a intermediação no processo logistico de produtos virtuais

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO A INTERMEDIAÇÃO NO PROCESSO LOGÍSTICO DE PRODUTOS VIRTUAIS André de Mello Santana Petrópolis 2012

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Page 1: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

A INTERMEDIAÇÃO NO PROCESSO LOGÍSTICO DE PRODUTOS

VIRTUAIS

André de Mello Santana

Petrópolis

2012

Page 2: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

A INTERMEDIAÇÃO NO PROCESSO LOGÍSTICO DE PRODUTOS

VIRTUAIS

Trabalho de conclusão de curso,

apresentada à Faculdade de Administração

da Universidade Católica de Petrópolis

como requisito parcial para realização do

Trabalho de Conclusão de Curso de

Administração

André de Mello Santana

Professor Orientador

Ueliton Leonidio

Petrópolis

2012

Page 3: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

Ficha Catalográfica

Bibliotecária Responsável : Antonieta Chinelli Souto – CRB 7 / 3508.

S232i

Santana, André de Mello.

A intermediação no processo logístico de produtos virtuais. / André de Mello Santana.

Petrópolis : Universidade Católica de Petrópolis, Centro de Ciências Sociais Aplicadas,

2012.

52p. : il

Orientador : Ueliton da Costa Leonidio.

Monografia de Conclusão de Curso - Universidade Católica de Petrópolis. Faculdade

de Administração, 2012.

1. Logística virtual. 2. Proddutos virtuais. 3. Comércio eletrônico. I. Leonidio, Ueliton

da Costa. II. A intermediação no processo logístico de produtos virtuais.

CDD 658.78

Page 4: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

Dedico este Trabalho aos

meus pais, Sebastião e Firmínia, aos

meus mestres e todos aqueles que

contribuíram com ele.

Page 5: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me proporcionou a oportunidade de

ter cursado e concluído este curso de graduação;

Agradeço aos meus pais que sempre me apoiaram nas minhas decisões e

me ajudaram a concluir mais uma etapa da minha vida;

Agradeço aos meus amigos de turma, especialmente ao Paulo Cesar,

Reiginaldo, Felipe José e o Luiz Fernando, que sempre estiveram ao meu lado

durante a graduação, muitas vezes pilhando, mas sempre dando forças e

incentivos para seguir em frente;

Agradeço ao meu professor orientador, Ueliton Leonidio, que acreditou na

proposta deste trabalho, me apoiou e me forneceu condições para

realização dele;

Agradeço ao professor Amadeo sempre estava comigo e o professor Ueliton

nas aulas de orientação discutindo e auxiliando no desenvolvimento deste

trabalho;

Agradeço também ao Pedro Filizzola, analista de comunicação e

evangelista da cultura da SambaTech, que concedeu a entrevista para

embasamento prático desta pesquisa e que desde o primeiro contato se

demonstrou disposto a contribuir em tudo que pudesse;

Não posso deixar de também agradecer a todas as pessoas que tiveram

interesse e paciência para conversar e debater comigo sobre os assuntos

abordados neste trabalho, principalmente a minha namorada Talita

Camara. Estas conversas me ajudaram bastantes a encontrar a espinha

dorsal desta pesquisa.

OBRIGADO A TODOS!

Page 6: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

Aluno: André de Mello Santana Matrícula: 08200225

Título do trabalho: A INTERMEDIAÇÃO NO PROCESSO LOGÍSTICO DE PRODUTOS

VIRTUAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas

da Universidade Católica de Petrópolis como requisito parcial para conclusão do Curso de

Administração de Empresas.

AVALIAÇÃO

GRAU FINAL: 10.0

AVALIADO POR

Prof. CARLA WINTER AFONSO

Prof. CARLOS ALBERT AMADEO SWAELEN

Prof. CARLOS ALBERTO DE FIGUEIREDO E SILVA

Page 7: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

RESUMO

Atualmente a maioria da população tem acesso à internet e consequentemente consomem

o conteúdo nela disponibilizado. O que poucos sabem é que por trás de uma página de

web, um jogo eletrônico, uma música ou um vídeo, existem empresas com os mais

diversificados modelos de negócios, trabalhando para disponibilizar tais conteúdos na tela

de um computador. Este trabalho tem como tema uma área pouco explorada e que passa,

por muitas vezes, invisível aos olhos dos usuários: a logística virtual. O pouco

conhecimento na área e o escasso material acadêmico encontrado com este tema foram as

principais motivações para realização deste trabalho. Como o assunto é novo acredita-se

que a pesquisa traz novas informações e visões sobre o tema, além de levar para a

comunidade acadêmica o conhecimento sobre um segmento que surgiu com a evolução

dos meios de comunicação, internet e comercio eletrônico. Ao longo dos capítulos foram

tratados assuntos pertinentes ao tema, como internet, comércio eletrônico, tipo de

relacionamento no comércio eletrônico, produtos virtuais, intermediários, logística, modal

logístico virtual e infraestrutura necessária para a logística virtual. Estes assuntos ajudam

a entender o que é a logística virtual, o que ela faz, onde acontece quem participa dela e o

que é necessário para que ela aconteça. Foi utilizada uma pesquisa descritiva,

bibliográfica com uma abordagem qualitativa e para atingir um âmbito mais prático na

pesquisa, foi feito um estudo de caso de uma empresa atuante neste segmento de mercado,

onde se utilizou, para a coleta de dados, além de pesquisa bibliográfica, uma entrevista

com um representante desta empresa. O resultado deste trabalho demonstra que o papel do

intermediário na logística virtual é bem mais do que realizar entrega de um produto

virtual, ele agrega valor ao serviço prestado oferecendo, além de segurança e comodidade,

informações que podem ser útil para o cliente conhecer o perfil dos consumidores do seu

produto. Acredita-se que este trabalho potencialmente pode ser útil a comunidade

acadêmica e a todos as pessoas que se interessam por assuntos voltados à tecnologia, pois

traz uma visão geral sobre um assunto pouquíssimo explorado e que geralmente passa

despercebido pelos usuários de internet.

Palavras chaves: Comércio Eletrônico, Produtos Virtuais, Logística Virtual.

Page 8: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – DIMENSÃO DO COMÉRCIO ELETRÔNICO PURO ............................... 22

FIGURA 2 - COMPONENTES DA INFRA-ESTRUTURA DA INFOVIA ..................... 31

FIGURA 3 – VISÃO DO PROCESSO LOGÍSTICO VIRTUAL ...................................... 32

FIGURA 4 – OBJETO DE ESTUDO NO PROCESSO LOGÍSTICO VIRTUAL ............. 33

Page 9: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – EXEMPLOS DE PRODUTOS VIRTUAIS ................................................ 25

QUADRO 2 – AGRUPAMENTO DOS DADOS COLETADOS ...................................... 44

Page 10: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

LISTA DE APÊNDICE

APÊNDICE A – ROTEIRO DA PESQUISA SEMIESTRUTURADA ........................ 49

APÊNDICE B – IMAGENS DO SITE UTILIZADO NA PESQUISA ......................... 51

Page 11: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................... 11

1.1 . RELEVÂNCIA DO TEMA ................................................................................... 13

1.2 . DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................... 15

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................... 16

2.1. INTERNET ............................................................................................................. 16

2.1.1. História da Internet ............................................................................. 16

2.1.2. Internet no Brasil ................................................................................. 17

2.1.3. O impacto da internet nos negócios ................................................... 18

2.2. O COMÉRCIO ELETRÔNICO ............................................................................. 19

2.2.1. Breve História do CE ........................................................................... 20

2.2.2. Tipos de Relacionamentos no Comércio Eletrônico ....................... 21

2.2.3. Dimensões do E-Commerce ................................................................. 22

2.2.1.1. Agentes Virtuais ........................................................................... 23

2.2.1.2. Processos Virtuais ......................................................................... 23

2.2.1.3. Produtos Virtuais .......................................................................... 24

2.2.1.4. Componentes do Comércio eletrônico ........................................ 26

2.3. OS INTERMEDIÁRIOS E O FENÔMENO DE DESINTERMEDIAÇÃO E RE-

INTERMEDIÇÃO ......................................................................................................... 27

2.4. LOGÍSTICA EMPRESARIAL .............................................................................. 27

2.4.1. Atividades Logísticas ........................................................................... 28

2.4.2. Modais Logístico de Transporte ........................................................ 29

2.5. DISTRIBUIÇÃO VIRTUAL ................................................................................. 29

2.5.1. Modal Virtual ....................................................................................... 30

2.5.2. Infraestrutura da Infovia .................................................................... 30

2.5.3. Logística Virtual e Serviços de distribuição virtual ....................... 31

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA ................................................................................. 33

3.1. TIPO DE PESQUISA ............................................................................................. 33

3.2. SELEÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................... 34

Page 12: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

3.3. COLETA DE DADOS ........................................................................................... 34

3.4. TRATAMENTO DE DADOS ............................................................................... 35

3.5. LIMITAÇÕES DO MÉTODO ............................................................................... 35

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ............................................. 37

4.1. A EMPRESA E O SEU MODELO DE NEGÓCIO ............................................. 37

4.2. LOGÍSTICA APLICADA AO CONTEXTO SAMBATECH ............................. 39

4.3. PROCESSOS ESSÊNCIAIS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE VÍDEOS ONLINE41

4.4. AGRUPAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS .......................... 42

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO ....................................................................................... 46

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 47

Page 13: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

11

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

É inegável que a internet desde seu advento vem provocando significativas

mudanças nas interações sociais e no mundo dos negócios. Isto devido aos processos de

compra, venda, permuta de bens e serviços entre empresas e clientes que hoje em dia

podem ser feito através de um simples clique. Com esta nova modalidade de negócio,

chamada de comércio eletrônico (e-commerce em inglês), empresas e até mesmo pessoas

físicas começaram a dispor seus produtos1 em prateleiras virtuais a fim de atingir os

consumidores em potencial conectados à rede. Surgem várias oportunidades de negócios,

onde são criadas varias organizações com o mais diversificado modelos de negócios. Por

modelo de negócio entende-se como "um sumário lógico da criação de valor de uma

organização ou uma rede de empresas, incluindo suposições sobre seus parceiros,

competidores e clientes" (LUCIANO, 2004, p. 6). Empresas como Submarino, Mercado

Livre, Groupon entre outros, são exemplos de organizações com modelos de negócios

diferentes de outras organizações comerciais o que demonstra, mais uma vez, a influencia

da internet no ambiente empresarial.

Além disso, é relevante neste contexto a modificação e desenvolvimento de

novos serviços e produtos. Com esta revolução proporcionada pela internet surge a

denominada economia digital ou economia da internet que se baseia em tecnologia digital

por meio de computadores, redes, software, etc. Isto induziu várias organizações a

optarem por transformar, ou também disponibilizar, seus serviços no formato virtual.

