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Esta história é fictícia, porém, as características dos personagens foram baseadas em pessoas reais que conheci ao longo da jornada chamada vida. Talvez esta história possa ajudar você a entender que o amor, algumas vezes, vem ao nosso encontro em algumas formas que não sabemos ler ou entender. Nem tudo o que está perto é visível a leituras. “A indiscutível forma de amar” abrange a ideia de que todos nós perseguimos um objetivo existencial, ao mesmo tempo em que somos cegos para entender suas formas.

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São Paulo - 2016

Copyright © 2016 by Editora Baraúna SE Ltda.

Projeto Gráfico Felippe Scagion

Revisão Priscila Loiola

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

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B331i

Basztabin, Aline A indiscutível forma de amar / Aline Basztabin . - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2016.

ISBN 978-85-437-0533-0

1. Romance brasileiro. I. Título.

16-30653 CDD: 869.93 CDU: 869.134.3(81)-3

________________________________________________________________23/02/2016 23/02/2016

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.

Este livro é dedicado às pessoas que amam em formas diferentes.

O amor representa papel importante na vida dos seres humanos. Há muitas histórias sobre amores perdi-dos, quase amores e amores com finais felizes. Mas a vida nem sempre segue nesse ritmo. O amor, quando é recíproco, sem dúvida, é a melhor forma para nos saciar, porém, quando o amor não retorna na mesma forma em que estamos nos doando ou muita vezes passa perto de nós em uma esquina qualquer pouco impor-tando-se conosco, nos desperta a ira. Decepcões nos causam dor e traições nos causam dias difíceis. A saudade do que um dia já foi nos tira o sono por algu-mas noites. A dor que arde dentro do peito, aquela que incomoda em todos os momentos e deixa você somente com a incerteza do futuro, talvez tenha algo a lhe dizer.

Porque tudo na vida tem seu prazo de validade

SumáRio

Capítulo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11Capítulo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25Capítulo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Capítulo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57Capítulo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73Capítulo 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85Capítulo 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95Capítulo 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109Capítulo 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121Capítulo 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131Capítulo 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

A Indiscutível Forma de Amar - 11

CaPítulo 1

Barcelona, 2010.

— Seu inútil, presta atenção no que está fazendo. Quantas vezes terei que explicar para você que as plantas dos bancos não possuem essa linha desenhada aqui? Es-tão faltando dois alarmes na sala do gerente, e também no cofre central existe... Ah, quer saber? Não tenho que ficar explicando coisas para pessoas com pouca qualidade como você. Me responda, meu caro: você é assim mesmo ou faz algum tipo de esforço? Melhor, não responda.

Suzie, com toda calma e no controle de suas emo-ções, pegou sua pistola enquanto caminhava em seu es-critório e dialogava com a pessoa que era encarregada do desenho da planta do banco. De repente, a sala fi-

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cou muda, o relógio parou e ouviu-se um disparo de sua arma. Suzie acabara de matar aquele senhor que há anos trabalhava para ela.

— Menos uma pessoa ineficaz no planeta. Charles, por favor, limpe essa sujeira, envie flores para a família, dê um jeito, não quero meu nome vinculado a essa morte de maneira alguma. Muitas pessoas sabem que esse sujei-to trabalhava para mim — Suzie suspirou. — Bem que dizem: “se quer algo bem feito, faça você mesmo”. Me dê essa planta que vou consertar o que esse incapaz não soube fazer — Suzie estendeu suas mãos em direção a Charles e fitou-o com olhar de comando.

— Sim, senhora — respondeu Charles, seu mordomo.— Obrigada, Charles, pelo menos você faz seu tra-

balho direito, mas não é para menos, pago você uma quantia bem boa para você realizar seu trabalho com dis-crição e perfeição. Não me desaponte. — baixou a cabeça e revisou a planta do banco.

— Sim, senhora, irei realizar meu trabalho perfeita-mente. Com sua licença — Charles retirou-se do escritó-rio de Suzie providenciando o que lhe foi solicitado.

Friamente, Suzie pegou sua taça de Martini com cereja e refez todo o mapa novamente, concentrada, pla-nejando cada etapa do assalto, cada alarme, cada pessoa que trabalhava no dia, enfim, o mal era seu mentor. Seu escritório era dentro de sua casa, uma mansão em um bairro muito bem localizado de Barcelona.

