto coerente de operações

mentais que definem a peculiaridade do pensamento histórico e a função que ele

exerce na cultura humana” (RUSEN in BARCA et al. 2010, p. 36-37), assim poder

discutir a questão agrária brasileira não como um conhecimento do passado inerte,

mas ter como pauta a historicidade dos sujeitos e dos processos, discutindo questões

definidas pela sociedade, possibilitando reflexões acerca das estruturas.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE

As atividades ocorreram entre os meses de fevereiro e de abril de 2017, tendo seis

encontros com a turma, sendo um desses para organização do calendário e temáticas.

METODOLOGIA E RESULTADOS

Para o primeiro encontro foi discutido as temáticas e os métodos de ensino para que

pudesse haver sugestões e apontamentos dos estudantes, ou seja, uma elaboração

coletiva que Paulo Freire chama de dialogicidade, “Estimular a pergunta, a reflexão

crítica sobre a própria pergunta, o que se pretende com esta ou com aquela pergunta

em lugar da passividade em face das explicações discursivas do professor, espécies

de resposta a perguntas que não foram feitas[...] A dialogicidade não nega a validade

de momentos explicativos, narrativos em que o professor expõe ou fala do objeto”.

(FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. P

52)

No primeiro encontro com a turma, foi definido de forma coletiva os eixos que iriam

nortear nossas aulas, sendo escolhidos: 1 – os aspectos históricos e econômicos

rurais, 2 – movimentos sociais do campo, 3 – a reforma agrária, 4 – caminhos da

produção alimentar, e 5 – questões de gênero no campo. A partir disso, o uso das

linguagens alternativas para o ensino de História foi muito importante, sendo utilizado

documentário, músicas, fotografias e charges com finalidade pedagógica.

Questionar foi um dos pilares da atividade, já no primeiro encontro um ponto bem

importante levantado pelos estudantes foi “porque o agro é pop? ”, uma frase difundida

nos meios televisivos como publicidade do agronegócio que serve como legitimador

social desse modo de produção foi logo lembrada de uma forma reflexiva, o que

proporcionou a partir disso pensar e debater outras possibilidades de produção

agrícola diferente do hegemônico, ou seja, diferente do que já é estabelecido como

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verdade e visto como um modelo a ser seguido. A partir disso, se fez necessário

durante as intervenções o uso de diversas linguagens como ferramenta de ensino, um

ponto a se destacar foi uso do documentário “Cidade das flores”, que discute a

produção alimentar e suas desigualdades, onde os estudantes participaram

ativamente do debate, trazendo os males do uso de agrotóxico para a saúde,

desperdício alimentar e a partir disso trouxeram vários relatos de experiência sobre a

horta e a prática culinária durante o período de ocupação da escola, como por

exemplo, métodos de reaproveitamento de alimentos que seriam descartados, criação

de adubo a partir dos restos orgânicos, oficinas de agricultura orgânica e ecológica, ou

seja, se enxergaram como sujeitos históricos, capazes de agir e transformar sua

realidade com atividades dentro da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse projeto foi de extrema importância para o crescimento acadêmico, profissional e

pessoal de todos os bolsistas, compreender a dinâmica escolar é difícil e o PIBID vem

colaborando diretamente para facilitar a aproximação da universidade com as escolas,

proporcionando vivências e troca de saberes valorosas. O EREM Professor Cândido

Duarte é uma escola que incentiva a participação dos bolsistas no cotidiano da escola,

com projetos interdisciplinares, monitorias e horários dedicados para o programa e

dessa forma a horta da escola vem aos poucos aproximando estudantes e professores

para uma escola mais inclusiva e respeitosa as diferenças e o PIBID de História atua

de forma a fomentar essas possibilidades, propondo intervenções e atividades que

sejam efetivadas de maneira mais colaborativa e coletiva, estimulando a empatia e

uma perspectiva mais humanizada no processo ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS BARCA, I., MARTINS, E. R., SCHMIDT, M. A. (orgs). Jorn Rüsen e o ensino de história. Curitiba: Ed. UFPR, 2010.

BRUMER, Anita. O sexo da ocupação: considerações teóricas sobre a inserção da mão de obra feminina na força de trabalho. Revista brasileira de ciências sociais, v. 3, n. 8, p. 20-38, 1988.

FREIRE, Paulo Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura)

GUANZIROLI, Carlos Enrique. Agricultura familiar e reforma agrária no século XXI. Editora Garamond, 2001.

STEDILE, João Pedro. Questão agrária no Brasil v. 1. O debate tradicional: 1500 – 1960. Expressão popular, 1 ed, São Paulo, 2005.

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ESCRITA E REESCRITA COMO AUXÍLIO DA PRODUÇÃO/ELABORAÇÃO DA REDAÇÃO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVA PARA ALUNOS DO

ENSINO MÉDIO

Maria Helena Norberto da Silva1, Thiago Roberto Gomes de Oliveira2, Uiraquitan Júnio Gomes da Silva3

Subprojeto da área de Letras. Escola Cândido Duarte. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected]

Introdução

A produção de texto escrito é algo fundamental para a formação do estudante

do ensino básico. Como então desenvolver ações que visem à qualidade da

proficiência escrita? Neste contexto de discussão, encontra-se o presente trabalho. Na

reflexão sobre o processo de escrita escolar, analisamos a produção textual junto à

capacidade argumentativa dos alunos da 2° série do ensino médio da EREM Prof.

Cândido Duarte, situada em Recife.

Objetivo

Como principal objetivo do trabalho está a conscientização e discussão de

alguns problemas, bem como o aprimoramento do desempenho discursivo dos alunos

através do gênero dissertativo-argumentativo, para gerar no alunado uma

autoavaliação a respeito de sua escrita. Tal finalidade visa à superação das

dificuldades, buscando-se desconstruir os mitos enraizados sobre o ato de escrever

que causam um bloqueio na produção dos alunos.

Fundamentação teórica

Quando observamos o modelo educacional brasileiro e a maneira como alguns

gêneros são apresentados, vemos o quanto a reescrita é negligenciada nas salas de

uma maneira geral, ainda que saibamos que muitas vezes os professores não têm o

tempo necessário para desenvolver esse método. Por mais que o alunado seja

submetido a avaliações diversas, as aulas de português estão presas ao binômio

“certo-errado” que, muitas vezes, não promovem a devida orientação para as

produções argumentativas que exigem uma maior capacidade de interpretação,

reflexão, análise critica de fatos e posicionamentos frente aos problemas existentes na

1 1,2,3 Bolsistas PIBID CAPES 1 Supervisora da EREM Cândido Duarte Coordenadora de área do Subprojeto de Letras PIBID-UFRPE (Apoio CAPES): Sandra Helena Dias de Melo.

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sociedade. Não podemos ser ingênuos em pensar que os modelos avaliativos são

neutros, pois refletem as praticas educativas que buscamos para os nossos alunos.

Lívia Suassuna (2011) demonstra em sua pesquisa que a redação que muitas

vezes é realizada nas salas tem como finalidade a obtenção de notas e serve como

um pretexto para uma avaliação das normas do código linguístico, não promovendo

uma busca de novas possibilidades de expressão e compreensões possíveis no

momento da escrita.

Tomando por base as observações anteriormente citadas e levando em conta

que “a atividade principal do profissional do magistério é o ensino, que consiste em

dirigir, organizar, orientar e estimular a aprendizagem escolar dos alunos.” (LIBÂNEO,

2006, p. 16), resolvemos estimular a aprendizagem através de uma “releitura” das

criações iniciais dos alunos, dando a esses o devido acompanhamento com o intuito

de tornar o processo de escrita menos travado e de mais fácil acesso e compreensão.

Essa reflexão faz com que o papel do professor na democratização do ensino se torne

ainda mais evidente na sala de aula, pois muitos dos fracassos obtidos na escrita dos

alunos têm, como causas, ações que não foram adotadas pelos professores e aqueles

que os ajudam. Isso considerado, devemos então promover uma avaliação

emancipatória com acesso a informação, dando ao aluno a possibilidade de tomada

de decisão assim como busca Ana Maria Saul (2009). Metodologia e resultados

O corpus desse trabalho foi colhido durante os meses de setembro e outubro

de 2017 e a turma escolhida para ser observada foi a do 2° ano do ensino médio. O

acompanhamento do trabalho com o alunado foi semanal, a partir de atividades

voltadas para as deficiências encontradas na primeira escrita, com o objetivo de

ampliar as capacidades discursivas dos alunos.

No inicio do período de análise, foi proposto pela direção do PIBID na escola

que trabalhássemos temas relacionados ao meio ambiente para que os alunos

refletissem sobre os impactos causados pela sociedade ao planeta, de maneira macro,

e os impactos existentes na escola. Em princípio, foi feita uma escrita baseada no

tema e levando em consideração o conhecimento de mundo de cada aluno, com o

intuito de buscar sinais que expliquem a dificuldade encontrada no momento da

escrita. Passado esse momento e identificados os pontos problemáticos, a saber,

dificuldades estruturais que podiam ser vistas pelo não respeito à margem e linhas,

pontuação indevida e falhas na construção de sentido, fez-se a orientação para a

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reescrita do trabalho escrito. Foram explorados aspectos como leitura e produção

textual envolvendo temas tanto relacionados à construção e ao planejamento de uma

produção textual até as referências presentes no texto, interpretação e o gênero

dissertativo-argumentativo para, por fim, trabalharmos pontuação, com foco no uso

das vírgulas e do ponto final, auxiliando os alunos com acompanhamentos individuais

sempre que possível.

