a importância e influência do uso do · pdf filea segurança no trabalho...
TRANSCRIPT
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A IMPORTÂNCIA E INFLUÊNCIA DO USO DO EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) NA PRODUTIVIDADE DOS
TRABALHADORES NA ARMAÇÃO DE FERRAGENS
por
Monique Cristina da Silva
Rio de Janeiro
Janeiro/2011
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA PRODUÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A IMPORTÂNCIA E INFLUÊNCIA DO USO DO EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) NA PRODUTIVIDADE DOS
TRABALHADORES NA ARMAÇÃO DE FERRAGENS
Trabalho acadêmico apresentado ao
Curso de pós graduação de
Engenharia da Produção do IAVM.
Por:
Monique Cristina da Silva
K216021
Professora-Orientadora: Ana Claudia
Morrissy
Rio de Janeiro
Janeiro/2011
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso objetivou conscientizar e orientar os trabalhadores da construção civil em relação ao uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) no serviço de armação de ferragens. Foram utilizados livros e artigos científicos retirados da internet que identificassem e analisassem a importância do EPI para saúde e segurança dos trabalhadores e demonstrassem que sua utilização de forma adequada é essencial para redução dos riscos de acidentes O estudo se justifica, pois as empresas devem procurar minimizar os riscos á que estão expostos seus funcionários, visto que, á falta de um sistema eficaz de segurança pode causar problemas de baixa produtividade, qualidade dos serviços e o aumento dos custos, ou seja, ocorrência de um acidente de trabalho implica em graves prejuízos e também pela suma importância e destaque que a utilização de EPI’s vem ganhando na construção civil, podendo-se observar uma evolução significativa nos últimos anos tanto de conscientização por parte do empregador, bem como do empregado. As medidas encontradas para conscientização dos trabalhadores e consequentemente minimizarem os acidentes de trabalho são através de treinamentos, orientações, cursos, palestras, divulgações, ações motivacionais, entre outras. PALAVRAS-CHAVE: armação de ferragens, EPI, conscientização, Produção.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURAS
Página
FIGURA 1 – Estocagem das Ferragens...........................................................5
FIGURA 2 – Guilhotina Manual........................................................................6 FIGURA 3 – Serra Elétrica Policorte................................................................7 FIGURA 4 – Máquina de Corte Hidráulica.......................................................7 FIGURA 5 – Bancada de Dobra Improvisada..................................................8 FIGURA 6 – Máquina de Dobra Hidráulica......................................................9 FIGURA 7 – Torquês – Ferramenta do Armador...........................................10 FIGURA 8 – Armador utilizando a Policorte..................................................14 FIGURA 9 – Armador dobrando ferro............................................................15 FIGURA 10 – Armador armando estrutura....................................................16 FIGURA 11 – Capacete de Segurança.........................................................18 FIGURA 12 – Capacete com Viseira.............................................................19 FIGURA 13 – Óculos de Segurança.............................................................20 FIGURA 14 – Protetor Auricular....................................................................21 FIGURA 15 – Máscara Protetora Respiratória..............................................21 FIGURA 16 – Avental de Raspa...................................................................22 FIGURA 17 – Mangotes de Raspa................................................................24 FIGURA 18 – Luvas de Raspa......................................................................24 FIGURA 19 – Bota de Segurança.................................................................25 FIGURA 20 – Cinto de Segurança................................................................26
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1. SERVIÇO DE ARMAÇÃO DE FERRAGENS ................................................. 5
1.1 Corte .......................................................................................................... 6
1.2 Dobra ......................................................................................................... 8
1.3 Armação .................................................................................................... 9
2. RISCOS INERENTES Á ARMAÇÃO DE FERRAGENS ............................... 11
2.1 Mapa de Riscos ....................................................................................... 12
2.1.1 Riscos na Armação de Ferragens ..................................................... 17
3. EPI’S UTILIZADOS NA ARMAÇÃO DE FERRAGENS ................................ 18
3.1 Proteção da cabeça ................................................................................. 18
3.2 Proteção para o tronco ............................................................................ 22
3.3 Proteção para membros superiores ....................................................... 23
3.4 Proteção para membros inferiores .......................................................... 25
3.5 Cinto de segurança ................................................................................. 25
4. CONSCIENTIZAÇÃO DO USO DO EPI E PREVENÇÃO DE ACIDENTES,
ATRAVÉS DE TREINAMENTOS E ORIENTAÇÕES ....................................... 27
4.1 Medidas de prevenção de acidentes ....................................................... 28
CONCLUSÃO ................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 41
INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso busca conscientizar e orientar os
trabalhadores da construção civil em relação a importância do uso do Equipamento
de Proteção Individual (EPI) na armação de ferragens.
A segurança no trabalho é uma função empresarial que, cada vez mais, tem
importância e exigência na construção civil. Apesar de todo avanço tecnológico, as
atividades exercidas nesta área envolve certo grau de insegurança para os
trabalhadores, que realizam suas atividades laborais em ambiente arriscado. Desta
forma, as empresas devem procurar minimizar os riscos a que estão expostos seus
funcionários, pois a falta de um eficaz sistema de segurança acaba causando
problemas de baixa produtividade, qualidade dos produtos e/ou serviços e o
aumento de custos, ou seja, a ocorrência de um acidente de trabalho implica em
graves prejuízos.
O desenvolvimento deste trabalho partiu do princípio de Identificar e analisar
a importância do Equipamento de Proteção Individual (EPI) para a saúde e
segurança do trabalhador da construção civil, objetivando alcançar os profissionais
que atuam ou pretendem atuar na área da Armação de Ferragens, bem como
mostrar que o uso do EPI é essencial, e para alcançar tal objetivo foram definidas
algumas etapas como: Caracterização dos serviços de armação de ferragens,
identificação dos riscos, demonstração dos principais Equipamentos de Proteção
Individual (EPI’s) e conscientizar sobre a importância e a necessidade da utilização
dos EPI’s e da prevenção de acidentes.
O motivo deste tema ter sido escolhido, se dá pela suma importância e
destaque que a utilização de EPI’s vem ganhando na construção civil, podendo-se
2
observar uma evolução significativa nos últimos anos tanto de conscientização por
parte do empregador, bem como dos empregados, este fato deve-se a ênfase nas
normas técnicas e suas obrigações legais, além dos altos índices de acidentes no
trabalho, fato que tornou tema de discussões em reuniões e canteiros de obras.
