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A Influência da Modernização Agrícola no Município de Sarandi- PR e as Novas Alternativas Econômicas Municipais a Partir do ano de 2005 até 2010

Aparecida Fernandes Lima1

Adélia Aparecida de Souza Haracenko2

RESUMO

As consequências da modernização da agricultura no Brasil, no Estado do Paraná e no município de Sarandi – PR, foram grave ao pequeno produtor rural. Dessa forma o presente artigo tratará de reflexões e sugestões de práticas pedagógicas l, sobre a modernização da agricultura, no município de Sarandi, e quais são as alternativas econômicas atualmente no município. A modernização trouxe sérios problemas para o pequeno agricultor. Fizemos a produção da Unidade Didática - Pedagógica, para mostrar a influência que esse novo modelo de agricultura trouxe para o agricultor e as novas alternativas econômicas no município de Sarandi - PR visando contribuir um pouco com o material produzido para proporcionarmos melhores condições de aprendizagem e recursos bibliográficos aos alunos e professores de Geografia, visto que no caso do município em estudo não se encontram facilmente materiais organizados em livros didáticos. Este é um trabalho que se caracteriza como uma pesquisa social, aplicada e, tem como objetivo principal mostrar as novas alternativas econômicas e de como foi aplicada na escola. A pesquisa foi baseada através de dados bibliográficos, pesquisa de campo realizadas por meio de entrevistas com moradores antigos e funcionários de órgãos municipais. Os resultados foram aplicados aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do 2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Jardim Panorama, na cidade de Sarandi- PR, no ano de 2011. Esperamos com esse trabalho ter contribuído de maneira significativa e relevante para o processo ensino- aprendizagem, e que dessa prática outros professores possam refletir, pesquisar e acrescentar novas metodologias.

PALAVRAS–CHAVE: Modernização da agricultura. Novas alternativas econômicas. Agricultor. Tecnologia.

1 Professora de Geografia da Rede de Estadual de Ensino do Paraná, com especialização em Geografia do Paraná, Área de Concentração Regional. Aluna do programa de Desenvolvimento Educacional – PDE- Pela Universidade Estadual de Maringá. Turma de 2010.

2 Orientadora DRª em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo, Brasil (2007).Professora Adjunta da Universidade Estadual de Maringá , Brasil.

Introdução

O presente artigo é resultado das pesquisas bibliográficas e de campo que teve

como finalidade de expor o Projeto Político Pedagógico de intervenção na escola

através da produção do material didático, desenvolvido no contexto do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), com o intuito de subsidiar o ensino da

Geografia na questão da modernização agrícola no Brasil, no Estado do Paraná e no

município de Sarandi, e principalmente mostrar quais foram às novas alternativas

municipais encontradas, para fazer com o que o pequeno agricultor permanecesse

no meio rural, do município de Sarandi, contribuindo com os professores e alunos no

ensino da Geografia, possibilitando assim que eles tenham uma visão de como a

sociedade (capitalista) organizou o seu espaço.

Para a realização do presente trabalho num primeiro momento, ou seja, da

produção do material didático- pedagógico sobre o processo de modernização da

agricultura no Brasil, Paraná e principalmente no Município de Sarandi, a intenção

foi pesquisar as causas da modernização na agricultura, através de levantamentos

bibliográficos e posteriormente foi realizada a pesquisa “in loco”, por meio de

entrevistas com órgãos da Prefeitura Municipal de Sarandi e também com

moradores, para verificar quais foram as novas alternativas econômicas que o

município encontrou para que alguns agricultores permanecessem no espaço

agrícola.

A escolha do tema deste trabalho foi em decorrência de faltas de materiais

didáticos sobre o referido tema, em livros didáticos, ou até mesmo, raro nas

prefeituras. A prefeitura pesquisada não tinha nenhum material relevante sobre a

modernização agrícola no município, e principalmente como se encontra o espaço

agrário deste município, por essa razão é que se motivou a pesquisa, visto sua

necessidade para que o aluno compreenda desde a escala local (nos pequenos

municípios), em especial no município de Sarandi-PR. Para a escala mundial foram

os motivos da produção de material didático - pedagógico, para professores e alunos

nas escolas, o qual foi sendo desenvolvido através do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, Programa de Educação Continuada dos

Professores de Ensino Básico do Estado do Paraná, no qual se deu a integração

com as Universidades Estaduais e também com os professores da Rede Pública

através do GTR (Grupo de Estudo em Rede).

Visto que este estudo foi pautado em cinco etapas: a primeira foi à pesquisa

acadêmica; a segunda o Projeto Político-Pedagógico; a terceira a produção do

material pedagógico; a quarta a socialização com os professores da Rede de Ensino

do Paraná através do GTR- Grupo de Estudo em Rede e a quinta foi a

implementação na escola através do material – pedagógico.

A implementação na escola foi realizada com os alunos da 9ª série do Ensino

Fundamental e também com alunos do 2° ano do Ensino Médio, no qual visou

realizar as atividades propostas no material didático, utilizando o computador, a

internet, a TV pendrive, pesquisas com moradores antigos, visitas a alguns

pequenos agricultores, no qual despertou muito interesse e participação dos alunos.

Posteriormente debatemos o assunto que foi muito importante para o

aprofundamento do conhecimento em relação ao seu próprio município, em outra

etapa os alunos confeccionaram cartazes, produções de textos sobre a

modernização da agricultura no Município de Sarandi e as novas alternativas

econômicas, e para que os alunos se conscientizassem de como foram os

protagonistas desse trabalho fizeram a exposição no pátio do colégio despertando

curiosidade de outros alunos, de professores, da equipe pedagógica, equipe de

apoio e de toda a comunidade que tiveram a oportunidade de apreciar seus

trabalhos.

1. A Modernização Agrícola no Brasil a partir de 1970

A modernização da agricultura no Brasil foi consequência de interesses de

poderes capitalistas, para que se implantassem novos tipos de economia rural,

dependente de tecnologias e com pouca utilização de mão de obra, tendo por

finalidade uma nova maneira de organizar o espaço rural do Brasil, a partir de

1970.Visto que a Geografia estuda o espaço, que é transformado pela sociedade

resolvemos pesquisar este espaço, para compreendermos melhor a sua

organização e modificação que vem ocorrendo ao longo dos tempos e que sofreu

várias transformações principalmente a partir de 1970, com o avanço da

industrialização da agricultura, ou seja, do capitalismo entrando no campo. A este

respeito (MORO, 1980, p. 36) esclarece, que:

No processo de organização do espaço e por extensão do espaço agrícola em particular, o grupo humano que ocupa deve ter consciência de ser o depositário e o responsável por um patrimônio que deverá utilizar para atender e garantir, da melhor maneira possível, sua reprodução e desenvolvimento como sociedade, sem esquecer-se de sua responsabilidade de conservá-lo e prepará-lo, de modo a garantir a sobrevivência futura, bem como, a reprodução e desenvolvimento do grupo.

Através desse esclarecimento, notamos que a sociedade não organizou o

espaço rural de modo a garantir suas necessidades, para produzir para sua

sobrevivência, nem tão pouco ficou preocupada com o grupo, pois como veremos

adiante, no qual a produção capitalista surge no espaço rural e muda toda sua

dinâmica de produção, ocorrendo assim à mudança na forma da produção da

agricultura, visto que esta era de subsistência e foi dando lugar a agricultura

comercial havendo uma mudança da classe de poder, que estava concentrada no

meio rural, sendo que o Brasil, no espaço rural era controlado pelos barões do café.

