a liberal democracia representativa

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Apostila 13

A LIBERAL - DEMOCRACIA REPRESENTATIVASrgio A. da A. Coutinho Jorge R. PereiraAgosto de 2009

LIBERALISMODoutrina fundamentada nas leis e direitos naturais do ser humano, que defende a mais ampla liberdade individual, particularmente nos campos poltico, econmico e cultural, em oposio s ingerncias excessivas do Estado na vida do cidado, limitando os seus poderes (do Estado) normativos e coercitivos; na linguagem literria e jornalstica, Liberalismo Clssico; V. Cf. Liberalismo Moderno. O liberalismo prope o estado mnimo e a democracia representativa (campo poltico); a livre iniciativa e o livre mercado (campo econmico); a cooperao de classes (campo social).

LIBERALISMO CLSSICOO Liberalismo na sua concepo original (Sc. XIX) que se manifesta na defesa da liberdade do homem e da sua individualidade, ressalta a esfera privada, a propriedade, a livre iniciativa e preconiza a limitao dos poderes e tamanho do Estado (Estado Mnimo) e de suas excessivas ingerncias e coero.

CAMPO POLTICO CAMPO ECONMICO CAMPO SOCIAL

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA LIVRE INICIATIVA COOPERAO DE CLASSES

LIBERALISMO MODERNODoutrina fundada na cultura ocidental crist e voltada para a adaptao dos princpios do LIBERALISMO CLSSICO necessidade de um Estado com funes de moderador do funcionamento do livre mercado, de mediador da cooperao de classes e da solidariedade social e de estimulador da realizao da prosperidade nacional.

CAMPO POLTICO CAMPO ECONMICO CAMPO SOCIAL

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA LIVRE INICIATIVA REGULADA SOLIDARIEDADE SOCIAL

TRUST DUMPING CARTEL

LIBERALISMO MODERNO

LIBERAL-DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Sistema poltico que se fundamenta nos princpios: Do Liberalismo Moderno; Da Precedncia do Homem e das suas Prerrogativas originais; Da Soberania Popular. Na prtica, se caracteriza pela: Representao eletiva no governo; Diviso de Poderes e alternncia no governo; Moderao da livre iniciativa e da livre concorrncia, na proteo ao consumidor; Mediao da cooperao de classes e da solidariedade social, na proteo da dignidade humana e da paz social; Respeito incondicional Propriedade Privada para o favorecimento do progresso, base da prosperidade nacional. A Democracia Representativa a soluo liberal para a sociedade de classes. A concepo da Liberal-Democracia Representativa se ope a outros conceitos ideolgicos como: Democracia Autoritria Democracia de Classe Democracia Direta Democracia Integral Democracia Proletria Democracia Popular Democracia Radical Democracia da Maioria Democracia Profunda Democracia Corporativa Coletivismo Absolutismo Totalitarismo Patrimonialismo Socialismo

A LIBERAL-DEMOCRACIA REPRESENTATIVA no uma ideologia revolucionria, mas um ideal poltico: CONSERVADOR, com relao aos seus fundamentos cvicos e morais; Renovador, com relao evoluo dos processos e da dinmica poltica, econmica e social. Recomendamos ler, no Caderno F do site do Farol: O Homem Conservador (Titus Burkhard), Os Dez Princpios Conservadores (Russel Kirk). A Verdade como Fundamento da Liberdade (Cardeal Avery Dulles, do CIEEP). Conjunturalmente, a Liberal-Democracia Representativa pode e deve assumir um protagonismo contra-revolucionrio para realizar uma: Restaurao democrtica Renovao do Estado Induo da reverso da moral pblica. Recomendamos ler, no Caderno F do nosso site: A mentalidade revolucionria, de Olavo de Carvalho.

LIBERAL-DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

FUNDAMENTOS ANTECEDENTES

PRECEDNCIA DO HOMEM O Homem precede o Estado

PRERROGATIVAS DO HOMEM Igualdade original (imanentes) Liberdade individual Dignidade da Pessoa Individualidade Humana (Singularidade do ser)

SOBERANIA POPULAR Todo o poder emana do povo

PRERROGATIVAS DO HOMEM Para os agnsticos: FACULDADES (poderes naturais) QUE DISPE O HOMEM COMO SER RACIONAL E SOCIAL Para os Cristos: FACULDADES (dons divinos) CONFERIDOS AO HOMEM COMO SER CRIADO IMAGEM E SEMELHANA DE DEUS.

