a lei nº 11206

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A Lei Nº 11.206, de 31 de março de 1995 1 , informa, na sua ementa, que dispõe sobre a Política Florestal do Estado de Pernambuco e dá outras providências . Mas será que dispõe mesmo? LEI Nº 11.206, DE 31 DE MARÇO DE 1995 Dispõe sobre a Política Florestal do Estado de Pernambuco e dá outras providências. Art. 1º. A Política Florestal do Estado de Pernambuco, prevista no artigo nº 214 da Constituição Estadual, será disciplinada por esta Lei, observadas a Constituição Federal e a legislação ambiental federal e estadual. Capítulo I - Dos princípios, dos objetivos e das diretrizes Art. 2º. As florestas e as demais formas de vegetação existentes no território pernambucano, reconhecidas de utilidade ambiental às terras que revestem, à fauna silvestre, à biodiversidade, à qualidade e à regularidade da vazão das águas, à paisagem, ao clima, à composição atmosférica e aos demais elementos do ambiente, são bens de interesse comum a todos os habitantes do Estado, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem. Art. 3º. A Política Florestal do Estado de Pernambuco consiste no gerenciamento da proteção e uso das florestas e demais formas de vegetação visando melhorar e recuperar a qualidade ambiental propícia à vida, assegurar condições ao desenvolvimento sustentável, atendidos além dos princípios constitucionais, os que se sequem: I - a ética ambiental como paradigma para orientar as intervenções públicas promotoras do desenvolvimento econômico e social do Estado; II - a função social da propriedade; III - o uso racional das florestas e demais formas de vegetação; IV - a importância social, ecológica e econômica das florestas e demais formas de vegetação; V - a proteção e recuperação das florestas e demais formas de vegetação constituem responsabilidade do Poder Público e de toda a sociedade, VI - a gestão das florestas e demais formas de vegetação será dirigida à integração entre o Estado e os governos federal e 1 Ver em: www. cprh.pe.gov.br /downloads/ Lei -11206.doc

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A Lei N 11.206, de 31 de maro de 1995[footnoteRef:1], informa, na sua ementa, que dispe sobre aPolticaFlorestaldo Estado dePernambucoe d outras providncias. Mas ser que dispe mesmo? [1: Ver em: www.cprh.pe.gov.br/downloads/Lei-11206.doc]

LEI N 11.206, DE 31 DE MARO DE 1995Dispe sobre a Poltica Florestal do Estado de Pernambuco e d outras providncias.Art. 1. A Poltica Florestal do Estado de Pernambuco, prevista no artigo n 214 da Constituio Estadual, ser disciplinada por esta Lei, observadas a Constituio Federal e a legislao ambiental federal e estadual.Captulo I - Dos princpios, dos objetivos e das diretrizesArt. 2. As florestas e as demais formas de vegetao existentes no territrio pernambucano, reconhecidas de utilidade ambiental s terras que revestem, fauna silvestre, biodiversidade, qualidade e regularidade da vazo das guas, paisagem, ao clima, composio atmosfrica e aos demais elementos do ambiente, so bens de interesse comum a todos os habitantes do Estado, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitaes que a legislao em geral e especialmente esta Lei estabelecem.Art. 3. A Poltica Florestal do Estado de Pernambuco consiste no gerenciamento da proteo e uso das florestas e demais formas de vegetao visando melhorar e recuperar a qualidade ambiental propcia vida, assegurar condies ao desenvolvimento sustentvel, atendidos alm dos princpios constitucionais, os que se sequem:I - a tica ambiental como paradigma para orientar as intervenes pblicas promotoras do desenvolvimento econmico e social do Estado;II - a funo social da propriedade;III - o uso racional das florestas e demais formas de vegetao;IV - a importncia social, ecolgica e econmica das florestas e demais formas de vegetao;V - a proteo e recuperao das florestas e demais formas de vegetao constituem responsabilidade do Poder Pblico e de toda a sociedade,VI - a gesto das florestas e demais formas de vegetao ser dirigida integrao entre o Estado e os governos federal e municipal, e parceria com a comunidade empresarial e os segmentos organizados da sociedade voltados para a valorizao dos recursos naturais;VII - o acesso a informao relativa ao meio ambiente, seus mecanismos e instrumentos de defesa constituem um direito da coletividade a ser necessariamente atendido; eVIII - a adoo das bacias hidrogrficas como unidade de planejamento agrosilvopastoril, visando o uso sustentado dos recursos naturais.Art. 4. A Poltica Florestal do Estado de Pernambuco tem por objetivos:I - a proteo da flora e da fauna, dos processos ecolgicos essenciais promoo do manejo ecolgico das espcies e ecossistemas;II - o controle da explorao florestal em bases conservacionistas;III - a preservao da biodiversidade e a integridade do patrimnio gentico do Estado;IV - a promoo da recuperao de reas degradadas e a proteo de reas ameaadas de degradao;V - a promoo da educao ambiental em todos os nveis de ensino e da conscientizao pblica para a proteo das florestas e demais formas de vegetao;VI - o desenvolvimento econmico e social visando a melhorar de qualidade da vida e a manuteno do equilbrio ecolgico;VII - a proteo dos ecossistemas dos bacias, e mananciais com a preservao de reas representativas;VIII - o estmulo ao estudo, pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteo das florestas e demais formas de vegetao.Art. 5. As diretrizes da Poltica Florestal do Estado de Pernambuco sero formuladas e implantadas em consonncia com as diretrizes da Poltica Nacional do Meio Ambiente, atravs dos instrumentos de gerenciamento da proteo e uso das florestas e demais formas de vegetao.Captulo II - Dos instrumentosArt. 