A esse respeito relata também Oliveira (2001), a Geografia científica no Brasil

nasceu sob a crise mundial do modo de produção capitalista, iniciando com a

Segunda Guerra Mundial, e foi nesse período que teve início a transformação das

classes de poder que estavam ligados ao meio rural. Segundo ele, “nasceu também,

no que toca às particularidades econômicas do país, num período em que o bloco no

poder alterava-se, e as classes dominantes, de origem agrária perdiam sua posição

hegemônica” (OLIVEIRA, 2001, p.80).

Assim, o capitalismo avançou de modo geral para todo o território brasileiro,

durante a guerra mundial e a guerra fria, e a exploração do trabalho na agricultura

brasileira aconteceu primeiramente nas cidades, mas ainda segundo o autor, as

lutas agrárias acontecem nas cidades.

Para que possamos entender melhor a questão da modernização da agricultura

no Brasil, iremos abordar o conceito desse termo “modernização”, por ser de grande

importância para nosso entendimento. Segundo Cegalla (2005, p.29), a palavra

modernização, etimologicamente podem ser: mudança ou adaptação com o intuito

de tornar moderno; adaptar aos usos e necessidades; atualizar. Direcionando o

sentido da palavra para a economia, ainda de acordo com o autor a palavra na

concepção econômica pode ser:

(...) a palavra pode significar transformação, mudança de rumos, alteração na forma de produzir e trabalhar, pois no caso brasileiro a modernização da agricultura representou uma guinada, em todos os sentidos na forma de produzir, de consumir e de tratar o meio ambiente, cada vez mais recursos a ser explorado e comercializado. Aumentou a produção, a qualquer custo não respeitando nada (CEGALLA, 2005, p. 58).

Basicamente foi essa mudança dos meios de produção da agricultura que

aconteceu no Brasil, direcionando uma nova etapa do país como exportador de

matéria-prima, utilizando as máquinas modernas e as novas formas de agricultura.

Cabe destacar Spier (2010, p.37), que afirma que a modernização da agricultura “o

processo de mecanização e tecnificação da agricultura, em que o objetivo principal é

o lucro para acumulação de capital pelos grandes empresários, pelos grandes

proprietários de terras e para boa parte da classe dominante”.

Concordamos com o autor que o principal objetivo dos novos meios de

produção era aumentar o lucro, através do capitalismo no campo. Ainda, a respeito

da modernização da agricultura que ocorreu no Brasil a partir de 1970, pelos

interesses do capital, com isso os trabalhadores com usos de meios antigos, como a

enxada, foram sendo deixados de lado, e sendo incorporadas novas técnicas, como

afirma Serra (1991, p. 125), “a modernização é basicamente a mudança na base

técnica da produção agrícola, a substituição das técnicas agrícolas tradicionais por

técnicas modernas: o burro pelo trator, o estrume pelo adubo químico, a enxada pelo

arado”. Neste sentido demais autores também afirmam que:

O modelo de desenvolvimento adotado no Brasil, macroestruturalmente pode ser classificado em “agroexportador”, que corresponde aproximadamente ao período colonial até o início do século xx; o “nacional-desenvolvimentista”, inaugurado em 1930 e que se seguiu até 1980; e o “neoliberal” que se iniciou da década de 1990, chegando até os dias atuais, quando se intensificou no campo uma agricultura de negócio, o agronegócio (FABRINI3 2007, p. 57 apud SPIER, 2010, p. 29).

De acordo com esse novo modelo adotado, ou seja, nacional-

desenvolvimentista, iniciado desde 1930 acelerando também o processo de

industrialização e de urbanização do Brasil, é que teve início a modernização da

agricultura brasileira, ocorrendo vários transtornos no país.

3 FABRINI, João Edmilson. O Campesinato Frente à Expansão do Agronegócio e do Agro combustível. In Saque, M. A.; Santos, Roseli Alves dos. Geografia Agrária, Território e Desenvolvimento. (Orgs).. 1. ed. São Paulo: Expressão popular, 2010

Spier salienta (2010, p.38-39), que esses transtornos já começaram no início

da do processo da modernização da agricultura, quando ocorreu o declínio da

economia rural tradicional, o endividamento de muitos agricultores, a deterioração

dos preços agrícolas, a concentração da propriedade da terra, e a legislação

trabalhista inadequada, dentre outros fatores, que levaram milhares de agricultores

na busca de novos espaços para viver, tanto na expansão de fronteiras agrícolas,

como para as cidades, principalmente para as regiões metropolitanas.

Além da exclusão rural resultam grandes problemas sociais, como o

desemprego urbano e a marginalização dos agricultores-favelas que aumentaram e

as cidades não oferecem suporte ao aumento populacional, por falta de

infraestrutura, tornando-se insustentáveis em muitos aspectos.

Ainda de acordo com Spier (2010, p. 38), como grande parte do território

agrícola do Brasil foi sendo incorporado ao processo de utilizações de novas

técnicas acabam por se agravar mais ainda, com novas formas econômicas. A

produção dessa nova forma de plantio é destinada ao mercado que controla a

comercialização, e orientando o agricultor a se especializar em um determinado

produto, que por consequência ocorrem “as relações capitalistas com os

proprietários dos meios de produção (terras, máquinas, tecnologia etc.) e com as

pessoas que trabalham diretamente, como: os assalariados rurais, peões, diaristas

etc.”.

As consequências para o pequeno agricultor em decorrência da modernização

da agricultura foram sem dúvida muito grave para o pequeno agricultor, mudou o

modo de produção e pelo outro lado também o meio ambiente foi sendo alterado,

como ressalta Spier, (2010):

Esse processo de modernização da agricultura, conhecido como comercial, ou “moderna” e de “mercado”, foi um contraponto à agricultura que até então era praticada no Brasil. A transformação foi de tal forma, tão radical, que mudou o relacionamento sócio ambiental no território e, em muitas regiões, casou danos gravíssimos no meio ambiente e a saúde dos próprios agricultores (SPIER, 2010, p. 37).

Os capitalistas não pensaram nem um pouco os riscos dessa modernização,

tanto para o agricultor, bem como para o meio ambiente. Por outro lado, o processo

de modernização no Brasil foi uma forma de transformação e recriação da produção

para que o controle dos grandes grupos possa assegurar a hegemonia sobre a

produção rural e o poder de decisão sobre as atividades humanas, controlando o

que se deve plantar, que se destaca a agropecuária e a agroindústria. Surge assim,

a agroindústria.

Segundo Campos (2004, p.17), foram as multinacionais ligadas à venda de

produtos agrícolas que tiveram um papel importante no processo de tecnificação da

agricultura brasileira, onde elas serviram como exportadoras de alimentos ou

processadora para o mercado interno, fornecedora de agrotóxico, maquinaria,

fertilizantes e contribuindo na pesquisa de melhoramento genético entre outros

serviços.

Para Spier (2010, p. 39), a forma de modernização da agricultura brasileira foi

fundamentada na Revolução Verde, ou seja, pacote tecnológico, comprado dos

Estados Unidos, iniciada na Europa e nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e

1960, transformando o modo de plantar, iludindo o agricultor com propagandas,

usando até a igreja e o rádio para que acontecesse o processo da modernização da

agricultura, e assim foi gerando graves consequências, tanto para o agricultor,

quanto para o meio ambiente, provocando assim, a substituição de culturas o êxodo

rural.

