a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio...

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UNIVERSIDADE TU1UTI DO PARANA A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO LOGICO Monografia apresentada para obtenyao do Titulo de Especialista em Psicopedagogia no curso de P6s-Gradua9ao da Universidade Tuiuti do Parana Orientadora: Maria Letizia Marchese Mecking CURITIBA 2002

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UNIVERSIDADE TU1UTI DO PARANA

A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO

LOGICO

Monografia apresentadapara obtenyao do Titulode Especialista emPsicopedagogia no cursode P6s-Gradua9ao daUniversidade Tuiuti doParanaOrientadora Maria LetiziaMarchese Mecking

CURITIBA

2002

SUMARIO

RESUMO

1 INTRODUCAO

2 FUNDAMENTACAo TEORICA

21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa UJDICO NA PEDAGOGIA

1

2

2

22 APRENDIZAGEM SEGUNDO VYGOTSKY 4

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

231 Sensoria-motor

232 Pre-operat6rio

233 Operat6rio-concreto

2340perat6rio-formal

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

~ ~~~8

~~ ~~~~8

~ 9

~~ ~~~~~~~~~~~~~9

~10

VYGOTSKY~ ~~ ~~~~~~~~~~11

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO ~~~~~ 17

4 CONCLusAo ~ ~~~ ~~~~~~~~~ ~~ ~~~~~~~~~ 21

5REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS~ ~~ ~~~~~~~~~~~22

RESUMO

Esta pesquisa objetivou enfatizar a importancia dos Jogosbrinquedos e brincadeiras na forma9ao do sujeito vista que estes fazem partedo mundo da crian=8 pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seuinicio

A linguagem cultural propria da crianca e 0 ludico A ludicidade eurna necessidade interior tanto da crianca como do adulta e inerente aodesenvolvimento

o brincar e 0 meio de expressao e crescimento do ser humano Acrianya sempre brinca mas esse ata pendente do contexto em que estainserida da epoca classe social e Qutros fatares Tambem nestes jogosaparece toda a experiemcia acumulada da crianQa Eta vai construindo seuconhecimento do mundo de modo ludico transformando 0 real com as recursosda fantasia e da lmaginayao

~ neste contexto que 0 jogo aparece pois a sua funyao nao se limitaapenas em proporcionar recreay8o mas sim como estimulador da construyaodo conhecimento

1 INTRODUCAo

A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu

proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es

que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim

desmotivada para sua aprendizagem

o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos

pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno

situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento

E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal

da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da

aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu

crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca

pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e

uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se

por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os

nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa

tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a

evoluyao do pensamento

Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia

dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas

tambem emocional

2 FUNDAMENTACiio TEORICA

21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA

o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar

com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a

forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para

que esta interaC80 ocerra

Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem

estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente

e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as

e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na

construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au

aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser

cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a

sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que

fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro

de dais mundos - adulto e crian9a

o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar

do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento

culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0

conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai

tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores

buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da

maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos

se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas

invenyoes

o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-

relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que

nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a

cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a

possivel dentro de si

o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais

jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela

midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos

crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque

estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da

infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao

tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um

desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas

cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas

revoltadas e aeirna de tudo angustiadas

Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a

vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress

e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e

conhecimento

MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as

crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao

sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum

auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as

informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao

informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam

de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira

saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de

adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como

urn ser humano plena

MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come

perspectiva mestra de ayao

- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da

aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e

muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende

nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a

arte de fazer sonhar

- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de

tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que

construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao

mutua isto e a interaCao

~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal

advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa

representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar

e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado

de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e

verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a

crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias

amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes

pitorescas

~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a

vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e

abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na

constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes

esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa

outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade

- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de

criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente

portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)

crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa

Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante

de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~

intelectual e sobretudo no emacianal

2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY

VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0

desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica

enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta

sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a

aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia

As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de

farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 2: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

