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I UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A importância e a necessidade do lúdico na Educação Infantil Norma Fernandes Pinto dos Santos Orientador: Luiz Cláudio Lopes Alves D. Sc Rio de Janeiro, 28 de Julho de 2007.

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Page 1: A importância e a necessidade do lúdico na Educação Infantil FERNANDES PINTO DOS SANTO… · X CAPÍTULO I POR QUE A CRIANÇA BRINCA? Ao observar crianças brincando percebe-se

I

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A importância e a necessidade do lúdico na Educação Infantil

Norma Fernandes Pinto dos Santos

Orientador: Luiz Cláudio Lopes Alves D. Sc

Rio de Janeiro, 28 de Julho de 2007.

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II

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A importância e a necessidade do lúdico na Educação Infantil

Objetivos: Monografia apresentada à disciplina de orientação e metodologia da pesquisa científica como parte dos requisitos básicos para a conclusão do curso de pós-graduação em Psicopedagogia.

Norma Fernandes Pinto dos Santos

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III

AGRADECIMENTOS

A Deus,

Porque por seu amor existimos.

A meus pais,

As honras desta conquista.

Aos verdadeiros mestres,

Que com grande dedicação, amizade, compreensão e

esforço, nos transmitiram seus conhecimentos e experiências de

vida, agradeço com profundo sentimento de gratidão.

Aos colegas,

Nossa eterna lembrança.

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IV

DEDICATÓRIA

A todas as crianças que dão a

esse mundo um tom colorido através

de seu sorriso, sua alegria e sua luz e

em especial ao meu netinho Daniel,

minha fonte de inspiração e minha

esperança.

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V

BRINCANDO EU APRENDO...

O Direito de brincar

Brincar é trabalho da criança...

É uma forma de expressão, de criação...

Se pega papel, retalho ou jornal:

Recorta, cola, enrola, monta bonecos e contando suas estórias,

brinca sério, faz teatro...

E com música e poesia, através da fantasia,

Vai mostrando seu aprendizado...

Para um mundo tão conturbado!

Norma Fernandes

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VI

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 1 CAPÍTULO I Por que a criança brinca? 4 1.1 – As atividades lúdicas e a Educação 6 1.2 – Estágios para a evolução do jogo na criança 9 CAPÍTULO II As atividades lúdicas 13 CAPÍTULO III Quando a criança não brinca 22 CONCLUSÃO 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 ANEXOS 31

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VII

INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é o de refletir como as atividades lúdicas

realizadas por crianças na faixa etária de 2 a 6 anos facilitam o

desenvolvimento cognitivo, afetivo, físico, motor, social e como elas auxiliam e

ao mesmo tempo conduzem a aprendizagem, dentro de um contexto

educacional.

O jogo é considerado uma atividade social completa que implica em

movimento e contribui para o desenvolvimento da criança como um todo, além

de desenvolver também o espírito de grupo, possibilitando muitas outras

vantagens, devendo ser usado como recurso na Educação, dentro e fora da

escola.

As crianças dedicam grande parte de seu tempo às brincadeiras e por

isso, torna-se muito interessante conhecer o papel das mesmas e o seu

desenvolvimento de modo geral. Contudo, a realidade escolar trata as

atividades lúdicas apenas como preenchimento do tempo restante das demais

atividades relacionadas aos conteúdos trabalhados durante o ano. Essas

atividades devem ser levadas a sério pelos profissionais que atuam

principalmente na Educação Infantil, pois torna-se importante conhecer a

função do lúdico no desenvolvimento infantil, uma vez que tratam-se de

brincadeiras que educam e formam, acompanhando a evolução física e mental

da criança, contribuindo para o seu amadurecimento, assim como utilizá-lo de

maneira mais adequada.

Sob influência do jogo, a criança é conduzida a auto-expressão, a

socialização, ao desenvolvimento dos sentidos, aos movimentos como

necessidade primordial ao seu melhor desempenho e ainda servindo de

motivação para facilitar sua aprendizagem, despertando um interesse ainda

maior no decorrer de suas atividades.

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VIII

Segundo Jean Piaget, uma boa pedagogia é aquela que apresenta

situações nas quais a criança experimenta até chegar as conclusões:

manipulando objetos, criando, recriando, descobrindo, redescobrindo,

buscando respostas às indagações, relacionando novos conhecimentos e

outros anteriores.

O jogo tem, na teoria piagetiana, uma função poderosíssima na

aprendizagem, tanto na fase que ele denomina pré-operatória, quanto na fase

das operações concretas e formais.

A motivação lúdica e exploratória da criança é muito importante para a

aprendizagem das habilidades necessárias na vida adulta e ela ocorre num

período relativamente longo de desenvolvimento e na ausência de riscos para

o indivíduo (ambiente “protegido” pelos adultos). Mas, ela não termina na vida

adulta, perdura porque o homem é essencialmente lúdico, criativo e pronto

para (re) descobertas e (re) invenções ao longo de sua vida.

No capítulo I apresento a pergunta: “Para a criança o que é realmente a

brincadeira?”. E tentando buscar uma resposta, aponto algumas atividades e

as fases de evolução da criança de acordo com os jogos de exercícios, jogos

simbólicos e os jogos de regras.

No capítulo II, as atividades são mostradas como uma maneira da

criança aprender e se socializar mais rapidamente enfocando um pouco a

motivação como facilitadora da aprendizagem para despertar o interesse no

decorrer das atividades propostas.

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IX

No capítulo III, é comentada a situação de crianças, que por não

desenvolverem o hábito de brincar, não conseguem domínio sobre o mundo

exterior.

No IV e último capítulo do referido estudo, tem-se uma orientação

voltada à reflexão por parte dos educadores a respeito do que deve ser

observado com certa atenção.