A modernização da agricultura fez com que a vida do pequeno agricultor se

transformasse, ou seja, saindo do meio rural para o meio urbano como mostra o

quadro I.

Quadro 1 - A Evolução da População–Rural e Urbana no Brasil entre os anos de 1940 a 2010

ANO 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

POP.

RURA

L

69% 64% 55% 44% 33% 24% 19% 16%

POP.

URBA

NA

32% 36% 45% 56% 67% 76% 81% 84%

Fonte: IBGE, 1986, 1990,1993, 1997, 2000 e 2010. Org. Lima (2011).

Observando o quadro 1, notamos o grande crescimento da zona urbana e o

declínio da zona rural, que a população entre 1940 e 1970 sofreu um grande

deslocamento para as cidades, e por consequência o esvaziamento do meio rural.

De acordo com Boeira (2003, p.27), a modernização agrícola da região ocorre

quando se tem:

(...) um quadro de profundas alterações tanto na estrutura produtiva nacional com consequente reordenação da política de investimentos do Governo Federal e se dá basicamente, pela substituição da cultura do café pela cultura de oleaginosas combinadas com o trigo, do que decorre uma série de mudança socioeconômica.

Essa nova etapa da economia brasileira de produção no campo, começa a

mudar de acordo com as novas tecnologias, assim o café que era a base de

produção da época dá lugar a uma nova mudança dos tipos de culturas no campo,

ou seja, aqueles tipos de cultura que interessavam aos capitalistas estrangeiros, a

soja e trigo.

Principalmente em decorrência da falta de estímulos financeiros

governamentais, o café foi sendo substituído por outras culturas, Moro (1991, p. 67),

relata que:

Sentimos a necessidade de adequar a produção de café à política na fixação dos seguintes programas específicos:-programa de erradicação de cafeeiros antieconômicos;-fixação de preços internos capazes de afastar os cafeicultores marginais;-diversificação de culturas nas áreas liberadas pelo café etc.

Foi o que ocorreu no Brasil, onde houve uma grande mudança no campo,

devido às novas tecnologias, e o investimento econômico por parte do Governo

Federal oferecendo aos agricultores uma série de subsídios oficiais.

Por outro lado, o crédito e os preços do café foram mantidos a níveis baixos

para reduzir os gastos na compra da safra, forçando assim, a erradicação dos

cafezais e uma nova economia baseada nas culturas de soja e trigo. Observe a foto

seguinte que mostra uma plantação de trigo no município de Maringá.

Foto 01 – Plantação de Trigo no Município de Maringá - PR Fonte: LIMA, 2010.

A foto acima mostra um dos tipos de culturas que a modernização trouxe para

o Brasil, o trigo. Pela foto notamos que acabou a divisão de lotes, ficando um espaço

homogêneo.

Assim a modernização da agricultura no Brasil foi se expandindo através de

tecnologias modernas, do capitalismo ao campo A modernização da agricultura no

Brasil ocorreu com a entrada do capitalismo no campo, no qual os agricultores

“foram” obrigados a usarem novas tecnologias implantadas pelo governo, através de

pacotes vindos dos Estados Unidos, que ficou conhecido como “Revolução Verde”, e

que os agricultores foram sendo obrigados a usar as novas tecnologias ou sair do

espaço rural.

2. A Modernização da Agricultura no Estado do Paraná

Já no Estado do Paraná, o processo da modernização da agricultura ocorreu

mais lentamente entre a década de 1970, e em maior ritmo, entre 1980 e 1985, no

norte do Estado do Paraná, como afirma Moro (1991, p.83), “essa substituição de

culturas, ou seja, do café pela cultura de soja e trigo foi forma regional, característica

“do norte paranaense”“.

No norte do Paraná a ocupação se dá pelo processo da baseada no processo

da economia que era o cultivo do café, no qual foi sendo colonizada em sua função,

principalmente no Norte Novo, (área de estudo do nosso trabalho), que foi

colonizado pela Companhia de Terras do Norte do Paraná, em 1973. Em função da

cultura do café, sendo uma extensão dos paulistas, que adentraram o Paraná

quando suas terras já estavam se tornando escassas ou supervalorizadas pelo

desenvolvimento da agricultura comercial com base na produção de café.

Segundo Cancian (1981), não se pode falar que no norte do Paraná houvesse

uma monocultura cafeicultura, embora houvesse uma concentração desse produto.

“Plantava o que tivesse mercado disponível” (CANCIAN, 1981, p.66) como, arroz,

batata, milho, mandioca, cana-de-açúcar, feijão, algodão etc, e também como

ressalta Cancian (1981, p. 122), “o solo era ocupado por pastagens, e uma forma

monocultural entremeada de pastagens abrangia uma vasta área, representada

pelos municípios de Mandaguari, Marialva, São Carlos do Ivaí”.

Pode se dizer que o solo do Norte Novo do Paraná, além do cultivo do café, foi

ocupado por outros tipos de culturas e também de pastagens.

De acordo com Boeira (2003), essas terras do norte do Paraná foram

adquiridas do Governo do Estado do Paraná, de colonizadores e posseiros, num

total de 546,078 alqueires paulistas. Ainda conforme este autor, essa região abrange

uma superfície de aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados, divididos em

três áreas, segundo a época de colonização; o Norte Velho, que se estende do rio

Itararé até a margem direita do rio Tibagi; o Norte Novo, que vai até o rio Ivaí, e tem

limite, a este, a linha traçada entre as cidades de Terra Rica e Terra Boa; e o Norte

Novíssimo que se estende dessa linha até o curso do rio Paraná, ultrapassando o rio

Ivaí e vai até as margens direitas do rio Piquiri. Observe essa divisão regional na

figura 01, que mostra as divisões em regiões do Estado do Paraná.

Figura 01- Norte do Estado do Paraná, colonizada pela CMNP. Fonte: IBGE,1970.

Toda essa região da figura 01 foi colonizada pela Companhia de Terras Norte

do Paraná, inicialmente por capital inglês, comprado do Governo do Paraná em

1927, por um inglês (Lord Lowat), e mais tarde vendida às paulistas. A companhia

percebeu logo que poderia ganhar muito, primeiro pela facilidade em adquirir as

terras do Governo do Estado, e também pela qualidade dos solos, terra roxa, própria

para a cultura do café.

Em relação ao planejamento dos lotes, a companhia dividiu os tamanhos

pequenos e médios, como afirma (MORO, 1980, p. 24) que: “cerca de

aproximadamente dois terços da área territorial do Norte Novo do Paraná, que a

loteou predominantemente em pequenas propriedades, com tamanho médio de 10,

15 ou 20 alqueires”.

Todos os lotes planejados pela companhia tinham ao seu fundo um divisor de

água, e o seu tamanho favoreceu muito para ser adquirido pelo pequeno produtor,

observe a figura 02.

Figura: 02-: Modelo de Divisão dos Lotes feito pela CMNP. Fonte: CMNP (1975, p. 122)

Segundo Faria (2007, p. 64), a “área verde escuro representa terras adquiridas

pela CMNP e as áreas de cor amarela representam as reservas florestais, hortos e

fazendas da própria companhia”.

O modelo adotado pela Companhia favoreceu os pequenos produtores, pois

também o pagamento pelos lotes era facilitado, assim diz o diretor da Companhia

(BARROS, 1975 p. 124):

(...) consequência mais importante da obra realizada pela Companhia se traduz na oportunidade que ofereceu sem posses de adquirem pequenos lotes agrícolas, cujas dimensões e modalidades de pagamento eram sempre amoldadas ao desejo dos compradores.