Exemplo disto são os bancos, por meio do bankline – plataformas bancárias online – ou do

próprio caixa eletrônico, onde é possível fazer transferências e agendar pagamentos,

dentre outros serviços. Novos produtos também entraram neste cenário, é o caso das

plataformas de acesso ao ambiente da Word Wide Web, como smatphones, netbooks,

ultrabooks e tablets, e dos produtos virtuais - produtos ou serviço que podem ser

divulgado, vendido, pago, entregue ou utilizado pela internet (músicas, e-books, filmes,

jogos, etc.).

Novos fenômenos também surgiram com a transformação e desenvolvimento de

novos produtos e serviços: a desintermediação e re-intermediação, onde determinados

intermediários em um processo deixam de ser necessários, mas que em contrapartida

surgem outros novos necessários para que o processo se cumpra de forma eficiente. Um

exemplo deste fenômeno é a criação de lojas virtuais, onde ocorre uma substituição do

1 Produtos aqui não se limitam apenas a coisas tangíveis, mas também a prestação de serviços e produtos

virtuais.

Page 14: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

12

vendedor e do caixa da loja física (desintermediação) por um site e um sistema de

pagamento online (re-intermediação). Aqui também é possível verificar modificações dos

processos nas relações comercias: o comprador que antes ia até a loja comprar

determinado produto e pagava com dinheiro já não o faz mais assim. Agora ele compra o

bem desejado através de um computador conectado à rede e paga por ele de forma virtual.

Perde-se a necessidade do vendedor, mas em contrapartida o lojista não tem o comprador

indo até sua loja retirar o produto, necessitando da figura de outro intermediário que fará a

entrega. Se o item comprado se tratar de um produto virtual a esta entrega poderá ocorrer

virtualmente, não eliminando a figura do intermediário, pois pode ser necessária a

presença de algum sistema que realize esta entrega. Neste caso observa-se outra

modificação nas de relações comerciais, que neste caso é a entrega – que passa da forma

física para virtual – constituindo, juntamente com os outros componentes, o chamado

Comércio Eletrônico Puro, onde os produtos, processos e agentes são todos virtuais.

A entrega é parte fundamental para o sucesso do e-commerce, pois se, durante

qualquer transação comercial se o produto não chegar ao cliente não há razão dela existir.

Com esta preocupação, as empresas procuraram aperfeiçoar o seu processo logístico

buscando rapidez, garantia e confiabilidade na entrega. Entretanto, como explicitado

anteriormente, quando o produto tratado é virtual a entrega pode ser feita virtualmente, o

que muda todo o processo logístico, sendo não aplicável a forma tradicional. A

infraestrutura necessária para entrega de um produto virtual nada se parece com a

utilizada na entrega de um produto físico: enquanto físico o produto, faz-se necessário o

uso de navios, caminhões, rodovias, ferrovias entre outros elementos modais para a

realização da entrega, já o produto virtual necessita de plataformas de acesso à rede,

satélites e antenas para distribuição de sinais, servidores de armazenamento entre outros

para ser entregue em seu formato. Neste panorama surgiram empresas especializas em

entregas de determinados produtos virtuais, criando novos processos para atender as

lacunas que se abriram a partir do surgimento e aperfeiçoamento de tais produtos.

Este estudo tem como assunto central estas empresas e seus serviços prestados,

que surgiram para entregar de maneira virtual, segura e confiável os produtos virtuais,

ocupando o lugar no processo que antes, quando tais produtos eram físicos, pertenciam a

outros intermediários. Aborda-se aqui a re-intermediação no processo logístico no

ambiente virtual feito por estas empresas.

Ao fim desta pesquisa pretende-se dar resposta a seguinte pergunta: Qual o papel

da intermediação no processo logístico de produtos virtuais?

Page 15: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

13

1.1 RELEVÂNCIA DO TEMA

Turban e King (2004, p. 34) elucidam que os intermediários, em marketing, são em

geral profissionais ou empresas que atuam entre os vendedores e os compradores, e que na

web, os intermediários desempenham um papel muito diferente dos intermediários

tradicionais. Os intermediários online, que em geral são sistemas computadorizados, criam

e gerenciam mercados online e ajudam a colocar compradores em contato com vendedores

– ou vice e versa – oferecendo as infraestruturas necessárias e ajudando as partes a

concluir e completar suas transações.

Dentro destas transações, encontram-se vários tipos de intermediários que tornam

mais próximos o consumidor do fornecedor: vitrines e lojas online, sistemas de

pagamentos digitais, distribuidoras online etc. Muitos destes intermediários são

conhecidos pelos consumidores online, é o caso do Mercado Livre, mercado online que

permite que diversos vendedores ofertem os mais variados produtos, e do Pague Seguro,

um sistema de pagamento digital online. Porém quando a transação se trata de um produto

virtual em que a entrega pode ser feita de forma eletrônica, há um tipo de intermediário

que passa despercebido aos olhos dos usuários, as empresas de distribuição e entrega de

produtos virtuais: ao comprar um produto físico e recebê-lo em sua casa, o consumido

certamente perceber se a entrega está sendo pela empresa que lhe vendeu o produto ou por

uma terceira – Correios ou uma Transportadora. No caso de um produto virtual, ao receber

em seu computador (ou qualquer outra plataforma de acesso à rede), o usuário

provavelmente não se atentará para esta distinção, e muito provavelmente ele não imagina

que para aquele produto chegar até ele, há muitas pessoas e processos envolvidos.

E é este o principal motivo para a realização desta pesquisa. O pouco conhecimento

na área e o escasso material acadêmico encontrado com este tema é a justificativa para o

tema. Como o assunto é novo acredita-se que a pesquisa trará novas informações e visões

sobre o tema, além de levar para a comunidade acadêmica o conhecimento de um novo

segmento que surgiu com a evolução dos meios de comunicação, internet e comercio

eletrônico.

1.1 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O desenvolvimento da internet e da tecnologia somado aos fatores econômicos e

sociais formaram um ambiente altamente competitivo para os negócios, onde os

consumidores cada vez mais adquirem poder, o que faz com que o mercado fique instável,

podendo mudar rapidamente e, às vezes, de forma imprevisível. As empresas devem reagir

rapidamente aos problemas e às oportunidades resultantes desse novo ambiente de

negócios, e

Page 16: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

14

para se ter sucesso e até mesmo se sobreviver diante dessa dramática

mudança, as empresas têm de tomar não só atitudes convencionais

(baixar custos, fechar unidades que trazem lucros), como também lançar

mão de iniciativas inovadoras: personalização, criação de novos produtos

ou oferta de serviços especiais para o consumidor (BOYETT e

BOYETT2, 1995 apud TURBAN e KING, 2004, p. 19).

É neste cenário que surge a idéia da logística virtual, um segmento pouco

conhecido, embora com empresas consolidadas no meio que identificaram como

oportunidade uma demanda no mercado de produtos virtuais, e passaram a oferecer um

novo formato de serviço que é a distribuição virtual deste tipo de produtos.

Pelo fato deste tipo de serviço ser pouco conhecido, pela perspectiva de

crescimento do uso da internet e do comercio eletrônico, e pela nova dinâmica de mercado

que se apresenta atualmente é que se baseiam a justificativa deste tema.

1.2 OBJETIVO GERAL

O objetivo desta pesquisa é compreender o papel da intermediação logística na

distribuição de produtos virtuais no comércio eletrônico.

1.3 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS

Conceituar internet e descrever brevemente a sua história;

Descrever os impactos da internet sobre os negócios;

Conceituar comércio eletrônico e explicitar seus respectivos tipos de

relações;

Conceituar comércio eletrônico puro;

Demonstrar a dimensão do comércio eletrônico puro e seus

componentes;

Conceituar agentes, processos e produtos virtuais;

Explicar sobre o fenômeno de desintermediação e re-intermediação

Conceituar logística;

Diferenciar processos logísticos tradicionais dos virtuais.

2 BOYETT, J. H., BOYETT, J. T. Beyond Workplace 2000: Essential Strategies for the New

American Corporation. New York: Dutton, 1995.

Page 17: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

15

1.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa tem como objeto de estudo as empresas que fazem a intermediação

logística no comercio eletrônico puro, ou seja, empresas que atuam na entrega de produtos

virtuais aos consumidores finais. As organizações estudadas serão empresas atuantes no

mercado nacional e cujo tipo de relação no mercado eletrônico seja voltado para o

business to business (B2B), ou seja, negócios entre empresas. Neste tipo de relação, a

empresa de distribuição virtual é contratada por outra para realizar o serviço de entrega do

produto virtual. O Estudo explora o âmbito virtual, mas precisamente a internet, o

comércio eletrônico, os processos e agentes atuantes dentro deste meio que contribuem

para que ocorra a logística virtual.

Page 18: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

16

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. INTERNET

A Internet é uma rede mundial de milhões de computadores interligados por um

protocolo chamado TCP/IP que permite o acesso a informações e todo tipo

de transferência de dados. Ela permite acesso a uma variedade de recursos e serviços,

incluindo os documentos interligados por meio de hiperlinks da World Wide Web, e

oferece a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços como comunicação

instantânea e compartilhamento de arquivos.

2.1.1. História da Internet

Para se estabelecer como líder em ciência e tecnologia na área militar, o

Departamento de Defesa dos Estados Unidos criou, em 1957, a Advanced Research

Projects Agency (ARPA), uma agência para apoiar projetos no setor de informática. Um

dos projetos apoiado

[...] foi a criação de uma rede que pudesse conectar diferentes

computadores, a distância, de modo que a informação, a qual trafegava

em pacotes separados e roteados entre esses computadores, pudessem

fluir independentemente da disponibilidade de qualquer ponto dela – ou

seja, caso um ponto da rede ficasse desconectado, essa não era paralisada

como um todo (LIMEIRA, 2007, p. 15).

Essa rede foi denominada de Arpanet e entrou em operação em setembro de 1969.

Ela utilizava um comando regular (Protocolo) de comunicação chamado de Network

Control Protocol / Initial Control Protocol (NCP/ICP). Em 1974 foi apresentado um novo

protocolo, o Transmission Control Protocol / Internet Protocol (TCP/IP), que veio a ser

utilizado em várias redes, sendo, em 1982, adotado como protocolo de comunicação

padrão da Arpanet.

Adotado este protocolo, a Arpanet conectou-se às diferentes outras redes que

utilizavam o TCP/IP, dando origem a um conjunto de redes interconectadas: a internet.

Em 1986 foi criada pelo National Science Fundation (NSF) a NSFNET, uma rede mantida

pelo governo norte americano que conectava diversas universidades e centro de pesquisas

aos núcleos de supercomputação. No ano de 1989 a Arpanet encerra sua atividade e a

NSFNET passa a ser o backbone – espinha dorsal – a rede das redes e, a partir daí,

começou a incluir outras redes espalhadas pelo mundo ampliando seu uso para outras

operações não acadêmicas. Ainda em 1989 foi sugerido pelo pesquisador do Conseil

Européen pour la Recherche Nucléaire (CERN) – laboratório europeu de pesquisas em

física nuclear e de partículas, Tim Berners-Lee a criação de um padrão, reunindo a

internet, o hipertexto e a multimídia, para representar dados transmitidos pela internet. O

Page 19: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

17

padrão criado foi chamado de Hipertext Markup Language (HTML) que permitia inserir

um link em palavras ou frases ligando-as em páginas ou documentos salvos no próprio ou

em outros computadores conectados à rede. Ainda no mesmo ano foi desenvolvido pelo

CERN, a Word Wide Web (WWW) para "facilitar a troca de informações e de idéias entre

pesquisadores do CERN" (LIMEIRA, 2007, p. 17).

