a importância regional brasileira na concepção das elites do mercosul

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O artigo analisa o significado da importância regional brasileira com base na concepção das elites do Mercosul, partindo do ponto de que tal liderança indica um determinado grau de legitimidade, obtida por meio do consentimento e interesse dos atores não hegemônicos. Busca-se analisar como esses países dimensionam a liderança do Brasil em termos do seu alcance econômico e diplomático.

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UNIP - Instituto de Cincias Sociais e Tecnologia. Campus Swift Campinas, SP. Relaes Internacionais, 5. Semestre Noturno, sala D308. Joo Matheus Gonalves B424FE-1 [email protected] UNIP - Instituto de Cincias Sociais e Tecnologia. Campus Swift Campinas, SP. Professor Ricardo Luigi. 1

A importncia regional brasileira na concepo das elites do Mercosul

Joo Matheus Gonalves Ricardo Luigi

Resumo

O artigo analisa o significado da importncia regional brasileira com base na concepo das elites do Mercosul, partindo do ponto de que tal liderana indica um determinado grau de legitimidade, obtida por meio do consentimento e interesse dos atores no hegemnicos. Busca-se analisar como esses pases dimensionam a liderana do Brasil em termos do seu alcance econmico e diplomtico.

Palavras-chave: Amrica Latina. Brasil. Poltica Externa.

1. Introduo

Por muito tempo a Amrica do Sul e o Brasil foram separados pelo leque de diferenas entre eles, no somente de cultura e idioma, mas tambm em relao Estrutura do Estado e a forma de governo. Durante o Imprio e grande parte da Repblica, a Amrica do Sul foi relegada a uma posio de menor importncia nos esforos brasileiros no cenrio das Relaes Internacionais. A partir da dcada de 1990, com a criao do Mercosul, os pases sul-americanos participantes do Tratado retomam os esforos para a aproximao dos membros regionais. No entanto, isso no foi o suficiente para eliminar muito dos obstculos que impediam o desenvolvimento da regio.

O estudo trabalha com a importncia regional do Brasil, aonde se nota uma grande mudana no padro de sua Poltica Externa. Sendo uma importante ferramenta para a compreenso do cenrio atual, juntamente com a percepo associativa da razo pela qual os pases enfrentam carncias de representatividade no processo resolutivo global. Se a busca brasileira pelo reconhecimento de suas capacidades no cenrio internacional j se faz notar nos ltimos dez anos, h agora que se discutir a forma pela qual o pas poder obter tal relevncia internacional. Certamente, haver a necessidade da obteno de uma maior rea de influncia e exerccio de poder. A liderana do Brasil no Mercosul, e mais especificamente na Amrica do Sul, tem sido um tema de destaque na esfera das relaes internacionais. Realizada em Braslia em setembro de 2000, a Cpula dos Chefes de Estados da Amrica do Sul fez com que as discusses sobre a relao entre Brasil e o cenrio regional se tornassem mais frequentes. Todavia no sendo absoluta, a percepo principal foi a de que o Brasil teria assumido uma postura mais concreta de liderana regional, formando espaos na Amrica do Sul de economia e poltica mais compactos. E neste contexto que a discusso sobre a liderana regional brasileira ganha mais importncia.

A ideia inicial de que a liderana pressupe um determinado grau de legitimidade, obtida por meio do consentimento e interesse dos atores no hegemnicos, buscando analisar como as elites desses pases avaliam a liderana regional do Brasil em termos gerais, sendo eles econmicos, diplomticos e militares ou at mesmo de perfil cooperativo ou conflitivo.

Sendo assim, a importncia do estudo dada pela necessidade do Brasil em assumir posturas de um pas que busca obter uma posio hegemnica. Para isso necessria a mudana de postura em relao aos pases sul-americanos, buscando uma integrao ao mesmo tempo de ganhos mtuos e, principalmente, benficos ao Brasil.

O Brasil poder aproveitar do Cenrio Econmico favorvel. A riqueza e a populao de um Pas determinam, de forma objetiva, qual ser a sua capacidade de projeo de poder. Em uma concluso associativa, podemos obter a resposta que a cooperao entre pases com economias e populao complementares contribuir para a ampliao da relevncia regional dos mesmos.