A evolução não se deu apenas pela conscientização do uso de EPI’s, mas
também pelo investimento na tecnologia utilizada no desenvolvimento dos
equipamentos, que a cada dia que passa vem se superando na tentativa de manter
proteção, qualidade e conforto, o qual nas décadas anteriores era motivo de
reclamações por parte dos trabalhadores e justificativa para o não uso.
As organizações são obrigadas à fornecerem os EPI’s, bem como
treinamentos e orientações sobre o seu uso adequado, e cabem a elas a
fiscalização, obrigando legalmente o uso dos equipamentos, inclusive recorrendo a
rescisão do contrato de trabalho por justa causa pelo empregador (art. 482 da
C.L.T) nos casos de comprovação de resistência ao uso.
A importância científica se deu na conscientização das organizações que
contribui significativamente para evitar acidentes, tal conscientização está levando
as organizações investirem mais no item segurança, pois acidentes no trabalho
causam custos diretos e indiretos, levando as organizações a terem prejuízo e até
mesmo a paralisação da obra, se comprovada a falta de segurança de seus
empregados.
Para os profissionais o benefício refletiu-se em melhor qualidade de trabalho,
no enriquecimento de informações de conservação dos EPI’s e de como saber se
proteger de maneira correta.
3
A metodologia utilizada para formulação do referido estudo foi a proposta por
Vergara (2006). Segundo esta classificação, as pesquisas podem ser classificadas
quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins, foi uma pesquisa descritiva e explicativa, pois, visou
identificar e analisar a importância do Equipamento de Proteção Individual (EPI),
descrevendo e explicando a função de cada um deles.
Em relação aos meios a pesquisa foi bibliográfica, elaborada através de
estudo sistematizado, desenvolvido com base em materiais publicados em livros,
artigos, trabalhos científicos e internet, especializados no assunto.
Em função do tempo e dos recursos disponíveis para elaboração, a
abrangência desta monografia ficou restrita e fundamentada em pesquisas
bibliográficas.
Em vista do exposto o propósito deste trabalho foi responder ao seguinte
questionamento: Qual a importância do Equipamento de Proteção Individual (EPI)
para a saúde e segurança do trabalhador na Armação de Ferragens?
Na tentativa de responder este questionamento, esta monografia tem como
hipótese que o EPI é extremamente importante para saúde e segurança do
trabalhador na armação de ferragens e em qualquer outra etapa da obra, sua
utilização de forma adequada é essencial para redução dos riscos de acidentes.
As situações de riscos, quais os trabalhadores da Construção Civil são
expostos na maioria das vezes poderiam ser evitadas com o simples cumprimento
das normas de segurança, em especial a NR 18 que é específica para a Construção
Civil.
4
O presente estudo foi apresentado em quatro capítulos, o primeiro buscou
caracterizar o serviço de armação de ferragens, definindo as etapas de corte, dobra
e armação, além de mostrar as funções e rotinas do profissional da área.
No segundo capítulo, foram identificados os riscos inerentes ao serviço de
armação de ferragens.
Já no terceiro capítulo foram apresentados os principais EPI’s utilizados na
armação de ferragens, descrevendo suas principais funções de proteção e
importância.
Por fim no quarto capítulo, focou-se na conscientização do uso do EPI e de
prevenção de acidentes, através de treinamentos e orientações, na expectativa de
que cada vez mais as organizações invistam na segurança do trabalhador e que o
trabalhador se conscientize do risco que ele corre se continuar a resistir a utilização
do EPI, proporcionando desta maneira um ambiente de trabalho seguro, e por
consequência mais eficiente.
CAPÍTULO I – SERVIÇO DE ARMAÇÃO DE FERRAGENS
O serviço de Armação de Ferragens é o responsável por prover a estrutura
com as armaduras previstas em projetos de edificações. Tal serviço é dividido em
três etapas, que são elas: corte, dobra e armação do aço, sendo que á execução da
armação depende da forma que a ferragem é comprada, visto que, pode ser em
barras estiradas de 12 metros, competindo aos armadores o serviço de corte e dobra
da ferragem no canteiro, ou comprá-la já cortado e dobrado pronto para ser armado.
Na descrição a seguir, serão considerados o corte e dobra das ferragens,
executados no canteiro de obras.
Para o corte e dobra no canteiro de obras deve-se estudar o local de
estocagem de vergalhões para que fique próximo do local de trabalho, devendo-se
colocar as ferragens em baias, separadas por bitolas, para criação das baias
o terreno deve ser plano e a base onde serão depositadas as barras deve impedir o
contato do aço com o solo. Deve-se, prever dispositivos de identificação (placas) que
permitam organizar as barras de acordo com o diâmetro.
Figura 1: Estocagem das Ferragens
6
1.1 – Corte
De acordo com a Revista Techne, o sistema de corte deve considerar o
volume de serviço e os materiais a trabalhar, considerando os custos dos
equipamentos. As bancadas de corte apresentam, em sua maioria, 14 m de
comprimento x 0,80 m de largura e 1,05 m de altura. A bancada deve ser
posicionada próxima à baia de estocagem. Os equipamentos mais comuns são a
guilhotina manual, a serra elétrica policorte e máquina de corte hidráulica, ambas
permitem cortar várias barras ao mesmo tempo, dependendo da bitola da ferragem.
Figura 2: Guilhotina Manual
.
A guilhotina manual é utilizada somente em casos de emergência para um
eventual corte no canteiro de obras quando a ferragem já vem cortada e dobrada por
empresas especializadas, ou em obras de pequeno porte, onde a bitola da ferragem
não ultrapassa 12,5 mm.
7
Figura 3: Serra Elétrica Policorte
A Serra elétrica policorte é composta de disco circular, usada em obras de
médio porte, onde o serviço de corte não seja pesado. Devem-se utilizar discos
apropriados para cada tipo de bitola.
