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90 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 A (IN)IMPUTABILIDADE DO SERIAL KILLER NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Bárbara Sílvia Dias Do Nascimento 1 Cibele Mª Diniz Figueirêdo Gazzinelli 2 RESUMO: A pesquisa tem por objetivo discutir a imputabilidade do Serial Killer, tendo em vista o ordenamento jurídico brasileiro. Considerando que crimes com essas especificações tem se tornado cada dia mais comum no país e no mundo, a pesquisa parte das seguintes questões: partindo de uma interpretação do ordenamento jurídico brasileiro e do serial killer, é possível afirmar que a justiça brasileira oferece ao serial killer o tratamento adequado? Seria o assassino em série um ser inimputável devido às condições psíquicas? Em que medida o tratamento oferecido ao serial killer tem se tornado eficaz? Por certo a resposta a esta pesquisa não encontra objetividade, mas sugere-se o caminho a ser trilhado que tanto respeite os direitos fundamentais dos assassinos em série, como garanta a segurança à sociedade brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Serial Killer. Imputabilidade. Justiça. Inimputabilidade. Direitos Fundamentais. ABSTRACT: The research have at it goal discuss the serial killer imputability, in view of the Brazilian legal order. Considering that crimes with that specifications has become every day more common in the country and in the wolrd, the research starts of the questions: Starting from a interpretation from the Brazilian legal order and from the serial killer, its possible to affirm that the Brazilian justice offers to 1 Graduanda do curso de Direito do IESI/FENORD - 2015 2 Mestre em Gestão Integrada de Território - UNIVALE, pós-graduada em Ensino de Língua Portuguesa PUC-MG, Graduada em Letras FAFITO/FENORD, Coordenadora do Núcleo de Iniciação Científica IESI/FENORD e Professora de Língua Portuguesa e Orientação de Projeto de Monografia do IESI/FENORD.

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90 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016

A (IN)IMPUTABILIDADE DO SERIAL KILLER NO

ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Bárbara Sílvia Dias Do Nascimento1

Cibele Mª Diniz Figueirêdo Gazzinelli2

RESUMO: A pesquisa tem por objetivo discutir a imputabilidade do

Serial Killer, tendo em vista o ordenamento jurídico brasileiro.

Considerando que crimes com essas especificações tem se tornado

cada dia mais comum no país e no mundo, a pesquisa parte das

seguintes questões: partindo de uma interpretação do ordenamento

jurídico brasileiro e do serial killer, é possível afirmar que a justiça

brasileira oferece ao serial killer o tratamento adequado? Seria o

assassino em série um ser inimputável devido às condições psíquicas?

Em que medida o tratamento oferecido ao serial killer tem se tornado

eficaz? Por certo a resposta a esta pesquisa não encontra objetividade,

mas sugere-se o caminho a ser trilhado que tanto respeite os direitos

fundamentais dos assassinos em série, como garanta a segurança à

sociedade brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: Serial Killer. Imputabilidade. Justiça.

Inimputabilidade. Direitos Fundamentais.

ABSTRACT: The research have at it goal discuss the serial killer

imputability, in view of the Brazilian legal order. Considering that

crimes with that specifications has become every day more common in

the country and in the wolrd, the research starts of the questions:

Starting from a interpretation from the Brazilian legal order and from

the serial killer, its possible to affirm that the Brazilian justice offers to

1 Graduanda do curso de Direito do IESI/FENORD - 2015 2 Mestre em Gestão Integrada de Território - UNIVALE, pós-graduada em Ensino de

Língua Portuguesa – PUC-MG, Graduada em Letras – FAFITO/FENORD,

Coordenadora do Núcleo de Iniciação Científica – IESI/FENORD e Professora de

Língua Portuguesa e Orientação de Projeto de Monografia do IESI/FENORD.

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the serial killer the right treatment? Would be the serial killer a

unimputable being because of his psychic conditions? In what size does

the treatment gived to the serial killer has become effective? Of Course

the answer to this research have no objectivity, but sugest the way to

be followed that respect the fundamental rights of the serial killers, as

garants the safety to the Brazilian society. Key-words: Serial

Killer.Imputability. Justice. Unimputability. Fundamental Rights.