Este artigo tem como foco este debate, buscando analisar de forma mais ampla o significado dessa liderana. Utilizando a perspectiva das elites do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai) a respeito da atuao regional do Brasil de forma a notar-se de que maneira a liderana brasileira entendida e assimilada pelos membros do bloco. Portanto, haver a organizao do trabalho objetivando o mtodo indutivo. Seguindo princpios particulares, atravs da anlise crtica da bibliografia disponvel, haver a organizao do trabalho com o intuito da obteno de uma resposta quanto viabilidade do trabalho proposto.

A aplicao do mtodo visar, a partir de preceitos prprios provenientes da referida anlise crtica, a resposta atravs da elaborao de caractersticas, preceitos e regras comuns identificadas nos artigos estudados, para a posterior edificao de um padro geral.

2. Influncia do Brasil na integrao regional

O Brasil considerado a potncia regional da Amrica do Sul, portanto, todas as suas decises influenciam nos pases vizinhos.

importante observar que a integrao regional pensada com base no fortalecimento de capacidades nacionais. Trata-se de uma viso brasileira, mas tambm latino-americana, sobre esses processos, uma vez que, ao menos nas formulaes europeias sobre a questo, a integrao regional, na maior parte das vezes, era pensada como um processo de abdicao parcial da soberania, ainda que lenta, ou de mudana do foco da capacidade nacional, do mbito do Estado-nao para o regional-comunitrio. (HAAS, 1964, apud VIGEVANI; RAMANZINI JNIOR, 2010).

evidente o desejo do Brasil em exercer um papel maior no cenrio global, porm, antes de assumir completamente seu papel como um protagonista principal no cenrio mundial, o pas necessita de mudanas em suas instituies."O projeto de reforma do Brasil exige que o pas aprenda a fazer o que ns raramente fizemos em nossa histria, que renovar nossas instituies, inclusive as que definem o mercado e a democracia. (BRAUN, 2009).O Brasil tem como funo, ajudar a liderar a integrao da Amrica do Sul. Nos ltimos anos, depois de manter a estabilidade da democracia e fortalecer sua economia, o Brasil tem dado preferncia em uma diplomacia criativa, mais centrada na integrao da Amrica do Sul. Nossa diplomacia est mais ativa e conseguindo maior ateno porque est focada na integrao da Amrica do Sul e no estabelecimento de novos mecanismos de cooperao internacional. (BRAUN, 2009).Devido grande expanso e economia, o Brasil vem assumindo a liderana regional na Amrica do Sul. O pas atualmente promove um crescente nmero de acordos comerciais para incentivar cada vez mais a integrao regional. Um desses acordos, o Mercosul, inclui a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e o Brasil.Entretanto, apesar da crescente importncia que o pas vem desenvolvendo, o Brasil ainda no pode simplesmente traar seu curso por si s. Podemos tomar como exemplo o fato de que o pas ainda no consegue enfrentar as presses dos Estados Unidos sozinho e como forma de manter-se bem visto pelos vizinhos, procura fazer com que seja visto regionalmente como imune s presses americanas, mesmo com tudo isso, o pas tem interesse em manter um bom relacionamento de trabalho com os Estados Unidos.O Brasil busca tambm por exercer uma maior influncia nas discusses a respeito de mudanas climticas e na reforma do sistema financeiro internacional. Baseado nisso, o Brasil ter de criar estratgias de como percorrer um caminho delicado entre a promoo da integrao da Amrica do Sul, evitando ao mesmo tempo a antipatia de algumas outras naes tais como Bolvia, Venezuela e Equador, que adotaram uma atitude mais antiamericana.Contudo, o Brasil deve se garantir no cenrio internacional em algumas esferas. O gigante sul-americano tem a oportunidade nica de influenciar eventos distantes praticamente sem precisar se mover do lugar. O pas ainda poder ter a funo, por exemplo, na mediao dos conflitos com o Ir e a Coria do Norte em relao aos seus programas nucleares. O Brasil compartilha tecnologia nuclear com esses pases e visto como um bom cidado pela comunidade internacional, tendo assim uma oportunidade nica como mediador.3. Liderana regional do BrasilA liderana brasileira na Amrica do Sul tem sido o assunto de grande destaque nos debates sobre poltica externa e essa liderana est associada sua ascenso como potncia emergente.