Meses após a criação da www, o National Center for Supercomputing Application

(NCSA) iniciou um projeto para a criação de um software de fácil utilização para procura

de informação na web e em 1993 foi criado por Marc Andeessen, aluno da universidade de

Illinois, o primeiro browser ou software navegador batizado e Mosaic. Em 1995 o

governo norte americano deixa de patrocinar a NSFNET, rede que crescia de tal maneira

que a distingue das outras invenções humanas:

[...] só para se ter uma idéia, a eletricidade (criada em 1873) atingiu 50

milhões de usuários depois de 46 anos de existência; o telefone (1876)

levou 35 anos para atingir esta mesma marca; o automóvel (1886), 55

anos; o rádio (1906), 22 anos; a televisão (1926), 26 anos; o forno de

microondas (1953), 30 anos; o microcomputador (1975), 16 anos; o

celular (1983), 13 anos. A internet (1995), por sua vez, precisou de

quatro anos (de 1995 a 1998) para atingir 50 milhões de usuários no

mundo. (LIMEIRA, 2007, p. 17).

2.1.2. Internet no Brasil

No Brasil, a internet chegou por intermédio do Ministério de Ciência e

Tecnologia (MCT) que formou, em 1989, um grupo para com objetivo de implantar no

país uma rede de pesquisa que interligasse as principais universidades, instituição de

pesquisa e órgãos governamentais e não governamentais – até então as universidades

brasileiras utilizavam redes internacionais de pesquisa. Com o grupo formado pela

Financiadora de Estudos e Pesquisa (FINEP), Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São

Paulo (Fapesp), Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs),

Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

(Faperj) e o MCT obteve-se o projeto Rede Nacional de Pesquisa (RNP), cujo objetivo era

dar suporte à introdução da tecnologia de redes internet no país e sua difusão.

A partir deste ponto inicia-se o desenvolvimento da internet no Brasil: conforme

diz Limeira (2007, p. 29 e 30), entre os anos de 1991 e 1993 foi montada a espinha dorsal

da RPN, chamada de Fase I; de 1994 a 1996 foi implementada a Fase II da RPN com uma

infraestrutura muito mais veloz e passando por uma redefinição, deixando de ser uma rede

restrita ao meio acadêmico estendendo-se a serviços de todos os setores da sociedade,

tendo abertura da internet comercial em 1995; no ano de 1997 deu-se início à Fase III da

RPN com objetivo de desenvolver uma nova geração de rede internet, interligando todo

Page 20: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

18

país em uma rede acadêmica de alto desempenho conectada à rede acadêmica americana,

internet2, que tem como finalidade o desenvolvimento de tecnologias e aplicações

avançadas de redes de internet para comunidade acadêmica e de pesquisa e a transferência

destas tecnologias desenvolvidas e testadas para o setor comercial; em 2000 é inaugurada

a RPN2, que interliga todos os estados brasileiros e o Distrito Federal; em 2005 foi

inaugurada uma nova infraestrutura da rede, com tecnologia de rede óptica, elevando a

capacidade de comunicação entre os nós da rede.

Atualmente, a RPN é um programa de informática da Secretaria de

Política de Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia

(Sepin/MCT). Esse programa prevê a manutenção de uma rede acadêmica

nacional que seja, ao mesmo tempo, uma infraestrutura de alto

desempenho para comunicação entre instituições de ensino e de pesquisa

e um laboratório para testes e desenvolvimento de aplicação e tecnologias

de rede avançada. (LIMEIRA, 2007, p. 31).

2.1.3. O impacto da internet nos negócios

Tapscott3 (apud LIMEIRA, 2007, p. 32) diz que desde o final do milênio, se

presencia o nascimento de uma nova era. Chamada Era da Inteligência em rede (Age of

Network intelligence, em inglês), nela surge uma nova economia, uma nova sociedade e

uma nova política baseada na combinação de inteligência, conhecimento e criatividade de

indivíduos para criar, intermediados pelas redes, desenvolvimento e riqueza social.

Esta nova economia que surge é chamada de economia digital, pois "baseia-se em

tecnologia digital, o que inclui redes de comunicação digital, computadores, softwares e

demais tecnologia da informação" (TURBAN e KING, 2004, p. 16).

Tinha-se na antiga economia o fluxo de informação físico, onde a circulação de

informação era baseada nas pessoas e objetos físicos como dinheiro, cheque, notas fiscais

malas diretas, folhetos, reuniões, vendedores entre outros. Na economia digital – ou, como

também é chamada, economia da internet, ou ainda de economia do conhecimento – as

informações são digitalizadas e separam-se do meio físico, se tornando muito mais

acessível e democratizada, o que "muda é a estrutura das relações porque quebram o poder

fundamentado na exclusividade de acesso e de domínio da informação" (TAPSCOTT4,

1996 apud LIMEIRA, 2007, p. 33). A nova economia baseia-se na oferta de bens baseado

no conhecimento: se “a economia industrial dependia de bens e serviços físicos, na nova

economia, muitas ofertas (como software e entretenimento eletrônico) são não físicas e

3 TAPSCOTT, Don. Economia Digital: promessa e perigo na era da inteligência em rede. São Paulo: Makron

Books, 1996. 4 TAPSCOTT, D. Economia Digital: promessa e perigo na era da inteligência em rede. São Paulo: Makron

Books, 1996.

Page 21: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

19

baseadas no conhecimento” (TAPSCOTT, TICOLL e LOWY5, 2001 apud LIMEIRA,

2007, p. 19). Desta forma, a criação de valor para consumidores está se modificando “de

bens físicos para uma economia que favorece serviços, informação e inteligência como

fontes primárias de criação de valor” (RAYPORT e JAWORSKI6, 2001 apud LIMEIRA,

2007, p. 19). Na era industrial, o foco era a aplicação do conhecimento para maximizar a

produção e reduzir os custos, enquanto na economia digital o foco é fornecer ao

consumidor a maior quantidade de escolhas (CHOI e WHINSTON, 2000).

A estrutura da nova economia digital está em ritmo acelerado de mudança e está

indo ao encontro da convergência de tecnologia de computação e comunicação, que

"permite que todo tipo de informação (dados, áudios, vídeos, etc.) seja armazenado,

processado e transmitido, por meio de redes para diversas partes do mundo" (TAPSCOTT,

1996, p. 16), o que faz surgir novos setores que revolucionam o mercado de

computadores, softwares, telefonia móvel, a indústria de conteúdo entre outros.

Em meio a esta nova dinâmica de mercado, faz-se necessário as empresas

reverem constantemente seus produtos e negócios e estratégias: "Na nova economia, ser

grande não é o fator crítico de sucesso, mas, sim, a inovação, a agilidade e o aprendizado

organizacional" (LIMEIRA, 2007, p. 34).

2.2. O COMÉRCIO ELETRÔNICO

Turban e King (2004, p. 3) definem comércio eletrônico (CE ou e-commerce)

como "processo de compra, venda e troca de produtos, serviços e informações por rede de

computadores ou internet". Limeira (2007, p. 38) cita a definição dada pelo Organization

for Economic Co-operation and Development que diz que o CE

engloba a realização de negócios por meio da internet, incluindo não só a

venda de produtos e serviços físicos, entregues de maneira off-line, isto

é, por meios tradicionais, mas de produtos como os softwares, que podem

ser digitalizados e entregues online, por meio da internet.

Temos, assim, que o e-commerce é processo de compra, venda e troca de

produtos, serviços e informações, sejam esses digitalizados ou não, por meio de rede

computadores conectados entre si ou pela internet.

5 TAPSCOTT, D.; TICOLL, D.; LOWY, A. Capital digital: dominando o poder das redes de negócio. São

Paulo: MakronBooks, 2001. 6 RAYPORT, J.; JAWORSKI, B. E-commerce. New York: McGraw-Hill, 2001.

Page 22: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

20

Outro conceito que também é utilizado é o de e-business ou negócio eletrônico,

dado, às vezes, como um termo mais abrangente. REBOUÇAS7 (2009) diz isto ao definir

e-business: “e-business significa negócio na internet, mas não é simplesmente a execução

de vendas online. Ele [e-business] abrange várias ferramentas e recursos via web para

promover e manter um negócio na rede". Porém, assim como fizeram Turban e King em

seu livro Comércio Eletrônico: estratégia e gestão, será utilizada nesta pesquisa a

conotação mais ampla de Comércio Eletrônico que é basicamente equivalente a e-

business, segundo os autores citado, podendo ser encontrados, ao longo do trabalho, os

dois termos.

2.2.1. Breve História do CE

No início da década de 70 surgiram as primeiras aplicações de comércio

eletrônico, entre elas estavam a Data Interchange (EDI) e Eletronic Funds

Transfer (EFT), que permitiam transferência de documentos comerciais e a transferência

de dinheiro eletronicamente. Estas aplicações tinham com função facilitar as transações

comerciais. "À medida que a internet foi se tornando mais comercial e que os usuários

passaram a fazer parte da World Wide Web no início da década de 90, a expressão

eletronic commerce passou a ser utilizada, e suas aplicações se expandiram rapidamente"

(TURBAN e KING, 2004, p. 7). Mas foi só após a criação de protocolos de segurança e a

tecnologia DSL – "Digital Subscriber Line é uma família de tecnologias que fornecem um

meio de transmissão digital de dados, aproveitando a própria rede de telefonia que chega

na maioria das residências8" permitindo conexão contínua com a internet – que o e-

commerce se firmou.

"Desde 1995 os usuários de internet acompanham o desenvolvimento de diversas

aplicações, desde comerciais até experiências com realidade virtual" (TURBAN e KING,

2004, p. 7). Quase todas as empresas pelo mundo possuem um site e desde o final do ano

2000 muitas delas, a maioria norte americanas e européias, ofereceram seus serviços

através da World Wide Web. Desde então, as pessoas começaram a associar à expressão

‘comércio eletrônico’ com a habilidade de adquirir facilidades através

da Internet usando protocolos de segurança e serviços de pagamento eletrônico.

Em 1996, surgiu no Brasil umas das primeiras lojas virtuais do País, a Booknet,

que comercializava livros, vídeos e cds. A empresa foi adquirida em 1999 pelo

Submarino.com. Hoje a maior loja de varejo do país é a Americanas.com.