KEYWORDS: Serial Killer. Imputability . Unimputability.

Fundamental rights. Justice.

1 INTRODUÇÃO:

Serial Killers é uma expressão inglesa que quer dizer

“assassino em série”. Esses são considerados agentes que praticam no

mínimo três homicídios, sendo eles dolosos, em determinado lapso

temporal.

Há um certo tempo, os casos de homicídio que tinham

como agente um Serial Killer eram vistos como uma realidade distante

dos brasileiros. Hoje a ocorrência de crimes com essas especificações

tem se tornado cada dia mais comum nos países e no mundo.

Entender as razões morais que levam o indivíduo a

delinquir, analisando sua personalidade e também a perspectiva

sociocultural em que está inserido, é fundamental para a aplicação da

lei penal ao caso concreto. Os juízes necessitam desta avaliação para

que possam, conjuntamente com outros indícios e provas, absolver ou

condenar, fixar a pena adequada e proporcional, se for o caso, ou

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aplicar uma medida de segurança (OLIVEIRA e STRUCHINER,

2010).

Considerando que existe dificuldade na abordagem do

tema tanto no que tange à psiquiatria, como à criminologia ( MARTA

E MAZZONI, 2009), bem como o fato de os assassinatos em série, no

Brasil, ter se tornado mais frequentes, faz-se necessário tomar o

“assassino em série” como objeto desta pesquisa.

Assim, partindo de uma interpretação do ordenamento

jurídico brasileiro, bem como da psiquiatria, a presente pesquisa busca

responder aos seguintes questionamentos: É possível afirmar que a

justiça brasileira oferece ao Serial Killer o tratamento jurídico

adequado? Seria o assassino em série um ser inimputável devido às

suas condições psíquicas? Em que medida o tratamento oferecido ao

“Serial Killer” condenado no Brasil tem se mostrado eficaz?

O presente estudo busca por meio de uma revisão

bibliográfica discutir a imputabilidade do Serial Killer, tendo em vista

o ordenamento jurídico brasileiro.

2 SERIAL KILLER: DEFINIÇÃO E REFERÊNCIAS

HISTÓRICAS

Nos últimos tempos, a humanidade tem se deparado com

tristes episódios envolvendo os chamados Serial killers3. Tais casos

3 Expressão inglesa para “assassinos em série”.

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Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 93

chocam a população pela maneira cruel e fria em que ocorrem tais

homicídios. Para entender melhor do que se trata esse fenômeno, é

necessário abordar algumas definições sobre o referido assunto.

De acordo com o Manual de Classificação de Crimes do

FBI (1992) é definida a ação de um assassino em série, com três ou

mais eventos separados em três ou mais locais distintos com um

período de ‘calmaria’ entre os homicídios.

Para a autora Ilana Casoy (2004), pode ser definido como

assassino em série aquele que comete dois ou mais assassinatos,

envolvendo ritual com as mesmas necessidades psicológicas, mesmo

que com modus operandi diverso, caracterizando no conjunto uma

“assinatura” particular. Os crimes devem ter ocorrido em eventos

separados, em datas diferentes, com algum intervalo de tempo

relevante entre eles. As vítimas devem ter um padrão de conexão entre

elas e a motivação do crime deve ser simbólica e não pessoal.

No Brasil, a definição de Serial Killer pode ser encontrada

no Projeto de Lei do Senado nº 140/2010 (BRASIL. Senado, 2010),

que foi proposto pelo Senador Romeu Tuma. Segundo tal Projeto, os

Serial Killers são considerados agentes que praticam no mínimo três

homicídios, sendo eles dolosos, em determinado lapso temporal. Trata-

se de um indivíduo com problemas psíquicos cuja conduta social e a

personalidade do agente, as circunstâncias do crime e principalmente o

perfil das vítimas indicam que o modo operacional de efetuar o crime

sempre obedece a um procedimento criminoso padrão.