"O pas assumiu consecutivamente diversas identidades: passou progressivamente da ideia de pas americano para a de latino-americano e, em seguida, para a atual concepo de pas sul-americano. (COUTO, 2009, apud DOMINGUES, 2011).

O Brasil no se identificava como um pas americano, ento, optou por adotar a perspectiva pan-americana que era liderada pelos EUA, o que acabou tambm por influenciar a percepo do pas sobre a relao que deveria ter com seus vizinhos sul-americanos. A partir da a ideia de integrao, primeiro pan-americana, depois latino-americana e, mais recente sul-americana, passou a fazer parte permanentemente da agenda da poltica externa brasileira, ainda que em muitos momentos no tenha sado do plano da retrica.

Com o passar do tempo, a compreenso do papel do Brasil e as suas concepes de liderana variaram. Sob a gesto do Baro do Rio Branco, o Estado brasileiro adotou a identidade de pas americano e o papel de subliderana regional ao aceitar a preeminncia norte-americana no continente, ampliando sua margem de ao na vizinhana.

A ampliao da integrao regional atravs de inmeros organismos polticos de concertao soma-se expanso econmica brasileira pelos pases vizinhos. So muitas empresas, pblicas e privadas, no geral com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), participando de obras pblicas, abrindo empresas e fbricas, ou ainda comprando ativos, em uma velocidade que j assusta alguns setores sociais e polticos dos pases da Amrica do Sul. Alguns se perguntam at se a natureza desta expanso econmica no seria reflexo de uma postura imperialista do Brasil. (DUARTE, 2006; LUCE, 2007, apud KLEIN, 2013).

Houveram altos investimentos externos realizados por parte das empresas brasileiras e a necessidade de expandir o mercado consumidor, foi o fator que impulsionou as empresas que atuam nos segmentos de construo civil, alimentcio, aviao, minerao, logstica, cosmticos, tecnologia da informao, peas de automveis, etc.

Dada a expanso cada vez maior das empresas brasileiras, a fora da economia do pas avana gradativamente.

3.1 Contribuio do Mercosul para a liderana brasileira

De fato, o Mercosul oferece ao Brasil a possibilidade de se tornar o lder de uma regio com um PIB da ordem de grandeza de US$ 1 trilho; sem conflitos tnicos, de fronteira, religiosos, histricos ou culturais; com sistemas financeiros relativamente desenvolvidos; uma tradio capitalista de dcadas; um parque industrial de porte razovel; consumo de massa; e uma considervel demanda reprimida, visto se tratar de uma regio com uma renda per capita mdia, porm com bolses de pobreza expressivos e, portanto com grande potencial de expanso de consumo. (VIEIRA et al., 2009).

Tendo a maior economia dentre os demais pases do Mercosul, o Brasil, aproveita desse status e assim, faz com que os outros pases fiquem dependentes dele.Com a criao do bloco de comrcio (o Mercosul), o preo das mercadorias distorcido em favor dos pases membros e contra os no membros, assim criando a possibilidade de que ocorra um desvio de comrcio33 Definido como a preferncia de se comercializar com um produtor menos eficiente dentro do bloco comercial em detrimento de um produtor mais eficiente de fora do bloco. A criao de um bloco regional de comrcio aceitvel entre os economistas quando a criao de comrcio total maior que o desvio de comrcio total, i.e., quando a criao lquida de comrcio positiva. Em estudo dos pesquisadores do Ipea Honrio Kume e Guida Piani, demonstrou-se que a integrao econmica recente entre Brasil e Argentina no mbito do Mercosul criou um nvel extraordinrio de trocas comerciais entre os dois pases sem ter se realizado custa de um fechamento das fronteiras econmicas em relao ao resto do mundo; ou seja, no agregado o Mercosul cria mais comrcio do que desvia. (PORTO, Paulo C. de S, 2013)..A circulao livremente das mercadorias entre os pases participantes favorece muito o comrcio exterior brasileiro, pois alm dos investimentos que so destinados para suprir as necessidades de melhor a qualidade dos produtos negociados, isso tambm os tornam mais competitivos no mercado internacional.