7 REBOUÇAS, F. E-Business , 2009. Disponivel em www.infoescola.com/administração_/e-business. Acessado

em 04/10/2011

Page 23: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

21

2.2.2. Tipos de Relacionamentos no Comércio Eletrônico

Há inserido no e-commerce diferentes agentes que promovem a troca de produtos,

serviços e informação. Segundo Turban e King (2004, p. 6) há uma classificação bastante

comum feito no CE, quanto à natureza da transação ou pelo relacionamento destes

agentes. Abaixo segue uma síntese da classificação apresentada pelos autores:

Business-to-business (B2B)

Todos os participantes do e-commerce business-to-business (B2B) são

empresas ou outros tipos de organização. Podemos chamar business-to-

business de uma relação de Empresa para Empresa.

Atualmente a maior parte do CE é do tipo B2B (CUNNINGHAM9, 2001

apud TURBAN e KING, 2004, p. 6).

Business-to-consumer (B2C)

Os agentes aqui são as organizações em geral e o consumidor, onde a

primeira oferece algo para o segundo. Exemplo típico deste tipo de

transação são as lojas de varejo, que dispões seus produtos online para que

possam ser comprados pelos usuários da rede.

Consumer-to-business (C2B)

Esta categoria envolve a relação do Consumidor para Empresa, ou seja, a

transação parte do consumidor para a empresa. Um exemplo disto é

quando o consumidor tem a possibilidade de negociar o preço do produto,

forma de pagamento, e outras intenções de consumo, cabendo a empresa

dar o aceite ou não destas solicitações.

Consumer-to-Consumer (C2C)

Esse é o tipo de transação em que um indivíduo negocia bens com outros

indivíduos. Exemplos deste tipo de transação são os classificados online,

onde usuários oferecem produtos para outros comprarem.

E-government (G2C, G2B, C2G, B2G)

Nesta categoria engloba todos os já agentes citados que realizam algum

tipo de transação com uma atividade governamental ou vice-versa.

9 CUNNINGHAM, Michael. B2B: How to build a profitable e-commerce strategy. Cambridge: Perseus

Publishing, 2001.

Page 24: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

22

2.2.3. Dimensões do E-Commerce

O comércio eletrônico é composto por agentes, produtos e processo. Os agentes

são os vendedores, compradores, intermediários, grupo de defesa do consumidor, governo,

entre outros; Os produtos são as mercadorias comercializadas; os processos são as

interações entre os agentes, que envolvem a produção, busca, seleção, expedição, entrega

e consumo de tal produto. Estes componentes podem ser físicos ou virtuais.

Para que seja considerado eletrônico, o negócio tem que ter pelo menos um destes

componentes no formato virtual, sendo chamado assim de comércio eletrônico parcial: ao

comprar um livro no Submarino.com, o CE é parcial, pois parte do processo (busca,

pesquisa, seleção) e compra foi feito de forma digital, mas em contrapartida, o produto

comprado e a forma de entrega do mesmo são físicos. Quando todos componentes do e-

commerce forem virtuais, tem-se o chamado Centro do Comércio Eletrônico ou Comercio

Eletrônico Puro (CHOI, STAHL c WHINSTON10

, 1997 apud LUCIANO, 2007, p. 19).

Luciano (2004, p. 20) utilizou a figura apresentada por Choi, Setahl e Whinston

(1997) em seu livro The Economics of Eletronic Commerce para demonstra as áreas do

comércio eletrônico. A figura abaixo é a mesma apresentada pelos autores:

Figura 1 – Dimensão do Comércio Eletrônico Puro

Fonte: Choi, Stahl e Whinton (1997, p. 18).

10 CHOI, S.-Y.; WHINSTON, A.; STAHL, D. The economics of electronic commerce. Indianápolis:

Macmillan Technical, 1997.

Page 25: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

23

No eixo vertical é representado o grau de digitalização dos produtos, o eixo

horizontal apresenta o grau de digitalização dos agentes, e o terceiro eixo, na diagonal,

representa o processo quanto ao grau de digitalização.

No canto inferior esquerdo do gráfico, tem-se o cubo que sinaliza o mercado

tradicional, onde os produtos, agentes e processos são todos físicos. Já no canto superior

direito do gráfico apresentado, é demonstrado o comércio eletrônico puro, onde todos os

agentes são digitais. Os outros cubos representam o CE parcial, onde componentes físicos

e digitais se misturam.

Organizações totalmente físicas (corporações) são chamadas de

organizações de tijolo e cimento ou organização da velha economia,

enquanto as devotadas exclusivamente ao CE são organizações virtuais

online puras. As organizações de clique e cimento, por sua vez são

aquelas que realizam alguma atividade de e-commerce, mas cujos

principais negócios são realizados fisicamente. Muitas empresas de tijolo

e cimento vem se tornando aos poucos de cliques e cimento (TURBAN e

KING, 2004, p. 3).

2.2.1.1. Agentes Virtuais

Segundo LIMEIRA (2007, p. 54) agentes virtuais são compradores, vendedores

ou intermediários que estabelecem identidades online. Eles podem ser agente

automatizado de software que procura informações, negociam e finalizam pedidos; uma

pessoa que está online desempenhando estas funções ou também um grupo de

consumidores; ou vendedores agindo desta maneira, como uma única entidade.

2.2.1.2. Processos Virtuais

Processo virtual é a forma de como se dá a interação entre os agentes no comercio

eletrônico: quando um usuário vai comprar um produto numa loja virtual ele seleciona o

produto desejado, negocia frete, forma de pagamento, forma de frete entre outras questões

relacionado à compra. Estes procedimentos podem ser definidos como processos virtuais.

Limeira define processos virtuais da seguinte forma:

[Processo Virtual] Refere-se à forma como o agente interage, no

mercado, com produtos e outros agentes, usualmente através de

comunicação interativa e em tempo real. Porém, um processo virtual

significa mais do que interatividade ou comunicação em tempo real, que

são características de tecnologias mais simples. A viabilização de um

processo virtual necessariamente inclui procedimentos de ordem de

compra e pagamento online. (LIMEIRA, 2007, p. 54)

Page 26: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

24

Segundo a autora, para que seja caracterizado um processo virtual faz-se necessário

a inclusão, em meio a todos os procedimentos, o procedimento da compra e do pagamento

online. Isto implica que mesmo comprando um produto em uma loja física e efetuando seu

pagamento por cartão de crédito, o processo não pode ser definido como virtual, uma vez

que a compra foi executada de forma física, ou seja, tem-se neste contexto um

procedimento virtual em meio a um processo físico.

Também pode ocorrer o inverso, haver um procedimento físico em meio a um

processo virtual, e isto é bastante comum: compra-se um produto de forma virtual, efetua-

se o pagamento por transferência bancária e a entrega é feita pelos correios –

procedimento físico (entrega) em meio a um processo virtual.

2.2.1.3. Produtos Virtuais

Produtos virtuais são produtos ou serviços que podem ser divulgados, vendidos,

pagos entregues ou utilizados pela internet (CHOI, WHINSTON, e STAHL, 199711

apud

LIMEIRA, 2007, p. 19). São exemplos de produtos virtuais músicas, informação, software

e filmes. Limeira, 2007 cita Kauffman e Walden12

, 2001 dizendo que os produtos virtuais

também são conhecidos como bens de informação.

Segundo CHOI, WHINSTON, e STAHL (1997, p. 69) os produtos virtuais

possuem alguns atributos que o caracterizam. São eles:

Indestrutibilidade:

Uma vez criado, o protudo virtual mantem sua forma e qualidade

infinitamente, tendo que ele não se degrada ao ser usado ou com o passar

do tempo.

Transmutualidade:

Os produtos virtuais são extremanente customizáveis e fáceis de

modificar. Os autores (p. 72) ressaltam que modificações acidentais,

intencionadas ou fraudulentas nestes produtos podem ser irreversiveis.

11 CHOI, S.-Y.; WHINSTON, A.; STAHL, D. The economics of electronic commerce. Indianápolis: Macmillan

Technical, 1997. 12 KAUFFMAN, R. J.; WALDEN, E. A. Economics and electronic commerce: survey and directions for

research. International Journal of Electronic Commerce, v. 5, n. 4, p. 5-116, summer 2001.

Page 27: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

25

Reprodutibilidade

Estes produtos podem ser armazenados e transportados e reproduzidos de

maneira fácil, o que torna o seu custo marginal, após o investimento

inicial, praticamente zero. Tem-se também com ele grande vantagem

logística em relação aos produtos físicos.

O quadro abaixo mostra exemplos de produtos virtuais:

Informação e produtos de entretenimento que são digitalizáveis:

informação: banco de dados, clipagem, localização e padronização de informações;

produtos baseados em informação: jornal, revistas, artigos e livros, material de divulgação;

softwares: aplicativos, jogos, ferramentas de desenvolvimento.

informação sobre produtos: especificação, catálogos, manuais (do usuário ou de

treinamento);

gráficos: fotografias, cartões postais, calendários, mapas, raio-x;

áudio: músicas, sons, vozes digitalizadas, discursos;

vídeo: filmes, programas de televisão, clipes;

Símbolos e conceitos:

tickets e reservas: passagens aéreas, hotéis, concertos, eventos esportivos, transportes.

instrumentos financeiros: cheques, cartões de crédito, documentos, seguros.

Processos e serviços:

serviços governamentais: formulários, benefícios, pagamentos, licenças.

mensagens eletrônicas: cartas e chamadas telefônicas

processo de criação de valor de negócios: ordering, contabilidade, inventário, contratação;

compra de ações, leilões, licitações, trocas.

educação remota, telemedicina e outros serviços interativos.

cyber café e entretenimento interativo, comunidades virtuais.

tratamento de informações: coleta, tabulação e análise de dados.

formatação de documentos

consultoria virtual

mecanismos de busca, propaganda online.

serviços de certificação digital

Quadro 1 – Exemplos de produtos virtuais

Fonte: LUCIANO (2004, p. 52)

Page 28: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

26

Choi e Whinston13

(2000 apud LUCIANO 2004, p. 21) fazem uma diferenciação

entre o digital e o virtual, onde "o digital configura-se como uma etapa intermediária entre

o físico e o virtual. Nele há características de produto, processo e agente virtual, todavia,

estes de alguma forma dependem de algo físico para existirem". A autora utiliza o CD-

ROM para exemplifica um produto digital, onde o CD em si é um produto físico, mas, no

entanto o software contido nele é virtual tornando-o um produto digital.

2.2.1.4. Componentes do Comércio eletrônico

Segundo Turban e King (2004, p. 34) os principais componentes de um mercado

virtual são os clientes, os vendedores, os bens (físicos ou digitais), a interface com o

cliente, a estrutura administrativa e os intermediários. Abaixo segue uma breve descrição

de cada um deles:

Clientes são os milhões de usuários da web ao redor do mundo. São eles

responsáveis pela decisão: buscam informação detalhada sobre os

produtos, negocia e compara preço. Segundo Turban e King (2004, p. 35)

as empresas são responsáveis por 85% das atividades de comércio

eletrônico.

Vendedores são pessoas ou organizações que ofertam produtos pela web.

Produtos são os itens ofertados pelos vendedores. Eles podem ser físicos ou

virtuais.

Infraestrutura são os hardwares, softwares e rede necessário para o

funcionamento do C. E.

