a importância do estudo de impacto ambiental na prevenção e contenção de processos erosivos

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Page 1: A importância do estudo de impacto ambiental na prevenção e contenção de processos erosivos

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL NA PREVENÇÃO E

CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS

Thamyres Sabrina Gonçalves(1)

1Graduanda em Geografia, Universidade Estadual de Montes Claros -UNIMONTES, e-mail: [email protected];

RESUMO – Esse trabalho aborda a importância do estudo de impacto ambiental na prevenção e

contenção de processos erosivos. Sabendo-se que

são vários os tipos de erosão buscou-se relacionar alguns destes, os de maior ocorrência, e destacar

como em cada um o estudo de impacto ambiental

pode contribuir na elaboração de planos de contenção e prevenção desses processos. A

metodologia que envolve essa pesquisa pauta-se

pela consulta a bibliografia especializada e o estudo

da resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente n.º 001/86, de 23/01/1986. Verificou-se

que o estudo de impacto ambiental pode ser

aplicável a maioria dos projetos de recuperação de áreas erodidas trazendo resultados satisfatórios no

que se refere à preservação dos solos e da

biodiversidade.

Palavras- chave: erosão dos solos, recuperação ambiental, aplicabilidade da legislação ambiental.

INTRODUÇÃO

Por ser um recurso natural amplamente exposto as

fragilidades da ação antrópica, o solo sofre com freqüência os impactos da ação humana de forma

negativa (GONÇALVES et al, 2012 [1]). Dentre

estes impactos pode-se destacar o processo de

erosão dos solos que atualmente tem se mostrado um grande problema ambiental da sociedade devido

aos efeitos desse problema (GUERRA et al, 2009

[2]). A erosão está quase sempre associada ao uso do

solo sem manejo adequado, desse modo percebe-se

a necessidade da propagação de conhecimentos acerca da importância ecológica, social e econômica

da conservação dos solos (FONTES & MUGGLER,

1999; [3]). A erosão se origina da degradação do

solo, e suas principais causas estão relacionadas aos aspectos geológicos, geomorfológicos e

pedológicos, podendo se agravar pela ação antrópica

ao longo das escalas temporal e espacial. Existem múltiplos agentes causadores de erosão

tais como existem também diversos tipos de erosão

(GALAS, 2006 [4]). São necessárias medidas de ação preventiva e também de controle de processos

erosivos. Como os agentes causadores são vários,

cada área tem uma propensão diferente a ser afetada pela erosão e mesmo as áreas já impactadas

necessitam de estratégias diferentes de solução

desse problema.

Desse modo, antes de colocar em prática um projeto, seja ele público ou privado, é preciso saber

mais a respeito do local onde o mesmo será

implementado, conhecer melhor o que cada área possui de ambiente natural (atmosfera, hidrosfera,

litosfera e biosfera) e ambiente social (infraestrutura

material constituída pelo homem e sistemas sociais

criados) (SCHIEL, 2012 [5]). Nesse sentido o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) direciona á um

conjunto de informações necessárias na elaboração

de estratégias de manejo adequado para a prevenção dos processos erosivos.

O EIA é um dos instrumentos da política

Nacional do Meio Ambiente e foi instituído pela Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente

(CONAMA) N.º 001/86, de 23/01/1986. Para a

implantação de empreendimentos causadores de

algum tipo de impacto que possa ser considerado relevante ao ecossistema, tem-se a obrigatoriedade

do EIA, como condicionante ao acesso a licença

ambiental. Todavia, esse estudo nem sempre é considerado na elaboração das estratégias de

contenção e prevenção de processos erosivos, o que

conduzir a novos impactos ambientais no local a ser recuperado como invasões biológicas e a introdução

de espécies exóticas (BARBOSA, 2008; RIBEIRO

et al, 2005; RIBEIRO & FIGUEIRA, 2011 [6,7,8]).

MATERIAL E MÉTODOS

Page 2: A importância do estudo de impacto ambiental na prevenção e contenção de processos erosivos

Este trabalho faz uma relação de diferentes tipos

de erosão com base no glossário de ecologia da

ACIESP (1997[9]) e no Dicionário Geológico-Geomorfológico (GUERRA, 1975 [10]) destacando

a importância do estudo de impacto ambiental (EIA)

na prevenção e contenção de cada um destes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na erosão acelerada que ocorre muito mais rápida

que a erosão natural, primariamente como resultado

das atividades antrópicas e em raros casos causada pelos animais, o EIA pode ajudar a descobrir formas

de agir de maneira rápida a fim de conter o processo

erosivo.

Na erosão em sulcos, que é processo de erosão

hídrica, onde numerosos e pequenos canais de

alguns centímetros de profundidade são formados (esta ocorre principalmente em solos recém

cultivados), o EIA poderá ajudar a identificar o nível

de propensão da área à erosão para que se possa criar antes mesmo do plantio medidas para evitar ou

conter ao máximo o processo erosivo.

A erosão por voçorocas é ocasionada por um

processo pelo qual a água se acumula em canais

estreitos, removendo o solo destes desde a superfície

até profundidades consideráveis, variando de 0,5m até 25-30m. Como a formação de voçorocas está

geralmente relacionada a algum desequilíbrio

ambiental, o EIA pode auxiliar na adequação da atividade impactante á capacidade de equilíbrio do

ambiente natural a fim de conter o voçorocamento

bem como apontar estratégias de recuperação das áreas impactadas e aplicar o cumprimento da lei

ambiental.