Figura 4: Máquina de Corte Hidráulica
A máquina de corte hidráulica é utilizada em obras de grande porte, onde o
serviço de corte é pesado, em sua maioria com bitolas maiores, de
aproximadamente 32 mm
8
1.2 – Dobra
Conforme a Revista Techne, o serviço de dobra deve ser executado em
plataformas e bancadas apropriadas e estáveis apoiadas em superfície plana, se
torna necessário respeitar as características do ferro empregado para evitar a
ocorrência de fissuração na parte tracionada da barra, o diâmetro do pino principal
de dobramento, que varia em função do diâmetro e da classe do ferro. Os diâmetros
dos pinos suporte não devem ser muito pequenos em relação ao diâmetro das
barras a serem dobradas, pois as nervuras das barras de aço podem agarrar nos
pinos de suporte e travar o processo de dobramento, provocando quebras, trincas e
fissuras. A dobragem do ferro pode ser realizada em bancadas improvisadas
manualmente ou em máquina hidráulica.
Figura 5: Bancada de dobra improvisada
As bancadas de dobra improvisada são utilizadas em obras de pequeno e
medio porte ou em caso de eventual dobra de emergência no canteiro de obras
quando a ferragem já vem dobrada por empresas especializadas.
9
Figura 6: Máquina de Dobra Hidráulica
A máquina de dobra hidráulica é utilizada em obras de médio e grande porte,
suporta bitolas de todas espessuras e realiza o trabalho de dobragem em série.
1.3 - Armação
Ainda conforme a Revista Techne, a armação das barras cortadas e dobradas
é feita com arame recozido, executando se o nó mais apropriado de acordo com o
número de barras concorrentes no ponto de amarração pela aplicação de torniquete
com a ferramenta do armador, a torquês de cabo comprido. As armaduras são
montadas na própria obra e o mais próximo das fôrmas que irão recebê-las. Para o
serviço de armação são utilizadas bancadas secundárias para amarração das
armaduras feitas com cavaletes de madeira ou de barras de ferros.
Após a amarração das barras constituindo as armaduras, os conjuntos podem
ser levados para as fôrmas para montagem final, dependendo de sua dimensão e
peso.
10
Figura 7: Torquês – Ferramenta do Armador
A torquês é a ferramenta do armador, que é utilizada na dobragem e corte dos
arames recozidos na armação de ferragens.
CAPÍTULO II – RISCOS INERENTES Á ARMAÇÃO DE FERRAGENS
De acordo com Veras (2004) a construção civil é conhecida nas estatísticas
pelo seu alto índice de acidentes, provocados em grande parte pela alta
periculosidade das tarefas e pela falta de controle. Algumas categorias profissionais
por estarem mais expostas a riscos levam a crer que na maioria das vezes, o risco é
interno, inerente ao trabalho, independente da vontade do trabalhador, mesmo nos
casos mais personalizados. Desta forma as condições inseguras do canteiro de obras
geram riscos que podem comprometer a segurança, a saúde e a produtividade do
trabalhador.
Outro fator ocorrido entre os trabalhadores da construção civil é o fato dos
mesmos subestimarem os riscos existentes no ambiente de trabalho, fato esse que
gera resistência quanto a utilização de EPI’s pertinentes a função, ocasionando uma
necessidade de treinamento e conscientização quanto aos riscos existentes em cada
situação de trabalho bem como a forma correta de prevenção de acidentes.
Segundo Diniz (2005), Os acidentes são causados pelos atos inseguros ou
pelas condições inadequadas. As ações indevidas ou inadequadas cometidas pelos
empregados, podem gerar acidentes, enquanto as condições inadequadas são
aquelas presentes no ambiente de trabalho que podem vir a causar um acidente,
podendo estar ligada direta ou indiretamente ao trabalhador, ou seja, é uma situação
em que o ambiente pode proporcionar riscos de acidentes do trabalho, ao meio
ambiente e equipamentos durante o desenvolvimento das atividades. Pode-se citar
12
como exemplos de atos inseguros: negligência com as normas de segurança, falta do
uso do EPI e não observação das placas de segurança e atividades de risco. Por
outro lado, tem-se, por exemplo, as seguintes situações de condições inadequadas:
partes móveis de equipamentos, trabalho em altura sem o equipamento adequado,
falta de inspeção de rotina em equipamentos, além de vazamentos e transbordos em
tanques.
A armação de ferragens é uma das categorias profissionais, onde os riscos
estão mais presentes, os funcionários que atuam nesta área (armador) têm como
atividades o corte, dobra, amarração de vergalhões e montagem de armações de
ferro para estruturas (vigas, colunas e fundações). Esses trabalhadores estão
expostos à riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes,
exemplificados a seguir através do mapa de riscos.
2.1 – Mapa de Riscos
Conforme a Cartilha de Segurança e Saúde do Trabalho/ES (2006) o mapa de
Riscos é uma representação gráfica que identifica e informa sobre os riscos
existentes no local de trabalho, a intensidade do risco é representada por círculos e
são classificados por cores padronizadas.
• Risco Físico é repesentado pela cor verde, são eles: ruído, vibrações, frio,
calor, umidade;
• Risco Químico é representado pela cor Vermelha, são eles - Poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias compostas ou produtos
químicos em geral;
13
• Risco Biológico é repesentado pela cor marrom, são eles: bactérias, fungos,
parasitas;
• Riscos Ergonômico é repesentado pela cor amarela, são eles: levantamento e
transporte manual de peso. Exigência de postura inadequada;
• Riscos de Acidentes é repesentado pela cor azul, são eles: máquinas e
equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas,
eletricidade, armazenamento inadequado, animais peçonhentos, risco de
quedas de objetos, risco de quedas, riscos de pontas de vergalhões, risco de
ferimentos nas mãos, nos pés e olhos;
2.1.1 – Riscos na armação de ferragens
Segundo Mansilla (2010) os profissionais da armação de ferragens realizam
suas atividades em posições desconfortáveis durante longos períodos, atividades
estas realizadas a céu aberto, expostos a ruídos intensos e em grandes alturas. São
tarefas árduas e complexas que por serem executadas por trabalhadores com baixa
qualificação e baixo grau de instrução, com pouco ou nenhum treinamento prévio
para realização das mesmas, contribui para que o índice de acidentes do setor seja
relativamente alto.
Ainda Segundo Mansilla (2010) esses trabalhadores correm riscos de
problemas graves no futuro, pois adotam posturas inconvenientes durante seu
período de trabalho, operam equipamentos com alto nível de ruídos, movimentos
repetitivos e exerce grande esforço físico, devido ao trabalho ser predominantemente
manual.