Com a conclusão das etapas iniciais, foi feita a reescrita com os alunos e

observados pontos de melhoras em todos os discentes que realizaram o projeto: tanto

em aspectos estruturais do texto como também a pontuação que ajudou na

compreensão do que foi escrito. Ainda que tenhamos tido que conviver com um

calendário curto para atuação, vemos nos alunos uma maior compreensão da

importância da escrita para seu desenvolvimento social e na formação de um agente

social reflexivo, ciente do seu papel e importância para a sociedade.

Considerações finais

Por mais que tenhamos conseguido um bom retorno por parte da turma, foi

possível identificar falhas, nesse processo, que devem ser analisadas cuidadosamente

e aperfeiçoadas para a realização dos trabalhos futuros, pois a reescrita tem um

espaço importante na maturação de obras que são produzidas inicialmente sem a

devida compreensão ou preocupação. Esse tipo de escrita, sem planejamento,

acompanhamento, revisão e refacção, culminando numa escrita que não desenvolve

uma competência discursiva acurada, apenas reforça a imagem desacreditada da

escrita, reforçando a ideia do aluno incompetente, que se trava frente as suas

dificuldades, ignorando-se o necessário continuo entre ação, reflexão e ação para

produção textual. Nosso trabalho com escrita e reescrita foi concluído no mês de outubro e

poderá ser levado a outras turmas, quando necessário, sendo feitas as devidas

correções para que possamos ampliar a atuação e obter resultados ainda mais

satisfatórios. Referências LIBÂNIO, J.C. Didática. São Paulo: Cortez editora, 2006. SUASSUNA, L. Panorama do ensino da língua portuguesa no Brasil. In: SUASSUNA, L. ENSINO DE PEDAGOGIAS DA LÍNGUA PORTUGUESA. Recife: Ed. Universitária UFPE, 2011. p. 15 – 49. SAUL, A. M. Referenciais freirianos para a prática de avaliação. Revista de Educação. PUC – Campinas, Campinas, n. 25, p. 17 – 24, novembro 2008.

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ROBÓTICA E PROGRAMAÇÃO: INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE FÍSICA

Adonis Justo, José Eduardo Tributino Costa, Mônica Galdino da Silva1 Cynthia Waleria de Melo Silva Rodrigues1

Subprojeto de informática, Subprojeto de Física2 EREM Candido Duarte. E-mails:

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Introdução

O PIBID Computação e Física da EREM Candido Duarte atuam com alunos do

ensino médio desenvolvendo oficinas voltadas à construção de algoritmos aplicados à

robótica de encaixe e à aplicação desses conceitos na Física, utilizando Kits LEGO

Mindstorms NXT 2.0. As aulas são divididas em duas etapas, uma primeira teórica, em

que são ensinados sequência lógica e em seguida algoritmos, utilizando para isso a

técnica de fluxogramas, para depois vir a parte de robótica, com construção e

programação dos NXTs. O uso do robô NXT foi dado pelo fato de ser o único tipo de

equipamento disponível, porém existem muitas alternativas, como arduino, NAO

(Robótica Móvel) e robôs de baixo custo com o uso de impressoras 3D, o que torna

rentável investir em tal equipamento (ARMESTO; FUENTES-DURÁ; PERRY, 2015).

As oficinas foram realizadas no período de fevereiro a setembro de 2017.

Objetivo

O objetivo é estimular o aluno a encontrar soluções de problemas reais, através

do pensamento computacional e de conceitos de física, como a mecânica. A forma de

pensar computacional é uma iniciativa de incluir no ensino básico, disciplinas de

computação, porém claro, com uma abordagem diferente da comum engenharia de

software. A forma de pensar computacional visa propor atividades físicas e digitais de

como o computador soluciona problemas, através de várias abordagens, além claro,

de mostrar como se dá o funcionamento de um computador (WING, 2006).

Referencial teórico A apresentação de conceitos da ciência da computação, como algoritmos e

introdução ao entendimento de programação incentivam o desenvolvimento de um

pensamento lógico e estruturado para soluções de problemas diversos (BELL et al.,

2014). Os conhecimentos trabalhados são essenciais para que os alunos atinjam o

1 Bolsistas do PIBID CAPES 2 Coordenadores das áreas de física e computação: Carlos A. C. Bosco e Adenilton Silva

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objetivo das oficinas, que é dar instruções precisas aos robôs que serão utilizados em

experimentos envolvendo conceitos da física.

Metodologia

A disciplina foi dividida em duas partes, em que primeiro foi realizado o estudo

utilizando a sequência lógica e o fluxograma para o desenvolvimento e criação de

algoritmos. O período de aplicação da disciplina era de 2 meses por turma, já que ao

término de cada bimestre, o PIBID de Computação e Física, assim como os outros

PIBID’s da Escola, migravam para outras turmas. Depois de consolidado o

aprendizado através da teoria, é hora da aplicação na robótica, planejando o

fluxograma e depois programando o NXT. Depois de desenvolver alguns modelos de

robôs propostos e testar os sensores, os alunos projetam um modelo mais complexo,

para no fim da oficina, desenvolver um modelo próprio, que pode ser uma modificação

de uma referência anterior ou criando do zero seu próprio protótipo. Assim, foi possível

explorar de forma prática conceitos de computação, ciências e tecnologia.

A parte teórica de algoritmos é precedida pela sequência lógica, estudada para

organizar o pensamento, localizando padrões e buscando várias soluções para o

mesmo problema. A importância de estudar raciocínio lógico, se deve ao fato em que

para se criar um algoritmo, é preciso gerar primeiro um conjunto de instruções

ordenadas para a solução de um problema. Não se pode então, criar um algoritmo

sem antes planejar quais opções lógicas estão disponíveis. Para isso são lançados

desafios matemáticos em sua maioria, em que o aluno precisa identificar o padrão e

resolver a questão da forma que ele assim deseja.

Depois da sequência lógica é ensinado o conceito e aplicação de fluxogramas,

pois representam através de símbolos processos, representados por meio de figuras

geométricas que são utilizados em várias áreas do conhecimento, traduzindo para

imagens as informações sobre a operação que se deseja planejar. Para o ensino de

algoritmos, o conceito de fluxograma facilita o entendimento do aluno, já que começar

com uma linguagem de programação ou mesmo pseudocódigo pode confundir o

aluno, já que estamos falando de um público de ensino médio. São ensinados os

conceitos de programação básicos, como sequenciais, condicionais e estruturas de

repetição, como a programação do robô é por blocos, a apresentação das estruturas

básicas de programação em forma de diagrama vai ajuda muito na hora da

implementação.

A parte prática da disciplina começa com um modelo proposto de NXT simples,

em que todos os sensores podem ser utilizados. Uma das aplicações que usamos na

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Física, foi investigar a velocidade e aceleração utilizando os motores disponíveis nos

kits, no qual o aluno foi instigado a trabalhar com conceitos de M.R.U. (Movimento

Retilíneo Uniforme) ou M.R.U.V. (Movimento Retilíneo Uniformemente Variado). Outra

aplicação, foi utilizar o sensor de luz para medir a luminosidade da sala de aula e

verificar qual seria a intensidade de luz mais agradável, uma boa contextualização dos

conceitos de Óptica e Termologia. Para saber como funciona uma determinada

tecnologia qualquer, como um satélite, pode ser criado dois robôs que trocam

informações via bluetooth, por exemplo. (WHITMAN; WITHERSPOON, 2003).

Considerações Finais

No fim das oficinas, boa parte dos alunos conseguiu realizar os objetivos

estabelecidos no início do projeto, que era mostrar que através da robótica, podemos

aplicar o conhecimento adquirido para criar um algoritmo. Com essa nova ferramenta

em mãos, os alunos podem criar soluções refinadas, pois têm a forma de pensar

melhor estruturada além do desenvolvimento de outras aptidões com o uso da

robótica, como desenvolvimento criativo, habilidade manual e comunicação

interpessoal, já que o trabalho foi em equipe.

Referências ARMESTO, L.; FUENTES-DURÁ, P.; PERRY, D. Low-cost Printable Robots in Education. Journal of Intelligent and Robotic Systems, v. 81, n. 1, p. 5-24 Theory and Applications, 2015. BELL, T. et al. Presenting Computer Science Concepts to High School Students. International Olympiad in Informatics, v. 8, p. 3–19, 2014. FRIENDS, M. Y. R. Traveling Circuits. 2013. WHITMAN, L. E.; WITHERSPOON, T. L. Using legos to interest high school tudents and imtrove k12 stem education. Frontiers in Education, 2003. FIE 2003 33rd Annual, v. 2, p. F3A_6-F3A_10, 2003. WING, J. M. Computational Thinking. In: Communications of the ACM. v.49, n.3. p. 33-35, 2006.

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A QUÍMICA E O MEIO AMBIENTE: CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O DESCARTE DE PILHAS E BATERIAS

Antônio Victtor Alves de Queiroz1, Cynthia Waleria de Melo Silva Rodrigues2,

Raphaela Dantas Miranda1, Ruth do Nascimento Firme3 Subprojeto da área de Química. EREM Cândido Duarte. E-mails:

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

INTRODUÇÃO De acordo com dados do Portal Exame (2010), o Brasil é um dos países que mais

produzem lixo eletrônico (e-lixo), tais como, TVs, celulares, impressoras, pilhas,

baterias, etc. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017 o

nosso país deve gerar aproximadamente 1,4 milhão de toneladas de lixo eletrônico, e

desse valor, apenas 2% acaba sendo reciclado. O Brasil possui ações e estratégias

que tentam resolver esse problema, mas não são suficientes. Por ano, cada brasileiro

produz 0,5kg de lixo eletrônico. Porém, grande parte da população não possui acesso

a informações sobre o descarte correto do e-lixo.