SOBERANIA POPULAR PODER DE SE AUTODETERMINAR QUE, INDIVIDUALMENTE, A TOTALIDADE DAS PESSOAS QUE VIVE NUM MESMO PAS ADQUIRE AO TOMAR CONSCINCIA DE SUA NACIONALIDADE.

LIBERAL-DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

SOBERANIA POPULARCONTRATO SOCIAL (CONSTITUIO) Governo Representativo (Delegao da Soberania Nacional) Vontade da Maioria Respeito aos Direitos da Minoria Poder Compartilhado (Diviso de Poderes) DELEGAO DE PODER Alternncia no Poder Controle pela Sociedade

O respeito Constituio garante a ordem e os valores adotados pelo povo formador da nao.

ESTADO CONTRATUAL

BEM COMUMA liberdade individual s poder ser fruda em sua plenitude onde houver mnima interferncia do Estado na vida do cidado, uma razovel independncia financeira e econmica das pessoas e a mxima garantia da propriedade privada. CONDIES DE PARTICIPAO: IGUALDADE CIVIL VOTO UNIVERSAL EDUCAO PARA TODOS RESPONSABILIDADE CVICA o Deveres Civis (contribuio) o Deveres Sociais (Cooperao de Classes) Paz Social o Deveres Morais (Solidariedade Social) Fraternidade

CONDIES DO GOVERNANTE (Escolha da maioria) Competncia Probidade Sensatez

A DEMOCRACIA COMO IDEOLOGIA Srgio A. de A. Coutinho Ao se dizer democrata, portanto anti-marxista, imediatamente voc estigmatizado de direita, retrgrado e, na melhor das hipteses, conservador. Mas, o que fica mesmo insinuado que voc totalitrio, reacionrio, neo-liberal e servidor do capitalismo internacional. Tudo acontece pela aplicao estereotipada de um modelo topolgico linear em que, se voc no de esquerda, por excluso, s pode ser de direita. uma frmula eficaz do patrulhamento ideolgico. Assim, alguns democratas, inibidos ou intimidados, no manifestam abertamente sua posio poltica e se calam, quando no fazem algumas concesses ao socialismo. Outros se colocam no muro e aceitam uma identificao de centro ou, complacentes, de centro-esquerda, como se fosse possvel uma sntese dialtica da esquerda com a direita. Finalmente outros radicalizam a sua posio e assumem, aberta ou discretamente , que so de direita, aceitando o modelo ideolgico maniquesta. Em qualquer uma das atitudes, as esquerdas saem ganhando porque o protagonismo dos democratas est definitivamente neutralizado e o pas marcha, sem oposio para o socialismo com a tcita e democrticaconcordncia de todos. Para romper esta inao induzida, preciso, antes de tudo, definir a Democracia como entendida na tradio ocidental crist e tir-la do contexto linear das posies de esquerda e direita. A verdadeira democracia (governo do povo) pode ser denominada LIBERAL DEMOCRACIA REPRESENTATIVA para no ser confundida com outras democracias, enganosas e adjetivadas para esconder uma concepo revolucionria: Liberal Democracia, para no se confundir com social-democracia ou socialismo democrtico; Democracia Representativa, para no se identificar com democracia popular, democracia de classe e democracia direta. Nas concepes marxistas em que, na luta de classes, a classe mdia no-povo (Ver A. Gramsci, em Cadernos do Crcere, Vol. IV, p. 87 e 88), todas so eufemismos para ditadura do proletariado ou democracia radical, expresso referida por Roberto Freire, presidente do Partido Popular Socialista (Ex-Partido Comunista). O uso manipulado da palavra democracia pode muito bem ser ilustrada na denominao da antiga Alemanha Oriental comunista: Repblica Democrtica da Alemanha. Feita a distino elementar da Liberal Democracia Representativa (LDR), deve-se reconhecer que ela o oposto de qualquer concepo ideolgica seja de direita, seja de esquerda. Muito menos ela o meio-termo de uma e outra; nem pensar que possa ser a sntese dialtica, uma espcie de Terceira Via proposta pelos socialistas fabianos ingleses. Portanto a LDR, numa viso relativa, ocupa uma posio extrema e absoluta de oposio simultnea s concepes ditas de direitae de esquerda. Colocando tudo em um modelo geomtrico, podemos dizer que a Democracia, a esquerda internacionalista marxista e a direita nacionalista totalitria ocupam os vrtices de um tringulo eqiltero. Cada concepo em lugar prprio, inconfundvel e irreconcilivel ideologicamente. Os cidados democratas e os partidos democrticos, ditos vulgarmente de centro, devem romper todas as relaes de compromisso ou de convenincia e perceber logo de inicio que suas concepes polticas no esto eqidistantes dos extremos totalitrios, mas colocadas noutro vrtice tpico extra centro, posio ideolgica distinta e fundada na precedncia do homem, nas prerrogativas humanas originais de liberdade, dignidade e individualidade e na soberania popular. A Liberal-Democracia uma concepo singular e inconfundvel, sem qualquer relao afim com a esquerda e direita, vale dizer, com socialismo cientfico ou reformista e com nacional-socialismo totalitrio, com as suas mais sedutoras roupagens. Este entendimento deve ser um referencial para o cidado democrata.