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X

CAPÍTULO I

POR QUE A CRIANÇA BRINCA?

Ao observar crianças brincando percebe-se que elas despertam

interesses por vários tipos de brincadeiras de sua idade e sexo. O brinquedo

permite às crianças deixarem fluir suas fantasias e imaginação, possibilitando-

lhes expor suas emoções, estimulando a criatividade.

Muitas vezes os adultos desconhecem e não aceitam que as crianças

destruam seus brinquedos, por ignorarem que o fazem pela curiosidade de

conhecer o que está por dentro, como funciona, etc. Os adultos normalmente

associam esta curiosidade ao instinto destrutivo.

É importante que as crianças criem seu próprio brinquedo, pois assim

elas aprendem a trabalhar e transformar materiais em objetos que serão

utilizados em suas atividades lúdicas, desenvolvendo sua criatividade e

expressão através de atividades que lhe proporcionam prazer. A criatividade

manifesta-se no ato da criação de um brinquedo, mas também quando a

criança recria um novo significado para o mesmo.

Em minha prática pedagógica, observando alunos, que estão na faixa

etária de 2 a 6 anos, pude perceber que muitas vezes as crianças utilizavam o

livro de história de maneira lúdica, transformando-se nos próprios personagens.

Esta é a brincadeira do faz-de-conta. Estas crianças, segundo Piaget (1975),

encontram-se no estágio simbólico. Através dessas brincadeiras há a

possibilidade da construção de uma identidade infantil autônoma, cooperativa e

criativa.

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XI

As brincadeiras para as crianças permitem que elas repitam situações

prazerosas e dolorosas. Através das brincadeiras a criança expressa seus

medos, angústias e problemas internos.

Vejamos o que Lebovici (1998) afirma quanto a importância do

brinquedo:

Pode-se formular uma equação para sintetizar a importância do

brinquedo dizendo que “o trabalho está para o adulto assim como o

brinquedo está para a criança”. A presença do brinquedo ativo e

espontâneo é sinal de saúde mental e sua ausência, um sintoma de

doença física ou mental. O modo como a criança brinca é um

indicativo de como ela está e de como ela é.

Através destas idéias, podemos notar a grande importância que tem o

brincar para as crianças, assim como através de observações de crianças

brincando, podemos entender mais de seu mundo interno como pensamentos,

angústias, sentimentos, etc.

Nas brincadeiras, as crianças (re) criam papéis sociais, vivem situações

do cotidiano. Na maioria das vezes elas desempenham papéis que consideram

importantes: podem ser a mãe de alguma boneca ou mesmo de outras

crianças, podem ser a professora, dramatizando acontecimentos do cotidiano.

A brincadeira é um tempo de atividade lúdica que inclui o jogo e ações

não necessariamente competitivas, desenvolvidas individualmente ou em

grupo, que inclui os jogos e também outras ações, como o mexer com areia ou

com água, a tentativa de saltar um grande número de degraus. Por meio da

brincadeira, a criança conhece o mundo a sua volta. A criança aprende

brincando, o brincar é uma necessidade da criança para melhor assimilar o que

lhe foi passado, é considerado como uma libertação, onde a criança vive em

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XII

um outro mundo, que não é dos adultos onde ela se solta, correndo, pulando,

fazendo uso de sua imaginação. Através da brincadeira da criança pode-se

entender como ela vê e constrói o mundo e quais são as suas preocupações.

Percebemos que a criança brinca para aprender a se expressar no

mundo em que vive, aprende novas coisas, convive com outras crianças e isto

tudo lhe possibilita uma diversidade de novos conhecimentos que auxiliam em

seu desenvolvimento de modo geral.

As brincadeiras são atividades que despertam grandes interesses nas

crianças, seus conteúdos são retirados de tudo que a criança vive: a família, a

escola, a televisão, tudo isso tem influência nas brincadeiras. As crianças

brincam para elaborar seus conflitos, criando e recriando papéis sociais,

desenvolvendo assim sua criatividade. Com o grande interesse que as

brincadeiras despertam podemos notar que estas são facilitadoras da

aprendizagem.

1.1 – As atividades lúdicas e a Educação

Os desenhos, os jogos, os brinquedos e todas as brincadeiras podem

ser associadas a natureza lúdica do homem, como também envolvem as

atividades de inventar a narrar, ouvir e ler histórias.

Cadermartori (1991, p. 58), salienta que a criança vê o mundo e ouve a

língua, antes de detê-la e escrevê-la, dizendo:

“A manipulação lúdica dos sons da língua pela criança, fruição do

sonoro independente do significado, constitui-se em parte

fundamental do desenvolvimento lingüístico. Do mesmo modo que o

conhecimento da realidade exterior não se dá sem a atividade de

exploração dos objetos, o conhecimento lingüístico não prescinde de

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uma atividade com a língua na qual esta é tratada como objetivo

material. Aceito este ponto de vista, o ludismo sonoro deixa de ser

visto como uma inconseqüência infantil, à qual se pode ser

indiferente, para ser visto como parte específica da habilidade da

espécie para aprender a língua.

A criança toma conhecimento da realidade, do mundo a sua volta,

através de atividades lúdicas e explorativas, onde tudo tem seu valor, sejam as

atividades lingüísticas primárias: ouvir e falar, sejam as atividades lingüísticas

fundamentais: jogos verbais e leituras nos textos, nas histórias ou na poesia,

como também dramatizações, coro falado e leituras teatralizadas.

O brinquedo constitui uma proposta educacional dirigida para a

formação de um cidadão autônomo e transformador, porque a criança age

como agente ativo, não possibilitando a ela qualquer brinquedo, porém

possibilita-lhe aquele que melhor atende as características infantis, suas

necessidades e idades.