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3 IMPUTABILIDADE VERSUS INIMPUTABILIDADE

É necessário esclarecer que a imputabilidade é a

possibilidade de se atribuir, imputar fato típico e ilícito ao agente. Já a

inimputabilidade é justamente o oposto, sendo a incapacidade do

agente em responder por sua conduta delituosa, ou seja, o sujeito não é

capaz de entender que o fato é ilícito e de agir conforme esse

entendimento. Nesse caso, a imputabilidade é regra e a

inimputabilidade é exceção.

Nas palavras do renomado doutrinador Fernando

Capez:

Imputabilidade é a capacidade de entender o caráter

ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse

entendimento. O agente deve ter condições físicas,

psicológicas, morais e mentais de saber que está

realizando um ilícito penal. Mas não é só. Além dessa

capacidade plena de entendimento, deve ter totais

condições de controle sobre sua vontade. Em outras

palavras, imputável é não apenas aquele que tem

capacidade de intelecção sobre o significado de sua

conduta, mas também de comando da própria vontade,

de acordo com esse entendimento (CAPEZ, 2014, p.

326-327).

Capez (2014) cita como exemplo um caso de um

dependente de drogas. Este por certo tem capacidade de reconhecer

como ilícito o furto que pratica, entretanto, não consegue controlar o

invencível impulso de continuar a consumir a substância psicotrópica.

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Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 95

Tal dependência leva-o a buscar recursos financeiros para que possa

comprar a droga, tornando-o assim um escravo do vício, não podendo,

por essa razão, submeter-se ao juízo de censurabilidade.

Já para Rogério Sanches, imputabilidade:

É a capacidade de imputação, ou seja, possibilidade de

se atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de

uma infração penal. A imputabilidade é elemento sem o

qual entende-se que o sujeito carece de liberdade e de

faculdade para comportar-se de outro modo, como o que

não é capaz de culpabilidade, sendo, portanto,

inculpável. Assim como no Direito Privado se pode falar

em capacidade e incapacidade para realizar negócios

jurídicos, no Direito Penal, fala-se em imputabilidade

(capacidade) e inimputabilidade (incapacidade) para

responder penalmente por uma ação delitiva praticada

(SANCHES, 2014, p. 324).

Destarte, é válido ressaltar que todo agente é imputável, a não

ser que aconteça alguma causa excludente da imputabilidade, causa

essa que pode ser chamada de causa dirimente. A capacidade penal,

por conseguinte, é obtida por exclusão, ou seja, caso não se verifique a

existência de alguma causa que a afaste.

3.1 CAUSAS EXCLUDENTES DE IMPUTABILIDADE

Feito o estudo sobre o conceito de imputabilidade, faz-se

necessário elencar as causas que podem levar o indivíduo a ser

considerados como tal. Capez (2014) afirma que são quatro as causas

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96 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016

que excluem a imputabilidade. A primeira, diz respeito à doença

mental. Tida como a perturbação mental ou psíquica capaz de eliminar

ou interferir na capacidade de entender a natureza criminosa do fato.

Capez (2014) cita “Compreende a infindável gama de moléstias

mentais, a epilepsia condutopática, psicose, neurose, esquizofrenia,

paranoias, psicopatia, epilepsias em geral etc.” (CAPEZ, 2014, 328).

A segunda causa de exclusão da imputabilidade diz

respeito ao desenvolvimento mental incompleto, que como o próprio

nome sugere, é o desenvolvimento que ainda não se concluiu. Isso pode

ocorrer devido à recente idade cronológica do agente ou à sua falta de

convivência em sociedade, ocasionando imaturidade mental e

emocional. Além desse, há ainda o desenvolvimento mental retardado,

que é o incompatível com o estágio de vida em que se encontra a

pessoa, estando, portanto, abaixo do desenvolvimento normal para

aquela idade cronológica.

Por fim, o autor fala da embriaguez como também uma

causa “capaz de levar à exclusão da capacidade de entendimento e

vontade do agente, em virtude de uma intoxicação aguda e transitória

causada por álcool ou qualquer substancia de efeitos psicotrópicos”

(CAPEZ, 2014, p. 332).