TOPOLOGIA DOS EXTREMOS IDEOLGICOS

LIBERAL DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

SOCIALISMO CIENTFICO MARXISMO

NACIONAL SOCIALISMO NAZISTA

A Liberal-Democracia Representativa, nem direita, nem esquerda nem mesmo ao centro do eixo horizontal socialista, mas fora deste eixo, em outra parte e distanciada das concepes socialistas.

OPE-SE SOCIAL DEMOCRACIA

LIBERAL DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

OPE-SE DEMOCRACIA DIRETA

VARIANTE ECLTICA DO LIBERALISMO MODERNOSOCIAL-LIBERALISMO Em Miguel Reale, doutrina poltica que sintetiza a convergncia ideolgica do Liberalismo com o Socialismo, conciliando os valores de liberdade (livre iniciativa) e igualdade (justia social), representando a fuso das idias do Liberalismo Moderno (destrgiro) com as da Social-Democracia (levgira); Liberalismo Social. Cf. Democracia Social.

DEMOCRACIA INTEGRAL Em Miguel Reale, sistema de governo que resulta da convergncia de ideologias, do pluralismo de idias, das formas de express-las e dos distintos processos e organismos de manifestao da vontade popular, criando melhor consonncia entre a Sociedade Civil e o Estado. (Em termos prticos, a combinao dos processos da Democracia Representativa e da Democracia Direta, superando a partidocracia da primeira)

JUSTIA SOCIALPara correto entendimento dos significados, e perceber seu contedo ideolgico, leia no Glossrio de apoio (ao final deste texto) as definies completas dos seguintes conceitos: 1. Justia Social (categoria de esquerda) que se contrape a Bem Comum; 2. Bem Comum (categoria da Democracia) 3. Associao Civil da Democracia 4. Cidadania como utilizada e distorcida como categoria poltica pelas esquerdas. 5. Organizao No-Governamental (o que poderia ser uma decorrncia das Associaes Civis, saudveis e democrticas, passou a ser utilizada como categoria e instrumento poltico das esquerdas, modificando o senso comum e enganando a sociedade). 6. Sociedade Civil em Gramsci: espao social pblico, utilizado para manifestar a Vontade Coletiva, expressar o Consenso e projetar a Hegemonia (ou seja, a anulao do Homem como indivduo singular). Arena da luta de classes. 7. Sociedade Civil Organizada em Gramsci: aquela em que as classes subalternas, organizadas, exercem a direo moral e intelectual do Estado.

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA ESTADOGOVERNO

DEMOCRACIA DIRETA ESTADOGOVERNO

REPRESENTAO PARTIDO

APOIO INFLUNCIA OPOSIO

DIREO

ORGANISMO INTERMEDIRIO

PLEBBISCITO INFLUNCIA PRESSO DE BASE

APH(ONG) (1)

AC(ONG) (2)SOCIEDADE NACIONAL

PARTIDOSOCIEDADE CIVILVANGUARDA

(2) Associao Civil

(1) Aparelho privado de hegemonia (APH) (A. Gramsci); atualmente diz-se Organizao No-Governamental (ONG) de primeiro nvel (engajada).