É brincando que a criança executa suas forças novas e adestra sua

imaginação, portanto exercita os seus músculos, descobre e constrói os

mecanismos lógicos. São atividades sociais já examinadas e catalogadas.

O lúdico verbal desempenha um papel interessante no estímulo à

expressão verbal, seja nas brincadeiras juntando os fonemas ou nos jogos

mais organizados de formação de palavras, constituindo muitas outras, pois

são brincadeiras espontâneas, visto que não tem intervenções embaraçosas.

• Atividades lúdicas: Exemplos

a) Brinquedos individuais:

Velocípede, carrinho de empurrar e puxar.

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b) Brinquedos coletivos:

Bola, casa da boneca, brincadeiras de roda, cabana de índios.

c) Atividades em aparelhos recreativos:

Balanços, gangorras, escorrega, rodinha, carrossel.

d) Jogos motores:

Deslocamento, corridas e saltos, tipo de jogos que exigem movimentos

variados por parte dos participantes.

e) Brincadeiras de roda:

Lenço-atrás ]As crianças fazem uma roda. Uma delas fica de fora e anda

em torno da roda, com um lenço na mão. Depois de algumas voltas, joga o

lenço atrás de alguém e sai correndo, sempre em volta da roda. A “escolhida”

deve pegar o lenço e correr para alcançá-la, antes que ela complete a volta e

tome o seu lugar. O mais importante é que todas as crianças participem da

brincadeira.

Coelhinho-sai-da-toca ] Duas crianças formam a “toca”, onde fica

escondido um “coelhinho”. Faz-se uma roda de tocas e no meio dela sobra um

“coelhinho” que pergunta: “seu lobo está aí?” os outros dizem: “não”. Coelhinho

sai da toca. Então, todos os coelhinhos trocam de toca e o que sobra vai para o

meio da roda.

f) Brincadeiras de salão:

Cabra-cega, passa-anel, cabo-de-gerra, amarelinha, caracol, estátua,

elástico, etc...

g) Brincadeiras de classe:

Trava-línguas, parlendas, dança do jornal, mímica, caras e caretas e dança

das cadeiras.

h) Brincadeiras ao ar livre

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Esconde-esconde, queimada, pula-corda, chicotinho queimado,

garrafão, pique-bandeira, pique-cola, bandeirinha, morto vivo, pirulito que bate-

bate e batatinha frita.

• Desenvolvimento da motricidade:

Pular num pé só, pula-sela, equilibrar um saquinho, jogo da amarelinha e

etc.

• Coordenação viso-motora:

O laço do vaqueiro; amassar papel; equilíbrio; brinquedo dramatizado.

Brincadeiras para sala de aula: desenhos, recortes, colagens,

montagens de varal, mural e painel, modelagem com argila, com massinha,

com sabão, está frio ou quente, quatro contos e dobraduras.

1.2 – Estágios para a evolução do jogo na criança

Valorizando acentuadamente a prática lúdica para o harmonioso

desenvolvimento infantil, Piaget (1975) propôs uma seqüência de três estágios

para a evolução do jogo na criança: (a) estágio dos jogos de exercício – de

zero a 2 anos; (b) estágio dos jogos simbólicos – 2 a 7 anos e (c) estágio dos

jogos de regras – a partir dos 7 anos.

O estágio dos “jogos de exercícios”, chamados de “jogos funcionais”

(prazer funcional), engloba movimentos simples, como estender e recolher

braços e peruas, imprimir oscilações em objetos, tocá-los, produzir sons.

Esses jogos se caracterizam pela satisfação das necessidades básicas.

O jogo consiste em rituais ou manipulações de objetos em função dos desejos

e hábitos motores da própria criança. Aos poucos a criança vai ampliando seus

esquemas adquirindo cada vez mais prazer através de suas ações. O prazer é

que traz significado para as suas ações.

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XVI

Os “jogos simbólicos”, integrantes do estágio subseqüente, que tem

início com a função simbólica, ao final do primeiro ano de vida e início do

segundo. Ao término da primeira infância, os “jogos simbólicos” predominam

sobre os demais. Esses estágios encerram atividades em que objetos

transfiguram em sua função, como por exemplo: uma vassoura pode virar um

cavalo, e ao brincar com as bonecas ela pode representar o papel da mãe. É a

fase do faz-de-conta, da representação, do teatro, onde uma coisa simboliza

outra.

Os jogos simbólicos têm características que lhes são próprias: liberdade

de regras, desenvolvimento da imaginação e fantasia, ausência de objetivos,

ausência de uma lógica da realidade, adaptação da realidade aos seus

desejos.

O terceiro estágio, “jogos de regra”, exibe necessariamente um equilíbrio

delicado entre a assimilação ao eu, inicio de todo jogo e da vida social. Nesse

estágio é solicitado, portanto, um certo nível de socialização que a criança,

geralmente, só vai atingi-lo no período de suas primeiras atividades escolares.

Mesmo assim os “jogos de regras” começam de forma rudimentar, ainda na

primeira infância através da imitação dos “jogos de regras” dos mais velhos.

Nesse período, os “jogos de regras” estendem-se por todas as fases da vida

passando por momentos em que, como modalidades esportivas, ocuparão

maior destaque.

Wallon (1979), analisando o estudo dos estágios propostos por Piaget,

evidencia o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem, e os seus

aspectos relativos à socialização, particularmente pelo processo de descoberta

e da relação com o “outro” que o jogo é capaz de proporcionar. O interesse

pelas relações sociais infantis, nos momentos os jogos é formado quando a

criança concebe o grupo em funções das tarefas que pode realizar, dos jogos

que pode integra-se com os seus colegas de grupo e também das

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contestações e dos conflitos que podem aparecer nos jogos onde há duas

equipes opostas.