3.2 HIPÓTESES DE EXCLUSÃO DA IMPUTABILIDADE

Como já foi exposto, as causas para exclusão de imputabilidade, em

sua maioria, estão diretamente relacionadas às questões de ordem

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Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 97

psicológica. Porém, além das causas, faz-se necessário utilizar critérios

que possam sustentar as hipóteses de exclusão. Sanches (2014)

apresenta os critérios Biológicos, Psicológicos e biopsicológicos. Para

o autor,

O critério Biológico : este critério leva em conta apenas

o desenvolvimento mental do agente (doença mental ou

idade), independentemente se tinha, ao tempo da

conduta, capacidade de entendimento e

autodeterminação. Basta ser portador de anomalia

psíquica para ser inimputável.

Critério Psicológico: O critério psicológico considera

apenas se o agente, ao tempo da conduta, tinha a

capacidade de entendimento e autodeterminação,

independente de sua condição mental ou idade. Não

precisa ser portador de anomalia psíquica para ser

inimputável.

Critério Biopsicológico: Sob a perspectiva

biopsicológica, considera-se inimputável aquele que, em

razão de sua condição mental (por doença mental ou

desenvolvimento mental incompleto ou retardado), era,

ao tempo da conduta, inteiramente incapaz de entender

o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo

com esse entendimento. Não basta ser portador de

anomalia psíquica para ser inimputável (SANCHES,

2014, p. 258-259).

É importante a compreensão da definição dos critérios supra,

visto que através deles é possível distinguir as condutas necessárias

para que o agente se enquadre ou não no perfil de imputável.

Sobre inimputabilidade tem-se o art. 26 do Código Penal

Brasileiro que trata do referido tema, onde dispõe que (BRASIL,

1940):

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98 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016

Art.26 do CP, caput - “É isento de pena o agente que,

por doença mental ou desenvolvimento mental

incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da

omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter

ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com o esse

entendimento”.

Nota-se através do referido artigo que o ordenamento

jurídico brasileiro adotou o critério biopsicológico, visto que o doente

mental pode até ser considerado imputável, desde que sua anomalia

psíquica não se manifeste de maneira que comprometa sua

autodeterminação ou sua capacidade intelectiva, ou seja, sua

capacidade de entender o caráter ilícito do fato bem como sua

capacidade de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Assim sendo, é oportuno elencar que a doença mental deve

ser tomada em sua maior amplitude e abrangência, sendo

compreendida como qualquer enfermidade que possa debilitar as

funções psíquicas do agente. Sobre tal assunto Paulo Queiroz dispõe:

A expressão doença mental deve ser entendida em

sentido amplo, a fim de compreender toda e qualquer

alteração mórbida da saúde mental apta a comprometer,

total ou parcialmente, a capacidade de entendimento do

seu portador, como esquizofrenia, psicose maníaco-

depressiva, psicose alcoólica, paranoia, epilepsia,

demência senil, paralisia progressiva, sífilis cerebral,

arteriosclerose cerebral. Histeria, etc., pouco importando

a causa geradora de semelhante estado, se natural ou

tóxica (v.g., uso de droga ilícita), por exemplo

(QUEIROZ, 2008, p. 293).

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Ainda com relação ao tratamento oferecido ao inimputável

no Brasil, de acordo com LOPES (2005), o juiz deverá absolver o

acusado, aplicando-lhe medida de segurança, nesse caso, a de

internação. Faz-se referência a chamada “absolvição imprópria”. Mas,

ainda que considerada a inimputabilidade, eis o que se observa na

prática:

Há uma anormalidade no indivíduo que é considerado

inimputável. Ele não pode receber pena, e deve ficar em

um local distinto das penitenciárias comuns, recebendo

tratamento adequado, como medida de segurança, para

que depois possa voltar à sociedade sem o transtorno. O

crime não é excluído, o que ocorre é somente a não

aplicação da pena.[...] (ROBERTO, 2012).