Suzie é rica, mulher poderosa e perigosa, não pos-sui paciência com nada, muito simples e muito prática. Logo, saca sua arma e atira contra qualquer pessoa que

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não a obedece. Sedutora, com cabelos sedosos escure-cidos, olhos azuis e dona de corpo espetacular, possui cicatriz em seu pescoço, consequência de um assalto à uma relojoaria em Praga, República Tcheca, cidade onde nasceu. É traiçoeira, calcula com frieza no coração os detalhes de cada morte. Consegue qualquer homem ou qualquer coisa na hora que quer, pratica assaltos a bancos por prazer, ganha a vida como matadora de aluguel em suas horas extras, Na maioria das vezes, lhe causa gosto ver a morte, que considera como uma extensão da vida. Admira o cheiro do medo das pessoas quando percebem que vão morrer. Adora observar a dor alheia.

Suzie assassinou seus pais com óleo quente quan-do tinha 15 anos. Seu pai, sempre alcoólico, e sua mãe sempre “embaixo de sua asa”. Não suportava assistir as fraquezas das pessoas, não compreendia como pessoas fracas podiam viver nesse mundo, em sua mentalidade doentia, viver era só para os fortes. Assasinou seus pais quando ainda estavam dormindo, pensara que havia feito um tipo de favor a eles.

— A mais recente morte que cometeu foi algum tempo atrás, quando matou sua companheira de assaltos porque ela havia esquecido sua roupa. Sim, Suzie possuía uma roupa vermelha especial, a qual tapava sua cicatriz, e como a roupa era vermelha, ela mesma se dominava a dama vermelha.

— Sim. Matei Joana. Era uma das melhores que tí-nhamos no time, mas ela esqueceu minha roupa. Não pratico assaltos e tão pouco mato sem minha roupa, foi uma pena ter que matá-la, pois ela sabia a fórmula dos

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melhores venenos de Praga — Suzie tomava seu chá da noite enquanto falava com Charles.

— Entendo, senhora, mas desde que ela morreu, nossa produção dos venenos não tem estado boa. Estão faltando muito componentes, e não sabemos a combinação de cada para qual — informou Charles um pouco tímido.

— Eu sei, Charles. Não se preocupe. Eu sou a Suzie, resolverei isso. Agora, prepare meu carro e minha roupa para essa noite — levantou-se de sua cadeira.

— A senhora vai sair hoje à noite? — perguntou Charles limpando a mesa.

— Sim. Tenho trabalho extra e quando voltar, quero ver em minha mesa os horários de cada funcionário do banco, quantos seguranças, a vida pessoal do gerente e se teremos companhias desagradáveis. Quero que entre em contato com nossos adoráveis “policiais” da cidade. Entendeu tudo, Charles? — questionou, parada na porta do escritório, encarando-o.

— Sim. Está tudo anotado e tudo será preparado para que quando a senhora voltar, tudo esteja certo.

— Faça seu trabalho bem feito, Charles, lembre-se de sua filha e sua querida mamãe, que só estão passando bem por minha causa, trabalhe bem e sua família será recom-pensada. Caso contrário, já sabe – olhou novamente com aqueles olhos azuis cheio de veneno em direção a Charles.

— Muito obrigado pela sua ajuda, minha senhora, eu, com certeza, farei o meu melhor sempre porque...

— Xiii — interrompeu Charles. — Basta, Charles, vá fazer seus afazeres.

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— Com licença, senhora — disse Charles retirando--se do local.

Suzie acabara de ler um livro em inglês, aliás, Suzie falava fluentemente seis idiomas. Dirigiu-se ao seu quar-to negro, como ela mesmo chamava-o. Nesse quarto, possuía todas as armas que o dinheiro poderia comprar, desde as mais sofisticadas até a mais simples, para o dia a dia. Amiga íntima dos grandes líderes do Oriente, não se importava em pedir modelos exclusivos.

Suzie pusera uma música que adoçava seu instinto: era como o chamado do mal, alguém vinha ao encontro de Suzie, o mal a acompanhara em todos os momentos de sua vida, era seu amigo desde jovem. A morte era con-siderada sua filha. Passou batom vermelho, ajeitou seus cabelos com grampos imperceptíveis. Vestiu sua roupa. Compôs-se da mais bela mulher que poderia existir. Pe-gou sua arma sniper rifle. Seu alvo era o senador o qual possuía uma bomba nuclear, não que Suzie quisesse a bomba, na verdade, tão pouco se importava se outros países iriam brigar ou algo do tipo, iria apenas receber uma boa quantia de dinheiro pela morte do senador.

— O importante é o dinheiro — disse Suzie olhan-do para seu reflexo no espelho.

Ela não possuía qualquer senso de justiça, só se im-portava com os benefícios que conseguiria.

Com seu carro Bugatti Veyron, superesporte, Suzie dirigia confortavelmente. Havia no carro mecanismo au-tomático de trocas de placas, em toda esquina as trocava para não haver problemas. Sempre muito bem-acompa-nhada, o mal a seguia e a ajudava em todos os seus cri-