A recente integrao econmica entre Brasil e Argentina no mbito do Mercosul criou um nvel extraordinrio de trocas comerciais entre os dois pases sem ter se realizado custa de um fechamento das fronteiras econmicas em relao ao resto do mundo; ou seja, no adjunto o Mercosul cria mais comrcio do que desvia.

Sendo assim, com a criao de novos fluxos de comrcio por parte do Mercosul, os efeitos dessa criao so bem superiores a eventuais desvios de comrcio. Alm disso, do ponto de vista das regies que compem o Brasil, este bloco beneficia tambm todas as regies brasileiras, embora algumas se beneficiem do Mercosul mais do que outras.

4. Poltica externa brasileira

Ao longo do ltimo sculo, a poltica externa brasileira tem se destacado pela busca de autonomia e desenvolvimento do pas.

Nos ltimos dez anos, o Brasil tem se projetado mais no cenrio externo. O pas cresceu economicamente, obteve estabilidade democrtica e teve maior presena nos principais fruns internacionais, o que resultou no aumento da autonomia e nisso ganhando mais importncia no cenrio internacional (TELES, 2013).

O aumento da presena brasileira no cenrio internacional impulsionou a participao externa de diferentes atores e agncias burocrticas nacionais para alm do Itamaraty, com o envolvimento de Ministrios como os da Educao, Sade, e Indstria e Comrcio. Entretanto, a ampliao do debate para outros atores alm do governo e do setor empresarial, ainda permanece como um grande desafio.

necessria a ampliao dos espaos de participao e dilogo para alterar o tradicional caminho insulado da poltica externa brasileira e aproxim-la da lgica das polticas pblicas. Alm disso, o pas apoia os esforos de integrao econmica e poltica, no intuito de reforar relaes duradouras com seus vizinhos.

Dentre as transformaes da poltica externa brasileira nos ltimos vinte anos, observa-se a superao de uma anlise que via na atuao dos pases chamados perifricos um mero reflexo resultado das aes empreendidas pelas grandes potncias. Alm disso, tambm se observa um afastamento do tradicional histrico brasileiro de alinhamento com os Estados Unidos. Embora esse alinhamento tenha se dado de maneira pendular ao longo da histria, ora orientado por uma aproximao mais ideolgica, ora por uma relao mais instrumental, apenas nos ltimos anos esse alinhamento automtico tem se enfraquecido na medida em que o Brasil ascende como potncia emergente e amplia suas parcerias com outros pases do sul global. (AO EDUCATIVA, 2013).

Como principal postura externa, o Brasil optou por no intervir em outros territrios, na cooperao internacional, na autodeterminao dos povos e nabusca por solues pacficas de conflitos internacionais.

Na percepo dos pases da Amrica do Sul, o Brasilbusca adequar suas negociaes respeitando as suas dimenses econmica, demogrfica e territorial e apesar das diferenas no idioma e nos traos culturais, o pas responsvel por mais da metade da produo econmica, do territrio e dos nmeros populacionais.

Sendo assim, fica claro que, a aproximao do Brasil com os pases vizinhos, aumenta cada vez sua influncia e em consequncia disso, tornando incontestvel sua liderana.

5. Percepes das elites do Cone Sul

"Com metade do PIB do continente e uma extenso territorial que lhe garante fronteira com dez dos seus 11 vizinhos, o Brasil visto na Amrica do Sul como um potencial lder da regio. (BBC BRASIL, 2008).

Na viso dos pases membros do Mercosul a poltica externa brasileira, no passiva na resoluo de conflitos ou no desenvolvimento de tratados internacionais, o que significa que o Brasil uma potncia hegemnica, sobretudo, regional. O que explica parcialmente o fato dessa hegemonia ser vista de forma benigna e positiva.

Se por um lado o Brasil tem autenticidade na sua atuao regional, o uso abusivo do seu poder hegemnico colocaria em risco a soberania dos pases vizinhos, podendo ser limitada pela prpria atuao internacional restrita.

Entretanto, para nossos parceiros, sempre haver a possibilidade de recorrer a rgos multilaterais e instituies internacionais caso o exerccio da hegemonia brasileira fira os seus interesses nacionais. Isso significa que a atuao restrita do Brasil no plano internacional dificulta o estabelecimento do mesmo tipo de originalidade obtida no plano regional.