Já o parágrafo único do art.26 do CP, trata da condição de

semi-imputabilidade, e dispõe (BRASIL, CP, 1940):

A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o

agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou

por desenvolvimento mental incompleto ou retardado

não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito

do fato ou de determinar-se de acordo com esse

entendimento.

Nesse caso, sendo reconhecida a semi-imputabilidade do

infrator que possui perturbação de saúde mental, desenvolvimento

mental incompleto ou retardo, como elencado na letra do artigo supra,

a pena a ele cominada será reduzida, diferentemente do tratamento

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100 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016

aplicado ao criminoso comum. É importante ressaltar que a pena não

será excluída, será apenas não aplicada em sua totalidade o que não

seria uma penalização eficaz, visto que nem a sociedade estaria

protegida, devido ao curto espaço de tempo em que o assassino estaria

fora do convívio social, e nem seria possível a ressocialização do

indivíduo, devido ao tratamento ineficaz aplicado.

A verdade é que se torna difícil encaixar o Serial Killer em

alguma dessas hipóteses de Código Penal Brasileiro, visto que são

muitos os aspectos existentes a serem analisados.

Segundo RAMOS (2002), alguns serialkillers podem estar

completamente sãos ao cometerem seus atos, e outros podem estar com

sua capacidade de entendimento reduzida.

Para que se discuta a hipótese de reconhecimento da plena

imputabilidade do assassino em série se faz necessário a discussão da

possibilidade de ressocialização (ou cura) do mesmo.

É importante ter em mente que, caso opte-se pela aplicação

da pena privativa de liberdade ao agente referido, seria apenas uma

restrição dos direitos deste, restrição que em nada contribuirá para seu

reestabelecimento social, visto que é cediço que devido as condições

sub-humanas em que são submetidos os detentos e também por

diversos outros fatores, por vezes estes saem de lá muito mais

perigosos do que quando entraram.

Em sentido contrário, MARTA e MAZZONI (2009)

apontam haver uma tendência contemporânea no sentido da plena

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responsabilização dos assassinos seriais. Para tais autores, tal

posicionamento resguarda a sociedade da presença perigosa de tais

criminosos, colocando-os no cárcere e, do ponto de vista individual, ao

permanecerem presos, não irão fazer mal aos outros e nem a si

próprios.

Do mesmo modo, MORANA, STONE e ABDALLA-

FILHO (2010) definem que o serial killer “é um inimigo irremediável

para as pessoas, e a separação permanente da comunidade pela via da

prisão parece ser a única alternativa prudente”.

Ocorre que tais argumentações não satisfazem o anseio de

justiça que rege o Direito Penal Brasileiro. Por mais que seja

extremamente conveniente a retirada desses indivíduos do meio social,

devem ser considerados também os direitos, interesses e

principalmente a ressocialização destes.

4 SERIAL KILLER NO BRASIL

No Brasil, o número de assassinatos em série cometidos

não é tão elevado como em países como Estados Unidos, Grã-

Bretanha, Alemanha, entre outros, o que não significa que tais

assassinatos não aconteçam aqui, pelo contrário, existem diversos

casos de assassinos em série que chocaram o país.

Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “maníaco do

parque” , em 1998, atraiu diversas vítimas, todas do sexo feminino,

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com promessas de um ensaio fotográfico para que estas ingressassem

na carreira de modelo e então as levava para o Parque do Estado, entre

SP e Diadema, as estuprava e em seguida as estrangulava,

abandonando seu corpo no local. Das 14 vítimas registradas, 5

conseguiram escapar, o que facilitou na investigação, pois através do

seu retrato falado, Francisco foi capturado no Rio Grande do Sul.

Em Goiânia, Thiago Henrique Gomes da Rocha, confessou

ter cometido 39 assassinatos, entre homens e mulheres entre 2011 e

2014. As investigações seguem em curso.

Há ainda outros exemplos, já mencionados, como o

“Maníaco do parque, “Febrônio Índio do Brasil “ e “ Pedrinho

matador”.