VONTADE DA MAIORIA (VOTO UNIVERSAL)

VONTADE COLETIVA (CONSENSO)

DEMOCRACIA INTEGRAL (Desenho esquemtico para se entender a definio acima, de Miguel Reale) Nota importante: um alerta para a interpretao: O desenho acima pretende dar elementos para sua reflexo sobre a definio da proposta de Miguel Reale que busca combinar dois sistemas incompatveis entre si: o da Democracia Representativa e o da Democracia Direta (conf. seu livro O Estado Democrtico de Direito e o Conflito das Ideologias, 3. Edio, pgs. 93 a 97). Esta proposta, vinda de um dos autores originais da Constituio Cidad de 1988, abre portas a permanentes assdios manuteno da Democracia Representativa, promovidos principalmente pelos filo-socialistas e pelos politicamente corretos, estimulados pelas esquerdas (revolucionrias ou reformistas) que deles se aproveitam como inocentes teis ou companheiros de viagem.

A ASSOCIAO CIVIL NA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

VONTADE POPULAR

ASSOCIAO CIVIL

OPINIO PBLICA

VOTO

PARTIDOS POLTICOS

Polticos

PARLAMENTO

LEIS NOTAS IMPORTANTES PARA O BOM ENTENDIMENTO: A Associao Civil, conforme definido por Alexis de Toqueville, uma entidade democrtica e saudvel ao exerccio da democracia representativa. Tanto assim que, pelo esquema acima, percebe-se nitidamente as possibilidades de sua participao na poltica, atravs da influncia sobre os partidos polticos e sobre os prprios polticos, na busca do atendimento dos interesses do grupo que representa, na elaborao das leis de um pas. Isso, no entanto, deveria ser paralelo aos (e muitas vezes coincidente com) interesses da opinio pblica, sem jamais se sobrepor a ela nem super-la em qualquer momento. Ver definio no glossrio, ao final

da apostila.

Na elaborao das leis, o poltico deve que ter a sensibilidade de perceber o que realmente une e deseja a nao. A Constituio tanto mais efetiva quanto melhor expressar as afinidades dos espritos de cada indivduo e de todos, sem violentar a natureza dos que fazem parte daquela sociedade. S. Paulo Apstolo chamou este esprito de igualdade do povo de OMONIA. Sto. Toms de Aquino chamou de amizade: a capacidade de gostar das mesmas coisas e rejeitar as mesmas coisas. A Constituio, construda a partir destes princpios, um conjunto de leis em vigor que refletem uma espcie de consenso vigente do senso comum. O esprito de nacionalidade depende da existncia da Omonia, da conscincia da tradio histrica do pas, da amizade e do respeito dos cidados hoje vivos com seus antecessores j mortos, dignificados e honrados pelas geraes presentes pelo seu trabalho pela ptria. Estudos recomendados: Curso sobre Eric Voegelin, de Olavo de Carvalho (DVDs disponveis), curso de Filosofia do Olavo em www.seminariodefilosofia.org

PARTICIPAO NO PRODUTO NACIONALSEGUNDO AS DIVERSAS CORRENTES SOCIALISTASDISTRIBUTIVISMO SOCIALISTA O Estado proprietrio dos meios de produo e gestor dos resultados, pretendendo distribuir equitativamente para todos o que consegue obter de ganhos. Conforme Karl Marx, a cada um segundo suas necessidades, de cada um segundo suas possibilidades.. Previdncia Social Estatal.

SEGUNDO A LIBERAL-DEMOCRACIA REPRESENTATIVACOMPARTILHAMENTO DA PROSPERIDADE Salrios (ganhos segundo sua competncia e esforo pessoal) Complementao salarial (Providncia e Solidariedade Social, nas calamidades, por tempo e regies limitadas) Seguro Social Privado (Previdncia)