14
Corte da Ferragem
Figura 8: Armador utilizando a policorte (cortando ferro)
• Riscos Inerentes à função
Ruído (policorte)
Tétano (perfuração com ferro)
Fumos metálicos, resíduo do corte do aço (serragem) Postura Inadequada, levantamento e transporte manual de peso Corte de membros superiores.
15
Dobra da Ferragem
Figura 9: Armador dobrando ferro
• Riscos Inerentes à função
Ruído, calor e radiação solar;
Tétano (perfuração com ferro);
Postura Inadequada, levantamento e transporte manual de peso;
Corte e/ ou perfurações de membros, ferimento por ponta de ferragens.
16
Armação e Montagem da Ferragem
Figura 10: Armador armando estrutura
• Riscos Inerentes à função
Calor e radiação solar;
Tétano (perfuração com ferro);
Postura Inadequada, levantamento e transporte manual de peso, principalmente
quando transporte no ombro dar armaduras prontas;
Corte e/ ou perfurações de membros, ferimento por ponta de ferragens,
principalmente nas mãos, detrito nos olhos, queda em mesmo nível ou com diferença
de nível.
CAPÍTULO III – EPI’S UTILIZADOS NA ARMAÇÃO DE FERRAGENS
De Acordo com a NR-16, considera-se Equipamento de Proteção Individual
(EPI) todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira,
destinado a proteger a saúde
e a integridade física do trabalhador.
O equipamento de proteção individual (EPI) é um instrumento de uso pessoal,
cuja sua finalidade é neutralizar a ação de certos acidentes que poderiam causar
lesões ao trabalhador, e protegê-lo contra possíveis danos à saúde, causados pelas
condições de trabalho, é de suma importância que todos os EPI’s devem possuir o
C.A (Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego).
Ainda de Acordo com a NR-16, o fornecimento de EPIs devem ser realizados
gratuitamente pelo empregador e cabe ao empregado cuidar da limpeza, higiene e
manutenção de seus próprios EPI’s. As exigências de sua utilização, precisam estar
aliados a um eficaz sistema de segurança, principalmente pela preocupação das
organizações em oferecer a seus empregados um ambiente de trabalho seguro,
treinamento eficiente e EPIs adequados, sem levar em consideração apenas a
minimização de custos.
Para Grahmann (2009), a escolha dos EPI’s adequados, compete ao
Engenheiro de Segurança, que deverá definir o tipo de equipamento correto, através
de critérios como: os riscos que o serviço oferece; qual o trabalhado que irá utilizar o
EPI; condições do trabalho; e a parte a ser protegida. Após definido o tipo de EPI a
ser utilizado, o Engenheiro de segurança deverá orientar, treinar e conscientizar seus
funcionários sobre a importância da utilização dos mesmos.
18
No ramo da construção civil, especificando a área de armação de ferragens os
EPI’s obrigatórios dividem-se em 4 grupos; proteção para a cabeça e face, proteção
para o tronco, proteção para os braços e mãos, proteção para as pernas e pés, além
dos cintos de segurança.
As características, uso e conservação dos EPI’s utilizados na Armação de
Ferragens, serão especificados a seguir:
3.1 - Proteção da cabeça
Os protetores para cabeça, podem ser divididos em protetores para o crânio e
rosto, como: capacete e mascaras. E protetores para os órgãos localizados na
cabeça, que são os protetores da visão, audição e respiratório.
3.1.1 – Proteção para o crânio
Capacete: Equipamento destinado a proteger a cabeça contra impactos
contundentes; queda de objetos, partículas projetadas; produtos químicos; fogo e
calor e eletricidade;
Figura 11: Capacete de Segurança
19
Utilização: Deverá ser utilizado por todos os colaboradores dos setores de produção
constantemente, e sua conservação e guarda é de responsabilidade do empregado.
Conservação: Manter limpo e evitar danos no casco e na carneira
3.1.2 – Proteção para o rosto
São conhecidos pelo nome genérico de protetor facial. Sua finalidade é
proteger o rosto contra impactos de partículas, respingos de produtos químicos e a
ação de radiação calorífica ou luminosa.
Figura 12: Capacete com viseira
Utilização: O Protetor de crânio com visor deverá ser utilizado pelo armador
principalmente quando estiver na atividade de corte das ferragens, ou em serviços
com riscos de projeções de quaisquer tipos de partículas sobre o rosto.
Conservação: Manter sempre limpo para boa visibilidade. Utilizar apenas pano
macio, água e sabão neutro para limpeza. Nunca solventes.
20
3.1.3 – Proteção para visão
Proteção dos olhos é um dos pontos mais importantes da prevenção de
acidentes, os olhos devem ser protegidos contra impactos de estilhaços, partículas,
poeiras, fagulhas, respingos de produtos químicos e metais fundidos, assim como,
contra radiações e luminosidade. Para proteção dos olhos, normalmente, são usados
óculos que variam de forma e aplicação.
Figura 13: Óculos de Segurança
Utilização: Os óculos de ampla visão devem ser utilizados em todas as etapas da
armação de ferragens, a fim de proteger a visão dos colaboradores contra poeiras e
partículas que venha a se soltar dos ferros, além de outros impactos.
Conservação: Devem ser mantidos sempre limpos. Utilizar pano macio, água e
sabão neutro.
3.1.4 – Proteção Auditiva
Deve ser usado como último recurso. A máxima intensidade de som ao qual o
ouvido pode ser exposto dentro da faixa de 90 (noventa) a 100 decibéis. Se uma
21
pessoa ficar exposta por longo período a uma faixa acima de 85 (oitenta e cinco)
decibéis, deve-se usar proteção auditiva.
Figura 14: Protetor Auricular
.
Utilização: O protetor Auricular deverá ser utilizado pelos funcionários que trabalham
em locais com ruído elevado e acima dos limites de tolerância, no caso do armador
sempre que estiver em operação da máquina de disco de corte de ferragens.
Conservação: Manter sempre limpo para boa higiene e conforto. Solicitar a
substituição, para higienização mensal ou de acordo com a periodicidade de
utilização.
3.1.5 - Proteção Respiratória
Equipamento destinado à proteção respiratória contra poeiras incômodas,
exposições e agentes ambientais em concentração prejudiciais à saúde do
trabalhador.