Ana Freud (1971), situa os jogos em grupo numa terceira etapa do

desenvolvimento da criança, após passar pela fase da perspectiva egoísta e

pela relação com outras crianças tratadas como objetos inanimados. A autora

parece ser partidária do exercício preparatório, ao afirmar que “a aptidão lúdica

converte-se em aptidão para o trabalho, quando um certo número de

faculdades adicionais foi adquirido” (p.76). Os valores construtivos do jogo

infantil, além da capacidade de estimular o desenvolvimento de planos

preconcebidos e de proporcionar a transição entre o princípio da realidade e do

ego, são considerados um processo essencial para o êxito do trabalho futuro.

Elman (1998), aponta as etapas do brinquedo da criança:

“A primeira etapa do brinquedo da criança é a sensório-motora,

caracterizada pela exploração repetitiva do seu corpo, bem como o

corpo dos outros que possui como função o seu autoconhecimento e

a diferenciação com o meio ambiente. Seu brinquedo é solitário,

independentemente de outras crianças”.

Da fase sensório-motora, a criança passa o brinquedo paralelo,

em que brincar ao lado de outras, mas com o brinquedo não se

realiza com elas. Ela passa a brincar com objetos junto a outras

crianças, sem haver interação entre elas.

A fase seguinte é a do brinquedo associativo, em que brinca

com outras em tarefas conjuntas, divide os materiais e as crianças

imitam-se umas as outras. Nessa fase o jogo é mais imitativo do que

cooperativo.

No brinquedo cooperativo, a quarta fase do desenvolvimento, a

criança apresenta contribuições ao brinquedo conjunto, ela é um

membro de um grupo que chega a um produto comum. Nessa etapa,

a criança desempenha papéis, já distinguindo a realidade da fantasia

nos seus jogos.” (p. 6)

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XVIII

Na imaginação da criança, suas fantasias podem mudar tudo que é real,

existente em seu universo que é o mundo ambiental lúdico tão importante na

união de brincar e aprender, que unificando o desenvolvimento e a

aprendizagem, serão aproveitados muito bem pelo professor.

Combinando etapas e normas, determinando limites na participação das

crianças e dando liberdades aos menores, restringindo os maiores, elas vão

assimilando em sua imaginação o que devem fazer ou agir no convívio com

outros em sociedade.

Um tipo especial de jogo está associado ao nome de Maria Montessori.

Trata-se dos jogos sensoriais. Baseada nos “Jogos Educativos” pensados por

Frobel, jogos que auxiliam a formação do futuro adulto, Montessori, elaborou os

“Jogos Sensoriais”, destinados a estimular cada um dos sentidos. Para atingir

esse objetivo, Montessori necessitou pesquisar uma série de recursos e

projetou diversos materiais didáticos para possibilitar a aplicação do seu

método.

Outra influência que se acrescenta à valorização do jogo como ação livre

provém de Montessori, apud Kischimoto (1993), que afirma: “É necessário que

a criança permita o livre desenvolvimento da criança para que a pedagogia

científica nela possa surgir”.(p. 114)

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XIX

CAPÍTULO II

AS ATIVIDADES LÚDICAS

Assim que nasce, o bebê já começa a explorar o mundo ao seu redor e

os objetos que estão a sua volta. Desde o nascimento até o aparecimento da

linguagem podemos classificar os jogos realizados por estes bebês, segundo

Piaget (1975), como jogos de exercícios. Estes jogos têm como finalidade o

próprio prazer do funcionamento, e estes são mais comuns até dois anos de

idade, porém reaparecem durante toda a infância. Quando a criança começa a

falar, os jogos de exercícios vão diminuindo.

Ao nascer, os pais ou adultos que convivem com o bebê já estimulam a

brincar, partindo dos jogos funcionais, que são descobertas do bebê quanto ao

seu corpo.

Referindo-se aos bebês Aberastury (1992) afirma que: “Muitas de suas

tentativas de explorar o ambiente construirão a base de sua futura atividade

lúdica” (p.21). Através desta afirmativa percebemos que os jogos de exercícios

são as bases para as demais atividades lúdicas.

Os jogos de exercícios, de acordo com Piaget (1975), diferenciam-se em

duas categorias; jogo de exercício sensório-motor e jogos de exercício do

pensamento.

Com o aparecimento da linguagem, surgem os jogos simbólicos, estes

estão presentes até aproximadamente 6/7 anos de idade. Normalmente eles

surgem durante o segundo ano de vida.

Os jogos simbólicos caracterizam-se pela invenção de uma situação ou

de um objeto que não está presente. Estes surgem da imaginação das próprias

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XX

crianças, onde um mesmo objeto pode representar várias coisas, ou seja, pode

simbolizar o que a criança assim desejar.

Vejamos o que Friedmann (1996) afirma:

“Os conteúdos são o objeto das atividades da criança e de sua vida

afetiva, possíveis de ser evocados e pensados graças ao símbolo. O

símbolo prolonga o exercício, como estrutura lúdica, e não constitui

em si mesmo conteúdo (p. 29)”.

Nos jogos simbólicos, os símbolos apenas auxiliam nas atividades

lúdicas para que as crianças realizem de forma simbólica o que lhes trazem

alguns significados, que representam muitas vezes situações do seu cotidiano.