Liberalismo Moderno: Propriedade privada preservada s ltimas conseqncias, estmulo e respeito iniciativa privada, participao da sociedade na prosperidade nacional pelo trabalho e conquista digna de salrios e remuneraes. O LIBERALISMO MODERNO EA LIBERAL-DEMOCRACIA REPRESENTATIVAA restaurao da democracia autntica no Brasil est na evoluo consistente e saneadora do sistema poltico vigente, apesar de presentemente ineficaz e contaminado pela corrupo. Com empenho para libert-lo dos vcios do patrimonialismo histrico e do processo ideolgico de implantao do socialismo opressor em curso no pas desde o incio do sculo passado, pode-se construir um sistema poltico confivel. O advento de uma gerao de novos polticos capazes de assumir as responsabilidades de elite pensante, com esprito de estadistas, pode proporcionar oportunidade de construo da prosperidade nacional com garantias da propriedade privada, da liberdade individual e da promoo da solidariedade social em respeito dignidade da pessoa. O caminho pode ser o da LIBERAL-DEMOCRACIA REPRESENTATIVA, de inspirao econmica no LIBERALISMO MODERNO, respeitando as razes crists da civilizao ocidental, adaptando-se s condies scio-econmicas do pas e s caractersticas culturais do seu povo. Apesar do valor de suas propostas, no entanto, no est tambm isenta de riscos e dificuldades, at porque uma concepo ideolgica universal (no se entenda internacional) e por isso, nem sempre plena e facilmente aplicvel s circunstncias prprias de uma determinada nacionalidade. A Liberal-Democracia, sem a vigilante defesa de suas estruturas, torna-se vulnervel ao ativismo de maiorias eventuais formadas em certos momentos em cima de um factide, da demagogia de lideranas populistas ou de uma revoluo cultural como a que nos flagela ininterruptamente h tantos anos. Finalmente, se mal escolhidos seus polticos, pode sucumbir ante a incompetncia, improbidade e insensatez dos seus governantes. As inconvenincias ou dificuldades do sistema poltico que se prope podem ser reduzidas ou atenuadas pela nacionalizao da Liberal-Democracia Representativa, isto , pela sua adaptao ao ambiente nacional, observados os valores cvicos da sociedade. Diferente do Socialismo, internacionalista, a LiberalDemocracia Representativa nacionalista, quando respeita o esprito do povo e seus valores comuns. A Liberal-Democracia Representativa, como a Liberdade do homem, que defende, necessita de cidados conscientes para a formao de um Estado com trs atributos indispensveis: a vigilncia permanente, o desmascaramento das estratgias adversas e o enfrentamento ostensivo cultural, intelectual, moral e tico em todas as frentes de degradao da sociedade, conduzidas e promovidas pelas ideologias socialistas.

EVOLUO IDEOLGICA DO LIBERALISMO CLSSICO

LIBERALISMO ECONMICO LIBERALISMO CLSSICO

New Deal (USA na poca de Roosevelt) Social- Democracia (Europa) Dcadas de 1920 e 1930