Figura 15: Máscara Protetora Respiratória
22
Utilização: A Mascara contra poeiras é de uso eventual para o armador de ferragens,
sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por substâncias
nocivas ao organismo, deve ser utilizada quando no ambiente de trabalho houver
poeiras inertes, cuja concentração seja desconfortável para o trabalho.
Conservação: Após o uso deve ser limpo e guardado em local seco, ventilado,
evitando umidade e a exposição a contaminantes. Deverá ser trocado sempre que se
encontrar saturada, perfurada, rasgada ou com falta de vedação.
3.2 – Proteção para o Tronco
Aventais e vestimentas especiais, são usadas contra os mais variados agentes
agressivos.
O Avental de raspa de couro é usado contra riscos cortes e atritos que podem
ocorrer no manuseio das ferragens com arestas cortantes.
Figura 16: Avental de Raspa
Utilização: Equipamento destinado à proteção do tronco e parte das pernas do
23
armador, quando da execução de serviços de manipulação de peças com rebarbas
cortantes e outros (ex. na máquina de corte).
Manutenção: Deverá ser solicitado um equipamento novo, quando o mesmo não
apresentar condições de uso. Não deve ser submetido à umidade.
A vestimenta de trabalho é destinada a proteger o corpo do funcionário do
contato com as partículas em suspensão (poeiras). Recomenda-se roupa em tecido
resistente, porem leve e confortável e com mangas compridas.
Utilização: A roupa de trabalho deverá ser usada durante os trabalhos na produção,
observando que a barra da calça deve ficar sempre por cima do calçado de
segurança.
Manutenção: O funcionário deve providenciar sua limpeza e manutenção. Somente
será entregue uma nova muda contra a entrega da anterior.
3.3 – Proteção para Membros Superiores
Os equipamentos utilizados para proteção de mãos e braços, são luvas e
mangotes, que impedem o contato com materiais cortantes e substâncias corrosivas
e irritantes da pele. São de suma importância, pois, nos membros superiores, situam-
se as partes do corpo onde, com maior freqüência ocorrem lesões.
24
Os mangotes protegem os braços na realização de operações que possam
causar alguma lesão como raspões e ferimentos, são utilizados pelo colaborador
principalmente no corte do ferro.
Figura 17: Mangotes de Raspa
O uso das luvas de rapas de couro, evita grande parte das lesões em punhos e
mãos.
Figura 18: Luvas de Raspa
Utilização: As luvas de raspa de couro deverão ser utilizadas para proteção das
mãos e punhos, assim como os mangotes para a proteção dos braços, contra riscos
de ferimentos, cortes e nos serviços de levantamento e transporte das ferragens,
pelos trabalhadores na área de produção.
Manutenção: Deverá ser solicitado um equipamento novo, quando o mesmo não
25
apresentar condições de uso. Não deve ser submetido à umidade.
3.4 - Proteção para Membros Inferiores
Os pés e pernas devem ser protegidos através de sapatos de segurança, botas
e perneiras, quando o trabalho exigir. No caso da armação de ferragens é utilizado
apenas o calçado de segurança.
Figura 19: Bota de Segurança
Utilização: O calçado de Segurança com biqueira de aço é destinado à proteção dos
pés do trabalhador e deve ser utilizado em todos os locais de produção da empresa,
durante toda a jornada de trabalho.
Manutenção: O calçado deve ser periodicamente limpo e engraxado para manter o
couro macio. Não deve ser submetido a locais com excesso de umidade, para tal
deve ser utilizada bota de borracha.
3.5 – Cinto de Segurança
Equipamento destinado a limitar uma possível queda durante a execução de
26
um trabalho que esteja sendo realizado a mais de dois metros de altura do piso,
prevenido quedas de equilíbrio.
Figura 20: Cinto de Segurança
Utilização: O cinto se segurança deverá ser utilizado em trabalhos superiores a dois
metros de altura, principalmente na armação de lajes. O cinto deve ser o tipo pára-
quedista.
Manutenção: Evitar o contato com materiais cortantes e químicos. Revisar, antes do
uso, as condições das costuras, das partes metálicas, das conexões, do rabicho (não
utilizar se o cabo tiver suas fibras soltas) e do mosquetão, assim como o deve ser
revisado o cabo auxiliar de segurança, seu estado e sua correta fixação.
CAPÍTULO IV – CONSCIENTIZAÇÃO DO USO DO EPI E PREVENÇÃO DE
ACIDENTES, ATRAVÉS DE TREINAMENTOS E ORIENTAÇÕES:
Conforme Sales (2010) o setor da construção civil é aquele que apresenta o
maior risco de acidentes de trabalho na maioria das regiões do Brasil. Os
trabalhadores desta área têm mais probabilidades de sofrer acidentes mortais e de
sofrer ferimentos que os trabalhadores de outras áreas. Os custos destes acidentes
de trabalho são enormes, tanto para os trabalhadores acidentados, como para as
empresas e também para a sociedade.
Além de existirem muitos perigos inerentes ao trabalho na construção civil,
também há inúmeras medidas que podem ser aplicadas com intuito de impedir a
ocorrência de acidentes, não somente na área de Armação de Ferragens, como em
todas as áreas da construção. A redução de exposição de perigo aos trabalhadores
e aos visitantes no canteiro de obras, se dá início em efetuar a avaliação dos riscos
de forma adequada e suficiente. Para assegurar a redução de um risco, é
importante identificar todos os perigos decorrentes das atividades laborais e de
outros fatores como o planejamento do canteiro de obras.
Ainda para Sales (2010) a melhor forma de prevenção de acidentes é a
conscientização e a formação dos trabalhadores no local de trabalho, a que acresce
a aplicação de todas as medidas de segurança coletiva e individual inerentes à
atividade desenvolvida. Tanto os colaboradores, quanto os empregadores devem
ter total consciência ao implementar as medidas de segurança, principalmente a
utilização de Equipamento de Proteção Individual, com as especificações
adequadas, com a realização de treinamentos e entendimento dos procedimentos e
28
operações a serem realizadas. Além, de sinalização de segurança nos locais onde
não seja possível evitar a existência de perigos ou onde estes não possam ser
adequadamente reduzidos através da aplicação de medidas preventivas.
A idéia da qualidade de vida do trabalhador precisa ser algo presente em
obras da construção civil, as organizações do ramo devem analisar as atividades de
seus colaborares e procurar proporcionar melhor qualidade de vida e condições
adequadas no trabalho.