Como no resto do mundo, a maioria dos assassinos em

série no Brasil é constituída de homens brancos, que têm

entre 20 e 30 anos, vieram de famílias desestruturadas,

sofreram maus-tratos ou foram molestados quando

crianças. (...) Pesquisas indicam que cerca de 82% dos

assassinos seriais sofreram abusos físicos, sexuais,

emocionais ou foram negligenciados e abandonados

quando crianças (MARTA e MAZZONI, 2010).

No quesito investigação de assassinatos em série, o Brasil

encontra-se muito aquém de países como Estados Unidos, visto que

aqui ainda não possui nenhuma estrutura de investigação voltada para

o referido crime. Como consequência, pode ocorrer de crimes que

apesar de já solucionados, ou seja, já julgados e condenados como

homicídios normais se tratarem de assassinato em série. Entretanto,

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Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 103

como não é de conhecimento das autoridades policiais, não é possível

o (re)conhecimento de que um crime pode estar relacionado a outro.

Outro fator dificultoso na investigação é o fato do serial

killer ser um indivíduo “normal” aos olhos de todos e com isso

consegue misturar-se entre os demais cidadãos, como destaca Ilana

Casoy:

O assassino em série é um delinquente invisível. É

extremamente difícil reconhecê-lo, pois desenvolve uma

personalidade para contato, ou seja, um fino verniz de

personalidade completamente dissociado do seu

comportamento violento e criminoso (CASOY, 2004, p.

36).

SILVA (2007) evidencia que, no Brasil, tal delito ainda não

dispõe de um tratamento específico em suas diversas faces assim como

nos Estados Unidos, onde eles são tratados de maneira perspicaz pelos

investigadores e pelos serviços oferecidos pela “polícia investigativa”.

Ocorre que tais assassinatos solucionados no Brasil foram descobertos

quase que ao acaso. Há outros em fase de elucidação, e outros foram

arquivados devido à falta de preparo da polícia brasileira, talvez pela

falta de especialistas para trabalharem com o tipo de criminoso.

4.1 PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 140 DE 2010

Esse projeto foi proposto pelo então senador, Romeu

Tuma, com o objetivo de inserir a figura do assassino em série no

Código Penal Brasileiro, para que este pudesse dispor do tratamento

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104 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016

que lhe é adequado, mas que ainda não é oferecido no ordenamento

jurídico brasileiro, tendo em vista que ainda não existe sequer um

conceito jurídico penal formado em nosso ordenamento para o serial

killer.

A alteração proposta por Tuma acrescentaria ao art.121 do

Código Penal um sexto parágrafo, que definiria o conceito de

“assassino em série”, vejamos a proposta (BRASIL, SENADO, 2010):

Art.121- Matar alguém:

(...)

Assassino em série

§ 6º - Considera-se assassino em série o agente que

comete 03 (três) homicídios dolosos, no mínimo, em

determinado intervalo de tempo, sendo que a conduta

social e a personalidade do agente o perfil idêntico das

vítimas e as circunstâncias dos homicídios indicam que

o modo de operação do homicida implica em uma

maneira de agir, operar ou executar os assassinatos

sempre obedecendo a um padrão pré-estabelecido, a um

procedimento criminoso idêntico.

Na proposta do senador Romeu Tuma, há também a

inserção de mais três parágrafos no artigo 121 do CPB, que elencam

(BRASIL, SENADO, 2010):

§ 7º - Além dos requisitos estabelecidos no parágrafo

anterior, para a caracterização da figura do assassino em

série é necessário a elaboração de laudo pericial,

unânime, de uma junta profissional integrada por 05

(cinco) profissionais:

I – 02 (dois) psicólogos;

II – 02 (dois) psiquiatras; e

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Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 105

III – 01 (um) especialista, com comprovada experiência

no assunto.

§ 8º - O agente considerado assassino em série sujeitar-

se-á a uma expiação mínima de 30 (trinta) anos de

reclusão, em regime integralmente fechado, ou

submetido à medida de segurança, por igual período, em

hospital psiquiátrico ou estabelecimento do gênero.