REFERENCIAL TEÓRICO Órgãos como o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente – resolução nº

257/99) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) regulamentam

a destinação final das pilhas e baterias. Porém, mesmo assim, o descarte desses

materiais ainda é feito de maneira inadequada. As pilhas são dispositivos nos quais

uma “corrente elétrica – fluxo de elétrons através de um circuito – é produzida por uma

reação química espontânea [...]” e baterias são um conjunto de pilhas “unidas em série

para que a voltagem produzida [...]” seja a soma das voltagens de cada pilha

(ATTKINS e JONES, 2006, p. 543). O risco é muito grande, pois quando esses

materiais tóxicos, como, por exemplo, cádmio, mercúrio e manganês, presentes nas

pilhas (ATKINS, 2006), são absorvidos pelo nosso corpo podem causar diversos

efeitos adversos, como alergias, diarreia, náusea, vômitos, entre vários outros

sintomas. Neste contexto, discutimos estas questões nas aulas de Química com o

objetivo de conscientizar os alunos sobre as mesmas.

OBJETIVO

1 Bolsistas de Iniciação a Docência – PIBID/CAPES 2 Bolsista Supervisão EREM Cândido Duarte – PIBID/CAPES 3 Bolsista Coordenação de área Química – PIBID/CAPES

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Analisar contribuições de uma oficina desenvolvida para a abordagem de conteúdos

químicos envolvidos no funcionamento das pilhas a partir da temática do descarte

inadequado das pilhas e baterias para conscientização dos alunos diante desta

problemática.

PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE: Junho de 2017. METODOLOGIA

Este trabalho é um relato de experiência referente a uma das ações desenvolvidas por

bolsistas de iniciação à docência do Curso de Licenciatura em Química do Programa

Institucional Bolsas de Iniciação a Docência PIBID/UFRPE. Nesta ação específica,

realizada em junho de 2017, foi desenvolvida uma oficina intitulada “Química e o Meio

Ambiente: sensibilização sobre o descarte das pilhas e baterias” com 30 alunos da 2ª

série do Ensino Médio da Escola de Referência em Ensino Médio Professor Cândido

Duarte na Semana do Meio Ambiente promovida pela respectivamente escola. A

oficina foi realizada em um único momento e organizada em três etapas. Na primeira

etapa, foi entregue a cada aluno um informativo sobre os metais que são utilizados

nas pilhas, onde são encontrados e os efeitos colaterais decorrentes do descarte

incorreto das pilhas e baterias. Em seguida foi aberto um debate sobre o descarte

incorreto das pilhas por cidadãos comuns e o quanto a informação é um instrumento

relevante para conscientização das pessoas acerca de problemas socioambientais. Na

segunda etapa, foi apresentado um esquema do funcionamento das pilhas através do

experimento da pilha de Daniell, seguida de explicações sobre o processo de

oxirredução. Na terceira etapa, os alunos confeccionaram coletores de pilhas com

garrafas PET.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na primeira etapa da oficina os alunos se mostraram envolvidos e participativos no

momento do debate sobre o descarte inadequado das pilhas e baterias. Evidências

deste envolvimento podem ser percebidas nas falas de alguns deles, como, por

exemplo, quando a aluna Maria Eduarda diz que “não sabia que um objeto tão

pequeno e aparentemente inofensivo pudesse provocar muitos tipos de danos à saúde

do ser humano”. Além da participação significativa dos alunos no debate, percebemos

na fala de alguns alunos uma sensibilização dos mesmos em relação às

consequências do descarte das pilhas e baterias no meio ambiente, e isto pode ser

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percebido na fala da aluna Brenda quando diz que “descartava as pilhas junto com os

outros lixos da casa. Depois que obtive conhecimento irei descartá-las no boneco que

confeccionei e em seguida irei entregar para escola para poder encaminhar para as

entidades responsáveis”. Logo em seguida da fala de Brenda, o aluno JP

complementou “irei levar esse conhecimento obtido na escola para dentro de casa,

conversando com minha família sobre o descarte correto das pilhas e baterias”. Após

o debate, os alunos mostraram interesse em expandir a discussão sobre os metais

contidos nas pilhas e sobre os problemas decorrentes de seu descarte incorreto por

parte dos cidadãos comuns para toda a escola. Na segunda etapa, foi desenvolvida

uma atividade experimental a partir da produção da Pilha de Daniel. Nesta etapa,

foram apresentados os conceitos de oxirredução, alguns elementos da tabela

periódica, o processo de eletrólise e a série de reatividade dos metais. Na terceira

etapa, os alunos participaram ativamente da confecção de coletores alternativos de

pilhas usando garrafas PET.

CONCLUSÕES

Portanto, podemos dizer que o conjunto das etapas constitutivas da oficina

desenvolvida contribuiu para a sensibilização dos alunos. Além disso, contribuiu para o

engajamento dos alunos nas atividades propostas, como, por exemplo, na atividade de

confecção dos coletores de pilhas e para a conscientização dos mesmos no descarte

das pilhas de forma adequada. Por fim, ressaltamos que a abordagem de conteúdos

químicos de forma contextualizada e o uso do debate como estratégia metodológica,

contribuíram para que os alunos desenvolvessem posicionamento crítico diante da

temática do descarte de pilhas e baterias no meio ambiente.

REFERÊNCIAS ATKINS, Peter; JONES, Loretta; Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente; 3ª edição, Porto Alegre: Editora Bookman, 2006. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução Conama n° 257/99. Disponível em: < www.mma.conama.gov.br/conama> Acesso em 12/05/2017. PORTAL EXAME. Brasil produz muito lixo eletrônico, diz ONU. Portal da revista Exame. 2010. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/noticias/brasil-emergente-mais-produz-lixo-eletronico-diz-onu-535153> Acesso em 12/05/17

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A FOTOGRAFIA ANALÓGICA: (RE)PRODUÇÃO DE VERDADES ATRAVÉS DE IMAGENS

Elias Lourenço Alves de Barros Padilha; Evany Kelly da Silva; Luanna Priscylla da Silva Santos; Rosana Meira Lima de Souza1; Rozélia Bezerra2

Subprojeto interdisciplinar entre as áreas Física, História e Química3. Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas da UFRPE

E-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Introdução O presente trabalho relata as experiências em um projeto interdisciplinar realizado

com as turmas do 2º e 3º A (36 estudantes no total) do ensino médio do Colégio

Agrícola Dom Agostinho Ikas da UFRPE, localizado no município de São Lourenço da

Mata. O projeto ocorreu entre agosto e setembro de 2017 e uniu as disciplinas de

Física, História e Química. A ideia surgiu a partir da observação da grande dificuldade

dos estudantes em relação às disciplinas de Física e Química.

Objetivos

O objetivo geral do projeto foi fortalecer a aprendizagem interdisciplinar. Utilizou-se

como fio condutor a perspectiva da fotografia como representação de uma verdade do

instante registrado. No entanto, a discussão se voltou, sobretudo, à fotografia

analógica, pelo fato de ser algo novo para os participantes, na faixa dos 15 aos 18

anos, acostumados às câmeras dos celulares. Mostramos que é possível conectar

disciplinas que, muitas vezes, são consideradas distantes. Dessa maneira,

objetivamos também: inserir novos conhecimentos sobre como surgiu a fotografia;

mostrar a presença da Química e da Física na fotografia e incentivar o debate sobre a

construção da verdade através de imagens.

Referencial teórico

Sobre os conhecimentos de Física, foram utilizados artigos de Smith (2006) sobre a

visão de Alhacen acerca da refração e reflexão da luz. Sobre a invenção da fotografia,

afirma Tessari (2012) que teria ocorrido de forma coletiva e não a partir de uma só

pessoa. Sobre os experimentos na sala de aula, recorremos à leitura de Giordan

(1999).

Metodologia 1 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Orientadora do subprojeto. Professora do Departamento de História da UFRPE. 3 Coordenadores de área dos subprojetos: Carlos André de Carvalho Bosco (Física); Jeannie da Silva Menezes (História); Ruth do Nascimento Firme (Química).

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O projeto foi realizado em cinco encontros: quatro no mês de agosto, nos dias 09, 17,

23 e 30 de agosto, e um encontro no dia 06 de setembro de 2017. A primeira atividade

do projeto foi o questionário de sete questões discursivas, para sondar os

conhecimentos prévios dos estudantes sobre o tema. Em seguida, fez-se a introdução

do projeto questionando os estudantes sobre as imagens que eram mostradas nos

slides – algumas delas manipuladas digitalmente. No segundo dia, mostrou-se aos

estudantes as semelhanças e diferenças entre o olho humano e a câmera fotográfica.