LIBERALISMO MODERNO A NACIONALIZAO DO LIBERALISMO MODERNO

LIBERALISMO CLSSICO Liberdade e Individualidade

LIBERALISMO MODERNO Liberdade Dignidade Individualidade

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

SOBERANIA POPULAR

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

SOBERANIA POPULAR

(Democracia de Privilgio) Pluripartidarismo Estado Contratual Mnimo

(Democracia de Massa) Pluripartidarismo Estado Contratual Moderador

ECONOMIA DE MERCADO (Livre iniciativa e concorrncia) Laisser faire

ECONOMIA DE MERCADO (Livre iniciativa) (Moderao do Estado) Prosperidade Nacional

COOPERAO DE CLASSES

COOPERAO DE CLASSES

Paz Social

Solidariedade Social

GLOSSRIO DE APOIO APARELHO PRIVADO Em Gramsci, organizao ou entidade criada para realizar os interesses comuns das pessoas ou para conduzir um projeto poltico ideolgico; Organizao No-Governamental. (Gramsci faz distino de Aparelho Privado de Hegemonia e Aparelho Privado Voluntrio). APARELHO PRIVADO DE HEGEMONIA Em Gramsci, organizao que rene pessoas em torno de uma liderana (intelectual orgnico) e de um projeto poltico - ideolgico com a finalidade de construir a hegemonia das classes subalternas para exercerem a direo intelectual e moral do Estado; Organizao No - Governamental (ONG) de segunda gerao. [Para Gramsci, os Aparelhos Privados de Hegemonia so a expresso da Vontade Coletiva, manifestao do Consenso e portadores fsicos da Hegemonia (direo intelectual e moral do Estado)]. APARELHO PRIVADO VOLUNTRIO Em Gramsci, organizao que rene pessoas em torno de interesses ou necessidades comuns, sem fins lucrativos, com a finalidade de buscar soluo para elas. Organizao No-Governamental de primeira gerao. ASSOCIAO CIVIL Em Alxis de Tocqueville, entidade constituda livremente por pessoas que tm por objetivo resolver necessidades comuns, defender interesses corporativos, econmicos e outros de um segmento social ou profissional ou promover um ideal poltico, filosfico, religioso ou humanitrio, influenciando a opinio pblica, os partidos e os polticos; modernamente, tambm Organizao No-Governamental. BEM COMUM - Conjunto de servios, instalaes, facilidades e benefcios (Justia, Segurana Pblica, Defesa Nacional, Relaes Exteriores, Defesa Civil, saneamento, combate s endemias, sade pblica, sistema virio, etc.) de interesse comum de todos da sociedade. Este sistema, assim composto, proporciona facilidade de vida e conforto nao, e para isso seus cidados contribuem com seus impostos. A magnitude destas realizaes, no entanto, de tal monta que no podem ser realizadas individualmente pelo cidado nem pela iniciativa privada e, por isto, so atribudos ao Estado nas condies de um Contrato Social (constituio, carta ou lei magna). Quanto mais estimulada a iniciativa privada e mais respeitada a propriedade privada, mais riqueza gera a economia, maior o volume dos impostos recolhidos; quanto mais bem administrado o funcionalismo pblico, mais honestos os polticos, melhor aplicados sero os recursos dos impostos, melhor o nvel e a qualidade de vida do cidado, em funo dos benefcios naturais de se viver em um pas onde o Bem Comum bem definido, implantado e administrado em benefcio de todos. CIDADANIA - Para os gramscistas recentes: 1. Protagonismo do indivduo consciente dos seus direitos e deveres em relao sociedade (ser boa gente e no ter preconceitos) e do seu papel ativo (protagonismo) no processo de mudanas sociais, polticas, culturais e morais da Sociedade Civil e da Sociedade Poltica (Estado). 2. Participao poltica ou social ativa do indivduo nos Aparelhos Privados Voluntrios, nos Aparelhos Privados de Hegemonia e nos movimentos sociais (Sociedade Civil Organizada). 3. Ativismo poltico coletivo dos indivduos engajados ideologicamente no mbito da Sociedade Civil Organizada para nela

conquistar a Hegemonia e exercer crescentemente a direo intelectual e moral do Estado. 4. Exerccio da Democracia Direta (participao na gesto pblica) por intermdio das Organizaes No-Governamentais (ONG) e dos movimentos sociais. 5. Participao popular nos negcios de governo na Democracia Participativa. [Cidadania uma categoria ligada idia de atuao coletiva do indivduo consciente e que pretende substituir o entendimento de atuao do cidado livre, independente e detentor individual da soberania popular; Vontade popular expressa pelo Consenso, em lugar de vontade popular expressa pela livre manifestao da vontade da maioria]. CONTRATO SOCIAL - Conveno ou acordo, tcito ou formal, firmado no exerccio da Soberania Popular entre homens livres e independentes, estabelecendo as disposies institucionais bsicas (funes e limites do Estado, direitos subjetivos do homem, direitos e deveres cvicos do cidado, regime poltico, forma de governo, etc) que devero regular a convivncia poltica, econmica e social harmnica e promover o Bem Comum. Constituio; Carta Magna. DEMOCRACIA DE MASSA Conceito pragmtico da Democracia Representativa inspirada no Liberalismo Moderno que baseada na comunicao de massa (liberdade de imprensa e difuso generalizada de idias e informaes) e no sufrgio universal. [A Democracia de Massa a superao da democracia do privilgio do Liberalismo Clssico]. DEMOCRACIA DO PRIVILGIO - Conceito pragmtico da Democracia Representativa no Liberalismo Clssico, em que as mulheres eram excludas do direito do voto, este restrito aos homens, proprietrios e elite social. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA Sistema de governo em que o povo delega a Soberania Popular pelo livre voto eleitoral a representantes temporrios nos cargos de governo, prevalecendo a vontade da maioria, respeitados os direitos e livre manifestao da minoria. Nota importante: na Democracia Representativa, os partidos polticos so os organismos intermedirios da vontade popular junto ao Estado. ESTADO CONTRATUAL - Aquele institudo segundo a vontade dos cidados livres no exerccio da soberania popular, expressa num Contrato Social (Constituio ou Carta Magna); Estado de Direito. ESTADO DE DIREITO aquele cujos poderes esto submetidos s leis gerais estabelecidas pela nao (ordenao jurdica) que determina as suas funes e limitaes e que lhe atribui a responsabilidade pela garantia dos direitos do homem e do cidado, e o compromisso de promover o Bem Comum. Conf. Estado Democrtico de Direito, Estado Contratual. ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITO aquele Estado de Direito cuja Ordem Jurdica valoriza os direitos sociais e trabalhistas dos cidados, e que tem por finalidade promover a (sempre ambicionada e prometida) justia social. uma pretendida evoluo do Estado Liberal para o Estado Social, s vezes no necessariamente socialista como, por exemplo, o social-democrata. ESTADO MNIMO Na concepo do Liberalismo Clssico, o Estado com funes apenas indispensveis, praticamente limitadas segurana pblica, defesa