Interface com o cliente é a parte visível do sistema de vendas/serviço para

o cliente. Normalmente esta interface é uma pagina da web.

Estrutura de apoio é a parte não virtual do sistema, são as pessoas que

trabalham por de trás do sistema desempenhando as mais diversas

atividades.

Intermediários são profissionais, empresas ou sistemas que fazem alguma

espécie de ligação entre o vendedor e comprador. Segundo Turban e King

(2004, p. 36) na web há todo tipo de intermediário oferecendo seus

serviços [...] Os intermediários online criam e gerencia os mercados online

e ajudam colocar compradores em contato com vendedores, fornecem

13 CHOI, S.-Y.; WHINSTON, A. The internet economy: technology and practice. Austin: SmartEcon

Publishing, 2000.

Page 29: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

27

infraestrutura e ajudam compradores e/ou vendedores a iniciar e/ou

completar suas transações.

2.3. OS INTERMEDIÁRIOS E O FENÔMENO DE DESINTERMEDIAÇÃO E

RE-INTERMEDIÇÃO

Conforme citado, o Comércio Eletrônico há alguns componentes que o compões.

Dentre estes componentes encontram-se os intermediários que tem como função

aproximar o vendedor do consumidor e vice e versa. Entretanto os intermediários, ou

Brokers como também são chamados, não são uma exclusividade do comércio eletrônico.

Mesmo não havendo o CE, eles são partes integrantes de cadeias de suprimentos de

produtos físicos, e até mesmo de serviços. Limeira (2007, p. 58) diz que os Brokers geram

receita através de comissões sobre as intermediações, transações e negócios efetuados

sobre a venda de propaganda no site e que eles têm como publico alvo os membros das

comunidades de negócios, integrantes de setores industriais os quais fazem parte da cadeia

de valor. Podem-se citar como intermediários as representações comerciais, distribuidoras,

transportadoras, bancos, redes de cartão de créditos, etc.

Com o Comércio Eletrônico, a internet e o avanço tecnológico, muitos

intermediários deixaram de ser necessário. Um exemplo simples deste fato é o uso dos

Correios para envio de cartas ou informativos, onde os Correios faziam o papel do

intermediário, levando o produto [no caso a carta] até o destinatário. Atualmente

pouquíssimas pessoas enviam cartas, pois existem outros meios de mandar uma mensagem

para alguém, o email é um deles. Este processo é chamado de desintermediação, pois há a

eliminação de um intermediário.

Entretanto, quando houve a demanda de grandes quantidades de envios emails ao

mesmo tempo por um único remetente observou-se que os servidores de emails comuns

não tinham esta capacidade e, surgiu, então, a necessidade da inserção de um serviço que

suportasse esta demanda, empresas especializadas nos disparos de diversos emails ao

mesmo tempo. Entra neste cenário um novo intermediário para atender esta necessidade, e

criando o processo chamado de re-intermediação, que ocorre quando um novo

intermediário se faz necessário num processo onde antes houve a eliminação de um.

2.4. LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Segundo Ballou (1993, p.23) a logística associa o estudo e administração dos

fluxos de bens e serviços e da informação associada que os põe em movimento. Ele diz

Page 30: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

28

que na sociedade moderna cada região tende a especializar-se na produção daquilo que

tiver vantagem econômica para fazê-lo e, ao menor custo possível.

2.4.1. Atividades Logísticas

Sintetizando o que diz Ballou (1993, p. 24), a logística pode ser classificada em

dois tipos quanto à atividade:

Atividades Primárias contribuem com a maior parcela do custo total da

logística e são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa.

São elas:

o Transporte – refere-se aos vários métodos para se movimentar

produtos;

o Manutenção de estoques – devido à dificuldade de providenciar

produção ou entregar instantaneamente um produto ao cliente, faz-

se necessário manter um estoque para que este aja como um

amortecedor entre a oferta e a demanda;

o Processamento de Pedidos – sua importância deriva do fato de ser

um elemento crítico em termos de tempo necessário para levar bens

e serviços aos clientes;

Atividades de Apoio, como o nome já diz, estas atividades servem de apoio

para as atividades primárias. São elas:

o Armazenagem – refere-se à administração do espaço necessário para

manter estoques;

o Manuseio de Materiais – diz respeito à movimentação do produto no

local de estocagem;

o Embalagem de Proteção - diz respeito à proteção do produto

movimentado;

o Obtenção – atividade que trata da seleção das fontes de suprimento,

das quantidades e pela maneira que elas são compradas.

o Programação de produto – refere-se às quantidades agregadas que

devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas;

o Manutenção da Informação – responsável por manter uma base de

dados com informações importantes como, por exemplo,

localização dos clientes, níveis de estoques entre outros.

Page 31: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

29

2.4.2. Modais Logístico de Transporte

Mendonça e Keedi14

(2000 apud Bueno, Santi e Vendrametto, 2011, p. 2)

conceituam os modais de transporte. Segundo eles os modais de transporte podem ser

divididos em modal aquaviário, modal terrestre, modal aéreo e modal dutoviário:

Modal Aquaviário é divido em marítimo, onde o transporte pode ser

realizado por navios em oceanos e mares, podendo transportar todos os

tipos de carga para qualquer porto do globo; fluvial, sendo realizada em

rios, portanto, interna, ou seja, ocorrendo dentro do país e/ou continente,

também podendo transportar qualquer tipo de carga, e com navios de todos

as características e tamanhos, desde que a via navegável os comporte; e

em lacustre onde o transporte é realizado em lagos, e tem como

característica a ligação de cidades e países circunvizinhos, sendo, também,

uma navegação interior, suportando qualquer tipo de carga.

Modal Terrestre é divido em rodoviário, que é realizado em estradas de

rodagem e pode ter a característica de transporte nacional e internacional

apresentando a vantagem de ligar localidades e países limítrofes com

muita facilidade; e ferroviário é realizado em estradas de ferro,

especialmente construído para ele, não dividindo seus espaços de rodagem

com outros modais.

Aéreo é o transporte é realizado por empresas de navegação aérea, através

de aeronaves de vários tipos e tamanhos, e também tem a característica de

transporte nacional e internacional.

Dutoviário é aquele efetuado por uma linha de tubos ou dutos realizado por

pressão sobre o produto a ser transportado ou por arraste deste.

2.5. DISTRIBUIÇÃO VIRTUAL

Toda Logística gira em torno do produto. Suas características

freqüentemente moldam a estratégia logística necessária para deixar o

produto disponível para o cliente. Compreender a natureza do produto

pode ser vir a ser valioso para o projeto do sistema logístico mais

apropriado. (BALLOU, 1993, p. 94).

14 MENDONÇA, P.C. ; KEEDI, S. Transportes e Seguros no Comércio Exterior São Paulo. Aduaneiras, 2000

Page 32: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

30

Em conformidade com o citado acima por Ballou, verifica-se que com o advento dos

produtos virtuais, com todas as suas características e peculiaridade, foi pensada em uma nova

estratégia logística, onde surge uma nova modalidade de transporte e uma nova forma de

prestação de serviços: a distribuição virtual de produtos virtuais.

2.5.1. Modal Virtual

O Modal Virtual é um novo meio de transporte de produtos/serviços que

vem sendo aplicado de diversas formas e em diferentes níveis de

negócios, visando entregar os produtos de forma mais rápida, com menos

estoques a um menor custo. A estratégia é integrar um ambiente

composto de diferentes estruturas cuja finalidade é competir com maior

flexibilidade de inovação. (BUENO, SANTI, e VENDRAMETTO, 2011,

p. 1).

Segundo Bueno, Santi e Vendrametto (2011, p. 4) modal virtual é a modalidade de

transporte de produtos não físicos, entregues ao cliente via internet ou transmissão eletrônica

de dados. Os mesmos autores dizem que a maiorias das citações sobre modais envolve o

conceito de entregas de cargas, indicando especificamente um produto físico, não citando a

possibilidade de entrega virtual. Eles decorrem dizendo que a carga é um produto e que

segundo o Departamento de Proteção e Defesa ao Consumidor produto é todo bem móvel,

imóvel, material ou imaterial colocado no mercado de consumo.

Com isto, dado a existência dos produtos virtuais, tem-se uma nova possibilidade de

entrega desses produtos substituindo os tradicionais modais existentes. O modal virtual

também é chamado de modal infoviário, ou apenas infovia, nomes que remetem tráfego de

informação.

Infovia é fisicamente o conjunto de linhas digitais por onde trafegam os

dados das redes eletrônicas. Surgiu da idéia de criar uma rede sem centro,

quebrando o tradicional modelo de pirâmide conectado a um computador

central. Conceitualmente, é a possibilidade de romper com o modelo de

ação baseado em uma diretriz central. Por definição, a infovia torna

descentralizada cada ação. Por isso mesmo, global e coletiva. (DIAS,

MONTEIRO e ROSA, 2007, p. 58).

2.5.2. Infraestrutura da Infovia

Assim como nos modais tradicionais, onde são necessários alguns componentes

(rodovias, caminhões, ferrovias, trens, portos, navios etc.) para que haja o transporte de

produtos, na infovia é necessário que haja uma infraestrutura mínima para seu pleno

funcionamento.

A infraestrutura é composta por três componentes: equipamentos de acesso que são

geralmente ignorados nas discussões sobre a infovia, mas representam um categoria crítica,

Page 33: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

31

devido a ausência ou o progresso lento de componentes dos quais outros segmentos da infovia

dependem; estrutura de acesso local que são ligações entre empresas, escolas, residências etc.

com a estrutura principal de comunicações; e redes globais de distribuição de informação que

representam a infraestrutura entre grandes centros. (KALAKOTA e WHINSTON15

, 1996

apud ALBERTIN, 2002, p. 12).

A figura abaixo apresenta este componentes que forma a infra-estrutura da infovia:

Figura 2 - Componentes da Infraestrutura da Infovia

Fonte: ALBERTIN (2002, p. 11) adaptado de KALAKOTA e WHINSTON (1996).

2.5.3. Logística Virtual e Serviços de distribuição virtual

Com a infovia, com a internet e com os produtos virtuais surge no Comércio

eletrônico a distribuição de produtos virtuais, onde se tem empresas especializadas na

distribuição de algum tipo de produto virtual: vídeos, email, jogos eletrônicos entre

outros.

Pode-se dizer que a logística virtual é um processo de transporte que ocorre

no comercio eletrônico puro, onde o produto comercializado é virtual, os agentes são

virtuais e o canal de distribuição também é virtual, ou seja, todos os agentes e processos

envolvidos são virtuais. Nesta transação as relações comerciais geralmente são B2B2C,

onde se tem um fornecedor (Empresa) contratando um intermediário (Empresa) para

entregar um produto ao cliente (Consumidor).