Explorou-se o debate sobre as diferenças entre o analógico e o digital. Além disso,

utilizou-se a lousa para expor princípios da formação da imagem, tanto no olho

humano quanto nas câmeras fotográficas. No terceiro dia, foram exibidos vídeos sobre

revelação química, inclusive com produtos caseiros. Houve ainda um experimento com

fita de magnésio. No quarto encontro, ocorreu a oficina de visor pinhole, e que os

estudantes produziram, em grupos, os visores com materiais reutilizados, além dos

itens de papelaria. Com o visor, os participantes observaram como a imagem é

projetada na câmara escura. No quinto encontro os estudantes exibiram as fotografias

que haviam feito - cada grupo escolheu um tema. Ao apresentá-las, explicaram o

motivo da escolha. Houve debate sobre as possíveis interpretações das imagens. Um

questionário foi novamente aplicado, para comparar as respostas do primeiro dia. Este

continha oito perguntas abertas.

Resultados

Para expor os resultados, fez-se uma amostragem das respostas de algumas

perguntas dos questionários: dos 23 questionários finais, 17,3% mostram respostas

mais desenvolvidas para a primeira questão (sobre a relação entre Revolução

Industrial e Fotografia), 8,6% dos estudantes responderam não saber e 73,9% dos

estudantes responderam de forma genérica ou aparentemente copiada. Com relação à

questão de número 3 (se a fotografia é um registro fiel do passado e o porquê da

resposta), no questionário inicial (30 foram entregues), 50% dos estudantes

responderam que sim, 30% dos estudantes responderam “depende”, e 13,3%

disseram que não. No questionário final, o quadro mudou para duas respostas “sim”,

duas para “depende” e 19 para “não” (82,6%). Vale ressaltar que a maioria buscou

desenvolver as respostas. As 6ª e a 7ª questões, que eram relacionados com Química,

foram respondidas da seguinte maneira: na 6ª questão, 95% dos alunos responderam

que havia relação entre química e fotografia, porém não sabiam qual - o que mudou

para 99% no questionário final. Uma aluna respondeu: “Sim. A química é fundamental

no processo de revelação do filme: O revelador, interruptor e a fixação”. Já na 7ª

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questão, 85% dos alunos disseram ter, em casa, produtos químicos que se relacionam

com a fotografia, porém citaram materiais como quadros, tintas, papel foto, raio-x,

álcool; já na 7ª questão, ao fim do projeto, 90% dos alunos responderam que sim e

citaram 3 ou mais possíveis reagentes caseiros para fazer a revelação do negativo,

como o vinagre. Na questão final 8, um dos estudantes relatou: “Foi um ótimo projeto,

pois conheci a história da fotografia, a diferença entre a analógica e digital e as suas

relações com a física e a química”. Outro aluno respondeu: “Eu gostei muito desse

projeto, pois escolheram uma coisa tão presente em nossas vidas, que nem sequer

procuramos saber sobre. Foi legal ver a ‘origem’ da fotografia, como era feito e todo o

processo por trás da foto. Foi legal aprender sobre a química e a física na fotografia,

sobre a câmara escura, o funcionamento do olho humano comparado com a câmera

analógica”.

Considerações finais

Diante de tais resultados, consideramos que o projeto contribuiu substancialmente

para a aprendizagem dos estudantes envolvidos, que tiveram a oportunidade de

também demonstrar o que aprenderam aos professores de Física e de História. A

experiência interdisciplinar desse projeto, ainda que não tenha sido perfeita, superou

as expectativas – pensávamos que poucos alunos se interessariam. Além disso,

comprovamos, na prática, que é possível haver interação entre as disciplinas das

áreas de humanas e exatas. Não só os alunos aprenderam, pois saímos da zona de

conforto para adquirir novos saberes. Nossas experiências e os relatos dos estudantes

fortaleceram essa ideia.

Referências

GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: Revista química Nova na Escola. V.10. nov. 1999. Disponível em: << http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/pesquisa.pdf>>. Acesso em: 04/10/17.

SMITH, A. M. Alhacen on the principles of reflection. In: Transactions of the American Philosophical Society New Series. V.96, n.2. 2006. pp. 11 - 120. Disponível em <<http://www.jstor.org/stable/20020399>>. Acesso em 12/10/2017.

TESSARI, A. B.. Fotografia na história e no ensino de História. In: Aedos.V. 4, n. 11 set. 2012. Disponível em: << http://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/30773>>. Acesso em: 02/10/2017.

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DEFENSIVOS ALTERNATIVOS PARA O CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS NAS CULTURAS REGIONAIS: INHAME (Dioscorea sp.) E

SORGO (Sorghum bicolor L.) Ceres Duarte Guedes Cabral de Almeida1, Gilvânia de O. S. De Vasconcelos2, Janaina

Nair da Silva3, Rosana Meira Lima de Souza4

Subprojeto do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas. Colégio Agrícola Dom

Agostinho Ikas da UFRPE.

E-mails: [email protected]. [email protected],

[email protected], [email protected]

Introdução

Diante da necessidade da redução do uso de agrotóxicos nas lavouras

brasileiras e da valorização pela sociedade dos produtos agrícolas oriundos de cultivo

orgânico, a divulgação entre os alunos de cursos técnicos em agropecuária de

técnicas alternativas para elaboração de defensivos naturais é uma estratégica para

contribuir com a mudança de hábitos da geração futura que irá trabalhar com a

produção de alimentos.

Assim, este projeto teve como objetivo proporcionar aos discentes um maior

aprofundamento sobre defensivos alternativos para controle de pragas e doenças nas

culturas regionais de Inhame e Sorgo, sobre uma perspectiva interdisciplinar com as

áreas do conhecimento de Português e Matemática.

Referencial Teórico

A Revolução Verde ocorreu no final de 1940, com propósito de aumentar a

produção de alimentos, visando acabar com o problema da fome (DUARTE, S/D.).

Consequências têm sido observadas ao longo do tempo devido a implantação do

programa como, a intensa utilização de agrotóxicos, resultando na destruição dos

inimigos naturais, surgimento de insetos mais resistentes, contaminação do meio

ambiente e problemas na saúde dos seres humanos (SERRA et al., 2016).

Diante deste cenário, busca-se a transição do modelo convencional de

produção para um modelo sustentável, capaz de reduzir os desastres ecológicos e ao

mesmo tempo produzir em quantidade e qualidade suficientes para reduzir a fome

1ProfessoradoCursoTécnicoemAgropecuáriadoColégioAgrícolaDomAgostinhoIkasdaUFRPE.2CoordenadoradoPIBID/LicenciaturaemCiênciasAgrícolas–UFRPE.3BolsistadoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência-PIBIDCAPES.4SupervisoradoPIBIDnoColégioAgrícolaDomAgostinhoIkasdaUFRPE.

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(SERRA et al., 2016). Nesta perspectiva, destacam-se os defensivos alternativos,

produtos preparados a partir de substâncias não prejudiciais à saúde humana e ao

meio ambiente, destinados a auxiliar no controle de pragas e doenças na agricultura

(FERNANDES, 2013).

Metodologia

O projeto foi desenvolvido, no período de maio a julho de 2017, no Colégio

Agrícola Dom Agostinho Ikas – CODAI, no Campus Senador José Ermírio de Morais,

em Tiúma - São Lourenço da Mata – PE, com discentes do segundo período do curso

Técnico em Agropecuária, da disciplina Cultura Regionais I. Tal projeto foi demanda

apontada pela diagnose da escola (deficiência nas disciplinas de Português e

matemática) e da turma (trabalhar com defensivos alternativos para cultura do inhame

(Dioscorea sp.) e sorgo (Sorghum bicolor L.).

Inicialmente foi apresentado a proposta do projeto e consequentemente a

realização do convite para participarem das atividades, as quais ocorreram nos contra

turnos, desenvolvidas em momentos teóricos e práticos. Visando a construção do

conhecimento na perspectiva interdisciplinar, no diálogo com as áreas de Português e

Matemática, foram entregues textos que abordavam questões referentes a estas

áreas, interligados a proposta do projeto. O tema foi abordado sempre em

consonância com o conteúdo já discutido previamente pela professora na aula, acerca

do controle de pragas e doenças.

Resultados

As atividades foram realizadas em momentos teóricos, onde foi dialogado o

emprego da manipueira (subproduto da mandioca (Manihot esculenta)) como

defensivo alternativo para tratamento de solos infestados por nematoides dos gêneros

Scutellonema e Meloidogyne, na cultura do inhame. Em relação ao sorgo, foi discutido

o extrato de alho (Allium sativum) e o extrato da pimenta do reino (Piper nigrum).

Durante a discussão teórica, foi apresentado aos discentes, a metodologia de

elaboração de cada defensivo alternativo estudado, contendo os ingredientes e as

instruções de como elaborar e aplicar o produto na área de cultivo.

Foi realizada a parte prática, onde os discentes receberam um roteiro para

elaboração do defensivo alternativo a base do extrato de alho. Juntos, tomaram posse

das informações e preparam o produto natural. Foram conduzidos para o campo, onde

foi feita a aplicação desse defensivo na área de cultivo de hortaliças e de sorgo.

A fim de contribuir com a perspectiva interdisciplinar, foi entregue aos discentes

textos, contendo informações acerca das culturas estudadas e metodologia de

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elaboração dos defensivos alternativos, os quais relacionam as áreas de Português e

Matemática. A entrega dos textos viabilizou o aprofundamento do tema proposto pelo

projeto, de forma que, os discentes compreenderam, através do seu conteúdo, a

importância da gramática, referindo-se a área de Português e aos números

configurando a importância da Matemática. Assim, ficou evidente aos alunos que estas

áreas do conhecimento se estendem a outras disciplinas que mencionam em seus

conteúdos didáticos questões referentes a estas áreas do conhecimento, a exemplo

da disciplina de Culturas Regionais I.