6. - So instrumentos de Poltica Florestal do Estado de Pernambuco:I - diagnstico do Setor Florestal do Estado de Pernambuco;II - programa de desenvolvimento florestal;III - planos de manejo florestal;IV - lista das espcies da flora e fauna raras, endmicas e ameaadas de extino;V - critrios, padres e normas relativas ao uso, e o manejo dos processos naturais, e explorao econmica das florestas e demais formas de vegetao;VI - espaos territoriais especialmente protegidos, criados e mantidos pelo Poder Pblico;VII - zoneamento agro-ecolgico e econmico-floresta;VIII - estudo prvio de impactos ambientais;IX - monitoramento das florestas e demais formas de vegetao;X - licenciamento e reviso de atividades utilizadoras de recursos naturais efetiva ou potencialmente degradadoras das florestas e demais formas de vegetao;XI - penalidades disciplinares e compensatrias das medidas necessrias preservao dos recursos naturais, ou recomposio do dano ambiental;XII - incentivos produo, pesquisa e preservao florestal;XIII - educao ambiental formal e informal;XIV - sistema estadual de informaes florestais;XV - extenso florestal;XVI - cooperao institucional, tcnica e cientfica, em nveis nacionais e internacionais;XVII - sistema estadual de unidades de conservao; XVIII - incentivos ficais e financeiros.Captulo III - Dos conceitosArt. 7. Para efeito desta Lei, entende-se por:I - meio ambiente - o conjunto de condies, recursos e interaes de ordem fsica, biolgica e antrpica cujo equilbrio dinmico, permite abrigar e reger a vida e todas as suas formas;II - recursos ambientais - recursos naturais constitudos pela atmosfera, guas interiores, superficiais e subterrneas, esturios, mar territorial, solo, subsolo, elementos da biosfera como fauna e flora bem como os recursos contidos nos locais de lazer, de interesse. paisagstico, histrico ou turstico;III - mata atlntica - considera-se as formaes florestais e ecossistemas associados inseridos no domnio da mata atlntica floresta ombrfila densa, floresta estacional semidecidual, e os seguintes ecossistemas associados: matas serranas e brejos de altitude, manguezais, formaes vegetais predominantemente lenhosas de restingas, dos terraos litorneos e dos tabuleiros costeiros;IV - floresta nativa - formao vegetal predominantemente lenhosa, ou seja, arbrea e arbustiva-arbrea, bem como as fase sucessoras dessas formaes vegetais, desde que formadas por espcies de ocorrncia natural no Estado;V - floresta nativa enriquecida - formao florestal enriquecida artificialmente com espcies nativas e exticas;VI - floresta degradada - floresta que sofre interveno antrpica muito acentuada, a ponto de descaracteriz-la em termos de estrutura e composio florstica;VII - floresta vinculada - floresta implantada com recursos de incentivo fiscal e/ou reposio obrigatria;VIII - floresta no-vinculada - floresta implantada com recursos prprios;IX - espcie vegetal nativa - so espcies da flora nativa do Estado cuja distribuio geogrfica natural ocorre em territrio pernambucano;X - espcie vegetal extica - so espcies da flora extica aquelas cuja distribuio geogrfica natural no inclui o territrio pernambucano;XI - endmica - espcie de ocorrncia limitada a certos ambientes ou com alto-ecologia restrita e um habitat especfico;XII - associao vegetal relevante - comunidade vegetal de importncia regional ou local, com caracterstica fitofisionmicas e fitossociolgicas inerentes e um determinado ecossistema;XIII - biodiversidade - a variedade de gentipos, espcies, populaes, comunidades, ecossistemas e processos ecolgicos existentes em uma determinada regio;XIV - manejo - tcnica de utilizao racional e controlada de recursos ambientais mediante a aplicao de conhecimentos cientficos e tcnicos, visando atingir os objetivos de conservao da natureza;XV - unidade de conservao - so reas do territrio estadual, incluindo as guas jurisdicionais, com caractersticas naturais relevantes, de domnio pblico ou privado, legalmente institudas pelo Poder Pblico, com objetivos e limites definidos, sob regimes especiais de administrao, s quais se aplicam garantias adequadas de proteo;XVI - zona de entorno - poro territorial circunvizinha a uma unidade de conservao, a partir do limite divisrio da unidade de conservao, formando uma faixa com largura fixa ou varivel de at 5 km, submetida a restries de uso, com o propsito de controlar e reduzir os impactos decorrentes da ao humana nessas reas;XVII - gesto ambiental - a tarefa de administrar e controlar os usos sustentados dos recursos ambientais, instrumentao adequada, regulamentos, normatizao e investimentos pblicos, assegurando racionalmente o conjunto do desenvolvimento produtivo, social e econmico, em benefcio do homem;XVIII - proteo - os procedimentos integrantes das prticas de conservao e preservao da natureza;XIX - preservao - a proteo integral dos atributos naturais admitido apenas seu uso indireto;XX - preservao permanente - aquelas reas florestais que devem ser mantidas intactas, salvo excees legais;XXI - conservao da natureza - o uso sustentvel dos recursos naturais, tendo em vista a sua utilizao, sem colocar em risco a manuteno