SUMARIO

RESUMO

1 INTRODUCAO

2 FUNDAMENTACAo TEORICA

21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa UJDICO NA PEDAGOGIA

1

2

2

22 APRENDIZAGEM SEGUNDO VYGOTSKY 4

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

231 Sensoria-motor

232 Pre-operat6rio

233 Operat6rio-concreto

2340perat6rio-formal

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

~ ~~~8

~~ ~~~~8

~ 9

~~ ~~~~~~~~~~~~~9

~10

VYGOTSKY~ ~~ ~~~~~~~~~~11

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO ~~~~~ 17

4 CONCLusAo ~ ~~~ ~~~~~~~~~ ~~ ~~~~~~~~~ 21

5REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS~ ~~ ~~~~~~~~~~~22

RESUMO

Esta pesquisa objetivou enfatizar a importancia dos Jogosbrinquedos e brincadeiras na forma9ao do sujeito vista que estes fazem partedo mundo da crian=8 pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seuinicio

A linguagem cultural propria da crianca e 0 ludico A ludicidade eurna necessidade interior tanto da crianca como do adulta e inerente aodesenvolvimento

o brincar e 0 meio de expressao e crescimento do ser humano Acrianya sempre brinca mas esse ata pendente do contexto em que estainserida da epoca classe social e Qutros fatares Tambem nestes jogosaparece toda a experiemcia acumulada da crianQa Eta vai construindo seuconhecimento do mundo de modo ludico transformando 0 real com as recursosda fantasia e da lmaginayao

~ neste contexto que 0 jogo aparece pois a sua funyao nao se limitaapenas em proporcionar recreay8o mas sim como estimulador da construyaodo conhecimento

1 INTRODUCAo

A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu

proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es

que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim

desmotivada para sua aprendizagem

o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos

pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno

situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento

E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal

da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da

aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu

crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca

pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e

uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se

por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os

nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa

tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a

evoluyao do pensamento

Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia

dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas

tambem emocional

2 FUNDAMENTACiio TEORICA

21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA

o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar

com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a

forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para

que esta interaC80 ocerra

Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem

estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente

e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as

e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na

construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au

aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser

cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a

sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que

fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro

de dais mundos - adulto e crian9a

o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar

do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento

culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0

conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai

tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores

buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da

maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos

se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas

invenyoes

o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-

relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que

nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a

cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a

possivel dentro de si

o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais

jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela

midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos

crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque

estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da

infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao

tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um

desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas

cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas

revoltadas e aeirna de tudo angustiadas

Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a

vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress

e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e

conhecimento

MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as

crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao

sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum

auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as

informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao

informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam

de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira

saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de

adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como

urn ser humano plena

MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come

perspectiva mestra de ayao

- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da

aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e

muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende

nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a

arte de fazer sonhar

- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de

tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que

construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao

mutua isto e a interaCao

~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal

advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa

representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar

e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado

de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e

verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a

crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias

amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes

pitorescas

~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a

vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e

abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na

constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes

esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa

outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade

- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de

criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente

portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)

crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa

Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante

de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~

intelectual e sobretudo no emacianal

2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY

VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0

desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica

enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta

sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a

aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia

As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de

farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

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PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

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WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 3: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

RESUMO

Esta pesquisa objetivou enfatizar a importancia dos Jogosbrinquedos e brincadeiras na forma9ao do sujeito vista que estes fazem partedo mundo da crian=8 pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seuinicio

A linguagem cultural propria da crianca e 0 ludico A ludicidade eurna necessidade interior tanto da crianca como do adulta e inerente aodesenvolvimento

o brincar e 0 meio de expressao e crescimento do ser humano Acrianya sempre brinca mas esse ata pendente do contexto em que estainserida da epoca classe social e Qutros fatares Tambem nestes jogosaparece toda a experiemcia acumulada da crianQa Eta vai construindo seuconhecimento do mundo de modo ludico transformando 0 real com as recursosda fantasia e da lmaginayao

~ neste contexto que 0 jogo aparece pois a sua funyao nao se limitaapenas em proporcionar recreay8o mas sim como estimulador da construyaodo conhecimento