A realização das atividades práticas proporcionou aos discentes a melhor

compreensão da teoria, pois, a elaboração do extrato natural permitiu a integração do

conhecimento teórico e prático para um melhor entendimento do tema trabalhado.

Dessa forma, foi possível constatar que a construção do conhecimento, a partir dessa

integralização foi eficaz, uma vez que, houve um processo evolutivo, não apenas

durante as atividades na sala de aula e em campo, como também a atividade

despertou nos mesmos o interesse em realizar tais práticas para além da sala de aula.

Alguns discentes relataram ter preparado e utilizado o extrato de alho durante suas

atividades no estágio na área de agricultura e outros implementaram a prática em suas

propriedades rurais. Tal resultado demonstra que o tema discutido de fato contribuiu

com o aprendizado da turma.

Considerações Finais

Foi satisfatório contribuir com o aprendizado da turma, aprofundando o

conteúdo sobre defensivos alternativos para o controle de pragas e doenças sobre

uma perspectiva interdisciplinar com as áreas de Português e Matemática. O diálogo

construtivo permitiu aos discentes compreenderem a importância dos defensivos

alternativos como um meio viável para se realizar o controle de pragas e doenças por

serem naturais, e assim, se obter uma produção de alimentos de forma mais

sustentável, contribuindo para segurança alimentar da população, bem como

preservação da natureza.

Referências DUARTE, A. Revolução Verde. S/D. Disponível em: < https://www.estudopratico.com.br/revolucao-verde/>. Acesso em: 03 out 2017. FERNANDES, M. C. A. Defensivos Alternativos. Rio de Janeiro, PESAGRO-RIO 2013. SERRA, L. S. et. al. Revolução Verde: reflexões acerca da questão dos agrotóxicos. Revista do Centro de Estudos do Desenvolvimento Sustentáveis - CEDS. São Luís, v 01, n. 04, jul 2016. Disponível em: < file:///C:/Users/Janaina%20Nair/OneDrive/UFRPE/BOLSA%20PIBID/SID/SERRA%202016.pdf>. Acesso em: 03 out 2017.

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DISCUSSÃO SOBRE GÊNERO E SEXUALIDADE EM SALA DE AULA: DESCONSTRUÇÃO DE PRECONCEITOS

Anna C. M. da Silva1; Gisele E. dos Santos1; Maryelle Monique N. Silva1; Rosana Meira L. de Souza; Xênia M. T. Lima6

Subprojeto de Letras, Biologia e Ciências Agrícolas no Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas – CODAI/UFRPE:

[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Introdução

A discussão acerca de gêneros vem tomando maiores proporções devido às

facilidades de exposição de casos relacionados. O presente trabalho fala sobre

identidade de gênero, preconceito e feminismo, pontos fortes e polêmicos que devem

ser falados, discutidos e argumentados no contexto escolar para que seja

desconstruído qualquer nível de preconceito.

Observando a sociedade atual, encontramos várias situações de preconceitos e

estranhamento sobre o outro. Tudo o que é diferente tende a ocasionar algum

impacto, que muitas vezes resulta numa reação negativa. O mundo moderno surgiu

com o intuito de facilitar nossas vidas e nos apresentou diversas mudanças. Com o

avanço do tempo, surgiram também outros conceitos sobre a questão do gênero e

comportamento humano. Diante disso, houve a necessidade de criar novas definições

e discussões sobre o modo como a pessoa nasce e se percebe na sociedade.

A abordagem social que envolve o feminismo foi feita de forma simples, falando

sobre algumas teorias que explanam esse conceito e a identificando a representação

feminina na escrita literária. As mulheres contribuem em diversos aspectos da

sociedade, sendo um desses a agricultura, onde participam muito mais do que se

supõe. Já do ponto de vista biológico, foi procurado desconstruir imagens pré-

formadas, desmistificando biótipos e abordando a diversidade biológica e o

comportamento dos animais.

Objetivos

As intervenções foram pensadas visando discutir com os discentes conceitos e

variações de preconceitos. As dinâmicas foram perpetradas objetivando facilitar o

conhecimento dos mesmos sobre o tema, abordando os aspectos biológicos, literários

e sociais para atrair a atenção e permitir que os alunos ampliassem seus argumentos. 6 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 7 Coordenadora de área do Subprojeto na escola: professora Rosana Meira Lima de Souza. 3 Coordenadora de área do Subprojeto Biologia: Drª Betânia Cristina Guilherme. 4 Coordenadora de área do Subprojeto Ciências Agrícolas: Gilvânia de Oliveira Silva de Vasconcelos. 5 Coordenadora de área do Subprojeto Letras: João Batista Pereira.

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Referencial Teórico

Visando esclarecer o conceito de feminismo, duas teorias foram apresentadas

nas intervenções. Simone de Beauvoir foi a primeira a ser estudada, já que ela

defendeu a teoria feminista com seu livro “O Segundo Sexo”, onde afirmou que não se

nasce mulher, torna-se uma. A segunda teórica escolhida foi Judith Butler, onde

defende a Teoria Queer, argumentando que o gênero não deve ser algo padronizado,

ou seja, não devem existir normas para explicar o masculino ou o feminino.

Período de Realização da Atividade de Referência do Relato

As intervenções ocorreram entre os meses de agosto, setembro e outubro de

2017. Houve reuniões com a supervisora do PIBID-UFRPE CODAI, Rosana, e

também com os orientadores da universidade, João Batista e Gilvânia de Oliveira.

Metodologia e seus Resultados

A atividade realizada foi um projeto interdisciplinar das áreas de licenciatura em

Letras, Ciências Biológicas e Ciências Agrícolas. Da parte de Ciências Biológicas, a

primeira intervenção foi dividida em três partes: a) diversidade biológica, onde foi

apresentado por meio de uma apresentação em power point, imagens de animais de

uma mesma espécie que possuíam variações entre si; b) sociobiologia, que mostrou a

parte comportamental de algumas espécies de animais como a arara-azul, peixe-

palhaço e abelhas; e por fim, c) debate acerca dos conceitos de genótipo e fenótipo,

diversidade, gênero, preconceito e sexo. Nas duas atividades, foram coletadas as

respostas das concepções dos alunos sobre as imagens que foram apresentadas e

discutiu-se o que estava nas respostas. Através dela, foi possível perceber e corrigir

concepções errôneas dos alunos quanto aos temas supracitados. 70% dos alunos

tinham dificuldade em conceituar os termos trabalhados, ao fim desta atividade, toda a

turma havia construído corretamente os termos. Para encerrar esta primeira atividade,

foi feita uma dinâmica de grupo, com o intuito de descontrair e estreitar os laços entre

os envolvidos com a atividade.

Na parte de Ciência Agrícolas, o objetivo era trabalhar as divisões do trabalho no

meio rural, visto que as mulheres são responsáveis por boa parte das atividades nesse

setor. Foi feita uma dinâmica, exibição de um vídeo sobre o tema e posterior debate,

junto à turma de ensino médio integrado ao técnico em agropecuária, ou seja, futuros

profissionais que irão lidar diretamente com a questão.

Já na parte de Letras, a intervenção foi dividida em três encontros. No primeiro,

foi lido o conto “A menor mulher do mundo” de Clarice Lispector e apresentado o

conceito de feminismo segundo Butler e Beauvoir. O intuito desta intervenção era

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perceber características do feminismo na escrita de Clarice e como isso convergia

com os conceitos das teóricas. No segundo encontro, o conto escolhido foi “Devaneio

e Embriaguez duma rapariga” também de Clarice Lispector. Após a leitura do conto,

um questionário com seis perguntas foi entregue aos alunos, que se dividiram em

grupos para respondê-las. O terceiro encontro focou a leitura de algumas respostas e

discussão em grupo sobre o que aprenderam.

Após a aplicação do trabalho conversamos com os alunos e muitos se sentiram

à vontade em falar sobre as polêmicas da sociedade, levantaram perguntas sobre

notícias da internet e sobre as mídias que eles acompanham. Trouxeram o tema da

transsexualidade que foi tratada na novela das 21hrs, outros falaram sobre algumas

séries que assistiram e houve também alguns depoimentos pessoais de como se

sentiam em relação ao tema principalmente em relação a sexualidade.

Conclusões Finais

Refletindo sobre isso, as intervenções que ocorreram no CODAI serviram como

início de uma jornada no aprendizado sobre gêneros e tornaram-se a semente

plantada na sala de aula para que as discussões sobre o tema difundissem os

corredores e casas.

O trabalho aqui relatado tratou de questões complexas sobre gênero e

sexualidade, que estão em evidência e as intervenções feitas contribuíram certamente

para o processo de desconstrução dos alunos e complemento de informações sobre o

tema que apesar de ser tão popular provoca diversas confusões. O PIBID deve ser

enxergado pela escola como um meio facilitador, onde os alunos ajudam alunos para

facilitar o entendimento de qualquer questão que afete o contexto escolar.

Referências

BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo: Fatos e Mitos; tradução de Sérgio Milliet.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1949.

BUTLER, J. Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

ITANI, Alice. Vivendo o preconceito em sala de aula. In: AQUINO, Julio Groppa.

Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. 8. ed. São

Paulo: Summus Editorial, 1999. p. 119-134.

MESQUITA, Gabriella Riad Iskandar. ASPECTOS DE GÊNERO NO MEIO

RURAL. 2012. 29 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós- Graduação em Ciência

Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia,

2012.

