a importância do planejamento tributário e sua influência ... nos proporciona um sistema de...
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A Importncia do Planejamento Tributrio e sua Influncia na Engenharia de Custos
Julho/2016
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ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - Edio n 11 Vol. 01/ 2016 julho/2016
A Importncia do Planejamento Tributrio e sua Influncia na
Engenharia de Custos
Caio Saab Orsini caio.orsini@gmail.com
MBA Gerenciamento de Obras, Tecnologia e Qualidade da Construo
Instituto de Ps-Graduao IPOG
Campo Grande, MS, 06 de outubro de 2015
RESUMO
Neste presente trabalho trato do tema do Planejamento Tributrio como ferramenta da
Engenharia de Custos para reduo legal, e em alguns casos drstica, de custos de
uma entidade ou empreendimento. Trago uma definio sucinta de Planejamento
Tributrio e explico sua relao com os termos Eliso, Evaso e Eluso Fiscal. A
seguir, esclareo o papel do Planejamento Tributrio dentro de um processo de Gesto
Tributria. Esclareo tambm, resumidamente, conceitos bsicos da estrutura contbil
para introduzir a relao da Contabilidade com a Engenharia de Custos e elucidar
como as duas reas afetam e so afetadas pelo Planejamento Tributrio ao longo do
processo de Gesto de Custos. Objetivando um entendimento mais prtico do tema,
apresento o Simples Nacional como exemplo de Planejamento Tributrio e explico em
suma suas principais caractersticas. Concluo ressaltando a atual essencialidade do
Planejamento Tributrio como modo de garantir no s maior competitividade no
mercado, mas tambm como modo de garantir a continuidade da empresa, levando em
considerao o atual cenrio econmico brasileiro e sua enorme carga tributria.
mailto:caio.orsini@gmail.com
A Importncia do Planejamento Tributrio e sua Influncia na Engenharia de Custos
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ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goinia - Edio n 11 Vol. 01/ 2016 julho/2016
Palavras-chave: Planejamento Tributrio. Engenharia de Custos. Contabilidade.
Reduo de Custos.
1. INTRODUO
Segundo ZANLUCA, o planejamento tributrio a metodologia para se obter um
menor nus fiscal sobre operaes ou produtos, utilizando-se meios legais.
comumente, porm erroneamente, chamado de eliso fiscal. Esta representa,
resumidamente falando, os meios lcitos de se no pagar tributos, enquanto o
planejamento tributrio um desses meios. Melhor esclarecendo, planejamento
tributrio e eliso fiscal caminham lado a lado, contudo, um planejamento mal
elaborado ou mal executado pode resultar em evaso fiscal, ou ainda, eluso,
descaracterizando-o.
Vale ressalvar que no se deve confundir eliso fiscal com evaso fiscal, sendo essa
ocorrente de meios ilcitos, ou seja, evaso fiscal sonegao de tributos, ou com eluso
fiscal, que a simulao de um negcio jurdico (a serem melhor detalhados
posteriormente).
ZANLUCA ainda esclarece que a base de um adequado planejamento fiscal a
existncia de dados regulares e confiveis, pois, do contrrio, o planejamento ficar
sujeito a dados avulsos e no regulares, incentivando, assim, o uso de estimativas,
agravando a possibilidade de erros e avaliaes equivocadas. Assim, sabendo que a
contabilidade nos proporciona um sistema de registros permanentes das operaes,
podemos toma-la como pilar do planejamento tributrio.
Como consequncia dos fatos supracitados, o contabilista se destaca na elaborao e
execuo do planejamento tributrio, pois quem comanda as diversas operaes
internas da empresa, alm de ser, em maior parte dos casos, o responsvel por mltiplos
controles, conciliaes e apuraes de impostos.
Essa interao do contabilista com as operaes internas da empresa leva o mesmo a
interagir com diversas equipes internas, proporcionando ao profissional reconhecer
deficincias e outros pontos crticos que podem ocasionar falhas ao longo da execuo
do planejamento.
A gesto deve ser focalizada em pessoas, no em processos e controles, evitando as
situaes mais excntricas. ZANLUCA exemplifica tal situao: ... numa grande
empresa multinacional, totalmente informatizada e cujo controle fiscal era impecvel,
o treinamento do escriturador fiscal foi deixado de lado, por se achar que a despesa era
desnecessria, pois j temos controles e informatizao suficientes. Por simples falta de
conhecimento da matria, este funcionrio deixou de escriturar vrios crditos de
impostos recuperveis, como IPI, ICMS, PIS e COFINS no cumulativos.; E a seguir,
o autor questiona: De que adianta economizar R$ 250,00 cancelando um curso de
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atualizao do IPI e do ICMS para o profissional responsvel pela escriturao de tais
impostos dentro da empresa e desperdiar milhares (ou at milhes!) de reais por erro
de interpretao nas mudanas das normas fiscais?