15 KALAKOTA. R. e WHINSTON, A. B. Frontiers of Electronic Commerce. New York: McGraw-Hill, 1996.

Page 34: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

32

Geralmente o processo logístico existente por detrás de uma execução de um

vídeo ou qualquer outro produto virtual, se passa despercebido aos olhos do usuário

(consumidor final). A figura abaixo demonstra esta situação, o processo logístico virtual

na visão dos consumidores, e o que acontece realmente na prática:

Figura 3 – Visão do Processo logístico virtual

Page 35: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

33

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA

Conforme exposto, esta pesquisa pretende estudar e compreender o papel da

intermediação virtual no processo logístico virtual. Para facilitar o entendimento sobre o

objeto de estudo, segue a figura abaixo, que demonstra e delimita o que será alvo da

pesquisa:

Figura 4 – Objeto de estudo no processo logístico virtual

3.1. TIPO DE PESQUISA

Gil (2002, p. 41) apresenta três grandes grupos para classificar pesquisa: pesquisa

exploratória que "têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com

vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses"; pesquisas descritivas que "têm

como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis"; e pesquisas explicativas

que "têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem

para a ocorrência dos fenômenos".

Quanto aos fins foi utilizada neste trabalho a pesquisa descritiva. Como a pesquisa

busca compreender um fenômeno que está presente no dia-a-dia dos usuários do e-commerce,

que é a distribuição de produtos virtuais feito por sistemas intermediários, optou-se por

utilizar a pesquisa descritiva, pois será feita no trabalho o levantamento das características da

área estudada e a descrição do funcionamento deste setor.

Quanto à abordagem do conteúdo da pesquisa esta pode ser segundo Gil (2002, p.

90), quantitativa ou qualitativa. SILVA (2004, p. 14) utiliza o autor para defini-las:

Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o

que significa traduzir em números opiniões e informações para

Figura 4 – Objeto de estudo no processo logístico virtual

Page 36: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

34

classificá-los e analisá-los. Requer o uso de recursos e de técnicas

estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão,

coeficiente de correlação, análise de regressão, etc...).

Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o

mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo

objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em

números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados

são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer os uso de

métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta

para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É

descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados

indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de

abordagem. (GIL16, 1991 apud SILVA, 2004, p. 14).

Nesta pesquisa foi utilizada a análise qualitativa, uma vez que não foram utilizados

números e dados estatísticos para a resolução do problema proposto.

Quanto aos meios foi utilizadas a pesquisa bibliográfica, onde foi feito o

levantamento e seleção de bibliografia já publicada sobre o assunto pesquisado para

embasamento teórico do estudo e o estudo de caso, que foi elaborado a partir de uma pesquisa

de campo em uma empresa atuante no setor de distribuição virtual, "pois através deste método

a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e

de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no

grupo" (GIL, 2002 p.53).

3.2. SELEÇÃO DA AMOSTRA

Gil (2002, p. 138) diz que o estudo de caso, em sua acepção clássica, a unidade-

caso refere-se a um indivíduo num contexto definido, mas que, no entanto, este conceito

se ampliou ao ponto de ser entendido como uma família ou qualquer outro grupo social

um pequeno grupo, uma organização, um conjunto de relações, um papel social, um

processo social, uma comunidade, uma nação ou mesmo toda uma cultura. Tendo isto a

amostra escolhida para compor o estudo de caso será uma empresa que fornece soluções

para distribuição virtual de produtos.

3.3. COLETA DE DADOS

Quando se trata de estudo de caso, os dados podem ser obtidos, como descreve

Gil (2002, p. 141), através de análise de documentos, entrevistas, depoimentos pessoais,

observação espontânea ou observação participante e análise de artefatos físicos. Ainda

16 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3º ed. São Paulo: Atlas, 1996.

Page 37: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

35

segundo o autor, "em termos de coleta de dados, o estudo de caso é o mais completo de

todos os delineamentos, pois se vale tanto de dados de gente quanto de dados de papel.”.

A coleta de dados foi feita de duas maneiras: a primeira foi a coleta bibliográfica,

ou seja, busca de dados em livros, artigos, revistas, sites da empresa entre outros para o

embasamento teórico da pesquisa; e a segunda se deu mediante uma entrevista

semiestruturada com representante da empresa estudada para obtenção de dados que

pudessem responder o problema levantado. As fontes citadas formarão uma triangulação,

que, como afirma Yin (2006, p. 6), é a utilização de três ou mais formas de coletar dados

para dar base sólida ao estudo de caso. Este trabalho apresenta quatro tipos de

triangulação: de dados, que utiliza diferentes fontes; de pesquisadores, que tem diferentes

avaliadores; da teoria, que apresenta diferentes perspectivas; metodológica, que utiliza

diferentes métodos.

3.4. TRATAMENTO DE DADOS

Os dados foram coletados através de entrevistas e pesquisas bibliográfica.

Este processo se deu da seguinte forma:

Pesquisa e coleta de dados

Após a coleta dos dados, os mesmo foram transcritos;

Procedeu-se leitura das transcrições feitas a partir das coletas dos dados para

análise dos mesmos;

Após a análise dos dados, foi resgatado problema que suscitou à investigação e

as teorias que dão suporte a pesquisa;

Foram confrontados os resultados obtidos com as teorias utilizadas para

formulação da conclusão.

3.5. LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Segundo Gil (2002, p. 54) encontra-se muitas objeções quanto à aplicação do

estudo de caso. Uma delas se refere à limitação do estudo de caso pode estar na análise

dos dados, uma vez que o pesquisador pode ter uma falsa sensação de certeza ao realizar a

análise. É evidente que este tipo de problema possa aparecer em qualquer outro tipo de

pesquisa, mas é muito mais comum em estudos de casos (GIL, 2002, p. 142). Outra crítica

ao método diz respeito à sua falta de rigor metodológico, pois para sua realização não são

Page 38: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

36

definidos procedimentos metodológicos rígidos, o que pode ocasionar vieses no estudo de

caso, comprometendo a qualidade da pesquisa. Ainda quanto ao método há objeções

relacionadas à sua dificuldade de generalização, pois a analise de um ou poucos caso

fornecem uma base fraca para a generalização. Entretanto, em conformidade com o

mesmo autor, o objetivo de um caso de uso não é proporcionar o conhecimento sobre as

características de uma população e "sim proporcionar uma visão geral sobre o problema

ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados" (GIL,

2002, p. 55).

Page 39: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

37

CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

A pesquisa para elaboração do estudo de caso para responder a questão levantada foi

implementada através de uma entrevista semiestruturada, onde se preestabeleceu um roteiro

para condução da conversa e uma pesquisa feita no site da empresa. O roteiro da entrevista foi

dividido basicamente em duas partes: a primeira buscou-se conhecer e entender o modelo de

negócio e o perfil da empresa pesquisada, onde foram feitas perguntas relacionadas ao

histórico da empresa, ao seu perfil e aos seus processos quanto à distribuição virtual e quanto

à aplicação do conceito de logística virtual no dia a dia; na segunda parte da conversa o foco

foi especificamente a logística virtual, onde se procurou colher informações práticas sobre o

processo de entrega virtual e suas peculiaridades. Nesta etapa, as perguntas feitas faziam

sempre comparações e/ou analogias à logística empresarial, a fim de mostrar e compreender

as diferenças e semelhas entre elas.

4.1. A EMPRESA E O SEU MODELO DE NEGÓCIO

A empresa estudada foi a Samba Tech, uma empresa mineira, situada na cidade de

Belo Horizonte cujo seu principal serviço é a distribuição online de vídeos. Em sua carteira de

clientes encontram-se grandes empresas, principalmente veículos de comunicação, como

Bandeirantes, SBT e Portal R7.

Fundada no fim de 2004, seu modelo de negócio já era voltado para a distribuição

virtual, não de vídeos, mas sim de jogos eletrônicos para celular. Segundo o entrevistado,

Pedro Filizzola, analista de comunicação e evangelista da cultura da Samba Tech, a ideia da

empresa surgiu quando seu fundador e atua CEO, Gustavo Caetano, tentava baixar para seu

celular um jogo e não conseguiu. Pesquisando mais sobre o assunto, Gustavo verificou que

não existia no Brasil um mercado consolidado nesta área, montou um plano de negócio,

buscou investimento e fundou a empresa. Em 2007 o foco da empresa muda, os jogos

eletrônicos dão lugar aos vídeos com o desenvolvimento de uma plataforma para distribuição

online, surgem novos clientes, novos investidores e novas parcerias, o que faz com que a

Samba Tech se torne a maior empresa de distribuição de vídeos online da América Latina.

O modelo de negócio da empresa é voltado para as relações B2B2C, onde ela é

contratada para disponibilizar sua tecnologia para reprodução de vídeos em extranet, páginas

e portais web. Sua tecnologia se baseia em Cloud Computing17

e Platform-as-a-Service18

o

17 Cloud Computing ou, em português computação em nuvem, refere-se à utilização da memória e das

capacidades de armazenamento de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio

Page 40: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

38

que possibilita a integração páginas de Media Centers, Blogs e Portais Corporativos. O cliente

que contrata os serviços não precisa instalar nenhum tipo de aplicativo para ter acesso à

plataforma de gerenciamento de vídeos, que é gerido por ele mesmo e que o permite

publicarem, despublicar e dar destaques aos vídeos atualizando automaticamente, de forma

dinâmica, o seu site. O usuário pode ainda definir as dimensões dos players, seu conjunto de

cores e conjunto de ícones de compartilhamento, tudo de maneira customizável para adequar

o player com o design da página de saída.

Dentre as soluções oferecidas pela empresa encontram-se:

A plataforma Liquid - TV na internet, onde os clientes fazem upload dos vídeos

sem se preocupar com o formato deles, uma vez que a plataforma os converte

e os aperfeiçoam para distribuição em flash19

e HTML520

em diferentes

qualidades. Nela é possível fazer o agendamento da publicação, categorizar e

selecionar regiões onde o vídeo será publicado;

A plataforma para Transmissão ao vivo, onde os clientes podem transmitir um

evento ao vivo para o mundo todo com apenas uma câmera e um computador;

A plataforma Liquid – Ensino a distância, solução voltada para instituições de

ensino, onde o cliente faz a integração com o sistema de gerenciamento de

ensino que ele utiliza para disponibilizar seus vídeos para seus alunos;

Sambaads, serviço onde é possível vincular publicidade aos vídeos.

Todas estas soluções tem em comum a possibilidade de mensuração dos resultados

obtidos. Para cada tipo de serviço é possível extrair estatísticas sobre audiência dos vídeos,

trafego, usuários únicos que o assistiram, etc. Estas funcionalidade de feedback é essencial

para o sucesso das soluções oferecidas, pois dão ao cliente real dimensão do retorno do

investimento no serviço adquirido. A forma de arrecadação da empresa se dá através de

mensalidades pagas pelos clientes que utilizam as ferramentas de formas contínua e pacotes

para transmissão ao vivo de eventos, que pode por eventos únicos ou recorrentes. Nessas

modalidades são cobrados o serviço mais os custos de tráfego e armazenagem.

da Internet, podendo ser acessados de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de

instalação de programas ou de armazenar dados. 18 É uma categoria de Cloud Computing onde o usuário cria o software e aplicativos, utilizando ferramentas e

bibliotecas de um provedor. O usuário também controla a distribuição do software e configurações enquanto o

provedor fornece as redes, servidores e armazenamento. 19 É um software primariamente de gráfico vetorial - apesar de suportar imagens bitmap e vídeos - utilizado

geralmente para a criação de animações interativas que funcionam embutidas num navegador web e também por

meio de desktops, celulares, smartphones, tablets e televisores. 20 É a quinta versão da linguagem HTML. Esta nova versão traz consigo importantes mudanças quanto ao papel

do HTML no mundo da Web, através de novas funcionalidades como semântica e acessibilidade.