nacional, justia, relaes externas, para no interferir na liberdade individual e vida privada do cidado, na iniciativa privada e no livre mercado. ESTADO MODERADOR Expresso que identifica o Estado Liberal Moderno que, no campo econmico, tem funo de moderar a livre concorrncia (coibindo o monoplio, o trust e o dumping, por exemplo) como parte da promoo do Bem Comum no qual se incluem tambm certas exigncias de favorecimento do progresso (prosperidade nacional). JUSTIA SOCIAL ideal social-democrata e de certas tendncias da esquerda, inspirado nos princpios da fraternidade (como em fraternit da revoluo francesa), que se propor a reduzir as desigualdades sociais e proporcionar a redistribuio eqitativa de renda, tentando conciliar os direitos categricos de liberdade e de igualdade. Diz-se direitos categricos por ser de uma categoria, que a socialista. Conf. Bem Comum, ao qual antagnico, e solidariedade social, que da democracia, ambos categricos da Liberal-Democracia. LIBERALISMO MODERNO - Doutrina voltada para a adaptao dos princpios do Liberalismo Clssico necessidade de um Estado Moderador do livre mercado, mediador da cooperao de classes e da solidariedade social, estimulador do progresso e da prosperidade nacional e promotor do Bem Comum. O Liberalismo Moderno parte com um projeto inteiramente prtico de conciliar economia de mercado (livre mercado e iniciativa privada) e crescimento econmico com Solidariedade Social. LIBERALISMO CLSSICO O Liberalismo na sua concepo original (sc.XIX) que se manifesta na defesa da liberdade do homem e da sua individualidade, ressaltando a esfera privada, a propriedade, a livre iniciativa e a limitao dos poderes e tamanho do Estado (Estado Mnimo). LIBERAL-DEMOCRACIA - Sistema poltico que se fundamenta nos princpios do Liberalismo Moderno, da precedncia e prerrogativas originais da criatura humana e da Soberania Popular e que, na prtica, se caracteriza pela democracia representativa (campo poltico), pela economia de mercado (campo econmico), pela cooperao de classes e solidariedade social (campo social). ORGANISMO INTERMEDIRIO Partido poltico ou organizao coletiva portadora da vontade coletiva de uma classe ou segmento social ou que se faz intrprete da vontade popular e da opinio pblica representando-as perante o Estado. ORGANIZAO NO-GOVERNAMENTAL - 1. Organismo coletivo constitudo sob uma liderana voluntariamente aceita pelos seus integrantes, tido sem qualquer vinculao com o Estado, que tem por objetivo defender interesses de um segmento social ou profissional perante a Sociedade Civil e o Estado ou promover um ideal poltico, ideolgico, social, cultural ou humanitrio. 2. Organismo coletivo privado que assume, por iniciativa ou delegao, a execuo de certas atribuies do Estado. 3. Entidade que assume de fato a representao de certo segmento da Sociedade Civil perante o Estado, adquirindo o papel de organismo intermedirio, superando os partidos polticos na Democracia Direta ou na Democracia Participativa. 4. Denominao contempornea de Aparelho Privado de Hegemonia que, para Gramsci, expressa a Vontade Coletiva, manifesta o