2. ELISO, EVASO E ELUSO FISCAL
LEAL (2014) nos explica que a juridicidade do planejamento tributrio depende da
compatibilidade do mesmo com diversas regras e princpios constitucionais, indo alm
da simples legalidade aparente da adoo de medidas jurdicas e comerciais com o
intuito de se recolher menos tributos ou impliquem no adiamento da ocorrncia do fato
gerador.
O planejamento tributrio envolve a adoo de medidas jurdicas ou econmicas que
possibilitem a reduo ou eliminao dos nus tributrios e que estejam nos limites da
ordem jurdica.
Como LEAL (2014) apresenta ao se estudar o planejamento tributrio, termos como
eliso, evaso e eluso, se fazem frequentes, ainda que no exista um conceito nico
para os tais na doutrina e nem na jurisprudncia.
LEAL (2014) conceitua Eliso Fiscal em seu trabalho como a prtica de um ato ou
celebrao de negcio legal que vise a iseno, no-incidncia ou incidncia menos
onerosa do tributo, dizendo que essa se trata de um planejamento tributrio que se
enquadra no ordenamento ptrio.
Do pressuposto acima, surge a dvida quanto a igualdade do termo planejamento
tributrio com o termo eliso fiscal. Ambos pressupem uma conduta lcita, em
outras palavras, que esteja de acordo com o ordenamento jurdico. Consequentemente,
ao se constatar um ilcito, no se tratar mais de um planejamento tributrio. Todavia, o
ilcito poder ocorrer devido a uma m elaborao ou m execuo do planejamento.
Assim, consta-se o crime tributrio, descaracterizando o planejamento. Nesse
entendimento, teramos que os termos podem ser igualizados.
Em contrapartida, estudos apontam a existncia de duas espcies de eliso fiscal.
ZANLUCA apresenta essas espcies como aquela decorrente da prpria lei, onde o
prprio dispositivo legal permite ou at mesmo induz a economia de tributos, e a que
resulta de lacunas e brechas existentes na prpria lei, que contempla hipteses em que
o contribuinte opta por configurar seus negcios de tal forma que se harmonizem com
um menor nus tributrio, utilizando-se de elementos que a lei no probe ou que
possibilitem evitar o fato gerador de determinado tributo com elementos da prpria lei.
Nessa interpretao podemos ver clara semelhana do conceito de planejamento
tributrio com a segunda espcie de eliso fiscal, o que nos permitiria concluir para fins
deste trabalho que o termo planejamento tributrio se aplica dentro do termo eliso
fiscal.
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LEAL (2014) ainda esclarece que a verificao da eliso ocorre, na maioria dos casos,
em momento anterior ao que costumeiramente verificada a ocorrncia do fato gerador,
em contrapartida da evaso fiscal, que verificado aps.
Essa ltima conceitua-se como os meios ilcitos de se evitar a tributao. LEAL (2014)
a apresenta como a prtica pelo contribuinte de atos que omitam da autoridade fiscal o
surgimento da obrigao tributria.
A doutrina ainda sugere o caso de Eluso Fiscal, tambm chamada por alguns autores
de Eliso Ineficaz. Nessa, o sujeito passivo simula um negcio jurdico, visando a
dissimulao da ocorrncia do fato gerador. LEAL (2014) a conceitua como um ardil
caracterizado pelo abuso das formas, uma forma jurdica atpica, a rigor lcita, com
escopo de escapar artificiosamente da tributao.
3. PLANEJAMENTO E GESTO TRIBUTRIA
Temos a partir desse ponto o entendimento que o objetivo do planejamento tributrio
a reduo da carga tributria incidente nas atividades dos contribuintes. Entretanto, para
obter-se sucesso na execuo do mesmo, deve-se antes realizar uma srie de estudos que
serviro de base para o desenvolvimento do planejamento.
Esse estudo prvio tem aspectos que variam de acordo com a atividade que
desenvolvida em cada empresa. De uma forma genrica, podemos elencar os seguintes
aspectos a serem analisados: A interpretao da lei quanto a hiptese de incidncia dos
tributos, ou seja, a situao abstrata apresenta na lei; A aplicao da hiptese ao caso
concreto, em outras palavras, a fato gerador; O gerenciamento do planejamento; O
acompanhamento do mesmo ao longo de sua execuo; A defesa prvia e os riscos
envolvidos na mesma quanto ao montante que se pretende economizar.
Tais aspectos nos conduzem a elencar, respectivamente