Dando possibilidades aos pequenos a companhia atraiu muitos para o norte do

Paraná, e por sequência o norte Novo foi crescendo, e a companhia planejou

também as cidades, ou seja, elas obedeciam a um plano urbanístico previamente

estabelecido. A esse respeito à Companhia (1975) traz o seguinte:

Todas as cidades obedecem a um plano urbanístico previamente estabelecido. As praças e as ruas são abertas aproveitando mais

possível as características do relevo. Os núcleos básicos da colonização foram estabelecidos progressivamente, distanciados cerca de 100 quilômetros uns dos outros, na seguinte ordem: Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama. Por esses núcleos principais, fundaram-se de 15 em 15 quilômetros, pequenos patrimônios, cidades bem menores cuja finalidade é de servir como centro de abastecimento para a numerosa população rural (COMPANHIA, 1975, p.125).

Foi tudo muito bem organizado e planejado pela companhia, tanto os lotes,

quanto as cidades e o traçado rodoviário, a esse respeito Moro, (1980) ressalta

também o seguinte:

O traçado rodoviário do Paraná do Norte, em particular do Norte Novo foi realizado pela Cia, de terras Norte do Paraná, foi concebido de forma a facilitar as relações entre os sítios e as comunidades urbanas, entre os campos e as casas comerciais e as estações ferroviárias, contribuindo sobremaneira para o funcionamento da economia toda ela orientada para uma economia de mercado (MORO 1980, p. 24).

Em decorrência de seu grande planejamento muito bem organizado, não tinha

como dar errado sua forma de colonização e principalmente a sua venda e

ocupação que a Companhia organizou.

Conforme, (CANCIAN, 1981, p.50), são três fases que influenciaram o avanço

das lavouras cafeeiras no Paraná:

A primeira, no Norte Velho, desde a divisa com São Paulo até o rio Tibagi, a

partir do século XX, culminando com a crise de 1929:

Em seguida no Norte Novo, do rio Tibagi, passando por Londrina, até as

margens do rio Ivaí, a partir de 1930 de forma lenta até o final da Segunda Guerra

Mundial, acelerando posteriormente;

Por último, do rio Ivaí ao rio Piquiri, no Norte Novíssimo e desde o rio Iguaçu,

no extremo oeste paranaense, entre 1940 e 1960, quando se encerra o

expansionismo da cafeicultura paranaense.

Dessa forma foi ocupado o norte do estado do Paraná, até Cianorte o qual está

no Norte Novíssimo com o domínio da cultura comercial, voltada para o café.

Baseado nesta estrutura fundiária, as áreas cultivadas não exigiam um grande

quantidade de capital, e além de tudo muitos casos o trabalho era realizado pela

própria família. O norte paranaense foi de fato atração para a expansão da

cafeicultura, por apresentar situações que proporcionasse sua ocupação: como

afirma (MORO 1980, p.64).

A situação máxima favorável à cafeicultura paranaense configurou-se durante os anos que se seguiram logo após a Segunda Guerra Mundial. Esta situação foi o resultado da manifestação de diversos fatores, que combinados proporcionaram uma conjuntura francamente favorável à cultura do café, com destaque particular para os bons preços do mercado externo, até o início da década de 60, quando configura novamente o problema da superprodução, desiquilibrando a relação entre a oferta e a procura, culminando por levar o governo brasileiro a formular os vigorosos planos de erradicações dos cafeeiros antieconômicos, que seriam colocados em ação através do GERCA. .conjuntura favorável à expansão da cafeicultura, em particular para o Norte do Paraná, e neste para o Norte Novo, começaram a manifestar-se antes mesmo do término da Segunda Guerra.

A situação da cultura do café do Brasil estava ameaçada em relação ao

mercado externo, visto que ele não queria mais comprar o café brasileiro, assim o

Norte do Paraná foi o local de atração para o café como explica Moro (1980, p.74),

O norte do Paraná só chegou á uma grande produção com a nova fase de preços do

café que estava aumentando e ganhou impulso durante a década de 1960,

conseguindo ganhar da produção paulista, essa superprodução paranaense já por

volta de 1960, já permanecia uma nova ameaça o que levou o governo intervir,

através de programas de racionalização da agricultura por meio do IBC/GERCA “O

Norte do Paraná chegou a produzir próximo de um terço da produção mundial”.

Mas infelizmente a cultura cafeeira acaba por entrar em decadência, segundo

Moro (1981, p.81), foram vários fatores que contribuíram para a substituição da

cultura do café, principalmente em Maringá e sua microrregião, também passou por

esses processos:

• Política oficial de preços desestimulando aos cafeicultores, que

combinados interviram, criando uma conjuntura favorável à substituição

da monocultura comercial do café, e em segundo plano de outras

atividades produtivas, pela cultura mecanizada da soja e trigo, que

lentamente começou a esboçar em 1968;

• Idades dos cafeeiros – por volta de 1970, razoável parte das lavouras

de café do Norte do Paraná precisava ser renovada, pois muitos

datavam das décadas de trinta e quarenta;

• Elevado custo de manutenção dos insumos empregados nas lavouras;

• Endividamento progressivo dos cafezais – com a crise a crise do

mercado cafeeiro, os cafeicultores recorriam a sucessivos empréstimos

financeiros, para fazer frente a os custos de manutenção de suas

lavouras, desse modo, gradativamente, ficavam endividados

financeiramente;

• As geadas de 1969, 1972 e 1975;

• A ferrugem – por volta dos últimos anos da década de sessenta e

primeiros da de setenta, a “ferrugem” – mal que atacava os cafeeiros –

encontrou nas lavouras de café mal cuidadas campo propício para sua

propagação, contribuição para agravar o custo de manutenção e a

produtividades das lavouras;

• A estrutura fundiária – na realidade o Norte do Paraná, em particular, a

maior parte do território do Norte Novo, foi loteado, em

predominantemente, em pequenas e médias propriedades, de 5, 10 e 15

alqueires;

• As geadas foram só um fator, entre os demais responsáveis pela queda

da produção de café e sua erradicação de grande quantidade de

cafezais.

A respeito destes fatores Serra (1991), afirma que outras causas contribuíram

para o fim da monocultura cafeeira paranaense:

Como causas secundárias, os técnicos apontam as atrações exercidas sobre os pequenos proprietários pelos lucros das cadernetas de poupança; o conforto das cidades; o estudo dos filhos, a pressão dos capitalistas urbanos, interessados em investir em terras; a pressão dos grandes proprietários rurais; interessados em ampliar os limites de suas propriedades; o pagamento de dívidas bancárias, adquirir áreas maiores nas novas frentes pioneiras, onde normalmente a terra mais barata (SERRA, 1991, p.190).

Todos esses fatores e outros mais contribuíram para a desarticulação da

economia cafeeira do paranaense, voltada ao plantio do café, e a pequena

propriedade familiar. E acaba assim um ciclo econômico e surgindo outro, baseado

nas culturas de soja e trigo, exigindo dos agricultores de maior capital e aumento de

seus espaços agrícolas com a incorporação de pequenas propriedades. Ocorre

assim a modernização da agricultura no meio rural. A soja foi tomando lugar do

cultivo de café, em todo o Estado do Paraná, a foto seguinte mostra a cultura da soja

no norte novo do Estado.

Foto 02 - Plantação de Soja no Norte Novo do Paraná. Fonte: LIMA, 2010.