4.1 – Medidas de Prevenção de Acidentes
De Acordo com Lopes e Barreto (1996) as medidas de prevenção de
acidentes devem obedecer a um processo dinâmico e constante que se caracterize
por ações efetivamente preventivas que devem ser tomadas no sentido de evitar,
eliminar, controlar ou impedir a evolução e consolidação dos riscos no ambiente de
trabalho.
A análise dos acidentes fornece dados que se acumulam e possibilitam uma
visão mais correta sobre as condições de trabalho nas empresas, com indicações
sobre os tipos de acidentes mais comuns, as causas mais atuantes, a gravidade
das conseqüências e os setores que necessitam de maior atenção do SESMT e da
CIPA.
O SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
pode contar com diversos instrumentos para a prevenção de acidentes e
conscientização dos colaboradores para a prática de atos seguros como por
exemplo as CIPA’s.
29
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA é constituída
conforme a determinação da NR 5, da Portaria n.º 3214/78, do Ministério do
Trabalho e tem como objetivos:
• Observar e relatar as condições e meio ambiente de trabalho;
• Solicitar medidas para reduzir, minimizar e eliminar os riscos existentes ou
neutralizar os mesmos;
• Discutir em conjunto com o SESMT os acidentes ocorridos, encaminhando
para gerência do empreendimento o resultado da discussão;
• Solicitar medidas que previnam a ocorrência de acidentes semelhantes;
• Orientar os funcionários quanto à prevenção de acidentes.
Abaixo serão descritas as principais medidas de prevenção de acidentes e de
conscientização dos colaboradores quanto ao uso de EPI na armação de ferragens,
essas medidas são realizadas pela administração da obra em conjunto com o
SESMT e a CIPA;
4.1.1- DDS - Diálogo Diário de Segurança
Atualmente uma nova ferramenta vem ganhando espaço e sendo utilizada
cada vez mais por profissionais como técnicos de segurança do trabalho, trata-se
do DDS – Diálogo Diário de Segurança que constitui basicamente na reserva de um
pequeno espaço de tempo, recomendado antes do inicio das atividades diárias na
empresa e com duração de 5 a 15 minutos, para a discussão e instruções básicas
30
de assuntos ligados à segurança no trabalho e conscientização do uso de EPI,
instruções que devem ser utilizadas e praticadas por todos os participantes.
Para realização de um DDS eficiente deve-se sempre ter em mente seu
objetivo: “Criar condições para que os trabalhadores possam trocar informações,
apresentar idéias, comentar dúvidas e dificuldades relacionadas à saúde,
segurança e meio ambiente”. Considerando sempre as características do grupo,
busque temas interessantes e atuais. Pedir sugestões, pesquise na internet, jornais,
traga “casos” interessantes, usar acontecimentos do dia-a-dia da equipe como algo
ocorrido com familiares, no trânsito, fatos importantes divulgados pela imprensa,
entre outros assuntos que possam servir de fonte de informação ao grupo.
Deve ser feito um DDS sobre o “DDS” explicando o seu objetivo e
funcionamento, deixando claro a importância da participação ativa de todos.
Incentivar a participação do grupo, convidando-os a conduzirem o DDS e até
mesmo elaborar uma escala de rodízios, repassando essas dicas ao próximo
coordenador.
A realização do DDS utiliza-se 5 a 15 minutos em média, podendo variar de
acordo com o interesse do grupo, a importância do tema e a habilidade do
apresentador que está coordenando, o mesmo deverá expor o assunto de forma
clara e com linguagem adequada, considerando o nível de entendimento dos
participantes e utilizando os instantes finais para concluir a idéia inicial. Como o
próprio nome já diz, o Diálogo Diário de Segurança é um instrumento recomendado
para uso diário. Fica a critério do grupo, estipular a periodicidade mais apropriada
para a utilização do mesmo.
31
Eventualmente considera-se importante convidar profissionais de outras
áreas para falar sobre temas técnicos. Poderão ser convidados médicos,
enfermeiros, psicólogos, engenheiros, técnicos, ou seja, pessoas que conheçam
mais o fundo o tema a ser tratado.
4.1.2 – Treinamento
Na elaboração dos treinamentos deve-se definir:
• Conteúdo programático;
• Carga horária;
• Material instrucional;
Todo empregado deve receber obrigatoriamente treinamento admissional e
periódico, visando garantir a execução de suas atividades com segurança. O
treinamento admissional deve ter a carga horária de 6 (seis) horas, deve ser
ministrado dentro do horário de trabalho, antes de o trabalhador iniciar suas
atividades e constar de:
• Informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho;
• Riscos inerentes às sua função;
• Uso adequado dos equipamentos de Proteção Individual (EPI) e informações
sobre os equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), existentes nos canteiros
de obra;
• Treinamento periódico deve ser ministrado sempre que se tornar necessário
e ao início de cada fase da obra.
32
Todos os requisitos para uma boa adaptação do colaborador ao trabalho que
deve executar são obtidos com a seleção adequada de pessoal, a integração
correta do trabalho, treinamento de reciclagem e a manutenção do estado físico,
mental e emocional. Existe também a necessidade da participação de outros
setores especializados que, com a aplicação de suas técnicas específicas,
contribuem para a prevenção de acidentes.
Realização de treinamentos enfocando o uso de EPIs, onde mostra-se o que
ocorre, a lesão propriamente dita, que facilita o entendimento e o funcionário se
sente valorizado quando percebe que alguém esta tendo cuidado com ele, e em face
desse procedimento a maioria do pessoal utiliza o EPI sem reclamar, outro fator é a
implementação de ginástica laboral.
Além dos treinamentos já citados, os colaboradores da área de armação de
ferragens deverão ser treinados adequadamente para utilização da máquina de
policorte, quanto sua aplicação, instalação, manutenção e uso;
• Aplicação - A policorte é utilizada para cortes de aços, ferros, perfilados e
tubos, na função de alta rotação para ferro e baixa rotação para alumínio,
latão e cobre.
• Instalação - Verificar se a tensão está correta antes de ligar o
equipamento (manutenção); Observar o sentido de rotação do motor
(sentido anti-horário) na manutenção e ou ligação do motor; Apertar bem o
disco de corte; Verificar o balanceamento do disco antes de fixa-lo no eixo.