e sustentabilidade dos ecossistemas existentes, garantindo-se a permanncia da biodiversidade;XXII - reserva legal - a rea de, no mnimo, 20% (vinte por cento) de cada propriedade, onde no permitido o corte raso, devendo ser averbada margem da inscrio de matrcula do imvel no cartrio de imveis competente, sendo vedada a alterao de sua destinao nos casos de transmisso a qualquer ttulo ou desmembramento da rea;XXIII - resduos florestais - so os subprodutos resultantes de serrarias e movelarias, p de serra, costaneiras, cavacos de desempoladeira, fitas de plaina, aparas de madeira serrada e laminada;XXIV - matria-prima florestal - produtos e subprodutos de origem florestal, que no tenham sido submetidos a processamentos;XXV - regime sustentado - produo constante e contnua de bens florestais materiais, madeira, semente, extrativo, folha, casca, caa, pesca e imateriais proteo da gua, ar, solo, fauna, flora e recreao, mantendo a capacidade produtiva do stio, em benefcio da sociedade;XXVI - enriquecimento: plantio de sementes e mudas no interior de uma floresta ou formao semelhante, com finalidade de recomposio florstica;XXVII - plano de manejo florestal - documento tcnico onde constam todas as atividades a serem executadas durante o perodo de manejo florestal;XXVIII - fomento florestal - o conjunto de aes destinadas a promover a atividade florestal econmica, social e conservacionista;XXIX - manejo florestal sustentado: entende-se pela administrao da floresta para obteno de econmicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentao do ecossistema objeto do manejo;XXX - fauna e flora aquticas: so compostas por animais e vegetais que tm na gua o seu normal ou mais frequente meio de vida, sejam eles de ocorrncia natural, cultivados ou provenientes de criadouros;XXXI - floresta de uso mltiplo: so as reas cobertas com vegetao em que os seus produtos permitem utilizao mltiplas ou diversas;XXXII - ecoturismo - considera-se atividades tursticas desenvolvidas da forma harmonizada com a natureza em locais e espaos territoriais valorizados e preservados no sentido natural e cultural, buscando a formao de uma conscincia ecolgica.Captulo IV - Da proteo florestalArt. 8. proibida a supresso parcial ou total da vegetao de preservao permanente, salvo quando necessria execuo de obras, planos ou projetos de utilidade pblica ou interesse social e no exista no Estado nenhuma outra alternativa de rea de uso para o intento. 1. Na hiptese prevista neste artigo a supresso de vegetao dever ser precedida de:I - lei especfica;II - elaborao de estudos de impacto ambiental e relatrio de impacto ambiental - EIA/RIMA e licenciamento do rgo competente. 2. A supresso da vegetao de que trata este artigo dever ser compensada com a preservao ou recuperao de ecossistema semelhante, em no mnimo correspondente rea degradada que garanta a evoluo e a ocorrncia dos processos ecolgicos, anteriormente concluso da obra.Art. 9. Consideram-se de preservao permanente, para efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetao natural situadas:I - ao longo dos rios e demais cursos d'gua;II - ao redor das lagoas, lagos ou reservatrios d'gua naturais ou artificiais;III - nas nascentes permanentes ou temporrias, incluindo os olhos d'gua, seja qual for sua situao topogrfica;IV - no topo de morros, montes e montanhas;V - nas encostas ou partes destas;VI - em altitudes superiores a 750 (setecentos e cinqenta) metros; VII - nos manguezais, em toda a sua extenso;VIII - nas restingas, em faixa mnima de 300 (trezentos) metros da linha de preamar mxima;IX - nas guas estuarinas que ficam sob regime de mar; eX - nas bordas de tabuleiros ou chapadas. 1 Os ndices a serem observados, para cada alnea indicada neste artigo, sero estabelecidos por decreto regulamentar, ouvido o Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, atendidas as peculiaridades regionais e locais identificadas mediante estudos tcnicos considerando todos os fatores ambientais compreendidos, bem como as condies da dinmica scio-econmica abrangida; 2 No caso de reas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos permetros urbanos, definidos por lei municipal, e nas regies metropolitanas e aglomeraes urbanas, em todo o territrio abrangido, observar-se- o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo. 3 O parcelamento do solo em reas revestidas, total ou parcialmente, por vegetao de porte arbreo, dever ser licenciado pelo rgo competente do Estado. 4 As disposies regulamentares do Estado, referidas no 1. prevalecero na hiptese de as prescries dos respectivos planos diretores e leis de uso do solo contrariarem os interesses ambientais regionais, devidamente apreciados pelo CONSEMA, bem como no caso de ausncia daqueles instrumentos de orientao municipal.Art. 10. Consideram-se, ainda, de preservao permanente. Quando assim decIarados por ato do Poder Pblico, a vegetao e as reas destinadas a:I - atenuar a eroso das terras;II - fixar as dunas;II - formar faixas de proteo ao longo de rodovias, ferrovias e dutos;IV - proteger stios de excepcional beleza ou de valor ecolgico, cientifico, histrico e cultural;V - asilar exemplares da fauna e flora ameaados de extino, bem como aquelas que sirvam como local de pouso ou reproduo de aves migratrias;VI- assegurar condies de bem-estar pblico; VII - proteger paisagens notveis;VII - manter o ambiente necessrio vida das populaes silvcolas; eIX - conservar a biodiversidade.