§ 9º - É vedado a concessão de anistia, graça, indulto,

progressão de regime ou qualquer tipo de benefício

penal ao assassino em série.

Os tipos penais atualmente vigentes em nosso ordenamento

jurídico têm se mostrado insuficientes para uma punição adequada a

esse tipo de assassino, que demonstra além de requintes de crueldade,

evidente ameaça à segurança pública, o que acarretou na severidade do

projeto de lei supracitado.

É oportuno elencar que atualmente o assassino em série no

Brasil pode ser enquadrado em três hipóteses:

I) Concurso de crimes :

Art.69 do CP : (BRASIL, CP, 1940):

Quando o agente, mediante mais de uma ação ou

omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos, ou não,

aplicam-se cumulativamente as penas privativas de

liberdade em que haja incorrido. No caso da aplicação

cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-

se primeiro aquela.

§ 1º – Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver

sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa,

por um dos crimes, para os demais será incabível a

substituição de que trata o art.44 deste código.

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106 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016

§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de

direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que

forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.

Nesse caso, os crimes serão considerados de maneira

independente, resultando simplesmente na soma das penas para efeitos

de execução.

II) Crime continuado:

Art. 71 do CP : (BRASIL, CP, 1940):

Art.71 do CP : Quando o agente, mediante mais de uma

ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma

espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de

execução e outras semelhantes, devem os subsequentes

ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe

a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais

grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso de um

sexto a dois terços.

Parágrafo único- Nos crimes dolosos, contra vítimas

diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à

pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os

antecedentes, a conduta social e a personalidade do

agente, bem como os motivos e as circunstâncias,

aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a

mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras

do parágrafo único do art.70 e do art.75 deste código.

Nessa hipótese, o agente pratica várias condutas, que

geram a concretização de vários resultados, o que o leva a cometer

infrações penais de mesma espécie, em circunstâncias parecidas de

tempo, lugar e maneira de execução, o que aparenta que uma ação é

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Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 107

apenas mera continuação da outra. Assim sendo, aplica-se a pena de

somente um dos delitos.

Por último tem-se o terceiro – o Homicídio Qualificado por

motivo fútil que é aquele em que existe um abismo entre a motivação

e o crime de fato. Ou seja, é quando o motivo que levou o agente a

delinquir é “pequeno” diante do assassinato e como este se deu. Tal

qualificadora pode ser encontrada no art. 121§ 2º, inciso II do Código

Penal.

Com a criação do parágrafo oitavo do PLS nº 140/2010, os

demais institutos usados para tipificar esse tipo de assassino, restariam

afastados, já que a pluralidade de crimes passaria a integrar uma

elementar de tipo.

Ocorre que no dia 18/03/2015, o PLS nº 140/2010 foi

arquivado por se julgar ser inconstitucional, o que não retira a

importância de se discutir a figura do serial, pois trata-se de um assunto

merecedor de atenção especial da sociedade, até mesmo por uma

questão de segurança e de saúde pública. Tal tipo penal merece um

tratamento jurídico diferenciado dos demais criminosos, dadas as suas

condições psicológicas e as condições em que efetua seus crimes.

5 CONCLUSÃO

Por todo exposto, é de extrema necessidade que haja uma

“resposta” penal a esse tipo de criminoso, para a proteção da

população. Ocorre que, por se tratar de um tipo penal não muito

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conhecido no Brasil, e pior que isso, no país não há nenhuma

infraestrutura tecnológica de informação e preparação técnica da

polícia para lidar com esse tipo de criminoso, silenciam-se as

discussões.

Nota-se que é necessário que existam maiores

investimentos nas investigações dos crimes, como base temos a

investigação efetuada nos Estados Unidos que tem se mostrado eficaz.

Tal investigação não é importante apenas para resolução de crimes e

punição dos seus autores, mas também auxilia no combate a esse tipo

penal, o que acaba por evitar que existam novas vítimas.