1 INTRODUCAo

A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu

proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es

que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim

desmotivada para sua aprendizagem

o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos

pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno

situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento

E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal

da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da

aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu

crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca

pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e

uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se

por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os

nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa

tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a

evoluyao do pensamento

Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia

dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas

tambem emocional

2 FUNDAMENTACiio TEORICA

21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA

o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar

com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a

forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para

que esta interaC80 ocerra

Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem

estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente

e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as

e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na

construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au

aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser

cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a

sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que

fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro

de dais mundos - adulto e crian9a

o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar

do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento

culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0

conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai

tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores

buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da

maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos

se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas

invenyoes

o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-

relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que

nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a

cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a

possivel dentro de si

o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais

jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela

midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos

crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque

estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da

infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao

tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um

desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas

cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas

revoltadas e aeirna de tudo angustiadas

Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a

vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress

e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e

conhecimento

MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as

crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao

sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum

auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as

informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao

informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam

de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira

saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de

adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como

urn ser humano plena

MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come

perspectiva mestra de ayao

- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da

aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e

muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende

nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a

arte de fazer sonhar

- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de

tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que

construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao

mutua isto e a interaCao

~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal

advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa

representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar

e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado

de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e

verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a

crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias

amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes

pitorescas

~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a

vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e

abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na

constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes

esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa

outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade

- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de

criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente

portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)

crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa

Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante

de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~

intelectual e sobretudo no emacianal

2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY

VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0

desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica

enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta

sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a

aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia

As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de

farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 4: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

1 INTRODUCAo

A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu

proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es

que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim

desmotivada para sua aprendizagem

o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos

pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno

situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento

E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal

da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da

aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu

crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca

pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e

uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se

por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os

nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa

tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a

evoluyao do pensamento

Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia

dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas

tambem emocional

2 FUNDAMENTACiio TEORICA

21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA

o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar

com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a

forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para

que esta interaC80 ocerra

Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem

estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente

e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as

e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na

construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au

aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser

cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a

sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que

fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro

de dais mundos - adulto e crian9a

o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar

do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento

culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0

conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai

tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores

buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da

maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos

se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas

invenyoes

o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-

relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que

nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a

cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a

possivel dentro de si

o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais

jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela

midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos

crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque

estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da

infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao

tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um

desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas

cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas

revoltadas e aeirna de tudo angustiadas

Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a

vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress

e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e

conhecimento

MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as

crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao

sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum

auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as

informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao

informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam

de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira

saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de

adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como

urn ser humano plena

MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come

perspectiva mestra de ayao

- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da

aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e

muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende

nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a

arte de fazer sonhar

- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de

tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que

construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao

mutua isto e a interaCao

~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal

advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa

representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar

e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado

de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e

verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a

crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias

amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes

pitorescas

~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a

vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e

abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na

constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes

esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa

outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade

- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de

criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente

portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)

crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa

Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante

de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~

intelectual e sobretudo no emacianal

2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY

VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0

desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica

enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta

sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a

aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia

As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de

farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 5: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

2 FUNDAMENTACiio TEORICA

21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA

o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar

com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a

forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para

que esta interaC80 ocerra

Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem

estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente

e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as

e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na

construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au

aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser

cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a

sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que

fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro

de dais mundos - adulto e crian9a

o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar

do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento

culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0

conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai

tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores

buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da

maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos

se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas

invenyoes

o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-

relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que

nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a

cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a

possivel dentro de si

o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais

jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela

midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos

crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque

estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da

infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao

tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um

desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas

cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas

revoltadas e aeirna de tudo angustiadas

Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a

vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress

e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e

conhecimento

MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as

crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao

sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum

auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as

informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao

informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam

de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira

saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de

adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como

urn ser humano plena

MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come

perspectiva mestra de ayao

- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da

aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e

muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende

nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a

arte de fazer sonhar

- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de

tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que

construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao

mutua isto e a interaCao

~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal

advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa

representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar

e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado

de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e

verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a

crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias

amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes

pitorescas

~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a

vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e

abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na

constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes

esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa

outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade

- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de

criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente

portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)

crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa

Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante

de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~

intelectual e sobretudo no emacianal

2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY

VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0

desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica

enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta

sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a

aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia

As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de

farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 6: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais

jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela

midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos

crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque

estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da

infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao

tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um

desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas

cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas

revoltadas e aeirna de tudo angustiadas

Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a

vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress

e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e

conhecimento

MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as

crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao

sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum

auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as

informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao

informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam

de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira

saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de

adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como

urn ser humano plena

MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come

perspectiva mestra de ayao

- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da

aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e

muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende

nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a

arte de fazer sonhar

- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de

tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que

construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao

mutua isto e a interaCao

~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal

advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa

representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar

e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado

de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e

verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a

crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias

amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes

pitorescas

~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a

vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e

abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na

constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes

esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa

outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade

- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de

criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente

portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)

crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa

Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante

de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~

intelectual e sobretudo no emacianal

2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY

VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0

desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica

enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta

sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a

aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia

As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de

farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

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VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 7: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao

mutua isto e a interaCao

~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal

advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa

representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar

e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado

de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e

verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a

crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias

amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes

pitorescas

~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a

vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e

abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na

constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes

esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa

outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade

- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de

criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente

portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)

crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa

Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante

de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~

intelectual e sobretudo no emacianal

2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY

VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0

desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica

enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta

sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a

aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia

As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de

farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

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VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 8: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao

processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de

conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida

cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores

como internalizacao mediada pela cultura

As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do

cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas

peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento

humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes

psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo

da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as

funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes

conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de

aprendizagem

Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0

desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao

enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos

mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas

simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento

como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao

esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no

construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social

pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do

mundo cultural que rodeia 0 individuo

Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos

grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela

que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre

o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais

superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto

sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas

A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de

representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite

construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

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VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 9: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de

informayoes conceitos e significayoes

o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento

do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade

externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal

VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos

processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0

pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e

emocao

A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0

desenvolvimento

Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados

par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que

a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a

capacidade de aprender com outra pessoa

A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo

abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a

crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn

adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as

pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)

nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os

processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um

conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer

sempre um grau de experiencia anterior para a crianca

o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de

internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo

que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a

atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao

inclusive sua transformacao por uma atividade mental

Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais

E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando

conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 10: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo

desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel

explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas

quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com

sua interferencia na zona proximal

Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das

interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros

rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna

intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos

pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa

intervenyaa a construrao de canceitas

o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele

que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores

linguagem e 0 proprio conhecimento

A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos

no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos

adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A

aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na

interayao com outras pessoas

23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET

Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente

do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo

cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para

Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de

uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma

sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem

de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 11: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya

descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de

transicao Essas 4 fases sao

Sensoria-motor (0 - 2 anos)

bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)

Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)

bull Operatorio-formal (8 -14 anos)

231 Sensorio-motor

Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe

comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio

Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo

causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela

avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO

1994)

Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa

pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a

sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com

eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e

imediato sem representayao ou pensamento

Exemplos

o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive

o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn

abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca

232 Pre-operatorio

E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn

abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta

substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e

tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica

Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor

nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 12: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem

permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e

mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas

A crianya deste eS1(3gio

E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar

abstratarnente no lugar do outro

bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos

por ques)

Ja pode agir por simula9ao como se

Possui percep9ao global sem discriminar detalhes

Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos

Exemplos

Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma

delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue

igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes

2330perat6rioconcreto

Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve

nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar

diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar

mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair

Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da

reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no

sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada

Exemplos

Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a

crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna

vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO

234 Operatorio-formal

Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

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Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas

cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A

representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando

mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes

Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar

solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade

Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam

seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0

raciocinio logico a todas as classes de problemas

Exemplos

Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha

enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a

irnagern de urna galinha cornendo graos

Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar

no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget

24 A IMPORTANCIA DO JOGO

Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao

pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo

ludicidade

Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano

dos diferentes povos

A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he

uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo

utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em

alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um

fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras

pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve

dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba

usando os termos como sinonimos

Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de

auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao

In

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 14: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a

socializadora a psicol6gica e a pedag6gica

Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as

crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0

brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede

de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol

um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias

infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos

constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos

respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de

brincar

A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel

pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista

do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais

distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar

nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a

aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma

percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida

Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve

e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em

palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus

problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda

perde a jago 0 mundo nao se acaba

241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E

VYGOTSKY

Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram

realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos

dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade

ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a

atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 15: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem

algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra

Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma

experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente

para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as

cerca se organizam se socializam

Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao

quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da

satisfacao individual

PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores

no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes

com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar

consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de

assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando

a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa

uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e

o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)

onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o

Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0

desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO

o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a

crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois

com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser

regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes

sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas

provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As

regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do

desenvolvimento da crian9a

PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do

jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de

registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares

Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio

motor jogo simb61ico e a jogo das regras

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 16: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar

como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel

funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na

repeti9ao de gestos e movimentos simples

A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos

ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos

passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando

necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo

do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam

as suas tens6es e frustrac6es

o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e

manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento

maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do

individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo

grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0

desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas

constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a

capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores

Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas

profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores

fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental

desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento

de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi

rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante

mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase

it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~

o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de

Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0

desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve

problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as

criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565

No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino

desempenham um papeJ de primeira importancia Poem

L1

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 17: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do

cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de

desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo

que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por

conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele

que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento

e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras

mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY

1977 p138)

Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona

do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no

entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas

aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas

aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya

na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento

Proximo

Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget

quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente

Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no

jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido

o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a

jogo proporciona altera9ao das estruturas

Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky

relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a

imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0

autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta

humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro

1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria

2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a

imaginav8o

Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca

deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria

do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes

4

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 18: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a

criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho

criador para a evolucao e maturacao da crianca

Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao

observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya

representa e produz muito mais do que aquila que viu

Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da

crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia

estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram

e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos

da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo

de forma absolulamente igual e como aeontecem na

realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao

simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das

impress6es para a formacao de uma nova reaidade que

responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama

(VYGOTSKY 1988 p12)

Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da

ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em

Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da

crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao

e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve

o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do

meio e em funcao das suas necessidades e preferencias

VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes

percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao

ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride

num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a

assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao

representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e

a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam

apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir

posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o

natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 19: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade

combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a

imaginacao as necessidades e sentimentos do homem

(

3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

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3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO

o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico

quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como

conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe

urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-

se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e

atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-

desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que

vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem

Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de

aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel

psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e

compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando

componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores

sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem

deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a

ser vista como um processo maior com inumeras variaveis

Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao

redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem

de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as

contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de

equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas

o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um

sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de

realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a

novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a

cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana

o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato

descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes

superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos

culturalmente construidos

11

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 21: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e

especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas

necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0

processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do

processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem

e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as

quais devemos estar sempre atentos

Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do

saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que

nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem

conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter

ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de

a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se

comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria

linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas

obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos

Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das

pessoas

MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber

sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0

que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor

aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos

momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a

importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias

mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor

de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que

aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie

sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no

principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar

os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas

repeti90es certas palavras-chaves etc

Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do

cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-

las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 22: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a

situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma

imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves

de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato

do aluno com 0 professor e vice-versa

As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a

alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao

objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua

interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal

e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se

trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades

especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente

acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do

aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas

Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia

neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a

professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido

em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura

Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials

pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no

saber como

- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe

ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos

alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes

de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua

pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos

- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material

com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas

sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade

- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a

professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de

ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern

de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc

Llt)

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996

Page 23: A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/02/A-IMPORTANCIA-DOS-JOGOS.pdf · a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio

- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a

instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do

processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da

escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar

estabelecer urna outra forma de interacBo

- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado

muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos

de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em

seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer

apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de

interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que

sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam

brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas

total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas

inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente

o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela

maneira

- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao

trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e

sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes

diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que

desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre

a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor

como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas

situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos

cognitivos

Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como

competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern

o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido

A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

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A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos

brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem

auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e

brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais

teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto

uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire

quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as

suas pr6prias conclusoes de forma autonama

Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0

brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de

brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os

mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas

tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao

significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a

crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0

brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da

criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto

fundamental da essencia do equilibria humano

Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de

desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve

centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao

sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e

tecnologicas da sociedade

4CONCLUSAO

I

5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

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5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992

MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet

httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm

MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994

NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997

PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996

PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975

VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984

VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988

VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977

VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm

WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996