A cultura da soja e trigo foi se espalhando por todo o Norte do Paraná e com

isso os maquinários modernos, insumos, fertilizantes, ocorrendo assim à migração

dos pequenos produtores para cidades, pelo fato de não obter capital para investir

na tecnologia, ocorrendo também à concentração da terra e o surgimento de

grandes propriedades no Norte do Paraná, “dessa maneira o café foi aos poucos

cedendo lugar para a soja e o trigo.” Moro ( 1980, p.96).”

A modernização da agricultura forma um complexo, entre a agricultura,

indústria comércio e Estado, a agricultura passa a produzir para a indústria e acaba

por deixar de lado os produtos básicos para a sustentação da população, ou seja, a

economia de subsistência dá lugar à economia de mercado. Maior parte dos

municípios da região Norte do Paraná foram crescendo muito, em decorrência da

decadência do café e da mecanização da agricultura no campo, tornando assim,

maior que o espaço ocupado pelo rural, ou seja, as cidades foram crescendo cada

vez mais, principalmente os grandes centros urbanos.

3. O Município de Sarandi no Contexto Histórico Regional

Antes de adentrarmos no processo de modernização da agricultura no

município de Sarandi vamos retratar a etimologia do seu nome, o que é a palavra

Sarandi; segundo Azevedo (2007), Sarandi pode ter vários significados como, por

exemplo: No Rio Grande do Sul, “sarandi” significa pássaro ou flor silvestre.

No Brasil Central, “saranda ou sarandi” é uma dança regional, folclórica, com

vários pares no salão ou terreiro e, dentre eles, um cavalheiro sem par (dama) com

um chapéu na cabeça e que procura colocar o chapéu em outro cavalheiro e toma-

lhe a dama. Já no Mato grosso, Goiás, Norte/nordeste de Minas Gerais, significa

forró, caboclo.

“No norte do Paraná, de acordo com Azevedo (2007), sarandi” é uma árvore de

porte pequeno, com ramos fibrosos e muito resistentes, inclusive utilizados na

produção de cestos, cadeiras e ornamentos caseiros, bem como para enfeixamento

de tetos (cobertura) de casas dos pioneiros. Trata-se realmente de uma planta

nativa muito útil à vida. Acredita-se que “sarandi”, nome indígena, deriva da língua

tupi-guarani Significa “sarã” ou terra maninha, terra fraca. Significa, também, o nome

de uma planta (arbusto) da família das euforbiáceas, que pode atingir até dois

metros e meio de altura, existente nos estados do Sul, sempre às margens dos rios,

em terras fracas que não servem para a produção agrícola.

Abordaremos um pouco da história do município de Sarandi, de acordo com “O

Histórico do Município de Sarandi” (1997), sua história inicia em 1935, Sarandi

pertenceu primeiro, ao município de Londrina, depois Mandaguari e, finalmente a

Marialva, até se tornar município fundado em maio de 1947, pela, pela Companhia

Melhoramentos Norte do Paraná. Com a lei Estadual nº 790, de 14 de novembro de

1951, Sarandi tornou-se Distrito Administrativo de Marialva, em 05 de maio de 1966,

através da Lei Estadual 5.311/66, Sarandi foi elevado a Distrito Judiciário.

Em 14 de outubro de 1981 pela lei nº 7.502, foi elevado a município, sendo

eleito o primeiro Prefeito em 15/11/82 o Sr. Júlio Bifon e para Vice o Sr. Hélio

Gremes Pereira.

O município está inserido na região noroeste ou como ficou chamado de Norte

Novo do Paraná, a uma latitude sul de 23° graus e Longitude oeste 51º graus, sendo

sua área total de 113.350km (11.335 ha), conforme o modo de colonização limita-se

com Maringá e Marialva e está inserido no Norte Novo de Maringá.

Figura 03 - Norte Novo de Maringá. Fonte: CMNP (1975, p. 123).

Observando a figura 03 podemos notar a grande área que pertencia o

chamado Norte novo de Maringá, na qual faz parte o município de Sarand e outras

cidades, e que foram organizado e planejado pela Companhia.

A Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná, fez uma propaganda

enorme para poder vender os lotes aos pequenos agricultores, assim acabou para o

crescimento da região do Norte Novo do Estado do Paraná, e também do município

de Sarandi, tendo em vista um solo próprio o para o cultivo do café, e um tipo de

clima também favorável, a esse respeito ressalta (AZEVEDO, 2007, p. 6).

Cabe salientar também que sobre a predominância de clima subtropical, mesotérmico, verão quente e inverno com geadas pouco frequentes, com tendência a concentrar as chuvas nos meses de verão, com uma precipitação média anual de 1.564,15 m., favoreceram muito o cultivo do café no Município em estudo.

Juntamente com o tipo de clima do município de Sarandi e a predominância

de solos oriundos do basalto, que deu origem a solos com altos teores de argila.

Sendo os solos de alta potencialidade agrícola, possuindo elevada equilibrada

reserva de nutrientes para as plantas, fator esse que beneficiou o cultivo do café,

nessa região.

Como consta do Histórico de Sarandi (2007), o seu relevo também era muito

favorável à mecanização e ainda favorecia ao cultivo de outros tipos de culturas,

como feijão, milho, batata, e outros tipos de culturas como também para criação de

gado, ou seja, a pastagens.

Além de outros elementos físicos, como a vegetação que era constituída

tipicamente por florestas tropicais, e subtropicais, que favorecia a entrada do homem

para derrubada, foi tanto o desmatamento é a ganância de muitas pessoas retiraram

toda a vegetação do município, como sabemos que atualmente Sarandi não tem se

quer um bosque com a mata nativa.

Um dos fatores mais importantes também para a plantação do café é a altitude,

que do município de Sarandi é moderada, em torno de 555 metros acima do nível do

mar.

Esses fatores atraíram muitas pessoas que migravam para o município, viam

de vários estados brasileiros, principalmente São Paulo e Minas Gerais. Tendo suas

etnias predominantes de espanhóis, portugueses e italianos atraídos pela fama da

qualidade dos solos do Norte do Paraná e as excelentes produções obtidas nas

lavouras, principalmente as do café. Ainda de acordo com Azevedo (2007), além de

brasileiros vindos de outros Estados chegaram muitos estrangeiros, como italianos,

alemães, portugueses, espanhóis, russos, japoneses, húngaros.

Para possibilitar essa migração para Sarandi a Companhia Melhoramento

(1975), iniciou a derrubada de florestas, a construção de estradas, embora

precárias, e pontes sobre os rios pequenos.

Segundo (AZEVEDO, 2007, p.3) as estradas não ofereciam segurança, por

causa da composição do solo de toda região; “as estradas de chão tornavam-se

intransitáveis devido ao barro grudento. Tudo isso não impediu que milhares de

pessoas viessem para cá de “jardineira”, caminhão, carroça.”

A Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná começou a melhorar os

meios de transportes, a via de acesso de comunicação, e para que isso acontecesse

tornou-se sócia da Ferrovia São Paulo-Paraná; a estrada de ferro, que em 1934

chegava a Londrina, em 1954 passou por Sarandi. Todavia o trem que percorria

essa região do norte do Paraná era puxado por locomotiva a vapor. E para facilitar e

possibilitar a migração das pessoas de outras regiões, a Companhia iniciou a

derrubada de florestas, a construção de estradas, e pontes sobre os pequenos rios.