SALIH, S. Judith Butler e a Teoria Queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

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REINOS AFRICANOS, QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO, IDADE MÉDIA E BRASIL COLONIAL: EXPERIÊNCIAS DE ESTUDO COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

DO CODAI-UFRPE8

Carlindo José da Silva Júnior; Luanna Priscylla da Silva Santos; Rosana Meira Lima de Souza9

Subprojeto de História10. Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas da UFRPE. E-mail: [email protected]; [email protected];

[email protected]

Introdução

A proposta de realização das atividades de reforço/apoio pedagógico surgiu tendo em vista a dificuldades de alunos do 2° e 3° anos na compreensão dos conteúdos de Idade Média, Declínio e Queda do Império Romano do Ocidente, Reinos Africanos e Brasil Colonial. Sugerimos então ao docente da disciplina de História a realização de encontros de apoio pedagógico para estas turmas, de forma a melhorar seu aprendizado, de uma maneira mais leve e dinâmica. O professor apoiou nossa proposta e a apresentou para os estudantes, que caso frequentassem os encontros e executassem a atividade a ser proposta ao final da atividade receberiam uma pontuação extra na disciplina. Objetivos

Abordar os temas através de uma ótica mais ampla, trazendo novas discussões sobre estes, baseadas em pesquisas mais recentes. Analisar questões tais como a questão bárbaro x civilizado, etnocentrismo, relação indígena x europeu, escravidão africana e indígena, entre outras. Referencial Teórico

Tomamos por base além de bibliografias referentes aos conteúdos que tratamos, tais como “A Civilização do Ocidente Medieval” de Jacques Le Goff e a coleção “História Geral da Civilização Brasileira” organizada por Sério Buarque de Holanda e Pedro Moacyr Campos, livros didáticos e o material iconográfico neles presentes. Também como forma de tornar os encontros mais adaptados e se encontrar melhores formas de abordar determinado tema ou tempo histórico utilizamos a obra organizada por Leandro Karnal “História em Sala de Aula”. Período de Realização da Atividade de Referência do Relato

O decurso da atividade foi durante o mês de abril até o dia 18 de maio de 2017, sendo um encontro por semana, realizados quatro com o 2° A, turno da manhã e dois encontros com o 3° B, turno da tarde.

8TrabalhorealizadocomacolaboraçãodoprofessorJosédeCarvalhoSilvaFilho(CODAI-UFRPE).9BolsistasdoProgramaInstitucionaldeIniciaçãoàDocência–PIBIDCAPES10Coordenadoresdeáreadosubprojeto:LucasVictorSilvaeJeanniedaSilvaMenezes

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Metodologia empregada e Resultados

Decidimos como forma de tornar o apoio pedagógico algo mais dinâmico e atrativo aos estudantes empregar uma metodologia mais variada e que facilitasse o desenvolvimento das discussões pretendidas.

Nos utilizamos tanto de vídeos, como os da série “Brasil 500 Anos – O Brasil Colônia na TV” e “O Perigo de uma História única – Chimamanda Adichie”, disponíveis on-line como introduções ou para o desenvolvimento de temas afim, como as condições de vida privada no período colonial. No decorrer das exposições foram utilizadas apresentações de slides, com uma variedade de mapas, infográficos e imagens que auxiliassem no entendimento do conteúdo. Além disso, empregamos atividades como apresentação de fotografias e pedimos para que os alunos dissessem a que lugar elas referiam-se, sendo que as fotografias exibiam locais do continente africano como Marrocos, Egito e África do Sul de ângulos dificilmente vistos nas mídias, fazendo com que os alunos fossem para além da ideia de que África equivalesse a fome ou miséria. Outra ação foi a de pedir para que os educandos desenhassem um alienígena com o objetivo de discutir as representações dos povos africanos ou dos ditos bárbaros no imaginário dos povos com os quais tiveram contato.

Para a conclusão do apoio pedagógico e como forma de obter a pontuação extra na disciplina a ser aplicada pelo professor, propomos aos estudantes alguns exercícios, tais como para o caso da Idade Média, um texto sobre os costumes medievais, para o Declínio e Queda do Império Romano do Ocidente a listagem de palavras-chave referentes ao conteúdo trabalhado, sobre os Reinos Africanos um texto relatando sobre a mudança de pensar que tiveram sobre o continente africano e sua História após as aulas e sobre o Brasil Colonial um questionário abarcando os principais pontos a se destacar no período histórico abordado.

Os resultados dos exercícios foram diversos devido as suas características intrínsecas, os alunos no exercício sobre Declínio do Império Romano do Ocidente listaram palavras tais como “Justiniano”, “exército” e “colonato”. Acerca dos costumes medievais os estudantes de modo geral buscaram comparar as reminiscências e comparações existentes entre os daquele tempo histórico e os atuais. Sobre a África eles expuseram a mudança de visão que tiveram após a atividade, indo para além da limitação da África a fome, miséria e guerras civis. Sobre o Brasil Colonial a quantidade de estudantes que entregou o questionário foi reduzida, os que responderam, entretanto, demonstraram ter aprendido bastante com a atividade, conseguindo compreender a lógica da colonização portuguesa, a relação que esta estabeleceu com os povos indígenas, o porquê da implantação da escravidão africana e da posterior decadência do cultivo do açúcar e ascensão econômica da região centro-sul da colônia.

Considerações Finais

Pudemos perceber ao longo do desenvolvimento da atividade, ainda que ela tivesse um caráter de rememorar conteúdos já anteriormente trabalhados, porém, de uma forma diferenciada e dinâmica, que ela trouxe bons resultados para os estudantes e estes conseguiram demonstrar isto através do seu envolvimento e na resolução das

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atividades propostas. Compreendemos a importância no uso de métodos mais vastos e de abordagens mais ricas para conteúdos já tão clássicos do conhecimento histórico, que por vezes são tratados superficialmente e ainda baseados em modelos historiográficos antigos. Referências ALVES, Alexandre; OLIVEIRA, Letícia Fagundes de. Conexões com a História. vol.

2. São Paulo: Moderna, 2010.

CAMPOS, F.; CLARO, R. Oficina de História. vol. 1. São Paulo: Leya, 2013. p. 180,

182.

HOLANDA, Sérgio Buarque de; CAMPOS, Pedro Moacyr (org.). Época Colonial: do

descobrimento à expansão territorial. 13ª Edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,

2003. (História Geral da Civilização Brasileira; t. 1; v. 1).

KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2013, 6. ed.. LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Bauru: Edusc, 2005. p. 19 –

43.

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RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ARTICULADO A EXPERIMENTAÇÃO PARA INTRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE SOLUÇÕES

Évany Kelly da Silva Campos, Jobson Albuquerque da Silva, Karla Simone B Cavalcanti1 Verônica Tavares Santos Batinga2

Subprojeto na área de Química3 – Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas Emails: [email protected], [email protected],

[email protected] e [email protected] Introdução

Diversos conteúdos de química ainda trazem grandes dificuldades ao aluno em

sua formação básica, no que diz respeito à assimilação do que está sendo passado.

No intuito de tornar o ensino mais eficaz, o professor precisa trilhar caminhos que

possibilitem ao aluno enxergar a química de forma mais significativa.

A prática experimental atua de forma mais ampla do que a convencional, ou

seja, piloto e quadro, pois desenvolve um maior interesse nos alunos, além de aguçar

habilidades que, de algum modo, não estavam sendo visualizadas em momentos de

aulas teóricas. Essas práticas, na maioria das vezes, têm desenvolvido aspectos

importantíssimos nos alunos, como uma visão crítico-reflexiva fomentando o

conhecimento. O professor, em sua formação, deve explorar caminhos para solidificar

as suas ideias e incrementar as suas práticas docentes.

No conteúdo de soluções, a Resolução de Problemas (RP) articulada à

experimentação surge para o professor de química como uma estratégia metodológica

nos conceitos básicos e mais profundos, atuando como mediador do conhecimento e

orientando o aluno para encontrar as chaves dos problemas e desenvolver o que está

sendo proposto, buscando, através de etapas, acentuar o raciocínio científico do aluno

potencializando-o para que ele possa associar a teoria com a prática, pois foge do

tradicional e adota práticas pedagógicas geradoras de sentido. Resolver problemas

para o aluno é explorar um universo além, estimulando o aprendizado.

Objetivo

Abordar a importância da aprendizagem por resolução de problemas para professores

em formação, bem como as dificuldades deste modelo metodológico para os mesmos.

Referencial Teórico

Para Pozo (1998, p. 14) “ensinar a resolver problemas não consiste somente

em dotar os alunos de habilidades e estratégias eficazes, mas também em criar neles

o hábito e a atitude de enfrentar a aprendizagem como um problema para o qual deve

ser encontrada uma resposta”.

Período de realização das atividades

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As atividades foram desenvolvidas durante o mês de maio do ano corrente a

partir de três encontros, os quais serão descritos na metodologia.

Metodologia

As aulas foram organizadas por uma sequência didática (SD) e foi baseada na

metodologia de resolução de problemas.

A. Leitura e socialização no grande grupo da situação problema que foi criada pelos

ID’s e foi apresentada previamente aos alunos: “João é um pai de família muito

atencioso e dedicado. Atualmente sua família está passando por um quadro de

diarreia e desidratação, seus filhos apresentam a pele seca e muitas dores. Foi

recomendado a João, que preparasse soro caseiro, ele porém, não sabe prepará-lo e

tampouco a finalidade do mesmo. Como estudantes de química, de que maneira

poderíamos ajudar João e sua família? Como é a preparação do soro caseiro e a sua

finalidade?”