É oportuno elencar que não se trata de um criminoso

comum, devendo ser analisadas questões psicológicas e as

consequências que a punição acarretaria. É fato também que o PL

do senador Romeu Tuma fere a Constituição Brasileira, chegando,

portanto, a um ponto extremo, que aponta para um olhar bastante

radical para o problema.

Entretanto, se considerada a realidade carcerária brasileira

fica clara a falta de atendimento aos princípios da Dignidade Humana,

além disso, sabe-se do não atendimento à exigência da ressocialização

dos detentos. Assim sendo, como garantir ao assassino em série um

tratamento adequado? Ao mesmo tempo, como garantir a segurança

necessária à sociedade?

De fato, o tema demanda muita pesquisa e está longe de ter

uma resposta que atenda aos anseios tanto dos humanistas como dos

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109

Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 109

justiceiros. Na verdade, a proposta da pesquisa não foi exatamente

buscar uma resposta, mas suscitar questões a serem discutidas sobre o

tema, até porque a possibilidade de ressocialização do serial killer é

questionável, sendo que para muitos não há perspectiva de “cura” nem

tão pouco de ressocialização do Serial killer.

Porém, é importante ter em mente que apesar da sua

periculosidade o assassino em série é um indivíduo como qualquer

outro, portador de direitos e garantias fundamentais e merecedores da

tutela do Estado, não devendo apenas ser encarado como contraventor,

o que desconsideraria a sua condição de cidadão. Ainda que remota, a

existência de uma possibilidade de ressocialização ou até mesmo de

cura, esta deve ser considerada para que seja feita justiça a esse tipo

penal que o Estado ainda não conhece bem, ou seja, é necessário que o

Estado primeiro saiba como lidar como esse tipo criminoso para só

depois aplicar as devidas sanções.

Assim, por exemplo, é cediço que psicopatas não

apresentam remorso por seus atos. Ocorre que em alguns casos o serial

killer pode vir a apresentar remorso com suas vítimas após a morte

(casos, por exemplo, em que o assassino após executar sua vítima a

veste, ou a cobre com cobertores, penteia seus cabelos, dentre outros

atos que indicam remorso), o que afastaria a tese de psicopatia, e assim

sendo, seria julgado como criminoso comum.

Mas existem também os casos em que o serial killer não

sente remorso algum, tanto que não demora muito para voltar a

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delinquir. Existem ainda os casos de assassinos em série que não

conseguem racionalizar seus atos e sofrem de alucinação, outros são

inteiramente capazes de ao tempo da ação racionalizar cada ato

criminoso por ele cometido, o que demonstra que o cidadão, nesse

caso, deverá ter um tratamento penal diferenciado.

Dessa forma, pode-se perceber que é impossível criarmos

um padrão nas decisões de tal tipo penal, pois correríamos o risco de

não ser feita a justiça. Certo seria termos uma espécie de lei modelo e

não padrão. Tal lei modelo serviria de base para que o julgamento dos

assassinos seriais e possibilitaria o “encaixe” de cada um desses no

ordenamento, considerando cada caso concreto e de qual tipo de serial

killer se trata.

À primeira vista, é impossível não pensar que a medida

adequada para esse tipo penal seria a prisão, visto que afastaria o

assassino do convívio social. Ocorre que tal prisão em nada

contribuiria se ocorre de maneira a não garantir os direitos previstos

em lei, de outro modo, se não garantisse o diagnóstico e tratamento

adequados. Assim, para que a prisão se faça de maneira eficaz,

necessário seria uma participação conjunta de uma equipe

multiprofissional de especialistas, inclusive para elaboração de laudos

periciais que podem servir de parâmetro para os julgamentos de outros

assassinatos em série.

Como já foi dito anteriormente, o objeto da presente

pesquisa não pode ser tratado de forma objetiva e nem tão pouco se

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Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 111

esgota aqui. Pretendeu-se pois, colocá-lo à luz de discussões

acadêmicas que visem o fomento de estudos que possam pressionar o

meio jurídico de modo que critérios flexíveis possam ser lançados na

tentativa tanto de garantir os direitos fundamentais dos assassinos em

série e fazer justiça, como de dar a segurança que a sociedade almeja.

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