Page 41: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

39

Há também arrecadação por meio de publicidade vinculada aos vídeos, onde os

clientes decidem se querem vincular publicidade aos seus vídeos e assim monetizando-o.

Estes clientes são chamados de Publishers. Uma vez decidido à vinculação de anúncios nos

vídeos, a Samba tem um cadastro de clientes, que necessariamente não utilizam nenhuma de

suas plataformas – os Anunciantes – que configuram suas campanhas em categorias e/ou em

vídeos específicos. Estes anúncios são pagos a Samba Tech que retém uma porcentagem em

relação ao serviço prestado e repassa o restante para os Clientes Publishers.

4.2. LOGÍSTICA APLICADA AO CONTEXTO SAMBATECH

Conforme análise feita no site da empresa, mais especificamente no artigo "Logística

Digital: a solução para a comunicação online por vídeos21

" publicado no dia 17 de julho de

2009 em seu blog institucional, a SambaTech diz que a logística é responsável pelo processo

de armazenagem, gerência e distribuição dos produtos e que deve-se conhecer as

especificidades dos produtos e alinhar suas estratégias para efetuar o serviço de entrega de

forma eficaz. Ela se utiliza de um exemplo de uma empresa de vinhos para dizer isto:

Imagine uma empresa de vinhos que deseja entregar sua carga de um

lugar a outro do Brasil. O vinho tem que ser transportado na horizontal,

na temperatura adequada e – é claro – sem que uma garrafa esbarre na

outra. Tendo esses pressupostos, uma empresa de logística tem que

conhecer o trajeto e escolher a forma e meio mais apropriado para que o

serviço seja o mais eficiente possível. Ela é responsável por otimizar o

processo de armazenagem, gerência e distribuição dos produtos de seus

clientes. Cliente esse que só está interessado no resultado final, ou seja,

segurança em todo o processo, entrega no prazo combinado e serviço

eficaz. O que a Logística Digital faz é exatamente o que a Logística

Tradicional fez com os vinhos, só que arquivos digitais22.

Esta explanação é confirmada pelo o que é dito por Ballou e já mencionado aqui

que,

Toda Logística gira em torno do produto. Suas características

freqüentemente moldam a estratégia logística necessária para deixar o

produto disponível para o cliente. Compreender a natureza do produto

pode ser vir a ser valioso para o projeto do sistema logístico mais

apropriado. BALLOU (1993, p. 94).

21 Disponível em http://www.sambatech.com/tag/videos-9/ acessado em 16 de março de 2012. 22 Disponível em http://www.sambatech.com/tag/videos-9/ acessado em 16 de março de 2012.

Page 42: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

40

Como se pode ver, o processo logístico se adapta às características e peculiaridades

do produto para melhor forma de entrega do produto, que é o resultado final deste processo,

que interessa a todos os envolvidos, principalmente o cliente final, que quer sempre sua

demanda no prazo correto e com boa qualidade, ou seja, o cliente, geralmente, não se

preocupa como é executado o processo logístico, mas quer sempre saber do resultado final,

quer sempre um resultado eficaz. E é exatamente isto que acontece com a logística virtual,

que é um processo que passa de forma oculta para o consumidor virtual, que em poucas vezes

percebe um intermediário executando o processo.

Ainda segundo informações retiradas do site da empresa, na logística virtual deve-se

entender a necessidade do cliente e planejar a forma mais eficiente de executar sua demanda:

"otimizar o processo para que o conteúdo seja armazenado, protegido, gerenciado e

distribuído inteligentemente é o grande desafio dessa atividade".

O conceito de logística já carrega o fato de aperfeiçoar todo o processo de

gerenciamento de produtos. Toda a cadeia de processos é mapeada a fim de tornar os serviços

sem burocracia ou sistemas complexos. A logística virtual além de proporcionar isto, muni o

cliente [neste caso o contratante, não o cliente final] de informações sobre tráfego,

armazenagem, número de cliques em uma página final e visualizações de conteúdos,

buscando sempre aumentar a velocidade na entrega do produto virtual:

A chave da logística digital é promover uma maior velocidade na entrega

dos vídeos. Com mais dados entregues em maior velocidade, maior a

chance de a mensagem agregar mais valor e do usuário se interessar em

consumir as mensagens, uma vez que o tempo de carregá-las será bem

menor23.

No processo logístico da SambaTech, além da entrega do produto, a armazenagem e

segurança dos dados são de extrema importância, e como o conteúdo que ela distribui é um

produto relativamente pesado24

o armazenamento é feito totalmente de forma elástica e

flexível através de servidores externos espalhados por diversas regiões, todos os vídeos são

armazenados com total segurança e sem limite de espaço.

Um problema existente nas empresas que produzem grande quantidade de produtos

virtuais é ter total controle acerca de exibições, custos e volume deste produto. Por isso, cabe

à logística virtual fazer com que o gerenciamento do conteúdo seja convergido para um ponto

23 Disponível em http://www.sambatech.com/tag/videos-9/ acessado em 16 de março de 2012. 24 Um produto virtual é considerado pesado quando sua quantidade de bits é grande.

Page 43: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

41

único, tangível e de fácil visualização e apresentar relatórios analíticos que permitam o

entendimento de como os produtos estão sendo consumidos.

Todo esse processo virtual requer alta capacidade de memória e sem que haja a

necessidade de estoques físicos:

Dessa forma, com essas vantagens, a logística digital se mostra a solução

ideal para resolver os gargalos no que diz respeito à organização e

distribuição das mídias. Esse modelo faz com que aqueles que detêm ou

produzem conteúdos, os disponibilizem na internet da forma mais rápida,

fácil e segura, trabalhando para guiar a estratégia digital da empresa25.

4.3. PROCESSOS ESSÊNCIAIS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE VÍDEOS

ONLINE

Segundo o entrevistado, Pedro Filizzola, existe na Samba a preocupação de sempre

estar atualizado e ligado às tendências do mercado para melhorar e transformar os serviços

prestados em mobilidades cada vez mais versáteis, segura e robusta.

Segundo ele, cada etapa do processo é extremamente importante para de

disponibilizar um vídeo na web. Abaixo segue algumas características essenciais neste

processo:

O vídeo que o cliente irá postar na web deve está num formato que a

ferramenta suporte e por isso a plataforma deve conhecer o maior número

possível de formatos de vídeos para atender os mais diversificados clientes;

A conversão do vídeo, que é feita durante o processo de upload do mesmo,

deve ser bem executada para que não haja nenhum problema na reprodução;

As opções de customização devem ser simples e de fácil entendimento para o

usuário da ferramenta, para que ele possa alinhar o seu vídeo/publicidade à

sua estratégia;

Os servidores devem ter alta capacidade de armazenamento para armazenar a

grande quantidade de dados;

Os servidores devem ser robustos para atender as altas demandas de

processamento e tráfegos, uma vez que, vários vídeos de diversos clientes

podem ser acessados por milhares de usuários ao mesmo tempo;

25 Disponível em http://www.sambatech.com/tag/videos-9/ acessado em 16 de março de 2012.

Page 44: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

42

Os servidores devem ter recursos de seguranças altamente eficientes, uma vez

que, confiabilidade e segurança são benefícios que a empresa oferece;

As ações dos usuários devem ser mensuradas e audiência dos vídeos medidas

para que os relatórios oferecidos para os clientes sejam o mais detalhado

possível, permitindo a ele conhecer o perfil das pessoas que assistem a seus

vídeos.

Perguntado sobre o que empresas na área de distribuição virtual precisam para obter

sucesso nos serviços prestados, a resposta foi simples: "A empresa deve conhecer o cliente,

conhecer a sua necessidade e principalmente entender o seu produto e assim buscar novas

tecnologias para melhor lidar com ele".

4.4. AGRUPAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

O quadro abaixo apresenta os principais dados extraídos nesta pesquisa:

Pesquisa Bibliográfica

Internet

A internet surgiu e impactou diretamente nas formas de se fazer negócios. Surge a chamada economia digital que

se baseia na oferta dos bens de conhecimento e novos modelos de negócios surgem.

Comércio Eletrônico

A evolução da internet viabilizou e popularizou o comércio eletrônico, onde diferentes agentes promovem a troca

de produtos entre sí, sendo esta relação classificada em B2B em que o relacionamento se dá entre empresas; B2C,

negócios entre empresas e consumidor e; C2C, negócios entre consumidores. O comércio eletrônico pode ser

classificado quanto a sua dimensão, sendo que ele pode ser misto, havendo procedimentos físicos ou puros,

quando todos os processos e agentes são virtuais.

Produtos Virtuais

São produtos que podem ser divulgados, vendidos e entregues pela internet. Eles se caracterizam por sua

Indestrutibilidade, Transmutualidade e Reprodutibilidade,

Componentes do Comércio Eletrônico

Os principais componentes de um mercado virtual são os clientes, os vendedores, os bens (físicos ou digitais), a

interface com o cliente, a estrutura administrativa e os intermediários, sendo este ultimo profissionais, empresas ou

sistemas que fazem alguma espécie de ligação entre o vendedor e comprador criam e gerencia os mercados online

e ajudam colocar compradores em contato com vendedores, fornecem infraestrutura e ajudam compradores e/ou

vendedores a iniciar e/ou completar suas transações.

Logística

A Logística associa o estudo e administração dos fluxos de bens e serviços e da informação associada que os põe

em movimento. Ela tem como atividades primárias o Transporte, Manutenção dos Estoques e Processamento dos

pedidos; como atividades de apoio: armazenagem, manuseio de materiais, Embalagem de proteção, Obtenção,

Page 45: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

43

Programação de produto e Manutenção de informações.

Modais Logísticos

A forma de transporte de produtos na logística são por meio de seus modais que são divididos em modal

aquaviário (marítimo e fluvial), modal terrestre (rodoviário e ferroviário), modal aéreo e modal dutoviário;

Modal Virtual

É a modalidade de transporte de produtos não físicos, entregues ao cliente via internet ou transmissão

eletrônica de dados. O modal virtual também é chamado de modal infoviário, ou apenas infovia, nomes que

remetem tráfego de informação.

Infovia

Infovia é fisicamente o conjunto de linhas digitais por onde trafegam os dados das redes eletrônicas

Logística Virtual

É o processo que ocorre na distribuição de um produto virtual. O transporte destes produtos dentro desta

modalidade logística se por meio do modal infoviário.