Art. 11. Na distribuio de lotes destinados agricultura, em planos de colonizao e de reforma agrria no devem ser includas as reas florestais de preservao permanente de que trata esta Lei, nem as florestas necessrias ao abastecimento local de madeiras e outras produtos florestais.Art. 12. Em caso de constatao de degradao de florestas e solos em decorrncia da explorao mineral e outros tipos de atividades, fica o agente de degradao obrigado a recuperar o ambiente atravs da execuo de projetos de florestamento ou reflorestamento. 1. Nesses projetos, devero sempre que tecnicamente possvel serem utilizadas espcies nativas visando a recomposio do ecossistema preexistente. 2. As reas a serem recuperadas tero no mnimo a mesma extenso dia(s) rea(s) degradada(s), situadas prioritariamente na mesma rea degradada ou em suas proximidades.Art. 13. proibido depositar resduos urbanos, industrial e hospitalar nas florestas e demais formas de vegetao natural.Art. 14. proibido o uso de fogo ou queimadas nas florestas e demais formas de vegetao natural. 1. Quando da necessidade de utilizao do fogo como prtica agrosilvopastoril, o usurio deve atender s exigncias tcnicas a serem estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, de acordo com as normas especficas. 2. Em caso de incndio florestal que no se possa extinguir com recursos ordinrios dever de toda autoridade pblica requisitar os meios materiais e convocar pessoas em condies de prestar auxlio.Art. 15. A cobertura vegetal remanescente da Mata Atlntica fica sujeita proteo estabelecida em Lei.Art. 16. O Estado ficar obrigado a estimular a pesquisa de espcies nativas visando compor a base tcnico-cientfica para a implantao de projetos de proteo e recuperao ambiental, podendo para tanto manter convnios com municpios ou entidades oficialmente reconhecidas para a instalao de hortos florestais, estaes experimentais, jardins botnicos e sementeiras.Art. 17. Os programas, as nacionais e estaduais que buscam o aproveitamento dos recursos hdricos, para gerao de energia, irrigao, drenagem e outros fins devem destinar obrigatoriamente, parte de seus investimentos, para medidas compensatrias de recomposio de matas ciliares e implantao de unidades de conservao.Captulo V - Das unidades de conservaoArt. 18. O Estado dever, atravs do rgo competente, em conjunto com outras instituies pblicas e privadas promover a arborizao das rodovias estaduais com espcies nativas da mesma regio fitofisionmica.Art. 19. O Poder Pblico criar Unidades de Conservao com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteo da flora, da fauna e das belezas naturais, com a utilizao para objetivos educacionais, recreativos e cientficos; 1. As unidades de conservao no podero ser suprimidas ou reduzidas em suas reas, nem utilizadas para fins diversos daqueles para os quais foram criadas, exceto atravs de Lei. 2. Os acrscimos de reas ou correes de limites sero feitos atravs de Lei. 3. Sero concedidos incentivos e estmulo s pessoas fsicas ou jurdicas que criarem e mantiverem reservas particulares do patrimnio natural.

Art. 20. A seleo das reas a serem includas no Sistema Estadual de Unidades de Conservao ser baseada em critrios tcnico-cientficos, sendo julgadas prioritrias, para fins de implantao, aquelas que contiverem ecossistemas ainda no representados no Sistema, sob iminente perigo de eliminao ou degradao, ou ainda, pela ocorrncia de espcies ameaadas de extino.Pargrafo nico - As Unidades de Conservao criadas anteriormente publicao desta Lei devero ser reclassificadas, no todo ou em parte, no prazo de 2 (dois) anos a partir da vigncia desta Lei.Art. 21. As Unidades de Conservao do Estado de Pernambuco se enquadraro ao Sistema Nacional de Unidades de Conservao(SNUC), o qual as rene em trs grupos, com caractersticas distintas:I - unidades de proteo integral;II - unidades de manejo provisrio; eIII - unidades de manejo sustentvel. 1. Nas unidades de proteo integral haver proteo total dos atributos naturais que tiverem justificado sua criao, efetuando-se a preservao dos ecossistemas em estado natural com um mnimo de alteraes e admitindo apenas o uso indireto de seus recursos, excetuando os casos previstos nesta Lei. 2. Nas unidades de manejo provisrio haver em carter transitrio proteo total dos atributos mantidos os ecossistemas em estado natural at a definio futura de destinao atravs de estudos tcnico-cientficos permitindo-se apenas o uso direto por parte das populaes tradicionais existentes na rea, no momento da criao, vedadas novas ocupaes benfeitorias ou qualquer ao que venha acrescentar-lhes a valorizao ou induo ao aumento de indenizao. 3. Nas unidades de manejo sustentvel haver proteo parcial dos atributos naturais, admitida a explorao de partes dos recursos disponveis em regime de manejo sustentado, sujeita s limitaes legais.Art. 22. Inclui-se no grupo das unidades de proteo integral as seguintes categorias de unidades de conservao:I - reserva biolgica;II - estao ecolgica;III - parque nacional, parque estadual, parque municipal;IV - monumento natural;V - refgio de vida silvestre;VI - reserva particular do patrimnio natural; eVII - reserva ecolgica.Art. 23. Inclui-se no grupo unidades de manejo sustentvel as seguintes categorias de unidades de conservao:I - reserva de fauna;II - rea de proteo ambientar;III - floresta nacional; eIV - reserva extrativista.

Art. 24. As unidades de conservao de todas as categorias disporo de um plano de manejo, no qual se definir o zoneamento ambiental da unidade de conservao e sua utilizao, e de um regulamento prprio, aprovado pela autoridade competente, qual estiver subordinada.Pargrafo nico - So vedadas, no interior das unidades de conservao quaisquer alteraes, atividades ou modalidades de utilizao em desacordo com suas finalidades precpuas e estranhas ao respectivo plano de manejo.Art. 25. Os empreendimentos de extrao mineral legalmente instalados em rea posteriormente transformada em Unidades de Conservao, definidos nos termos desta Lei, devero adotar procedimentos especficos de proteo ambiental, de acordo com a soluo a ser aplicada pelo rgo ambiental competente, no prazo de 1 (hum) ano, a partir da publicao desta Lei.Pargrafo nico - O no atendimento das exigncias formuladas pelo rgo ambiental acarretar a paralisao definitiva dos trabalhos.Art. 26. proibida a introduo nas unidades de conservao de espcies no integrantes dos ecossistemas protegidos.Pargrafo nico - Excetuam-se ao disposto no caput deste artigo, as reas de proteo ambiental, e 10% (dez por cento) da rea das estaes ecolgicas destinadas a pesquisa, conforme dispuserem os seus regulamentos prpriosCaptulo VI - Da reserva legalArt. 27. Constitui reserva legal a rea de no mnimo 20% (vinte por cento) de cada propriedade devidamente registrada na inscrio de matrcula do imvel, onde o proprietrio rural fica obrigado a preservar ou recuperar a floresta nativa atravs do florestamento e/ou reflorestamento, sendo passvel ao regime de manejo sustentado.Art. 28. A localizao da reserva legal ficar sujeita a critrios estabelecidos pelo rgo competente, devendo ser prioritariamente em reas contnuas com vegetao nativa representativa da regio.Art. 29. Nas reas de assentamento e reassentamento de agricultores dever ser obedecido o percentual de reserva legal prevista no artigo 27.Pargrafo nico - A reserva legal de que trata o artigo 27 ser preferencialmente em rea contgua e comunitria.Captulo VII - Da fauna silvestreArt. 30. Os animais de quaisquer espcies, em qualquer fase de seu desenvolvimento que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, so propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilizao, perseguio, mutilao, destruio, caa ou apanha. 1. Ser permitida a instalao de criadouros de espcies silvestres mediante autorizao do rgo estadual competente. 2. Para a instalao e manuteno de criadouros ser permitido, conforme o regulamento, a apanha de animais da fauna silvestre, dentro de rigoroso controle e segundo critrios tcnicos e cientficos estabelecidos pelo rgo estadual competente. 3. Ficam declaradas de interesse pblico as abelhas nativas, bem como toda flora melfera do Estado.