• Manutenção Preventiva - Reapertar diariamente os parafusos; Avaliar as
correias do ponto de transmissão do motor da policorte; Lubrificar
semanalmente a máquina.
33
• Uso - Usar o disco apropriado para cada tipo de material a ser cortado;
Armazenar disco longe de umidade e da luz direta; Verificar a validade do
disco estampado no “rótulo” fixado ao disco, que é normalmente 1 ano após
a data de fabricação.
4.1.3 – Cursos e Palestras
Para maior entendimento dos armadores pode-se ministrar um treinamento
de segurança através de cursos rápidos, que devem ser preparados ou adaptados
pelo Serviço de Segurança, de acordo com as características e necessidades da
empresa.
Os assuntos específicos podem ser tratados em conferência, com os grupos
interessados e da maneira mais ilustrativa possível, com apresentação de dados,
cartazes, filmes e slides, de preferência com debates, levando o grupo a uma
conclusão satisfatória do assunto tratado, em favor dos objetivos de segurança do
trabalho.
4.1.4 – Promoções e Divulgações
Criação de um programa permanente de promoção e divulgação de assuntos
preventivos, com a finalidade de desenvolver o espírito de prevenção de acidentes
entre todos os empregados, além de campanhas especiais que serão levadas a
efeito de acordo com a necessidade.
A política definida de Segurança do Trabalho é uma forma de a empresa dar
estabilidade às suas atividades preventivas, isto é, mesmo com novos profissionais,
34
a segurança não perderá a sua sequência, pois tudo deverá ser feito obedecendo
às diretrizes básicas já estabelecidas para a prevenção de acidentes.
Tudo o que se faz será para aperfeiçoar a prática da prevenção de acidentes,
mas não se deve fugir dos princípios básicos, da filosofia, da linha de conduta que a
empresa adotou.
4.1.5 – Inspeções
As inspeções de segurança têm como objetivo levantar e indicar problemas
que comprometem a Segurança do Trabalho.
As inspeções de segurança iniciam um processo e recomendam providências
imediatas ou desencadeiam outras medidas a serem tomadas a médio ou a longo
prazo, dependendo da complexidade do problema levantado.
Bem conduzidas, sob procedimentos administrativos claros do ponto de vista
operacional, levam aos seguintes resultados:
• Possibilitam a determinação e a aplicação dos meios preventivos antes da
ocorrência de acidentes;
• Ajudam a se fixar nos empregados a mentalidade da segurança, higiene do
trabalho e conscientização do uso do EPI;
• Encorajam o próprio empregado a agir como inspetores de segurança do seu
serviço e chamar atenção de seus colegas de trabalho que não estiverem
utilizando o EPI adequadamente ou ações indevidas que gerem riscos de
acidentes;
• Divulgam e consolidam entre os empregados, o interesse da empresa pela
segurança do trabalho.
35
4.1.6 – Sinalização de Segurança
O canteiro de obras deve ser sinalizado, para alcançar os seguintes
objetivos:
• Identificar os locais de apoio que compõem o canteiro de obras;
• Identificar as saídas por meio de dizeres ou setas;
• Manter a comunicação através de avisos, cartazes ou similares;
• Advertir contra o perigo de contato ou acionamento acidental com partes das
máquinas e equipamentos;
• Advertir quanto ao risco de queda;
• Alertar quanto à obrigatoriedade do uso do EPI, específico para a atividade
executada, com a devida sinalização e advertência próximas ao posto de
trabalho;
• Identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos de obras;
• Advertir contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-direito for
inferior a 1,80 m (um metro e oitenta centímetros);
• Identificar locais com substâncias tóxicas, explosivas e radioativas.
4.1.7 – Padronização
A padronização das atividades visa, basicamente, estabelecer regras comuns
para as atividades inerentes a uma obra ou serviço, de modo que se faça de forma
econômica e vantajosa, com a racionalização do trabalho e da redução de risco de
erro ou acidentes. Os procedimentos de trabalho, enfocando aspectos de
organização, limpeza e segurança, além das descrições técnicas de cada atividade
36
ou função, também são parte integrante do planejamento preventivo. Fazer certo da
primeira vez significa economizar energia física para realizar a tarefa estabelecida;
fazendo da maneira errada, certamente se gastará três vezes mais energia, além de
aumentar o custo operacional previsto para a mesma tarefa.
O plano de prevenção na obra, em função do público ao qual se dirige, deve
ser de fácil compreensão e pequena extensão, enfatizando os pontos principais,
abordados a seguir:
• Identificação de perigos e reconhecimentos dos riscos;
• Elaboração do plano através da segurança do trabalho com a participação
dos trabalhadores;
• Responsabilidade dos trabalhadores com o cumprimento do plano;
• Implementação de ações corretivas;
• Importância da linguagem comum no trato e divulgação do plano com os
trabalhadores: informações simples com linguagem comum;
• Inspeção prévia do local da obra ou serviço, com descrição dos riscos
através de memorial descritivo, visando identificar os riscos que poderão
ocorrer naquela atividade ou obra.
4.1.8 – Ações Motivacionais
As ações motivacionais é um fator muito importante e que obtém grande
influencia na equipe, visto isso, é papel do empregador na figura do técnico e/ou
engenheiro de segurança criar métodos de avaliação, que se cumpridos com êxito
pelos colaboradores, lhes proporcionará uma dada recompensa, como por exemplo:
37
Uma avaliação mensal realizada pelo técnico de segurança, onde será
analisada a aceitação das equipes quanto ao uso de EPI e seu índice de acidentes
no canteiro de obras, a equipe que obtiver o melhor desempenho, terá para seus
integrantes um sorteio de um eletrodoméstico.
Outro método é a participação nos lucros (PL) da empresa para as equipes
que obtiverem índice zero de acidentes, esta avaliação poderá ser realizada.
semestralmente ou anualmente, de acordo com a política da organização.
4.1.9 – Dicas de Prevenção ao Armador
• Usar luvas e ombreiras de raspa de couro para trabalhos de transporte e
descarga de vergalhões;
• Óculos de proteção para trabalhos com arame em armaduras de aço ou com
possibilidade de projeção de partículas;
• Conferir o estado de conservação das ferramentas manuais e elétricas. Ao
término de cada serviço limpa-las e guarda-las em local apropriado;
• Não improvise extensões elétricas e nem conserte equipamentos elétricos
defeituosos. Chame o eletricista e comunique ao seu encarregado qualquer
irregularidade encontrada;
• Estocar a ferragem onde não haja fiação elétrica e manter a circulação livre.