Pesquisa Feita no Site

Cloud Computing é uma tecnologia que permite processar dados em computadores e servidores

compartilhados e interligados por meio da Internet, que podem ser acessados de qualquer lugar do

mundo.

A logística virtual tem que conhecer o trajeto e escolher a forma e meio mais apropriado para que o

serviço seja o mais eficiente possível;

Ela é responsável por aperfeiçoar o processo de armazenagem, gerência e distribuição dos produtos e por

planejar a forma mais eficiente de executar as demandas;

Aperfeiçoar o processo para que o conteúdo seja armazenado, protegido, gerenciado e distribuído

inteligentemente é fundamental para uma logística eficaz.

A logística virtual muni o cliente de informações sobre tráfego, armazenagem, número de cliques em uma

página final e visualizações de conteúdos, buscando sempre aumentar a velocidade na entrega do produto

virtual.

Entrevista

Os produtos moldam as estratégias logísticas;

A empresa que executa o processo logístico deve conhecer as demandas de seus clientes;

É fundamental também o conhecimento e o entendimento dos produtos destes clientes;

Os clientes esperam feedback sobre os serviços contratados, por isso existem os relatórios sobre o

resultados que são obtidos.

O feedback dos nossos clientes também é essencial para alinharmos nossas estratégias e corrigirmos

nossos gargalos;

Geralmente os usuários de internet não tem conhecimento sobre o processo que existe para colocar o

conteúdo que ele visualiza no ar.

Os servidores devem ser robustos para atender as altas demandas de processamento e tráfegos e devem ter

recursos de segurança;

Page 46: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

44

Quadro 2 – Agrupamento dos dados coletados

Analisados os dados coletados observa-se a internet como “estopim” de um novo

panorama social e econômico. Com ela as distâncias diminuíram, a fluência da informação

aumentou e novas oportunidades de negócios surgiram e, apesar de existir outras maneiras

comércio eletrônico, é inegável que foi a internet que viabilizou e tornou o Comércio

Eletrônico em uma modalidade de negócio prática e usual. Foi também com a evolução da

internet, somada ao crescimento do CE, que se obteve a possibilidade haver o

compartilhamento e transferências de dados cada vez mais pesados e sofisticados com

segurança e agilidade, viabilizando e popularizando os produtos virtuais que atualmente é

muito consumido.

Entretanto, nada disto seria possível se não fosse o esforço dos setores públicos e

privados em infraestrutura. O investimento na infraestrutura da via de informação (infovia) é

de fundamental importância para o contínuo crescimento e desenvolvimento

Pode-se também extrair que a logística virtual é um subproduto do comércio

eletrônico e desta revolução digital que a internet proporcionou e como no CE a maior

concentração de transferências de dados eletrônicos se dá pela internet, empresas como a

pesquisada, SambaTech, desenvolvem produtos/serviços afim de atender demandas que

surgem nesse meio.

Dentre os pontos comuns encontrados nos diferentes métodos de pesquisa, tem-se

que em logística, independentemente da modalidade, é fundamental que se conheça os

produtos que serão transportados, pois suas características são fatores que interferem

diretamente nas estratégias logísticas adotadas. Tem-se também que, em comparação com as

atividades da logística tradicional, na logística virtual as únicas atividades que não se

enquadram com a modalidade virtual são a Manutenção dos Estoques, pois não existe estoque

de produtos virtuais e sim armazenamento de código que pode ser reproduzido para milhares

de pessoas, Manuseio de Materiais, não há a movimentação de nenhum material, o que há são

cópias de segurança e migração de servidores, e Embalagem de proteção propriamente dita,

pois existem sim recursos de segurança que visam proteger este produto, tendo assim função

equivalente a de uma embalagem.

Contudo, quanto às atividades da logística virtual temos que:

Transporte: é a entrega do produto virtual ao usuário em qualquer plataforma

de acesso, seja ela um computador, smartphone, tablet e/ou celular. Ele se dá

através do modal virtual, também chamado de modal infoviário ou infovia.

Page 47: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

45

Processamento das requisições: é o processo e garantia do atendimento das

demandas oriundas dos usuários ou clientes. Nesta atividade apresentam-se

os mecanismos que traduz os inputs dados pelos usuários e iniciam todo o

processo de execução da entrega do produto virtual.

Armazenagem: é a capacidade de armazenamento de dados que se dá através

de servidores;

Manutenção dos dados: esta tarefa equivale à Manutenção de Materiais da

logística tradicional. Aqui são feitos backups, migração de servidores e

alterações nos produtos virtuais;

Segurança: é a atividade que garante a proteção do produto virtual. São na

verdade mecanismos que evitam cópias indevidas, invasão de servidores e

exclusão de dados.

Programação de produto: é o planejamento dos próprios serviços quanto aos

produtos atendidos. Aqui são feitas as definições de quais formatos de

determinado arquivo atender, qual o tamanho máximo/mínimo suportar, quais

os limites de tráfego para cada cliente e etc.

Manutenção das informações: assim como na logística tradicional, esta

atividade tem como função armazenar informação sobre todo processo

logístico. Mas, diferentemente da outra atividade, na logística virtual esta

atividade pode ser utilizada para conhecimento do perfil e comportamento do

consumidor do produto, uma vez que na internet tudo é mensurável e é

possível saber de onde o cliente é, de que site ele vem quando chega ao

produto, para onde ele está indo quando sai dele, o que ele faz [na rede]

durante o consumo do produto e, havendo mecanismo de interação, é possível

saber também o que ele acha sobre aquele produto, se ele compartilha e etc.

Fazendo analogia com a classificação dada por Ballou (1993, p. 24), apresentada no

capítulo 2 deste trabalho, tem-se Transporte, Processamento de requisição e Armazenagem

como atividades principais da logística virtual e Manutenção dos Dados, Segurança,

Programação de produto e Manutenção das informações como atividades de apoio.

Page 48: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

46

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO

Um intermediário logístico virtual tem como função básica fazer a ligação dentro do

comércio eletrônico entre um agente fornecedor de algum tipo de produto virtual com seus

clientes, entregando tal produto de forma eficaz. Ele deve primeiramente conhecer e entender

o produto de seu cliente, planejar a melhor forma de atendê-lo, oferecer segurança aos dados

que manuseia e estar atenta às novas tecnologias da informação e tendências para estar

sempre atualizada.

Se faz necessário ainda que a empresa atuante neste segmento de mercado forneça

aos seus clientes informações sobre o consumo de seus produtos, entretanto estas informações

podem ir além de dizer quantos usuários consumiram o produto. Para agregar valor aos seus

serviços a empresa de logística virtual pode oferecer ainda um monitoramento completo sobre

os consumidores, entregando aos seus clientes informações geográficas e comportamentais. O

seu papel não fica limitado à apenas entregar um produto virtual, mas sim proporcionar ao seu

cliente um serviço, que leve o seu produto até seu público-alvo e lhe dê feedback necessário

para saber como agir para melhor atingir determinado grupo de consumidores; seu papel é

proporcionar ao consumidor do produto de seu cliente uma experiência de consumo dinâmica

e interativa, fazendo com que ele viralize26

o produto leve novos consumidores em potencial a

consumir tal produto.

Os intermediários logísticos podem funcionar também como uma poderosa

ferramenta de marketing, uma vez que toda ação do usuário pode ser monitorada gerando alta

quantidade de informação, e muitos utilizam esta característica como principal serviço para

atingir clientes em potencial. Este é o caso das ferramentas de e-mail marketing, onde o

grande atrativo desta solução está nas informações de retorno sobre os e-mails enviados.

Resgatando o problema que suscitou esta pesquisa, qual é o papel da intermediação

no processo logístico de produtos virtuais? Responde-se que intermediação no processo

logístico de produtos virtuais tem como papel fazer a ligação entre fornecedor e cliente dentro

do Comércio Eletrônico, entregando o produto ao cliente de maneira segura e eficaz que

garanta uma experiência de consumo dinâmica e interativa, e que proporcione ao fornecedor

comodidade e facilidade no armazenamento e gerenciamento dos seus produtos, segurança

dos dados armazenados e informações sobre o consumo de produtos possibilitando-o

conhecer o perfil e comportamento dos consumidores dos seus produtos.

26 Termo utilizado que designa técnicas de marketing que tentam explorar redes sociais pré-existentes para

produzir aumentos exponenciais em conhecimento de marca, com processos similares à extensão de uma

epidemia.

Page 49: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

47

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Page 51: A intermediação no processo logistico de produtos virtuais

49

APÊNDICE A – ROTEIRO DA PESQUISA SEMIESTRUTURADA

I - INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA

1. Nome da empresa?

2. Quais os principais serviços da empresa?

3. A empresa intermedia um processo que se dá entre o fornecedor e o cliente final. Qual

o papel da empresa dentro deste processo?

4. O que o cliente espera do serviço contratado [especificamente o de distribuição]?

Segurança, relatórios

5. Quanto ao cliente do contratante, quais os benefícios/vantagens são gerados para ele?

Ele toma ciência disto?

6. A empresa oferece algum tipo de feedback ao contratante quantos aos serviços

prestados? Esta retroalimentação é necessária?

7. Quais os maiores problemas enfrentados pela empresa dentro do processo da entrega

de produtos virtuais?

8. Dentro do processo de distribuição virtual, o que se deve priorizar?

II – INFORMAÇÕES DENTRO DO CONTEXTO DA LOGÍSTICA VIRTUAL

1. Ballou (1993) diz que " Toda Logística gira em torno do produto. Suas

características freqüentemente moldam a estratégia logística necessária para deixar

o produto disponível para o cliente. Compreender a natureza do produto pode ser

vir a ser valioso para o projeto do sistema logístico mais apropriado." Até que

ponto esta declaração vai ao encontro com a proposta da empresa?

2. Com o advento dos produtos virtuais, com todas as suas características e

peculiaridade, surge uma nova modalidade de transporte e uma nova forma de

prestação de serviços: a distribuição virtual de produtos virtuais. Dentre todas as

empresas que prestam este tipo de serviço, quais são as características que todas

devem ter?

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3. Em logística Empresarial temos as atividades chamadas de primárias. Dentre elas

estão transporte, Manutenção de estoque e Processamento dos pedidos. Dentro do

contexto da Logística Virtual, estas atividades ainda prevalecem?

4. Ainda dentro da logística empresarial temos as atividades chamadas de atividades de

apoio que são Armazenagem referente à administração do espaço necessário para

manter estoques; o Manuseio de Materiais que diz respeito à movimentação do

produto no local de estocagem; Embalagem que diz respeito à proteção do produto

movimentado; Obtenção que é atividade que trata da seleção das fontes de

suprimento, das quantidades e pela maneira que elas são compradas. Programação

de produto que se refere quantidades agregadas que devem ser produzidas e

quando e onde devem ser fabricadas; Manutenção da Informação atividade

responsável por manter uma base de dados com informações importantes como,

por exemplo, localização dos clientes, níveis de estoques entre outros. Quais destas

atividades são essências para a empresa de logística virtual?

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APÊNDICE B – IMAGENS DO SITE UTILIZADO NA PESQUISA

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