Ao observarmos crianças brincando, percebemos que nas brincadeiras de faz-

de-conta, as crianças desempenham papéis sociais. Por exemplo, se tornam

mães ou professoras e notamos que elas reproduzem o comportamento

apresentado pelos papéis que desempenham nas brincadeiras e até mesmo as

frases são parecidas com as do “modelo” no qual a criança está imitando (seus

pais, professores,...). Nestas brincadeiras as crianças elaboram conflitos que

têm com os adultos que se relacionam com ela. Percebe-se que elas

desempenham seus papéis nas brincadeiras conforme ocorre em situações de

sua vida real, porém, muitas vezes os desfechos das histórias são diferentes,

recreados pelas próprias crianças.

Para Piaget, por volta de 3 a 4 anos de idade, as crianças em suas

brincadeiras, manifestam características dos jogos simbólicos. A partir desta

idade os jogos se tornam combinações simbólicas. Iniciam com combinações

simples, os jogos simbólicos encontram-se entre a simples transposição da

vida real no plano inferior, ou seja, ações menos elaboradas e as invenções

dos seres imaginários sem modelos atributivos, já no plano superior, quer dizer,

mais subjetivo. As combinações simples são construções de cenas inteiras,

como exemplo: vestir uma boneca, dar-lhe comida e de modo geral, cuidar de

uma boneca.

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XXI

Diz Friedmann (1996): “Quanto ao conteúdo e a própria vida da criança;

o jogo de imaginação reproduz todo o vivido por representações simbólicas”

(p.31). Vimos que as crianças em seus jogos simbólicos representam tudo que

vivem, porém por representações simbólicas.

A respeito das combinações simbólicas temos também as combinações

compensatórias. Comenta Friedmann (1996) a respeito destas: “a criança

reage contra um medo ou realiza o que não se atreveria a fazer na realidade

por meio do jogo; a compensação torna-se Catarse”. Muitas vezes pode-se

notar crianças brincando com morte, doenças, ... Nessas brincadeiras as

crianças adoecem e melhoram, morrem e revivem, elas estão elaborando seus

medos e angústias.

Até aqui, vimos o desenvolvimento dos jogos nas crianças, sendo mais

voltado para o estágio dos jogos simbólicos; acreditando serem estas

atividades lúdicas facilitadoras da aprendizagem e do desenvolvimento das

crianças. Friedmann (1996) afirma a respeito da aprendizagem: “A

aprendizagem depende em grande parte da motivação: As necessidades e os

interesses da criança são mais importantes que qualquer outra razão para que

ela se ligue a uma atividade”.

Podemos ver que a aprendizagem depende da motivação das crianças e

estas normalmente gostam de jogos e brincadeiras. Logo se mostram

motivadas a brincar e interessadas nessas atividades. Através do prazer

encontrado em tais atividades, as crianças se mostram interessadas e

concentram-se nas brincadeiras. Muitas vezes, as crianças não demonstram

interesse pela escola ou pelas atividades propostas pela professora. Através

das brincadeiras, percebemos que as crianças ficam mais concentradas e nas

brincadeiras espontâneas as crianças interagem e assimilam novos

conhecimentos.

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XXII

Muitos professores utilizam as brincadeiras apenas para despertar

interesses nos alunos com o objetivo de transmitir algum conteúdo. Nesse

sentido, muitas vezes, pode obter um resultado positivo, deixando as crianças

mais interessadas e assim prestarem maior atenção ao que estão fazendo,

sendo possível à transmissão dos conteúdos através das brincadeiras

propostas pelo professor.

Porém, torna-se muito importante e necessário, que haja um tempo

reservado para as crianças brincarem segundo suas escolhas. Elas devem

escolher o tema e o conteúdo de suas brincadeiras, porque através destas

brincadeiras as crianças podem se tornar mais criativas, o que possibilitará

uma aprendizagem não direcionada, portanto, muito interessante para as

crianças envolvidas nas brincadeiras.

Estas brincadeiras espontâneas, consideradas muito importantes para

as crianças, podem ser realizadas em qualquer ambiente. Porém existem as

salas de Multimeios, que são ambientes voltados para estas brincadeiras, onde

há vários tipos de materiais que auxiliam no desenvolvimento da criatividade

das crianças.

O multimeio é um local cheio de brinquedos e oportunidades de

brincadeiras, estimulando os desenvolvimentos intelectuais, sociais e

emocionais, além de permitir um grande número de variados brinquedos e

oportunidades de criação.

Uma importantíssima tarefa para o multimeio: deixar brincar, deixar criar,

mais e mais, com vários brinquedos e com muita variedade de materiais,

desafiando e promovendo a inventividade, resgatando assim o direito a

verdadeira especialidade que é de ser diferente e único.

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XXIII

A escola deve ter a preocupação de propiciar a todos um

desenvolvimento integral e dinâmico. Deve permitir o desenvolvimento de

modo geral, desenvolvendo o cognitivo, o afetivo, físico-motor e o social.

As atividades lúdicas realizadas na escola também devem ser atividades

que facilitam o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças, permitindo o

desenvolvimento integral.

Através da brincadeira em grupo, cria-se uma zona de desenvolvimento

proximal (Oliveira, 1995, p. 58-60). Podemos definir zona de desenvolvimento

proximal, como a distância entre o nível de desenvolvimento real (o que o

indivíduo realmente já sabe e não há ajuda de outros), que é a solução de

problemas por conta própria, e o nível de desenvolvimento potencial, que é a

solução de problemas sob orientação de adulto ou colega mais capaz. Esta

zona de desenvolvimento proximal tem enorme influência em seu

desenvolvimento, algo que primeiramente a criança faz com auxílio de algum

adulto ou algum colega mais capaz e que com seu desenvolvimento, fará um

dia sozinho.

Os seres humanos não vivem isolados, eles vivem em uma sociedade,

onde os seres humanos e o ambiente contribuem para a solicitação de todos,

inclusive das crianças.