Art. 31. O perecimento de animais da fauna silvestre pelo uso direto ou indireto de agrotxicos ou qualquer outra substncia qumica ser considerado ato degradador da vida silvestre, obrigando-se seu responsvel a renovar todas as medidas para eliminao imediata dos efeitos nocivos correspondentes, s suas expensas, sem prejuzo das demais cominaes penais cabveis.Art. 32. proibido o comrcio, sob quaisquer formas, de espcimes da fauna silvestre e de produtos e objetos oriundos da sua caa, perseguio, mutao, destruio ou apanha.Pargrafo nico - Excetuam-se os espcimes e produtos provenientes de criadouros devidamente legalizados.Art. 33. Poder ser concedida a cientistas, pertencentes a instituies cientficas, oficiais ou oficializadas, ou por estas indicadas, e conforme critrios tcnicos e cientficos, autorizao especial para a coleta de material zoolgico destinado a fins cientficos, em quaisquer pocas. 1. Quando se tratar de cientistas estrangeiros, devidamente credenciados pelo pas de origem, dever o pedido de autorizao ser aprovado e encaminhado ao rgo estadual competente, por intermdio de instituio cientfica local do pas, observada a legislao federal pertinente. 2. As autorizaes referidas neste artigo no podero ser utilizadas para fins comerciais ou esportivos.Art. 34. Fica institudo o cadastro das pessoas fsicas ou jurdicas que negociem, na forma desta Lei, com animais silvestres e seus produtos.Capitulo VII - Da fauna e da flora aquticasArt. 35. So de domnio pblico todos os animais e vegetais que tenham na gua seu natural ou mais frequente meio de vida.Art. 36. A utilizao da fauna e flora aquticas pode ser efetuada atravs da pesca ou coleta com fins comerciais, desportivos e domsticos, conforme dispuser o regulamento.Art. 37. As atividades de explorao da fauna e flora aquticas sero objeto de licena ambiental a ser outorgada pelo rgo ambiental competente. 1. Ficam dispensados da licena ambiental mencionada neste artigo os pescadores que utilizem, para o exerccio da pesca, linha de mo, vara, canio e molinete. 2. Aos cientistas de instituies que tenham como atribuio coletar material biolgico para fins cientficos sero concedidas licenas especiais, sob as condies fixadas em regulamento. 3. Os que exercerem a atividade de pesca, nos termos do caput e do 2 deste artigo, sero cadastrados pelo rgo ambiental competente.Art. 38. Fica proibido capturar ou extrair elementos da flora e fauna aquticas.I - em corpos d'gua, nos perodos em que ocorrem fenmenos migratrios para a reproduo e nos perodos de desova, de reproduo ou de defeso;II - espcies que devem ser preservadas ou indivduos com tamanhos inferiores aos permitidos;III - quantidades superiores s permitidas;IV - mediante a utilizao de: a) explosivos ou de substncias que, em contato com a gua, produzam efeito semelhante; b) substncias txicas; c) aparelhos, petrechos, tcnicas, processos e mtodos no permitidos;V - em pocas e nos locais interditados pelo rgo ambiental competente;VI - sem licena do rgo ambiental competente;VII - pelo sistema de arrasto e de lance nas guas interiores, com petrechos cujo comprimento ultrapasse 1/3 (um tero) do ambiente aqutico; eVIII - a jusante e a montante nas proximidades de barragens, cachoeiras, corredeiras e escadas de peixes e nas condies e termos das normas regulamentares. 1. Ficam excludos das proibies previstas nos incisos I e VI deste artigo os pescadores que utilizem, para o exerccio da pesca, linha de mo, vara, canio e molinete. 2. vedado o transporte, a comercializao, o beneficiamento e a industrializao de espcimes provenientes da pesca proibida.Art. 39. O Pode Executivo fixar, por meio de atos normativos do rgo ambiental competente, os perodos de proibio da pesca, os aparelhos e implementos de toda natureza, atendendo as peculiaridades regionais e para proteo da fauna e flora aquticas, incluindo a relao das espcies e seus tamanhos mnimos, bem como as demais medidas necessrias ao ordenamento pesqueiro.Pargrafo nico - A explorao da fauna e flora aqutica pode ser transitria ou permanentemente proibida em guas de domnio pblico ou naquelas de domnio privado quando houve relevante interesse ambiental.Art. 40. O proprietrio ou concessionrio de represas ou cursos d'gua, alm de outras disposies legais, obrigado a tomar medidas de proteo fauna. No caso de construes de barragens, tais medidas devero ser adaptadas quer no perodo de instalao, fechamento de comportas ou operao de rotina.Pargrafo nico - Sero determinadas, pelo rgo ambiental competente medidas de proteo fauna e flora aquticas em quaisquer obras que importem na alterao do regime dos cursos d'guas, mesmo quando ordenados pelo Poder Pblico.Art. 41. Nas guas onde houver peixamento ou fechamento de comportas ser proibida a pesca por tempo determinado pelo rgo ambiental competente, conforme dispuser o regulamento.Art. 42. A captura, o comrcio e a criao de espcies ornamentais sero regulamentados pelo rgo ambiental competente.Art. 43. vedada a introduo, nos corpos d'gua de domnio pblico existentes no Estado, de espcies exticas da fauna e flora aquticas, sem prvia autorizao do rgo ambiental competente.Art. 44. As atividades de captura e extrao de elementos animais e vegetais nas guas pblicas que no sejam de domnio estadual, podero ser controladas e fiscalizadas pelo Estado, nos termos da legislao pertinente, mediante convnio especifico para esse efeito.Art. 45. A atividade de controle e fiscalizao ambiental, sob responsabilidade do Estado, no que se refere proteo da fauna e flora aquticas, inclusive martimas, bem como a sua explorao racional, sujeitar-se-o s normas fixadas pelas autoridades ambientais estaduais, observadas aquelas estabelecidas pela Unio referentes s guas sob seu domnio.Pargrafo nico - As determinaes normativas a respeito dos parmetros ou restries de atividades que, no exerccio regular da explorao da fauna e flora aquticas, sero estabelecidas em regulamento, atendidos os princpios e normas desta Lei.