B. Debate com o grande grupo sobre a situação problema e como alcançar as

respostas do problema proposto.

C. Parte experimental: Produção de soros - No laboratório de microbiologia, três

alunos da 2ª série do ensino médio foram escolhidos para preparar uma solução de

soro caseiro utilizando materiais como: Béqueres de 1L (3), placas de petri (6),

colheres (3), água mineral, sal, açúcar e balança analítica. Com apoio das placas de

petri e colheres, os alunos escolheram e pesaram os materiais (sal e açúcar),

adicionaram estas substâncias aos béqueres e completaram com água mineral.

D. Análise do grupo sobre os soros realizados, conceituando assim interações soluto-

solvente e componentes químicos da solução.

E. Cálculos das concentrações da soluções feitos pelos alunos. Com os solutos já

pesados e anotados pelo grupo, mediu-se a concentração de cada soluto na solução.

F. Leitura de vídeo proposto pelos ID’s sobre a forma correta de preparar soro

caseiro.

G. Aplicação de um questionário para avaliação:

1º) Qual a diferença entre soluções saturadas, insaturadas e supersaturadas?

2º) O soro caseiro é considerado uma solução e qual sua função? Justifique sua

resposta.

3º) Qual a composição química do sal, água e açúcar?

4º) Quais as concentrações necessárias para se obter bons resultados da solução?

Resultados

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Os Alunos por não estarem situados com a metodologia (RP), se sentiram

“coagidos” a responderem e até pesquisar sobre a situação problema em questão,

logo observamos que a (RP) deve ser uma metodologia constante em sala de aula,

para que os alunos possam entendê-la melhor.

A parte experimental foi uma das mais importantes nesta SD, pois os alunos

puderam ver na prática a química no cotidiano e a partir disto, puderam resolver

parcialmente o problema. A explanação dos conteúdos programáticos foi muito mais

eficaz por causa da experimentação feita anteriormente. A leitura de vídeo foi

escolhida pelos ID’s para concluir as respostas da situação problema proposto, porém,

a proposta da RP seria que os próprios alunos fizessem a conclusão da situação

problema.

O questionário final foi proposto também pelos ID’s para observar o avanço dos

alunos frente ao conteúdo programático. Na questão 1, 40% dos alunos ficaram

inseguros para conceituar, 2% dos mesmos não responderam. Questão 2, a maior

parte chegou a mesma conclusão. Questão 3, 95% dos alunos assimilaram e na

questão 4, 100% dos alunos compreenderam a concentração correta.

Chegamos a conclusão os mesmos ainda possuem certa dificuldade com

conceitos, mas quando isso foi articulado ao dia-a-dia, os mesmos obtiveram maior

facilidade em aprender e assimilar melhor do que quando foi visto em sala de aula.

Considerações finais

Os dados corroboram a concepção de que o trabalho baseado em resolução de

problemas é mais eficiente quando o professor utiliza essa metodologia na rotina

escolar (Echeverría e Pozo, 1998, p.16).

Referências AMADO, M. V. Aprendizagem baseada na resolução de problemas (ABRP) na formação contínua de professores de ciências. INTERACÇÕES, n. 39, 2015. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília (DF), Secretaria de Educação Média e Tecnológica: MEC, 2002. ECHEVERRÍA; POZO. A solução de problemas. Aprender a resolver, resolver para aprender, 1998. FREIRE, M. S.; SILVA, M. G. L. Como formular problemas a partir de exercícios? Argumentos dos licenciandos em química. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 12, n. 1, 2013. GOI, M.E.J.; SANTOS, F.M.T.. Resolução de Problemas e Atividades Experimentais no Ensino de Química. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), 2008. _____. Vivenciando a estratégia de Resolução de Problemas: dificuldades de futuros professores de química. Educ. quím., v. 25, 2014.

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CONCEPÇÕES DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO SOBRE O CONCEITO DE CALOR

Jorge da Silva Martins11, José Euzebio Simões Neto2, Karla Simone B. Cavalcanti1 e Larissa Oliveira de Souza3

Subprojeto na Área de Química4- PIBID UFRPE . Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas da UFRPE. E-mails: [email protected],[email protected],

[email protected], [email protected] Introdução

Pessoas exigem diferentes modos de pensar, que encontram valor pragmático em

contextos específicos. Essa é a ideia central da teoria dos perfis conceituais. Existe

um perfil conceitual para o conceito de calor, que discutiremos nesse trabalho, a

partir de um olhar para a sala de aula.

Objetivo

Identificar as zonas do perfil conceitual de calor que emergem nas respostas dos

alunos, quando perguntados sobre a definição desse conceito.

Referencial Teórico

Podemos entender a teoria dos perfis conceituais como uma forma de modelar a

heterogeneidade de modos de pensar e formas de falar em salas de aula de

ciências. A abordagem de perfis conceituais fundamenta-se na ideia de que pessoas

têm diferentes maneiras de ver e conceituar o mundo, ou seja, diferentes modos de

pensar um mesmo conceito, sendo que cada uma das concepções apresentam um

contexto de aplicação (MORTIMER; SCOTT; EL-HANI,2009). Dentre os diversos

conceitos que já foram perfilados, está o calor, proposto por Amaral e Mortimer

(2001) e constituído por cinco zonas, que apresentam compromissos

epistemológicos e ontológicos diferentes. A zona chamada de realista é

caracterizada por ideias de calor associadas à sensação térmica de quente. Na zona

animista o calor é tratado como uma substância viva ou capaz de conceder vida. Na

zona substancialista o calor é visto como uma substância inerte. Na zona empírica

está a ideia de calor associado a medidas de temperatura. Por fim, a zona

racionalista, que entende o calor como energia em trânsito.

Período de realização da atividade de referência do relato As atividades foram desenvolvidas no período de 02 (dois) de maio a 30 de junho, compreendendo as etapas de planejamento e execução. 11 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID CAPES. 2 Orientador do Subprojeto. Professor do Departamento de Química da UFRPE 3 Co-orientadora do Subprojeto. Mestranda do PPGEC da UFRPE 4 Coordenadora de área do Subprojeto: Ruth Nascimento Firme (Química).

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Metodologia Elaboramos um questionário para proporcionar a emergência de diferentes modos de

pensar sobre o conceito de calor. Aplicamos com 18 alunos de uma turma do 2º ano

do EM do Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas, como atividade relacionada ao

PIBID-Química-UFRPE. Nesse trabalho, apresentamos a análise apenas da questão

1, “O que é calor?”, buscando diferentes modos de pensar o conceito de calor.

Resultados e Discussão

No quadro 1, apresentamos as respostas dos estudantes, com destaque para as

formas de falar associadas as zonas do perfil conceitual de calor.

Quadro 1: Respostas da 1º questão E1 Calor é o grau de agitação das partículas que constituem um corpo.

Costumamos ganhar ou perder calor para o ambiente quando a temperatura do ambiente é diferente da do corpo.

E2 Quando um corpo de maior temperatura transfere calor para um de menor temperatura e terá o equilíbrio térmico. Exemplo: Quando sentimos calor, é por conta da temperatura elevada do ambiente que estamos, ele passará calor para nós, por conta do nosso corpo que possui menor temperatura.

E3 Calor é o que irá definir o grau de agitação das partículas das moléculas. Se o calor aumentar a temperatura também aumentará e vice-versa.

E4 Radiação de calor liberado pelo sol que entra em contato com os corpos. E5 Calor é uma energia caracterizada pela agitação de partículas em

determinado corpo, podendo ser alta ou baixa e que também pode ser transferida de um corpo a outro. O calor é influenciado pela temperatura e pressão, sendo que sua presença ou falta dele pode afetar o estado dos corpos.

E6 Calor é a sensação térmica que sentimos com o aumento da temperatura.

E7 Na minha lógica, o calor é como se a temperatura estivesse elevada, dando a sensação que o ambiente está “quente”.

E8 Calor é quando tipo tem várias pessoas juntas em um lugar fechado aí uma transmite calor para a outra, também quando o sol está em uma temperatura elevada ele transmite calor.

E9 Calor pode ser o estado que a pessoa se encontra ou quando algo é aquecido.

E10 Calor existe muitas formas diferentes de sentir de transmissão mais no ditado popular “ai meu (Deus) estou morrendo de calor” porém ninguém morre de calor no qual seria algo ou lugar muito quente.

E11 Calor é a transferência de temperatura de um corpo para outro, o de maior temperatura transfere calor para o corpo de menor temperatura.

E12 Calor é a transferência de temperatura de um corpo para outro. Quando tem a sensação de calor, ou perde calor ou ganha.

E13 É um tipo de energia, que é transferida de um corpo para outro desde que haja uma diferença de temperatura.

E14 No meu entendimento calor tem varias formas. Exemplo: aglomeração de corpos gera calor.

E15 O que a pessoa sente. E16 Uma energia insuportável.