Alm disso, a percepo das elites corresponde ao fato de que o destaque do poder brasileiro est na atuao regional e identificado com o fato de que esse poder poder atrair mais benefcios e no impor custos a qualquer tipo de associao.

O Brasil tem se dedicado para aproximar as parcerias comerciais com pases estratgicos como Argentina, Mxico, Venezuela, Chile, Bolvia, Paraguai e Uruguai, buscando ainda diminuir relaes com os demais. Tem se colocado tambm disposio para amenizar conflitos locais sem esperar pela iniciativa de outros continentes. Entretanto, entre os pases que resistem natural liderana brasileira, Chile e Colmbia se destacam constantemente.

"Ao contrrio do que geralmente se coloca na mdia, o fato de mais de 50% das elites do Cone Sul (91.9% no caso do Paraguai) concordarem que o Brasil mantm uma supremacia incontestvel, essa hegemonia no vista como negativa. (OLIVEIRA; ONUKI, 2000).

O Brasil pretende aumentar sua liderana na regio e de fato, quase todas as elites so a favor dessa expanso. Sendo assim, analisaremos a percepo das elites sobre o Brasil e a relao entre eles (BBC BRASIL, 2008):

Argentina: o pas j foi considerado o mais importante da Amrica do Sul, mas, atualmente, de acordo com os dados, o Brasil quem se destaca. A presena do Brasil na Argentina no se limita s exportaes. Dezenas de empresas brasileiras se instalaram no pas vizinho por meio de alianas, conquistas ou instalaes prprias. Muitas entraram em setores importantes e simblicos da economia argentina, como o energtico e o de construo civil. O que nos mostra, o tamanho da fora da economia brasileira;

Uruguai: pas-sede do Mercosul e um dos quatro fundadores do bloco em 1991, o Uruguai desfruta de uma balana comercial extremamente desfavorvel com o Brasil e com a Argentina, e muitos uruguaios contestam as vantagens de o pas permanecer no grupo.

Mesmo o Brasil sendo o principal parceiro econmico do Uruguai, a balana comercial entre os dois pases extremamente desfavorvel para o Uruguai, tanto que, foi notvel o dficit de quase US$ 500 milhes que o pas registrou no ano passado. Nos ltimos dois anos, o Brasil tambm chegou ao Uruguai atravs da compra de importantes empresas nos setores exportadores, como a indstria de carnes e de arroz.

6. Consideraes finais

Como parte de um plano de projeo do Pas no sistema internacional como potncia, houve desconfiana quanto a possveis intenes hegemnicas na liderana brasileira do Brasil no processo de integrao sul-americano.

Entretanto, desde a dcada de 1990, a Diplomacia brasileira tem mantido a postura de se opor a qualquer inteno de dominao e assim defendendo a importncia da integrao para todos os pases do subcontinente.

Com a apario de reclamaes e conflitos diplomticos, o Brasil manteve uma postura conciliatria, atendendo s demandas dos pases vizinhos em nome da manuteno destes em seu espao de influncia.

As causas da liderana regional do Brasil podem ser atribudas pelo tamanho de sua economia, expanso territorial, ao lugar que o pas ocupa no cenrio mundial como parte do G20 e dos BRICs, entre vrios outros fatores.

Sendo assim, o exposto neste artigo permite observar que essa liderana brasileira tambm tem sido obtida atravs da busca da unidade regional, por meio de um maior dilogo com seus vizinhos, cedendo ou compartilhando muitas vezes o papel de lder, ou mesmo abrindo mo de possveis benefcios econmicos.

E atravs do dilogo e da cooperao, que o processo de integrao brasileira tem se baseado. No entanto, para que pas obtenha sucesso, necessrio que se mostre capaz de arcar com a barganha dos pases vizinhos de que o projeto brasileiro no est sendo baseado nas relaes imperialistas.

Por fim, podemos concluir que, a integrao regional realmente est baseada na cooperao e no dilogo, mas como lder, o Brasil deve se empenhar mais para manter os pases dentro do seu projeto de integrao.

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