Conforme, ainda, Azevedo (2007), as famílias traziam o que possuíam e

algumas compravam terras a preços razoáveis e ainda pagavam a prazo e

instalavam-se em regiões nas quais era possível comercializar produtos da

propriedade (milho, feijão, arroz, legumes, porco, galinha, leite, queijo etc.). Outras

vinham para trabalhar e empregavam-se na derrubada das matas, na construção da

ferrovia, no plantio e colheita da lavoura de café etc.

Os pequenos agricultores contavam com o trabalho de toda a família na

lavoura de café; além disso, produziam quase tudo na própria terra. Assim, o

dinheiro da safra de café era utilizado também para ampliar a propriedade.

Com essa facilidade o município de Sarandi foi crescendo, pois tinha outros

fatores que contribuíram para o rápido crescimento como os proprietários que

contratavam serviços de famílias para a derrubada de matas e plantio de mudas de

café, até que a lavoura estivesse produzindo, processo que durava em torno de seis

anos.

Em alguns casos, o contratado recebia um pedaço de terra ao final do contrato,

que era feito verbalmente, sendo, porém poucos os casos de descumprimento. Aos

poucos, as matas foram cedendo lugar às plantações de café e de pequenas

culturas de subsistência.

O café foi sem dúvida alguma, a causa do crescimento do município de

Sarandi, mas esse fator econômico foi de toda a região do Norte do Paraná, tanto é

que notamos o grande desmatamento em toda a região colonizada pela Companhia

Melhoramento do Norte do Paraná.

Mas após algumas décadas, surgiram vários fatores desfavoráveis e que

influenciaram na queda do café, sendo o clima, ou seja, os fatores climáticos, como

as geadas, principalmente a de 1975, que ficou conhecida como “geada negra”,

( recebeu esse nome ,porque não sobrou se quer uma folha verde), e outros fatores

como a seca em 1963, associadas a instabilidades de preços, contribuíram muito

para a desmotivação dos produtores em continuarem investindo na cafeicultura,

como consta no Histórico do Município (1997), as lavouras de café foram sendo

substituídas pelas culturas de soja, trigo e milho, ou seja, a modernização da

agricultura chegou ao campo, e foram sendo substituídos pelas novas tecnologias

implantadas na agricultura brasileira e em Sarandi não foi diferente, provocando

assim a mecanização agrícola e o êxodo rural. E as novas lavouras mecanizadas,

com culturas de soja e trigo tomam conta do município de Sarandi.

3.1 - Consequências da Modernização Agrícola no Município de Sarandi

Com o declínio da cafeicultura, como aconteceu com todo o norte do Paraná,

em Sarandi os pequenos agricultores foram expulsos da terra por várias razões: as

geadas e seca em 1963, geadas em 1969, 1975 e 1981, associado a instabilidades

de preços, dos quais muito contribuíram para a desmotivação dos produtores em

continuarem investindo na cafeicultura. Com a ocorrência da grande geada de 1975

chamada de geada negra, a esse respeito ressalta Serra (1991, p.85), que “ as

lavouras de café foram sendo substituídas pelas culturas anuais, principalmente soja

, trigo e milho, iniciando um novo ciclo na região, o da mecanização agrícola.”

Após a geada de 1975 o café foi sendo substituído por outras culturas como

ressalta Batalioto (2004): “Gradualmente, no campo, foi ocorrendo a nova

configuração mais moderna, produtiva, competitiva e com maior lucratividade.

Porém, atrelado a todos esses benefícios vieram os impactos” (BATALIOTI, p.110,

2004 ).

Assim, a cidade foi crescendo e tomando lugar do meio rural e a partir de

2000, de acordo com os dados do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Esta

tística), Sarandi que tinha uma população de aproximadamente de 71.422

habitantes, em 2010 passa a ter uma população 87.503 habitantes apresentando

assim, um dos maiores crescimentos demográficos do Estado do Paraná.

As consequências da modernização da agricultura iniciou o êxodo rural,

novos modelos de maquinários foram surgindo, outros tipos de culturas foram

introduzidas, principalmente a soja e trigo e a pastagem, ou seja, a criação de gado,

alterando assim o modo de produção no campo, ou seja, o capitalismo avança. Os

pequenos produtores são expulsos, pela falta de capital para investir nas novas

lavouras.

Outros problemas acabaram como entraves que levaram muitos agricultores

para a cidade, como: alto custo de produção; falta de tecnologia para transformar e

aproveitar os produtos existentes; tecnologia avançada, diminuindo assim a

necessidade de um número grande de mão-de-obra.

Por outro lado, em pequenas propriedades os agricultores ainda contam com

maquinários antigos. Não conseguindo acompanhar a tecnologia, dependem de

maquinários de terceiros para preparar o solo, plantar, aplicar defensivos agrícolas e

colher. Assim os pequenos agricultores acabaram vendendo suas terras para outros

grandes proprietários, gerando assim o desemprego, o subemprego, o boia-fria, a

miséria e a fome de muitos que tiveram que vender sua propriedade, por não

conseguirem acompanhar a modernização na agricultura.

4. As Novas Alternativas Econômicas no Município de Sarandi, a partir de 2005

a 2010.

Após a geada de 1975, o café foi sendo substituído por outras culturas como a

soja e o trigo e no campo foi ocorrendo uma nova configuração mais moderna,

produtiva, competitiva e com maior lucratividade. No qual afastou o pequeno

produtor expulsando-os para as cidades, porém em Sarandi o espaço rural diminuiu

em decorrência do crescimento do espaço da cidade. Objetivando reverter tal

processo, surgem algumas alternativas para o pequeno agricultor no município de

Sarandi, com a ajuda de técnicos da EMATER (2005), novas formas de produção

para manter o pequeno produtor ao campo.

Uma nova forma de plantação de café que surgiu no estado do Paraná e em

Sarandi, (a plantação é chamada de adensado ou superadensado, porque os pés

são plantados próximo uns dos outros, e não cresce muito, são baixo),veja a foto 03:

Foto 03 - Plantação de Café Adensado, na Região de Maringá. Fonte: LIMA, 2011.

O cultivo do café, agora de outra forma, como mostra figura 03, foi o que

começou a ser cultivado no norte do Paraná em Sarandi, além das novas formas de

plantio, soja e trigo foram as que predominaram até nos dias atuais, mudando assim

a paisagem do meio agrícola brasileiro e paranaense de forma geral.

Porém na área rural de Sarandi, aconteceram às novas formas de culturas,

como a soja, trigo e milho; as pastagens também terminaram antes de 2005.

Como consta nos dados EMATER (2005), no município de Sarandi, há uma

grande variedade de culturas desenvolvidas no meio rural, sendo algunas

permanentes e outras temporárias. Dentre as culturas temporárias em Sarandi, as

principais são: a soja, o trigo, o milho, o arroz e o feijão. Quanto às permanentes,

temos a uva, o abacate, a banana, o caqui, a cana-de-açúcar, o café e outras.

Segundo ainda dados da EMATER (2005), a viticultura começou a crescer

consideravelmente a cada ano. Desde a chegada de algumas famílias interessadas

no cultivo da uva, que contribuiu muito para o crescimento dessa nova alternativa

econômica, no município de Sarandi.

A pecuária, também foi uma atividade econômica desenvolvida no município,

mas por causa do desenvolvimento da cidade de Sarandi do município vizinho que é

Maringá, e tendo uma rodovia de um trânsito contínuo, seus criadores foram aos

poucos vendendo seus gados, para que não ocorressem tragédias deixando de

lado, essa atividade econômica.