Captulo IX - Da explorao florestalArt. 46. A explorao de florestas e demais formas de vegetao nativas objetivando o uso alternativo do solo, em qualquer hiptese, depender de autorizao prvia do rgo competente, observadas tcnicas de conduo, explorao, reposio florestal e manejo, compatveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbrea forme.Pargrafo nico - proibida a substituio de florestas nativas por plantios silviculturais.Art. 47. A explorao de florestas nativas com o objetivo de fornecer matria-prima florestal s ser permitida mediante previa aprovao do plano de manejo.Art. 48. So passveis de explorao: I - as florestas plantadas;II - as florestas nativas enriquecidas; e III - as florestas nativas, excetuando-se aquelas de preservao permanente estabelecidas na Legislao em vigor. 1. As reas desmatadas para implantao de pastagens herbceas devem conter no mnimo 30% (trinta por cento) de rea coberta com espcies florestais distribudas uniformemente em toda a rea utilizada. 2. A explorao de matria-prima de florestas plantadas vinculadas somente ser permitida desde que contemplada no plano de manejo florestal, observando o regime sustentado e o uso mltiplo. 3. Nas florestas plantadas no vinculadas livre a explorao, transporte e comercializao de matria-prima florestal, desde que acompanhada de documentao fiscal e florestal exigida por Lei. 4. A explorao e manejo de espcies frutferas para fins energticos sero disciplinadas no ato da regulamentao desta Lei. 5. Uma vez autorizado o corte de rvores, nos termos desta Lei, ser obrigatria a comunicao do incio do corte, para que o rgo competente, diretamente, ou atravs de entidades conveniadas, possa exercer a fiscalizao, sendo obrigatria a vistoria aps a realizao do corte. 6. A autorizao para utilizao dos recursos florestais fica condicionada ao cumprimento desta Lei e quitao de dbitos oriundos de infraes florestais, comprovadas atravs de certido negativa de dvidas florestais.Art. 49. A extrao, produo, industrializao, beneficiamento, comrcio, exportao e consumo de produtos e subprodutos florestais de qualquer forma de vegetao dependero de registro e cadastro no rgo competente.Pargrafo nico - Compete ao rgo competente relacionar as espcies ameaadas de extino, estabelecendo parmetros para consumo de madeiras, at que sejam desenvolvidos estudos com vistas a disciplinar e ordenar a explorao em bases sustentveis.Art. 50. A autorizao para a utilizao dos recursos florestais oriundos de florestas nativa, em propriedades onde tenha ocorrido a destruio da cobertura vegetal considerada de preservao permanente fica condicionada apresentao e a aprovao de projeto de recuperao ambiental, visando ao retorno do ecossistema original, independente das sanes cabveis aos infratores.

Art. 51. A coleta, comrcio e/ou transporte oriundos do extrativismo de produtos de florestas nativas dependero de autorizao prvia do rgo competente, que estimular a implantao de projetos de plantio e manejo florestal sustentado das espcies produtoras.Pargrafo nico - A coleta e comercializao de plantas ornamentais sero disciplinadas no ato da regulamentao desta Lei.Art. 52. O fracionamento da propriedade rural somente poder ser autorizado pela autoridade ambiental competente, mediante comprovao da adequada distribuio da cobertura floresta, mnima na forma desta Lei.Art. 53. Os fornecedores e ou consumidores de produtos e subprodutos florestais esto obrigados a manter florestas prprias para explorao racional ou a formar, diretamente, ou que participem de empreendimentos de terceiros vinculados ao seu suprimento.Pargrafo nico - O Poder Pblico estabelecer normas e procedimentos relativos ao programa de formao de estoques para abastecimento das empresas referidas no caput deste artigo.Art. 54. O corte de rvores destinadas a projetos de pesquisas e estudos cientficos ser previamente autorizado pelo rgo competenteCaptulo X - Da reposio florestalArt. 55. Fica obrigada reposio florestal a pessoa fsica ou jurdica que explore, utilize, transforme ou consuma matria-prima florestal.Pargrafo nico - A reposio florestal de que trata o caput deste artigo ser efetuada no Estado de Pernambuco, mediante o plantio de espcies florestais adequadas, preferencialmente nativas, cuja produo seja, no mnimo, igual ao volume anual necessrio plena sustentao da atividade desenvolvida, cabendo ao rgo competente estabelecer os parmetros para esses fins.Art. 56. A pessoa fsica ou jurdica que, comprovadamente, venha a ter prova dos resduos ou da matria-prima florestal a seguir mencionadas, fica isenta da reposio florestal relativa a esse suprimento:I - matria-prima proveniente de rea submetida a manejo florestal sustentvel;II - matria-prima florestal prpria, em benfeitoria dentro da propriedade, na qualidade de proprietrio rural e detentor da competente autorizao de desmatamento;III - matria-prima proveniente da floresta plantada com recursos prprios e daquela no vinculada pelo rgo florestal;IV - matria-prima florestal oriunda de projeto de relevante interesse pblico, assim declarado pelo poder pblico, com posterior autorizao de desmatamento emitida pelo rgo competente;V - resduos provenientes da atividade industrial costaneras, aparas, cavacos e similares;VI - resduos oriundos de explorao florestal em reas de reflorestamento;VII - resduos oriundos de desmatamento autorizado pelo rgo competente, razes, tocos e galhas;VIII - o material lenhoso proveniente de tratos silviculturais, como desbaste e poda aplicados em florestas plantadas;Pargrafo nico - A iseno no desobriga o interessado da comprovao junto autoridade competente da origem da matria-prima florestal e resduos.