Consenso e portador fsico da Hegemonia das classes subalternas (Direo Intelectual e Moral sobre o Estado). ORGANIZAO NO-GOVERNAMENTAL DE PRIMEIRA GERAO Aquela ONG com caractersticas de Aparelho Privado Voluntrio. ORGANIZAO NO-GOVERNAMENTAL DE SEGUNDA GERAO Aquela ONG com caractersticas de Aparelho Privado de Hegemonia. ORGANIZAO NO-GOVERNAMENTAL DE TERCEIRO SETOR Aquela ONG que tem por objetivo promover determinado servio beneficente ou assistencial. PARTIDO POLTICO Organizao independente do Estado que defende um ideal poltico e que prope um projeto nacional e um programa de governo, apresentando candidatos aos cargos de representao junto ao Estado, submetendo-os escolha pelo voto popular. SOLIDADARIEDADE SOCIAL Expresso Prtica de respeito Dignidade da pessoa que leva os membros da Sociedade Nacional integrada e cooperativa a assumir consensualmente determinadas obrigaes morais e materiais com relao a seus concidados nas condies do Contrato Social (Constituio ou Carta Magna). Algumas manifestaes de Solidariedade Social inspiradas no Liberalismo Moderno: o Oportunidade indistinta de realizao humana e de progresso social; o Educao para todos, como condio de progresso pessoal e de bom funcionamento da democracia representativa com voto universal; o Seguridade e assistncia social, privada ou estatal; o Complementao de renda e ajuda episdicas ou temporrias nas crises,emergncias e desastres. A Solidariedade Social no instrumento de distribuio de renda nem fonte de proventos assistencialistas. recurso compensatrio ou subsidirio episdico ou temporrio para atender situaes adversas. Em respeito dignidade da pessoa, os bens ganhos e os proventos devem ser buscados pelo empenho pessoal, trabalho, iniciativa, poupana, prudncia. Nunca pela magnanimidade (impossvel) do Estado (que no tem como gerar riquezas indefinidamente a no ser aumentando impostos para a manuteno indefinida do assistencialismo) ou de qualquer poltico que se aproveite do Caixa do Tesouro Nacional em benefcio poltico prprio. SOBERANIA POPULAR Poder original que as pessoas no seu conjunto (Povo) que vive em sociedade num mesmo territrio (pas) adquirem para se autodeterminar e para se organizar politicamente ao tomarem conscincia da sua nacionalidade e dos seus interesses, necessidades e aspiraes comuns. Na Democracia Representativa, a Soberania Popular (poder original) parcial e temporariamente delegada a representantes, por intermdio do voto. A delegao de poder tem a durao limitada ao mandato fixado para o representante.

conveniente, para salvaguardar a prerrogativa original do cidado e para garantir o princpio da alternncia no poder, que o instituto da reeleio seja restrito. Por exemplo: Para cargo executivo (Presidente,Governador, e prefeito), reeleio vedada; Para cargo legislativo: o Senador, eleio para duas legislaturas com eleies alternadas de metade da casa, como atualmente; reeleio vedada; o Deputados e Vereadores, faculdade de uma nica reeleio para mandato consecutivo. Em defesa da Soberania Popular, os trs Poderes constitutivos do sistema governamental e administrativo da nao, o Executivo, o Legislativo e o Judicirio, devem ser independentes uns dos outros, e controlarem uns aos outros na defesa e no respeito s leis do pas. S desta forma a sociedade ter sempre equilbrio, harmonia e iseno no trato com a coisa pblica e a manuteno dos interesses individuais de cada cidado. SOCIEDADE CIVIL Em Gramsci, 1. Espao social pblico onde se desenvolvem as livres iniciativas dos cidados as pessoas se renem voluntariamente em organismos coletivos por intermdio dos quais manifestam a Vontade Coletiva, expressam o Consenso e projetam a Hegemonia (direo intelectual e moral do Estado). 2. Lugar do exerccio da Hegemonia da classe dominante (burguesia ou classes subalternas). 3. Arena onde se desenvolve a Luta de Classes. SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA Para os gramscistas, aquela em que as classes subalternas esto organizadas em organismos coletivos (ONGs e movimentos sociais), por meio dos quais expressam a Vontade Coletiva, expressam o Consenso e projetam a Hegemonia (direo intelectual e moral do Estado).