Existem, ainda, outras atividades desenvolvidas no município, porém não muito

expressivas no sentido econômico, pois a maioria é realizada para aumentar a renda

familiar, que são as culturas temporárias, de acordo com os dados da EMATER

(2005), as culturas produzidas temporárias são as que consta no quadro 02 e 03.

Quadro 02- Culturas Temporárias produzidas em 2005

Fonte: IBGE: 2005. Org: LIMA, 2010

Como podemos observar, a soja e o trigo são chamadas também de culturas

temporárias e ao mesmo tempo de permanentes, em decorrência que todos os anos

são plantadas, como explica os técnicos da EMATE. Ainda de acordo com a MATER

(2010), as culturas permanentes de maior produção, como visualizada no quadro 0

2, que são claro a soja e o trigo. Temos também a cana-de-açúcar, o milho, aveia,

mandioca, arroz, feijão e girassol e a culturas de frutas como mostra o quadro 03 ,

com as seguintes frutas, a uva se destaca, depois vem o caqui, a tangerina o

abacate a banana e a goiaba, sendo que o café ainda tem uma razoável produção

entre as culturas temporárias, em 2005.

Produtos ToneladasArroz 20Aveia 720

Cana-de-açúcar 4.860Feijão 14

Mandioca 300Milho 2.820Soja 15.400Trigo 6.210

Girassol 11

Quadro 03 - Culturas permanentes / quantidade produzida em 2005.

ProdutoQuantidade produzida /

toneladas

Abacate 72

Banana 23

Café 49

Caqui 320

Goiaba 10

Tangerina 150

Uva 2 520

Fonte: IBGE, 2005. Org. LIMA, 2010.

Além dos produtos do quadro 03, que são as culturas permanentes, outros

tipos de culturas também, foram surgindo, como relata o Sr. Anversa (2010), foram

aparecendo novas alternativas econômicas no município de Sarandi, como: “a

horticultura, alface, repolho cebolinha, e também a fruticultura como a uva,

maracujá, além das plantações de milho-safrinha, canola, soja e trigo, sendo que a

soja e trigo representam 60% da produção total e o restante 40%, distribuídos em

369 estabelecimentos rurais” INCRA, (2010), e representam 10.323 hectares, IBGE

(2010), com 150 agricultores familiares e 60 agricultores empresariais. Observando

o quadro 04, vemos as novas alternativas econômicas, os números de produtores,

as áreas plantadas, a produção em toneladas e o valor bruto da safra.

Quadro 04- Novas Alternativas de Culturas no município de Sarandi.

Culturas N°

Produtores

Área Ha Produção Valor de prod.

Bruta.Soja 160 6.350 19.685 ton 10.850.000,00

Trigo 70 3.500 8.750 ton 3.500.000,00

Milho 120 2.400 11.100 ton 2.412.000,00

Café 35 65 125 ton 500.000,00

Uva 59 94 2.313 ton 3.470.000,00

Alface 8 78 2.730.ton 3.510.000,00

Aves

postura

1 75.000 cb. 1.608.000 dz. 2.000.000,00

Aves de

corte

5 119.000

cb.

2.000 ton. 3.132.600.00

Diversas

culturas

Pequenas

áreas

3.000.000,00

Total bruto 34.424.600,00

Fonte: EMATER, 2010. Org. LIMA 2010.

Conforme está demostrado no quadro 04, as culturas principais do município

de Sarandi continuam sendo a soja e o trigo, seguido de outros tipos de plantações

de hortifrutigranjeiros, que vem se destacando no município, principalmente as

plantações de milho safrinha que é plantado no inverno, sendo também uma nova

forma de alternativa econômica da região. Observe a foto 04 mostra a plantação de

milho no município de Sarandi em junho de 2010.

Foto- 04- plantação de milho safrinha, no município de Sarandi em 2010. Fonte: LIMA, 2010.

Esse tipo de cultura milho vem se destacando tanto no município de Sarandi,

como também em outros próximos, como fonte de renda dos pequenos agricultores

na época de inverno.

A alternativa econômica encontrada no município de Sarandi, como consta no

quadro 04, são as fruticulturas, em virtude de estar próximo a grandes centros

consumidores e, além disso, dentro do cinturão verde de Maringá, propiciou a

fruticultura, a opção de diversificação das pequenas propriedades, como destaca a

viticultura que vem crescendo em média 20% ao ano. Atualmente a área cultivada

com a uva é de 94 hectares, que são explorados em 70 propriedades, produzindo

duas safras por ano, representando 21,95% do valor bruto da produção, a maioria

são uvas de mesa, das variedades Itália, Rubi e Benitaka e em menores

quantidades as Kioho e Niágara. Veja a plantação da uva Itália na foto 05, no qual a

EMATER – Sarandi dá assistência.

Foto 05 - Plantação de Uva Itália no Município de SarandiFonte: EMATER de Sarandi, 2010.

Outra alternativa econômica que vem se destacando plantação de alface, além

dos produtores tradicionais, vem surgindo grandes números de pequenos

produtores. Sendo o município o maior produtor de alface da região de Maringá, com

uma área constante de 30 ha, permitindo, no entanto, uma rotatividade de até cinco

safras na mesma área. Veja foto 06, plantação de alface em Sarandi. - 2010.

Foto- 06: Plantação de alface, no município de Sarandi.Fonte: LIMA 2010. Além da cultura de alface que se encontra em destaque, para os pequenos

produtores, vem surgindo outra alternativa econômica encontrada no município de

Sarandi, que é a avicultura de corte, e esta tem a finalidade de abastecer as

indústrias em Maringá, foto 07, mostra a granja de frangos no município.

Foto 07 - Criação de frango de corte. Fonte: LIMA 2010.

Podemos notar que no decorrer dos anos, o pequeno agricultor do município

de Sarandi foi encontrando novas atividades econômicas, para permanecer no meio

rural, apesar das dificuldades financeiras e do crescimento do espaço urbano.

Sarandi está localizado entre duas cidades , uma é grande como Maringá e outra é

Marialva, em decorrência do crescimento da cidade de Maringá em direção á

Sarandi , o seu espaço agrícola ficou pequeno.

Portanto o município de Sarandi, através dos pequenos agricultores e

recebendo incentivos e colaboração da EMATER, foi substituindo o pequeno

espaço rural que sobrou para plantação de novos tipos de culturas, no qual vem se

destacando o cultivo de frutas e a horticultura, com crescimento para a cultura da

alface e repolho.

A pequena horta com produção de espécies variadas está presente em um

grande número de pequenas propriedades, comercializadas via feira do produtor,

proporcionando a permanência destes produtores no meio rural e atualmente com a

criação de aves.

Podemos dizer que Sarandi possui um “cinturão verde”, que está ligado a

suas cidades vizinhas, Maringá e Marialva.

4.1 – Práticas Docente Desenvolvidas com a Implementação do Projeto na Escola

Após a o desenvolvimento da pesquisa foi montado o material didático-

pedagógico, para podermos realizar sua implementação na escola, material este

desenvolvido no Colégio Estadual do Jardim Panorama em Sarandi- PR com os

alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do 2º ano do Ensino Médio.