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E17 É um tipo de energia que tanto faz ganhar ou perder calor. E18 Quando a temperatura de algo está muito alta. Fonte: Própria Os estudantes E6, E10, E15 e E16 definiram calor de acordo com um modo de

pensar associado à zona realista, como podemos ver nas expressões: “sensação

térmica que sentimos”, “morrendo de calor”, “o que a pessoa sente”; e “ uma energia

insuportável”. Já E4, E9, E14 e E17 atribuem ao calor um comportamento animista,

como é possível constatar no discurso de E17: “um tipo de energia que tanto faz

ganhar ou perder”. Para os estudantes E8, E11 e E13, a definição de calor apresenta

uma proximidade com o conceito científico, encontrado nos livros didáticos e

associados à zona racionalista, associando calor a energia em trânsito de um corpo

para outro, em diferentes temperaturas. Em relação à zona empírica, essa só foi

identificada na resposta do estudante E18, que tem a concepção de calor associada

à medição de temperatura. Não identificamos nenhuma resposta associada à zona

substancialista, no entanto, ideia de calor, na qual emergiu-se a zona substancialista.

Podemos observar que nas respostas de E1, E2, E5, E7 e E12, a emergência de

mais de uma zona do perfil conceitual de calor, como na resposta de E2, na qual

podemos notar a emergência da zona racionalista (“... um corpo de maior

temperatura transfere calor para um de menor temperatura...”), realista (“... Quando

sentimos calor...”) e animista (“...passará calor para nós...”).

Conclusão

A análise das respostas dos estudantes quando perguntados sobre o conceito de calor

mostrou uma pluralidade de modos de pensar que emergem em formas de falar, as

quais podem ser associadas aos compromissos epistemológicos das zonas realista,

empírica, animista e racionalista do perfil conceitual de calor, sendo a zona

substancialista a única a não emergir nas respostas. Ainda, percebemos uma boa

quantidade de discursos híbridos, nos quais mais de uma zona do perfil conceitual de

calor é utilizada para definição do conceito. Dentro das atividades do projeto no PIBID-

Química-UFRPE, como perspectivas futuras, vamos propor uma sequência didática

para abordar o conceito de calor considerando os diversos modos de pensar e os

contextos nos quais apresentam valor pragmático.

Referências AMARAL, E. M. R.; MORTIMER, E. F. Uma proposta de perfil conceitual para o conceito de calor. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências. Belo horizonte. v. 1 n. 3 p. 1-16. 2001. MORTIMER, E. F; SCOTT, P; EL-HANI, C. N. Bases teóricas e epistemológicas da abordagem dos perfis conceituais. In: VII Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências. Florianópolis. Atas... Belo Horizonte: ABRAPEC, 2009.

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FOGÃO SOLAR – UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE

André Fonseca Louback, Henrique José Cavalcante da Silva1, Karla Simone B. Cavalcanti2, Marcella Feitosa dos Santos3

Subprojeto na Área de Matemática4 - Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas da UFRPE [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]

Introdução

“No Brasil, o fogão a gás, considerado a maior inovação dos anos 1930, ainda

não chegou a 3 milhões de lares, que preparam seus alimentos em fogões a lenha.”

(FOLHA DE SÃO PAULO). Muitos moradores da zona rural ainda hoje enfrentam o

desafio de cozinhar a lenha por necessidade. Um levantamento feito pela PUC-Rio, a

UERJ e o Sindigás mostra que a fumaça tóxica causada pela queima de lenha em

residências afeta 30 milhões de brasileiros. Além disso, o Nordeste concentra o maior

número de fogões a lenha, com 42% do total. Cerca de 80% da madeira é retirada da

caatinga, sendo a principal causa de desmatamento desta vegetação. Como

alternativa para reduzir o uso do fogão a lenha, um fogão solar pode ser aplicado com

eficiência.

Objetivos

Levar os alunos a compreenderem a importância das energias sustentáveis,

bem como estudar os conceitos matemáticos envolvidos na parábola e no paraboloide,

mostrando a utilização da geometria em situações práticas.

Referencial teórico

A matemática foi se desenvolvendo ao longo dos anos, cada sociedade

contribuiu para o conhecimento que temos hoje. O uso de concentradores da luz solar

é muito antigo, os astecas, gregos, romanos e chineses foram os primeiros a utilizar-

se dessas estratégias para concentrar a luz solar. Registros históricos revelam que

Arquimedes em 2012 AC usou espelhos côncavos para incendiar as velas da frota

romana de navios na invasão da ilha grega Siracusa. Roger Bacon, um monge

franciscano inglês, em 1978, foi considerado herege e preso por utilizar espelhos

parabólicos. Em 1515, Leonardo da Vinci publicava desenhos com concentradores

parabólicos. No entanto, somente em 1860 o matemático Augustin Mochot

desenvolveu o fogão solar e pesquisou seus benefícios.

1BolsistasdoProgramaInstitucionaldeBolsadeIniciaçãoàDocência-PIBIDCAPES.2Supervisora.ProfessoradoCODAI.3Orientadora.ProfessoradematemáticadoCODAI.4Coordenadoradeáreadosubprojeto:MariaÂngelaCaldasDidier(Matemática)

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As energias renováveis são aquelas provenientes de ciclos naturais de

conversão da radiação solar, fonte primária de quase toda energia disponível na Terra

e, por isso, são praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta

(PACHECO, 2006).

Por ser uma fonte de energia não poluente, gratuita e abundante, o fogão solar

é uma alternativa sustentável e renovável para o fogão a lenha. Em 1950, as Nações

Unidas começaram a apoiar a pesquisa e o desenvolvimento em larga escala,

buscando materiais de baixo custo e de produção fácil. Apesar de ter uma estrutura

simples, o fogão solar, nas proporções corretas, fornece energia suficiente para ferver

água, cozinhar, assar, fritar, e aquecer alimentos. Além disso, pode ser utilizado para

fins não alimentícios, como aquecer água e secar produtos agropecuários. Podemos considerar que existem três tipos mais comuns de fogões solares,

são eles painel, caixa e parabólico.

Os fogões solares do tipo painel são os mais simples, fáceis de serem

construídos, normalmente são confeccionados com papelão revestidos de superfície

de material polido e espelhado, como papel alumínio. Permite a cocção de alimentos,

que demora mais tempo em relação ao fogão tradicional. A temperatura chega aos

100 graus célsius.

Os fogões solares do tipo caixa têm rendimento melhor, é mais direcional. Tem

como diferença o efeito estufa, onde os alimentos ficam em uma caixa no fundo,

recebendo a radiação solar de abas direcionadoras. Podem ser utilizados como forno

para assar. A temperatura ultrapassa os 100 graus célsius.

Os fogões solares do tipo parabólico é o sistema de melhor rendimento,

funcionando com direcionamento acompanhando o movimento do sol. O concentrador

parabólico direciona os raios solares para o ponto focal, onde é colocada a panela. A

temperatura no foco pode chegar a 350 graus célsius, atuando como um fogão

convencional em termos de tempo de cozimento. Como nosso objetivo é estudar o

conceito matemático que torna possível a eficácia do fogão solar, focaremos no

parabólico.

A parábola se caracteriza por ser uma curva com apenas um foco e possui a

propriedade de que todo raio, partindo de seu foco, ao incidir sobre a própria parábola,

refletirá raios paralelos ao seu eixo. Tal característica fornece uma gama de

aplicabilidades no universo da Engenharia. Dentre essas aplicabilidades, uma das

mais conhecidas, e que até mesmo carrega o nome da cônica, é a antena parabólica.

(SOUZA, 2014)

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Metodologia

A atividade foi pensada para ocorrer nos dias 10, 17 e 24 de novembro nas

turmas do 3° ano do Ensino Médio dividido em três encontros com duração de duas

horas aulas cada encontro.

No primeiro encontro será discutida a importância da energia para nossa

sociedade atual, quais os tipos de energia existentes e como cada uma impacta no

meio ambiente. Em seguida, abordaremos quais dessas energias podem ser utilizadas

no preparo de alimentos (como combustível nos fogões). Após a primeira rodada de

debate, serão apresentados vídeos sobre os tipos de combustíveis para reforçar (ou

não) o conhecimento dos alunos sobre esse conteúdo. Depois de feito isso será

realizada uma nova rodada de discussão sobre os combustíveis.

No segundo encontro, pensamos em apresentar o fogão solar, seu

funcionamento, os tipos: painel, caixa e parabólico e o que os diferem, comparando

seus pontos positivos e negativos, bem como os conceitos matemáticos e físico

presente neles, em especial com o parabólico, a partir do qual pretendemos relembrar

o que é uma parábola, suas propriedades e aplicações. O terceiro encontro será

voltado para a construção e o teste do fogão solar.

Resultados Esperados

Esperamos que a atividade motive os alunos a estudar matemática e que eles

possam perceber a importância que os conceitos matemáticos têm em nossa vida.

Através de um exemplo de simples observação do funcionamento do fogão solar, eles

compreenderão toda a estrutura da parábola e do paraboloide e suas propriedades.

Referências PAMPLONA, Patrícia. Fogões sustentáveis levam melhor qualidade de vida para Bahia. UOL. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2017/01/1853427-fogoes-sustentaveis-levam-melhor-qualidade-de-vida-para-bahia.shtml. Acesso:15/10/2017 NEVES, Ernesto. Fumaça tóxica dentro de casa afeta 30 milhões de brasileiros. VEJA. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/radar/fumaca-toxica-dentro-de-casa-afeta-30-milhoes-de-brasileiros/. Acesso em:15/10/2017 Energia solar - usos e aplicações. Introdução aos fogões solares. Disponível em: http://www.fogaosolar.net/introd.html. Acesso em: 15/10/2017 PACHECO, Fabiana. Energias Renováveis: Breves Conceitos. Salvador: Conjuntura Econômica n. 149, 2006 SOUZA, Lindomar Duarte de. Cônicas e suas propriedades notáveis. 2014