A erosão eólica é dada por um processo natural, portanto geralmente menos impactante, contudo,

algumas atividades como o turismo prescindem de

um EIA para que não promovam desequilíbrios ambientais.

A erosão geológica é causada por um processo natural onde o ambiente possui condições de

equilibrar a quantidade de entrada e saída de matéria

e energia do geossistema. O EIA pode auxiliar na

compreensão do processo de formação do relevo e das influencias das atividades geológicas nessas

formações ao longo tempo, além disso, dependendo

da importância ambiental do processo de erosão geológica o EIA pode justificar a necessidade da

criação de unidades de conservação para proteger o

patrimônio geológico.

Em relação à erosão hídrica, o EIA pode auxiliar

na gestão de bacias hidrográficas, no planejamento

de atividades turísticas, na recuperação de áreas degradadas, na compreensão do processo de

formação do relevo e na orientação de projetos

sustentáveis de drenagem urbana de córregos e

rodovias.

A Erosão laminar é causada pela remoção de uma

camada fina e relativamente uniforme do solo pela

precipitação pluvial e escorrimento superficial. Nestes casos o EIA pode auxiliar num manejo

adequado do solo bem como na orientação sobre o

tipo de cultura adequada.

No caso da erosão por impacto de gota de chuva

que é a desagregação e movimentação de pequenas

partículas de solo causadas pelo impacto das gotas da água da chuva. O EIA pode auxiliar na

elaboração de leis que tenham por intuito evitar esse

tipo de erosão que geralmente se associa ao desmatamento, ou no auxílio ao manejo adequado

da área a fim de não deixar o solo totalmente

descoberto utilizando, por exemplo, espécies que

demandam culturas sombreadas.

A erosão pode ser causada por diversos motivos,

múltiplas são também as estratégias de prevenção e contenção do processo erosivo, todavia qualquer

ação sobre o meio ambiente prescinde do

conhecimento das potencialidades e da dinâmica de funcionamento natural daquele ecossistema. Desse

modo os estudos de impacto ambiental podem ser

úteis na prevenção e contenção de todos os tipos de

erosão, sendo, portanto indicada a realização destes estudos, sobretudo antes do inicio de atividades que

modifiquem o ambiente natural mesmo que não haja

obrigatoriedade legal. Pois além de conduzir a uma utilização mais sustentável dos recursos naturais,

também permite maior segurança na realização de

algumas atividades como a agricultura e a urbanização. Além disso, a questão mais importante

é o uso e ocupação do solo, que ao utilizar-se das

informações geradas pelo estudo de impacto

ambiental para prevenir e conter a erosão, estará atuando também na conservação dos solos.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual de Montes Claros –

UNIMONTES. Ao Conselho Nacional de Pesquisas

(CNPq). Ao Laboratório de Ecologia e Propagação

Vegetal (LEPV). Ao professor Renan Laughton Milo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] GONÇALVES, T. S.; LOPES, L. O. M.; DURÃES, I. T. B. Pedologia na escola: a

abordagem do solo no ensino fundamental de

geografia. In: Anais do IV Congresso Norte Mineiro de Pesquisa em Educação:

universidade, história e formação docente,

Universidade Estadual de Montes Claros, 2012.

Page 3: A importância do estudo de impacto ambiental na prevenção e contenção de processos erosivos

[2] GUERRA, A. J. T.; SILVA, A. S.; BOTELHO,

R. G. M. Erosão e conservação de solos:

conceitos, temas e aplicações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

[3] FONTES, L. E. F.; MUGGLER, C. C.

Educação não formal em solos e o meio ambiente: desafios na virada do milênio. In:

Congresso Latino Americado de La Ciência Del

Suelo, 14. Pucón (Chile). Universidad de la

Frontera, 1999. [4] GALAS, N. D. Uso de vegetação para

contenção e combate a erosão em taludes. Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia

Civil. (monografia). Universidade Anhembi

Morumbi, São Paulo, 2006. [5] SCHIEL, D. (et al) Impacto Ambiental. Texto

do material de apoio do projeto: Educação

Ambiental através da visão integrada de bacia

hidrográfica via internet. In: http://educar.sc.usp.br/biologia/ Acesso: dez

2012.

[6] BARBOSA, N. P. U. Invasão biológica na Serra do Cipó. Dissertação de Mestrado da

Universidade Federal de Minas Gerais, 2008.

[7] RIBEIRO, K. T.; FILIPPO, D. C.; PAIVA, C.

L.; MADEIRA, J. A.; NASCIMENTO, J. S. Ocupação por Brachiaria spp. (Poaceae) no

Parque Nacional da Serra do Cipó e infestação

decorrente da obra de pavimentação da rodovia MG-010, na APA Morro da Pedreira, Minas

Gerais. Anais do Simpósio Brasileiro de

Espécies Invasoras, Ministério do Meio Ambiente, Brasília-DF, pg.1-17, 2005.

[8] RIBEIRO, M. C.; FIGUEIRA, J. E. C. Uma

abordagem histórica do fogo no Parque

Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais – Brasil. Revista Biodiversidade Brasileira –

Manejo do fogo em áreas protegidas, ICMBIO,

n.2, 2011. [9] ACIESP. ACADEMIA DE CIÊNCIAS DO

ESTADO DE SÃO PAULO. Glossário de

ecologia, 2ª Ed. 1997. [10] GUERRA, A. T. Dicionário geológico-

geomorfológico. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: IBGE,

1975.