No primeiro momento realizamos leituras e exposição oral com

questionamentos, para os alunos compreenderem melhor de como ocorreu o

processo da modernização da agricultura brasileira a partir de 1970, para a partir

daí, buscar o enfoque para o Estado do Paraná (Norte/Noroeste), no qual está

inserido o município de Sarandi. A importância de ter sido realizado no município foi

para entender a modernização da agricultura ocorrida a partir de década de 1970, e

a partir do resultado desta modernização, procurar compreender as novas

alternativas econômicas encontradas pelos pequenos agricultores deste município a

partir do ano de 2005 e 2010. Também realizamos debates e podemos perceber o

grande interesse do assunto pela maioria dos estudantes.

A foto 08, mostra os alunos realizando atividades, no caderno do material –

didático- pedagógico que foi reproduzido pela escola para que cada aluno da turma

na qual foi aplicada a intervenção acompanhar as leituras dos textos e realizarem

atividades, pertinente a cada item do material didático- pedagógico.

Foto – 08- Alunos realizando atividades – Colégio Panorama, Sarandi- 2011 Fonte: Lima, 2011

No segundo momento, os alunos realizaram atividades sobre o tema

trabalhado, com o caderno de atividades, sugerido pelo professor, como mostra a

foto 08.

Em seguida trabalhamos a modernização agrícola no Paraná, através de

leituras, debates e atividades propostas.

No terceiro momento trabalhamos a modernização da agricultura em Sarandi e

quais foram as alternativas que encontramos nesse munícipio, foram realizados

debates, atividades, produção de textos, como mostra foto 09, bem como exposição

de algumas produções de textos feitos pelos alunos no pátio do colégio..

Foto- 09- Exposição de textos produzidos pelos alunos do Colégio Panorama- Sarandi-PR- 2011Fonte: LIMA, 2011

No quarto momento os alunos entrevistaram moradores antigos do município

de Sarandi para obter mais informações. Também convidamos um morador muito

antigo do município para que pudesse dar palestras, mas infelizmente a pessoa não

pode comparecer no dia marcado e por ser final de ano, não deu mais tempo.

Por último em sala de aula os alunos fizeram cartazes que colocamos em

exposição. Foto 10 e 11 - exposição dos cartazes, confeccionados pelos alunos.

Os alunos participaram mostrando muito interesse pelo assunto e

demonstraram sua exposição de trabalhos para outros alunos do colégio, para a

equipe pedagógica, professores, apoio e para a comunidade que tiveram a

oportunidade de aprender com os trabalhos desenvolvidos.

Foto 10- Cartazes confeccionados pelos alunos. 2011 Fonte : LIMA, 2011

Foto 11 Cartazes confeccionados pelos alunos do Colégio Panorama-Sarandi- Fonte: LIMA, 2011

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ressaltamos que, no presente artigo, as pesquisas realizadas sobre a

modernização da agricultura no Brasil, Paraná e no Município de Sarandi exigiram

como princípio norteador muita reflexão, pois notamos que essa “modernização”,

vinda dos Estados Unidos, e chamada revolução verde, foram impostos ao Brasil

para conseguirem os tipos de culturas que outros países precisavam, apesar do

Brasil ter deixado de ser colônia de Portugal ele continuava sendo colônia dos

Estados Unidos e de países europeus, que foram impondo assim novas formas de

culturas, ou seja, a substituição da cultura do café por outros tipos de culturas,

como, a soja e trigo. Assim o capitalismo chegou ao campo do Brasil, através

dessas novas tecnologias.

No norte do Estado do Paraná e no Município de Sarandi, palco de intensas

transformações a partir das primeiras décadas do século XX, através do modo de

ocupação, que teve como base a expansão da cultura cafeeira paulista.

A ocupação foi organizada por empresas colonizadoras, que tiveram um

grande sucesso, com a vinda de um grande número de pessoas para essa região,

com interesses de riquezas e ascensão social, sendo que a colonizadora oferecia

inúmeras vantagens de pagamentos que contribuíram muito para um crescimento da

população e do cultivo do café.

Mas infelizmente com as geadas e principalmente a de 1975, os desestímulos

governamentais e a exigência da modernização, entre outros fatores, fizeram com

que o café foi sendo substituído por outras culturas mecanizadas e dependentes do

capital, como por exemplo: a soja e o trigo.

Visto que essas culturas não precisavam de uma grande mão-de-obra

numerosa, igual a do café foi surgindo várias consequências para os pequenos

agricultores, como: o desemprego e encarecimento de muitos produtos que eram

cultivados junto com o café (culturas intercalares) como o arroz, milho e feijão.

Com esse acontecimento, grande parte dos trabalhadores que deixaram o

campo e migraram para as cidades, passaram a viver como “bóia-fria” ou do

subemprego urbano, contribuindo para o agravamento dos problemas sociais na

maior parte dessa região.

Entretanto, o município de Sarandi ocorreu da mesma forma do restante do

Paraná, mas a partir do ano de 2005, novas formas de agricultura foram sendo

plantadas, como por exemplo: a uva, arroz, cana-de-açúcar, milho, café, soja, trigo e

principalmente hortaliças, como: alface, repolho, tomate e atualmente as granjas de

aves para a indústria da cidade vizinha que é Maringá.

No entanto, podemos dizer que Sarandi possui um “cinturão verde”, que está

ligado as suas duas cidades vizinhas, que são Maringá e Marialva, sendo Maringá

com maior parte do cinturão.

Para finalizarmos esse estudo que fez parte do PDE _ Programa de

Desenvolvimento Educacional, Estado do Paraná, que teve como objetivo a

implementação no Colégio Estadual do Jardim Panorama, com os alunos do 2º ano

do Ensino Médio e 9º ano do Ensino Fundamental visando à construção do saber

desses alunos, sendo o fator mais relevante, a valorização do aluno dentro e fora da

escola, como “sujeito” de sua história ao despertar neles a curiosidade sobre seu

espaço de vivência e como eles estão atualmente após as modernizações.

Cabe explicarmos que além do registro de fotos de algumas situações do

processo de ensino-aprendizagem desse trabalho as reflexões e ações levaram-nos

a acreditar que estaremos contribuindo de maneira significativa, para a melhoria da

competência dos alunos, e contribuindo com os professores em relação à

disponibilidade desse material para suas pesquisas e crescimento, total ou

parcialmente.

REFERÊNCIAS

ANVERSA, Idanir, Antonio. (Entrevista concedida em 15 de Outubro de 2010).

2010.

AZEVEDO, Irinelza A. de Oliveira. Queiroz, Shirley Cordeiro de. Rodrigues, Izabel Cristina. Sarandi: dia- a- dia de um povo que constrói sua história, Sarandi, 2007. Caderno datilografado.

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BOEIRA, José Jair. Espaço urbano de uma metrópole regional de porte médio: Maringá. Dissertação de mestrado apresentado ao Departamento de Geografia. UEM, Maringá-PR, 2003.

BORGES, William Antônio. A periferia decorrente da mobilidade centrada no trabalho: A questão no aglomerado urbano de Maringá. Dissertação apresentada ao programa de Pós – Graduação (Mestrado), UEM, Maringá-PR, 2004.

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CANCIAM, Nadir Aparecida. Cafeicultura Paranaense, Curitiba, Grafipar, 1981.

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DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, Governo do Paraná, Secretária de Estado da Educação do Paraná, Departamento de Educação Básica. 2008.

EMATER – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, Órgão vinculado à Secretária de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Sarandi-2005 e 2010.

FARIA Maria do Carmo Carvalho. Transformações históricas e dinâmicas atual da paisagem na bacia hidrográfica do Ribeirão Biguaçu – Apucarana- PR.

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