É importante ao falarmos sobre a socialização buscar uma definição

para ela, vejamos o que Brougére (1997) afirma a respeito desta:

“Encaramos a socialização como o conjunto dos processos que

permitem a criança se integrar ao ‘socius’ que a cerca, assimilando

seus códigos, o que lhe permite instaurar uma comunicação com os

membros da sociedade, tanto no plano verbal quanto não-verbal

(p.62-63).

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XXIV

Dentre desses inúmeros processos podemos incluir as brincadeiras, pois

elas permitem integração entre as crianças, além da troca de códigos sociais.

Para que as crianças brinquem em grupo se torna necessário que elas se

entendam e se comuniquem.

Ao nascer o bebê já recebe influência da cultura da cultura do seu grupo

social. Em primeiro lugar, o que influencia uma criança na sua socialização é a

própria família a qual esta pertence. Em segundo plano vem a escola, que lhe

permite algumas habilidades cognitivas que lhe auxilia na compreensão de sua

cultura.

Sabini (1990) afirma a respeito da representação da pré-escola: “Desta

forma, a pré-escola representaria um período de transição em que a criança

aprenderia a ter autocontrole e independência, numa situação quase

totalmente lúdica” (p.158).

Como vimos nesta afirmação, maioria das situações de aprendizagem

na educação infantil está ligada ou deveria estar ligada ao lúdico e este

assume um papel muito importante como instrumento socializador. Como as

crianças passam grande parte de seu tempo brincando, ou pelo menos

deveriam, parece que muitos colégios estão preocupados em permitir à criança

o domínio da leitura e da escrita, esquecendo muitas vezes que as crianças

necessitam de brincar e que somente através destas brincadeiras elas trocam

códigos sociais, aprendem novas coisas, expressam seus sentimentos. Tudo

isto é muito importante nesta fase (3 a 6 anos).

Como afirma Oliveira (1984): “No brinquedo infantil, práticas e

interpretações sociais estão representadas” (p.13). Como vimos nesta

afirmação através das brincadeiras as crianças desempenham papéis sociais e

comportamentos preestabelecidos pela própria sociedade. Através destas

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práticas e interpretações, torna-se mais fácil a inserção destas crianças na

sociedade em que vivem.

Percebemos que nas brincadeiras muitas vezes as crianças interpretam

as situações do dia-a-dia, fazem uma apropriação da cultura de sua sociedade

e ao mesmo tempo, estas podem ser um lugar de conforto ou divergência. É

muito importante que as crianças brinquem em grupo, pois elas aprendem que

existem certas regras e as assimilam.

Quanto ao bebê, aos poucos se integra aos membros de sua família.

Primeiramente explora o seu corpo, brinca consigo mesmo e com o passar do

tempo, começa a perceber os outros e se interessar pelos que o rodeiam.

Por volta dos três ou quatro anos a criança já começa a brincar com

alguém, já é capaz de compartilhar, se torna bastante comum brincadeiras de

pai e filho, professor e aluno. Nesta fase as crianças dão vida aos brinquedos,

conversam com eles,... Muitos adultos não compreendem estas atividades das

crianças por pensarem diferente. Para os adultos fantasias e mentiras se

misturam. Para as crianças, fantasia seria um universo ao qual ela deu vida e

para elas este universo realmente existe. Através desta fantasia, que para a

criança é real, ela muitas vezes projeta as relações umas com as outras. Na

sua fantasia a criança experimenta também a competição com o adulto.

As brincadeiras permitem às crianças uma aprendizagem de modo geral,

não apenas de conteúdos trabalhados na escola, mas um aprendizado da vida,

desenvolvendo habilidades necessárias ao seu viver diário, assim como

possibilita o aprendizado do convívio social.

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XXVI

Portanto, o ato de brincar é importante, é terapêutica, é prazeroso, e o

prazer é ponto fundamental da essência do equilíbrio humano. Logo, podemos

dizer que a ludicidade é uma necessidade interior, tanto da criança quanto do

adulto. Por conseguinte, a necessidade de brincar é inerente ao

desenvolvimento. No brincar e no jogar. Quanto mais papéis a criança

representar, mais ampliará sua expressividade, entendida como uma

totalidade. A partir do brincar e do jogar, ela constrói os conhecimentos através

dos papéis que representa, desenvolve ao mesmo tempo dois vocabulários – o

lingüístico e o psicomotor – além do ajustamento afetivo emocional que atinge

na representação desses papéis.

A criança brinca porque tem um papel, um lugar específico na

sociedade, e não apenas porque o faz-de-conta – como o brincar de cavalo,

em que a criança se utiliza o cabo de vassoura – faz parte da natureza de tal

criança. O jogo é a forma que as crianças encontram para representar o

contexto em que estão inseridas.

Além disso, o ato de brincar pode incorporar valores morais e culturais

em que as atividades lúdicas devem visar à auto-imagem, à auto-estima, ao

autoconhecimento, à cooperação, porque estes conduzem à imaginação, à

fantasia, à criatividade, à criticidade e a uma porção de vantagens que ajudam

a moldar suas vidas, como crianças e como adultos. E sem eles a criança não

irá desenvolver suficientemente o processo de suas habilidades.

O modo como ela brinca e joga revela o mundo interior da mesma,

proporcionando o aprender fazendo, entendido aqui por aquelas ações

concretas da criança: o brincar de médico, por exemplo. Implica apropriar-se de

algumas características do ato da realidade. É a reprodução do meio em que a

criança está inserida.

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XXVII

Através do lúdico, a criança realiza aprendizagem significativa. Assim,

podemos afirmar que o jogo e a brincadeira propõem à criança um mundo do

tamanho de sua compreensão. No qual ela experimenta várias situações, entre

elas o fazer comidinha, o limpar a casa, o cuidar dos filhos, etc.