Art. 57. Observadas as peculiaridades estaduais ou regionais, a pessoa fsica ou jurdica que necessite de grande quantidade de matria-prima florestal manter ou formar, diretamente ou em participao de terceiros, florestas destinadas plena sustentao da atividade, conforme critrios e parmetros a serem fixados pelo rgo competente.Pargrafo nico - O Plano Integrado Florestal - PIF, a ser apresentado ao rgo florestal, pela pessoa fsica ou jurdica de que trata este artigo incluir, obrigatoriamente, programao anual de suprimento de matria-prima florestal visando a assegurar a plena sustentao da atividade desenvolvida.Art. 58. Os exploradores e consumidores classificam-se em:I - pequenos consumidores - os que consomem menos de 1.500 (hum mil e quinhentos) st/ano;II - mdios consumidores - os que consomem de 1.500 (hum mil e quinhentos) a 5.999 (cinco mil novecentos e noventa e nove) st/ano; eIII - grandes consumidores os que consomem mais de 6.000(seis mil) st/ano.Art. 59. A pessoa fsica ou jurdica consumidoras de matria-prima florestal, tais como siderrgicas, fbricas de celulose, aglomerados e similares, cermica, cimenteiras, indstrias processadoras de madeiras, cujo consumo anual seja igual ou superior a 6.000 st/ano (seis mil) estreos por ano ou a 2.000 mdc/ano (dois mil) metros cbicos de carvo vegetal por ano ou a 3.000 m/ano (trs mil) metros cbicos de toras por ano, ou qualquer outra matria-prima florestal, so obrigadas a manter, ou formar diretamente e/ou em participao com terceiros, florestas prprias destinadas a plena sustentao da atividade desenvolvida, inclusive em suas futuras expanses.Art. 60. As pessoas fsicas ou jurdicas no enquadradas no Art. 59 e que utilizam matria-prima florestal, obrigadas a reposio florestal devero optar pelas seguintes modalidades:I - Apresentao de levantamento circunstanciado de florestas plantadas prprias ou de terceiros, para fins de vinculao; eII - Execuo ou participao em programas de fomento florestal, preferencialmente com espcies nativas.Captulo XI - Do ecoturismoArt. 61. As aes referentes ao planejamento, execuo e ao controle do ecoturismo sero executadas conjuntamente pelos rgos ambiental e de turismo nos seus respectivos nveis de competncia. 1. As pessoas fsicas ou jurdicas que operam com o ecoturismo esto obrigadas a se cadastrarem e se submeterem ao monitoramento e controle de qualidade efetuados pelos rgos citados no caput deste artigo. 2. As empresas que operam o ecoturismo devero se registrar nos rgos ambientais e de turismo, no prazo do 60 (sessenta) dias a partir da vigncia desta Lei. 3. As pessoas fsicas e jurdicas que operam o ecoturismo devero se registrar nos rgos ambientais e de turismo no prazo de 120 (cento e ente) dias a partir da vigncia desta Lei. 4. Os empreendimentos, as empresas, os equipamentos e os servios destinados ao ecoturismo devero atender aos padres estabelecidos pelos rgos citados neste artigo. 5. Os cursos de treinamento de especializao de profissionais que atuam no ecoturismo devero ser submetidos apreciao e aprovao da Empetur e rgo ambiental. 6. Os operadores do ecoturismo devero submeter os roteiros ecolgicos apreciao e aprovao da Empetur do rgo ambiental. 7. Sero cobradas, pelo rgo ambiental e de turismo, nos seus nveis de competncia, taxas relativas ao registro, cadastramento, monitoramento, controle de qualidade e demais prestaes de servios que se faam necessrias.Captulo XII - Da fiscalizaoArt. 62. A Policia Militar de Pernambuco, mediante suas unidades de policiamento ambiental, ser incumbida da preveno e represso das infraes cometidas contra o meio ambiente, sem prejuzo dos corpos de fiscalizao dos demais rgos especializados. 1. As aes da Policia Militar de Pernambuco e do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, em suas esferas de competncia, devero, de preferncia, atender ao princpio da preveno, objetivando impedir possveis infraes relacionadas com o meio ambiente, e evitar o surgimento de incndios naturais ou criminosos ou extingui-los na sua fase inicial, em reas de preservao ambiental, especialmente nas Unidades de Preservao do Estado. 2. O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, atravs de suas unidades operacionais, ser incumbido da preveno ou extino de incndios nas reas de florestas e demais vegetaes existentes no territrio pernambucano. 3. O policiamento ambiental, respeitada a legislao pertinente, ser executado em consonncia com as diretrizes ambientais fixadas pela Secretaria do Meio Ambiente. 4. A fiscalizao pelos agentes ambientais competentes, quando obstados no seu exerccio, dever requisitar de imediato o auxlio da fora policial. 5. A fiscalizao das atividades ou empreendimentos que causem ou possam causar degradao ambiental ser efetuada pelos diferentes rgos ou entidades do Estado e dos municpios, no exerccio regular do seu poder de polcia, sem prejuzo da utilizao de sistemas de apoio comunitrio, concretizados mediante a utilizao dos instrumentos apropriados. 6. A fiscalizao do cumprimento das normas e medidas diretivas decorrentes da aplicao desta Lei e de seu regulamento ser exercida pelos corpos de fiscalizao dos rgos executivos competentes e policiamento ambiental.Captulo XIII - Das infraes e das penalidadesArt. 63. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, sujeitaro os infratores pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independente da obrigao de reparar os danos causados.Art. 64. Considera-se infrao a inobservncia de qualquer preceito desta Lei, e da legislao ambiental pertinente.Art. 65. O responsvel pela infrao fica sujeito s seguintes penalidades:I - advertncia por escrito;II - multa simples;III - multa diria;IV - apreenso dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, apetrechos, equipamentos e veculos de qualquer natureza, utilizados na infrao;V- destruio e/ou inutilizao do produto;VI - suspenso de venda e/ou fabricao do produto;VII - embargo;VIII - demolio das obras;IX - interdio parcial ou total do estabelecimento, atividades ou empreendimento;X - cassao do alvar de licenciamento de estabelecimento ou atividade;XI - suspenso ou cancelamento de registro, licena ou autorizao;XII - perda ou restrio de incentivos e benefcios fiscais concedidos pelo Governo;XIII - perda ou suspenso de participao em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crdito;XIV - reparao do dano ambiental; e XV - apreenso judicial. 1. Quando o infrator praticar, simultaneamente, duas ou mais infraes, ser-lhe-o aplicadas cumulativamente as penas a elas cominadas. 2. A aplicao das penalidades previstas nesta Lei no exoneram o infrator das cominaes civil e penal cabveis. 3. Para configurar a infrao, basta ao ou omisso voluntria do infrator.Art. 66. As penalidades incidiro sobre: I - o autor material;II - o mandante; eIII - quem de qualquer modo concorra prtica ou dela se beneficie.Pargrafo nico - As aplicaes das penalidades respeitaro o estabelecido e regulamentado na Legislao Federal em vigor at a regulamentao da presente Lei por ato do Poder Pblico Estadual.

Captulo XIV - Das disposies finaisArt. 67. O Estado, entre outras atribuies, fiscalizar as florestas nativas e demais formas de vegetao do seu territrio em colaborao com outras entidades de direito pblico ou privado.Art. 68. O Poder Pblico Estadual promover, a cada 5 (anos), o inventrio florestal e zoneamento do Estado, divulgando, anualmente, o censo referente ao consumo e produo de matria prima florestal.Art. 69. O rgo competente promover, juntamente com outras instituies pblicas e privadas, a Festa Anual da rvore, na ltima semana do ms de maro.Art. 70. O Poder Executivo realizar estudos visando verificar a situao atual e a viabilidade de implantao dos parques e reservas estaduais criados e no implantados no Estado.Art. 71. Os recursos auferidos em decorrncia de multas ou infraes florestais sero destinados ao rgo gestor para a implementao de suas atividades precpuas de fiscalizao monitoramento dos recursos naturais.Art. 72. Nas regies onde no houve viveiros de plantas florestais, estes sero implantados pela Secretaria de Agricultura ou entidades conveniadas, colocando as mudas de essncias florestais disposio dos proprietrios rurais e urbanos a preo de custo.Art. 73. O Poder Pblico estadual atravs da integrao de rgos pblicos e privados, dever promover, de forma permanente, programas de conscientizao e educao ambiental nos ensinos de primeiro e segundo graus. 1. A partir da promulgao desta lei, os livros escolares de leitura a serem editados devero conter textos de educao florestal previamente aprovados pelo Conselho Estadual de Educao, ouvido o rgo competente. 2. Nos mapas e cartas oficiais sero obrigatoriamente assinalados as Unidades de Conservao existentes no Estado.Art. 74. Toda pessoa fsica ou jurdica detentora de licena, autorizao, concesso ou permisso de uso relativos utilizao de recursos ambientais obrigada a fornecer dados e informaes sobre suas atividades, inclusive a quantidade consumida de recursos ambientais, matria prima e energia, bem como o funcionamento de sistemas de preveno e controle da poluio e degradao ambiental, cuja veracidade poder ser verificada pelo Poder Pblico.Art. 75. O Estado, atravs de seu rgo competente, poder participar de consrcios e celebrar convnios com municpios, Estados e a Unio, com os demais entes pblicos e privados, nacionais e estrangeiros e internacionais, objetivando a execuo desta Lei e seu regulamento, das medidas diretivas, deles decorrentes.Pargrafo nico. Sempre que possvel, o Estado, observando o disposto neste artigo, celebrar convnios com municpios, visando especialmente as questes ambientais nas reas urbanas.Art. 76. Esta Lei ser regulamentada no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de sua publicao, devendo o seu regulamento, entre outras disposies:I - criar o rgo ou entidade da administrao direta ou indireta competente para execuo das atribuies a que se referem esta Lei;II - estabelecer os procedimentos administrativos a serem observados na imposio das penalidades previstas nesta Lei; eIII - fixar as taxas destinadas a cobrir os cursos decorrentes do exerccio do poder de polcia originados da aplicao desta Lei e de seu regulamento.Art. 77. O Poder Executivo ter o prazo mximo de 2 (dois) anos para implementar as medidas administrativas necessrias fiel execuo da presente Lei.Art. 78. Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao.Art. 79. Revogam-se as disposies em contrrio.