Não transitar diretamente sobre a ferragem, usar suporte de madeira. Instale
bancada apropriada e estável para o corte e dobragem dos vergalhões, sob
cobertura e afastada dos locais de passagem obrigatória de trabalhadores;
• Isole as pontas verticais dos vergalhões, quando da montagem das
armaduras;
38
• Instale bancada apropriada e estável, para o corte e dobragem dos
vergalhões afastada dos locais de passagem obrigatória de trabalhadores;
• Manter a organização e a limpeza do local de trabalho;
• No trabalho com policorte verificar o estado do disco e, em caso de qualquer
irregularidade, fazer a substituição; usar protetor facial e protetor auricular;
mantenha atualizado o Livro de Inspeção do equipamento.
CONCLUSÃO
Este trabalho de conclusão de curso procurou identificar e conscientizar os
trabalhadores da armação de ferragens, quanto à importância da utilização do EPI
para sua saúde e segurança no ambiente de trabalho, bem como, aceitá-los como um
instrumento de prevenção individual, com a finalidade de protegê-los de certos
acidentes que poderiam causar algum tipo de lesão, deixando de lado a velha visão
de que a sua utilização é incômoda e que isso justifique o não uso.
Além, de sensibilizar as empresas para importância de implementação de
medidas preventivas e fazer com que tenham a visão de que o que se gasta com
equipamentos de proteção é um investimento e não apenas um gasto.
No decorrer deste trabalho foram identificados inúmeros riscos aos quais estão
submetidos os trabalhadores da armação em um canteiro de obras, como por
exemplo, postura inadequada no desempenho do trabalho, ruídos, cortes e
perfurações de membros principalmente superiores, quedas de mesmo nível ou com
diferença de níveis, entre outros.
As medidas para diminuir e até mesmo eliminar esses riscos, não pode deixar
de contar com uma política de conscientização efetiva e bem elaborada por parte dos
profissionais responsáveis pelos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do trabalho – SESMT e da Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes - CIPA, através de Inspeções, sinalização de segurança, de
treinamentos, orientações, cursos, palestras, divulgações, ações motivacionais, entre
outras, pois somente com o conhecimento e conscientização por parte dos
trabalhadores é que se obterá êxito no combate e prevenção desses riscos.
40
Sugere-se também como possíveis soluções de segurança frente aos riscos
identificados a instalação de bancadas apropriadas para a montagem das peças,
melhor organização da área utilizada para armação, utilização de carrinhos para
transporte das peças, isolamento das pontas verticais dos vergalhões, quando da
montagem das armaduras, ampliação no uso de vergalhões cortados e dobrados
mecanicamente e a implementação de ginástica laboral.
Podemos observar que o simples fornecimento de EPI’s e exigência de seu
uso não podem evitar acidentes se utilizados isoladamente, pois, para se obter um
eficaz sistema de segurança é necessário não apenas que se cumpra as exigências
legais, mas, principalmente, que as organizações tenham a preocupação em fornecer
aos empregados um ambiente seguro, os mais adequados equipamentos de proteção
individual e um eficiente treinamento do mesmo, sem levar em conta apenas a
minimização dos custos e sim o bem estar de seus colaboradores.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Giovanni Moraes de. Normas Regulamentadoras Comentadas –
Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho. Volume 2 – 4ª Edição – Verde
Consultoria – Rio de Janeiro.2003/2004.
BENITE, A. G. Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho para
empresas construtoras. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola
Politécnica da USP, São Paulo, 2004.
Cartilha de Segurança e Saúde do Trabalho na Construção Civil / ES – Sebrae /
ES. Disponível em http://www.biblioteca.sebrae.com.br. Acessado em 21 Março /
2010.
DINIZ, Antônio Castro. Manual de Auditoria Integrado de Saúde, Segurança e
Meio Ambiente (SSMA). 1. ed. São Paulo: VOTORANTIM METAIS, 2005.
FARIA, A. Nogueira. A Segurança no Trabalho. Aspecto Editora S.A., Rio de
Janeiro: 1971.
GROHMANN, Márcia Zampieri. Segurança no Trabalho através do Uso de EPI’S.
Disponível em http:// www.segurancaetrabalho.com.br. Acesso em 09 Setembro /
2009.
42
LEATE, Helena Pedrini. Legislação de Segurança e Medicina no Trabalho
(Manual Prático). Disponível em http: // www.fiesp.com.br. Acesso em 15 Setembro
/ 2009.
LOPES NETO, André & BARRETO, Maria de Lourdes. A utilização do EPI neutraliza
a Insalubridade. Revista CIPA - Caderno Informativo de Prevenção de
Acidentes. São Paulo: CIPA Publicações, ano XVII, n. 187, 1996.
MANSILLA, Gibson Araújo. Análise dos riscos ergonômicos da atividade de
armação na construção civil em canteiro de obras de Três Lagoas / MS.
Trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança no
Trabalho da Universidade Federal de Mato Grosso. Disponível em http: //
www.cpd1.ufmt.br. Acessado em 10 Abril / 2010
NR 18 – Condições e Meio Ambiente na Indústria da Construção Civil (Segurança e
Medicina do Trabalho).
Revista Techne – A revista do Engenheiro Civil. Disponível em http: //
www.revistatechne.com.br. Acesso em 21 Março / 2010.
RAZENTE, Carmen R. G. Proteção contra acidentes de trabalho em diferenças
de nível. Trabalho de conclusão de curso Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Paraná: 2005. Disponível em www.segurancaetrabalho.com.br. Acessado em 05
Maio / 2010.
43
SALES, Eliane Cardoso. Prevenção de acidentes na construção civil - SESI/DN
Unidade de Saúde e Segurança do Trabalho (UniSaúde). Disponível em http: //
www.fundacentro.gov.br. Acessado em 05 Maio / 2010.
Manual da Construção Civil. Segurança na Construção Civil. Disponível em
http://www.fiocruz.br. Acessado em 05 Maio / 2010.
VERAS, J. C. Fatores de risco de acidentes de trabalho na indústria da
construção civil: análise na fase de estruturas. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de Pernanbuco. Recife: 2004. Disponível em
http://biblioteca.universia.net. Acessado em 10 Abril / 2010.