O ato de brincar (jogo, brinquedo, brincadeira) proporciona às crianças

relacionarem as coisas umas com as outras, e ao relacioná-las é que elas

constroem o conhecimento. Esse conhecimento é adquirido pela criação de

relações e não por exposição a fatos e conceitos isolados, e é justamente

através da atividade lúdica que a criança o faz.

Brincar e jogar são meios de expressão e crescimento da criança. Além

de proporcionar prazer e diversão, podem representar um desafio e provocar o

pensamento reflexivo da criança.

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XXVIII

CAPÍTULO III

QUANDO A CRIANÇA NÃO BRINCA!

Do ponto de vista psicológico, pode-se observar que as crianças que

não têm oportunidade de brincar não conseguem conquistar o domínio sobre o

mundo além.

Além do imaginário, o brinquedo envolve regras, que, embora não sendo

formalmente estabelecidas, se originam da própria imaginação, mostrando que

o papel que a criança representa e a sua relação com o papel que a criança

representa e a sua relação com o objetivo originar-se-á sempre das regras.

Se a situação imaginária tem de conter regras de comportamento (ainda

que ocultas), então todo o jogo com regras contém de forma oculta uma

situação imaginária.

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança, pois

é durante a atividade que ela aprende a agir em uma esfera cognitiva, e isso

depende das motivações e tendências internas, e não dos incentivos

fornecidos pelos objetos externos. Na criança em idade pré-escolar a ação não

é completamente compreendida e predomina sobre o significado, porque a

criança ainda não se comporta de uma forma simbólica; ao invés disso, ela

quer e realiza os seus desejos, ao pensar, acaba agindo.

Para separar o significado da ação real, a criança tem de ter a

oportunidade de fazê-lo e isso só é possível através do brinquedo. Quando os

pequenos vêem no brinquedo o objeto, mas agem de forma diferente em

relação àquilo que vêem, observa-se que houve um desenvolvimento porque é

notória a liberdade de ação. Assim, o agir em uma situação ensina a criança a

dirigir o comportamento, pelo significado dessa situação.

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Se um primeiro momento, a ação exercia um predomínio sobre o

significado, na situação imaginária, o significado dirige a ação, isso mostra que

a criança já está estabelecendo conceitos.

Separar os significados dos objetos tem conseqüências diferentes de

separar os significados das ações, pois cria uma nova relação entre o campo

do significado e o campo da percepção visual, permitindo que se entrelacem

situações do pensamento com as reais.

Quando isso ocorre, verifica-se a existência do pensamento abstrato. No

brincar, portanto, uma ação substitui a outra, da mesma forma que um objeto

substitui o outro, porém, em ambos os casos, a criança opera com o

significado.

Na vida real as crianças brincam co aquilo que estão fazendo, elaboram

associações que facilitam a execução de ações desagradáveis, criam, portanto,

áreas de desenvolvimento proximal, porque são capazes de se comportar além

do habitual para a sua idade.

Finalmente, de acordo com Vygotsky, o brinquedo fornece a estrutura

básica para as mudanças das necessidades e de consciência.

O desenvolvimento da criança é determinado pela ação na esfera

imaginativa, pela criação de intenções voluntárias, pela formação de planos da

vida real e pelas motivações volitivas.

Do ponto de vista psicológico, pode-se observar que as crianças que

não têm oportunidade de brincar não conseguem conquistar o domínio sobre o

mundo exterior. O brincar assume, pois, duas facetas: a de passado através da

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resolução simbólica de problemas não-resolvidos; e a de futuro na forma de

preparação para a vida.

Do ponto de vista pedagógico, muitos educadores falaram sobre o valor

educativo do jogo. Foebel, por exemplo, explorou o jogo espontâneo da criança

através das várias etapas da sua evolução, mostrou a importância de propiciar

experiências adequadas para o desenvolvimento harmônico do pensamento.

Foram, entretanto, os estudos de Piaget (1976) que trouxeram uma relevante

contribuição para os educadores no sentido de perceber a importância para o

desenvolvimento e suas relações com a aprendizagem.

Para o estudioso suíço, a origem do jogo está na imitação que surge da

preparação reflexa. Imitar consiste em reproduzir um objeto na presença do

mesmo. É um processo de assimilação funcional, quando o exercício ocorre

pelo simples prazer. A essa modalidade especial de jogo, Piaget denominou de

jogo de exercício. Em suas pesquisas ele mostra que a imitação passa por

várias etapas até que com o tempo a criança é capaz de representar um objeto

na ausência do mesmo. Quando isso ocorre, significa que há uma evocação

simbólica de realidades ausentes, por exemplo, quando uma criança é capaz

de imitar um macaco sem que o animal esteja presente; há, portanto, uma

ligação entre e a imagem (significado) e o conceito (significado), capaz de

originar o jogo simbólico, também chamado de faz-de-conta. Nesse caso

particular há uma comparação entre o objeto dado e o objeto imaginado, nessa

modalidade de jogo se exercita a forma particular de pensamento que é a

imaginação.

Para Piaget, o símbolo nada mais é do que um meio de assimilar o real

aos desejos e interesses da criança. Durante a sua realização observa-se

nitidamente que há uma associação entre o significante e o significado capaz

de favorecer o desenvolvimento da linguagem, quando a fala acompanha a

ação.

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XXXI

Paulatinamente, o jogo simbólico vai cedendo lugar ao jogo de regras,

porque a criança passa do exercício simples às combinações sem finalidade e

depois com finalidade. Ao mesmo tempo o exercício torna-se coletivo, podendo

ser regulado e tendendo a evoluir para o aparecimento de regras que

constituem a base do contrato moral. As regras supõem relações sociais ou

interpessoais e envolvem questões de justiça e honestidade. O respeito a elas

provém de acordos mútuos entre os jogadores, e não pura e simplesmente, da

mera aceitação de princípios impostos. A regra substitui o símbolo,

enquadrando o exercício nas relações sociais.

