a importância da luz no ciclo circadiano daniel

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Centro Universitário Estácio do Ceará Conforto Ambiental e Eficiência Energética Daniel Sampaio Braga Turma: 3002

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Conforto Ambiental 2 - Arquitetura e urbanismo

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Centro Universitrio Estcio do CearConforto Ambiental e Eficincia Energtica

Daniel Sampaio BragaTurma: 3002Turno: Noite

A importncia da luz no ciclo circadiano De acordo com estudos do Lighting Research Center, alm de permitir o efeito visual, a luz captada na retina, influencia fsica e psicologicamente o ser humano. O ciclo de luz e escurido sincroniza o nosso ciclo circadiano com a luz solar, que so ritmos qumicos, biolgicos, ou mudanas no comportamento que se repetem a cada dia. O ritmo da sociedade contempornea est privando muitas pessoas do sono, e, segundo levantamento do International Management Stress Association, no Brasil, o estresse atinge 70% da populao. Uma pessoa sob estresse normalmente produz mais adrenalina e cortisol, o que desequilibra a formao de outros hormnios, podendo haver um concomitante declnio na funo cerebral, como relatado por dr. Ballone GJ, mdico psiquiatra e professor de psiquiatria da PUCCAMP. Estas mudanas de hbitos, principalmente o trabalho noturno, podem desencadear uma srie de distrbios, como crescimento de tumores malignos, falta de estado de vigia, depresso e deficincia imunolgica. Acredita-se que a melatonina (neurohormnio) a principal responsvel pelo controle de harmonia entre o dia e a noite, a luz e o escuro. Especula-se que as estruturas fotorreceptoras da retina e da glndula pineal so responsveis pela sua produo, que ocorre noite sob circunstncias de ausncia de luz. Alm de induzir a pessoa ao sono, a melatonina um poderoso agente antioxidante que pode retardar o processo de envelhecimento, estimular a produo de hormnio do crescimento e at limitar o crescimento de certos tipos de cncer. Destacando-se como um agente de manuteno da harmonia e do funcionamento do sistema imunolgico, terapias de luz so cada vez mais realizadas com base nestes dados.Luz como terapia Desde tempos remotos, a luz vem sendo empregada como energia teraputica, por meio da termoterapia (radiao IV), cromoterapia (radiao visvel) e actinoterapia (radiao UV). Qualquer que seja o tratamento, ele deve ser especfico, respeitando as individualidades de cada paciente, para que se obtenham melhores resultados. De acordo com estudiosos do Lighting Research Center, questes como quantidade de luz na retina, cor (espectro), distribuio espacial, hora de exposio, durao e sensibilidade luz devem ser consideradas. As caractersticas da iluminao eficazes para o sistema circadiano so diferentes das que so eficazes para o sistema visual. Estes tratamentos podem no curar, mas amenizam os sintomas de diversos distrbios como depresso sazonal, insnia, doena de Alzheimer, melhoram o desempenho metablico e tm gerado muitas pesquisas correlacionadas.Luz azul, benfica ou malfica? Recentes estudos mostram que as ondas de cor azul reduzem a produo da melatonina no homem, ajudando-o a despertar e at a ver melhor. Baseados nestas premissas, empresas, como a Visteon [fabricante de produtos automotivos], tm desenvolvido dispositivos que emitem luz azul para despertar a ateno dos motoristas e, assim, evitar acidentes ao volante causados pelo sono. Com o intuito de melhorar a performance no trabalho, a Osram desenvolveu lmpadas de alta tecnologia com temperatura de cor azulada. Em contrapartida, recentes estudos desenvolvidos por oftalmologistas tm demonstrado que a luz azul est relacionada ao desenvolvimento de patologias retinianas, como a degenerao macular senil e o melanoma de vea (tumor intraocular), um tipo de cncer que acomete o fundo do olho, com alta taxa de mortalidade. Pesquisas chefiadas pelo dr. Miguel Burnier, da McGill University, Canad, comprovaram que o melanoma de vea tem o seu desenvolvimento acelerado ao ser exposto luz azul, e que a utilizao de um filtro azul pode reduzir o seu crescimento. importante salientar que ainda no h estudos clnicos que comprovem eventuais danos deste comprimento de onda retina sadia. Com o passar dos anos, o cristalino humano torna-se mais amarelo e passa a apresentar maior bloqueio radiao ultravioleta e luz visvel, assim a proteo do cristalino senil mais intensa nos idosos do que nos jovens, porm apresentam uma reduo qualitativa e quantitativa da viso.Quando o cristalino opaco prejudica a viso, forma-se ento a catarata, e necessria a sua substituio por uma lente artificial para recuperar a viso. Como medida de preveno, para os que precisam submeter-se cirurgia de catarata, a Alcon Labs desenvolveu uma lente intraocular contra a radiao nociva (ultravioleta), incluindo a da luz azul. No nosso sistema visual, as ondas de radiao azuis provavelmente so irrelevantes, pois o crebro no precisa de muito azul, devido baixa quantidade de cones que temos para esta cor. Com relao luminncia, fontes de luz nesta cor incomodam mais, pois nesta faixa de onda os bastonetes so mais sensveis, havendo maior percepo. J no sistema energtico, a luz azul mais efetiva, causando alto impacto no sistema endcrino e nas atividades cronobiolgicas. De qualquer forma, a incidncia da luz, seja solar ou artificial, preocupante devido diminuio da camada de oznio, interferncias no ciclo circadiano e ao aumento do contato das pessoas com artifcios tecnolgicos, sem conhecimento comprovado sobre seus efeitos no corpo e comportamento humanos. Iluminao ideal A International Lighting Association sugere que sejam evitadas iluminaes incoerentes que podem causar desordem em nosso sistema vital como: luminosidade sem induo de soletrol (hormnio benfico produo de vitamina D e proteo provvel contra alguns tipos de cncer); claridade excessiva noite; exposio claridade por longos perodos no inverno; luz de xenon em automveis; e luz de vero o ano inteiro, que possuem frequncias imperceptveis aos nossos olhos, mas que so detectadas por todo o nosso sistema. Sugere ainda uma iluminao artificial ideal, empregando temperatura de cores abaixo de 3000K, com espectro contnuo, sem mercrio, sem frequncias moduladas e sem distrbios eletromagnticos. essencial, no papel de lighting designers, estarmos cientes destes fatores relevantes, procurando no s nos preocupar com esttica, nveis de iluminao ou consumo de energia. Questionar previamente os efeitos dos produtos de iluminao no ser humano importante, assim como as situaes de uso local e do usurio, para aplic-los de forma coerente, equilibrada e adequada ao nosso organismo e ao meio ambiente. Com isso contribuiremos, consequentemente, com a qualidade de vida do homem moderno.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICASNAKAYAMA, MIDORI. Luz, Viso e Sade. Disponvel em: http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/ed28/ed28-Aula-Rapida-Luz-visao-e-saude-Mecanismos-da-visao-e-influencias-da-luz.pdf Acesso em: 04 de Maro de 2015MARTAU, BERTINA. Luz responsvel pela sade e o bem estar. Disponvel em: http://www.eduardobecker.com/estiloluzbrasil/?p=629 Acesso em: 04 de Maro de 2015