As regras são para Piaget a prova concreta do desenvolvimento da

criança.

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XXXII

CONCLUSÃO

Neste trabalho, podemos perceber que as brincadeiras são muito

importantes para as crianças. A criança que brinca parece ser mais feliz, além

disso, tem possibilidades de lidar com seus medos, conflitos e angústias.

Embora seja recente a valorização dos jogos no contexto educacional,

surgiram diversas investigações quanto ao seu significado durante o

transcorrer da infância. As fundamentações encontradas foram as de ordem

psicológica e sócio-cultural, que são mencionadas em diversas teorias

publicadas.

Como vivemos em uma sociedade, tudo que a criança vive torna-se

conteúdo de suas brincadeiras: sua família, a escola, os meios de

comunicação,... Um dos meios de comunicação que mais influencia as

brincadeiras das crianças é a televisão. Esta fornece vários conteúdos para as

crianças, podendo-se criar em cima deles. Toda a nossa cultura influencia as

atividades lúdicas das crianças; pois elas podem desempenhar papéis sociais,

imitando algum “modelo” que pertence ao seu cotidiano.

Quanto ao bebê, de acordo com Piaget, podemos classificar os seus

jogos como jogos de exercício, que vão até aproximadamente os dois anos de

idade. Esses jogos estão voltados para a exploração do corpo do bebê e mais

tarde para o corpo da mãe e dos objetos que o cercam.

Quando surge a linguagem, aparecem os jogos simbólicos, que vão até

os seis ou sete anos de idade. Estes jogos caracterizam-se pela invenção de

um objeto que não está presente, porque este surge da imaginação das

crianças.

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XXXIII

Em torno dos três a quatro anos, afirma Piaget, as crianças nas suas

brincadeiras apresentam características dos jogos simbólicos e suas

brincadeiras se tornam combinações simbólicas. Estas podem ser

combinações simples, compensatórias, liquidantes e antecipatórias, cada qual

com a sua função; portanto todas estão presentes nos jogos simbólicos.

Mais tarde, em torno de seis ou sete anos, surgem os jogos de regras,

que acompanham o indivíduo por toda a sua vida.

As crianças se interessam muito por jogos e brincadeiras e, sabendo

que a aprendizagem está ligada a motivação de cada um, podemos perceber

que, através destas atividades lúdicas, as crianças se concentram e aprendem

muito mais.

Muitos professores utilizam algumas brincadeiras para transmitir algum

conteúdo, porém estas se tornam direcionadas. Embora possa até despertar

maior interesse na turma, é muito importante que as próprias crianças criem

suas brincadeiras, façam suas escolhas, desenvolvendo a criatividade. Um

ambiente propício para essas atividades são os multimeios onde há uma

diversidade de materiais que permitem a criação através das brincadeiras.

Nas brincadeiras, as crianças interagem e se socializam, trocando

esquemas sociais e desenvolvendo suas habilidades. Com as brincadeiras em

grupo, as crianças vão percebendo que para participar de qualquer grupo

social precisamos ter regras, inclusive brincando e jogando. As regras servem

para definir os papéis ou o desenrolar das brincadeiras.

Os próprios brinquedos trazem consigo valores e modos de pensar de

nossa sociedade. A sociedade estimula a diferença de sexos através dos

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XXXIV

brinquedos, diferenciando os brinquedos para os meninos e para as meninas,

porém as crianças não se importam com tal diferença. Meninos e meninas

podem brincar com carro ou boneca, ou seja, com qualquer brinquedo. Até

mesmo, um objeto como, por exemplo, uma tampinha de garrafa, pode virar um

brinquedo em atividades lúdicas.

Utilizar brincadeiras com o intuito de despertar o interesse das crianças

para determinado conteúdo é valido, contudo, é de maior importância que as

crianças brinquem segundo suas escolhas, seus interesses, sua criatividade,

para que se desenvolvem cada vez mais em suas potencialidades. O brincar

espontâneo desperta grande interesse nas crianças, estas se concentram,

trocam experiências, enriquecendo assim a sua expectativa de vida.

Considerando toda a evolução dos jogos, pode-se dizer que a educação

lúdica integrada, na sua essência, é uma concepção prática atuante e concreta.

O lúdico faz do ato de educar um compromisso consciente, intencional e

modificador da sociedade.

“Criar é tão difícil ou fácil como viver. E é do mesmo modo

necessário”.

“A criança adquire experiências brincando. A brincadeira é uma

parcela importante da sua vida. As experiências tanto externas como

internas podem ser férteis para o adulto, mas para a criança essa

riqueza encontra-se principalmente na brincadeira e na fantasia”.

Psicanalista e médico inglês D. W. Winnicott (1979)

“O lúdico é uma dimensão especificamente humana e o direito ao

lazer está incluído, pelas nações, entre os direitos humanos”.

(Redin, op. Cit:63)

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ANEXOS

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XXXVIII

ENTREVISTA:

1. O jogo pode ser considerado um meio para a auto-expressão da criança?

Por quê?

2. Será que brincar significa tão somente recrear-se?

3. Podemos afirmar que através dos “jogos” e das “brincadeiras” a criança tem

um melhor desempenho cognitivo, afetivo e social. Explique.

4. Qual a contribuição das “brincadeiras” em relação à Alfabetização?

5. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil diz que

os “jogos” e as “brincadeiras” propiciam a ampliação dos conhecimentos

infantis por meio da atividade lúdica. Você concorda que a Escola deverá ver a

“brincadeira” como algo sério?